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Doenças de Hipersensibilidade Doenças de Hipersensibilidade ➔ Os distúrbios causados pelas respostas imunes são chamados doenças de hipersensibilidade. ➔ A imunidade adaptativa tem a função de defesa do hospedeiro contra infecções microbianas, ❏ No entanto, as respostas imunes também são capazes de causar lesões teciduais e doenças. ➔ Em situações fisiológicas, as respostas imunes erradicam os patógenos infecciosos sem provocar graves lesões aos tecidos do hospedeiro. ❏ Porém, essas respostas são algumas vezes controladas de maneira inadequada, direcionadas aos tecidos do hospedeiro ou desencadeadas por microrganismos comensais ou antígenos ambientais que geralmente são inócuos. ➢ Logo, nessas situações, a resposta imune, invés de benéfica, torna-se a causa da doença. O termo “Hipersensibilidade” surgiu da definição clínica de imunidade como uma sensibilidade, baseada na observação empírica de que um indivíduo exposto a um antígeno torna-se sensível a encontros subsequentes com esse antígeno. Causas das Doenças de Hipersensibilidade ➔ As respostas imunes, ➔ São a causa das doenças de hipersensibilidade, ➔ Elas podem ser específicas para antígenos de diferentes fontes. 1) Autoimunidade: ➔ Consiste em reações contra autoantígenos. ❏ A falha dos mecanismos normais de autotolerância resulta em reações de células T e células B contra as próprias células e tecidos do indivíduo = autoimunidade ➔ As doenças causadas pela autoimunidade são as doenças autoimunes. ➔ Doenças autoimunes afetam pelo menos 2 a 5% da população nos países desenvolvidos e a incidência dessas doenças é crescente. ➔ São comuns em indivíduos da faixa etária entre 20 a 40 anos de idade. ➔ Mais comuns em mulheres do que em homens, ➔ As doenças autoimunes em geral são crônicas e frequentemente debilitantes, ❏ Logo, representam um problema médico e econômico. 2) Reações contra Microrganismos. ➔ As respostas imunes contra antígenos microbianos podem causar doenças: ❏ Isso ocorre quando as reações são excessivas ou se os microrganismos forem anormalmente persistentes. ➔ As respostas das células T contra microrganismos persistentes podem dar origem a uma inflamação grave, algumas vezes com a formação de granulomas; ❏ Exemplo: como ocorre a lesão tecidual na tuberculose e outras infecções crônicas. ❏ Se forem produzidos contra antígenos microbianos, os anticorpos podem se ligar aos antígenos para produzir imunocomplexos que se depositam nos tecidos e desencadeiam inflamação. Na patologia “Enteropatia inflamatória" a resposta imune é direcionada contra bactérias comensais que residem no intestino, no entanto,essas bactérias normalmente não causam danos, logo, desencadeia uma reação cruzada. Além disso, os mecanismos que uma resposta imune usa para erradicar um microrganismo patogênico requerem a destruição das células infectadas, logo, acabam causando lesão ao tecido do hospedeiro. 3) Reações contra antígenos ambientais não microbianos. ➔ A maioria dos indivíduos saudáveis não reage contra substâncias ambientais comuns, geralmente inócuas, ➔ No entanto, quase 20% da população é anormalmente responsiva a uma ou mais dessas substâncias. ➔ Assim, esses indivíduos produzem anticorpos imunoglobulina E (IgE) que causam doenças alérgicas, ➔ Logo, alguns desses indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos ambientais e substâncias químicas que, em contato com a pele, desenvolvem reações de células T que levam à inflamação mediada por citocinas, resultando em sensibilidade de contato. ➔ Além disso, reações imunológicas idiossincráticas contra fármacos terapêuticos representam um problema clínico frequente. ➔ Em todas essas condições, os mecanismos de lesão tecidual são os mesmos que normalmente participam da eliminação de agentes infecciosos. ➔ Logo, incluem a participação das respostas imunes inatas e adaptativas que envolvem fagócitos, anticorpos, linfócitos T, mastócitos e dos mediadores da inflamação. O principal problema das doenças de hipersensibilidade é que a resposta imune não é controlada adequadamente ou é dirigida aos tecidos normais. Assim, como os estímulos para essas respostas imunes anormais são frequentemente impossíveis de se eliminar, exemplo: Autoantígenos, microrganismos comensais e antígenos ambientais, o sistema imune tem muitas alças de retroalimentação positiva