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NATASHA GABRIELLA AJALA AGUIRRES

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trabalho, assim caso seja detectado, poderá ser invalidado em qualquer uma das 
atividades. Leia antes de começar o trabalho o Manual do Aluno e Manual do plágio 
para compreender todos itens obrigatórios e os critérios utilizados na correção 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande 
2017 
 
 
 
NATASHA GABRIELLA AJALA AGUIRRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SINDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL: CABE 
INDENIZAÇÃO? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande 
2017 
 
 
Cidade 
Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATASHA GABRIELLA AJALA AGUIRRES 
 
A SINDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL: CABE 
INDENIZAÇÃO? 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Centro Universitário Anhanguera de Campo 
Grande, como requisito parcial para a obtenção 
do título de graduado em Direito Civil. 
Orientador: Isa Maria Formaggio Marques 
Guerini. 
 
 
 
NATASHA GABRIELLA AJALA AGUIRRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SINDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL: CABE INDENIZAÇÃO? 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Centro Universitário Anhanguera de Campo 
Grande, como requisito parcial para a obtenção 
do título de graduado em Direito Civil. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Campo Grande, 28 de agosto de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, 
irmãos, ao querido Diego, por toda 
compreensão e apoio nesta jornada, e a 
Deus, o que seria de mim sem a fé que eu 
tenho nele. 
 
 
 
 
 
 
 
AJALA AGUIRRES, Natasha Gabriella. A síndrome da alienação parental: Cabe 
Indenização? 2017. 36. Trabalho de Conclusão de Curso Direito Civil – Centro 
Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo grande, 2017. 
 
RESUMO 
 
A Alienação Parental refere-se ao tratamento realizado por um progenitor ao tentar 
afastar o outro do contato com o filho, por vezes tal afastamento ocorre por 
difamação, ou criação de falsas experiências inseridas no tratamento do dia-a-dia da 
criança que acaba criando transtornos comportamentais, e emocionais devido ao 
distanciamento dos genitores. A Síndrome de Alienação Parental passa a ser o 
conjunto de problemas emocionais, e comportamentais resultantes da criação de 
falsas lembranças sendo questionável o cabimento ou não de indenização ao 
alienado devido ao afastamento do progenitor provocado pelo alienante. O estudo 
dirigido neste projeto mostrara que os conflitos situados nesta área de direito civil 
são comuns, e deseja esclarecer a importância de haver retratação de forma 
pecuniária com o intento de mitigar o sofrimento e dores causados após o 
afastamento dos filhos para com o outro progenitor após o processo de separação 
dos pais, como uma forma de reprimir estas ações. O presente trabalho representa o 
produto de uma pesquisa documental bibliográfica, teórica, existente em livros, e 
considerando a Legislação Vigente, não apresentando estudo de campo. Como 
resultado, constatou-se a importância da comunicação entre os pais, filhos, e a 
necessidade de acompanhamento com profissionais de psicologia durante e após a 
separação. Pode-se considerar que uma das principais contribuições atribuídas ao 
produto do presente trabalho refere-se a demonstração do quão importante é o 
amparo judicial para questões associadas ao Processo de Alienação Parental. 
 
 
Palavras-chave: Síndrome de Alienação Parental; Indenização; Separação 
Conjugal. 
 
 
 
AJALA AGUIRRES, Natasha Gabriella. The Parental Alienation Syndrome: Is It 
Indemnity? 2017. 36. Trabalho de Conclusão de Curso Direito Civil – Centro 
Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo grande, 2017. 
 
ABSTRACT 
 
. 
Parental Alienation refers to treatment performed by a parent trying to pull the other 
contact with the son, sometimes such removal occurs for libel, or creation of false 
experiences included in the treatment of the day-to-day that ends up creating 
disorders behavioral, and emotional due to the distance of the parents. The Parental 
Alienation Syndrome becomes the set of emotional problems, and behavioral 
resulting from the creation of false memories being the place of indemnity to the 
alienated due to the remoteness of the alienating parent. The study addressed in this 
project showed that conflicts situated in the area of civil law are common, and wish to 
clarify the importance of having disavowal of pecuniary form with the intent of 
mitigating the suffering and pain caused after the removal of the children to the other 
parent after parent separation process, as a way to suppress these actions. The 
present work represents the product of a documentary research, theoretical literature 
that exists in books, and considering the current legislation, not showing field study. 
As a result, the importance of communication between the parents, children, and the 
need to follow up with psychology professionals during and after separation. It can be 
considered that one of the main contributions allocated to the product of this work 
refers to the statement of how important is the protection for issues associated with 
the process of Parental alienation. 
 
 
Key-words: Parental Alienation Syndrome; Severance pay; Marital Separation. 
 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7 
1 ALIENAÇÃO PARENTAL: LEGISLAÇÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS ............. 9 
2 A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA E DA GUARDA COMPARTILHADA PARA 
MITIGAR A ALIENAÇÃO PARENTAL ....................................................................... 15 
2.1 VANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA E A EFETIVIDADE DO 
PRINCIPIO DO MELHOR INTERESSE DA 
CRIANÇA................................................................................................................. 19 
3 O DIREITO OU NÃO DE INDENIZAÇÃO DIANTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL 24 
3.1 FORMAS E OUTROS MEIOS DE PUNIÇÃO COMO SANÇÃO AO PRATICANTE 
DE ALIENAÇÃO PARENTAL ...................................................................................... 29 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 31 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 33 
 
 
 
 
 
 
 
7 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho traz em seu contexto a questão da Alienação Parental e a 
ocorrência da Síndrome da Alienação Parental, os problemas da SAP, para o 
alienado o seu cabimento ou não cabimento de indenização. Será realizada a 
abordagem da guarda compartilhada Lei 13.058/2014, como forma de redução da 
alienação parental, levando sempre em consideração o princípio do melhor interesse 
da criança, e do adolescente. Por fim, averiguar-se-á a possibilidade de indenização 
por parte do genitor alienador, considerando a responsabilidade civil, por 
decorrência dos atos de alienação parental. 
O tema tratado visa auxiliar os pais e até mesmo responsáveis com todo 
respaldo na Lei 12.318/2010, coibindo a alienação parental, desta forma, fazendo 
com que o convívio entre o infante e os pais seja de forma igualitária e harmoniosa, 
trazendo toda segurança jurídica necessária. 
A alienação traz problemas tanto para criança, quanto para o progenitor que 
teve sua imagem desonrada ante o filho, que pela má fé do ex-cônjuge faz com que 
os laços familiares se dissolvam. Considerando os problemas decorrentes cabe os 
questionamentos: O que o direito civil nos fala referente à questão da alienação 
parental? É cabível ou não a indenização por parte do alienador ao alienado? Com 
base em tais questões o estudo dirigido neste trabalho, deseja mostrarque estes 
conflitos são comuns, mas é preciso reprimir estas ações, para que exista o convívio 
harmônico entre os pais e filhos independentemente de quem ficou com a guarda do 
infante após a separação. 
Definir o cabimento de indenização ou multa aos pais que causam 
afastamento dos filhos para com o outro progenitor, uma vez que se busca a 
retratação pecuniária como forma de mitigar o sofrimento e dor causados. 
Visando atingir o objetivo principal alguns objetivos específicos são 
requeridos, o primeiro capítulo irá descrever os aspectos relevantes da alienação 
parental e examinar o que diz a Lei 13.318/2010, o segundo capítulo no que tange a 
guarda compartilhada irá mostrar a necessidade de que a criança ou adolescente 
conviva com ambos os pais de forma igualitária, e o terceiro capítulo irá argumentar 
o cabimento ou não cabimento de indenização em casos de alienação parental. 
 
