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Transtornos mentais decorrentes de substâncias psicoativas

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Transtornos mentais decorrentes de substâncias psicoativas 
 Substâncias psicoativas ou drogas  São substâncias que alteram o comportamento do usuário e o induzem 
a usá-las novamente. São classificadas de acordo com o efeito que causam no cérebro, em depressoras (álcool, 
opioides e inalantes), estimulantes (cocaína, nicotina e anfetamina) e alucinógenas/ perturbadoras (LSD e maconha). 
 
 Tolerância  Necessidade de crescentes quantidades da substância para atingir o efeito desejado ou um efeito 
acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância. 
 
 Abstinência  Estado em que há várias alterações no organismo do indivíduo, quando este para repentinamente 
de usar ou reduz a quantidade da droga que estava usando. Os sintomas da abstinência em geral são o oposto dos da 
intoxicação (por exemplo: na intoxicação por cocaína, o indivíduo fica extremamente ansioso e agitado; na abstinência 
dessa droga, fica deprimido e triste). 
 Tolerância e abstinência estão presentes na dependência de substâncias e ausentes no abuso de substâncias. 
 
 Intoxicação  É o desenvolvimento de uma síndrome reversível específica, ocasionada pela recente ingestão de 
uma substância. 
 
 Abuso de substâncias  Consequências significativamente danosas e recorrentes, relacionadas ao uso repetido 
da substância. Pode haver fracasso repetido em cumprir obrigações importantes, uso repetido em situações em que 
isso apresenta perigo físico, problemas legais/ sociais/ interpessoais. Tais problemas devem ser recorrentes – com 
recaídas – com um período de 12 meses. 
 
 Dependência  Presença de um agrupamento de sintomas psicofisiológicos, indicando que a pessoa continua a 
usar a substância apesar dos problemas significativos relacionados a ela. São requisitos básicos da dependência: 
 Forte desejo ou compulsão para consumir a substância; 
 Dificuldade no controle de consumir a substância em termos do seu início, término ou níveis de consumo; 
 Estado de abstinência fisiológica quando foi cessado ou reduzido o uso; 
 Evidência de tolerância; 
 Abandono progressivo de prazeres ou de interesses alternativos em favor do uso da substância, com aumento do 
tempo necessário para obter ou tomar a substância ou para recuperar-se dos seus efeitos; 
 Persistência no uso da substância a despeito de evidência clara de consequências nocivas. 
 Atenção: O uso diário de substância não é critério para dependência. 
A diferença entre dependências e abuso de substância é que a dependência irá cursar com tolerância (necessidade de 
aumento da dose consumida), abstinência (crise por falta de substância) e uso compulsivo! 
 
Agentes tóxicos Manifestações da intoxicação Antídotos específicos 
 
 
Anticolinérgicos 
(atropina e antidepressivos tricíclicos) 
 Agitação ou sedação. 
 Midríase, Taquicardia. 
 Convulsões generalizadas. 
 Perda da consciência. 
 Depressão respiratória. 
 Arritmia, parada cardíaca e morte. 
 
 
Fisostigmina 
 
 
 
Anticolinesterásicos 
(organofosforados) 
 Miose. 
 Lacrimejamento aumentado. 
 Broncoespasmo. 
 Visão turva. 
 Diaforese. 
 Salivação. 
 Bradicardia. 
 Hipotensão. 
 Incontinência urinária 
 
 
 
 
Atropina 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 
Benzodiazepínicos 
 Rebaixamento da consciência. 
 Depressão respiratória. 
 Diplopia. 
 Hiporreflexia. 
 Disartria. 
 
 
 
Flumazenil 
 
 
Cianeto 
 Cefaleia, ansiedade. 
 Arritmia. 
 Edema pulmonar. 
 Náusea e vômito. 
 Insuficiência renal e hepática. 
 Convulsão, coma. 
 
 
 
Nitrito de sódio, tiossulfato de 
sódio 
 
 
Metanol 
 Náusea, vômito. 
 Cefaleia. 
 Vertigem. 
 Fotofobia. 
 
 
Etanol 
 
 
 
Opioide 
 Euforia. 
 Retenção urinária. 
 Náusea. 
 Constipação intestinal. 
 Hipotensão. 
 Bradicardia. 
 Rebaixamento da consciência. 
 Miose. 
 
Naloxona 
 
 
INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL – depressor 
 Quando a quantidade de álcool consumida ultrapassa a capacidade de degradação do fígado, tem-se a intoxicação 
pelo álcool – estado de embriaguez. 
 Os efeitos são causados pela diminuição da atividade cerebral (efeito depressor): fala arrastada, incoordenação 
motora, ataxia, nistagmo, prejuízos na memória e na atenção, sonolência, estupor e coma. 
 O tratamento consiste em medidas gerais de suporte à vida e atenção para TCE e broncoaspiração de vômitos. 
 
1. Hidratação apenas se o paciente estiver desidratado. 
2. Se o paciente estiver em hipoglicemia, deve receber TIAMINA ANTES DO SORO GLICOSADO para prevenir 
complicações como síndrome de Wernicke-Korsakoff (incoordenação motora, nistagmo, estrabismo, confusão 
mental). 
3. Administração de Haloperidol 5mg IM. 
 SEM SÍNDROME DE WERNICKE: Tiamina 250 mg IM por 3 dias, após 1 comprimido de 300 mg VO por pelo menos 6 
meses. 
 COM SÍNDROME DE WERNICKE: Tiamina 300 mg EV, 3 vezes por dia, por 3 dias + 250 mg IM por mais 3 dias + 1 
comprimido de 300 mg VO por pelo menos 6 meses. 
 
