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Claretiano Rede de Educação 
Licenciatura: Pedagogia 
Disciplina: Políticas da Educação Básica 
Discente: Douglas Santos Araújo RA: 8108732 
 
Atividade no Portfólio – Ciclo 1 e 2 
 
1) Apresente as principais características das políticas educacionais em cada 
período da histórica republicana do Brasil. 
Mesmo com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, o 
modelo educacional Brasileiro permanece o mesmo dos tempos de império. O 
Estado monárquico Brasileiro priorizava em suas políticas de educação o ensino 
superior. 
A educação básica neste período tem nas instituições privadas as suas 
maiores referências, e as poucas escolas públicas de qualidade eram ocupadas 
(assim como os colégios particulares) pela elite financeira do país. 
Os professores tinham deficiências na sua formação e não havia um 
sistema escolar estruturado em voga, fazendo com que as escolas fossem 
trampolins para o acesso ao ensino superior, este destinado aos poucos que tinham 
acesso à educação básica. O status-quo do Estado Monárquico foi mantido na 
República Velha pois o direito ao voto não era garantido aos analfabetos, que eram 
a maior parte da população brasileira, na Constituição de 1891. Mesmo com o 
surgimento da república o modelo hierarquizado de controle das elites persistiu 
através da restrição de acesso à educação e, a consequente falta de acesso a uma 
participação ativa no processo democrático. 
 Após a primeira guerra mundial, no Brasil, a partir de 1920, com o 
crescimento, mesmo que tímido, da indústria paulista e com as políticas do Estado 
brasileiro que incentivavam a imigração, principalmente de europeus, surge dentro 
da sociedade uma necessidade de reflexão acerca da evolução da educação no 
país. O movimento Escola Nova surge neste período, com 
Ideais advindos do Liberalismo, os adeptos do movimento acreditavam 
que a educação era a ferramenta fundamental para o exercício pleno da democracia 
pela sociedade. Para eles a escola deveria ser pública “gratuita, laica e obrigatória 
como maneira de oferecer oportunidades iguais para todos” (CORRÊA, SERRAZES, 
2013, p. 43). 
O principal representante deste movimento é Anísio Teixeira, que junto 
com outros intelectuais contemporâneos contribuiu para importantes reformas 
educacionais ocorridas na década de 1920. Estes ideais culminam quando os 
líderes da Escola Nova divulgam em 1932 o "Manifesto dos Pioneiros de Educação 
Nova", onde estes descrevem os problemas estruturais da educação no Brasil e 
propuseram um novo modelo para a mesma. Com o estabelecimento da 
Constituição de 1934, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, é atribuído ao 
Estado mais responsabilidades, o Ministério da Educação é criado, estabelece-se 
obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, percentuais orçamentários da 
União para investimento em educação são instituídos, entre outras conquistas. 
Contudo, em 1937 ocorre um golpe de estado e é estabelecida a ditadura Varguista, 
O Estado Novo, que dura até 1945. Uma nova Constituição é promulgada em 1937 
e esta retira do Estado a obrigação de prover investimentos na educação pública. 
Neste período o foco do Estado é o investimento na formação técnica 
profissionalizante visando atender às demandas por mão de obra qualificada, 
necessárias com o crescimento industrial e urbano que ocorriam no Brasil. É neste 
período que surgem as instituições de formação técnica SESC e SENAI. 
Após o final do Estado Novo chega-se à Constituição de 1946, que 
estabelece, de fato, um regime federalista e republicano no país. Essa nova 
Constituição resgata e busca aprimorar valores educacionais que foram 
estabelecidos pela Carta Maior de 1934, e esta melhoria começa a ser discutida, em 
uma comissão parlamentar, um ano após a promulgação da carta magna de 1946, e 
se dá através da discussão, e posterior criação, da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), que é uma legislação específica para as tratativas acerca 
da educação no país. 
Treze anos após o início do debate sobre a LDB é sancionada no dia 20 
de dezembro de 1961, a Lei nº 4.024, pelo Poder Executivo. A LDB, em linhas 
gerais, busca valorizar e dar dignidade ao ser humano através do desenvolvimento 
integral de sua personalidade além de estruturar o ensino em quatro níveis 
diferentes e organizar o currículo es colar estabelecendo a obrigatoriedade de certas 
disciplinas para toda a nação e deixando outras para os conselhos estaduais de 
educação. O período de 1946 -1964 ficou conhecido como república populista, e 
neste momento histórico os governos defendiam, ao menos em discurso, a garantia 
do ensino público e gratuito e a alfabetização de adultos. 
Em 1964 um golpe militar derruba João Goulart do poder e, 
consequentemente, o regime democrático no país. O estabelecimento de um regime 
autoritário, mais uma vez, tem impactos profundos nas políticas de educação que 
estavam vigentes. O regime militar que perdurou no poder de 1964 até 1985 “utilizou 
todos os meios para desmobilizar a sociedade organizada, até mesmo os 
professores e estudantes que se mobilizavam em favor de reivindicações relativas à 
educação em todos os níveis” (CORRÊA, SERRAZES, 2013, p. 52). 
A reforma universitária, Lei nº 5.540/68, e a revogação da LDB de 1961 
simbolizam bem os “ideais” educacionais do regime neste período. O ensino foi 
reestruturado em três níveis diferentes, primeiro grau para o ensino primário e 
fundamental, segundo grau para o antigo ginásio e terceiro grau para o nível 
superior/universitário. Disciplinas que estimulavam a reflexão crítico-social tiveram 
seus conteúdos “subversivos” - aqueles que não coadunavam com os ideais 
pregados pelo governo ditatorial - substituídos por matérias como Educação 
Moral e Cívica, Organização Social, Política e Econômica do Brasil e 
Estudos Sociais, retirando reflexões importantes do espaço da sala de aula. A 
ditadura utiliza essas reformas para que conteúdos que pudessem estimular críticas 
ao governo fossem eliminados das instituições de ensino, intimidando através da 
força (violência se necessário) todo um espectro de pensamentos que não 
interessava aos ideais dos militares no poder. 
Com o fim da ditadura militar em 1985 o estado da educação no Brasil era 
aterrador. Os índices de evasão escolar, reprovação e de analfabetismo ainda eram 
muito altos e o professorado era desqualificado nos aspectos técnicos (de formação) 
e salariais. A constituição que reestabeleceu o estado democrático é promulgada no 
dia 5 de outubro de 1988, iniciando o período da Nova República que perdura até os 
dias atuais, e com ela é estabelecido que a educação é direito de todos e dever do 
Est ado e da família. Em 1996 é estabelecida uma nova LDB que reestrutura mais 
uma vez o sistema educacional buscando adequar este às demandas do mundo 
contemporâneo. 
 