intrínsecas, tornando-se difícil controlar ou interromper. Portanto, doenças de hipersensibilidade tendem a ser crônicas e progressivas e apresentam-se como desafios terapêuticos da medicina clínica. Mecanismos e Classificação das Reações de Hipersensibilidade ➔ Doenças de hipersensibilidade são classificadas de acordo com o tipo de resposta imune e o mecanismo efetor responsável pela lesão celular e tecidual ➔ Alguns dos mecanismos são predominantemente dependentes de anticorpos, ➔ Porém, outros mecanismos são predominantemente dependentes de células T. A. Hipersensibilidade imediata (tipo 1). ➔ É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais, ➔ É o tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade ➔ As doenças de hipersensibilidade imediata, agrupadas como alergia ou atopia, são normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de interleucina-4 (IL-4), IL-5 e IL-13, e pela produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos e eosinófilos e induzem inflamação. B. Hipersensibilidade mediada por Anticorpos (tipo 2) ➔ Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o sistema complemento, ❏ Por meio do recrutamento de células inflamatórias e interferência nas funções celulares normais. C. Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo 3) ➔ Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue formam complexos com antígenos, podendo se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causando inflamação, trombose e lesão tecidual. Hipersensibilidade Tipo 1 ➔ A hipersensibilidade tipo 1 pode ser chamada de imediata ou anafilática, ❏ Uma vez que dentro de 15 a 30 minutos, após a exposição ao antígeno o organismo começa a desencadear a reação aguda, ➔ Essa reação envolve pele, olhos, nasofaringe, tecidos broncopulmonares e trato gastrointestinal, ➔ A manifestação vai desde pequenas conveniências, podendo levar a letalidade. I. Primeiro Contato ➔ O primeiro contato da hipersensibilidade Tipo 1 se inicia com a primeira exposição ao antígeno, ➔ Assim, esse antígeno é processado pelas células apresentadoras de antígeno (APCs), e seus peptídeos são apresentados aos linfócitos TCD4+, ➔ Em seguida, os linfócitos TCD4+ liberam citocinas que estimulam os linfócitos B a produzir e secretar anticorpos IgE específicos para o dado antígeno, ➔ Além disso, a IgE recém produzida liga-se com alta afinidade a membrana de mastócitos e basófilos, para sensibilizá-los. ➔ Portanto, no primeiro contato, as reações são apenas moleculares e celulares, não causando sintomatologia. 2. Contatos Subsequentes ➔ De segundo contato em diante, toda vez que o organismo do indivíduo tiver contato com o antigénio específico vai desenfrear uma reação aguda, ➔ Logo, quando ocorre a exposição subsequente ao mesmo antígeno ocorre a reação cruzada, com aqueles anticorpos IgE ligados aos mastócitos e basófilos, ➔ Além disso, essas células degranulam, liberando várias substâncias farmacologicamente ativas Dentre as substâncias farmacologicamente ativas encontram-se mediadores pré-formados, como a histamina, triptase, cininogenase, ECF-A. Além disso, também são liberados mediadores recém-formados, por exemplo: prostaglandinas, leucotrienos, PAF Além de fatores quimiotáticos, que atraem eosinófilos e neutrófilos para o local. 3.Reação Aguda e Crônica Da hipersensibilidade tipo 1 ➔ A histamina e os mastócitos são os principais responsáveis pela sintomatologia na fase aguda. ➔ Uma vez que a histamina é um potente mediador farmacológico com ação vascular e sobre a musculatura lisa, o que causa vasodilatação, broncoconstrição, contração do músculo liso e edema. ❏ Nos processos crônicos, porém, os aspectos predominantes advêm dos eosinófilos e mediadores inflamatórios clássicos. 04. Sintomatologia ➔ A reação pode se manifestar por urticária, edema laríngeo, broncoespasmo, hipotensão e choque anafilático. ➔ Essa gravidade e diversidade de sintomas, ocorre em razão das mucosas do trato respiratório, gastrointestinal e tecido cutâneo serem repletos de mastócitos, levando a reação cruzada. Antígenos mais comuns de causar a hipersensibilidade tipo 1: a) Drogas: penicilina, sulfonamidas, salicilatos, anestésicos b) Alimentos: amendoim, frutos do mar, ovos, leite, ervilha. c) Insetos: picadas de abelha, vespa, formiga, mosquitos, partículas de baratas, ácaro. d) Outros: pólen de plantas, pelos de animais e esporos fúngicos. 