ABSTINÊNCIA DE ÁLCOOL 
 Conjunto de sinais e sintomas observados nas pessoas que interrompem o consumo de álcool após longo e intenso uso 
(inicia-se de 5 a 6 horas). 
 O indivíduo pode ter tremores, náuseas, vômito, taquicardia, ansiedade, humor deprimido, irritação, alucinação, crise 
convulsiva. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 Tratamento: tiamina (se o paciente for alcoólatra crônico), benzodiazepínicos (Diazepam 10 a 20 mg ou Lorazepam 2 
mg), Naltrexona, Acamprosato, Topiramato, Gabapentina. 
- Obs.: Diazepam NUNCA intramuscular. 
 
INTOXICAÇÃO POR COCAÍNA – estimulante 
 Bloqueio da recaptação de dopamina  Aumento de tal substância na fenda sináptica  Aumento da atividade 
psicomotora. 
 Cursa com sintomas adrenérgicos importantes: euforia, desinibição, agressividade, taquicardia, midríase, 
hipertensão, calafrio, sudorese, náuseas, vômitos, perda de peso, agitação psicomotora, dores musculares, 
diminuição da capacidade respiratória, arritmias cardíacas, delírio de perseguição, alucinação, IAM, AVC, convulsão. 
 Tratamento com: BZD. 
 
ABSTINÊNCIA DE COCAÍNA 
 Interrupção do uso contínuo  apreensão, depressão profunda com anedonia marcante e que responde mal ao uso 
de antidepressivos, fadiga, sonolência, inércia, aumento do apetite. 
 Tratamento: manejo dos sintomas depressivos, ansiosos ou psicóticos. 
 Na psicose por cocaína aplica-se Haloperidol 5 mg IM ou VO a cada 6 horas, ou Tioridazina 25 a 50 mg a cada 8 horas. 
 
INTOXICAÇÃO POR CANNABIS (maconha) – perturbador 
 Percepção mais lenta do tempo, hiperemia ocular, aumento de apetite e da sede, percepção maior das cores/ sons/ 
textura, xerostomia, taquicardia, euforia, sensação de relaxamento, prejuízo na memória de curto prazo e da 
capacidade motora, incoordenação motora, desequilíbrio, alucinação. 
 Deve-se incentivar a abstinência e tratar seus efeitos sintomaticamente. Grupos de apoio e psicoterapia são de grande 
ajuda. 
 Tratamento: BZD ou Haloperidol. 
 
DEPENDÊNCIA E ABSTINÊNCIA DE CANNABIS (maconha) 
 A maioria não se torna dependente, e a minoria desenvolve síndrome de uso compulsivo da droga. 
 Na abstinência, os sintomas são irritabilidade, insônia, tremores, visão turva e incoordenação dos movimentos. 
 
INTOXICAÇÃO POR OPIÓIDES – depressor 
 Substância similar a morfina, como heroína, ópio, codeína, metadona, fentalina e meperidina. 
 Sonolência, inconsciência, fala arrastada, perda de apetite, lentificação, miose, depressão respiratória, bradicardia, 
convulsão, coma. 
 Tratamento: administração de antagonista (naloxona). 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
ABSTINÊNCIA DE OPIÓIDES 
 A tolerância desenvolve-se rapidamente. 
 Sudorese, midríase, ansiedade, lacrimejamento, rinorreia, tremores, diarreia, vômito, dor muscular, taquicardia, 
hipertensão, insônia. 
 A metadona pode evitar sintomas de abstinência. 
 
INTOXICAÇÃO POR ANFETAMINAS – estimulante 
 Apresenta efeitos semelhantesao da cocaína. 
 Insônia, inapetência, fala acelerada, redução do cansaço, agressividade, irritação, midríase, taquicardia. 
 
ABSTINÊNCIA DE ANFETAMINAS 
 Chega a atingir quase 90% dos usuários. 
 A pessoa sente grande falta de energia, tornando-se bastante deprimida (anedonia), ansiosa e agitada. 
 Responde mal a antidepressivos, sendo difícil o manejo. 
 
INTOXICAÇÃO POR NICOTINA – estimulante 
 Cefaleia, náuseas e tontura. 
 
ABSTINÊNCIA DE NICOTINA 
 Humor disfórico ou deprimido, insônia, irritabilidade, ansiedade, inquietação, dificuldade de concentração, 
bradicardia, aumento do apetite. 
 
 
 Medicações que podem ser usadas para o tratamento: 
 Adesivos de nicotina (a dose deve ser prescrita considerando-se o consumo médio de cigarros por dia). 
 Goma de nicotina ou pastilhas. 
 Bupropiona (iniciar com 150 mg 1x/dia, e no quarto dia aumentar para 150 mg 2x/dia, usualmente por 12 
semanas; recomensa-se a interrupção do tabagismo no 8º dia após o início do medicamento). 
 Vareniclina. 
 
USUÁRIO CRÔNICO DE BZD 
 Pode ter sindrome de abstinência em até 10 dias do último uso. 
 Manejo: sempre preferir os fármacos de meia-vida longa  Diazepam tem meia vida de até 96 horas, causando 
menos sintomas de abstinência. 
 Retirada da medicação: reduzir 10% da dose inicial por dia ou 20% por semana. 
 Irritabilidade, tremores, insônia, sudorese, palpitação, cefaleia, dores musculares e déficits de memória. 
 O risco de dependência é muito grande. 
 Devem sempre ser introduzidos por curto espaço de tempo, para evitar dependência.

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