Buscar

CumbucoHotel-Escola-Araujo-2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
LARYSSA GUERRA ARAÚJO 
 
 
 
CUMBUCO HOTEL – ESCOLA 
ESTUDO PRELIMINAR DE UM HOTEL-ESCOLA A LUZ DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA 
PARA A PRAIA DO CUMBUCO/CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal, RN 
2020.2 
 
 
LARYSSA GUERRA ARAÚJO 
 
 
 
CUMBUCO HOTEL - ESCOLA 
ESTUDO PRELIMINAR DE UM HOTEL-ESCOLA A LUZ DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA 
PARA A PRAIA DO CUMBUCO/CE 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao 
curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, 
como requisito para obtenção do grau de 
Arquiteta e Urbanista. 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Clara Ovídio de 
Medeiros Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal, RN 
2020.2 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ - -CT 
Araujo, Laryssa Guerra. 
 Cumbuco hotel-escola: estudo preliminar de um hotel-escola a 
luz da arquitetura bioclimática para a praia do Cumbuco/CE / 
Laryssa Guerra Araujo. - Natal, RN, 2021. 
 130f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e 
Urbanismo. 
 Orientadora: Clara Ovídio de Medeiros Rodrigues. 
 
 
 1. Hotel-escola - Monografia. 2. Arquitetura hoteleira - 
Monografia. 3. Arquitetura bioclimática - Monografia. 4. 
Estratégias passivas de conforto - Monografia. I. Rodrigues, 
Clara Ovídio de Medeiros. II. Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte. III. Título. 
 
RN/UF/BSE15 CDU 728.51 
 
 
 
 
Elaborado por Ericka Luana Gomes da Costa Cortez - CRB-15/344 
 
 
 
LARYSSA GUERRA ARAÚJO 
 
 
 
CUMBUCO HOTEL - ESCOLA 
ESTUDO PRELIMINAR DE UM HOTEL-ESCOLA A LUZ DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA 
PARA A PRAIA DO CUMBUCO/CE 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao 
curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, 
como requisito para a obtenção do grau de 
Arquiteta e Urbanista. 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Clara Ovídio de 
Medeiros Rodrigues 
 
 
Data: 26 de Abril de 2021 
 
_____________________________________________________________________________ 
Profª. Drª. Clara Ovídio de Medeiros Rodrigues 
(Orientadora) 
____________________________________________________________________________ 
Profª Drª Luciana de Medeiros 
(Convidado Interno) 
____________________________________________________________________________ 
Arq. MSc. Carla Varela de Albuquerque Araújo 
(Convidado Externo) 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por me abençoar tanto, que foi 
capaz de me tirar da minha zona de conforto e me levar para uma nova cidade, onde 
hoje posso chamar de segunda casa. 
Aos meus pais, Rosanni e Marcos, e as minhas irmãs, Nair, Thays e Lays, que 
sempre me encorajaram nessa nova jornada de estudar fora e tanto me apoiaram e 
acreditaram no meu potencial. Sou eternamente grata aos meus tios Zé Carlos e 
Claudinha, que acolheram, apoiaram, aconselharam e me receberam verdadeiramente 
como filha em Natal. Grata, também, ao meu noivo, Caio, que sempre esteve comigo 
em todos os momentos da minha trajetória desde o colégio até o tão sonhado curso de 
arquitetura me dando forças e sendo meu suporte todas as horas. 
Não poderia deixar de agradecer também ao meu tão querido “quartinho”, 
Letícia (Lelê), Mara (Marinha) e Juliana (Big), que estiveram comigo em todos os 
momentos desse duro mas tão amado curso, desde os desentendimentos, entregas de 
projeto, conselhos e até aos dias de skincare na minha casa. Muito obrigada por tudo 
meninas, precisei ir até Natal para encontrar as minhas melhores amigas, amo vocês. Á 
Renata (Renarinha) essa amiga tão companheira, parceira e cheia de vida (e fome 
também...), obrigada por ser você na minha vida, você é incrível!! Agradeço, também, 
aos meus amigos e companheiros de curso, Layse, Laís, Lino, Júlia e Anne pela 
cumplicidade e amizade que hoje eu posso dizer que encontrei amigos verdadeiros que 
levarei para a vida inteira. Grata, também, a todos que conheci durante a graduação, 
obrigado, vocês fazem parte da minha história e formação acadêmica. 
Por fim, quero deixar o meu agradecimento a todos os professores do 
departamento que contribuíram durante a minha trajetória na UFRN, em especial a 
minha orientadora, Clara Ovídio, que tanto me auxiliou e apoiou na trajetória acadêmica 
e me guiou durante esta reta final do curso. 
À todos o meu muito obrigada. 
 
