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DESCRIÇÃO Os princípios da química analítica e suas aplicações. Definição de soluções e as propriedades dos solutos em soluções aquosas. PROPÓSITO Compreender as características e as representações dos princípios da química analítica e suas aplicações na atuação profissional que envolva a identificação de espécies químicas em amostras de diferentes naturezas. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos uma tabela periódica atualizada. Por exemplo, a que está disponível no site da IUPAC.org. OBJETIVOS Processing math: 100% MÓDULO 1 Reconhecer as definições, o histórico e as principais aplicações da química analítica MÓDULO 2 Identificar sistemas dispersos e os critérios para preparo e representação das concentrações de soluções MÓDULO 3 Reconhecer as propriedades eletrolíticas das soluções aquosas e sua importância nas reações da química analítica INTRODUÇÃO Neste estudo, vamos reconhecer a química analítica, suas aplicações, seu histórico e um conjunto de comportamentos e reações que permitem a identificação de espécies iônicas em soluções. A química analítica qualitativa utiliza, dentre outros recursos, uma série de reações que apresentam características como mudança de coloração, precipitação de espécies ou outras alterações visíveis que indicam e identificam espécies presentes na solução. Cada íon, em uma solução, pode ser identificado com a utilização de reagentes e indicadores adequados para verificação de sua presença. Você verá que os campos de aplicação da química analítica são amplos e virtualmente ilimitados, tendo em vista que temos espécies químicas presentes em todos os meios, desde alimentos, bebidas até amostras de águas, solos e amostras forenses. MÓDULO 1 Reconhecer as definições, o histórico e as principais aplicações da química analítica Processing math: 100% QUÍMICA ANALÍTICA A Química, como ciência, representa o estudo da transformação da matéria. Essa ciência, em virtude das amplas leis que regem a transformação das substâncias; e, como consequência, da possibilidade de múltiplas aplicações; é dividida em diferentes disciplinas, de forma a facilitar seu estudo. Por isso temos uma organização da química em subtemas que facilita a organização do conhecimento. Embora seja um único ramo de conhecimento, a química pode ser subdividida em: QUÍMICA GERAL QUÍMICA INORGÂNICA QUÍMICA ORGÂNICA QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA QUÍMICA DOS MATERIAIS O objetivo da química analítica é identificar e quantificar as substâncias presentes em uma amostra. Isso é alcançado a partir de uma série de operações denominadas procedimentos analíticos. Dessa forma, a química analítica pode ser dividida em duas vertentes principais: Química analítica qualitativa Processing math: 100% Preocupa-se em identificar qual ou quais substâncias químicas existem em uma amostra analisada sem que seja necessário mensurar a quantidade dessas substâncias. Química analítica quantitativa Preocupa-se em mensurar as quantidades das substâncias, determinando, a partir de diferentes técnicas, as quantidades das espécies químicas de interesse presentes na amostra sob análise. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre o desenvolvimento desta ciência e destacar os principais marcos e pesquisadores que contribuíram para que a química analítica fosse reconhecida, de fato, como uma área distinta da Química. ASPECTOS HISTÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO DA QUÍMICA ANALÍTICA Reações químicas que geram alterações visuais, como as que possibilitam a obtenção de cores, são bastante conhecidas pela humanidade há mais de 5 mil anos. Entretanto, como não havia uma ciência plenamente desenvolvida capaz de decifrar tais alterações, esses fatos eram interpretados de maneira empírica pelas civilizações da época. Ainda antes do surgimento dos primeiros reinos e assentamentos de civilização, pinturas rupestres eram realizadas com pigmentos de óxidos. Como exemplo, temos o óxido de ferro III (Fe2O3), obtido do mineral hematita, para o vermelho, ou a utilização de resíduos de carvão para obter o preto. Embora não soubessem, esses povos estavam experimentando as primeiras aplicações da química de forma prática e empírica. Processing math: 100% Imagem: Prof sax / Wikimedia Commons / Domínio Público Pintura rupestre na gruta de Lascaux, França. Mais adiante, algumas aplicações práticas dessa “química embrionária” foram conhecidas pelos antigos egípcios, como os corantes para a pintura em monumentos e na ornamentação do interior dos túmulos. As tintas eram extraídas de fontes naturais, como certos minerais. Imagem: Aswan, Egypt / Wikimedia Commons / Domínio Público Sala da tumba de Sarenput II em Aswan, Egito. No antigo Egito, a cor preta poderia ser obtida tanto do carvão de madeira queimada como do mineral pirolusita (óxido de manganês - MnO2); a cor laranja era obtida a partir do óxido de ferro hidratado (Fe2O3.H2O); a cor branca era obtida do gesso ou da cal; e o azul era obtido da malaquita (carbonato de cobre - Cu2CO3(OH)2). Processing math: 100% Foto: Autor Desconhecido / Wikimedia Commons / Domínio Público* Mineral pirolusita – utilizado para obter pigmento de cor preta no antigo Egito. Os egípcios desenvolveram processos de extração de metais nobres (ouro e prata) utilizando técnicas de copelação mediante aquecimento em cadinho poroso feito de cinza de osso (DIAS et al., 2016). COPELAÇÃO A técnica de copelação consiste, quimicamente, em uma oxidação de impurezas metálicas presentes em metais nobres. Metais nobres como prata ou ouro podem trazer consigo outros metais menos valiosos como chumbo, zinco ou arsênio. Ao aquecer a mistura dos metais nobres com os demais metais que são impurezas, os últimos se oxidam, formando escória. Os metais nobres que não se oxidam são separados dessa escória de forma purificada. A copelação constitui, de certa forma, uma técnica de análise, visto que consegue separar diferentes elementos metálicos por meio de um processamento químico. Essa técnica é utilizada até os dias atuais, mas encontrou seu auge na Idade Média. Processing math: 100% javascript:void(0) Imagem: Cupellation Furnaces / Wikimedia Commons / Domínio Público* Técnica de purificação de ouro e prata. Imagem: Angela / Wikimedia Commons / Domínio Público Gaius Plinius Secundus, 23 d.C a 79 d.C. No primeiro século de nossa era, o naturalista romano Gaius Plinius Secundus (Caio Plínio Segundo), também conhecido como Plínio, o Velho, desenvolveu um teste capaz de detectar a contaminação por íons ferro, na forma de sulfato de ferro II (FeSO4) em acetato de cobre II (Cu(CH3COO)2), pela utilização de uma tira de papiro embebido em uma solução de noz de galha. Essa solução continha tanino, que alterou sua coloração para a cor preta em contato com sulfato de ferro II. Esse procedimento é um dos primeiros testes analíticos de que se tem notícia. Na segunda metade do século XVII, Robert Boyle também contribuiu para o desenvolvimento da análise química ao estudar o uso de reações químicas, introduzindo vários reagentes analíticos para identificar várias substâncias (OLIVEIRA et al., 2006). Processing math: 100% Imagem: Johann Kerseboom / Wikimedia Commons / Domínio Público Robert Boyle, 1627 - 1691. Imagem: Andreas Sigismund Marggraf / Wikimedia Commons / Domínio Público* Processing math: 100% Andreas Sigismund Marggraf, 1709 – 1782. Outros pesquisadores, como Otto Tachenius, no início do século XVII, e Andreas Sigismund Marggraf (1709 – 1782), também se ocuparam, até o fim do século XVIII, em relatar grande parte das reações químicas conhecidas atualmente (OLIVEIRA et. al., 2006). Foi a partir do século XIX que a análise sistemática e padronizada dos elementos químicos foi introduzida. Dois precursores dessa sistematização, que por sua vez originaram as marchas e os procedimentos analíticos em química, foram os pesquisadores Heinrich Rose e Carl RemigiusFresenius. Rose, farmacêutico de formação, aperfeiçoou-se em química entre 1819 e 1821, sendo o responsável por provar que o nióbio e o tântalo eram elementos diferentes, em 1844. Fresenius estabeleceu os princípios da química analítica qualitativa em sua obra Análise Química Qualitativa, de 1841. No campo da química analítica quantitativa, ele elaborou uma metodologia segura para a determinação quantitativa do arsênico em 1843. Imagem: Foto própria de uma litografia original de ÖNB (Viena) / Wikimedia Commons / Domínio Público Carl Remigius Fresenius, 1818 – 1897. No fim do século XIX, Theodor Heinrich Behrens, físico-químico alemão, publicou trabalhos sobre métodos microquímicos para a análise de minerais e para a identificação de elementos individuais. Fritz Feigl e colaboradores desenvolveram trabalhos sobre os testes de toque (spot tests). Até cerca de metade do século XX, a análise qualitativa compreendia, principalmente, estudos e aplicações de novos reagentes (geralmente orgânicos), novos testes para detecção de cátions e ânions em que se utilizavamProcessing math: 100% técnicas microanalíticas, e vários estudos sobre métodos de separação de íons em uma análise sistemática (OLIVEIRA et al., 2006). Atualmente, apesar de contarmos com equipamentos sofisticados de análise química, os testes e marchas analíticas ainda são utilizados como metodologia padrão para uma série de identificações de cátions e ânions em ambiente de laboratório. Muitos dos procedimentos utilizados remetem aos desenvolvimentos nessa área nos últimos dois séculos. APLICAÇÕES DA QUÍMICA ANALÍTICA Quando nos referimos à química analítica, existe uma divisão clássica em química analítica quantitativa e química analítica qualitativa. Essas duas vertentes