Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Serpentes e ofidismo Terminologia SERPENTE (do latim serpens = que se arrasta, rastejante) OFÍDIO (do grego ophidion, diminutivo de ophis = serpente) COBRA do latim coluber; no Brasil, o termo é genérico, usado para todas as serpentes. Em países de língua inglesa, o termo “cobra” designa especificamente uma espécie, a naja (“king cobra”, Elapidae). Terminologia VÍBORA do latim vipera vivus (vivo) + parere (parir) Nos países latino-americanos, “víbora” designa serpentes as peçonhentas em geral (na Europa: Vipera spp.) Diversidade: cerca de 3 mil spp. no mundo No Brasil: ~ 450 spp. (> 10% do total), em 10 famílias Tamanho: 10 cm -10 m !!! Hábitats: terrestres, subterrâneos, arborícolas, águas continentais e oceânicas Alimentação: muito variada... SERPENTES Maioria das spp. DE SERPENTES são batracófagas (comem anfíbios) Outras comem moluscos (lesmas e caracóis), peixes, lagartos, outras serpentes, lacraias, aranhas, cupins, ovos, aves, etc...: DIETA MUITO VARIADA Mussuranas, cobra-preta (Clelia spp.) : Alimentam-se de serpentes peçonhentas Coral d’água (verdadeira) – Micrurus surinamensis (frequente em córregos na região de Nobres, MT, alimenta-se de “tuviras”, peixes alongados, da ordem dos Gymnotiformes) BOÍDEOS (Boidae): Em geral alimentam-se de itens graaaandes ... (mamíferos, aves, jacarés,...) pítons – no “velho mundo” (Ásia, África) sucuris e jiboias – no “novo mundo” (Américas) VIPERÍDEOS (Viperidae): serpentes peçonhentas que causam o maior número de acidentes no Brasil, comem anfíbios quando juvenis e são rodentívoras (comem roedores), quando adultas Fígado Rim Intestino Vesícula Biliar Cauda Guizo Estômago Coração Costela Pulmã o Esôfa go Escama ventral Peculiaridades morfol.: • Corpo alongado, recoberto por escamas epidérmicas • Sem patas, mas vestígios de cintura pélvica, em formas primitivas • Sem pálpebras móveis • Sem OE e OM • Grande elasticidade nos movimentos cranianos • Gd. nº vértebras (120-500) • Nos machos: hemipênis Sentidos Visão: pouco eficiente, na maioria das espécies; olhos são protegidos por uma escama transparente Olfato: bastante agudo, mas não associado ao epitélio das fossas nasais, e sim ao órgão de Jacobson (estrutura quimiorreceptora especializada, revestida por epitélio sensorial, localizada na parte anterior do céu da boca) “Dardejar” da língua: para captar partículas suspensas no ar e conduzir ao órgão de Jacobson Audição: praticamente inexistente. O.I. conectado pela columela ao osso quadrado e daí à mandíbula: sensibilidade a vibrações no substrato. Sentidos: Termorrecepção fosseta loreal Alguns boídeos tem fossetas labiais, o que aumenta a precisão do bote para captura de presas Animais serpentiformes (ou ofioformes = em forma de ofídio…) Podem ser confundidos com serpentes, mas não tem potencial para causar acidentes) Ophiodes sp. Lagarto ápodo (sem patas) Minhocuçus (Annelida) Cobras-cegas (anfíbios ápodos – sem patas !!) Cobras-de-duas- cabeças (ou “anfisbenas”; NÃO SÃO SERPENTES) Animais serpentiformes CLASSIFICAÇÃO das SERPENTES QUANTO AO INTERESSE MÉDICO ➢ Serpentes sem interesse médico: as não peçonhentas e as que não causam acidentes, ou que causam acidentes sem importância médica. ➢ Serpentes de interesse médico: peçonhentas ou causadoras de acidentes de importância médica (sejam eles leves, moderados ou graves); SERPENTES “SIM” – sem importância médica No Brasil, a maioria das famílias de serpentes (7 entre 9 famílias): • Leptotyphlopidae, Typhlopidae, Anomalepididae (que juntas formam o grupo dos “Scolecophidia”, serpentes pequenas e fossoriais); • Boidae (jibóias e sucuris; grandes e constritoras) • Aniliidae (só uma espécie) • Colubridae • Dipsadidae Colubrídeos e Dipsadídeos SERPENTES “DIM” No Brasil, somente DUAS famílias: • Elapidae • Viperidae Elapídeos - Corais-verdadeiras Viperídeos - surucucu, jararacas, cascavel Classificação geral das serpentes quanto à dentição: “glifos” (gr.) = sulco, canal ou “aglifodonte”: dentes sem sulco ou “opistoglifodonte”: