PUNIÇÕES A NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

Prévia do material em texto

PUNIÇÕES A NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS
A prestação de contas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) é uma obrigação legal de gestores e responsáveis por entidades públicas, e o descumprimento dessa obrigação pode gerar diversas sanções e penalidades.
De acordo com a Lei Complementar nº 102/2008, que dispõe sobre a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das entidades sujeitas ao controle externo do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), a não prestação de contas sujeita o responsável à aplicação das seguintes sanções:
Multa: O responsável pela omissão da prestação de contas pode ser multado pelo TCE-MG, em valor que pode variar 10% a 100% do valor do débito, de acordo com a gravidade do caso.
Impedimento de participar de licitações e de contratar com o poder público: A empresa ou instituição que não prestar contas pode ficar impedida de participar de licitações e de contratar com o poder público, até que regularize sua situação, por um prazo de até cinco anos.
Responsabilização por improbidade administrativa: A não prestação de contas pode caracterizar improbidade administrativa, o que pode levar a sanções como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, ressarcimento dos danos causados ao erário, inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (CADIN-MG), por um prazo de até cinco anos.
Processo judicial: O TCE-MG pode acionar o Ministério Público e propor uma ação judicial para apurar a responsabilidade pelo não cumprimento da obrigação de prestar contas.
Bloqueio de recursos: O TCE-MG pode determinar o bloqueio de recursos financeiros destinados à empresa ou instituição que não prestar contas, até que a situação seja regularizada.
Reprovação das contas: Caso o TCE-MG identifique falhas graves na prestação de contas, as contas podem ser reprovadas. Isso pode gerar consequências, como a impossibilidade de obtenção de empréstimos, impedimento de receber recursos públicos ou de participar de licitações.
Responsabilização penal ou civil: Em alguns casos, as divergências na prestação de contas podem configurar crimes, como desvio de recursos públicos, peculato, entre outros. Nesses casos, pode haver abertura de processo criminal no Ministério Público contra os envolvidos.
Vale ressaltar que a legislação específica pode determinar outras sanções em casos de divergências na prestação de contas. É importante estar atento aos prazos e procedimentos para evitar sanções e manter a transparência na gestão de recursos públicos.
Referências:
Lei Complementar nº 102, de 15 de janeiro de 2008. Dispõe sobre a organização do Tribunal de Contas e dá outras providências. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: https://leisestaduais.com.br/mg/lei-complementar-n-102-2008-minas-gerais-dispoe-sobre-a-organizacao-do-tribunal-de-contas-e-da-outras-providencias. Acesso em: 14 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 1989. Disponível em: https://dspace.almg.gov.br/bitstream/11037/47985/2/CE%20Atualizada%202023-03-31%C2%AAed-Mar%C3%A7o.pdf. Acesso em: 14 abr. 2023.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 14 abr. 2023.