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ACIDENTES COM ANIMAIS

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ACIDENTES COM 
ANIMAIS 
Escorpionismo 
→ Agentes causais 
- T. serrulatus (escorpião-amarelo) 
- T. bahiensis (escorpião-marrom) 
- T. stigmurus (escorpião-amarelo do 
Nordeste) 
- T. obscurus (escorpião-preto da Amazônia) 
 
→ Manifestações clínicas 
- Locais: principalmente dor, sendo que pode 
irradiar para membro e ser acompanhada de 
parestesia, eritema e sudorese local 
- Sistêmicas: Em minutos até poucas horas (2 
a 3) podem surgir sudorese, agitação 
psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, 
sialorreia, hipertensão/hipotensão, arritmia 
cardíaca, ICC, edema pulmonar agudo e 
choque 
 
→ Diagnóstico 
- Clínico epidemiológico (não é empregado 
exame laboratorial de rotina para 
confirmação) 
- Exames para auxílio em caso de pacientes 
com manifestações sistêmicas: ECG, Rx de 
tórax, ECO, bioquímicos 
- Diferencial: Se não há histórico e/ou 
identificação do agente causal, diferenciar 
com aranha do gênero Phoneutria (aranha-
armadeira) 
 
→ Tratamento 
- Cuidado com crianças de até 9 anos e 
acidentes por T. Serrulatus – maior risco de 
complicações e óbito 
- Em casos leves: tratamento sintomático – 
alívio da dor com anestésico sem 
vasoconstritor ou analgésico sistêmico 
(lidocaína 2% / dipirona 10 mg/kg) 
- Específico: Soro antiescorpiônico (SAEsc) ou 
do soro antiaracnídico (Loxosceles, 
Phoneutria e Tityus) (SAAr) aos pacientes 
clinicamente classificados como moderados ou 
graves 
 Moderado (Dor local intensa associada 
a uma ou mais manifestações (náuseas, 
vômitos, sudorese, sialorreia, agitação, 
taquipneia e taquicardia)): 2 a 3 ampolas 
 Grave (Além das manifestações da 
forma moderada, há presença de 1 ou mais: 
vômitos profusos e incoercíveis, sudorese 
profusa, sialorreia intensa, prostração, 
convulsão, coma, bradicardia, insuficiência 
cardíaca, edema pulmonar agudo e choque): 
4 a 6 ampolas 
Lonomia e outras 
lagartas 
→ Penetração de cerdas de lagartas na pele, 
ocorrendo inoculação de toxinas que podem 
determinar alterações locais e no caso de 
Lonomia, manifestações sistêmicas 
 
→ Agentes causadoras 
- Saturnídeos (lagartas espinhudas): têm 
cerdas semelhantes a espinhos, ramificadas e 
pontiagudas, aspecto arbóreo, com 
tonalidades especialmente esverdeadas 
- Megalopídeos (lagartas cabeludas): cerdas 
pontiagudas, custas e que contém glândulas 
de veneno, entremeadas por outras longas, 
coloridas e inofensivas 
 
→ Manifestações clínicas 
- Locais: dor imediata, eritema, edema 
(sintomas normalmente regridem em 24h) 
- Sistêmicas: horas após o acidente, mesmo 
depois de regressão do quadro local, há 
manifestações hemorrágicas como hematúria, 
hematêmese, IRA e hemorragia intracraniana 
 
→ Complicações: IRA e hemorragia 
intracraniana 
 
→ Diagnóstico: clínico epidemiológico. Em 
caso de soroterapia, tempo de coagulação 
pode ser útil no acompanhamento 
 
→ Tratamento 
- Sintomáticos e infiltração local com 
lidocaína 2% 
- Para lonomia: SALon 
 Leve: quadro local, sem sangramentos 
ou distúrbios na coagulação: não é adm 
 Moderado: quadro local presente ou 
não, tempo de coagulação alterado, 
sangramentos ausentes/presentes apenas em 
pele ou mucosas – 5 ampolas 
 Grave: quadro local presente ou não, 
tempo de coagulação alterado, sangramento 
em vísceras (risco de morte) – 10 ampolas 
Araneísmo 
→ Inoculação de toxinas, por quelíceras de 
aranhas 
 
→ Diagnóstico clínico epidemiológico 
 
→ Loxosceles (aranha marrom) 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: picada pouco dolorida, que pode 
não ser percebida. Após algumas horas: dor, 
eritema e edema na região da picada, 
equimose central e áreas de palidez (placa 
marmórea). Pode aparecer bolhas com 
conteúdo serohemorrágico, área endurecida à 
palpação. A lesão cutânea pode evoluir para 
necrose seca e úlcera. 
Sistêmicas: queixas inespecíficas como 
mal estar, cefaleia, febre, exantema. A 
presença de hemólise intravascular 
caracteriza a chamada forma cutâneo-
hemolítica (cutâneo-visceral). Casos graves 
podem evoluir para IRA. 
Complicações: Necrose, anemia 
hemolítica aguda, IRA, rabdomiólise, CIVD, 
infecção local 
✓ Tratamento: Soro Loxoscélico 
Caso leve: não utiliza 
 Caso moderado: independente da 
identificação do agente, lesão sugestiva ou 
característica, manifestações sistêmicas 
inespecíficas, ausência de hemólise – 5 
ampolas 
 Caso grave: lesão característica, 
manifestações clinicas e/ou evidencias 
laboratoriais de hemólise intravascular – 10 
ampolas 
 