 
 
 
8 
Foi utilizado o formato de pesquisa bibliográfica documental buscando a 
análise e a identificação de formas de tratamento, legislação vigente, problemas 
decorrentes direitos do alienado e obrigações do alienante, bem como o papel do 
progenitor afastado. Trata-se de pesquisa documental, teórica, existente em livros, 
leis, legislação jurisprudencial a respeito do tema, não apresentando estudo de 
campo como produto deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
1. ALIENAÇÃO PARENTAL: LEGISLAÇÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
A questão da separação familiar acaba transmitindo aos envolvidos situações 
emocionais que acabam envolvendo queixas de abandono do seio familiar ou 
situações referentes à conduta dos genitores diante do cuidado junto aos filhos, 
levando as mães a obterem o direito de criar os filhos após o processo de 
separação. O direito materno concebido durante anos diante da questão da 
legislação que atendia à mulher o direito e a obrigação de terem a guarda e o 
cuidado com os filhos, passam a serem revistas e questionadas diante das novas 
considerações a respeito do direito de guarda do filho pós separação. 
Grisard Filho (2009, p. 75) lembra que os genitores, pai e mãe, apresentam 
de forma conjunta e simultânea os sujeitos ativos em relação ao exercício do poder 
familiar, como efeito da paternidade e da maternidade, não sendo tais direitos 
relativos à questão da união estável ou matrimônio. 
Diante da situação referente ao processo de separação conjugal ou mesmo 
emocional, surge a alienação parental como sendo um mecanismo de queixa que 
transporta aos filhos as reclamações deixadas pelos pais que se separam. 
A questão da alienação parental começa a ser discutida com maior ênfase ao 
considerar que a pessoa que detém a guarda acaba se sentindo lesado em relação 
ao ex- cônjuge ao termino da relação e empenha-se em discriminar, e difamar a 
visão que o menor tem do progenitor, passando a contar apenas a sua versão a 
respeito do término da relação e apontando o outro como causador de todos os 
problemas a respeito da composição familiar, implantando na criança ou adolescente 
sintomas pequenos da síndrome que podem ser caracterizados com exames e 
testes psicológicos. 
Velly (2010, p. 62) a respeito da síndrome de alienação parental lembra que 
seus sintomas apresentam-se como um transtorno psicológico que se caracteriza 
por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor, denominado cônjuge alienador, 
transforma a consciência de seus filhos considerando diferentes estratégias de 
atuação, com o objetivo de impedir, obstaculizar ou destruir vínculos com o 
progenitor, denominado cônjuge alienado, sem que possam existir motivos que 
justifique tais condições. 
 
 
 
10 
Ao tratar do comportamento diante da alienação parental, Matias (2010, p. 35) 
discorre as consequências referentes ao resultado de um processo de alienação, 
através de possíveis quadros diagnósticos, dentre os quais: dificuldades 
psicopedagógicas, delinquência, envolvimento com drogas e álcool, agressividade, 
depressão, problemas escolares, atingindo níveis graves como tentativa de suicídio 
como sendo quadros resultantes do processo. 
Em se tratando da questão familiar, Cabral (2010, p. 133) descreve que diante 
das questões sociais atuais, a família passa por importantes e sensíveis evoluções, 
e transformações a respeito das condições estruturais. Dentre as transformações 
dos conceitos familiares, vemos o princípio da igualdade entre os cônjuges que 
extingue o pátrio poder e institui o poder familiar exercido a partir de então pelo casal 
em total relação de igualdade e obrigações além de determinar que a 
responsabilidade da administração do lar torna-se obrigação de ambos. 
O mesmo autor complementa em relação à Constituição Federal que visa 
determinar a isonomia entre os descendentes fazendo invalidar qualquer tipo de 
desigualdade entre irmãos independente de origem, idade ou filiação. 
Cabral (2010, p. 135) ainda apresenta diante das transformações familiares 
que o princípio da afetividade apresenta o fato da família moderna ter o propósito de 
impulsão para a afirmação da dignidade das pessoas de seus componentes, visando 
privilegiar o ambiente para o desenvolvimento da personalidade humana, neste caso 
apoiando a formação do infante ao considerar melhores aspectos sociais e de 
segurança do infante, em busca da felicidade pessoal e não mais como instituição 
merecedora de tutela autônoma, justificada por si não só em caráter de proteção 
humana. 
Ao tratar da Alienação Parental, Gardner (1985, p. 48) diz que, situações 
referentes a formas que condicionem abuso em caráter emocional, provenientes de 
diferentes influências parentais e de contribuições que promovam formas de 
descaracterizar o genitor. Ao tratarmos da Lei 12.318 de agosto de 2010, podemos 
considerar como ato de que evidencie a Alienação Parental formas de interferências 
do tratamento psicológico da criança e do adolescente provocados através da 
influencia direta de um genitor ou mesmo familiares que acabam induzindo um 
comportamento de repulsa ao outro genitor bem como seus familiares. 
 
 
 
11 
A importância da Lei 12.318 de 2010, esta relacionada com o ato de coibir a 
pratica da alienação parental, contudo, por se tratar de uma Lei ainda recente, 
apresenta-se desconhecidos por pais, parentes, e até mesmo operadores de direitos 
e entidades associadas aos direitos familiares da própria criança e adolescente. 
Considerando o pouco conhecimento popular a respeito da Lei, vemos a 
necessidade da implementação de atividades que possam promover a melhor 
estruturação e necessidade da prática da Lei 12.318 de 2010, considerando a 
necessidade da melhor divulgação da Lei diante dos meios de publicidade, 
promovendo ao próprio familiar um melhor conhecimento sobre a necessidade de 
melhor direcionamento de conduta em relação ao comportamento junto aos filhos. 
A respeito da atenção dos efeitos da Alienação Parental o art. 5º da lei nº 
12.318 de 2010, descreve que havendo provas circunstanciais a respeito da 
Síndrome sendo ela espontânea ou incidental, caberá ao juiz a realização da perícia 
psicológica ou biopsicossocial, com a finalidade de identificar problemas 
comportamentais, psicológicos ou sociais em relação ao infante. 
Ao considerar o direito de convivência familiar, Hironaka & Monaco (2009, p. 
75) lembra que a Síndrome de Alienação Parental, tende a ferir a dignidade humana 
podendo também afetar ou influenciar a identidade pessoal da criança, por meio de 
opressão e da violência psíquica. 
A Lei da Alienação Parental descreve como formas exemplificativas do caso, 
após constatação por perícia situações como o ato de dificultar o exercício da 
autoridade parental, dificultar o acesso da criança com o genitor, a omissão de 
informações pessoais relevantes aos cuidados da criança e a apresentação de 
falsas denúncias ao tratar de violência doméstica, sexual, ou maus tratos 
impossibilitandoa convivência com a criança. 
As atitudes consideradas acima são consideradas como crimes, e de tal 
forma passíveis de sanções ao genitor alienante podendo sofrer sanções punitivas 
se por ventura considerar as contatadas irregularidades alienantes em conduta de 
sua criação. Como resultados de penalizações ao alienante a justiça pode 
apresentar a indicação de advertências, multas, incluindo em se tratando do caso da 
perda da guarda e direito do pátrio poder. 
Ao tratar da questão da separação dos genitores, e ao não guardião 
assegurado o direito de visitas, sendo este direito um direito da criança e um dever 
 
 
 
