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HIPERSENSIBILIDADE Janaina Rigotti Kubiszeski Definição de Hipersensibilidade Reação de hipersensibilidade é uma resposta a antígenos ambientais inofensivos como pólen, comida e medicamentos. Classificadas em I, II, III e IV de acordo com o mediadores envolvidos e mecanismo efetor. IgE: Ag solúveis IgM e IgG: Ag de superfície IgG: Ag solúveis Macrófagos e linfócitos TCD4-8 HIPERSENSIBILIDADE I Hipersensibilidade tipo I – predisposição genética Estudos demonstraram que 40% da população ocidental apresentam uma tendência exagerada a produzir respostas IgE a uma ampla variedade de alérgenos ambientais comuns. Esse estado é denominado atopia. Os indivíduos atópicos têm níveis totais mais elevados de IgE na circulação e níveis mais elevados de eosinófilos do que pessoas normais. Os alérgenos são frequentemente apresentados em baixas doses e favorecem produção de IgE Hipersensibilidade tipo I – sensibilização A sensibilização é considerada a etapa inicial da reação de hipersensibilidade do tipo I. Este processo ocorre após o primeiro contato entre o alérgeno e o indivíduo. Após a captação do alérgeno pelas APCs e processamento, o alérgeno é apresentado às células T CD4+, via MHC-II. Gera uma resposta alérgica assintomática Hipersensibilidade tipo I – sensibilização A 2ª exposição gera uma resposta alérgica sintomática Hipersensibilidade tipo I – Consequências • Histamina: ↑ da permeabilidade vascular, contração de músculos lisos. • Prostaglandina D2: vasodilatação, bronquioconstrição, quimiotaxia de neutrófilos. • Leucotrienos: bronquioconstrição + prolongada, ↑ secreção de muco, ↑ da permeabilidade vascular. • Citocinas: • IL-3 – proliferação de mastócitos • TNF-α – inflamação (edema) • IL-4, IL-13 (Th2) – ativação e produção de mastócitos • IL-5 – ativação e produção de eosinófilos Hipersensibilidade tipo I – Diagnóstico Testes cutâneos e níveis séricos elevados de IgE – pápula e vermelhidão HIPERSENSIBILIDADE II Hipersensibilidade tipo II Dano causado por anticorpos contra tecido Mecanismo de depósito de anticorpos Mecanismo efetor de dano tecidual Recrutamento de células inflamatórias Dano tecidual Hipersensibilidade tipo II Doenças Causadas por Anticorpos Contra Antígenos Fixos de Células e Tecidos Opsonização e fagocitose Este é o principal mecanismo de destruição celular na anemia hemolítica autoimune e na púrpura trombocitopênica autoimune. Doenças Causadas por Anticorpos Contra Antígenos Fixos de Células e Tecidos Inflamação Este é o principal mecanismo de lesão na glomerulonefrite. Hipersensibilidade tipo II ASO Anti- Dnase B Doenças Causadas por Anticorpos Contra Antígenos Fixos de Células e Tecidos Funções celulares anormais Doença de Graves e miastenia gravis. Hipersensibilidade tipo II Ac específicos p/ receptor hormônio estimulante da tireoide e receptor nicotínico da acetilcolina Resposta fisiológica anormal s/ dano tecidual Doenças Causadas por Anticorpos Contra Antígenos Fixos de Células e Tecidos Causa hipertireoidismo Hipersensibilidade tipo II Patogênese de Doenças Mediadas por Imunocomplexos Incompatibilidade ABO No caso de transfusão, hemácias incompatíveis são recobertas pelas aglutininas, o que causa grave hemólise intravascular mediada por complemento Hipersensibilidade tipo II Hipersensibilidade tipo II Patogênese de Doenças Mediadas por Imunocomplexos Doença hemolítica do recém-nascido ocorre se uma mãe Rh- tiver sido exposta a hemácias Rh+ do 1° feto (sensibilização) e o 2° feto for RH+ (reação) Diagnóstico: teste de Coombs HIPERSENSIBILIDADE III Dano tecidual por imunocomplexo Vasculite Vaso sanguíneo Recrutamento de células inflamatórias Hipersensibilidade tipo III Hipersensibilidade tipo III Agregados IC maiores: Fixam o complemento e são facilmente removidos pelo sistema fagocítico mononuclear. Agregados IC menores: Não fixam o complemento e tendem a depositar-se nas paredes dos vasos sanguíneos. Formação de imuno- complexos (IC) Hipersensibilidade