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Anestesia Inalatória e Circuitos Anestésicos Prof. Dr. Felipe S. Andrade Disciplina de Anestesiologia Anestesia obtida por meio da absorção de um princípio ativo pela via respiratória, passando para a corrente circulatória e atingindo o SNC, produzindo anestesia geral Introdução FINAL DO SÉCULO XVIII / XIX 1772: Óxido Nitroso, gás hilariante 1846: Éter (William Morton) tóxico, inflamável 1847: Clorofórmio, tóxico, inflamável 1920: Planos de Guedel 1951: Xenônio 1960: Metoxiflurano 1968: Enflurano 1970: Isoflurano e Sevoflurano Anos 90: Desflurano Máscara de Ombredanne • Criada em 1908 • Mistura Eter e Ar ambiente • Utilizada até década 40 Inalatória - Vantagens • Tempo NÃO é limitante • Melhor controle do plano de anestesia • Indução da anestesia pacientes debilitados • Risco de sobredose é menor • Recuperação rápida da anestesia • Emprego em animais com hepapatias ou nefropatias Inalatória - Desvantagens • Equipamento apropriado • Depressão respiratória • Monitorização constante • Poluição do ambiente Fundamental profissional habilitado Fármaco Anestésico Ideal • Ação previsível • Indução e recuperação rápidas • Ausência de efeitos adversos: renais, hepáticos, cardiovasculares… • Não ser inflamável • Biotransformação mínima ou ausente • Possibilidade de monitoração da concentração plasmática • Estabilidade química • Fácil administração • Baixo custo Mecanismo de Ação • Diversidade estrutural diversos locais de ação • Atingem: - Sistema reticular de ativação - Hipotálamo - Córtex - Medula espinhal • Alteram a produção, liberação e captação de neurotransmissores Teoria da ação dos anestésicos inalatórios • Inibição da resposta motora - ação primária na medula • Hipnose e amnésia: efeitos supra espinhais CÉREBRO Redução do fluxo sanguíneo e metabolismo da glicose depressão de áreas supra espinhais Não há evidência definitiva de atuação em uma determinada área, estudos apontam para áreas relacionadas a cognição, memória, aprendizado, sono, atenção: modulada pelo GABA Farmacologia Cinética e Dinâmica Controle da profundidade anestésica? Coeficiente de partição (sangue/gas) Concentração? CAM Solubilidade Potência Anestésico 3% Sangue = Gás = 1% 2% = 0.5 Sangue = Gás = 2% 1% = 2 Cf partição Sg/Gás = 2 Cf partição Sg/Gás = 0,5 gás sangue Coeficiente partição Menor o coeficiente sg/gas Menor tempo de indução e recuperação CAM Concentração alveolar mínima CAMdespertar = HIPNOSE 50% abre os olhos a comandos = 0,15 – 0,5 x CAM CAM = ANALGESIA 50% não se movimenta à incisão cirúrgica CAM = DA50 = DE50 CAMBAR = BLOQUEIO RESPOSTAS ADRENÉRGICAS CAM95 = CAMexpandida = 1,2 – 1,5 x CAM Potência Anestésica = CAM Variações na CAM Aumentam a CAM • Hipertermia • Hipernatremia • Ingestão crônica de álcool • Aumento de neurotransmissores centrais (fármacos) Diminuem a CAM • Hipotermia; Hiponatremia • Altitude ( < P atm) • Idosos • Gestantes • Adjuvantes anestésicos (opioides, alfa 2 agonistas, …) • Acidose; Hipoxia; Hipotensão Valores da CAM Espécie Halotano Isofluorano Sevofluorano Desfluorano Cão 0,86 1,4 2,4 7,2 Gato 0,99 1,63 2,58 9,8 Cavalo 0,88 1,31 2,31 ---- Papagaio ---- 1,8 3,4 --- Porco 0,91 1,45 2,66 10,0 Agente Inalatórios Não Halogenados • Óxido Nitroso • Xenônio Halogenados • Halotano • Enfluorano • Isofluorano • Desfluorano • Sevofluorano Halotano • Mais potente • É um alcano (C-C), único não derivado do eter • Não pungente – útil para indução da anestesia • Solubilidade sanguínea intermediária • Não inflamável • Oxidado na luz ambiente • Estocado em tymol • Hepatite imunomediada: trifluoroacetato • Bradicardia /hipotensão (Grande depressor cardiovascular) Isofluorano Anestésico padrão ouro • Não inflamável • MAIS PUNGENTE – inadequado para indução na máscara • Não deteriora com luz, em 5 anos • Segundo mais potente • Menor depressão débito cardíaco • Ação arritmogênica insignificante • Indução e recuperação rápida • Pouca metabolização – 0,2% Sevofluorano • Odor agradável, não pungente, potente broncodilatador • Pode ser usado em vaporizador convencional • Segundo menos solúvel (primeiro é desflurano) • Metade da potência do isofluorano • Não gera: trifuloracetato, gera: hexafluoroisopropanol Vantagens do Sevofluorano • Baixa solubilidade lipídica (rápida indução) • Odor agradável • Mínima irritação de vias aéreas • Tolerável mesmo em altas concentrações • Estabilidade hemodinâmica • Relaxamento muscular significativo • Rápida recuperação • Independente do tempo de anestesia Xenônio • Gás inerte • Se aproxima do conceito de gás ideal • Coef. de partição sangue:gás 0,14 • CAM 71% • Não pungente, inodoro • Não produz depressão miocárdica PROMOVE ANALGESIA Óxido nitroso • Inodoro • Não inflamável, suporta combustão • Não produz relaxamento muscular, mas confere analgesia PROBLEMAS Relacionado a náuseas e vômitos?? Inativação da vit B12?? Efeito no desenvolvimento embrionário??? Circuitos