englobam um conjunto de procedimentos analíticos, que podem, muitas vezes, ser realizados em bancadas de laboratórios e com reagentes e equipamentos que não representam aparatos complexos ou de elevada tecnologia. Embora sejam relativamente simples, as técnicas analíticas são bastante acuradas e eficazes, tanto para a identificação quanto para a quantificação de substâncias presentes em uma amostra. Essas técnicas necessitam de cuidados quanto: À realização adequada dos procedimentos. À utilização de reagentes ativos (em alguns casos os reagentes devem ser recém-preparados e armazenados adequadamente). À utilização de vidrarias específicas. Ao domínio de técnicas de pesagem e de transferência de líquidos e à demais operações, que são desenvolvidas com a prática laboratorial. QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA – PROCEDIMENTOS GERAIS A química analítica qualitativa utiliza diferentes técnicas para a identificação de substâncias presentes em uma amostra. As técnicas podem ser divididas, de uma forma geral, em: técnicas de via seca e técnicas de via úmida. VIA SECA São técnicas analíticas que não utilizam soluções para a identificação de espécies presentes numa amostra. Processing math: 100% javascript:void(0) VIA ÚMIDA Referem-se às técnicas analíticas que utilizam soluções para a identificação de espécies presentes numa amostra. Normalmente, soluções aquosas, isto é, o solvente é água. TÉCNICAS ANALÍTICAS EM VIA SECA As técnicas analíticas em via seca dispensam o preparo de soluções para a identificação de espécies. Normalmente, uma pequena porção da amostra é submetida ao aquecimento sob chama intensa, utilizando- se bico de Bunsen, um aparato bastante comum em todos os laboratórios de química. Alguns procedimentos exigem que a amostra seja inserida em determinadas regiões da chama do bico de Bunsen. Assim, é importante identificar as diferentes regiões dessa chama. O cone mais externo da chama é a região oxidante, em virtude da maior quantidade de oxigênio. O cone mais interno representa a região da chama redutora, menos rica em oxigênio. Imagem: Shutterstock.com Chamas oxidante e redutora do bico de Bunsen. Existem diferentes procedimentos classificados como análise em via seca. Dois ensaios são bastante difundidos: o teste da chama e o de formação de “pérolas” coloridas. Vamos a eles: TESTE DA CHAMA Processing math: 100% javascript:void(0) Consiste em aquecer uma amostra do sal volátil de determinado íon sob a chama do bico de Bunsen. A amostra é colhida com uma alça de platina ou de uma liga de níquel-cobre, materiais inertes e que não alteram o resultado da análise. De acordo com o elemento presente, a chama irá adquirir uma coloração específica, que serve para inferir qual é o íon contido na amostra. Esse fato é justificado pela promoção de elétrons da espécie sob análise a um nível energético superior quando submetido à energia da chama. Ao retornar ao seu nível correto de energia, a energia em excesso é emitida na forma de um fóton, imprimindo, desse modo, coloração à chama, de acordo com o elemento presente. Foto: Shutterstock.com Teste da chama. Uma observação importante é o efeito da presença do sódio, que pode mascarar a presença de outros íons, pela coloração amarela intensa e persistente de sua chama. Para evitar que isso ocorra, em amostras com a presença de sódio e de outros íons, a chama é observada sob um vidro de cobalto azul que filtra a coloração amarela da chama na presença do sódio. O quadro, a seguir, mostra a coloração da chama em presença de diferentes elementos ou íons específicos. Símbolo Nome Cor Al Alumínio Branco prateado As Arsênio Azul B Boro Verde Ba Bário Verde-amarelado Bi Bismuto AzulProcessing math: 100% Ca Cálcio Vermelho tijolo Cs Césio Violeta azulada Cu (I) Cobre (I) Azul Cu (II) Cobre (II) (sal não haleto) Verde Cu (II) Cobre (II) (sal de haleto) Verde-azulado Fe (II) Ferro (II) Dourado Fe (III) Ferro (III) Marrom alaranjado Ga Gálio Azul Hg Mercúrio Vermelho In Índio Azul K Potássio Lilás Li Lítio Vermelho carmesim Mg Magnésio Branco brilhante Mn (II) Manganês (II) Verde-amarelado Mo Molibdênio Verde-azulado Na Sódio Amarelo P Fósforo Verde turquesaProcessing math: 100% Pb Chumbo Branco azulado Ra Rádio Vermelho carmesim Rb Rubídio Vermelho Sb Antimônio Rosa-pálido Sc Escândio Vermelho Se Selênio Roxo celeste Sr Estrôncio Vermelho carmesim Te Telúrio Verde pálido Tl Tálio Verde puro Zn Zinco Verde turquesa Extraído de: Teste de Chama, Wikipedia. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A figura, a seguir, mostra as diferentes colorações de chamas, de acordo com o íon presente no sal submetido ao teste. Imagem: Shutterstock.com Cores da chama de acordo com o elemento presente. Processing math: 100% FORMAÇÃO DE PÉROLAS COLORIDAS POR REAÇÃO SÓLIDO-SÓLIDO Essa técnica consiste em formar pequenas esferas sólidas, “pérolas”, utilizando-se uma alça de platina. Para a formação dessas pérolas, são utilizados o bórax (Na2B4O7.10H2O), o carbonato de sódio (Na2CO3) ou o fosfato ácido de sódio (NaNH4HPO4.4H2O). Uma pérola de bórax, por exemplo, é formada pelo aquecimento, em chama oxidante do bico de Bunsen, em um fio de platina, de uma pequena porção de Na2B4O7.10H2O. A perda das moléculas de água presente leva à formação da pérola, que é uma porção de bórax calcinado com cor branca. Imagem: Bruno Di Lello A pérola formada com um desses compostos é imersa na solução que está sendo testada e, em seguida, retirada. Havendo os íons que estão sendo avaliados, esses irão impregnar-se no sólido. Em seguida, procede-se o aquecimento da pérola, que irá mudar de coloração de acordo com a espécie presente. Imagem: Bruno Di Lello Caso não haja a mudança de coloração, há o indicativo de ausência do íon sob pesquisa. As seguintes colorações da pérola são obtidas de acordo com o íon metálico presente e da chama utilizada. Ensaio da pérola de bórax para alguns íons metálicos Cor da amostra em chama oxidante Cor da amostra em chama Processing math: 100% Íon metálico redutora Amostra quente Amostra fria Amostra quente Amostra fria Cobalto Azul Azul AzulAzul Cobre Verde Azul Incolor Vermelha Cromo Amarelo-escuro Verde Verde Verde Ferro Marrom Amarelada ou Vermelha Amarela Verde Verde Manganês Violeta Violeta Verde Verde Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ANÁLISE POR VIA ÚMIDA Em virtude de sua natureza solúvel, os interesses da química analítica qualitativa se voltam, em sua grande maioria, para a identificação de cátions e ânions presentes em soluções aquosas. Assim, as técnicas analíticas por via úmida são baseadas na preparação de soluções que poderão conter as substâncias que se deseja determinar. A presença ou não de um íon, por exemplo, será assinalada por reações indicativas, normalmente por meio de alterações como a mudança de coloração, a formação de um precipitado ou a da aparência da solução, conforme veremos mais à frente. Com o objetivo de organizar as diferentes técnicas de identificação dos possíveis íons presentes, os cátions são divididos em cinco grupos, com características reacionais que facilitam sua identificação. Os ânions, por sua vez, são organizados em três grupos, em virtude também de suas caraterísticas reacionais no meio aquoso. Esses grupos analíticos, tanto de cátions, quanto de ânions, serão discutidos mais adiante. ESCALA DE ANÁLISEProcessing math: 100% De acordo com a quantidade de amostra presente da substância que está sendo analisada, temos as diferentes escalas de análise. A tabela a seguir mostra a diferença entre essas escalas: Escala Massa empregada da amostra Volume empregado da amostra Macroanálise Superior a 0,10g Superior a 10,0mL Semimicroanálise 0,01g até 0,10g Entre 1,0mL e 10,0mL Microanálise 0,10mg a 10,0mg Entre 0,01mL e 1,0mL Ultramicroanálise 0,10μg a 100,0μg Entre 1μL e 10μL Subultramicroanálise Abaixo de 0,10μg Abaixo de 1μL Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 0,10G É importante que você saiba que as normas preconizadas pelo INMETRO estabelecem que as unidades de medida devem estar separadas dos números por um espaço. No entanto, limitações tecnológicas nos fazem juntar algumas das unidades aos números para tornar o entendimento do nosso material didático mais fácil. Assim, se você encontrar número e unidades juntos, saiba que foi feito para melhorar a sua visualização, mas que relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e unidades. Processing math: 100% javascript:void(0) Foto: Shutterstock.com Vidrarias utilizadas em química analítica. Na química analítica qualitativa, normalmente as análises são realizadas em escala de semimicroanálise. Nessa escala analítica, são utilizados equipamentos e insumos de laboratórios de custos pouco elevados e de utilização simples, como microfiltros, centrífugas, microtubos, placas de toque, tubos de ensaio, bécheres, Erlenmeyers, bico de Bunsen etc. Essa escala também garante o uso reduzido de reagentes e uma rapidez adequada para a obtenção dos resultados analíticos. Processing math: 100% ENSAIOS DE VIA SECA E VIA ÚMIDA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES QUÍMICAS O especialista Bruno Di Lello falará um pouco mais sobre a importância da química analítica com exemplos de identificação de espécies químicas por via seca e via úmida. Assista! VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. VÁRIAS APLICAÇÕES DA QUÍMICA REMONTAM O PRINCÍPIO DA HISTÓRIA. OS POVOS ANTIGOS, EMBORA NÃO TIVESSEM A QUÍMICA COMO UMA CIÊNCIA DESENVOLVIDA, FAZIAM USO DA TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA DE FORMA PRÁTICA, COMO, POR EXEMPLO, PARA OBTER PIGMENTOS POR MEIO DE DIFERENTES MINERAIS. UMA ANTIGA TÉCNICA DE PURIFICAÇÃO DE METAIS, CONHECIDA COMO COPELAÇÃO, FOI DESENVOLVIDA NO ANTIGO EGITO E É UTILIZADA ATÉ HOJE, TENDO SEU AUGE NA IDADE MÉDIA. A RESPEITO DA COPELAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR: A) Trata-se de uma técnica de fusão dos metais, utilizada para a produção de ligas, como o bronze. B) Trata-se de uma técnica de separação por deposição por gravidade, que leva em conta a diferença de densidade dos diferentes metais. C) É uma técnica que utiliza o aquecimento de metais nobres como prata e ouro por meio da transformação de suas impurezas metálicas em escória. D) Técnica analítica que permite a separação de diferentes íons metálicos, como o os íons ferro, cobre e zinco. Processing math: 100% E) Técnica de via seca precursora do teste da chama, baseando-se na observação que os diferentes minérios de metais quando aquecidos emitem fótons de diferentes cores. 