Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. PhD. MSc. Esp. Gustavo Castro Médico veterinário – UFRRJ Especialização em Anestesiologia Veterinária – USP Doutorado em Medicina Veterinária –a UFRRJ Mestre em Ciências – UFRRJ Prof. Farmacologia e Anestesiologia – UNIG Prof. Algologia e Anestesiologia – Qualittas sedarevet Tríade da Anestesia Geral HIPNOSE RELAXAMENTO MUSCULAR ANALGESIA HISTÓRIA DA ANESTESIA INALATÓRIA Por volta de 1776, Joseph Priestley descobriu o dióxido de nitrogênio (N2O), ou óxido nitroso, também conhecido como gás hilariante, por proporcionar tremenda euforia e bem estar. HISTÓRIA DA ANESTESIA INALATÓRIA NA MEDICINA VETERINÁRIA Primeiro relato em 1847, por Edward Mayhew, utilizando Éter em caninos e felinos Pacientes demoravam de 10 a 45 segundos para se tornarem inconscientes EXCITAÇÃO Preocupação com o bem estar animal EQUIPAMENTOS PARA ANESTESIA INALATÓRIA Acesso às vias aéreas do paciente Laringoscópio Importante para avaliar a cavidade oral e visualizar a entrada da laringe HUMANO!! Não encoste na minha epiglote e/ou aritenóides... E não esqueça da lidocaína! EQUIPAMENTOS PARA ANESTESIA INALATÓRIA Acesso às vias aéreas do paciente Tubo endotraqueal Fórmula: 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑥4 EQUIPAMENTOS PARA ANESTESIA INALATÓRIA O tubo endotraqueal deverá ser conectado a um sistema, composto basicamente por: Cilindro de oxigênio Válvula redutora de pressão Chicotes Fluxômetro Balão reservatório Vaporizador Vaporizadores Universal Não possui mecanismos para compensar fluxo, temperatura ou pressão Não permite o cálculo da % vaporizada Não possui limite de vaporização Vaporizadores Calibrado Considera a pressão de vapor do fármaco Compensa o fluxo, temperatura e pressão Os pneumáticos são formados por um sistema de bypass, onde o dial controla o fluxo. Os semieletrônicos e eletrônicos não fazem bypass, a vaporização se dá em função da temperatura Espaço morto do circuito anestésico Traquéias Balão No mínimo de volume igual ao volume corrente do paciente Fornece elasticidade ao sistema Permite a ventilação do paciente Caníster Resistência mecânica: As válvulas unidirecionais Cal sodada Os mamíferos produzem em média 3-5ml/kg/min de CO2; 100g de cal sodada absorvem 20L de CO2 Circuitos Valvulares – reinalatórios: Válvulas unidirecionais Canister com cal sodada Reaproveitamento do gás expirado Permite a utilização de baixos fluxos de gases frescos (10- 60 ml/kg/min) No sistema de reinalação total, pode-se reduzir ainda mais o fluxo de 0xigênio (3-4ml/kg/min) Indicados para pacientes maiores que 7kg Ex.: Circuito circular valvular Sistema com reinalação total Vantagens: Melhor conservação de calor e umidade (melhor preservação da temperatura corpórea) Menor consumo de O2 e anestésico Poluição ambiental nula Sistema com reinalação total Desvantagens: Mudança relativamente lenta de plano anestésico em repostas à mudanças na concentração vaporizada Risco de acúmulo de CO2 no interior do circuito caso a cal cal sodada esteja não funcional Risco de acúmulo de pressões excessivas no interior do circuito (estar atento à distensão do balão reservatório: abrir válvula de escape em caso de necessidade) Valvulares – não reinalatórios: Válvulas unidirecionais Não há mistura do gás inspirado com o expirado Oxigenação ou reanimação cardiopulmonar Ex.: Ambu e válvula de Hudson Avalvulares ou Não Reinalatórios Sistemas Mapleson, Não possuem válvulas ou canister. Baixa resistência mecânica à respiração Indicados para pacientes com peso inferior a 7Kg Maior perda de umidade e calor Necessita de um fluxo de gases frescos alto (acima de 200ml/kg/min) Ex.: Bain e Baraka Circuito de Bain Constituído por uma tubulação interna e por um tubo corrugado, localizado externamente O gás fresco chega ao paciente através do tubo interno, enquanto gases expirados pelo animal são eliminados para o meio externo através do espaço existente entre o tubo interno e o tubo corrugado Agentes inalatórios Vantagens: Mínimo comprometimento da biotransformação, pois a eliminação é majoritariamente pulmonar De fácil ajuste => Fração inspirada x Fração expirada = Equilíbrio do fármaco Por ser realizada pelas vias aéreas, garante a sua PATÊNCIA e o APORTE DE OXIGÊNIO ao paciente Agentes inalatórios Desvantagens: Necessita de estrutura física complexa Recurso humano capacitado Baixas concentrações podem induzir amnésia, euforia, hipnose, excitação e hiperreflexia Altas concentrações podem causar profunda sedação, miorrelaxamento e diminuição da resposta motora e autonômica frente a um estímulo doloroso, progredindo para uma anestesia cirúrgica Solubilidade É determinada sendo a razão entre dois meios distintos