12 
do genitor não guardião, contudo, Matias & Lustosa (2010, p. 42) descreve a 
respeito do assunto que muitas vezes o genitor guardião acaba apresentando 
barreiras ou dificultando o direito de visitas, afastando o filho do genitor não guardião 
promovendo situações características da alienação parental. 
Em caráter Judicial Fonteles (2014, p. 89) apresenta a complementação do 
debate diante do art. 6º da Lei 12.318 de 2010, que visa a regulamentação das 
medidas contra o alienador, bem como o rol do art. 7º da mesma Lei, ao tratar a 
respeito de casos que incidam a alteração da guarda, e complementa em seu art. 9º 
o procedimento de mediação para solução de conflitos e possíveis litígios. 
Ao tratar das medidas judiciais que podem ser adotadas em relação à 
Síndrome de Alienação Parental, Fonseca (2007, p. 122) descreve que o juiz poderá 
determinar certas ações de orientação a família para promoção de atividades de 
terapia familiar quando estivermos tratando de crianças que já iniciam sinais de 
comportamento que evidencie repulsas ao genitor alienado. Em outras 
considerações o juiz pode direcionar a orientação de visitas a partir do 
estabelecimento que vise a necessidade de busca e apreensão. Em outras 
considerações o juiz pode condenar o indivíduo alienante a promover um pagamento 
de multa diária enquanto perdurar a resistência a situações que representem a visita 
ou práticas de alienação. 
A alteração da guarda do menor, e a condenação de prisão considerando os 
níveis de gravidade de casos em que ocorram o processo de alienação parental são 
também situações passiveis de decisão jurídica a partir do nível do grau de 
ocorrência e gravidades da análise de cada caso de alienação parental. 
Mesmo com a identificação e definição da Alienação Parental como crime, 
muitos pais ainda sofrem com pouca contestação de seus direitos, até mesmo pelo 
fato da referida Lei ser pouco conhecida, e acabam sendo prejudicados em relação 
a sua participação familiar em situações que lhe garantam a participação da criação 
e convívio familiar com o filho. Como forma de mitigar a ocorrência e os efeitos da 
Alienação Parental apresenta-se no cunho jurídico a questão da guarda 
compartilhada, visando atenuar o distanciamento familiar, permitindo o direito de 
forma legal de criar e participar de decisões associadas a criação do filho. 
A Lei 11.698 de 2008 estabelece a guarda compartilhada, e neste princípio, a 
guarda compartilhada acaba definindo como direitos e deveres em igual teor e 
 
 
 
13 
responsabilidade considerando despesas e cuidado junto aos filhos por ambos os 
genitores. 
A condição do quadro de direitos e deveres compartilhados de forma 
igualitária através da guarda compartilhada acaba por implicar nas 
responsabilidades de criação incluindo as decisões sobre a rotina da criança, 
escolha de escola, viagens, atividades extracurriculares, práticas desportivas, enfim, 
todas as decisões que envolvam cuidado e responsabilidade de atenção aos trato 
com o infante deve ocorrer de forma conjunta entre os genitores. 
Grisard Filho (2009, p. 39) a respeito da guarda, traz a consideração que a 
mesma deve ser tratada como atributo do poder familiar, e incide no direito dos pais 
garantirem em sua companhia a presença dos filhos, podendo reclamá-los de quem 
ilegalmente os detenha. Diante de tal situação o autor ainda complementa que o 
conceito de poder familiar como um complexo de direitos e deveres relativos aos 
pais, devendo os filhos terem o direito do convívio com os pais e familiares de terem 
a companhia dos mesmos em seu dia-a-dia. 
O mesmo autor ainda complementa: 
Ordinariamente o filho deve permanecer na família e ligado aos pais, 
conforme preconiza o art. 19 do ECA, em unidade de convivência. A guarda 
é, a um tempo, um direito, como o de reter o filho no lar, conservando-o 
junto de si, o de reger sua conduta, o de reclamar de quem ilegalmente o 
detenha, o de proibir-lhe companhias nefastas e de frequentar determinados 
lugares, o de fixar residência e domicílio e, a outro, um dever, como o de 
providenciar pela vida do filho, de velar por sua segurança e saúde e prover 
ao seu futuro. (GRISARD FILHO, 2009, p. 47/48) 
Silva & Fogiatto (2007, p. 25) apresenta a questão de que a guarda 
compartilhada, como podemos evidencia-la sobe a forma de convívio cotidiano 
passa a ser identificado de uma forma mais fácil em relação a sua forma de 
execução, sendo este um fator que possibilite o sofrimento às influências negativas e 
proporciona sua manipulação complementando que através desta consideração que 
os genitores acabem não podendo agir com exclusividade diante da criança, sendo 
este um instrumento de grande importância para caracterizar a alienação parental. 
Ao tratar das responsabilidade civil diante dos filhos e da questão da 
alienação parental, a manutenção financeira tem sido vista como uma forma de 
amenizar o distanciamento e fortalecer a identificação de vínculos. Contudo, a 
manutenção financeira por vezes é estabelecida a partir de princípios jurídicos, 
 
 
 
14 
envolvendo a decisão jurídica o condicionamento da pensão alimentícia. Como 
sendo uma determinação judicial e não apenas identificado pelos pais como um ato 
de sua responsabilidade. 
Sendo visto como uma obrigação de vinculo entre pais e filhos, o recurso da 
pensão alimentícia normalmente é estabelecido a partir do princípio da guarda 
compartilhada. Este procedimento não ameniza a obrigação da participação do 
sustento da criança. A obrigação na garantia do sustento é o bem estar do filho 
previamente estabelecido diante das vias legais. 
Apesar do propósito de que a participação da pensão alimentícia no cuidado 
com o infante e a redução do afastamento do vínculo familiar, percebe-se que a 
inadimplência do pagamento de recursos de pensão alimentícia tem sido utilizado 
como recursos de desculpas que acabam por fortalecer situações referentes a 
alienação parental. 
Rosário (2009, p. 37) descreve a alienação parental como uma prática que 
pode se inserir na estrutura familiar e em crianças e adolescentes, ocorrendo 
quando o filho do casal é manipulado por um dos genitores, de forma que no 
extremo apresente comportamentos de raiva, ou ódio contra o outro genitor, 
configurando uma forma de abuso emocional, podendo causar à criança distúrbios 
psicológicos para o resto da vida. De forma complementar o autor ainda apresenta 
situações referentes a alienação parental como sendo um conjunto de memórias 
falsas ou abuso do poder parental reconhecendo como abuso emocional. Nesse 
sentido não há dúvidas de que o desrespeito aos direitos de personalidade da 
criança. 
O grande problema da alienação parental está associado a falta de diálogo 
entre os pais e a maturidade em aceitar e renunciar fatos que não conseguem 
superar e que afetam, mesmo que de forma inconsciente a formação do indivíduo. 
 
 
 
 
15 
2 A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA E DA GUARDA COMPARTILHADA PARA 
MITIGAR A ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
A família é uma das instituições mais importantes das sociedades, são 
fundamentais para formação do cidadão, os valores são passados de pais para 
filhos em seu modo de criação, mesmo que não saibam quando pequenas 
diferenciar o certo ou errado as criançasobservam e são influenciadas sobre a 
conduta dos pais. 
Ariés (1981, p. 83) descreveu que a família medieval fazia parte de uma 
realidade de costumes morais e sociais, menos sentimental, sendo assim desde 
cedo as crianças eram afastadas de seus genitores, fazendo com que não 
alimentassem sentimentos para com seus pais. 
Na idade média a família cumpria apenas o papel de dar a vida, já os bens o 
nome e sobrenome ela começa receber por volta do século XVI e XVII quando as 
famílias se reunião em casas grandes, e passam a valorizar a convivência entre pais 
e filhos. 
O enfoque da era medieval nos traz a luz às mudanças que ocorreram dentro 
do tempo no que tange a família, como era seu convívio até chegarmos aos dias 
atuais. 
O modo como agem os pais, de que forma criam seus filhos é que formam a 
sociedade em si, a transmissão de valores vai além de conselhos, seu exemplo sua 
postura, a forma de como lhe dar com situações adversas diariamente são 
importantíssimas para formação do caráter do filho. 
Ribeiro (2010, p. 28) discorre que são fundamentais tanto para criança quanto 
para o adolescente as relações familiares, pois irão construir suas vidas pautadas 
nessas relações, pois são os valores e condutas que formam seu caráter, 
transformam seu emocional e corroboram para suas relações futuras. 
Hodiernamente as famílias sofreram diversas mudanças, umas delas são as 
separações conjugais, onde então se fez necessário o surgimento da guarda 
compartilhada para mitigar a alienação parental. 
Com o surgimento da ruptura conjugal os filhos ficavam em segundo plano, 
sendo usados como objetos de disputas entre os pais, movidos por ódio e 
sentimento de vingança para com o outro cônjuge. 
 