 
 
 
UM AVISO IMPORTANTE!! 
Opa, oi leitor! Antes de você seguir com a sua leitura, deixa eu te dar um aviso? Eu não 
sei em que ano você está lendo este documento, se você está num futuro recente, 
provavelmente se lembrará da situação em que nos encontramos agora, mas se você é 
um universitário de 2045 (ou depois disso) é preciso que tome conhecimento de como 
anda o mundo aqui entre 2020 e 2021. 
 Primeiro: estamos vivendo uma pandemia de Sars-Cov-19, trabalhando, 
estudando e socializando virtualmente desde março de 2020. A esta altura, em abril de 
2021 – enquanto escrevo este aviso – somente no Brasil mais de 350 mil pessoas 
perderam suas vidas devido à esta doença. 
 Segundo: como você pode imaginar, se estamos estudando virtualmente, deve 
saber que todas as atividades necessárias para a execução dos trabalhos finais de 
graduação até agora têm se dado de maneira virtual, o que implica em limitações de 
acesso à bibliografia, aos nossos orientadores, à um espaço adequado ao estudo e 
pouquíssima ou nenhuma oportunidade de levantamento in loco. 
 Os trabalhos que você encontrará de autoria dos graduandos da turma 2020.2 
podem não ser o que alguns de nós havíamos sonhado quando matutamos as primeiras 
ideias sobre nossos trabalhos, o que não implica em menos qualidade, mas em um 
desafio ainda maior. O conteúdo que está por vir é fruto de muita persistência, acredite 
leitor, são tempos difíceis por aqui. 
 Dito isto, espero que aí no futuro o mundo seja um pouco mais tranquilo. Desejo 
a você uma boa leitura! 
 
 Texto de autoria de Mara Raquel e Letícia Azevedo 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O processo de desenvolvimento do setor turístico na Praia do Cumbuco/CE 
estimulou o crescimento do mercado hoteleiro na região, e, consequentemente, a 
demanda por mão de obra qualificada. No entanto, a ausência de cursos direcionados a 
hospitalidade na região provocou um déficit de disponibilidade profissional na área. A 
expansão da área também se deu sem a valorização das condições bioclimáticas locais. 
Esta proposta tem como áreas de estudo o projeto de arquitetura e o conforto 
ambiental, tendo como principal objetivo desenvolver um projeto de um Hotel-Escola 
com enfoque nos princípios da arquitetura bioclimática. Com os objetivos específicos de 
compreender quais os principais elementos que norteiam o planejamento e projeto de 
um hotel-escola, de refletir acerca das diretrizes para a zona bioclimática 08 
considerando suas particularidades para a praia do Cumbuco e de aplicar em projeto as 
estratégias passivas de conforto térmico mais apropriadas para a região. Assim, propõe-
se, a nível de estudo preliminar, o projeto de um Hotel-escola, tendo como recortes os 
edifícios da escola e das unidades habitacionais, que aplique as diretrizes e estratégias 
bioclimáticas mais adequadas, possibilitando um edifício termicamente confortável e 
adaptado ao clima da região. 
 
Palavras-Chave: Hotel-Escola; Arquitetura Hoteleira; Arquitetura 
bioclimática; Estratégias passivas de conforto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The development process of the tourism sector in Praia do Cumbuco / CE stimulated the 
growth of the hotel market in the region, and, consequently, the demand for qualifiedlabor. However, the absence of courses aimed at hospitality in the region caused a 
deficit of professional availability in the area. The expansion of the area also took place 
without the appreciation of local bioclimatic conditions. This proposal has as areas of 
study the architecture project and the environmental comfort, having as main objective 
to develop a project of a Hotel-School with a focus on the principles of bioclimatic 
architecture. The specific objectives are to understand the main elements that guide the 
planning and design of a school hotel, to reflect on the guidelines for the bioclimatic 
zone 08 considering its particularities for Cumbuco beach and to apply the most 
appropriate passive thermal comfort strategies in design for the region. Thus, it is 
proposed, at the level of preliminary study, the project of a Hotel-school, having as 
cutouts the buildings of the school and housing units, which apply the most appropriate 
bioclimatic guidelines and strategies, enabling a building that is thermally comfortable 
and adapted to the environment region's climate. 
 