dente posterior com sulco ou “proteroglifodonte”: dente anterior com sulco Áglifas ou Aglifodontes = dentes sem sulco Ex.: todos os Scolecophidia (cobras-cegas) Todos os Boidae Ex.: jibóias, sucuris, cobra- arco-íris ou salamanta, cobra-de-veado. Outros exemplos de áglifas: Todos os Colubridae Ex.: Leptophis ahaetulla (cobra-cipó, azulamboia) Píton reticulada (Python reticulatus) Sucuri (Eunectes spp.) Dentição de serpentes constritoras áglifas: pítons e sucuris Opistoglifodonte = dente posterior com sulco Ex.: Philodryas spp. (cobras-cipó, cobras-verdes) Todas na família Dipsadidae !! Phalotris spp. (fura-terra) Dipsas spp. (dormideiras) Oxyrhopus spp. (falsas corais) Proteróglifa ou Proteroglifodonte = dente anterior com sulco NO BRASIL, TODOS OS ELAPIDAE e SOMENTE ELES - SÃO PROTERÓGLIFOS Micurus spp. (corais verdadeiras) Solenoglifodontes = par anterior de dentes móveis, com canal interno (“soleno” : do grego – móvel) Crotalus durissus (cascavéis) Bothrops spp. (Boipevas, bocas-de-sapo, jararacas) Lachesis muta - surucucu, pico-de-jaca (também é da família dos viperídeos e tem dentição solenóglifa) Glândula de Duvernoy Falsas características diagnósticas de serpentes peçonhentas: Cabeça triangular: muitas serpentes triangulam a cabeça, quando perturbadas • Pupila vertical: corais verdadeiras tem pupila elíptica e são peçonhentas. Outras serpentes tem pupila vertical e não inofensivas •Afilamento abrupto da cauda: muitas serpentes achatam o corpo para parecerem maiores, e nas fêmeas a cauda afina abruptamente, uma vez que elas não possuem os hemipenis na base da cauda. Ex.: Xenodon merremi - achatadeira, boipeva (não peçonhenta) •Escamas pequenas na cabeça: serpentes peçonhentas e não peçonhentas potem ter a cabeça coberta por escamas pequenas Epicrates crassus -salamanta Chironius exoletus - cobra-cipó •Padrão de desenho triangular no corpo Xenodon rabdocephalus – não peçonhenta, mas imita o desenho do corpo das jararacas, como muitas outras serpentes inofensivas •Padrão coral: somente três das serpentes brasileiras abaixo são corais verdadeiras.... Muitas serpentes imitam este padrão de colorido DEFESA - MIMETISMO BATESIANO M O D E L O S P E Ç O N H E N T O S M ÍM IC O S N Ã O P E Ç O N H E N T O S • Quantos gêneros? • Quantas espécies? Grande serpentes constritoras Sucuris e jibóias Pitons Pitons: as maiores serpentes do mundo não ocorrem de forma natural no ocidente!! Introduzidas em alguns locais (como na Florida, EUA). Ocasionalmente, podem predar seres humanos. Equivalentes das pitons no ocidente: sucuris ou anacondas, jibóias, etc. (boídeos): Eunectes spp. (anaconda, sucuri-verde, sucuri-boi, etc..) 5/70 Fake stories: sucuris ou anacondas como fonte de informações falsas ou distorcidas ... Fake stories sobre dieta e sobre como matam as presas ... 6/70 (carência de informações sobre como se teletransportam...) Vítima ?? Fake stories sobre o tamanho ... 7/70 Expedição geológica Lamon-Dunn 1944, E Colombia: 11,43m 19 m Eunectes deschauenseei 8/70[mapa modif. de Reed & Rodda 2009. US Geol. Surv. Open File Rep. 1202:1–315] Espécie CT máx M (cm) CT máx F (cm) Eunectes deschauenseei 192 300 Eunectes beniensis 217 330 Eunectes notaeus 370 460* Eunectes murinus 339 521** Eunectes notaeus Eunectes murinus * 54.950 espécimes medidos no Programa Curiyú, ARG **780 espécimes medidos por Jesus Rivas nos Llanos, VEN Distribuição e tamanho conhecidos Eunectes beniensis 9/70 (Fotos: cortesia Daniel De Granville / Photo in Natur) Eventuais registros fidedignos de espécimes com 6- 7m ... “Sometime around 1910, Theodore Roosevelt offered a $1,000 reward to anyone presenting a live snake measuring 30 feet ormore. Over the years the reward has been increased and the Wildlife Conservation Society's offer now stands at $50,000, a reward that to this day remains uncollected.” (Fonte: C. K. Yoon. 1996. Splendor in the Mud: Unraveling the Lives of Anacondas. In www.nytimes.com, archives) A oferta durou até 2002, sem retorno efetivo, tendo sido descontinuada … 10/70
Compartilhar