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HK B Neoplasi� Gástric� Prof. Danie� Pinheir� Epidemiologi� ➺ O adenocarcinoma é a lesão maligna mais comum do estômago, representando 90-95% de todos os cânceres gástricos. • É o 5o câncer mais comum no mundo • Acomete mais o sexo masculino que o feminino • Pico de incidência entre 50-70 anos (sendo mais frequente na 7a década) ❤ Fatores de risco ➺ Nutricionais • Baixo consumo de gorduras ou proteínas • Consumo de carnes ou peixes salgados • Alto consumo de nitratos • Alto consumo de carboidratos complexos • Alimentos mal conservado • Baixo consumo de vegetais Obs: como fator de proteção, indica-se o consumo de frutas frescas e vegetais que contém ácido ascórbico e podem remover compostos nitrosos carcinógenos e radicais livres de O2 ➺ Ambientais • Mau preparo de alimentos • Falta de refrigeração dos alimentos • Falta de água potável • Tabagismo ➺ Classe social baixa ➺ Intrínsecos • Sexo masculino • Fatores genéticos: ativação de oncogenes, inativação de genes supressores tumorais, redução da adesão celular, ativação da telomerase e presença de instabilidade microssatélite - Câncer gástrico difuso hereditário: mutação do gene para a molécula de adesão celular E-caderina – 80% de risco – tipo difuso HK B - PAF: mutação no gene APC – tipo intestinal - Síndrome de Li-Fraumeni: distúrbio autossômico dominante causado por uma mutação do gene supressor tumoral p53 - Síndrome de Lynch: associado à instabilidade microssatélite ➺ Médicos • Cirurgia gástrica prévia • Infecção por H. pylori - Superexpressão da ciclo-oxigenase-2 e da ciclina D2 - Mutações de p53 - Instabilidade microssatélite - Diminuição da expressão de p27 - Alterações nos fatores de transcrição como CDX1 e CDX2 - Ampla gama de alterações moleculares • Gastrite e atrofia gástrica • Anemia perniciosa: destruição das células principais e parietais por doenças autoimune -> acloridria -> mucosa atrófica -> metaplasia -> neoplasia ➺ Pólipos • Classificação de Yamada HK B • Pólipos adenomatosos: atipia -> displasia -> carcinoma, este processo pode ser evitado, por ressecção endoscópica • Pólipos hiperplásicos: benignos - As displasias são raras, tendo risco maior em pólipos pediculados e maiores de 1 cm • Pólipos de glândulas fúndicas: associados a hiperplasia glandular - Associado ao uso de IBP - > em mulheres acima dos 50 anos - É raro sofrerem displasia Manifestaçõe� Clínica� ❤ Iniciais ➺ Dispepsia ➺ Perda de peso e anorexia ➺ Fadiga HK B ➺ Saciedade precoce ➺ Náuseas e vômitos ➺ Anemia ➺ Hematêmese ➺ Melena ➺ Dor epigástrica: não melhora com alimentação, costuma ser constante e sem irradiação. Em alguns pacientes o alívio da dor temporário pode ser obtido com uso de anti secretórios do ácido gástrico. ❤ Avançadas ➺ Palpação de massas epigástricas em pacientes com caquexia ➺ Hepatomegalia com icterícia e ascite em casos de metástase hepática ➺ Linfonodo de Virchow (Sinal de Troisier): aumento do linfonodo supraventricular esquerdo, manifestado por nódulo palpável na fossa supra-clavicular esquerda (semelhante a uma pedra) ➺ Sinal de Irmã Maria José ou linfonodo de Mary Joseph: nódulo umbilical palpável, indicador de metástase ➺ Tumor de Krukenberg: metástase do ovário proveniente do trato digestivo, não necessariamente gástrico ➺ Prateleira de Brummer: metástase em fundo de saco HK B Histologi� ❤ Tipos histológicos ➺ Adenocarcinoma (95%) Obs: Adenocarcinoma com células em anel de sinete é um tumor extremamente agressivo, com alta mortalidade ➺ Carcinoma escamoso ➺ Tumor carcinóide ➺ Carcinoma mucinoso ➺ Linfoma ➺ GIST (tumor estromal gastrointestinal), ➺ Leiomiossarcoma ❤ Classificação OMS ➺ Características morfológica • adenocarcinoma • carcinoma de células adenoescamosas • carcinoma de células escamosas • carcinoma indiferenciado • carcinoma não classificado ➺ Padrão de crescimento • papilar • tubular e mucinoso • pouco coeso (inclui carcinoma de células em anel de sinete) • adenocarcinoma misto HK B ❤ Classificação de Lauren Essa classificação para adenocarcinomas gástricos os diferenciam histologicamente em dois subtipos, intestinal e difuso, e aqueles que não se encaixam em nenhum, indeterminado. ➺ Intestinal: é um tumor bem diferenciado com formação de estruturas glandulares, é o mais comum. • Manifesta-se como lesões expansivas, polipóides e ulceradas na endoscopia, mas comumente no estômago distal • Relacionado a: - Gastrite crônica com atrofia - Homens > mulheres - > idade - Formação de glândulas - Genético: instabilidade de microssatélite, mutação do gene APC e inativação de p53 e p16 - Metaplasia intestinal - Displasia epitelial antecedendo o aparecimento de câncer. Sua • Disseminação é quase sempre hematogênica para órgãos distantes. ➺ Difuso: é um tumor indiferenciado sem formações glandulares, apresentando as células em anel de sinete. • É um tumor infiltrativo manifestando-se na endoscopia com úlceras infiltrativas ou linite plástica (infiltração difusa do órgão - estômago não distensível, sem pregas e luz estreitada pela infiltração da parede gástrica pelo tumor). • Acomete mais o estômago proximal, é mais familiar (sangue tipo A). • Relacionado a - História familiar + - Sangue tipo A - Mulheres > homens - Jovens - Genética: diminuição da E-caderina e inativação de p53 e p16 • Sua disseminação se faz mais comumente por contiguidade e por metástases nodais. ➺ Indeterminado: corresponde a 15% dos casos HK B ❤ Classificação de Borrmann Classificação macroscópica para achados endoscópicos ➺ Borrmann I – lesão polipóide ou vegetante bem delimitada ➺ Borrmann II – lesão ulcerada bem delimitada de bordas elevadas ➺ Borrmann III – lesão ulcerada infiltrativa ➺ Borrmann IV – lesão difusamente infiltrativa sem limite entre a lesão e a mucosa normal HK B ❤ Classificação de Siewert Classifica as lesões neoplásicas da junção esofagogástrica ➺ Tipo 1: localizado no esôfago distal (1 a 5 cm acima da TEG) - tratamento (esofagectomia subtotal) ➺ Tipo 2: localizado na cárdia (1 cm acima a 2 cm abaixo da TEG) - tratamento (esofagectomia distal + gastrectomia total) ➺ Tipo 3: localizado no subcárdico (2-5 cm abaixo da TEG) - tratamento (gastrectomia total) Obs: Fatores de risco para adenocarcinoma da transição esofagogástrica (TEG) são DRGE, esôfago de Barrett, fatores moleculares, tabagismo e obesidade. Diagn�tic� As bases do diagnóstico são endoscopia + biópsia + citologia. ➺ Indicação de endoscopia: • Idade > 45 anos • Dispepsia • Sinais de alarme: perda ponderal, anemia, sangramento, disfagia, vômitos recorrentes, massa abdominal palpável, gastrectomia prévia e história familiar de câncer gástrico). ➺ Sinais radiológicos que sugerem malignidade: • Lesão em massa com ou sem obstrução luminal • Úlcera com pregas irregulares ou com fundo irregular • Irregularidade de mucosa com perda da distensão, pregas alargadas • Massa polipóide. HK B ❤ Exames para estadiamento ➺ US endoscópico: principal exame, identifica T e N Obs: Apresenta uma visualização do tumor, possibilidade de realizar biópsia, pode tratar pacientes com obstrução ou sangramento. ➺ TC de abdome e tórax: considerada um bom método para detecção de metástases à distância (ex.: metástases hepáticas) ➺ RNM ➺ EED com duplo contraste - diagnóstica até 80-90% dos casos ➺ PET-CT (Tomografia por emissão de prótons): usada quando há suspeita de metástase ou recidiva. 50% dos cânceres gástricos são PET-ávidos ➺ Laparoscopia: é feito em pacientes em que os demais exames de estadiamento não revelam metástases à distância. • Seu objetivo é certificar que de fato não existem metástases. • Avaliam a citologia do líquido peritoneal, avalia se há metástases hepáticas, avalia se há implantes peritoneais. ➺ Marcadores tumorais: eles não tem valor no estadiamento • CA 19-9: corrobora com o diagnóstico e evolução terapêutica • CA 72-4: específico para monitorar tratamento e eventuais recidivas • CEA:encontra-se elevado em 15-30% dos adenocarcinomas gástricos HK B ❤ Estadiamento ➺ T: tumor ➺ N: acometimento linfonodal ➺ M: metástase HK B Tratament� O único tratamento curativo é o cirúrgico; • São candidatos a ressecção curativa: todos os pacientes sem metástase e invasão de estruturas vasculares irressecáveis como aorta, tronco celíaco, artéria hepática comum proximal ou esplênica proximal. ❤ Gastrectomia ➺ Neoplasias do corpo distal ou antro: gastrectomia distal (subtotal) ➺ Neoplasias proximais, do fundo ou da cárdia: gastrectomia total ❤ Reconstrução pós gastrectomia ➺ Billroth 1: é a mais fisiológica, ela conecta o duodeno ao estômago. Obs: priorizar esse tipo HK B ➺ Billroth 2: é um tipo de reconstrução em que o duodeno é fechado e une-se um pedaço do jejuno no estômago Complicação: colangite e gastrite alcalina -> promovendo um refluxo alcalino agressivo por causa da mistura de conteúdo digestivo com biliar ➺ Y de Roux: consiste em uma anastomose do jejuno conectado diretamente com o estômago formando