tipo III • Doença do soro • Doença de Arthus Hipersensibilidade tipo III – doença do soro Administração de soroterapia heteróloga contendo anticorpos anti-tetânico ou anti-diftérico produzidos em cavalos; utilização de anti-toxinas (veneno de cobra) Como os complexos são frequentemente depositados em pequenas artérias, glomérulos renais e na sinóvia das articulações, as manifestações clínicas e patológicas mais comuns são vasculite, nefrite e artrite. Hipersensibilidade tipo III – doença de Arthus • Doença de Arthus Injeção de um antígeno por via intradérmica ou subcutânea em um animal que tem altos níveis de anticorpos circulantes específicos para esse antígeno leva à formação de imunocomplexos. Os imunocomplexos ligam-se a receptores nos mastócitos e em outros leucócitos, criando uma resposta inflamatória local com aumento da permeabilidade vascular. Os imunocomplexos também ativam o complemento aumentando a inflamação. HIPERSENSIBILIDADE IV – DTH Hipersensibilidade tipo IV – DTH Quando algumas subpopulações de células Th ativadas encontram certos tipos de antígenos, elas secretam citocinas que induzem uma reação inflamatória localizada chamada hipersensibilidade do tipo tardio (DTH). A reação é caracterizada por grandes influxos de células inflamatórias inespecíficas, em particular, macrófagos. É caracterizada por início retardado da reação e ao dano tecidual Hipersensibilidade tipo IV ou tardia • Respostas iniciadas por LT em 36-48 horas • Caracterizada por formação de granuloma • Freqüentemente ocorre fibrose como resultado de secreção de citocinas e fatores de crescimento para macrófagos G ra n u lo m a Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Apresenta dois estágios 1. Sensibilização de 1 a 2 semanas após o contato primário com um Ag. APC + Ag: produção de células Th Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Apresenta dois estágios 2. Fase efetora após exposição subsequente com o Ag; atinge o pico em 48-72 hrs após o contato. O início tardio dessa resposta reflete o tempo necessário para que as citocinas induzam influxos localizados de macrófagos e sua ativação. Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Ag é injetado na pele Ag é absorvido na pele Ag é absorvido pelo intestino Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Dermatite de contato Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Dermatite de contato Nas reações inflamatórias mediadas por citocinas, as células T CD4+ respondem aos antígenos teciduais secretando citocinas que estimulam a inflamação e ativam os fagócitos, levando à lesão tecidual. Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Dermatite de contato Exemplos de sensibilidade de contato incluem erupções cutâneas induzidas por hera venenosa e carvalho venenoso; erupções cutâneas induzidas pelo contato com metais e reagentes químicos Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Reação tuberculínica A presença de uma reação de DTH pode ser medida experimentalmente injetando antígeno intradermicamente em um animal e observando se uma lesão cutânea característica se desenvolve no local da injeção → usado para determinar se um indivíduo foi infectado previamente com o Mycobacterium tuberculosis. O desenvolvimento de uma lesão firme vermelha, levemente edemaciada entre 48-72 h depois indica exposição prévia. Hipersensibilidades – diagnóstico Tipo I: dosagem de Ige total e especifico; testes intradérmicos. Tipo II: detecção de Ac circulantes contra tecidos envolvidos e a presença de Acs e complemento na lesão por imunofluorescência. Tipo III: biópsia do tecido para depósito de Ig e complemento imunofluorescência. Tipo IV: teste de dermatite de contato e reação de tuberculina (PPD). Comparação entre as reaçõesde hipersensibilidades TB test, granuloma LESGoodpastureanafilaxia, asma exemplos Type-IVType-IIIType-IIType-Icharacteristic imunoglobulina IgE IgG, IgM IgG, IgM none antigeno Exogenos Fixado a célula ou tecido celularsoluvel Tempo de resposta 15-30 min. Min.