2. A QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA TEM DOIS GRANDES CONJUNTOS DE TÉCNICAS: AS ANÁLISES POR VIA SECA E AS ANÁLISES POR VIA ÚMIDA. O PRIMEIRO CONJUNTO DE TÉCNICAS REÚNE PROCEDIMENTOS QUE NÃO NECESSITAM DA SOLUBILIZAÇÃO DA AMOSTRA ANALÍTICA, ENQUANTO AS ANÁLISES POR VIA ÚMIDA SÃO REALIZADAS COM SOLUÇÕES PREPARADAS A PARTIR DO MATERIAL A SER ANALISADO. A RESPEITO DESSES DOIS CONJUNTOS DE TÉCNICAS, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. A) Os procedimentos por via seca têm como objetivo principal quantificar o analito presente enquanto os procedimentos por via úmida têm o objetivo da identificação qualitativa. B) As técnicas de teste da chama e das marchas analíticas de cátions são classificadas como via seca, enquanto os procedimentos da pérola de bórax e da marcha analítica de ânions classificam-se como via úmida. C) Os procedimentos de via seca não são mais utilizados, tendo em vista que os procedimentos por via úmida apresentam técnicas mais modernas e baseadas em equipamentos precisos e de operação complexa, fornecendo resultados mais exatos. D) Os procedimentos por via seca têm como objetivo principal a identificação qualitativa do analito presente, enquanto os procedimentos por via úmida têm como objetivo quantificar a substância sob análise. E) Ambos os conjuntos de técnicas são utilizadas de maneira complementar em química analítica qualitativa. Os procedimentos por via seca englobam o teste da chama e a análise por pérolas coloridas, enquanto os procedimentos por via úmida englobam as marchas analíticas de cátions e ânions. GABARITO 1. Várias aplicações da química remontam o princípio da história. Os povos antigos, embora não tivessem a química como uma ciência desenvolvida, faziam uso da transformação da matéria de forma prática, como, por exemplo, para obter pigmentos por meio de diferentes minerais. Uma antiga técnica de purificação de metais, conhecida como copelação, foi desenvolvida no antigo Egito e é utilizada até hoje, tendo seu auge na Idade Média. A respeito da copelação, é correto afirmar: A alternativa "C " está correta. A técnica da copelação consiste em um processo de purificação dos metais prata e ouro que têm como impurezas outros metais, como o zinco, o chumbo e o arsênio. O aquecimento em forno, em presença deProcessing math: 100% oxigênio, oxida os metais menos nobres, produzindo escória fundida. Os metais prata e ouro não sofrem alterações e podem ser separados da escória, tornando-se purificados. 2. A química analítica qualitativa tem dois grandes conjuntos de técnicas: as análises por via seca e as análises por via úmida. O primeiro conjunto de técnicas reúne procedimentos que não necessitam da solubilização da amostra analítica, enquanto as análises por via úmida são realizadas com soluções preparadas a partir do material a ser analisado. A respeito desses dois conjuntos de técnicas, assinale a alternativa correta. A alternativa "E " está correta. As técnicas por via seca não necessitam do preparo de solução. Dentre essas técnicas há o teste da chama, no qual uma porção da amostra é colocada numa alça de platina ou de outro material inerte e levada à chama do bico de Bunsen. A coloração emitida pela chama é um indicativo do íon presente. Também em via seca há a análise por pérolas coloridas. Essa técnica consiste em formar pequenas esferas sólidas, “pérolas”, utilizando uma alça de platina. Para a formação dessaspérolas, são utilizados o bórax (Na2B4O7.10H2O), o carbonato de sódio (Na2CO3) ou o fosfato ácido de sódio (NaNH4HPO4.4H2O). Um pouco de amostra é impregnado na pérola que em seguida é aquecida. A alteração da coloração indica a espécie presente. As técnicas de via úmida são baseadas em soluções das amostras a serem analisadas. Dentre essas técnicas, temos as análises de cátions e as análises de ânions. MÓDULO 2 Identificar sistemas dispersos e os critérios para preparo e representação das concentrações de soluções IMPORTÂNCIA DAS DISPERSÕES E DAS UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO Nos diferentes sistemas químicos, principalmente para amostras que serão objeto de análise, temos, normalmente, a presença de um soluto inserido em um meio. Tais sistemas, chamados de dispersões, são importantes visto que representam, muitas vezes, o universo da amostra que devemos analisar em busca da identificação de espécies presentes nesse meio. Processing math: 100% Por outro lado, as quantidades de diferentes solutos inseridos no modelo são representadas por unidades de concentração. Vamos aprender um pouco sobre as dispersões e as unidades de concentração, e sua importância em química analítica. DISPERSÕES Em química, muito raramente encontramos substâncias a partir de suas mais diversas fontes, sejam naturais ou sintéticas, com teor de pureza de 100%. Normalmente, há sempre a presença de mais de uma substância nos sistemas químicos, constituindo uma mistura, denominadas, de forma mais ampla, de dispersões. Uma forma de classificar as dispersões é pela dimensão das partículas dispersas no meio, ou seja, no sistema. Partículas com dimensões muito pequenas, abaixo de 1nm (1nm = 10-9 m), formarão dispersões homogêneas, denominadas soluções ou soluções verdadeiras. Quando o tamanho da partícula aumenta, a dispersão perde sua homogeneidade, formando soluções coloidais e suspensões. As soluções são as dispersões mais relevantes do ponto de vista analítico. O quadro, a seguir, mostra exemplos e características das soluções verdadeiras, das soluções coloidais e das suspensões. Soluções verdadeiras Soluções coloidais Suspensões Exemplos Açúcar em água Gelatina em água Terra suspensa em água Natureza das partículas dispersas Átomos, íons ou moléculas Aglomerados de átomos, íons ou moléculas ou mesmo moléculas e íons espacialmente volumosos Grandes aglomerados de átomos, íons ou moléculas Tamanho médio das partículas Entre 0 e 1nm Entre 1 e 1.000nm Acima de 1.000nm Processing math: 100% Visibilidade das partículas (homogeneidade do sistema) As partículas não são visíveis com nenhum aparelho (sistema homogêneo, apenas uma fase). As partículas são visíveis ao ultramicroscópio ou microscópio eletrônico de varredura (sistema heterogêneo, mais de uma fase presente). As partículas são visíveis ao microscópio comum ou a olho nu (sistema heterogêneo, mais de uma fase presente). Sedimentação de partículas As partículas não se sedimentam de modo algum. As partículas sedimentam-se por meio de ultracentrífugas. Há sedimentação espontânea, sob ação da gravidade ou sedimentação induzida por meio de centrífugas comuns. Separação por filtração A separação não é possível por nenhum tipo de filtro. As partículas são separadas por técnicas de ultrafiltração. As partículas são separadas por meio de técnicas simples de filtração em laboratório de química. Comportamento no campo elétrico Quando a solução é molecular, ela não permite a passagem de corrente elétrica. Em soluções iônicas, os cátions deslocam-se para o polo negativo e os ânions presentes para o polo positivo, As partículas de uma dispersão coloidal têm a carga elétrica com o mesmo sinal, deslocando- se para o mesmo Não há movimentação das partículas sob a ação de campo elétrico. Processing math: 100% ocasionando, dessa forma, a passagem de corrente elétrica. polo elétrico inserido nesse meio. Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Solução verdadeira no início e após uma hora: as partículas não sedimentam de modo algum.Processing math: 100% Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Solução coloidal no início e após uma hora: as partículas não sedimentam por ação da gravidade, apenas por ultracentrifugação. Processing math: 100% Foto: Shuttestock.com, adaptada por Flávio Borges Foto: Shuttestock.com, adaptada por Flávio Borges Suspensão no início e após uma hora: as partículas sedimentam por ação da gravidade. SOLUÇÕES VERDADEIRAS Processing math: 100% Sistemas químicos homogêneos com mais do que uma substância e que apresentam apenas uma fase são chamados de soluções verdadeiras. As soluções são importantes visto que contêm substâncias úteis para o homem em suas diversas aplicações. Muitos medicamentos são soluções cujo princípio ativo medicamentoso é diluído em um meio líquido. As substâncias presentes em uma solução podem ser identificadas qualitativamente e quantitativamente por técnicas de química analítica. Foto: Shutterstock.com As soluções verdadeiras são sistemas homogêneos. As soluções verdadeiras são sistemas que contêm uma mistura homogênea de substâncias. A partir desse ponto, chamaremos as soluções verdadeiras apenas de “soluções”. As soluções podem se apresentar em seis diferentes tipos, dependendo das substâncias envolvidas e do estado físico de seus componentes (CHANG e GOLDSBY, 2013, p. 251). Tipos de soluções Componente 1 Componente 2 Estado da solução resultante Exemplos Gás Gás Gás Ar Gás Líquido Líquido Água gaseificada (CO2 dissolvido em água) Gás Sólido Sólido H2 dissolvido em paládioProcessing math: 100% Líquido Líquido Líquido Etanol dissolvido em água Sólido Líquido Líquido NaCl dissolvido em água Sólido Sólido Sólido Liga de bronze (Cu/Zn), solda (Sn/Pb) Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Evidentemente, para os procedimentos em via úmida em química analítica qualitativa, as soluções mais importantes são as que se encontram em fase líquida, normalmente preparada a partir de um soluto que se encontrava na fase sólida antes da solubilização, tal como a solução de açúcar dissolvido em água (solvente). Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges SOLUÇÃO EM FASE LÍQUIDA Uma mistura de poucos gramas de NaCl (cloreto de sódio, sal de cozinha) em um volume total de um litro, por exemplo, utilizando a água como solvente, é considerada uma solução. Se a quantidade de cloreto de sódio for pequena o suficiente de forma que não seja depositado resíduo desse sal após sua solubilização, teremos um sistema homogêneo ou uma solução verdadeira. Processing math: 100% Foto: Shutterstock.com Uma solução de NaCl tem a mesma aparência visual que um sistema com água pura. Como conseguimos identificar quais os componentes de uma solução? Como conseguimos quantificar as substâncias presentes em uma solução? Para começar a responder a essas perguntas, precisamos, primeiramente, entender como se exprimem as quantidades de um soluto presente em uma solução. A adição de maiores quantidades de soluto a uma solução acarreta sua saturação. Isto é, a partir de determinada quantidade de soluto, o solvente não consegue mais dissolver totalmente a substância adicionada, ocorrendo a deposição no fundo do composto não solubilizado. A saturação representa a quantidade máxima de soluto que pode ser adicionada a determinado solvente e, ainda assim, termos um sistema homogêneo. Em termos de saturação, temos a seguinte classificação das soluções: SOLUÇÃO INSATURADA SOLUÇÃO SATURADA SOLUÇÃO SUPERSATURADA Nessa solução, a quantidade de soluto é menor do que sua quantidade máxima, a qual o solvente é capaz de solubilizar, ou seja, a saturação do solventenão foi alcançada. Nessa solução, alcançou-se a quantidade máxima de soluto capaz de ser solubilizado em determinado volume do solvente utilizado. Qualquer adição de uma mínima quantidade de soluto, a partir desse ponto, acarretará deposição de excesso de soluto no sistema. O líquido sobrenadante a esse excesso de soluto constitui um líquido saturado ou solução saturada. Quantidade de soluto acima do ponto de saturação, sem que ocorra deposição de excesso de soluto no sistema. Este tipo de solução só se forma sob condições muito específicas, como, por exemplo, dissolução a quente do soluto e resfriamento cuidadoso do sistema sem precipitação de excesso de soluto.Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com Solução saturada de sulfato de bário. Imagem: Shutterstock.com Preparo de uma solução. PREPARO DE SOLUÇÕES As soluções são preparadas com a cuidadosa solubilização do soluto em um solvente adequado. Ao longo do preparo de uma solução, as quantidades de soluto são cuidadosamente medidas e a adição de solvente deve ser suficiente para que todo o soluto seja totalmente dissolvido de forma que não haja resíduos presentes no sistema e que a homogeneidade seja garantida. Uma das técnicas mais empregadas em química para o preparo de soluções em ambientes tecnológicos dos laboratórios consiste, resumidamente, nas seguintes etapas:Processing math: 100% Foto: Shutterstock.com Quantificação cuidadosa da massa do soluto em balança analítica. ETAPA 1 Quantificação de soluto por pesagem de precisão, que tem como objetivo determinar massa correta de soluto a ser utilizada no preparo de solução. Para essa etapa, são utilizadas balanças analíticas para a pesagem cuidadosa da substância que será o soluto. Foto: Shutterstock.com Solubilização preliminar do soluto em um solvente. Processing math: 100% ETAPA 2 Solubilização do soluto em solvente, que tem como objetivo a dissolução da massa de soluto pesada em uma quantidade adequada de solvente de forma a se obter um sistema homogêneo ou próximo da homogeneidade. Nessa etapa, com bastante cuidado, a massa do soluto é completamente transferida para um recipiente, como um béquer, e são adicionadas pequenas quantidades de solvente até a dissolução dessa massa. Nessa fase, ainda não é possível indicar o volume correto da solução e a relação desse volume com a quantidade de soluto presente. Foto: Shutterstock.com Diferentes balões volumétricos para o preparo de soluções. Processing math: 100% Foto: Shutterstock.com Soluções no interior de balões volumétricos. ETAPA 3 Avolumar a solução, etapa que consiste em transferir o material dissolvido anteriormente para uma vidraria de precisão denominada balão volumétrico. Nessa etapa, toda a massa de soluto previamente dissolvido e contido no béquer é transferida para o balão volumétrico. O béquer que contém o soluto parcialmente dissolvido é lavado cuidadosamente com o próprio solvente, e todo o líquido gerado na lavagem e que contém o soluto é transferido cuidadosamente para o balão volumétrico. Os balões volumétricos têm capacidades bem precisas, como 50,00mL, 100,00mL, 500,00mL e 1.000,00mL etc. Todo o líquido transferido para o balão deve estar acondicionado abaixo da marcação de volume dessa vidraria. LAVADO Esse procedimento é também conhecido como “rinsagem” da vidraria. Deve ser feito sempre utilizando o mesmo solvente utilizado na solução e com cuidado para que o volume de solvente utilizado nesse processo seja o mínimo possível. Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) 50,00ML A representação dos zeros após a vírgula pode parecer desnecessário em princípio, porém, em química analítica, esses zeros indicam o grau de precisão de determinado equipamento/vidraria e, por isso, sua representação é extremamente importante. Deve-se completar cuidadosamente o volume até essa marcação, utilizando-se o próprio solvente. Foto: Adobe Stock Formação de menisco côncavo da água em uma proveta. CUIDADO O líquido presente na solução, normalmente aquosa, apresenta uma curvatura em contato com a parede de vidro da vidraria. Essa curvatura, chamada menisco, da solução aquosa com o vidro, é côncava. Processing math: 100% Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges Forma correta e formas erradas de medição de volume de uma solução aquosa. O observador deve completar o solvente até o ponto em que a parte inferior do menisco tangencia a marcação do balão volumétrico. O olho do observador deve estar alinhado com o menisco e com a linha de marcação do balão volumétrico, para a correta visualização do ponto de tangência. Foto: Adobe Stock A aferição do menisco em uma posição fora do alinhamento do olho do observador gera uma medição equivocada do volume, em virtude de uma visualização também equivocada. Esse tipo de erro é denominado erro de paralaxe. Processing math: 100% QUANTIDADE DE SOLUTO EM UMA SOLUÇÃO A quantidade de matéria do soluto presente no volume da solução ou na massa de solvente utilizada pode ser expressa de diferentes maneiras. Essa informação é importante para os usuários daquela solução. Um exemplo importante dessa informação são os medicamentos que contam com diferentes dosagens de seus princípios ativos. O receituário para determinado medicamento costuma especificar qual a quantidade de seu princípio ativo (soluto) presente em cada comprimido ou em sua solução líquida. De uma forma mais ampla, em química, existem diversas formas de expressar a concentração de um soluto. Vamos discutir essa quantificação em seus diferentes formatos. MOL E O NÚMERO DE AVOGADRO PARA QUANTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES QUÍMICAS O mol, como veremos a seguir, representa uma quantidade utilizada na química para a transformação de massas atômicas ou moleculares (expressas em unidades de massa atômica) em gramas. MAS O QUE É A UNIDADE DE MASSA ATÔMICA? A unidade de massa atômica, u, é definida como 1 12 da massa atômica do C 12 6 , o isótopo mais comum do carbono. Imagem: Bruno Di Lello A unidade de massa atômica, u. Processing math: 100% Você já deve ter percebido que a unidade de massa atômica tem uma dimensão bastante pequena. Para se ter uma ideia, um u possui uma massa de apenas 1,66 x 10-24 grama. Como é possível trabalhar com uma massa tão pequena? RESPOSTA A resposta é que devemos trabalhar com um conjunto enorme de átomos, moléculas, fórmulas, espécies químicas em geral, e não com partículas individuais. Esse conjunto maior de espécies químicas reúne uma quantidade extremamente grande de partículas (6,02 x 1023 partículas). Este número é chamado número de Avogadro e esta quantidade é chamada 1 mol. Assim, 1 mol (6,02 x 1023 unidades) de 1u tem a massa de 1 grama. DICA O mol é, em essência, uma maneira de descrever a quantidade, ou seja, o número existente de determinado item. A ideia é equivalente àquela do termo “dúzia”. Ou seja, enquanto uma dúzia de ovos são 12 ovos, um mol de átomos são 6,02 x 1023 átomos. O número de Avogadro tem esse nome em homenagem ao cientista que o determinou, Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro, advogado e físico italiano. Avogadro foi um dos primeiros pesquisadores que estabeleceu a existência de átomos e moléculas como partículas distintas. Imagem: C. Sentier, Coleção Edgar Fahs Smith / Wikimedia Commons / Domínio PúblicoProcessing math: 100% Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro, 1776 – 1856. A QUANTIDADE MOLAR A quantidade de 1 mol de partículas (6,02 x 1023 partículas) é chamada de quantidade molar, sendo aplicada para átomos, moléculas, elétrons, íons e fórmulas químicas diversas, ou seja, para partículas de tamanho muito pequeno. Essa quantidade constitui uma forma de converter a unidade de massa atômica, u, em uma quantidade em gramas. Veja a tabela, a seguir, que mostra as massas molares de diferentes elementos: TABELA DE MASSAS MOLARES DE DIFERENTES ELEMENTOS Espécie Massa de um átomo doelemento (u) Massa de um átomo do elemento (g) Quantidade de átomos em um mol do elemento Massa de um mol do elemento = MASSA MOLAR, isto é, massa de 6,02 x 1023 partículas do elemento em gramas H 1u 1,66 x 10-24 g 6,02 x 1023 1g Na 23u 3,82 x 10-23g 6,02 x 1023 23g C 12u 1,29 x 10-23g 6,02 x 1023 12g O 16u 2,66 x 10-23g 6,02 x 1023 16g Fe 55,85u 9,28 x 6,02 x 1023 55,85gProcessing math: 100% 10-23g Ca 40u 6,64 x 10-23g 6,02 x 1023 40g Cl 35,45u 5,88 x 10-23g 6,02 x 1023 35,45g Xe 131,3u 2,18 x 10-22g 6,02 x 1023 131,3g Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Para moléculas e fórmulas químicas em geral, é possível calcular as massas molares pela soma das massas dos elementos presentes, conforme tabela a seguir: Molécula Massa de 1 molécula (u) Quantidade de 1 mol de moléculas Massa de 1 mol de moléculas CH4 16u 6,02 x 1023 16g CO2 44u 6,02 x 1023 44g H2O 18u 6,02 x 1023 18g Cl2 70,90u 6,02 x 1023 70,90g C2H5OH 46u 6,02 x 1023 46g Elaborado por: Bruno Di Lello. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal TEORIA NA PRÁTICAProcessing math: 100% Você deve ter percebido que qualquer quantidade de matéria, de composição definida, pode ser convertida em número de mols. Essa conversão deve ter como base a massa de 1 mol da substância química, ou seja, a quantidade de átomos ou moléculas em um mol. Por meio de procedimentos matemáticos simples, obtêm- se o número de mols, o número de átomos (ou moléculas) e a massa molar em gramas. Exemplo Uma amostra de N2 (gás) contém 4,63 x 1022 átomos de nitrogênio. Quantos mols de átomos estão presentes na amostra? Qual a massa da amostra? Dado: N = 14 u RESOLUÇÃO Sabemos que: 1 mol de N 6,02 x 1023 átomos 14 gramas Para calcular o número de mols, usa-se uma regra de proporcionalidade: 1 mol de N 6,02 x 1023 átomos X mols de N 4,63 x 1022 átomos X(MOL) = 4,63 × 1022 6,02 × 1023 = 0,0769 MOL Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para calcular a massa, usa-se a regra de proporcionalidade: 6,02 x 1023 átomos 14 gramas 4,63 x 1022 átomos X gramas X(GRAMA) = 4,63 × 1022 × 14 GRAMAS 6,02 × 1023 = 1,0766 GRAMA Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO Processing math: 100% Para expressar as quantidades de soluto contidas em uma solução, é necessário utilizar as unidades de concentração. As unidades de concentração fornecem a seguinte informação: Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges Em uma solução de açúcar em água, temos o açúcar como soluto e a água como solvente. A quantidade de soluto presente nessa solução é expressa pelas unidades de concentração da solução. Imagem: Shutterstock.com Solubilidade do açúcar em água para formar uma solução. Existem diversas maneiras de expressar a quantidade de soluto presente em uma solução. Observe que essa é uma informação importante do ponto de vista químico, porque fornece o teor ou a concentração do soluto presente. As diferentes unidades de concentração expressam formatos diferentes de quantificação do soluto na solução (ou no solvente). As principais unidades estão listadas a seguir. CONCENTRAÇÃO EM GRAMAS POR LITRO OU G.L-1 Esta é uma das unidades de concentração mais simples e diretas para informar a quantidade de soluto presente em uma solução. Representa a quantidade em gramas de soluto presente em cada litro de solução. Processing math: 100% G. L - 1 = GRAMAS ( SOLUTO ) VOLUME EM LITRO ( SOLUÇÃO ) EXEMPLO Uma solução é preparada pela dissolução completa de 20 gramas de cloreto de sódio (NaCl) em um volume total de solução aquosa de 10 litros. QUAL A CONCENTRAÇÃO DESSA SOLUÇÃO EM GRAMAS POR LITRO? RESOLUÇÃO NaCl → 20 gramas de soluto Volume da solução → 10 litros de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: CONCENTRAÇÃO G. L - 1 = 20 GRAMAS ( SOLUTO ) 10 LITROS ( SOLUÇÃO ) = 2 G. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora é sua vez! Uma solução de sacarose é preparada pela dissolução de 0,5kg desse soluto em quantidade suficiente de água para o preparo (q.s.p.) de 2000mL de solução. Qual a concentração de sacarose em gramas por litro (g.L-1)? RESPOSTA 0,25 G.L-1 RESPOSTA 250 G.L-1 RESPOSTA 0,25 G.L-1 ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) Não é bem assim! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de massa de soluto e do volume de solução para gramas e litros respectivamente: 0,5 kg → 500 gramas de soluto 2000mL → 2 litros de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: CONCENTRAÇÃO G. L - 1 = 500 GRAMAS ( SOLUTO ) 2 LITROS ( SOLUÇÃO ) = 250 G. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal RESPOSTA 250 G.L-1 Isso mesmo! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de massa de soluto e do volume de solução para gramas e litros respectivamente: 0,5kg → 500 gramas de soluto 2000mL → 2 litros de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: CONCENTRAÇÃO G. L - 1 = 500 GRAMAS ( SOLUTO ) 2 LITROS ( SOLUÇÃO ) = 250 G. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal PORCENTAGEM EM MASSA OU %(P/P) Representa a massa de soluto presente em 100g da solução. Matematicamente pode ser calculado da seguinte forma: ( ) ( ) Processing math: 100% % (P /P) = GRAMAS ( SOLUTO ) GRAMAS ( SOLUÇÃO ) × 100 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal EXEMPLO Uma solução é preparada pela dissolução completa de 20 gramas de cloreto de sódio (NaCl) em um volume total de solução aquosa de cerca de 20 litros. A massa final do sistema é de exatamente 20kg. Qual a porcentagem p/p de NaCl nessa solução? RESOLUÇÃO NaCl → 20 gramas de soluto Massa da solução → 20kg de solução → 20.000 gramas de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % P P = 20 GRAMAS ( SOLUTO ) 20.000 GRAMAS ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,1% (P /P) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora é sua vez! Uma solução de sacarose é preparada pela dissolução de 750g desse soluto em água, obtendo-se um volume bastante aproximado de 250 litros de solução. A massa do sistema foi rigorosamente medida e obteve-se um valor de 250kg. Qual a porcentagem p/p de sacarose nessa solução? RESPOSTA 0,3% (P/P) RESPOSTA 3% (P/P) RESPOSTA 0,3% (P/P) Exatamente! Em primeiro lugar, vamos converter a unidade do volume de solução para gramas: Massa da solução → 250kg de solução → 250.000 gramas de solução ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) Temos 750g de soluto (não precisa de conversão). Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % (P /P) = 750 GRAMAS ( SOLUTO ) 250.000 GRAMAS ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,3% (P /P) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal RESPOSTA 3% (P/P) Que pena! Em primeiro lugar, vamos converter a unidade do volume de solução para gramas: Massa da solução → 250kg de solução → 250.000 gramas de solução Temos 750g de soluto (não precisa de conversão). Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % (P /P) = 750 GRAMAS ( SOLUTO ) 250.000 GRAMAS ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,3% (P /P) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal PORCENTAGEM EM VOLUME OU % (V/V) Normalmente utilizada quando o soluto é um líquido, dissolvido em uma solução líquida. Representa o volume de soluto em 100mL da solução. Matematicamente pode ser calculado da seguinte forma: % (V /V) = ML ( SOLUTO ) ML ( SOLUÇÃO ) × 100 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Processing math: 100% EXEMPLO Uma solução é preparada pela mistura homogênea de 250 mililitros de etanol em água levando a um volume total de 1000 mililitros desolução aquosa. Qual a porcentagem v/v de etanol nessa solução? RESOLUÇÃO Etanol → 250 mililitros de soluto Volume final da solução → 1000 mililitros Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % (V /V) = 250 ML ( SOLUTO ) 1.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 25% (V /V) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora é sua vez! Uma solução de metanol é preparada pela adição de 40mL desse álcool em etanol suficiente para formar (q.s.p.) 10 litros de solução. Qual a porcentagem v/v de metanol nessa solução? RESPOSTA 0,4% (V/V) RESPOSTA 0,04% (V/V) RESPOSTA 0,4% (V/V) Exatamente! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de volume de solução para mililitros: Metanol → 40mL de soluto Volume da solução → 10 litros → 10.000mL Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % (V /V) = 40 ML ( SOLUTO ) 10.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,4% (V /V) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) RESPOSTA 0,04% (V/V) Que pena! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de volume de solução para mililitros: Metanol → 40mL de soluto Volume da solução → 10 litros → 10.000mL Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % (V /V) = 40 ML ( SOLUTO ) 10.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,4% (V /V) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal PORCENTAGEM EM MASSA VOLUME OU % (P/V) Representa a massa de soluto presente em 100mL da solução. Matematicamente pode ser calculado da seguinte forma: % (P /V) = GRAMAS ( SOLUTO ) ML ( SOLUÇÃO ) × 100 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal EXEMPLO Uma solução é preparada pela dissolução completa de 20 gramas de cloreto de sódio (NaCl) em um volume total de solução aquosa de 10 litros. Qual a porcentagem p/v do soluto? RESOLUÇÃO NaCl → 20 gramas de solutoProcessing math: 100% Volume da solução → 10 litros de solução → 10.000mL de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: %(P /V) = 20 GRAMAS ( SOLUTO ) 10.