HISTÓRIA DA AMERICA COLONIAL - PROVA N2 - FMU

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NOTA 7,0
Questão 1
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“Não somos índios nem europeus, mas uma espécie intermediária entre os legítimos proprietários do continente e os usurpadores espanhóis: em suma, sendo americanos por nascimento e nossos direitos os da Europa, temos de disputar estes aos do país e mantermo-nos nele contra a invasão dos invasores — encontramo-nos, assim, na situação mais extraordinária e complicada”.
BOLÍVAR, S. Carta de Jamaica, Colección Unidad Nuestra americana, Venezuela, 2015. p. 17. [traduzido do espanhol].
Bolívar foi um personagem central da Independência da América Espanhola. Entretanto, em sua citação ele reafirma uma identidade presente desde a organização da sociedade do século XVI.
Sobre os criollos, pode-se afirmar que esse grupo era composto por:
a.
.mestiços filhos de africanos e indígenas, que ocupavam posições periféricas durante o sistema colonial.
b.
espanhóis que se colocaram contra a colonização da América, tornando-se os primeiros libertadores da América.
c.
uma geração de colonizadores nascida na América e que lideraram o processo de independência desse continente.
d.
uma elite política colonial formada por espanhóis e americanos.
e.
escravos libertos que ocuparam funções administrativas para a Coroa Espanhola.
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Questão 2
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“Este é o começo das coisas aqui no Quiche. Aqui vamos escrever e começar com as histórias antigas, o começo e o começo de tudo o que foi feito na cidade de Quichées. e daqui tiraremos, a ocultação e o esclarecimento, pelo formador e criador mãe e pai, chamados Hunahpu-vuch, Unahpu-uhú, Zaquinimatzyz, Tepeu, Cucumatz, Vguxcho, Vguxpaló (nomes ou atributos que significam: atirador de tacuasina, atirador de coiotes, branco, Senhor, cobra forte, coração da lagoa, coração do mar da cagete verde e jiçara verde)”.
SCHERZER, K. El principio de las antiguas historias aquí en el Quiché. Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2010. Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/las-historias-del-origen-de-los-indios-de-esta-provincia-de-guatemala/html/5012d484-a412-11e1-b1fb-00163ebf5e63_23.html.
Acesso em: 15 fev. 2020.
O “Popol Vuh” é um relato sobre a cultura maia escrita pelo frei espanhol Francisco Ximenez, em meados do século XVII. O documento é ainda hoje um dos poucos existentes que nos ajudam a compreender a complexa sociedade maia.
Nesse sentido, assinale a alternativa correta a seguir.
a.
O termo maia é usado para se referir a um conjunto de práticas culturais partilhadas por  comunidades espalhadas pela região da Mesoamérica.
b.
A cultura maia apresenta características semelhantes às astecas, já que é fruto do processo de aculturação empreendido por esse povo.
c.
Por conta das rivalidades nativas, os maias se aliaram desde o início aos espanhóis no processo de conquista da América.
d.
Os maias constituíram uma importante civilização centralizada até serem dominados pelos astecas.
e.
A cultura maia exerceu influência significativa em povos da Mesoamérica, nos Andes e no atual Brasil.
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Questão 3
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Leia o trecho a seguir.
“O hábito à obediência, um comércio de interesses, de luzes, de religião, uma recíproca benevolência, uma terna atenção pelo berço e pela glória de nosso país, enfim, tudo o que formava nossa esperança, nos vinha de Espanha. Daqui nascia um princípio de adesão que parecia eterno apesar de a conduta de nossos dominadores afrouxar esta simpatia, ou melhor dizendo, este apego forçado pelo império da dominação. Presentemente ocorre o contrário: a morte, a desonra, tudo quanto é nocivo nos ameaça e tememos, tudo sofremos desta desnaturalizada madrasta. O véu foi rasgado, já vimos a luz, e querem nos devolver às trevas; romperam-se os grilhões, já fomos livres, e nossos inimigos pretendem novamente escravizar-nos. Por isso, a América combate desesperadamente, e raras vezes o desespero não acarreta a vitória”.
BOLÍVAR, S. Carta da Jamaica. In: BELLOTO, M. L.; CORRÊA, A. M. M. Simón Bolívar: política. São Paulo: Ática Editora, 1983. p. 75.
A “Carta de Jamaica”é um dos documentos mais conhecidos para o estudo da Independência da América Espanhola.
Sobre esse tema, assinale a alternativa a seguir que melhor corresponde ao trecho anterior.
a.