2) apresente as concepções de educação expressas na Constituição Federal 
de 1988, dos artigos 205 a 214, com uma crítica pessoal ao final. 
Os ideais que norteiam o capítulo III, seção I da Constituição de 1988 são 
inspirados no liberalismo e nos ideais dos direitos humanos. No artigo 206, nos 
incisos I, II e III, a igualdade de oportunidades, liberdade de ensino, aprendizado, 
livre concorrência, e pluralidade de concepções pedagógicas são preconizadas. É 
atribuído ao Estado a obrigatoriedade e garantia de acesso ao ensino fundamental 
para a população, visando que o indivíduo seja capaz de exercer sua cidadania em 
plenitude e que este seja qualificado para o mercado de trabalho. É previsto também 
o financiamento com percentuais definidos para cada ente federativo na área de 
educação. “A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita 
resultante de impostos” (BRASIL, 1988). Esta norma programática visa a garantia e 
o desenvolvimentode um sistema educacional, em todo seu espectro, da educação 
básica ao ensino superior passando também pela formação técnica. A Carta Magna 
de 1988, com os artigos citados e outros, busca garantir a todo cidadão brasileiro o 
direito a uma educação básica de qualidade, plural e gratuita. 
Em um país que sofre com uma das maiores desigualdades sociais do 
mundo, seria necessário que o Estado se fizesse verdadeiramente presente na área 
da educação. Infelizmente no Brasil existe uma velha tradição de: “apesar das boas 
intenções, o resultado prático da lei não passa de ‘letra morta’” (CORRÊA, 
SERRAZES, 2013, p. 52). Apesar da Constituição de 1988 prever o acesso pleno e 
de qualidade a todo cidadão, o que se vê na prática é a perpetuação de um modelo 
em que se mantém uma hierarquia social, mantendo as populações mais 
vulneráveis sem acesso a uma boa formação escolar e a consequente falta de 
mobilidade social no país. A falta de valorização dos profissionais da área, 
principalmente dos professores da rede de ensino básico pública, faz com que 
pessoas competentes não se sintam compelidas a atuar nas redes geridas pelo 
Estado. Existe também um grande número de escolas com estruturas precárias e o 
orçamento disponibilizado para muitas escolas não cobre o básico para um 
funcionamento próprio de uma instituição com tamanha importância social. 
 
3) Numa forma de síntese, desenvolva os seguintes tópicos: 
a) Retrospecto do processo de tramitação da LDB no Congresso Nacional 
(Câmara Federal e Senado Federal); 
b) Os princípios gerais da Educação Brasileira presentes na LDB. (Síntese) 
 
 
Após a promulgação da Constituição de 1988, entrou em tramitação no 
Congresso Nacional o projeto de Lei (PL. 1258/88), do Deputado Octávio Elísio. 
Amplos debates foram feitos durante o processo de tramitação da LDB para que a 
discussão sobre as novas Leis que iriam reger a educação fossem aprofundadas. 
Em 1994 o projeto chega ao senado e é relatado pelo senador Cid Sabóia que tem 
seu parecer de nº 250 aprovado pela comissão de educação. Após um dos 
substitutivos do Sabóia ser considerado inconstitucional o projeto vai ao senado e é 
aprovado. Oito anos após o início dos debates, o presidente Fernando Henrique 
Cardoso sanciona a nova LDB, a lei federal nº 9394/96 sem nenhum veto. A atual 
LDB complementa a Constituição Federal, ambas determinam o direito ao ensino 
básico gratuito e de qualidade garantido pelo Estado. Os níveis da educação 
estabelecidos no Brasil são o ensino básico, que é divido em educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio além da educação superior. Para cada unidade 
da federação diferentes funções dentro da estrutura do sistema d e educação básica 
são atribuídas, além disso as instituições de ensino base passam a ter uma estrutura 
de carga horária e uma diretriz curricular estabelecida em nível nacional. 
Para o profissional de educação a nova LDB define a obrigatoriedade da 
licenciatura plena, embora se tenha permitido durante os primeiros dez anos de 
escopo da nova LDB que professores com nível médio na modalidade normal 
pudessem ensinar. Às instituições superiores de ensino é atribuído o mantimento de 
cursos de formação e capacitação pedagógica, além de programas de educação 
continuada. Também é disposto em Lei a necessidade de os educadores serem 
preparados para atuarem no campo de gestão e administração das instituições de 
ensino.

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