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Este conteúdo se destina ao uso na disciplina IQA241 – Química Analítica Clássica II, ministrada para os alunos do curso de Química e Química - Atribuições Tecnológicas do IQ – UFRJ. 2020.1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Química Química Analítica Clássica II – IQA-241 ✓ Análise Química (Continuação) ✓ Métodos de separação: precipitação Professora: Jéssica Paulino - DQA/IQ/UFRJ 2020.1 Decomposição de amostras: seca Conteúdo completo disponível em: https://youtu.be/L12WIR289Q8 3 Decomposição de amostras: seca Fundente Tipo de cadinho Aplicações Carbonatos alcalinos Pt Silicatos e amostras contendo sílica, amostras contendo alumina, fosfatos e sulfatos pouco solúveis. Hidróxidos alcalinos Au, Ag Fundentes básicos poderosos para silicatos, carbeto de silício e outros minerais (maior limitação é a pureza dos reagentes). Boratos Pt O Na2B4O7 é um fundente poderoso capaz de decompor minérios refratários como corundum, rutilo, espinélio, zarcão, etc. O boro pode ser removido pela volatilização com borato de metila. Também se faz uso de LiBO2. . K2S2O7 Pt, porcelana Fundente ácido para amostras contendo óxidos refratários. Na2O2 Zr, Pt Base forte e oxidante energético. Útil para silicatos e ligas de ferro e cromo. 4 Adaptado de Skoog, A. D. et al. Fundamentos de Química Analítica. 9ª ed. São Paulo: Cengage Learning: São Paulo, 2014. Etapas de uma análise química 5 Seletividade: capacidade de um método analítico de discriminar uma espécie (ou pelo menos um grupo limitado de espécies com propriedades semelhantes) dentre outras substâncias químicas em uma amostra. Seletivo ≠ Específico (mais comum) (propriedade rara) Seletividade x Especificidade 6 Adaptado de Skoog, A. D. et al. Fundamentos de Química Analítica. 9ª ed. São Paulo: Cengage Learning: São Paulo, 2014. Etapas de uma análise química 7 Análises químicas ➢ Parciais: ignoram-se os componentes em menores quantidades, determinando-se apenas os constituintes principais (não se determina 100% dos componentes da amostra); Em uma ANÁLISE executa-se uma medição química para examinar uma amostra ou substância alvo dentro desta amostra. Sendo assim, as análises químicas podem ser: ➢ Totais: determinam-se os teores de todos os componentes (100% da amostra). 8 Técnicas analíticas Técnica Propriedade medida Exemplos Gravimetria Massa Precipitação, Volatilização Volumetria Volume Neutralização, Precipitação, Complexação Espectroscopia Interação entre átomos/moléculas do analito e radiação eletromagnética. Absorção molecular (UV/Vis ou no IV), Absorção atômica Eletroanalítica Potencial elétrico, condutividade, corrente, resistência Potenciometria, Condutimetria, Voltametria 9 Escalas de trabalho em análise química Classificação do constituinte da amostra quanto ao teor Classificação Teor Constituintes principais (maiores ou majoritários) 100 – 1% Constituintes secundários (menores ou minoritários) 1 – 0,01% Traços (vestígios) < 0,01% 10 Escalas de trabalho em análise química Classificação quanto à massa de amostra Classificação Massa Macroamostra (macroanálise) > 0,1 g Semimicroamostra (semimicroanálise) 10-1 – 10-2 g Microamostra (microanálise) 10-2 – 10-3 g Submicroamostra (submicroanálise) 10-3 – 10-4 g Ultramicroamostra (ultramicroanálise) < 10-4 g 11 Adaptado de Skoog, A. D. et al. Fundamentos de Química Analítica. 