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Mári� Sale� Neoplasia� d� Estômag� DEFINIÇÃO NEOPLASIA: • "Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro“. • De acordo com o comportamento biológico as neoplasias podem ser agrupados em dois tipos: benignas e malignas Principais neoplasias do estômago: Origem - Neoplasia Epitelial - Adenoma | Adenocarcinoma Neuroendócrino - Tumor carcinoide Linfoepitelial - Linfoma MALT Mesenquimal - Leiomioma | Leiomiosarcoma | Tumores estromais (GISTs) Mári� Sale� TUMORES EPITELIAIS: ADENOMA: • Neoplasia benigna pouco frequente (<5% dos tumores epiteliais). • Mais frequente após os 50 anos (80%) e no sexo masculino (proporção 3:1). Associação com PAF. • Não há manifestação clínica típica. Geralmente, são diagnosticados acidentalmente em pacientes que fazem EDA por sintomas dispépticos. • Tem formato levemente elevado ou séssil. • É mais frequente na porção média e distal do estômago. • Aprox. 10% dessas lesões apresentam progressão para atipia ou displasia. • Quanto maior a lesão – maior risco de câncer. ADENOCARCINOMA: • Neoplasia gástrica epitelial mais frequente. • >90% dos tumores malignos que acometem o estômago humano. • 2 ª causa óbito por câncer no mundo. | • Incidência vem diminuindo. • Incidência 2-3x maior em países em desenvolvimento e é maior em homens. • Subdividido em 2 entidades patológicas distintas (Classificação histológica de Lauren): - Tipo intestinal: formação de estruturas semelhantes às glândulas intestinais (relacionado a fatores de risco ambientais, incidência em queda). - Tipo difuso: mal diferenciado (mais precoce, pior prognóstico). • Fatores de risco – tipo intestinal (mais comum): - Infecção pelo Helicobacter pylori – Cepas cagA+ tem maior associação com CA gástrico. - Fatores dietéticos: (álcool, alimentos conservados com sal e nitrosaminas - defumados) – Papel controverso | - Tabagismo | - Baixas condições socioeconômicas. Mári� Sale� ADENOCARCINOMA • Tipo intestinal (cascata de Correa) – processo em múltiplas etapas: • Tipo intestinal: - Acometem preferencialmente o antro | - Metástases hematogênicas. - Incidência maior em homens idosos (>50a) | - Bem diferenciados. • Tipo difuso ou de Lauren: - Surgem espontaneamente na mucosa gástrica. Acomete mais homens jovens | - Pouco diferenciados, pior prognóstico. - Presença de células em “anel de sinete”: produzem grande quantidade de mucina e de padrão de crescimento infiltrativo. - Acomete sobretudo cárdia | Disseminação linfática e local • Condições pré-malignas: - Gastrite atrófica crônica | - Metaplasia intestinal - Pólipos gástricos (Adenoma) | - Displasia gástrica - Gastrectomia parcial com reconstrução a BII (após 10-20 anos) - Doença de Menetrier – 15% evoluem para displasia e câncer Mári� Sale� ADENOCARCINOMA: • Manifestações clínicas: - Adenocarcinomas precoces (restritos à mucosa) – são assintomáticos em 80% dos casos. 20% tem sintomas que mimetizam úlcera péptica. - Câncer avançado: perda de peso (62%) e dor abdominal (52%) | Náuseas, vômitos, anorexia, disfagia, melena, saciedade precoce, anemia, sub-oclusão intestinal • Exame físico: - Geralmente normal - Doença avançada: caquexia, massa epigástrica, hepatomegalia, ascite, edema de mmii - Disseminação metastática: nódulo umbilical (Irmã Maria José), linfonodo supraclavicular esquerdo (Virchow), envolvimento do ovário (Tumor de Krukenberg), prateleira de Blumer • Diagnóstico: - Padrão-ouro: Endoscopia digestiva alta com biópsias. - TC de tórax, abdome e pelve: estadiamento • Classificação endoscópica - Classificação de Borrmann: Tipo I – polipóide | Tipo II – ulcerado com bordas bem delimitada Tipo III – ulcerado infiltrativa | Tipo IV – infiltrativo difuso Mári� Sale� TUMORES NEUROENDÓCRINOS: TUMOR