5. Diagnóstico ➔ Os testes diagnósticos incluem testes de pele ❏ Exemplo: perfuração e intradérmico. ❏ E dosagem de IgE totais e anticorpos IgE específicos contra os antígenos suspeitos. Solução contendo antígeno é inoculada na pele Teste Positivo 6. Tratamento ➔ Utiliza-se antihistamínicos que bloqueiam receptores de histamina. ➔ Cromolina sódica inibe a degranulação de mastócitos. ➔ Em casos graves, utiliza-se também broncodilatadores. Caso Clínico aplicado a Hipersensibilidade tipo 1 : Paciente apresenta história de 5 anos de congestão nasal, espirros e prurido nasal com piora progressiva. Os sintomas estão presentes durante todo o ano, mas pioram na primavera, também apresenta lacrimejamento, prurido e vermelhidão oculares. Diagnóstico: Rinite alérgica - hipersensibilidade tipo I mediada por IgE. Hipersensibilidade Tipo 2 ou Hipersensibilidade Citotóxica mediada por Anticorpos. ➔ Na hipersensibilidade tipo 2, os anticorpos IgG ou IgM são autoimunes e ligam-se a antígenos (normalmente endógenos) presentes na membrana celular. ➔ A reação pode ser desencadeada por três mecanismos principais I. Opsonização e Fagocitose, II. Inflamação, III. Desorganização funcional. 1. Opsonização e Fagocitose ➔ O sistema complemento é ativado pelos autoanticorpos, ➔ Por sua vez, esses autoanticorpos vão opsonizar células do determinado tecido. ➔ Assim, as células-alvo são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que possuem receptores para a porção Fc da IgG e IgM. ➔ Exemplo: Anemia hemolítica autoimune. 2. Inflamação ➔ Antígenos ligados a anticorpos são depositados no tecido, ativando o sistema complemento. ➔ Os fragmentos gerados irão recrutar macrófagos e neutrófilos, que uma vez ativados, liberam mediadores pró-inflamatórios, enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio. ➔ Por fim, o resultado será um processo inflamatório que leva à lise celular. ➔ Exemplo: Doença reumática do coração. 3. Desorganização funcional ➔ Anticorpos ligam-se a receptores normais, causando alterações na função desses receptores ou interferindo no funcionamento celular. ➔ O resultado pode ser fatal ou causar alterações graves quando o receptor estiver envolvido na sinalização endócrina e neuromuscular. ➔ Exemplos: Anemia perniciosa e a miastenia gravis. Diagnóstico Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra os tecidos envolvidos e a Biópsia: presença de anticorpos e complemento na lesão. Tratamento ➔ Tratamento envolve agentes anti-inflamatórios e imunossupressores. Caso clínico aplicado a hipersensibilidade tipo 2: - Mulher, 31 anos, apresenta problemas de alergia e furunculose. A paciente relata aumento do volume da tireoide, emagrecimento, intolerância ao calor, irritabilidade, tremores finos de extremidades e queda de cabelo. Como antecedente pessoal, bronquite. Exame físico: discreta exoftalmia, pele quente e úmida; peso de 60 kg, estatura 1,59; IMC de 24,1 kg/m2, pulso 112 bpm, pressão arterial 100X70 mmHg, tireoide aumentada duas vezes além de tremores de extremidade. - Nos exames laboratoriais, a paciente encontra com uma disparada na produção dos hormônios da tireoide — a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4), muito acima dos valores de referência. Qual diagnóstico a paciente apresenta? ➔ Em razão da disparidade dos hormônios T3 e T4, a paciente apresenta um quadro de hipertireoidismo de Graves, ➔ uma vez que o hipertireoidismo é caracterizado por uma disparada na produção dos hormônios da tireoide ❏ Tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). ❏ Logo, esse aumento acelera o metabolismo e causando os sintomas que a paciente apresenta, como emagrecimento, irritabilidade, tremores finos e etc ➔ A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo. Hipersensibilidade do tipo 3 ou hipersensibilidade imune complexa. ➔ As doenças de hipersensibilidade tipo III consistem no grupo das doenças imunes mais comuns, ➔ O mecanismo que ocorre acontece por meio de complexos de anticorpo e antígeno na circulação que depositam-se nas paredes dos vasos sanguíneos causando inflamação. ➔ Os antígenos nesses complexos podem ser exógenos ❏ Exemplo: proteínas bacterianas, ➔ Porém, os antígenos também podem ser endógenas ❏ Exemplo: nucleoproteínas. ➔ Estes imunocomplexos podem causar doença apenas quando produzidos em quantidades muito excessivas, ➔ Ou