9ª ed. São Paulo: Cengage Learning: São Paulo, 2014. Etapas de uma análise química 12 Precisão × Exatidão Descreve a repetibilidade das medidas, ou seja, a proximidade entre os resultados obtidos de mesma forma. Indica a proximidade da medida do valor verdadeiro, ou aceito. Precisão Exatidão Desvio padrão (s); Variância (s2) e Coeficiente de variação (CV) s = [(x1-xm) 2 + ... + (XN-Xm) 2]1/2 N-1 CV (DPR) = (s/xm) x 100% Eabsoluto = xi – xv Erelativo = xi – xv x 100% xv 13 Precisão × Exatidão 14 Os resultados não são precisos e nem exatos Os resultados são exatos mas não precisos Os resultados são exatos e precisos. Os resultados não são exatos mas são precisos. Fundamentos dos métodos de separação Eliminação de interferentes Consiste em isolar e/ou concentrar a(s) substância(s) alvo de uma análise química, a partir de uma matriz complexa, realizando uma “limpeza” (clean up), através de processos físicos e/ou químicos, promovendo o enriquecimento do(s) analito(s). X Y Z X X Y Z X YY Z X Y Z Z X Y Z Y Z X XY Z XYY Z XY Z Z XY Z X X Y Z X X Y Z X YY Z X Y Z Z X Y Z Z X XY Z X YY Z XY Z Z XY Z XY AMOSTRA INICIAL AMOSTRA SEM “Z” e “Y” XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX AMOSTRA CONCENTRADA X Y Z X X Y Z X YY Z X Y Z Z X Y Z Y Z X XY Z XYY Z XY Z Z XY Z X X Y Z X X Y Z X YY Z X Y Z Z X Y Z Z X XY Z X YY Z XY Z Z XY Z XY Evaporação do solvente 15 Fundamentos dos métodos de separação Escolha da técnica de preparo de amostras 1. Fundamentada na compreensão dos princípios que governam a transferência de massa dos analitos em sistemas multifásicos; POLARIDADE SOLUBILIDADE ESTABILIDADE QUÍMICA ESTABILIDADE TÉRMICA COEFICIENTE DE PARTIÇÃO LIPOFILICIDADE 2. Baseada nas propriedades físico-químicas dos constituintes da amostra (analito, interferentes e matriz). 16 Fundamentos dos métodos de separação Precipitação Extração Sorção ▪ Agentes precipitantes (seletividade); ▪ Precipitação de hidróxidos; ▪ Precipitação de sulfetos, sulfatos, fluoretos, etc; ▪ Extração Líquido-Líquido. ▪ Extração em Fase sólida; ▪ Troca iônica. Principais mecanismos ... 17 Separações por precipitação Um agente precipitante deve reagir especificamente, ou pelo menos seletivamente com a substância alvo. Agentes precipitantes Reagentes Específicos • São raros; • Reagem com uma única espécie química. DIMETILGLIOXIMA reagente específico para o Ni2+ em meio básico Reagentes Seletivo • São mais comuns; • Reagem com um número limitado de espécies. AgNO3 precipita em meio ácido cloreto, brometo, iodeto e tiocianato 18 Separações por precipitação Considerando o equilíbrio de solubilidade: AB(S) ⇌ A+(aq) + B-(aq) Kps = [A+]×[B-] A condição necessária para que se forme precipitado é: Produto iônico = PI = (A+)×(B-) > Kps S = Canalítica Csaturação Grau de saturação. Considerando o grau de saturação, se: S < 1: a solução não está saturada; S = 1: a solução está saturada; S > 1: a solução está supersaturada, meta estável, podendo formar precipitado. 19 Separações por precipitação M(OH)n ⇌ Mn+ + n OH- Kps = [Mn+] × [OH-]n log [Mn+] = log Kps – n log Kw – n pH Kps = [M n+] × Após logaritmização (linearização) Precipitação de hidróxidos Constante (coeficiente linear) coeficiente angular 𝐊𝐰 [𝐇 𝟑 𝐎+] 𝐧 20 Separações por precipitação Ex. 1: Um analista deseja confirmar o teor de magnésio em uma amostra comercial (pH 1,0), cujas especificações definiam a composição como: contendo Al3+ (1,0×10-3 mols L-1); Cr3+ (1,0×10-2 mols L-1); Fe2+ e Mg2+ (1,0×10-1 mols L-1). Sabendo-se que na determinação do magnésio os demais elementos seriam interferentes, o analista planejou a separação dos metais por precipitação sob a forma dos respectivos hidróxidos. Construa o diagrama de precipitação e discuta sobre a separação dos mesmos. Dados os pKps: Al(OH)3 (33,5); Cr(OH)3 (30,1); Fe(OH)2 (14,4) e; Mg(OH)2 (11,1). 