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REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE

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REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
INTRODUÇÃO
· Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal.
· Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação.
· Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
· Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte.
· A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas). Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE.
· O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócito ou o basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelas plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO II
· Hipersensibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. 
· A fisiopatologia aborda:
· Opsonização e fagocitose por fagócitos e opsoninas, por vezes envolvendo o sistema complemento;
· Inflamação mediada pelo receptor do complemento e Fc, com ativação de leucócitos e lesão tecidual;
· Respostas fisiológicas anormais sem lesão tecidual, com hiperestímulo ou hipoestímulo de um receptor, por exemplo;
· Antígenos são normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos podem se ligar a membranas celulares e levar a hipersensibilidade tipo II;
· Componentes imunológicos principais: anticorpos (Ac) IgM e IgG, além da cascata do complemento; Doenças mediadas por anticorpo humano (hipersensibilidade tipo II). A tabela lista exemplos de doenças humanas causadas por anticorpos. Na maioria dessas doenças o papel dos anticorpos é inferido pela detecção de anticorpos no sangue ou nas lesões e, em alguns casos, por semelhanças com modelos experimentais nos quais o envolvimento de anticorpos pode ser formalmente estabelecido por estudos de transferência.
· Agem contra antígeno celulares ou da matriz causando doenças que afetam especificamente células e tecidos, onde estes antígeno estão presentes.
· Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia, doença de Graves e púrpura e trombocitopenia são exemplos. O tempo de reação é minutos a horas. 
· Fagócitos e células K também participam. A lesão contém anticorpos, complemento e neutrófilos. Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra tecidos envolvidos e a presença de anticorpos e complemento na lesão (biópsia) por imunofluorescência.
· O padrão de coloração é normalmente suave e linear, tal como visto na nefrite de Goodpasture (membrana basal renal e pulmonar) e pênfigo (proteína intercelular da pele, desmossomo).
· Tratamento envolve agentes anti-inflamatórios e imunossupressores. 
HIPERSENSIBILIDADE TIPO III
· Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. A reação pode ser geral (doença do soro) ou envolver órgãos individuais incluingo pele (lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), rins (nefrite do lupus), pulmões (aspergilose), vasos sanguíneos (poliarterite), juntas (artrite reumatóide) ou outros órgãos. Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos;
· A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno, como na reação de Arthus; 
· Reação inflamatória local, mediada por imunocomplexos, após injeção subcutânea do antígeno;
· Vasculite cutânea local com necrose tecidual.
· É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão-específica: ex. lupus eritematoso sistêmico, LES). O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. Componentes primários são complexos imunes solúveis e complementos (C3a, 4a e 5a). O dano é causado por plaquetas e neutrófilos. A lesão contém primariamente neutrófilos e depósitos de complexos imunes e complemento. Macrófagos infiltrantes em estágios avançados podem estar envolvidos no processo de recuperação;
· A afinidade do anticorpo e tamanho dos complexos imunes são importantes na produção de doença e na determinação do tecido envolvido. O diagnóstico envolve exame de biópsias do tecido para depósitos de Ig e complemento por imunofluorescência. A coloração imunofluorescente na hipersensibilidade tipo III é granular (ao contrário da linear no tipo II como visto na síndrome de Goodpasture). A presença de complexos imunes no soro e diminuição do nível do complemento também são diagnostigadores. Turbidez mediada por polietileno-glicol (nefelometria), ligação de C1q e teste celular de Raji são utilizados para detectar complexos imunes. O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios;Doenças do complexo imune (hipersensibilidade tipo III). A tabela lista exemplos de doenças humanas causadas pelo depósito de complexos imunes, assim como dois modelos experimentais. Nas doenças, complexos imunes são detectados no sangue ou nos tecidos no local da lesão. Em todas essas desordens a lesão é causada por inflamação mediada por complemento e receptor de Fc.
· As características patológicas refletem o local de deposição do imunocomplexo (e não pela fonte celular do antígeno) – sistêmica.
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV
· Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou hipersensibilidade tardia. O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação tuberculínica que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno (PPD). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema (> 5mm e vacinados há mais de dois anos ou > 10mm vacinados há menos de dois anos ou não vacinados);
· A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. Hipersensibilidade tipo IV pode ser classificada em três categorias dependendo do tempo de início e apresentação clínica e histológica;
· Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tardia incluem linfócitos T e monócitos e/ou macrófagos. Células T citotóxicas causam danos diretos enquanto células auxiliares T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões. As lesões da hipersensibilidade tardia contêm principalmente monócitos e algumas células T;
· Testes diagnósticos in vivo incluem reação cutânea tardia (ex. teste Mantoux) e teste local (para dermatite de contato). Testes in vitro para hipersensibilidade tardia incluem resposta mitogênica, linfo-citotoxicidade e produção de IL-2. Corticosteroides e outros agentes imunossupressores são usados no tratamento;
Teste tuberculínico (PPD):
Inoculação ID de um derivado proteico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. 
Leitura em 48-72h após aplicação (*96h). 
Resultado positivo: 3-12 sem após infecção.
Patch Test:
O patch test também denominado teste epicutâneo ou teste de contato é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da dermatite de contato alérgica. A dermatite de contato é definida como uma respostainflamatória na pele, resultante da exposição tópica de substâncias externas.
A tabela lista doenças nas quais as células T têm participação dominante na causa da injúria tecidual; anticorpos e complexos imunes também podem contribuir. Note que a esclerose múltipla, a artrite reumatoide e o diabetes tipo I são distúrbios autoimunes. A doença de Crohn, uma doença inflamatória do intestino, é provavelmente causada por reações contra microrganismos no intestino e pode ter um componente de autoimunidade. As outras doenças são causadas por reações contra antígenos estranhos (microbianos ou ambientais). Na maioria das doenças, o papel das células T é inferido pela detecção e pelo isolamento de células T reativas com vários antígenos do sangue ou das lesões e pela semelhança com modelos experimentais nos quais o envolvimento das células T foi estabelecido por uma variedade de abordagens. A especificidade de células T patogênicas foi definida em modelos animais e em algumas lesões nos seres humanos. A hepatite viral e a síndrome do choque tóxico são exemplos clínicos de distúrbios nos quais as 366 células T desempenham um papel patogênico importante, mas elas não são consideradas exemplos de hipersensibilidade. CTL, Linfócito T Citotóxico; HTT, hipersensibilidade tardia; HBV, vírus da hepatite B; HCV, vírus da hepatite C.

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