Anestésicos Prof. Dr. Felipe S. Andrade Disciplina de Anestesiologia Evolução dos equipamentos anestésicos Século XIX Século XXI Aparelho de anestesia Equipamento destinado à administração de gases e/ou vapores anestésicos ao animal Funções: Fornecer O2 para o animal Titular o anestésico inalatório Remover o CO2 do animal Permitir ventilação mecânica Material necessário MÍNIMO • Cilindro de O2 • Valvular redutora de pressão • Chicote (Mangueiras) • Fluxômetro • Vaporizador Universal • Traquéia corrugada • Sondas endotraqueais ou máscaras IDEAL (MÁXIMO) • Material mínimo • Cilindro de N2O e Ar comprimido • Vaporizador Calibrado • Ventilador Mecânico • Canister de cal sodada Equipamentos anestésicos • Material básico Equipamentos anestésicos Equipamentos anestésicos Fluxômetros e rotâmetros • Permitem identificar e adequar o fluxo de gás fresco que esta sendo direcionado para o vaporizador. • Um fluxômetro para cada gás utilizado (O2, Ar, N2O) Vaporizadores • Convertem o anestésico inalatório da forma líquida para vapor • Classificação • universal sem fluxômetro • universal com fluxômetro (Cooper Kettle) • Calibrado Vaporizador Universal • Utilizado para qualquer agente volátil (exceto desflurano) • Não possui compensação de fluxo, temperatura e pressão • Não permite calcular precisamente a concentração fornecida de anestésico (Olho%) Vaporizador Cooper Kettle • Vaporizador universal com fluxômetro • Permite o emprego de diferente gases fornecendo a concentração estipulada Vaporizador Calibrado • Agente Específico • Possui compensação de fluxo, temperatura e pressão Tipos de Circuitos Anestésicos • Circuitos sem reinalação (não reinalatórios) • Avalvulares • Valvulares não reinalatórios • Válvulas direcionais • Circuitos com reinalação (reinalantes) • Valvulares ( possui filtro com absorvedor de CO2) Circuitos avalvulares • Classificação por Mapleson (1954) • Paciente inspira gás fresco e elimina pra o ambiente • Gases expirados não são reinalados • Eliminação do CO2 depende do fluxo de gás fresco Animais < 7Kg Circuitos avalvulares Vantagens • Simples e barato • Baixa resistencia e pouco espaço morto • Fácil limpeza e montagem • Leves e pequenos • Anestésico chega rápido ao paciente Desvantagens • Risco de hipotermia • Maior gasto de gases e AI • Maior poluição ambiental Circuito avalvular • Mapleson A (Baraka)• FGF próximo ao balão • Escape próximo do animal • Fluxo mínimo: 1 a 1,5 X o VM (200 a 300 ml/kg/min) Inspiração Expiração Circuito avalvular • Mapleson D (Baraka) • FGF próximo ao animal • Escape próximo ao balão • Fluxo mínimo: 2 a 3 X o VM (300 a 500 ml/kg/min) Inspiração Expiração Circuito avalvular Circuito avalvular • Bain • Mapleson D modificado • Pode ser conectado ao ventilador (circuito em F) Inspiração Expiração Circuitos valvulares com reinalação • Componentes • Entrada de gás fresco • Válvulas unidirecionais (Inspiratória e Expiratória) • Balão de reservatório • Traquéias corrugadas • Canister com cal sodada • Válvula pop-off Circuitos valvulares com reinalação Vantagens • Economia de anestésico • Baixa poluição ambiental • Aquecimento/ umidificação gases inspirados • Estabilidade [ ] AI Desvantagens • Vários locais onde pode ocorrer vazamentos/ desconexão • Reinalação de CO2 animais pequenos • Maior “espaço morto" Circuitos valvulares com reinalação Circuitos valvulares com reinalação • Traqueias corrugadas • Balão reservatório • No mínimo igual ao Vt (ideal 3x) • Mecanismo para ventilação manual • Ponto de elasticidade do circuito • Canister com cal sodada Circuitos valvulares com reinalação • Resistência mecânica (dificultam ventilação) • Válvulas inspiratória e expiratória • Abertura passiva (depende do fluxo de ar) Circuitos valvulares com reinalação • Resistência mecânica • Traqueia Corrugada • Sondo traqueal - Quanto maior comprimento, maior a resistência - Quanto maior o raio (diâmetro) do tubo, menor a resistência Circuitos valvulares com reinalação • Resistência mecânica • Canister com cal sodada • Cal sodada é responsável por retirar o CO2 do sistema • Quantidade necessária • 100g / 26 litros de CO2 • Produção de CO2 do paciente ( 3 - 5 ml/kg/min) Fluxo de gases frescos • Fatores determinantes • Fluxômetro • Vaporizador • Circuito anestésico • Taxa metabólica: 3 - 7 ml/kg/min Poluição de gases anestésicos • Cefaléias • Náuseas • Hepatopatias • Teratogenicidade Escape de gases • Passivo • Saída da pop-off e ventilador • Transporte para fora da sala • Passivo com absorção • Carvão ativado • Ativo • Uso de vácuo Acesso via aérea • Máscara Acesso via aérea • Sonda traqueal • Com cuff ou sem cuff • Diametro interno 3 - 12 mm (peq) / 12 - 30 mm (grandes animais) Acesso via aérea • Intubação Acesso via aérea • Intubação Acesso via aérea • Sonda endotraqueal • Tamanho adequado • Inflar cuff adequadamente • Evitar intubação seletiva • Evitar intubar esôfago
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