 
 
16 
Assim sendo deixou um espaço propicio para que a guarda compartilhada 
adentrasse ao seio familiar com o intuído genuíno de equilibrar os papéis dos pais 
nas formações dos filhos, para atender o principio do melhor interesse da criança. 
Conforme asseverou Eduardo de Oliveira Leite: 
A guarda compartilhada mantém, apesar da ruptura, o exercício em comum 
da autoridade parental e reserva, a cada um dos pais, o direito de participar das 
decisões importantes que se referem à criança independentemente de qual 
residência esteja o menor. (LEITE, 1997, p. 261). 
Para Motta (1996, p. 137) a guarda compartilhada seria então uma solução 
para que igualmente os pais participem da educação e responsabilidade para com 
seus filhos. 
O infante apresenta necessidade de formação moral e civil, precisa ter 
referencias e parâmetros comportamentais e necessitam de uma estruturação, e 
laços familiares para que crie sua história de vida. 
A alienação parental tenta a todo instante sufocar o convívio e extinguir a 
harmonia familiar, ao passo que é dever dos pais conjuntamente atentar-se para o 
que é melhor para o filho, não o pondo como objeto, mas fazendo com que mesmo 
após a separação do casal o filho continue tendo uma família. 
Silva e Fugiatto (2007, p. 48) traz a descrição da guarda compartilhada como 
uma vivencia segura, fácil de ser exercida, e diminui as possibilidades de que a 
criança ou adolescentes sejam influenciados de formas negativas, considerando o 
fato que os genitores não terão exclusividade sobre a prole, amenizando a alienação 
parental. 
Para Maria Helena Diniz, guarda compartilhada “é o instituto que visa prestar 
assistência material, moral e educacional ao menor, regularizando posse de fato” 
(DINIZ, 2002, p.503). 
Madaleno (2004, p. 98) leciona que a guarda esta ligada a uma gestão 
conjunta de autoridade parental, no que tange ao termo os pais também tem 
deveres e responsabilidades quanto à criação do infante, como a escolha da escola 
em que o filho irá estudar lugares que frequentará, que tipos de curso ou a que tipo 
de tratamento médico terá, são essas algumas das decisões que na guarda 
compartilhada são tomadas em conjunto. 
 
 
 
17 
A convivência familiar é um direito prioritário da criança e do adolescente, o 
ordenamento jurídico brasileiro preza pelo exercício do poder familiar em conjunto, 
desta forma não importa o tipo de relacionamento que os pais mantém, se estão 
casados ou não, Dias (2013, p. 41) diz que o rompimento da família não deve de 
modo algum comprometer a convivência igualitária dos filhos com ambos os 
genitores. 
Quando a guarda do filho permanecia com o genitor que não deu causa a 
separação o infante demasiadas vezes era usado como um trunfo, uns dos métodos 
de alienação parental, demonstrar para o filho como o outro foi desonroso ao deixar 
ao abandonar o seio familiar, mesmo que o término da relação fosse motivadamente 
existente, por falta de um convívio sadio por ambas as partes, a única forma que 
fazer com que a criança não quisesse permanecer com o pai ou mãe era 
desonrando sua imagem de forma a causar repulsa. 
Fonseca (2007,) explica que muitas vezes o genitor alienador quer o amor do 
filho só para si, e acha que o ex-cônjuge não é digno do amor do menor. A situação 
mal resolvida ao término da separação gera sequelas p. 28 emocionais. 
Caso houvesse a dissolução da sociedade conjugal, antes do código civil de 
2002, a guarda poderia ser combinada entre os pais, Waldyr Filho (2010, p. 58) 
acrescenta que o genitor que tivesse dado causa ao desquite não poderia ficar com 
a guarda da criança. 
A partir do código civil de 2002 esta norma foi revogada, passando então a 
obter a guarda aquele que tivesse melhor condição para exercê-la. No decorrer do 
tempo há uma maior preocupação com o interesse do menor. Entretanto essa lei 
tratou a guarda compartilhada de forma errônea, sendo alterada então pela nova lei 
da guarda compartilhada. 
A guarda compartilhada que disciplina a Lei 13.058 de 22 de dezembro de 
2014 é um instrumento eficaz para prevenção de atos alienatários, a decisão pelo 
compartilhamento da guarda é fundamental para afastar da vida do menor ato de 
alienação parental. 
Com o advento da Lei 13.058/2014 obteve-se um enorme avanço para as 
relações familiares, uma vez que nenhum dos genitores pode frustrar a convivência 
com o outro sob pena de responder processualmente, porquanto a guarda 
compartilhada tornou-se regra no nosso ordenamento jurídico, antes quem tinha 
 
 
 
18 
convívio e poder sobre o menor era quem por vezes praticava atos de alienação 
parental, desta forma a Lei conseguiu ser eficaz e fazer com que o interesse do 
menor fosse sobreposto ao dos pais. 
Waldyr Filho (2010, p. 61) diz que o empenho em litigar é o que impede a 
possibilidade de dialogo, fazendo com que nenhuma modalidade de guarda esteja 
adequada, ou seja, suficiente. Infelizmente ainda é comum que existam denúncias 
falsas em varas de famílias para tentar impedir que a guarda seja compartilhada. 
No que tange a guarda unilateral ela pode trazer prejuízos à criança e ao pai 
ou mãe que permanecer afastado do filho, uma vez que a guarda unilateral 
conforme o Artigo 1.538 do CC é aquela concedida à apenas um dos genitores, ou 
alguém que substitua, desta forma a criança permanecia privada do convívio com 
ambos, ou até mesmo com irmãos advindos do outro relacionamento, crescendo 
apenas sobre a formação de um dos genitores, não podendo participar de eventos 
familiares, estando privada do convívio e até mesmos outros tipos de contato para 
com o outro genitor. 
No entendimento de Lagrasta (2011, p. 19) a guarda unilateral enfraquece os 
laços dos genitores com seus filhos, podendo o detentor da guarda unilateral praticar 
atos de alienação parental para fazer com que o outro genitor seja excluído do 
convívio com seu filho, deixando então evidente que a melhor forma de evitar atos 
de alienação e a convivência igualitária com ambos os pais. 
Rosa (2014, p. 145) diz que a guarda compartilhada é uma das formas de 
evitar a síndrome da alienação parental, pois supera as limitações da guarda 
unilateral,sobre este aspecto Pereira (2011, p. 34) fala que o ideal é que ambos os 
pais se esforcem para que a guarda de certo, pois por vezes o distanciamento dos 
ex-cônjuges são propensos a desenvolver alienação parental mesmo em caso da 
guarda compartilhada. 
Guarda e convivência são coisas distintas, a guarda é o modo como é 
administrado o interesse do menor, a convivência é o tempo com cada um dos pais, 
onde consegue viver em harmonia criando cada vez mais laços afetivos, 
corroborando para criação do desenvolvimento moral, social, intelectual, e modo 
como interage em sociedade, uma vez que são inúmeros os aspectos passados de 
pais para filhos, não somente em origem genética, mas aquilo que é aprendido 
diariamente com o convívio. 
 
