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Constitucionalismo: Origens e Evolução

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CONSTITUCIONALISMO
Profa.: Márcia F. Ribeiro da C. Valentin
• A doutrina aponta que o constitucionalismo teve origem na
antiguidade clássica, mais precisamente no seio do povo hebreu,
que se organizava politicamente por meio do regime teocrático.
Nesse regime, os detentores do poder estavam limitados pela lei do
Senhor, que também precisava ser respeitada pelos governados.
• É possível, ainda, identificar traços do constitucionalismo mesmo
na antiguidade clássica e na Idade Média. Como exemplo de
democracia constitucional, temos as cidades-estados gregas, nas
quais vigorava um regime em que havia ampla participação dos
governados na condução do processo político.
O CONSTITUCIONALISMO ANTIGO
• Embora, num primeiro momento, as ideias do constitucionalismo
não estivessem condicionadas à existência de Constituições
escritas, com tempo essas se tornaram ferramentas essenciais para
o movimento, juridicizando a relação entre Estado e cidadão.
• Nesse sentido, são marcos do constitucionalismo moderno a
Constituição dos Estados Unidos da América (1787) e a
Constituição da França (1791).
Considera-se que esses documentos são embriões do
constitucionalismo moderno e das constituições escritas.
O CONSTITUCIONALISMO MODERNO
• A ideia central do movimento constitucionalista é limitar poder e
garantir direitos.
• É muito importante não associar constitucionalismo com
constituição. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís
Roberto Barroso leciona que, em diversos países, a despeito de
existir uma constituição escrita, não há limitação do poder
(BARROSO, 2015, p. 66).
• Segundo André Ramos Tavares (2004), o termo
“constitucionalismo” é empregado com 04 (quatro) diferentes
sentidos.
• No primeiro, o constitucionalismo é visto como um movimento
político-social cujo objetivo é a limitação do poder estatal. No
segundo, como a imposição deque os Estados adotem cartas
constitucionais escritas. Na terceira acepção, o constitucionalismo
serve para indicar a função e a posição das constituições nas
diversas sociedades. Por último, o “termo “constitucionalismo é
também usado para se referir à evolução histórico-constitucional de
um determinado Estado”.
CONSTITUCIONALISMO
• O constitucionalismo moderno nasce com um forte viés liberal,
consagrando como valores maiores a liberdade, a proteção à
propriedade privada, a proteção aos direitos individuais
(evidenciando o voluntarismo) e a exigência de que o Estado se
abstenha de intervir na esfera privada (absenteísmo estatal). Para
Canotilho, “representa uma técnica específica de limitação do poder
com fins garantísticos.”
O CONSTITUCIONALISMO MODERNO
• No início do século XX, o Estado liberal dá lugar ao que se chamou
Estado social de direito. As exigências e reclamos sociais fizeram
com que o Estado adotasse uma nova postura: ao invés de,
simplesmente, deixar de intervir na vida privada, era necessário que
o Estado ofertasse prestações positivas aos indivíduos, garantindo-
lhes os chamados direitos sociais. A Constituição de Weimar (1919)
é um documento que espelha essa nova postura do Estado.
O CONSTITUCIONALISMO MODERNO
• O neoconstitucionalismo, também chamado por alguns de
constitucionalismo contemporâneo, constitucionalismo avançado
ou constitucionalismo de direitos, tem como marco histórico o pós-
Segunda Guerra Mundial. Ele representa uma resposta às
atrocidades cometidas pelos regimes totalitários (nazismo e
fascismo) e, justamente por isso, tem como fundamento a dignidade
da pessoa humana. (LENZA, Pedro. Direito Constitucional
Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2017, p.69)
O NEOCONSTITUCIONALISMO
• O Professor Luís Roberto Barroso (2005), de forma bem objetiva,
nos explica que o neoconstitucionalismo identifica um amplo
conjunto de modificações ocorridas no Estado e no direito
constitucional.
• O marco histórico dessas mudanças é a formação do Estado
Constitucional de Direito, cuja consolidação se deu ao longo das
últimas décadas do século XX. A legalidade, a partir daí, subordina-
se constituição, sendo a validade das normas jurídicas dependente
de sua compatibilidade com as normas constitucionais. Há uma
mudança de paradigmas: o Estado Legislativo de Direito dá lugar ao
Estado Constitucional de Direito.
O NEOCONSTITUCIONALISMO
• O marco filosófico, por sua vez, é o pós-positivismo, que reconhece
centralidade dos direitos fundamentais e reaproxima o Direito e a
Ética.
• O princípio da dignidade da pessoa humana ganha relevância;
busca-se a concretização dos direitos fundamentais e a garantia de
condições mínimas de existência aos indivíduos (“mínimo
existencial”).
O NEOCONSTITUCIONALISMO
• O marco teórico do neoconstitucionalismo, a seu turno, é o conjunto
de mudanças que incluem a força normativa da Constituição, a
expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma
nova dogmática da interpretação constitucional.
• O neoconstitucionalismo é caracterizado por um conjunto de
transformações no Estado e no direito constitucional, entre as quais
se destaca a prevalência do positivismo jurídico, com a clara
separação entre direito e valores substantivos, como ética, moral e
justiça.
O NEOCONSTITUCIONALISMO
O NEOCONSTITUCIONALISMO
Atenção! Direitos fundamentais são os direitos inerentes à
proteção do da Dignidade da Pessoa Humana. Os direitos
fundamentais estão elencados no artigo 5° da Constituição
Federal. A leitura de tal artigo é extremamente importante.
Vejamos o consta no caput do mesmo:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade (…).”
CONSTITUCIONALISMO
Fixando conteúdo
MARCOS FUNDAMENTAIS DO 
CONSTITUCIONALISMO
HISTÓRICO
FILOSÓFICO
TEÓRICO
- Estado Constitucional de Direito
- Documentos a partir da Segunda
Guerra Mundial
- Redemocratização
- Pós-positivismo
- Direitos fundamentais
- Direito-Ética
- Força normativa
- Supremacia da Constituição
(constitucionalização dos direitos
fundamentais)
- Nova dogmática da interpretação
constitucional
CONSTITUCIONALISMO
CONSTITUIÇÃO
Centro do sistema
Norma jurídica – imperatividade
e superioridade
Carga valorativa – axiológica – dignidade da
pessoa humana e direitos fundamentais
Eficácia irradiante em relação aos Poderes e
mesmo aos particulares
Concretização dos valores
constitucionalizados
Garantia de condições dignas mínimas
Fixando conteúdo

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