seja, quando não são eliminados pelo sistema reticuloendotelial. ➔ A reação de hipersensibilidade tipo 3 pode ser geral, ❏ Exemplo: Doença do soro ➔ ou pode envolver órgãos individuais, ❏ Exemplos 1. (Pele): Lúpus eritematoso sistêmico, reação de Arthus, 2. (Rins): Exemplo: Nefrite do lúpus, 3. (Pulmões): Exemplo: aspergilose, 4. (Vasos sanguíneos): Exemplo: Poliarterite, 5. (Articulações): Exemplo: Artrite reumatóide. ➔ A hipersensibilidade tipo 3 pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos ➔ A reação leva em torno de 3 - 10 horas após exposição ao antígeno, ➔ Sendo mediada por complexos imunes solúveis. ➔ Predomina-se da classe IgG, no entanto, em muitos casos IgM está envolvida. ➔ O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. ➔ Componentes primários são complexos imunes solúveis e complementos (C3a, 4a e 5a). ➔ O dano é causado por plaquetas e neutrófilos, A lesão causada pela hipersensibilidade tipo 3, no geral, contém primariamente neutrófilos e depósitos de complexos imunes e complexos. Além disso, macrófagos infiltrantes em estágios avançados podem estar envolvidos no processo de recuperação. ➔ O desenvolvimento das reações tipo 3 pode ser dividido em três etapas: I. Formação do complexo antígeno-anticorpo, II. Depósito nos tecidos, III. Inflamação. 1- Formação do complexo antígeno-anticorpo ➔ O complexo se forma na circulação quando os antígenos ligam-se aos anticorpos. ➔ Assim, o acúmulo acontece quando sua produção aumenta significativamente ➔ No entanto, o sistema reticuloendotelial não consegue eliminar todos na mesma proporção e velocidade. 2- Depósito nos tecidos ➔ Grandes complexos são mais fáceis de serem eliminados do que os médios e pequenos, ➔ Isso ocorre porque quanto maior a afinidade da ligação mais chances de eles depositarem-se no tecido, ➔ Os principais locais para a deposição dos complexos são rins, articulações e capilares sanguíneos. 3- Inflamação ➔ O sistema complemento é ativado, ➔ Assim, libera mediadores químicos que aumentam a permeabilidade vascular e atraem neutrófilos e monócitos. ➔ Essas células ativadas tentam fagocitar os imunocomplexos, ➔ liberando substância pró-inflamatórias e enzimas lisossomais. O diagnóstico da Hipersensibilidade tipo 3 envolve exame de biópsias para depósitosde imunoglobulinas e complemento por imunofluorescência, também são diagnosticadores a presença de complexos imunes no soro e diminuição do nível do complemento. ➔ Tratamento ➔ O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios. Caso clínico aplicado a Hipersensibilidade tipo 3 - Mulher, 26 anos, vai ao clínico geral com sintomas de fadiga, dor na musculatura esquelética e erupções cutâneas faciais. Imunofluorescência do fator antinuclear (FAN) positivo (1/160). A ureia e creatinina estão aumentadas indicando lesão renal. A paciente apresenta Lúpus eritematoso, logo, apresenta alterações da resposta imunológica, com presença de anticorpos dirigidos contra o próprio organismo. Além disso, apresenta diminuição das células T citotóxicas, que inibe a resposta imunológica e também, excesso de linfócito B por defeitos na apoptose. Estes defeitos resultam na degradação celular e produção de auto-anticorpos contra vários antígenos nucleares. Dessa forma, o LED caracteriza - se como uma hipersensibilidade do tipo 3 https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lulas_T https://pt.wikipedia.org/wiki/Citot%C3%B3xicas https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3cito_B https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoptose Hipersensibilidade Tipo IV ➔ A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas ❏ Exemplo: tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, ➔ Está envolvida também com granulomas ❏ Em razão das infecções e antígenos estranhos. ➔ Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tipo 4 incluem linfócitos T e monócitos/ macrófagos. ➔ Assim, células T citotóxicas causam danos diretos e células auxiliares T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões. ➔ Portanto, as lesões da hipersensibilidade tipo 4 contém principalmente monócitos e algumas células T. ou Hipersensibilidade tardia Linfocinas importantes envolvidas na reação da hipersensitividade tardia incluem fator quimiotático dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta. ➔ Testes diagnósticos in vivo incluem reação cutânea