21 Separações por precipitação Para o alumínio: Al(OH)3(s) ⇌ Al 3+ (aq) + 3 OH - (aq) Kps = 10 -33,5 log [Al3+] = -3 pH = 3,8 Para qualquer valor de pH antes do início da precipitação log [Al3+] = 8,5 – 3 pH Após o início da precipitação, log [Al3+] diminui 3 unidades a cada aumento de 1 unidade do valor de pH. Antes da precipitação: [Al3+]i = 1,0×10 -3 mols L-1 Início da precipitação: Kps = [Al 3+] × [OH-]3 [Al3+]i = 1,0×10 -3 mols L-1 10-33,5 = 1,0×10-3 × [OH-]3 log [Mn+] = log Kps – n log Kw – n pH 22 Separações por precipitação 0 -5 -10 5 10 pH L o g [Mn + ] Al3+ Fe2+; Mg2+ Mg2+ Cr3+ Fazendo o mesmo processamento matemático para os outros constituintes da amostra, obtemos o seguinte gráfico de precipitação. ❖ Avaliações das condições para precipitação (pH de início e fim de precipitação); ❖ Possibilidade de separações; ❖ Graus de pureza. ΔpH ΔpH 23 Separações por precipitação Ex. 2: Uma solução ácida contem íons alumínio e ferro(III), com concentrações 0,10 e 0,010 mol L-1, respectivamente. É possível separá-los quantitativamente (99,990%) precipitando um deles como hidróxido? Dados os pKps: Al(OH)3 (33,5); Fe(OH)3 (38,7). 24 Separações por precipitação 25 ✓ Qual dos hidróxidos será o primeiro a ser precipitado? Fe(OH)3(s) ⇌ Fe 3+(aq) + 3 OH- (aq) Kps = [Fe 3+][OH-]3 = 2,0 x 10-39 [OH−] = 3 2,0 x 10−39 0,010 = 5,8 x 10−13 mol L−1 pH = 1,8 Al(OH)3(s) ⇌ Al 3+(aq) + 3 OH- (aq) Kps = [Al 3+][OH-]3 = 1,0 x 10−32 [OH−] = 3 1,0 x 10−32 0,10 = 4,6 x 10−11 mol L−1 pH = 3,7 Separações por precipitação 26 ✓ Sabendo que o Fe(OH)3 é o primeiro a precipitar, qual o pH final da precipitação? pH = 3,1 Neste caso fica estabelecido que a [Fe3+]final deve ser 0,010% da [Fe 3+]inicial. [Fe3+]final = (0,01)*0,010% = 1,0 x 10 -6 mol L-1 Será possível efetuar a separação??? [OH−] = 3 2,0 x 10−39 1,0 x 10−6 = 1,2 x 10−11 mol L−1 Separações por precipitação 27 -2,0E-02 0,0E+00 2,0E-02 4,0E-02 6,0E-02 8,0E-02 1,0E-01 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 S o lu b il id a d e d o A l pH I II III Al(OH)3(s) ⇌ Al 3+(aq) + 3 OH- (aq) Região I: Al(OH)3(s) ⇌ Al(OH)3(aq) Região II: Al3+(aq) + 4 OH-(aq) ⇌ Al(OH)4 -(aq) Região III: Separações por precipitação Aplicação: Estação de tratamento de água (floculação) http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47 (14/01/21) Al3+ + 2 H2O ⇌ Al(OH) 2+ + H3O + Al(OH)2+ + 2 H2O ⇌ Al(OH)2 + + H3O + Al(OH)2 + + 2 H2O ⇌ Al(OH)3 + H3O + Fe3+ + 2 H2O ⇌ Fe(OH) 2+ + H3O + Fe(OH)2+ + 2 H2O ⇌ Fe(OH)2 + + H3O + Fe(OH)2 + + 2 H2O ⇌ Fe(OH)3 + H3O + Adição de Al2(SO4)3, ou sais solúveis de Fe3+: 28 http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47 Separações por precipitação AB(s) ⇌ A + (aq) + B - (aq) Kps Precipitação em sistemas dependentes do pH Kps = [A +] × [B-] Kps = [A +] × Can × αB - Desta forma: Como a solubilidade (S) = [A+] = Can, então: B-(s) + H2O(l) ⇌ H3O + (aq) + HB(aq) Kh = Kw/Ka Can (HB) = [HB] + [B -] [B-] = Can × αB -αB - = [B-] Can Para o B- em solução aquosa: 𝐒 = 𝐊𝐩𝐬𝛂 𝐁 − 29 Separações por precipitação H2S + H2O ⇌ H3O + + HS- Ka1 = 1,00 × 10 -7 HS- + H2O ⇌ H3O + + S2- Ka2 = 1,26 × 10 -13 Aplicação: esquema geral para separação de cátions 30 Separações por precipitação Gráfico de distribuição de espécies para ácido carbônico H2CO3 + H2O ⇌ H3O + + HCO3 - Ka1 = 4,2 × 10 -7 HCO3 - + H2O ⇌ H3O + + CO3 2- Ka2 = 4,7 × 10 -11 Sulfeto Kps Carbonato Kps MnS 3 x 10-11 MgCO3 3,5 x 10 -8 FeS 5 x 10-19 BaCO3 5 x 10 -9 NiS 4 x 10-20 CaCO3 4,5 x 10 -9 CoS 5 x 10-22 SrCO3 9,3 x 10 -10 ZnS 2 x 10-25 CdS 1 x 10-27 PbS 3 x 10-28 CuS 8 x 10-37 HgS 2 x 10-53 31
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