Keywords: School Hotel; Hotel Architecture; Bioclimatic Architecture; Passive Comfort 
Strategies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Classificação dos meios de hospedagem .................................................................... 22 
Figura 2 - Nova Matriz de Classificação dos meios de Hospedagem .......................................... 23 
Figura 3 - Recorte Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem - Hotel............................ 24 
Figura 4 - Planta Baixa - Suíte Hotel Taj Mahal - Manaus/AM .................................................... 26 
Figura 5 - Planta Baixa – Suíte Hotel Holiday Inn - Fortaleza/CE................................................. 26 
Figura 6 - Diagrama Funcional - Setor Alimentos e Bebidas ....................................................... 30 
Figura 7 - Diagrama Funcional - Lavanderia e Governança ......................................................... 31 
Figura 8 - Localização de Hotéis-Escola no Brasil ........................................................................ 35 
Figura 9 - Diagrama: Setores Funcionais de uma Instituição de Ensino ..................................... 37 
Figura 10 - Diagrama Funcional - Setor Administrativo .............................................................. 38 
Figura 11 - Diagrama Funcional - Setor Aprendizagem ............................................................... 39 
Figura 12 - Laboratório de Recepção e Governança ................................................................... 40 
Figura 13 - Laboratório de Cozinha e Restaurante e Bar ............................................................ 41 
Figura 14 - Fluxograma - Setor Convivência ................................................................................ 42 
Figura 15 - Carta Bioclimática do Brasil ....................................................................................... 44 
Figura 16 - Zoneamento - Ceará .................................................................................................. 47 
Figura 17 - Carta Psicométrica de Fortaleza/CE .......................................................................... 49 
Figura 18 - Frequência de cada hora em conforto considerando a temperatura externa de 
Fortaleza ...................................................................................................................................... 50 
Figura 19 - Modelos de Brises ..................................................................................................... 51 
Figura 20 - Cobogó cerâmico ....................................................................................................... 52 
Figura 21 - Formas de aberturas para ventilação cruzada .......................................................... 53 
Figura 22 - Ventilação cruzada - planta aberta ........................................................................... 53 
Figura 23 - Efeito chaminé .......................................................................................................... 53 
Figura 24 - Captação com uso da vegetação ............................................................................... 53 
Figura 25 - Peitoril Ventilado ....................................................................................................... 54 
Figura 26 - Cobertura Ventilada .................................................................................................. 54 
Figura 27 - Localização Senac São Miguel Paulista ..................................................................... 57 
Figura 28 - Planta baixa térreo - disposição dos blocos .............................................................. 58 
Figura 29 - Planta baixa 1° Pavimento - disposição de ambientes .............................................. 59 
Figura 30 - Recepção e armários guarda volumes ...................................................................... 60 
Figura 31 - Acervo e pesquisa ..................................................................................................... 60 
Figura 32 - Acervo e salas de estudo ........................................................................................... 60 
Figura 33 - Planta baixa 5º Pav - cursos de hospitalidade........................................................... 61 
Figura 34 - Vista aérea Kûara Hotel ............................................................................................. 62 
Figura 35 – Zoneamento: Implantação Kûara Hotel ................................................................... 62 
Figura 36 - Restaurante e Piscina ................................................................................................ 63 
Figura 37 - Zoneamento - Restaurante e Piscina ........................................................................ 64 
Figura 38 – Fluxo interno da Cozinha .......................................................................................... 65 
Figura 39 - Tipologia de suíte reversível...................................................................................... 66 
Figura 40 - Venezianas fixas ........................................................................................................ 67 
Figura 41 - Paredes recuadas e elemento de proteção .............................................................. 67 
Figura 42 - Integração por meio de esquadrias móveis .............................................................. 67 
Figura 43 - Materiais e elementos decorativos em madeira e fibras naturais ........................... 67 
Figura 44 - Implantação - hotel Jungle Keva ............................................................................... 68 
 