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 0,2% (P /V) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora é sua vez! Uma solução de sacarose é preparada pela dissolução de 0,25kg desse soluto em água q.s.p. 5 litros de solução. Qual a porcentagem p/v da sacarose? 0,5% (P/V) 5% (P/V) 0,5% (P/V) Não é bem assim! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de massa de soluto e do volume de solução para gramas e mililitros respectivamente: 0,25kg → 250 gramas de soluto 5 litros → 5000mL de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % P V = 250 GRAMAS ( SOLUTO ) 5.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 5% P V Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 5% (P/V) ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) Isso mesmo! Em primeiro lugar, vamos converter as unidades de massa de soluto e do volume de solução para gramas e mililitros respectivamente: 0,25kg → 250 gramas de soluto 5 litros → 5000mL de solução Aplicando esses valores na fórmula, teremos: % P V = 250 GRAMAS ( SOLUTO ) 5.000 ML ( SOLUÇÃO ) × 100 = 5% P V Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MOLALIDADE (M OU W) – UNIDADE MOL.KG-1 Representa o número de mols de soluto presente em cada kg de solvente puro contido na solução. M = NOMOLS DO SOLUTO KG ( SOLVENTE ) = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × KG ( SOLVENTE ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Observe que, na molalidade, o divisor para a obtenção dessa unidade de concentração não é baseado na massa ou no volume total da solução, e sim na massa em kg do solvente. EXEMPLO Uma solução é preparada pela dissolução completa de 0,5 mol do açúcar frutose em uma massa de água de 10kg. Qual a molalidade da frutose? RESOLUÇÃO ( ) Processing math: 100% M = NOMOLES DO SOLUTO KG ( SOLVENTE ) = 0,5 MOL SOLUTO 10 KG ( SOLVENTE ) = 0,05 MOL. KG - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Qual a molalidade de uma solução preparada pela adição de 4,9 gramas de H2SO4 em 5kg de água? Dado: massa molar do H2SO4 = 98 g.mol-1 0,1 MOL.KG-1 0,01 MOL.KG-1 0,1 MOL.KG-1 Que pena! Observe que, nesse exercício, não foi informado diretamente o número de mols de soluto presente na solução. Mas temos sua massa e a massa molar desse soluto. Nesse caso, basta inserir esses dados na fórmula mais completa de molalidade. M = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × KG ( SOLVENTE ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal M = 4,9 GRAMAS DO SOLUTO 98 G . MOL - 1 × 5 KG SOLVENTE = 0,01 MOL. KG - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 0,01 MOL.KG-1 ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) Muito bem! Observe que, nesse exercício, não foi informado diretamente o número de mols de soluto presente na solução. Mas temos sua massa e a massa molar desse soluto. Nesse caso, basta inserir esses dados na fórmula mais completa de molalidade. M = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × KG ( SOLVENTE ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal M = 4,9 GRAMAS DO SOLUTO 98 G . MOL - 1 × 5 KG SOLVENTE = 0,01 MOL. KG - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MOLARIDADE (M) – UNIDADE MOL.L-1 Representa o número de mols de soluto presente em 1 litro de solução: M = NOMOLS DO SOLUTO LITRO ( SOLUÇÃO ) = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × LITRO ( SOLUÇÃO ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Observe que essa unidade de concentração também é baseada em número de mols de soluto. Entretanto, ao contrário da molalidade, o divisor para a determinação da molaridade leva em conta a quantidade total da solução, expressa em litros. EXEMPLO Uma solução é preparada pela dissolução completa de 0,5 mol do açúcar frutose em água q.s.p. 20 litros de solução. Qual a molaridade da solução de frutose? ( ) Processing math: 100% RESOLUÇÃO M = NOMOLS DO SOLUTO LITRO ( SOLUÇÃO ) = 0,5 MOL SOLUTO 20 L ( SOLUÇÃO ) = 0,025 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora é sua vez! Qual a molaridade de uma solução preparada pela adição de 3,65 gramas de HCl em água q.s.p. 25 litros de solução? Dado: massa molar do HCl = 36,5 g.mol-1 0,2 MOL.L-1 0,005 MOL.L-1 0,2 MOL.L-1 Não é bem assim! Observe que, nesse exemplo, não foi informado diretamente o número de mols de soluto presente na solução. Mas temos sua massa e a massa molar desse soluto. Nesse caso, basta inserir esses dados na fórmula mais completa de molaridade. M = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × LITRO ( SOLUÇÃO ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal M = 3,65 GRAMAS DO SOLUTO 36,5 G . MOL - 1 × 20 L SOLUÇÃO = 0,005 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) 0,005 MOL.L-1 Muito bem! Observe que, nesse exemplo, não foi informado diretamente o número de mols de soluto presente na solução. Mas temos sua massa e a massa molar desse soluto. Nesse caso, basta inserir esses dados na fórmula mais completa de molaridade. M = MASSA EM GRAMAS DO SOLUTO MASSA MOLAR DO SOLUTO × LITRO ( SOLUÇÃO ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal M = 3,65 GRAMAS DO SOLUTO 36,5 G . MOL - 1 × 20 L SOLUÇÃO = 0,005 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal DILUIR E CONCENTRAR UMA SOLUÇÃO Pode-se diluir uma solução a partir da adição de solvente ao meio ou concentrar uma soluçãoretirando-se solvente por meio de evaporação seletiva dessa espécie. ( ) Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com Soluções diluídas e concentradas. A adição de mais soluto ou de mais solvente altera a concentração inicial de uma solução. Considerando uma alteração somente da quantidade de solvente (mantendo-se constante a quantidade de soluto presente), é possível calcular os novos valores da concentração de uma solução por meio de uma expressão bastante simples, baseada nos volumes final e inicial da solução. Essa expressão é válida para as unidades de concentração baseadas no volume total da solução, ou seja: % (v/v); % (p/v) e molaridade. CIVI = CFVF CI = Concentração inicial da solução CF = Concentração final da solução VI = Volume inicial da solução Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) VF = Volume final da solução Assim, se uma solução tem sua concentração expressa em molaridade (M), que é uma unidade baseada no volume total da solução, podemos escrever: MIVI = MFVF MI = Molaridade inicial da solução MF = Molaridade final da solução VI = Volume inicial da solução VF = Volume final da solução TEORIA NA PRÁTICA Uma solução de 0,4 mol.L-1 de sacarose, com um volume inicial de 500mL, é diluída em água, com a adição desse solvente até alcançar o volume final de 2 litros na solução. Considerando que não houve nenhuma adição extra de sacarose, qual a molaridade final dessa solução após a diluição? RESOLUÇÃO MIVI = MFVF Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) 0,4 mol.L-1 x 0,5 L = Mf x 2L MF = 0,4 MOL . L - 1 × 0,5 L 2 L = 0,1 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Uma mistura de etanol em uma solução aquosa apresenta uma porcentagem v/v igual a 5%. Houve uma adição de solvente de forma a quadruplicar o volume total da solução, sem que tenha havido qualquer adição extra de etanol. Qual a nova % v/v da solução após essa diluição? 0,25% 1,25% 0,25% Que pena! Vamos ver como podemos fazer esse cálculo: CiVi=CfVf A concentração nesse caso é em % v/v, então: % V V I × VI = % V V F × VF Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Considerando que Vf = 4 Vi % V V I × VI = % V V F × 4VI ( ) ( ) ( ) ( ) Processing math: 100% javascript:void(0) javascript:void(0) % V V F = % V V I × VI 4VI % V V F = 5% × 1 4 → % V V F = 1,25% Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 1,25% Isso mesmo! Vamos ver como podemos fazer esse cálculo: CiVi = CfVf A concentração nesse caso é em % v/v, então: % V V I × VI = % V V F × VF Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Considerando que Vf = 4 Vi % V V I × VI = % V V F × 4VI ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Processing math: 100% % V V F = % V V I × VI 4VI % V V F = 5% × 1 4 → % V V F = 1,25% Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CÁLCULOS E PREPARO DE SOLUÇÕES AQUOSAS Agora, o especialista Bruno Di Lello fará o cálculo e o preparo de soluções a partir de solutos líquidos e de solutos sólidos. Assista! ( ) ( ) ( ) ( ) Processing math: 100% VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A FRUTOSE, TAMBÉM CONHECIDA COMO AÇÚCAR DAS FRUTAS, TEM A FÓRMULA MOLECULAR EXPRESSA POR C6H12O6, APRESENTANDO UMA MASSA MOLECULAR DE 180 GRAMAS.MOL-1. MOLÉCULA DE FRUTOSE. ESSE AÇÚCAR APRESENTA ELEVADA SOLUBILIDADE EM ÁGUA, A MAIOR ENTRE TODOS OS AÇÚCARES. UM BIOQUÍMICO PREPAROU UMA SOLUÇÃO DE FRUTOSE PELA ADIÇÃO DE 90 GRAMAS DESSA SUBSTÂNCIA EM ÁGUA ATÉ OBTER UM VOLUME TOTAL DE 2 LITROS. A RESPEITO DESSE PREPARO, ASSINALE A OPÇÃO QUE MOSTRA AS INFORMAÇÕES CORRETAS SOBRE A SOLUÇÃO OBTIDA: Processing math: 100% A) A frutose é o solvente e a concentração da solução é de 45 gramas por litro. B) A frutose é o soluto, a água é o solvente e a molaridade da solução é de 0,25 mol de frutose por litro de solução. C) A concentração é de 90 gramas por litro e há 0,5 mol de frutose presente na solução. D) A água é o soluto dessa solução e seu volume adicionado foi de exatamente 2 litros para se alcançar o volume final da mistura. E) Para que haja a diluição da solução, basta que se adicione mais massa do soluto, a frutose. 