tardia ❏ Exemplo: Teste Mantoux e teste local ❏ incluem resposta mitogênica, linfo-citotoxicidade e produção de IL-2. ➔ Corticosteróides e outros agentes imunossupressores são usados no tratamento. Caso clínico aplicado a Hipersensibilidade tipo 4 Menina de 12 anos chega ao pronto-socorro levada pelos pais depois de 12 horas de náuseas, vômitos, dor abdominal e letargia com rápida progressão. Na última semana, ela sentiu muita sede e urinou muito. O exame físico revela uma menina magra e desidratada com taquipneia, taquicardia e sem resposta aos comandos verbais. Exames demonstraram alta taxa de destruição das células beta pancreáticas. A paciente foi submetida a administração de insulina diariamente. - Diagnóstico: A paciente apresenta o quadro de Diabetes mellitus tipo I, uma vez que na diabetes tipo 1 acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune. Assim, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência do defeito do sistema imunológico, fazendo com os anticorpos ataquem as células que produzem a esse hormônio, a Diabetes tipo 1 caracteriza-se como uma hipersensibilidade do tipo 4, em razão da destruição de células B e lesão tecidual causada por linfócitos T. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes-tipo-1 https://www.minhavida.com.br/temas/insulina https://www.minhavida.com.br/temas/sistema-imunol%C3%B3gico Comparação de Diferentes Tipos de hipersensibilidade Exemplos Características Tipo-I(anafilático) Tipo-II (citotóxico) Tipo-III (complexo imune) tipo-IV (tipo tardio) Asma alérgica, Febre do feno, rinite, anafilaxia Eritroblastose fetal, Anemia Hemolitica, Hipertiroidismo de Graves, febre reumática Lúpus Eritematoso Sistêmico, Reação de Arthus, Doença do Sono Diabetes tipo 1, esclerose múltipla, Artrite Reumatóide Dermatite de Contato Anticorpo IgE IgG, IgM IgG, IgM Nenhum Antígeno Exógeno Superfície celular Solúvel Tecidos e órgãos Tempo de Resposta 15-30 minutos minutos-horas 3-8 horas 48-72 horas Histologia Basófilos e Eosinófilos Anticorpo e Complemento Complemento e Neutrófilos Monócitos e Linfócitos Transferido com Anticorpos Anticorpos Anticorpos Células T Aparência Inflamação Lise e Necrose Eritema e edema, Necrose Eritema e calosidade ➔ Doenças mediadas por anticorpos são decorrentes da ligação de anticorpos a antígenos em determinadas células ou tecidos extracelulares ➔ Porém, podem também ser consequentes da formação de complexos antígeno-anticorpo na circulação com subsequente deposição nas paredes dos vasos ➔ Assim, os anticorpos produzidos contra antígenos celulares ou teciduais causam doenças que afetam especificamente as células ou tecidos onde esses antígenos estão presentes ➔ Logo, geralmente estas doenças são frequentemente órgãos-específicos e não sistêmicos. Doenças Causadas por Anticorpos ➔ No entanto, as manifestações das doenças causadas por imunocomplexos refletem o local da deposição dos imunocomplexos e não são determinadas pela fonte celular do antígeno. ➔ Portanto, as doenças mediadas por imunocomplexos tendem a ser sistêmicas e afetam múltiplos órgãos e tecidos, ❏ Tendo alguns casos suscetíveis, como os rins e as articulações. Esta imagem mostra as diferentes formas que os anticorpos podem causar doenças. 1. Anticorpos anti tecido/anti célula: Os anticorpos podem se ligar especificamente a antígenos teciduais, e os leucócitos recrutados causam lesão tecidual ou também, os anticorpos podem se ligar às células, como hemácias circulantes e, assim, promover sua depleção. 2. Imunocomplexos: Complexos de anticorpos e antígenos podem ser formados na circulação e se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos, onde, portanto, vão induzir a inflamação. Para comprovar que uma doença é causada por anticorpos, seria necessário que as lesões pudessem ser induzidas pela transferência adotiva de imunoglobulina purificada do sangue ou dos tecidos afetados de indivíduos com a doença. Exemplo: crianças cujas mães sofrem de doenças mediadas por anticorpos. Logo, podem nascer com manifestações transitórias de doenças em decorrência da passagem transplacentária de anticorpos. No entanto, em situações clínicas, o diagnóstico de doenças causadas por anticorpos ou imunocomplexos baseiam-se na demonstração de anticorpos ou de imunocomplexos na circulação ou depositados nos tecidos.
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