Na carta, fica claro um dos princípios das lutas por independência: a destruição de qualquer diferença entre classes, começando pelo fim da escravidão.
b.
Bolívar reivindica a formação cultural e política vinda dos espanhóis, mas rechaça a política de exploração mantida pela colônia.
c.
A carta deixa claro o caráter popular dos movimentos de Independência.
d.
As lutas de independência da América Espanhola rechaçaram todo elemento cultural e político advindo da metrópole.
e.
Um dos princípios defendidos por Bolívar e pelos partidários da Independência era o rechaço à Igreja Católica.
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Questão 4
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Texto da questão
Leia o excerto a seguir.
“A guerra de Granada, a verdadeira cruzada conduzida com maestria por Isabel e Fernando, antecipa em certos aspectos uma conquista de outra envergadura, iniciada na escala desmedida de um continente: a invasão da América. Nessa guerra, que durou onze anos, os cercos alternaram-se com os torneios, com as festas e com os combates singulares, todos eles meios para adquirir ou manter a honra”.
BERNARD, C; GRUZINSKI, S. História do Novo Mundo:da descoberta à conquista, uma experiência europeia. 2. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001. p. 74.
Sobre o processo de reconquista espanhola, analise as afirmativas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
I. (   ) O processo de reconquista possibilitou a centralização política espanhola.
II. (   ) A reconquista perpassa a retomada de territórios da península ibérica dominados pelos árabes.
III. (   ) Apesar do conflito contra os árabes, a reconquista espanhola não teve qualquer conotação religiosa, restringindo-se a questões políticas.
IV. (   ) O processo de reconquista opôs o reino de Castela e de Aragão pelo controle dos novos territórios.
V. (   ) A reconquista permitiu a formação de dois estados centralizados, o espanhol e o português.
Agora, assinale a alternativa com a sequência correta.
a.
V, F, F, V, V.
b.
V, V, V, F, V.
c.
V, V, F, F, V.
d.
F, V, F, F, F.
e.
F, V, V, V, F.
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Questão 5
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“Esses puritanos viram nessa descoberta uma obra de Deus e na nova terra a derradeira oportunidade de promover uma purificação da igreja. Ao levantar velas e cruzar o oceano, eles interpretaram a viagem como uma fuga do caos e da corrupção do velho mundo e uma tentativa de estabelecer a verdadeira ordem (a novus ordo seclorum, nova ordem dos tempos) em um Novo Mundo”.
FONSECA, C. Deus está do nosso lado: excepcionalismo e religião nos EUA.Contexto Internacional, v. 29, n. 1, p. 149-185, jan./jun. 2007. p. 157, grifos do autor.
A conjuntura europeia dos séculos XV e XVI é marcada por uma série de conflitos. Podemos considerar que uma das razões que trouxeram os chamados puritanos para a América Inglesa esteve associada à:
a.
Guerra dos Cem Anos.
b.
Revolução Gloriosa.
c.
Reforma Protestante.
d.
Guerra das Duas Rosas.
e.
Guerra dos Sete Anos.
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Questão 6
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Texto da questão
Leia o trecho na sequência.
“Os conquistadores trouxeram três grandes estruturas, que ao mesmo tempo se relacionavam e competiam, para seus empreendimentos de conquista e façanhas. Podemos pensar em cada estrutura como um objetivo, uma busca que em sua maior expressão, se configura como uma utopia. Utopia, não alcançável na Europa, pareciaacessível na América”.
STERN, S. Paradigms of Conquest: History, Historiography, and Politics. Journal of Latin American Studies, v. 24, 1992. p. 7.
As utopias que os europeus tinham em relação ao Novo Mundo eram muitas. Segundo o historiador Steve Stern, elas podem ser classificadas em três classes distintas. Assinale a opção que relaciona corretamente uma dessas classes com sua descrição:
a.
Utopia da preeminência social, procura por bens fundiários.
b.
Utopia da colonização, a noção de evolução social.
c.
Utopia da evangelização cristã, a expansão da fé cristã.
d.
Utopia da realeza, o desejo de agradar o rei da Espanha.
e.
Utopia da riqueza, a busca por títulos nobiliárquicos.
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Questão 7
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade”.
AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991. p. 41.
O trecho anterior relata um dos principais interesses da Coroa Espanhola ao promover a colonização da América. Sendo assim, assinale a alternativa a seguir que aponta essa motivação e a prática econômica em que ela está inserida.
a.
Metalismo e capitalismo comercial.
b.
Metalismo e mercantilismo.
c.
Monocultura e divisão internacional do trabalho.
d.