2. UMA SOLUÇÃO DE SACAROSE, AÇÚCAR CUJA MASSA MOLAR É DE 342 GRAMAS.MOL-1, É PREPARADA PELA ADIÇÃO DE 85,5 GRAMAS DESSA SUBSTÂNCIA EM ÁGUA ATÉ SE ALCANÇAR UM VOLUME TOTAL DE 4 LITROS DE SOLUÇÃO. MOLÉCULA DE SACAROSE. HOUVE TODOS OS CUIDADOS NO PREPARO DESSA MISTURA, COM CUIDADOSA PESAGEM DO SOLUTO, SEGUIDA DE UMA DILUIÇÃO EM VOLUMES CRESCENTES DE ÁGUA ATÉ SE ALCANÇAR O VOLUME TOTAL DA SOLUÇÃO DE 4 LITROS. AO FINAL DO PROCESSO, FOI ADICIONADO UM VOLUME EXTRA DE SOLVENTE, DE FORMA QUE SE OBTEVE UMA NOVA SOLUÇÃO COM VOLUME FINAL DE 10 LITROS. A RESPEITO DESSES PROCEDIMENTOS E DAS CONCENTRAÇÕES DE SOLUTO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) A solução inicial tem uma concentração de 85,5 gramas de sacarose por litro e de 8,55 gramas por litro após a diluição. B) A solução inicial tem uma molaridade de 0,25 mol.L-1 e de 0,025 mol.L-1 após a diluição.Processing math: 100% C) A solução inicial tem uma molaridade de 0,0625 mol.L-1, alcançando a molaridade de 0,025 mol.L-1 após a diluição. D) A solução inicial tem uma molaridade de 0,0625 mol.L-1, alcançando a molaridade de 0,00625 mol.L-1 após a diluição. E) A solução inicial tem a molaridade de 0,25 mol.L-1 e de 0,00625 mol.L-1 após a diluição. GABARITO 1. A frutose, também conhecida como açúcar das frutas, tem a fórmula molecular expressa por C6H12O6, apresentando uma massa molecular de 180 gramas.mol-1. Molécula de frutose. Esse açúcar apresenta elevada solubilidade em água, a maior entre todos os açúcares. Um bioquímico preparou uma solução de frutose pela adição de 90 gramas dessa substância em água até obter um volume total de 2 litros. A respeito desse preparo, assinale a opção que mostra as informações corretas sobre a solução obtida: A alternativa "B " está correta. O soluto é a substância em menor quantidade, nesse caso, a frutose. A água serve como agente de solvatação do açúcar, nesse caso, atua como solvente. A molaridade da solução é dada por:Processing math: 100% M = 90 GRAMAS DE FRUTOSE 180 GRAMAS . MOL - 1 × 2L = 0,25 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2. Uma solução de sacarose, açúcar cuja massa molar é de 342 gramas.mol-1, é preparada pela adição de 85,5 gramas dessa substância em água até se alcançar um volume total de 4 litros de solução. Molécula de sacarose. Houve todos os cuidados no preparo dessa mistura, com cuidadosa pesagem do soluto, seguida de uma diluição em volumes crescentes de água até se alcançar o volume total da solução de 4 litros. Ao final do processo, foi adicionado um volume extra de solvente, de forma que se obteve uma nova solução com volume final de 10 litros. A respeito desses procedimentos e das concentrações de soluto, assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. Para o problema, temos o preparo de uma primeira solução, cujo volume inicial era de 4 litros. A molaridade dessa solução é calculada como: MI = 85,5 GRAMAS DE SACAROSE 342 GRAMAS . MOL - 1 × 4 LITROS = 0,0625 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Após a adição de água para se alcançar o volume total de 10 litros, ocorre uma diluição da concentração de sacarose: Processing math: 100% MIVI = MFVF Logo, MF = MIVI VF = 0,0625 MOL . L - 1 × 4 L 10 L = 0,025 MOL. L - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MÓDULO 3 Reconhecer as propriedades eletrolíticas das soluções aquosas e sua importância nas reações da química analítica ÍONS EM SOLUÇÃO Nesse ponto, você já deveter percebido que os solventes, principalmente o solvente água, conseguem, de acordo com sua natureza, solubilizar uma infinidade de compostos. Dentre os diferentes solutos, aqueles que liberam íons em solução, por dissociação, no caso de sólidos iônicos, ou por ionização, no caso de espécies covalentes, são bastante importantes em química analítica, pois levam à formação de soluções eletrolíticas. Discutiremos, ao longo deste módulo, os diferentes aspectos e a importância das soluções eletrolíticas. DISSOCIAÇÃO DE COMPOSTOS IÔNICOS E IONIZAÇÃO DOS COMPOSTOS COVALENTES A liberação de íons em meio aquoso pode ocorrer por dois diferentes processos, envolvendo a solubilização do soluto no solvente. Esses processos são denominados dissociação e ionização. Embora ambos levem à formação de íons na solução, há uma diferença importante relacionada às ligações presentes no soluto antes que ele seja solubilizado. Processing math: 100% VAMOS ENTENDER ESSAS DIFERENÇAS? DISSOCIAÇÃO Processo que envolve a liberação de íons presentes em um composto iônico. Observe que, por se tratar de um composto iônico, os íons já existiam no composto. O solvente tem o papel de servir como meio que estabiliza os íons que, anteriormente, estavam presentes na constituição do composto iônico. Exemplos de dissociação: Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges Assim, quando um sólido iônico se dissolve, pelo menos dois tipos de partículas (íons, de cargas opostas) são liberadas em solução. Como exemplo, ao se adicionar uma pequena quantidade de cloreto de sódio, NaCl, à água, ocorrerá a dissolução desse sal, havendo sua dissociação em íons sódio (Na+) e cloreto (Cl-). Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges A presença desses íons na solução formada confere condutividade elétrica ao meio, configurando assim uma solução eletrolítica. A dissociação do NaCl em água, liberando íons sódio e íons cloreto, pode ser vista na figura abaixo. Observe que a solvatação dos íons é direcionada aos polos negativos e positivos da molécula de água. A solvatação auxilia na estabilização dos íons da solução e evita que cátions e ânions voltem a se recombinar. Além disso, os íons rodeados por camadas de água se movimentam livremente pela solução, fazendo com que se distribuam uniformemente.Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com Dissociação do cloreto de sódio em água para formação de solução eletrolítica. IONIZAÇÃO Processo que envolve a formação de íons a partir das quebras das ligações covalentes presentes no soluto. Observe que, por se tratar de um composto covalente, não existiam íons nas moléculas de soluto antes da adição do solvente. O solvente viabiliza a quebra das ligações covalentes, de maneira heterolítica, isto é, alguns átomos ou grupos irão acumular os elétrons dos pares eletrônicos que eram compartilhados, formando ânions. Os átomos, ou grupos deficitários dos elétrons dos pares eletrônicos, formarão os cátions. O processo de ionização é bastante comum em ácidos inorgânicos e orgânicos. Exemplos de ionização: Imagem: Bruno Di Lello, adaptada por Flávio Borges OBSERVAÇÃO Os íons H+ liberados em um meio aquoso podem ser representados por H+(aq) ou H3O+(aq) (íon hidrônio). Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com Ionização do HCl(aq). O processo de solvatação dos íons em água, independentemente de serem oriundos de dissociação ou ionização é o mesmo, isto é, os cátions são atraídos pelo polo negativo, enquanto os ânions são atraídos pelo polo positivo da água. SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS E NÃO ELETROLÍTICAS Conforme já descrito, os compostos iônicos são aqueles formados por ligações iônicas entre metais e ametais. Agora, complete as frases com as palavras do quadro para descobrir: ânions covalentes dissociação eletrolítica ionização íons solução A presença de cátions e ---------- em sua composição faz com que, ao serem dissolvidos em meio aquoso, haja a ---------- de seus íons, formando uma solução ---------- . Compostos ---------- , principalmente os ácidos, ao serem colocados em meio aquoso, também liberam ---------- em solução por um processo denominado de ---------- que também levará a Processing math: 100% formação de uma ---------- eletrolítica. RESPOSTA A sequência correta é: A presença de cátions e ânions em sua composição faz com que, ao serem dissolvidos em meio aquoso, haja a dissociação de seus íons, formando uma solução eletrolítica. Compostos covalentes, principalmente os ácidos, ao serem colocados em meio aquoso, também liberam íons em solução por um processo denominado de ionização que também levará a formação de uma solução eletrolítica. COMENTÁRIO As soluções eletrolíticas são capazes de transportar cargas elétricas justamente por conterem íons. Em química analítica qualitativa, a presença de determinados cátions e ânions pode ser determinada por uma série de reações que provocam precipitações de compostos insolúveis, alterações na coloração da solução e outras alterações que atestam a presença de espécies pesquisadas no meio. Embora a ionização ocorra com compostos covalentes, nem todos os compostos que contam com ligações covalentes se ionizam. Existem compostos covalentes que se solubilizam sem sofrer ionização. O solvente consegue solvatar o soluto sem que haja quebra de suas ligações covalentes. Quando isso ocorre, não haverá formação de íons em solução, e esta será classificada como solução não eletrolítica. Veja o exemplo da solubilização da sacarose (C12H22O11), um açúcar, sólido, formado por ligações covalentes: EXEMPLO Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Bruno Di Lello e Flávio Borges Solução não eletrolítica formada por soluto covalente. FORÇA DOS ELETRÓLITOS Eletrólitos são substâncias que, ao se dissolverem, permitem que a água conduza eletricidade em virtude de fornecerem íons ao meio aquoso. Dessa forma, sólidos iônicos que se dissociam em meio aquoso e compostos covalentes que se ionizam nesse mesmo meio dão origem às soluções eletrolíticas. Além das soluções eletrolíticas, obtidas a partir de eletrólitos com seus respectivos cátions e ânions, temos as soluções não eletrolíticas, nas quais o soluto dissolvido é