 
Figura 45 - Fachada Bangalô ....................................................................................................... 69 
Figura 46 - Tipologias habitacionais ............................................................................................ 69 
Figura 47 - Venezianas Fixas ........................................................................................................ 70 
Figura 48 - Aberturas laterais ...................................................................................................... 70 
Figura 49 - Abertura superior e jardim interno ........................................................................... 70 
Figura 50 - Elementos Vazados ................................................................................................... 70 
Figura 51 - Implantação Grande hotel Campos do Jordão .......................................................... 71 
Figura 52 - Laboratório de Governança ...................................................................................... 72 
Figura 53 - Cozinha Pedagógica ...................................................................................................72 
Figura 54 - Síntese do conceito para o projeto ........................................................................... 75 
Figura 55 - Fluxograma Hotel Escola ........................................................................................... 78 
Figura 56 - Fluxograma Escola ..................................................................................................... 79 
Figura 57 - Fluxograma Hotel ...................................................................................................... 80 
Figura 58 - Fluxograma detalhado da Cozinha ............................................................................ 80 
Figura 59 - Localização do terreno .............................................................................................. 85 
Figura 60 - Entorno do terreno ................................................................................................... 86 
Figura 61 - Gabarito do entorno ................................................................................................. 87 
Figura 62 - Vegetação do entorno ............................................................................................... 88 
Figura 63 - Localização do terreno .............................................................................................. 89 
Figura 64 - Vegetação presente no terreno ................................................................................ 89 
Figura 65 - Gráfico Rosa dos Ventos ........................................................................................... 90 
Figura 66 - Frequência de ocorrências de ventos ....................................................................... 90 
Figura 67 - Carta Solar solstício de verão .................................................................................... 91 
Figura 68 - Carta solar solstício de inverno ................................................................................. 91 
Figura 69 - Esquema ilustrativo dos condicionantes ambientais ................................................ 92 
Figura 70 - Indicadores urbanos de ocupação do solo ................................................................ 94 
Figura 71 - Medidas mínimas para sanitário acessível ................................................................ 98 
Figura 72 - Dormitório acessível - dimensões mínimas .............................................................. 99 
Figura 73 - Zoneamento inicial .................................................................................................. 101 
Figura 74 - Zoneamento Final ................................................................................................... 102 
Figura 75 – Setores: Pavimento térreo ..................................................................................... 103 
Figura 76 - Setores: Pavimento Superior .................................................................................. 104 
Figura 77 - Sombreamento da fachada frontal da Escola ......................................................... 105 
Figura 78 - Sombreamento Fachada Posterior Escola .............................................................. 105 
Figura 79 - Corte esquemático Escola ....................................................................................... 106 
Figura 80 – Ambientes: Pavimento Térreo ............................................................................... 107 
Figura 81 - Ambientes: Pavimento Superior ............................................................................. 108 
Figura 82 - Corte esquemático com estratégias utilizadas ....................................................... 109 
Figura 83 – Sombreamento fachada frontal - Suíte .................................................................. 110 
Figura 84 - Sombreamento fachada lateral - Suíte ................................................................... 110 
Figura 85 - Ambientes Bangalô ................................................................................................. 111 
Figura 86 - Ambientes Bangalô acessível .................................................................................. 111 
Figura 87 - Corte esquemático com estratégias utilizadas ....................................................... 112 
Figura 88 - Sombreamento fachada frontal - Bangalô .............................................................. 113 
Figura 89 - Sombreamento fachada lateral - Bangalô............................................................... 113 
Figura 90 - Setores bloco de serviços ........................................................................................ 115 
Figura 91 - Setores: recepção .................................................................................................... 117 
Figura 92 - Setores: Restaurante ............................................................................................... 118 
 