→ Phoneutria (aranha armadeira, aranha 
macaca, aranha da banana) 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: dor irradiada e de início 
imediato que pode ser bastante intensa nas 
primeiras 3 a 4h após picada. Pode ter 
edema, sudorese e parestesia ao longo do 
membro 
Sistêmicas: taquicardia, HAS, agitação 
psicomotora, vômitos, edema pulmonar 
agudo, choque 
Complicações: casos graves são raros e 
ocorrem particularmente em crianças – 
óbitos são raros 
✓ Tratamento: Fonêutrico 
Caso leve: não usa 
Caso moderado: dor local intensa, 
sudorese, vômitos ocasionais, agitação 
psicomotora, HAS – 2 a 4 ampolas 
Caso grave: sudorese profunda, vômitos 
profusos, choque, edema pulmonar agudo – 
5 a 10 ampolas 
 
→ Latrodectus (viúva negra) 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: dor de pequena intensidade, 
evolui com sensação de queimação, pápula 
eritematosa e sudorese localizada 
Sistêmicas: alterações motoras e fáscies 
latrodectísmica 
Complicações: dor local pode se tornar 
intensa e irradiada, mas não há comprovação 
definitiva de evolução para óbito 
✓ Tratamento: Sintomático e suporte 
Acidente ofídico 
→ Diagnóstico: clínico epidemiológico. Para 
batrópicos, laquéticos e crotálicos pode ser 
feito exames de coagulação para avaliar 
eficácia de soroterapia 
 
→ Batrópico 
✓ Maior importância e distribuição 
✓ Mais importante: Jararaca 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: Dor, edema e equimose na 
região da picada (pode progredir ao longo do 
membro acometido), bolhas de conteúdo 
seroso ou serohemorrágico podem surgir e 
originar necrose 
Sistêmicas: sangramentos em pele e 
mucosas, hematúria, hematêmese, 
hipotensão 
Complicações: IRA, choque, necrose, 
sínd. Compartimental, abscesso 
(principalmente gram negativos e 
anaeróbicos) 
✓ Tratamento: SABrb, SABLc ou SABCd 
Caso leve: Quadro local e sangramento 
de pele e mucosas discreto – 2 a 4 ampolas 
Caso moderado: Edema e equimose 
evidentes e sangramento sem comprometer 
estado geral – 4 a 8 ampolas 
Caso grave: hemorragia grave, 
alteração local intensa, IRA, 
hipotensão/choque – 12 ampolas 
 
→ Laquético 
✓ Mais importante: surucucu 
✓ Manifestações clínicas 
Quadro clínico e complicações iguais do 
acidente batrópico 
Diferenciação quando nesse caso há 
alterações vagais: náuseas, vômitos, cólicas 
abdominais, diarreia, hipotensão, choque 
✓ Tratamento 
Caso moderado: quadro local presente; 
pode haver sangramentos, sem manifestações 
vagais – 10 ampolas 
Caso grave: quadro local intenso, 
hemorragia intensa, com manifestações 
vagais – 20 ampolas 
 
→ Crotálico 
✓ Mais importante: Cascavel 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: dor e edema são discretos e 
restritos ao local da picada. Eritema e 
parestesia são comuns 
Sistêmicas: Manifestações 
neuroparalíticas com progressão 
craniocaudal, iniciando-se por ptose 
palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. 
Distúrbios de olfato e paladar, ptose 
mandibular e sialorreia podem ocorrer com o 
passar das horas. Progressivamente, surgem 
mialgia generalizada e escurecimento da cor 
da urina 
 Complicações: Parestesias locais 
duradouras (são reversíveis após algumas 
semanas) e IRA (necrose tubular, geralmente 
de instalação nas primeiras 48h – principal 
causa de óbito) 
✓ Tratamento: SACre ou SABC 
Caso leve: alterações neuroparalíticas 
discretas – 5 ampolas 
Caso moderado: alterações 
neuroparalíticas evidentes,mialgia e 
mioglobinúria discretas – 10 ampolas 
 Caso grave: alterações neuroparalíticas 
evidentes, mialgia e mioglobinúria intensas, 
oligúria – 20 ampolas 
 
→ Elapídio 
✓ Mais importante: coral verdadeira 
✓ Manifestações clínicas 
Locais: dor e parestesia no local da 
picada discretos, não há lesões evidentes 
 Sistêmicas: Fácies miastênica ou 
neurotóxica 
 Complicações: Paralisia flácida da 
musculatura respiratória compromete a 
ventilação, podendo evoluir para insuf. 
Respiratória aguda e apneia 
✓ Tratamento: 
Considerar todos os casos como 
potencialmente graves devido risco de 
insuficiência respiratória – 10 ampolas. 
 
BIBLIOGRAFIA: GUIA DE VIGILÂNCIA 
DE SAÚDE – 5ª EDIÇÃO – MINISTÉRIO DA 
SAÚDE.

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