composto por partículas sem cargas. As soluções eletrolíticas são capazes de conduzir eletricidade. Entretanto, a extensão dessa condução elétrica dependerá da força do eletrólito dissolvido. Assim, temos: ELETRÓLITO FORTE Substância que, quando solubilizada, apresenta-se quase totalmente na forma de íons em solução. Soluções preparadas a partir desse tipo de eletrólito têm alta capacidade de conduzir corrente elétrica. FAZEM PARTE DESSE GRUPO: Ácidos inorgânicos fortes: Hidrácidos (com exceção do HF) e os oxiácidos com fórmulas HnEOn+3 (HClO4, por exemplo) ou HnEOn+2 (HNO3, por exemplo).Processing math: 100% Hidróxidos alcalinos e alcalinos-terrosos (exceto Be(OH)2 e Mg(OH)2). A maioria dos sais, como por exemplo, KBr, NaCl e NaBr. ELETRÓLITO FRACOS Substância que quando solubilizada não se dissocia (no caso de compostos iônicos) ou não se ioniza de forma completa em solução. SÃO EXEMPLOS DE ELETRÓLITOS FRACOS: Ácidos inorgânicos fracos: Ácido fluorídrico (HF) e demais oxiácidos com ionização parcial (ex. HCN, HNO2 e HClO); Ácidos orgânicos: A maioria dos ácidos orgânicos, como o ácido acético e ácido cítrico são eletrólitos fracos. Encaixam-se na exceção destes grupos os ácidos sulfônicos e os α-substituídos; Hidróxidos fracos: Compreende a maioria dos hidróxidos di, tri e tetravalente de metais, com exceção da maioria dos hidróxidos de alcalinos terrosos. Como exemplo desse tipo de composto, temos hidróxido de magnésio (Mg(OH)2), hidróxido de ferro II (Fe(OH)2) e hidróxido de alumínio, (os ácidos pouco ionizados (denominados ácidos fracos) como o ácido fluorídrico (HF), que apresenta um grau de ionização de apenas 8%, ácido cianídrico (HCN) com grau de ionização de apenas 0,008%e o ácido acético (CH3COOH) que apresenta grau de ionização de 3%; Outros compostos moleculares inorgânicos, como NH3 e CO2, e orgânicos, como as aminas. Soluções eletrolíticas provenientes de solutos considerados eletrólitos fracos têm menos capacidade de condução de corrente elétrica se comparadas com as soluções eletrolíticas preparadas com eletrólitos fortes. SOLUBILIDADE DOS ELETRÓLITOS Os eletrólitos, em virtude de suas características químicas, apresentam diferenças de solubilidade em água. Podemos definir solubilidade como a concentração de soluto para se obter uma solução saturada. A solubilidade pode ser expressa em gramas ou mols do soluto por volume de solução. Normalmente é expressa em mol.L-1, ou seja, molaridade. Processing math: 100% ATENÇÃO O conceito de solubilidade não pode ser confundido com a força do eletrólito. Enquanto a força dos eletrólitos está relacionada a sua capacidade de conduzir corrente elétrica, a solubilidade indica a extensão em que um soluto é capaz de se solubilizar em determinada quantidade de solvente, formando uma mistura homogênea (solução). Para que você possa entender melhor essa diferença, vamos usar como exemplos o ácido acético (CH3COOH) e o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). O ácido acético é muito solúvel em água. Isso significa que as moléculas deste composto são facilmente dissolvidas pela água. Porém, somente algumas poucas moléculas de ácido acético que estão na solução sofrem ionização. Podemos dizer, então, que o ácido acético é um eletrólito fraco, mas muito solúvel. O hidróxido de cálcio, por outro lado, não é muito solúvel em água. Porém, praticamente todo Ca(OH)2 que é solubilizado sofre dissociação, formando íons Ca2+ e OH-. Assim, o Ca(OH)2 é um eletrólito forte, mas pouco solúvel. O mesmo pode ser visto com sais pouco solúveis, como por exemplo o AgCl. SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS IÔNICOS Quando se trata de compostos iônicos, as características do composto e das interações entre os cátions e ânions presentes nas ligações iônicas são determinantes na sua solubilidade em água. Assim, temos os sais solúveis e os sais insolúveis. VAMOS VER A DIFERENÇA ENTRE ELES? Sais solúveis Se dissolvem facilmente em meio aquoso e são eletrólitos fortes. Nesse tipo de sal, as interações entre os íons presentes em sua fórmula e a água são mais favoráveis, formando um sistema mais estável em solução em comparação com os mesmos íons “imobilizados” no soluto sólido. Sais insolúveis Apresentam baixa solubilidade em meio aquoso. As interações entre os íons no soluto em sua forma sólida são mais favoráveis em comparação com as mesmas espécies iônicas em uma solução aquosa. Embora o Processing math: 100% termo sal insolúvel seja amplamente utilizado, precisamos ficar atentos para o fato de que nenhuma espécie de sal é totalmente insolúvel. Os sais insolúveis são sais com baixa solubilidade. São exemplos de: SAIS SOLÚVEIS SAIS INSOLÚVEIS Que são considerados eletrólitos fortes: sais com os cátions sódio (Na+), potássio (K+) e amônio (NH4+), como NaCl, NaBr, KCl, NH4Cl etc. Os sais que apresentam os ânions nitrato (NO3-) e acetato (CH3COO-) também são todos solúveis, sem exceções, como por exemplo Ca(NO3)2, NaNO3, Ca(CH3COO)2 etc. Que são considerados eletrólitos fracos: sais com os íons carbonato (CO32-) e sulfato (SO42-) combinados com cálcio e com bário (CaCO3 e BaCO3; CaSO4 e BaSO4) além dos sais de cloreto (Cl-) com prata e chumbo (AgCl e PbCl2) dentre outros. Reações químicas que formam compostos insolúveis irão gerar precipitados no meio reacional. Esses precipitados são indicados por uma seta (↓), conforme os exemplos a seguir: Ag+(aq) + Cl-(aq) → AgCl↓ precipitação do cátion prata na forma de cloreto Hg22+ (aq) + 2Cl-(aq) → Hg2Cl2↓ precipitação do cátion mercuroso na forma de cloreto Pb2+(aq) + 2Cl-(aq) → PbCl2↓ precipitação do cátion chumbo II na forma de cloreto Cu2+(aq) + S2-(aq) → CuS↓ precipitação do cátion cobre II na forma de sulfeto Ca2+(aq) + CO32-(aq) → CaCO3↓ precipitação do cátion cálcio na forma de carbonato As características de solubilidade elevada e de solubilidade baixa de diferentes sais e de outros compostos iônicos servem como ferramentas analíticas simples para a identificação de uma espécie química. De uma forma geral, as caraterísticas de solubilidade dos compostos iônicos são as seguintes: Composto iônico Exemplos Solubilidade Observações Bases de metais alcalinos NaOH, KOH Elevada São denominadas bases fortes. Bases de metais alcalinos terrosos Ba(OH)2, Ca(OH)2 Parcial Bases de outros Baixa Processing math: 100% metais Fe(OH)2, Fe(OH)3 Sais de acetato Mg(CH3COO)2, Ca(CH3COO)2 Elevada Sais de clorato: ânion ClO3- NaClO3, KClO3 Elevada Sais de nitrato: ânion NO3- AgNO3, KNO3 Elevada Sais de brometo: ânion Br- NaBr, FeBr2 Elevada Os brometos com cobre, prata, Hg22+, Pb2+ são pouco solúveis. Sais de cloreto: ânion Cl- NaCl, KCl Elevada Os cloretos com cobre, prata, Hg22+, Pb2+ são pouco solúveis. Sais de iodeto: ânion I- NaI, KI Elevada Os iodetos com cobre, prata, Hg22+, Hg2+, Pb2+ e Bi3+ são muito pouco solúveis. Sais de sulfato: ânion SO42- FeSO4, Al2(SO4)3 Elevada Os sulfatos de cálcio, Sr2+, Ba2+ e Pb2+ são pouco solúveis. Sais de sulfeto: ânion S2- CaS, FeS Baixa São bastante solúveis os sulfetos dos metais alcalinos e o sulfeto de amônio (NH4)2S Sais de outros ânions Baixa Os sais de metais alcalinos e de amônio são solúveis. Quadro: Aspectos gerais da solubilidade dos compostos iônicos. Elaborado por: Bruno Di Lello. Processing math: 100% Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Do ponto de vista analítico, ao adicionar determinado íon (cátion ou ânion) a uma solução em que se deseja identificar uma espécie (que também pode ser um cátion ou ânion), as concentrações iônicas da mistura das duas soluções podem ultrapassar os valores de solubilidade prevista para o sal gerado. Imagem: Shuttestock.com Retículo cristalino do brometo de prata, eletrólito fraco, sal insolúvel. Ao se ultrapassar as concentrações da solubilidade, em se tratando de um eletrólito fraco, haverá formação de um produto insolúvel na solução sob análise, levando a uma precipitação de sal insolúvel no sistema. Essa precipitação sinaliza a presença do íon que está sendo pesquisado pelo analista. EXEMPLO Se há a suspeita da presença de íons cloreto, Cl-(aq), em uma solução, basta que se adicione um cátion que forma um sal pouco solúvel com o cloreto. Se houver precipitação de material, tem-se forte indicativo da presença do cloreto. Processing math: 100% Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Flávio Borges Teste para a presença de cloreto na solução. Um teste bastante simples para a presença de cloreto é realizado com a adição de uma solução de nitrato de prata (AgNO3) com ácido nítrico diluído em excesso. Na reação que ocorre, caso haja a presença de cloreto, há a formação de cloreto de prata, AgCl, de acordo com a equação. Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Flávio Borges Teste para a presença de sulfato. De forma semelhante à presença de cloreto, também há um teste simples para a identificação do íon sulfato, SO42-, em uma solução. Para esse teste, basta adicionar uma solução de cloreto de bário à solução com suspeita de conter sulfato. Casa haja sulfato presente, haverá a precipitação de um sal insolúvel de sulfato de bário, BaSO4, um precipitado branco e leitoso, de acordo com a reação. Processing math: 100% A FORÇA ELETROLÍTICA DAS SOLUÇÕES Por fim, o especialista Bruno Di Lello apresentará a definição de soluções eletrolíticas e não eletrolíticas. Por meio de experimento em laboratório, o especialista demonstrará na prática essa diferença. Assista! VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A PRESENÇA DE ÍONS EM SOLUÇÃO AQUOSA É POSSÍVEL DEVIDO A DOIS DIFERENTES PROCESSOS, DENOMINADOS DISSOCIAÇÃO E IONIZAÇÃO. EMBORA EM AMBOS OS PROCESSOS HAJA COMO RESULTADO A PRESENÇA DE
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