 
 
19 
Dias (2009, p. 65) critica o atributo do poder familiar, pois a missão 
constitucional também deve estar pautada no dever de dar amor e afeto, não se 
limitando somente ao estado patrimonial do progenitor. Neste contexto Teixeira 
(2005, p. 73) diz que a autoridade parental tem função de construtor da autonomia 
dos filhos, cabendo a eles educá-lo, conforme o principio da paternidade e 
maternidade responsável, por serem pessoas que estão ainda em desenvolvimento, 
desta forma necessitam de prioridade absoluta. 
Grisard Filho (2009, p. 62) escreve que os filhos devem crescer ligados aos 
pais, atendendo ao artigo 19 do ECA sendo o detentor do filho conserva-o junto a si, 
preservando-o de más companhias, tendo uma residência fixa, providenciando sua 
subsistência, o dever de zelar por sua segurança bem como sua saúde, dando 
estrutura total para que ele tenha um futuro. 
Complementa a relação da guarda compartilhada o direito de visita, pois não 
é um direito assegurado apenas aos pais, mas também a identificação do direito dos 
filhos para com os progenitores, pois da integração ao convívio familiar afetivo, Dias 
(2009, p. 67) complementa que se faz necessário estabelecer formas de 
convivência, há um reforço que ameniza a situação de desconforto paternal ou 
maternal que promove um melhor desenvolvimento do filho. 
Abrahão (2007, p. 41) destaca aspectos fundamentais para existência da 
guarda compartilhada, como o auxilio conjunto dos pais em educação e 
desenvolvimento de sua prole, afastando a síndrome da alienação parental que é 
frequente em casos de guarda unilateral, o compartilhamento dos direitos e deveres 
dos pais sobre os filhos de forma igualitária, participação de ambos em decisões 
referentes a interesses do menor, evitam dissimulações provindas muitas vezes do 
instituto materno como forma de alienar o menor contra o outro progenitor, 
garantindo desta forma ser a guarda compartilhada o melhor modo de seguir o 
ordenamento jurídico garantindo o principio do melhor interesse da criança e do 
adolescente. 
 
 
2.1 VANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA E A EFETIVIDADE DO 
PRINCIPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA 
 
 
 
 
20 
Toda criança precisa e merece um lar harmonioso, que tenha segurança, 
tranquilidade, que lhe transmita paz, a criança observa sua volta e percebem os 
sentimentos pairados no ambiente como a tristeza, angústia ansiedade, alegria, 
afeto, amor. Tudo aquilo que é transmitido dentro de suas residências. 
O artigo 227 da Constituição Federal determina que para a criança e ao 
adolescente é assegurada o direito a vida e proteção que deve ser promovida pela 
sociedade e do Estado e principalmente da família. Dentre os direitos estabelecidos 
pela Constituição, podemos destacar questões relativas à educação, saúde, lazer, 
profissionalização e cultura. Esta garantia de atenção e segurança da criança diante 
de seus direitos acabam ressaltando os direitos a dignidade, o respeito e a liberdade 
a convivência familiar e comunitária, valendo ressaltar a necessidade de proteger a 
criança e o adolescentes de formas de negligência, situações discriminatórias, que 
caracterizem exploração, ou promovam atos de violência, crueldade e opressão. 
Através do advento da Lei 11.698/2008 que trata da guarda compartilhada 
efetivou essa modalidade de guarda como regra após a separação de casais, o 
artigo 1.584 inciso 2°, Código Civil de 2002, onde verifica- se esta aplicação como a 
mais vantajosa e por respeitar os direitos fundamentais envolvidos, em consoante 
com o artigo 227 da Constituição Federal. 
A doutrina definiu a guarda compartilhada sendo possível que ambos os pais 
dividam as responsabilidades e tomadas de decisões sobre o interesse do menor de 
forma igualitária. 
Uma das maiores vantagens da guarda compartilhada é a convivência do 
menor com seus progenitores, sem que isso prejudique seu desenvolvimento, e 
fazendo com que ele mantenha contato e afeto com ambos. 
O cotidiano com a guarda compartilhada e com a cooperação dos pais trás 
consequências relevantes ao desenvolvimento do menor, pois num contexto geral é 
notório que a guarda unilateral pode ser prejudicial, por manter o menor sobre a 
guarda de apenas um dos genitores, que consequentemente traz muitas discussões 
e um ambiente avassalador e inapropriado para que este seja criado. 
Outra vantagem que pode ser constatada é o fato do infante não ter que optar 
por um dos genitores, o que faz com que haja desafetos ainda maiores e alienações, 
gera desgastes emocionais, o pai que não convive com o filho consequentemente 
acaba de afastando. 
 
 
 
21 
Sendo assim, os pais são mais dispostos a cooperar com deveres 
assistenciais, que diminui a carga do progenitor que não é o guardião, o que acaba 
trazendo para o seio familiar uma consideração e até mesmo um contato melhor e 
mais saudável para com o ex-cônjuge. 
Cada caso é um caso particular e deve ser tratado meticulosamente, devendo 
ser analisado com um critério rigoroso, regularizando a situação dos pais, pois a 
guarda compartilhada não será adequada a um caso em que um dos genitores 
apresente distúrbios de vícios, pois estes podem colocar em risco o bem a maior que 
é a vida do menor. 
Penha (2014, p. 245) descreve que crianças que convivem com pais que 
usam álcool ou drogas podem ter um comportamento agressivo, dificuldade de 
aprendizado e pouca interação social, tem um distúrbio de comportamento, e é 
bastante comum que sejam menores infratores. Desta forma é dever do estado 
cuidar para que o infante vá morar em um lar saudável e longe dos males que estes 
vícios podem trazer. 
Nogueira e Noronha (2015, p. 26) afirmam que há possibilidades de revisão 
do regime da guarda compartilhada, mesmo com todos os benefícios advindos deste 
regime de guarda, este poderá ser alterado por um juiz caso comprovado 
descumprimento das clausulas da guarda compartilhada, ou má conduta dos pais. 
É importante na guarda compartilhada determinar os dias em que a criança 
irá permanecer na casa do pai ou mãe, quem o levará a escola, definir como é o dia-
a-dia, ter uma conversa amigável para tratar de assuntos inerentes aos interesses 
da prole se faz fundamental, ter uma rotina, criar regras, e dar limites caberá a 
ambos os pais. Os pais devem transmitir segurança à criança. 
Sabe-se que a criança terá a oportunidade de ter dois quartos, jogos e 
brinquedos em sua outra casa, mas sempre terá um espaço próprio, e isso não deve 
ser usado como objeto de disputa , afinal o que sempre valera é o interesse e bem 
estar do menor. 
Respeitar o tempo de convívio com o outro progenitor é importante, para que 
a criança tenha uma convivência agradável e não venha se sentir como objeto do 
qual os dois podem brigar, respeitar o tempo da criança para que ela possa sentir 
que na casa que estive seja paternal ou maternal será seu lar. 
 