Monocultura e mercantilismo.
e.
Escravidão e divisão internacional do trabalho.
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Questão 8
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Texto da questão
Leia o trecho na sequência.
“Aqueles que foram de Espanha para esses países (e se têm na conta de cristãos) usaram de duas maneiras gerais e principais para extirpar da face da terra aquelas míseras nações. Uma foi a guerra injusta, cruel, tirânica e sangrenta. Outra foi matar todos aqueles que podiam ainda respirar ou suspirar e pensar em recobrar a liberdade ou subtrair-se aos tormentos que suportam, como fazem todos os senhores naturais e os homens valorosos e fortes; pois comumente na guerra não deixam viver senão mulheres e crianças: e depois oprimem-nos com a mais horrível e áspera servidão a que jamais tenham submetido homens ou animais”.
LAS CASAS, F. B. de. O paraíso destruído: brevíssima relação da destruição das Índias [1552]. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 68.
O texto de Bartolomeu de Las Casas denuncia o processo de extermínio étnico causado pela colonização espanhola nas Américas.
A partir dele, é possível afirmar que uma das práticas condenadas por Las Casas é:
a.
o processo de aldeamento, ao qual algumas etnias da Mesoamérica foram submetidas.
b.
a obrigatoriedade da Mita, prática de trabalho forçado incorporada das tradições incas e maias.
c.
a escravidão e outras formas de submissão forçada, a qual os povos indígenas foram submetidos.
d.
a guerra bacteriológica, doenças que os indígenas portavam e contaminaram os europeus.
e.
o colonato indígena, regime de trabalho compulsório ao qual os povos indígenas foram submetidos.
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Questão 9
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“O pároco trabalha lado a lado com o corrigidor ou alcaide mayor. Quase invariavelmente espanhol ou criollo, mantido por dízimos e taxas religiosas, administrava aos indígenas os sacramentos aos quais tinham direito e serviam de mediador entre o cosmos e o mundo ameríndio, via legitimação da hierarquia, subordinação e controle”.
STEIN, S. J.; STEIN, B. H. A Herança colonial da América Latina: ensaios de dependência econômica. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. p. 50.
No trecho anterior, estão presentes dois papéis desempenhados pela Igreja Católica durante o processo de colonização espanhola. São eles:
a.
catequização dos índios e legitimação da escravidão indígena.
b.
catequização dos espanhóis e fornecimento de subsídios agrícolas para a colônia.
c.
evangelização dos indígenas e controle da economia escravista.
d.
administração das terras colonizadas e recolhimento de dízimos dos escravos afro-americanos.
e.
educação dos crioulos pela mediação entre o cosmos e o mundo ameríndio e legitimação da hierarquia social por meio dos dízimos.
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Questão 10
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Texto da questão
Leia o trecho a seguir.
“Os astecas (azteca) ou mexicanos (mexica) dominavam com esplendor a maior parte do México quando os conquistadores espanhóis ali chegaram, em 1519. Sua língua e sua religião tinha se imposto sobre imensas extensões de terra desde o Atlântico até o Pacífico e das regiões áridas setentrionais até a Guatemala. O nome de seu soberano Motecuhzoma era venerado ou temido de uma ponta à outra daquele vasto território. Seus comerciantes com suas caravanas de carregadores percorriam o país em todos os sentidos. Seus funcionários recebiam impostos de todos os lados. Nas fronteiras, as guarnições astecas mantinham a distância as populações insubmissas. Em Tenochtitlán (México), sua capital, a arquitetura e a escultura haviam alcançado um impulso extraordinário, enquanto o luxo crescia no vestuário, à mesa, nos jardins e na ourivesaria”.
SOUSTELLE, J. A civilização asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 6.
A força da Civilização Asteca retratada na citação anterior não impediu que os espanhóis conquistassem a região e, na verdade, é um dos motivos que possibilitou a rápida montagem da administração colonial, visto que:
a.
a dominação que os astecas exerciam sobre outros povos era muito frágil e pouco complexa, o que facilitou a entrada dos europeus.
b.
os astecas, por serem uma sociedade altamente hierarquizada, não demonstraram resistência contra a dominação europeia.
c.
como forma de administrar a colônia, os espanhóis deram cargos de autoridade aos indígenas astecas que juravam lealdade à Coroa.
d.
os espanhóis se apropriaram das estruturas políticas, econômicas e sociais dos astecas.
e.
os astecas constituíam a sociedade pacifista, sua organização social era complexa e resistente, porém não possuíam a força bélica necessária para derrotar os europeus.