CARCINOIDE: • 0,3% das neoplasias gástricas. • Podem originar-se em locais diversos (mama, timo, fígado, pulmão), mas 90% é primária do TGI. Estômago: 2% de todos os carcinóides do TGI. • Tumor neuroendócrino, derivado das células enterocromafins-like. • Podem ser bem diferenciados e indiferenciados • Classificados em 3 tipos: Tipo I – 70-80% dos carcinóides gástricos (lesões multicêntricas, <2cm, corpo e fundo gástrico, associados a gastrite atrófica, hipergastrinemia, afeta mais o sexo feminino, risco de Mx<10%). Tipo II – 5-8% dos carcinóides gástricos (associados também a hipergastrinemia – SD de Zollinger-Ellison e NEM-1, frequentes Mx linfonodais e hepáticas). Tipo III – 15-20% dos carcinóides gástricos (geralmente únicos, invasivos, pré-pilóricos, mais comum em homens, 70% de Mx ganglionar em Tu>2cm). • Idade média de diagnóstico: 62 anos. No geral, acomete igualmente homens e mulheres. • Geralmente assintomáticos | • Achado incidental a endoscopia • Metástases hepáticas ou tumor extraintestinal: Síndrome carcinóide (secundária à secreção de serotonina) – diarreia aquosa, rubor facial, sudorese, broncoespasmo, dor abdominal, hipotensão e IC direita. TUMORES LINFÓIDES: LINFOMA GÁSTRICO PRIMÁRIO: • 3-5% das neoplasias gástricas. • A maioria LGP são do tipo linfoma de células B não Hodgkin (52% dos linfomas extra-nodais). • Originam-se do tecido linfóide associado à mucosa (MALT). • Pode apresentar-se como uma doença de baixo grau (30%) ou como doença de alto grau (28%) com grandes células blásticas. Mári� Sale� LINFOMA GÁSTRICO PRIMÁRIO: • Estudos mostraram infecção pelo H. pylori em 92% dos linfoma MALT. • O tecido linfóide não é encontrado em estômago normal, e seu aparecimento se deve, na maioria das vezes, a infecção pelo H. pylori. • Sintomas dispépticos inespecíficos, hemorragia digestiva, anemia e perda de peso. Diagnóstico: Endoscopia digestiva alta com biópsia. • O aspecto endoscópico da lesão é variável. Em 50% dos casos sugere malignidade (úlcera irregular e mucosa infiltrada). • No restante, as alterações sugerem condições benignas como pequenos nódulos e espessamento ou erosões | • Raramente, há envolvimento extragástrico TUMORES MESENQUIMAIS - LEIOMIOMAS: • Lesão benigna. É o tipo mais comum de lesão submucosa gástrica. 1-2% dos tumores gástricos • Origina-se da camada muscular da mucosa ou, mais frequentemente, da muscular própria • Geralmente assintomático. Diagnóstico incidental por exame endoscópico ou radiológico • Quando muito grandes podem levar a dor, sangramento ou sintomas obstrutivos. LEIOMIOMAS: • Às biópsia convencionais geralmente revelam mucosa normal. • Ecoendoscopia: fornece informações a respeito da camada de origem (segunda ou quarta camada) e características do tumor. Mári� Sale� LEIOMIOSSARCOMAS: • Correspondem a 1,5% dos tumores malignos do estômago • Geralmente assintomáticos. Mas, quando grandes podem se manifestar como massa palpável, febre por necrose e abscedação da massa tumoral ou sangramento • Diagnóstico: aspecto endoscópico, ecoendoscopia, biópsia e TC de abdome TUMORES ESTROMAIS GASTROINTESTINAIS (GISTs): • Neoplasia mesenquimal relativamente rara | Pode acometer todo o TGI. Estômago é a localização mais comum (70%) • Derivam das células de Cajal (marcapasso da atividade cinética do músculo liso no TGI) • Comportamento clínico variável | Algumas lesões permanecem quiescentes por anos, enquanto outras progridem rapidamente. • 15-50% dos GISTs apresentam metástases ao diagnóstico • 80-95% dos GISTs apresentam mutações no gene KIT (receptor transmembrana para a tirosina/quinase) → decréscimo da apoptose • Diagnóstico: endoscopia com biópsia, ecoendoscopia | • Imuno-histoquímica: A maioria é positiva para KIT (CD117) e 70-80% são positivos para CD34.