-hrs 3-8 hours 48-72 hours ou mais sintomas Papula e eritema Lise e necrose Eritema e edema Eritema e endurecimento baso- and eosinofilos Ac and complement histologia PMN e complemento Monocitos e linfócitos Hipersensibilidade tipo I - resumo Tempo da reação: 1-15 horas Alvos: antígenos solúveis Mediada por anticorpos IgE que se ligam a receptores em mastócitos ou basófilos sanguíneos. A interação da IgE-alérgeno leva à degranulação de mastócitos ou basófilos com liberação de mediadores inflamatórios; os principais efeitos desses mediadores são a contração do músculo liso e vasodilatação. Patologias: Anafilaxia sistêmica Urticária Febre do feno (rinite) Asma Alergia a alimentos Hipersensibilidade tipo II - resumo Ocorre quando o anticorpo reage com determinantes antigênicos presentes na superfície do células, levando a danos celulares ou morte através de lise mediada por complemento ou citotoxicidade mediada por células. Tempo da reação: 5-8 horas Alvos: antígenos na superfície celular Mecanismo efetor IgG: opsonização e fagocitose IgM: ativação do sistema complemento Patologias Anemia hemolítica Hemólises de transfusões de sangue grupo-incompatível Anemia hemolítica de recém nascidos (incompatibilidade Rh) Boa sorte! Sumário As reações de hipersensibilidade são reações inflamatórias humorais ou celulares que levam a danos extensos nos tecidos ou mesmo à morte. Hipersensibilidade tipo III - resumo Mediada pela formação de imunocomplexos e a consequente ativação de complemento. Os produtos da divisão do complemento servem como moléculas efetoras imunes que provocam vasodilatação localizada e atração de neutrófilos. Tempo da reação: 2-8 horas Alvos: Antígenos solúveis Mecanismo efetor: IgG e IgM: formação de imunocomplexos Ativação do sistema complemento Desgranulação de mastócitos e ativação de neutrófilos Patologias: Reação de Arthus (localizada) Doença do soro (sistêmica) Hipersensibilidade tipo IV - resumo Eeação mediada por células. A ativação do antígeno de células Th sensibilizadas induz a liberação de citocinas que fazer com que os macrófagos se acumulem e sejam ativados. O efeito final da ativação de macrófagos é liberar enzimas líticas que causam dano tecidual localizado. Tempo da reação: 36-72 horas Alvos: antígenos na superfície celular Mecanismo efetor: Citotoxicidade mediada por células Patologia Dermatite de contato Asma e rinite crônica A inativação do cromossomo X é um processo complexo e apenas parcialmente compreendido. A inativação de um cromossomo X provou-se incompleta, pois 10-15% dos genes não são inativados. As mulheres, portanto, têm uma dose dupla, ou seja, dupla expressão, de certos genes ligados ao X, que tem influência no desenvolvimento da autoimunidade. O grau de inativação varia de uma mulher para outra e em diferentes tecidos na mesma mulher. Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? https://tidsskriftet.no/en/2017/06/kronikk/why-are-autoimmune-diseases-more-prevalent- women#:~:text=The%20author%20has%20completed%20the,relating%20to%20the%20immune%20system. DOENÇAS AUTO-IMUNE Conceitos Tolerância imunológica é o estado de não-resposta a um determinado antígeno específico (auto-antígenos). Autoimunidade é uma reação imune contra antígenos próprios devido a falha nos mecanismos de autotolerância (linfócitos auto- reativos e auto-anticorpos) Doenças Autoimunes é um conjunto de doenças desencadeadas por uma resposta autoimune patológica contra auto-antígenos (localizadas e sistêmicas) A doença autoimune só se desenvolve se vários pontos de checagem forem superados para desenvolver uma reação sustentada contra o próprio que inclui a geração de células e moléculas efetoras que destroem os tecidos. Etiologia Etiologia • Anticorpos IgG podem atravessar a barreira placentária. Para algumas doenças autoimunes, a transmissão de autoanticorpos através da placenta leva à doença no feto ou neonato. Isso fornece evidências de como os autoanticorpos, em humanos, são responsáveis por alguns