 
 
22 
De acordo com o principio do melhor interesse do menor disposto no artigo 
227 da Constituição Federal, é dever do estado e da sociedade assegurar a criança 
e ao adolescente a convivência familiar, o que lhes garante o seu pleno 
desenvolvimento e suatransformação como cidadão, este artigo alinhado ao 
principio constitucional da dignidade da pessoa humana, caracterizando ainda mais 
a necessidade dos cuidados com os menores, colocando-os com igualdade perante 
os maiores de 18 anos. 
Desta forma, crianças e adolescentes são reconhecidos como seres titulares 
de direitos plenos e específicos, por terem mais vulnerabilidade e, são participes dos 
direitos fundamentais que foram outorgados a todos na Constituição Federal. 
A doutrina da proteção integral é dividida em três partes: a criança adquire 
então condição de sujeito de direitos, é reconhecida a infância como faze principal 
do desenvolvimento do menor, e passam a serem tratados como prioridades 
absoltas esta parcela da população sendo regidos por princípios constitucionais. 
Para Gama (2008, p. 17) o principio do melhor interesse da criança muda o 
eixo das relações familiares, onde a criança deixa de ser objeto de disputa como 
troféu, para ser tratado com absoluta prioridade comparativamente a outros 
membros familiares. 
Independentes de quais questões sejam levadas ao STJ seja por disputa de 
guarda, processos de adoções, ou até mesmo expulsão de estrangeiros que tem 
filhos brasileiros, tem prevalecido no ordenamento jurídico o melhor interesse da 
criança. 
Não há nenhuma prevalência de interesse de uma ou de outra parte, não 
podendo existir intenções egoístas, ou meros caprichos dos pais, os filhos devem 
poder usufruir tanto da família materna quanto paterna, pois o exercício de guarda 
sobrepõe-se ao principio do melhor interesse da criança e do adolescente. 
Em linhas gerais podemos descrever a importância e o papel da família na 
formação e acompanhamento da criança diante da orientação da criança frente a 
questões éticas, disciplinares e morais, questões estas necessárias para o convívio 
em sociedade. 
A presença da família diante desta condição representa um importante papel 
na formação de conduta, alinhamento de atitudes e formação de conceitos morais, 
conceitos estes que estão atrelados e associados a história da família do infante, e 
 
 
 
23 
consequentemente reforçam sua identidade diante da condição de preparo para 
situações que necessitem de orientação e respostas sobre religião, moral, educação, 
ética e valores. 
O conjunto de valores acrescidos e direcionados a partir do contato e 
formação familiar estão também relacionados a questões religiosas, onde a 
orientação religiosa direcionada pela família complementa a condição da construção 
ética e moral da criança. 
A separação da criança obtida por um dos genitores distanciando esta do 
convívio do seio familiar de parte de sua família tende a representar a separação de 
sua história, e pode impactar diretamente em situações que visem representar 
posicionamentos em questões que lidem com atitudes e conceitos morais. 
O rompimento do convívio familiar diante de tais necessidades de formação 
do quadro de valores da criança tende também propiciar repostas comportamentais 
de caráter negativo como, por exemplo, tendência da criança em utilizar álcool e 
drogas, agressividade, e revolta social diante do próprio quadro familiar. 
A resposta comportamental da criança em relação à agressividade, violência 
social e doméstica, e tendência a utilização de álcool e drogas, podem por vezes 
representar reflexo. 
 
 
 
24 
3. O DIREITO OU NÃO DE INDENIZAÇÃO DIANTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
A alienação parental se caracteriza por uma campanha para desmoralizar o 
ex-cônjuge ante sua prole, geralmente praticada por mulheres, pois são as 
detentoras da guarda em sua maioria, torturando psicologicamente o filho, 
menosprezando o outro progenitor com o intento que o infante passe a lhe odiar, 
desta forma afastando-se ou não podendo ter nenhum tipo de convívio. 
Após a separação o que surge são os sentimentos de vingança, surtos de 
raiva, e uma vontade de fazer com que o outro não possa conviver igualmente com 
sua prole, usando o filho do casal como uma forma de retaliação, demonstrando que 
afastando o filho do progenitor o outro seria infeliz. 
Conforme Eduardo de Oliveira Leite, ao destacar uma tragédia Medeia de 
Eurípides, na qual a mãe mata os seus filhos por causa da traição de seu cônjuge, 
que pode ser aplicável atualmente “A mesma ira de revanchismo de Medeia podem 
ser encontrados (até com maior intensidade, dependendo do grau de investimento 
na relação amorosa) (LEITE, 2015, p.39). 
Nenhuma família nasce com a intenção de ser dissolvida, é natural que se 
perpetue e continuem os laços, a entidade familiar não consiste apenas na figura 
dos progenitores, fazem parte dela os filhos que podem ser naturais de adoção, ou 
advindo de uma relação extraconjugal, mas deve ser levado em conta que é um 
dever respeitar o direito de liberdades e garantias individuais ao passo que tomam a 
decisão da separação. 
O que inúmeros casais não percebem, é que as lacunas por ausência de 
convívio ficam cada vez maiores, não é somente o sentimento de saudades que a 
criança tem, mas máculas que podem passar a serem irreversíveis como transtornos 
psicológicos para vida toda. 
Neste contexto Figueiredo e Alexandridis (2011, p. 278) explicam que a 
criança e o adolescente estão em fase de formação, e buscam um parâmetro na 
família que acaba de ser dissolvida, devendo então aos pais se atentar ao principio 
do melhor interesse da criança e do adolescente para a fixação da guarda. 
Assim foi mencionado “a separação dos cônjuges (separação de corpus, 
separação judicial ou divorcio) não pode significar separação de pais e filhos, em 
 
 
 
25 
outras palavras separam-se os pais, mas não estes em relação aos seus filhos 
menores de 18 anos.” salienta Lobô (2009, p.168). 
A grande diferença entre a alienação parental e a síndrome da alienação 
parental é que a primeira é um método de desmoralizar o progenitor ante o filho para 
que não venham conviver, a outra é quando surgem na criança problemas de 
comportamento e até mesmo desordem psicológicas provenientes do afastamento 
do infante para com o pai ou mãe alienado. 
Conforme pondera Dias: 
Muita vezes, quando da ruptura da vida conjugal, um dos cônjuges não 
consegue elaborar adequadamente o luto da separação e o sentimento de 
rejeição, de traição, faz surgir um desejo de vingança: desencadeia um 
processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro. 
Nada mais do que uma “lavagem cerebral” feita pelo genitor alienador no 
filho, de modo a denegrir a imagem do outro genitor, narrando 
maliciosamente fatos que não ocorreram ou que não aconteceram conforme 
descrição dada pelo alienador. (DIAS, 2009, p. 418) 
O alienador se coloca sempre no papel de vitima, como se o outro merecesse 
sofrer por ter dado causa a separação, não tem empatia e não enxerga o sofrimento 
do menor que esta sobre seus cuidados, utiliza de todos os recursos judiciais que 
possui ou que possa usufruir para que o outro seja prejudicado, mesmo que isto vá 
interferir em sua vida pessoal. 
 Discutir a responsabilidade civil é fundamental, uma vez que há necessidade 
de reparar o dano causado as vitimas da alienação parental, partindo da premissa 
que aquele que viola o dever jurídico através de um ato ilícito deve repará-lo, a 
reparação do dano é o que põe fim ao litígio. 
Destaca-se o entendimento de Patricio Jorge Lobo Vieira: 
No sistema jurídico, configurada e percebida a alienação parental, é 
necessária a responsabilização do alienador (...). Além disso, é possível a 
reparação do dano moral sofrido pelo não guardião (Constituição Federal, 
art. 5º). A cumulação de dano material e moral quando advindos do mesmo 
fato é entendimento firmado por nosso Tribunal Superior (Súmula nº 37 do 
STJ) (VIEIRA, 2013 p. 106). 
A responsabilidade civil é parte do direito obrigacional, após transgredir uma 
obrigação surge à reparação dos danos, “cuja violaçãoacarreta um dever jurídico 
sucessivo ou secundário, que é de indenizar o prejuízo.” (VENOSA, 2006, p. 2). 
Os atos ilícitos são aqueles que causam dano ou prejuízo a alguém, de 
acordo com o artigo 186 do Código Civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
 