Expressa a concentração necessária para que os dois compartimentos entrem em equilíbrio, permitindo com que o anestésico atravesse as membranas por difusão, chegando ao órgão efetor COEFICIENTE DE PARTIÇÃO SANGUE/GÁS: Refere-se a solubilidade do anestésico no sangue É diretamente proporcional a velocidade de indução, tendo participação também no tempo de recuperação anestésica Se for baixo = rápida indução e recuperação, como isoflurano e sevoflurano Se for alto = lenta indução e recuperação, como o halotano O tempo de despertar de anestesias longas está associado com a solubilidade do agente nos demais tecidos do paciente CAM = Concentração Alveolar Mínima É o valor necessário para abolir a resposta motora mediante um estímulo doloroso em 50% dos indivíduos, sendo mediada na medula espinhal, enquanto os centros superiores influenciam a amnésia, a hipnose e a percepção da dor. Quanto menor a CAM, mais rápido o anestésico atinge a concentração desejada, sendo o fármaco considerado mais potente CAM = Concentração Alveolar Mínima É utilizada para comparar potência entre os anestésicos inalatórios A CAM reduz ao utilizar-se outros fármacos na anestesia, como opióides, agonistas α2 adrenérgicos, benzodiazepínicos.... Quando se utilizam dois agentes inalatórios, a CAM de ambos são somadas Analgesia Não promovem analgesia Mecanismo de ação Não possuem mecanismo de ação bem definido Atuam em diferentes regiões do sistema nervoso central, de forma inespecífica em regiões do córtex e do hipocampo Inibem a transmissão do estímulo ascendente da medula para o cérebro, de forma supra-espinhal Estimulação dos neurônios inibitórios, via neurotransmissores GABAa e glicinérgicos Inibição dos neurônios excitatórios, via receptores nicotínicos, serotoninérgicos, glutamatérgicos, NMDA e AMPA Ações em funções vitais Todos os anestésicos levam a depressão cardiovascular dose dependente. Pacientes hígidos: Alterações moduladas pelo aumento de CO2 e pelo estímulo cirúrgico. Podem ocasionar hipertermia maligna Apresenta efeitos neuroprotetores e cardioprotetores contra hipóxia Efeitos hemodinâmicos Depressão hemodinâmica dose-dependente Hipotensão arterial Diminuição do débito cardíaco Halotano Bradicardia Celulas marcapassos Hiss-Purkinje Queda na RVS Inotropismo negativo Volume sistólico HIPOTENSÃO SEVERA Isoflurano Hipotensão, pela queda da RVS Manutenção do débito cardíaco Aumento da FC Secundário a hipotensão? Halotano Vasodilatação cerebral Fluxo sanguíneo cerebral PIC O mesmo efeito ocorre com o isoflurano, mas em menor intensidade Contraindicados em lesões cerebrais, por trauma ou tumores O fluxo sanguíneo renal é alterado, principalmente com o halotano. Redução na filtração glomerular e no volume urinário Redução no fluxo sanguíneo hepático total Constrição hepática, com diminuição da oxigenação tecidual Essa diminuição no fluxo sanguíneo, tanto renal quanto hepático é de 30-40% com o halotano e bem menos intensacom os outros agentes inalatórios. O principal efeito indesejável dos agentes inalatórios é a sensibilização do miocárdio às catecolaminas, culminando em arritmias, principalmente extra- sístoles ventriculares Interações com outras drogas Quando se administra no paciente fármacos que deprimem o SNC, esta depressão pode se acentuar durante a anestesia inalatória Essa depressão prévia, na maioria dos casos, permite que a oferta de agente inalatório seja reduzida, o que minimiza os efeitos colaterais da anestesia geral Exposição ocupacional aos agentes inalatórios Efeitos na fertilidade, defeitos de desenvolvimento Redução das funções cognitivas Teratogênese Efeitos ambientais Isoflurano Baixa solubilidade no sangue e nos tecidos => indução e recuperação rápidas A baixa solubilidade em gordura evita o acúmulo em pacientes obesos É fácil manter ou mudar o plano anestésico do paciente Irritante às vias aéreas, estimulando produção de saliva e muco: Contraindicado para indução anestésica por máscara Isoflurano Provoca queda da pressão arterial e da resistência vascular periférica, ambas dose dependente Observa-se pouca depressão miocárdica, a frequência cardíaca é mantida, ou aumentada Débito cardíaco e o fluxo sanguíneo continuam bons Bom fluxo periférico Isoflurano Em altas doses, ocorre depressão cardíaca, mas o débito é mantido, pois pelo aumento da FC Não sensibiliza o miocárdio às arritmias induzidas pela epinefrina Baixo metabolismo hepático 0,2% Sevoflurano Não irritante às vias aéreas Pode ser utilizado para indução por máscara Rápida indução, pela baixa lipossolubilidade Risco de overdose Pode predispor o cérebro à atividades convulsivas Farmacologia semelhante a do isoflurano 5% de metabolização
Compartilhar