dos sintomas de autoimunidade. Caracteristicas das doenças autoimunes Localizadas: é restrita a órgãos específicos do corpo. Sistêmicas: afetam múltiplos órgãos e tem tendência de serem crônicas. Atividades •Esquema do mecanismo de tolerância de linfócitos T e B. •Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? As mulheres estão protegidas contra doenças hereditárias ligadas ao X. Uma mulher com um gene defeituoso em um cromossomo X geralmente não será afetada, desde que tenha uma cópia normal do gene no outro cromossomo X. A presença de dois cromossomos X pode ser uma das razões pelas quais as mulheres geralmente vivem mais que os homens (5, 6) . No entanto, o preço de ter dois cromossomos X é um risco maior de doença autoimune. • A explicação é muitas vezes que eles têm inativação do cromossomo X distorcida. Pesquisas recentes mostraram uma maior prevalência de inativação distorcida do cromossomo X em algumas doenças autoimunes; isso foi encontrado pela primeira vez para a esclerose sistêmica . A inativação distorcida do cromossomo X foi encontrada na doença autoimune da tireoide, tanto na tireoidite de Hashimoto quanto na doença de Graves e na artrite reumatoide. Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Percentual de mulheres e anormalidades do cromossomo X em doenças autoimunes. + Maior prevalência encontrada - Maior prevalência não encontrada. • Supõe-se que é a inativação distorcida do cromossomo X que causa a disposição para a autoimunidade, e não o inverso . A inativação distorcida do cromossomo X pode levar as mulheres a terem principalmente células que expressam apenas genes ligados ao X de um cromossomo X. Uma explicação para a relação entre a inativação distorcida do cromossomo X e a doença autoimune pode ser que os autoantígenos ligados ao X em um cromossomo X não são suficientemente apresentados no timo ou em outros tecidos envolvidos na indução de tolerância – enquanto a expressão em tecidos periféricos é grande suficiente para desencadear o desenvolvimento de autoanticorpos. https://tidsskriftet.no/en/2017/06/kronikk/why-are-autoimmune-diseases-more-prevalent- women#:~:text=The%20author%20has%20completed%20the,relating%20to%20the%20immune%20system. Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Slide 1: HIPERSENSIBILIDADE Slide 2: Definição de Hipersensibilidade Slide 3 Slide 4 Slide 5: Hipersensibilidade i Slide 6: Hipersensibilidade tipo I – predisposição genética Slide 7 Slide 8: Hipersensibilidade tipo I – sensibilização Slide 9: Hipersensibilidade tipo I – sensibilização Slide 10 Slide 11 Slide 12: Hipersensibilidade tipo I – Consequências Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17: Hipersensibilidade ii Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25: Hipersensibilidade iii Slide 26 Slide 27 Slide 28: Hipersensibilidade tipo III Slide 29: Hipersensibilidade tipo III – doença do soro Slide 30: Hipersensibilidade tipo III – doença de Arthus Slide 31: Hipersensibilidade iv – dth Slide 32: Hipersensibilidade tipo IV – DTH Slide 33: Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Slide 34: Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Slide 35: Hipersensibilidade tipo IV ou tardia Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43: Hipersensibilidade tipo I - resumo Slide 44: Hipersensibilidade tipo II - resumo Slide45 Slide 46 Slide 47 Slide 48: Hipersensibilidade tipo III - resumo Slide 49: Hipersensibilidade tipo IV - resumo Slide 50: Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Slide 51: Doenças auto-imune Slide 52: Conceitos Slide 53 Slide 54: Etiologia Slide 55: Etiologia Slide 56: Caracteristicas das doenças autoimunes Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61: Atividades Slide 62: Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Slide 63: Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes? Slide 64 Slide 65: Por que mulheres são mais suscetiveis a doenças autoimunes?
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