 
26 
No que tange a alienação parental sofrida, fica caracterizado o dano por 
tratar-se de ofensas, mentiras, injurias e falsas acusações que causam um profundo 
ataque a dignidade das pessoas, desonrando o outro progenitor, na tentativa 
infrutífera de minar o convívio com o menor. 
Conforme Gonçalves (2008, p. 26) dano é a diminuição de patrimônio, outros 
autores definem bem jurídicos como sendo não somente patrimônio, mas também a 
saúdem honra e outros bens suscetíveis de proteção legal, sendo assim, não são 
apenas bens jurídicos aqueles que podem- se agregar valor pecuniário, mas existem 
bens que carecem de tutela por terem valor inestimável. 
A campanha de desmoralização contra o ex-cônjuge atinge a honra, a 
dignidade e fere princípios constitucionais, pois conforme o artigo 5° inciso V da 
Constituição Federal é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, 
bem como indenização por dano moral, material ou a imagem, como é o caso do 
progenitor alienado. 
Desta forma é cabível indenização moral ao pai ou mãe alienado, por não 
poder conviver com o filho, e por danos causados a sua imagem ante sua prole, 
configurando igualmente direito ao filho de perceber a indenização, por 
injustificadamente ter seus laços afetivos rompidos por mero egoísmo e pelo desejo 
de vingança do detentor da guarda usando o filho como objeto de disputa e 
dissimulações para causar sofrimento no ex-cônjuge pela ruptura familiar. 
É analisado o caso que gera o dever de indenizar, interessa identificar se a 
conduta praticada gera dano, assim só comete ato ilícito quem viola ou causa dano. 
(BRASIL, CC, 2014, p.159). 
No caso da alienação a conduta pode ser culposa ou dolosa, sendo 
configurado o ato de alienação parental com o fato do pai ou mãe prejudicar o 
relacionamento familiar do filho, afastando as possibilidades de convivência, criando 
dificuldades para o exercício da maternidade ou paternidade. 
De acordo com Freitas (2012, p. 244) no que diz respeito a pratica da 
alienação parental o dano tornasse indenizável pela conduta alienadora, por ser este 
o gerador do dano moral, configurando pratica ilícita pelo ordenamento jurídico 
brasileiro. 
Desta forma a privação do exercício materno ou paterno, criando barreiras 
para que não haja nenhum tipo de contato do infante com o progenitor, ou que 
 
 
 
27 
dificulte o convívio sobre o regime de guarda compartilhada projetando uma imagem 
deturpada do ex-cônjuge para que o infante se afaste ou não queira ter um vinculo 
afetivo dá o direito ao progenitor afetado de pleitear reparação de danos sofridos. 
A responsabilidade civil no caso da alienação parental visa proteger os 
direitos dos filhos menores e do progenitor alienado, resguardando o direito de 
convívio com os filhos ainda após a dissolução da entidade familiar com o ex- 
cônjuge. 
O alienador pode ser o ex-cônjuge, avós ou qualquer que seja detentor da 
guarda do infante, e por não aceitar a separação e não querer que a criança também 
tenha laços emocionais cria mecanismos diversos para que o filho não possa visitar 
nem mesmo conviver com o seu progenitor ou até mesmo que possa ter vínculos 
afetivos com seus parentes paternos ou maternos. 
 Rossato (2011, p. 157) ressalta que há necessidade da convivência familiar 
da criança e adolescente com seus pais, pois este tem o condão de ampará-los 
emocionalmente e cabe a eles estruturar sua personalidade. 
O progenitor alienado tem o dever de procurar meios de cessar a alienação, 
pleitear indenização em favor, pois não é possível medir o sofrimento que o 
alienador lhe causou, o tempo em que não pode estar com sua prole e os 
sentimentos ruins provocados no infante por conta da alienação sofrida. 
Assim sendo, desde o advento da Lei supracitada o intento em mitigar ou 
extinguir a alienação parental tem corroborado para o convívio harmônico e 
igualitário do infante com ambos os pais, uma vez que alienador pode responder civil 
ou criminalmente dependendo do caso e da gravidade da alienação, pode ter uma 
multa estipulada e poderá ter sua autoridade parental suspensa. 
O artigo 5° inciso X, da Constituição Federal garante indenização caso haja 
violação a honra, a imagem das pessoas e a sua vida privada, como é o caso da 
alienação parental, já que passa existe com o intento do ex-cônjuge em afastar sua 
prole daquele que julga não ser merecedor do convívio com o filho. 
O dano moral como conceituou Rui Stoco: 
O chamado dano moral corresponde à ofensa causada à pessoa à parte 
subjecti, ou seja, atingindo bens e valores de ordem interna ou anímica, como a 
honra, a imagem, o bom nome, a intimidade, a privacidade, enfim, todos os atributos 
da personalidade.(STOCO, 2011, p.93 e 94). 
 
 
 
28 
Conforme Cavaliere Filho (2010, p. 82) o grande vilão da responsabilidade 
civil é o dano, não há ressarcimento ou indenização sem a presença do dano, desta 
forma o progenitor alienado tem a garantia de indenização, por ter tido sua imagem 
violada, sua presença rejeitada pelo infante após sofrer alienação parental, e por ter 
tido seu laço afetivo rompido por um tempo indeterminado. 
Então o dever de indenizar cabe aos pais que deixam de cumprir seus 
deveres, com o objetivo de resguardar para que as condutas de alienação parental 
sejam extintas, à custa da diminuição do patrimônio do lesionador, que proporciona 
à vítima uma satisfação compensatória, “essa compensação econômica consistia, na 
realidade, em uma penalidade cujo fim primordial era o de coibir os abusos de 
violência e reprimir o sentimento de vingança” (REIS, 1998, p.10 e 11). 
A ação de reparação de danos é de responsabilidade civil devendo ser 
proposta na vara de família, por iniciativa do Ministério Púbico, por iniciativa do 
alienado ou de oficio pelo juiz desde que haja fundamentos e esteja diante de casos 
que sejam considerados como alienação parental. 
 Ressaltam Figueiredo e Alexandridis que “a relação afetiva entre pais e filhos 
deve ser preservada [...] tendo como principais alicerces os laços de afetividade, de 
respeito, de considerações mútuas”. (2011, p. 43). 
No que tange ao dano moral, Gonçalves (2015, p. 51) descreve que é o dano 
que traz a vitima dor, indiferença, mal estar, lesa sua honra e sua imagem, em 
decorrência da transgressão sofrida. 
Madaleno (2011, p. 35) explana que em decorrência do sofrimento de uma 
ofensa, fica marcas interiores ou exteriores, que lesam o bem estar do ofendido, o 
que resulta no dano moral. 
O que fere a essência do ofendido é um dano que não pode ser mensurado 
de forma pecuniária, pois trazem prejuízos inenarráveis a saúde e bem estar da 
vitima, segundo Cavaliere Filho (2014, p. 92) mesmo em relações familiares há 
possibilidade de sobre diversas circunstancias ensejar indenização por dano moral. 
O desenvolvimento dos filhos, e a preservação da afetividade maternal e 
paternal são os bens tutelados pela Lei 12.318/2010. Os fatos tem o poder de provar 
os danos causados ao genitor alienado, como a violência psicológica do infante e o 
afastamento do pai ou mãe na vida da prole em decorrência da alienação parental 
sofrida. 
 