um y, para evitar a mistura de conteúdos como provocada na Billroth 2. obs: nas gastrectomias totais o jejuno é ligado diretamente ao esôfago. ❤ Ressecção endoscópica (mucosectomia) ➺ Indicação: câncer gástrico precoce, ou seja, uma invasão limitada da parede gástrica sem evidência de metástase linfonodal; tumor limitado à mucosa, ausência de invasão linfo vascular; tumor < 2 cm; ausência de ulceração e tumores bem ou moderadamente diferenciados na avaliação histopatológica. ➺ Desvantagem: pode ser uma ressecção incompleta pelo tamanho do tumor ou por achar metástases linfonodais não reconhecidas HK B ❤ Dissecção linfonodal • D0: ressecção tumoral - somente o tumor ➺Dissecção linfonodal ou linfadenectomia é obrigatória: • D1: linfonodos perigástricos • D2: linfonodos nas grandes artérias do estômago (tronco celíaco, gástrica esquerda e esplênica) • D3: linfonodos no ligamento hepatoduodenal, cabeça do pâncreas e mesentério do delgado • D4: linfonodos para-aórticos ❤ Quimioterapia ➺ Quimioterapia neoadjuvante (antecede): é indicado para tumores localmente avançados e para neoplasias da cárdia. ➺ Quimioterapia adjuvante (posterior): é indicado para tumores avançados e com linfonodos positivos. É para casos em que a cirurgia já foi realizada ❤ Paliativo Indicado em doenças metastáticas, pode ser por Dilatação endoscópica, Stent e By-pass cirúrgico Progn�tic� HK B Linfom� Gástric� ❤ Epidemiologia ➺ Corresponde a 5% das doenças malignas do estômago, sendo o sítio mais frequente de linfomas do aparelho digestivo. ➺ É mais comum em idosos e no sexo masculino ➺ É mais frequente no antro ❤ Clínica ➺ Apresenta sintomas vagos: dor epigástrica, saciedade precoce e fadiga ➺ Em poucos casos: febre, sudorese noturna e perda de peso ❤ Tipos • Linfoma difuso de grandes células B: imunodeficiências e H. pylori • Linfoma MALT (tecido linfóide associado a mucosa): Linfoma B de baixo grau associado a H. pylori • Linfoma de Burkitt: vírus Epstein-Barr (jovens, cárdia e corpo) • Linfoma de células manto • Linfoma de células foliculares ❤ Abordagem ➺ Diagnóstico: EDA ➺ Estadiamento: realizado através de exames de imagem (TC, RNM e/ou PET-CT) e US endoscópico ❤ Tratamento ➺ Erradicação do H. pylori ➺ Quimioterapia ➺ Ressecção GIST: Tumor Estroma� Gastrointestina� ❤ Epidemiologia • 40-60% dos GIST são encontrados no estômago • Mais comum > 50 anos • São derivados das células intestinais de Cajal (célula do marca- passo intestinal) • 20% dos casos os pacientes são assintomáticos ❤ Abordagem • EDA - lesão submucosa, superfície lisa, mas pode ter ulceração • Biópsia por PAAF na EDA - apresenta o marcador clássico c-kit HK B ❤ Complicações • Hemorragia gastrointestinal • Dor abdominal • Obstrução • Massa palpável em casos avançados ❤ Tratamento Ressecção cirúrgica completa (R0) • promove uma sobrevida de 70% nas doenças não metastáticas • margem negativa de 1 a 2 cm pela congelação intraoperatória • ressecção em monobloco (se contígua com algum órgão adjacente) • evitar ruptura tumoral durante a cirurgia • linfadenectomia não é necessária • 50% dos pacientes submetidos a cirurgia curativa irão desenvolver metástases ou recidiva Tumor Neuroendócrin� Gástric� Tumor neuroendócrino gástrico ou tumor carcinóide é uma neoplasia rara proveniente das células enterocromafins gástricas ❤ Epidemiologia • O estômago é o local menos comum de acometimento de tumores neuroendócrinos no TGI • > 60 anos • Sexo feminino ❤ Tipos • Tipo 1: mais comum, promove uma gastrite atrófica associada a hipergastrinemia, geralmente são múltiplos. São pequenos nódulos no corpo limitados à submucosa e mucosa, geralmente benignos, podendo regredir. Metástases linfonodais são raras • Tipo 2: são raros, < 1,5 cm, multifocais no corpo e associado a síndrome neuroendócrina múltipla (MEN tipo 1) e síndrome de Zollinger Ellison. Pode apresentar metástases em 30% dos casos • Tipo 3: é o segundo mais comum, é esporádico, solitário, sem associação com gastrite atrófica e sem hipergastrinemia. Eles ocorrem em qualquer local do estômago e as metástases são relacionadas com o tamanho, invasão angiolinfática e da muscular própria. HK B Referência� Bibliográfica� "Câncer gástrico"- Sabiston Tratado de Cirurgia, Capítulo 48: Estômago| Courtney M. Townsend Jr., R. Daniel Beauchamp, B. Mark Evers and Kenneth L. Mattox. https://www.youtube.com/watch?v=sbMetofidok https://www.youtube.com/watch?v=sbMetofidok
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