 
 
29 
Qualquer ato que esteja contrario ao que diz a Lei 12.318/10, desde que 
venha ser conhecido por pericia técnica ou declarado de oficio pelo juiz através do 
conhecimento e entendimento dos fatos, decorre o dever de indenizar o progenitor 
alienado, em vista do dano moral ocorrido, levando em conta que não poderá rever a 
infância do seu filhoe que a presença dos pais é relevante para a criação do caráter 
e de outros valores que necessariamente são transmitidos a partir da criação dos 
pais. 
Assim sendo, o pai ou mãe que perde o laço afetivo em decorrência da 
alienação parental pode pleitear seu direito de indenização por dano moral, e sabe-
se que indubitavelmente teve sua imagem denegrida ante sua prole, o que acarreta 
em um afastamento e uma desqualificação como pai ou mãe, causando sentimento 
de desprezo no menor. 
Quando preenchidos os requisitos é cabível indenização por danos morais no 
caso da alienação parental, surgindo a possibilidade de que o alienante seja 
responsabilizado pelo fato ilícito cometido. 
 
 
3.1 FORMAS E OUTROS MEIOS DE PUNIÇÃO COMO SANÇÃO AO PRATICANTE 
DE ALIENAÇÃO PARENTAL 
Conforme o artigo 6° da Lei 12.318/10 vejamos: 
Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que 
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação 
autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem 
prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla 
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus 
efeitos, segundo a gravidade do caso. 
 
As medidas impostas no rol do artigo 6° da Lei supracitada são colocadas 
para que atendam o principio do melhor interesse da criança e do adolescente, 
sendo propostas medidas como advertências ao alienador, sanções que podem 
haver em caso de continuidade da pratica da alienação ou ainda a suspensão do 
poder do guardião, conforme o inciso VII, do referido artigo. 
Caso o progenitor alienador venha forçar um impedimento de convívio do 
menor para com o outro genitor, será feito conforme o inciso II do artigo 6°, 
reparando o distanciamento do menor para com o genitor que esta sendo alienado, 
mitigando o distanciamento entre ambos. 
 
 
 
30 
A multa descrita no inciso III do artigo 6° tem natureza jurídica inibitória, tem 
como objetivo prevenir e coibir o ato praticado, as multas coercitivas também fazem 
parte do estatuto da criança e do adolescente Lei 8.069/1990, no que tange a 
infrações administrativas que conforme seu artigo 249 trata dos deveres familiar, 
onde a sanção civil é de três a 20 salários como referencia, aplicando-se em dobro 
caso haja reincidência. 
No caso da multa referente à alienação parental não há valor estipulado, mas 
deve ser levado em conta o principio do enriquecimento ilícito, e caso o valor venha 
ser insignificante ele servira como estimulo a continuidade da pratica da alienação. 
No que se refere a proporcionalidade Steinmetz (2001, p. 08) descreve como 
sendo um meio proporcional não excessivo e que deva ter uma relação adequada 
racional e proporcional ao dano causado. 
O valor da indenização deve levar em conta as condições econômicas do 
alienador, visando atender o principio da razoabilidade. 
O atendimento psicológico e biopsicossocial são importantíssimos, nos casos 
em que existam ódio, sentimentos de vingança por parte do progenitor alienador, e 
assim se faz necessária a adoção de medidas atendendo ao disposto do inciso IV, 
do artigo 6° da Lei 12.318/10. 
Atendendo aos artigos V e VI, no que se refere a alteração de guarda 
unilateral para compartilhada, são os meios adotados quando já não esta sendo 
possível a convivência igualitária de ambos com o filho. 
O inciso VII é o mais extremo, que é a perca da suspensão da autoridade 
parental, pois se da quando os genitores abusam da autoridade que a eles é dada, 
por se acharem no direito de terem a presença do filho apenas para si. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Direito previsto da criança em poder ser atendida diante de suas 
necessidades por aqueles que têm a obrigação de lhe atender diante de suas 
necessidades referentes à promoção da saúde, educação, incentivos e inserção a 
cultura, religião, promovendo-lhe uma identidade moral e ética, estão relacionadas 
com o poder de influência que a família em destaque os país exercem diante da 
formação social do filho. 
A formação da família moderna, tem apresentado situações onde o matrimônio 
ou mesmo a união conjugal estabelecida e firmada principalmente pela existência de 
filhos perante o casal, não justifica uma forma específica de união que garanta a 
criança um crescimento com a presença de ambos genitores unidos para toda a 
vida. 
A composição familiar apresenta situações onde os casais ao longo do tempo, 
acabam se separando por diversas razões, estabelecendo uma característica 
diferenciada diante da família moderna, neste aspecto, podemos dizer que o 
estabelecimento da família moderna prevê uma nova união entre os genitores, e os 
fatores que levaram a separação entre os pais da criança no primeiro momento, 
acabam criando dimensões variadas que se tornam justificativas torpes usadas para 
estabelecerem critérios de repulsa de um dos pais diante do outro, neste aspecto, 
como uma forma de vingança ou mesmo de proteção excessiva, o genitor a que 
acaba obtendo um maior tempo de guarda junto ao filho do casal, estabelece 
situações que promovam uma indução comportamental de repulsa, negação, ou 
mesmo violência junto ao genitor. 
O afastamento de um dos pais diante de suas responsabilidades frente ao 
cuidado do filho, acaba por estabelecer situações que levam a sintomas que 
estabelecem o que chamamos de síndrome de Alienação Parental. 
Apesar da Alienação parental estar relacionada com o comportamento de 
afastamento de um genitor de outro, o comportamento alienador não se prende 
somente a figura genitora, mas estabelece situações de afastamento do vínculo 
familiar como um todo, pois uma vez ocorrida a alienação, não só o genitor passa a 
receber um comportamento de repulsa pelo filho, mas sua família também. 
 
 
 
32 
 O afastamento do vínculo familiar pode evidenciar situações que influenciem 
diretamente na constituição da identidade da criança diante de considerações como 
valores sociais, culturais e sociais. 
 A composição de um comportamento repulsivo, criado conscientemente por 
um alienador, esta previsto na legislação brasileira através da inclusão da Lei 
12.318/10 que tende a promover formas legais de amparar o genitor vitima do 
processo de alienação a obter seus direitos de convívio harmônico e produtivo junto 
ao seu filho. 
 Caso situações alienadoras estejam ocorrendo de forma clara e consistente 
promovendo o sentimento de repulsa, o genitor vítima de alienação, pode solicitar 
apoio jurídico para garantir-lhe o direito de visitas, convívio, e dependendo da 
avaliação do juiz, o direito de guarda promovido pela necessidade de reafirmação do 
convívio harmônico junto a seus filhos. 
 Dentre as formas ainda de punição ao agente alienador, podemos lembrar 
que o genitor em questão pode ser condenado a pagamento de multas 
indenizatórias, lembrando que este item foi o ponto de discussão em destaque do 
presente trabalho, onde o pagamento de indenização passa a ser estabelecido como 
forma de punição ao agressor e forma de promover uma penalidade em forma 
educativa mediante o pagamento indenizatório, o ponto chave em questão é para 
quem vai o pagamento da indenização, haja visto, que genitor alienado e criança 
alienada, são vítimas do próprio agente alienador, contudo a quem a separação 
tornou mais dolorosa, promovendo sentimentos de repulsa, culpa, e violência? 
 Neste aspecto podemos dizer que ambas as vitimas tem direito a receberem 
formas de recursos no aspecto indenizatório, como medida não de compensação 
pelo tempo perdido entre o período de relacionamento do casal, mas como forma de 
medida corretiva e educativa do agente alienador e de certo modo punitiva por ter 
promovido o afastamento de um pai/mãe de seu filho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
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