 
Figura 93 - Ambientes da cozinha do restaurante .................................................................... 119 
Figura 94 - Perspectiva fachada frontal da Escola..................................................................... 121 
Figura 95 - Perspectiva fachada lateral Escola .......................................................................... 121 
Figura 96 - Perspectiva rampa de acesso pavimento superior ................................................. 122 
Figura 97 - Perspectiva fachada frontal: bloco de suítes .......................................................... 122 
Figura 98 - Perspectiva fachada frontal: bangalôs .................................................................... 123 
Figura 99 - Perspectiva área da piscina ..................................................................................... 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Meios de hospedagem de Turismo e suas diferentes características ........................ 21 
Tabela 2 - Elementos obrigatórios para medidas de segurança contra incêndios ..................... 97 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Unidades Habitacionais .................... 25 
Quadro 2 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Alimentos e Bebidas ......................... 27 
Quadro 3 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Áreas Comuns................................... 27 
Quadro 4 - Requisitos de Sustentabilidade ................................................................................. 28 
Quadro 5 - Áreas e Instalações - Hotel ........................................................................................ 29 
Quadro 6 - Infraestrutura Básica dos cursos técnicos - Laboratórios ......................................... 33 
Quadro 7 - Quadro Resumo - Estudo de Referência ................................................................... 73 
Quadro 8 - Programa Arquitetônico ........................................................................................... 77 
Quadro 9 - Prescrições urbanísticas - Hotel-Escola ................................................................... 120 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CNCT Catálogo Nacional de Cursos técnicos 
CNCST Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia 
EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo 
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
MTUR Ministério do Turismo 
SBCLASS Sistema Brasileiro de Classificação 
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
UH Unidade Habitacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 
2 HOTEL-ESCOLA ........................................................................................................19 
2.1 Hotel ................................................................................................................. 19 
2.1.1 Meios de Hospedagem ............................................................................. 19 
2.1.2 Matriz de Classificação ............................................................................. 22 
2.1.3 Hotel – categoria 3 estrelas ...................................................................... 24 
2.2 Instituição de Ensino Técnico .......................................................................... 31 
2.2.1 O Ensino Técnico de hospitalidade ........................................................... 32 
2.2.2 Hotel-escola .............................................................................................. 34 
2.3 Considerações sobre hotel-escola ................................................................... 42 
3 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA ............................................................................... 44 
3.1 O Ceará no zoneamento bioclimático brasileiro ............................................. 46 
3.1.1 Bioclima da praia do Cumbuco/Ce ........................................................... 48 
3.1.2 Diretrizes projetuais para a praia do Cumbuco/CE .................................. 50 
3.2 Considerações sobre arquitetura bioclimática para a praia do Cumbuco ...... 54 
4 ESTUDOS DE REFERÊNCIA ....................................................................................... 56 
4.1 Estudos de referência indiretos ....................................................................... 56 
4.1.1 Senac São Miguel Paulista ........................................................................ 56 
4.1.2 Kûara Hotel ............................................................................................... 61 
4.1.3 Hotel Jungle Keva ..................................................................................... 67 
4.1.4 Grande Hotel Campos do Jordão.............................................................. 70 
4.2 Quadro resumo de referências projetuais....................................................... 73 
5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ......................................................................... 74 
5.1 Coleta e Análises das informações básicas ...................................................... 75 
5.1.1 Aspectos conceituais ................................................................................ 75 
5.1.2 Aspectos Físicos ........................................................................................ 84 
5.2 Adoção do partido arquitetônico .................................................................... 99 
5.2.1 Partido Arquitetônico ............................................................................... 99 
5.2.2 Evolução da proposta e zoneamento geral ............................................ 100 
5.2.3 Solução Arquitetônica ............................................................................ 102 
5.2.4 Prescrições Urbanísticas e Índices Alcançados ...................................... 119 
5.2.5 Proposta final – Perspectivas volumétricas ............................................ 120 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 124 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Sabe-se que no Brasil, o turismo é uma peça importante para o desenvolvimento 
econômico do país, tanto que no ano de 2018 representou cerca de 8,1% no Produto 
Interno Bruto gerando emprego para cerca de 7 milhões de Brasileiros (MTUR, 2019). 
Isso é justificado, principalmente, em virtude das diferentes belezas e paisagens 
presentes no território e das diversas ações de incentivo do governo brasileiro. É nesse 
contexto que, o distrito de Cumbuco, localizado na região litorânea do município de 
Caucaia/CE, ao longo dos últimos anos, passou por um processo de desenvolvimento e 
valorização da área, principalmente, ligado ao setor de turismo. 
Inicialmente, esse distrito era apenas uma pequena vila de pescadores que “se 
consubstancia como residência de parte dos pescadores artesanais marítimos da 
localidade, que tiram da labuta pesqueira, em meio ao sol e ao mar, o sustento diário 
de suas famílias” (CAVALCANTE; SILVA, 2015). Contudo, a pequena vila começou a sofrer 
um processo de desenvolvimento turístico e territorial em virtude de diversos fatores 
atrativos na região, como as belezas naturais, a localização próxima a capital cearense, 
o ambiente propício a prática de esportes e a proximidade do Complexo Portuário do 
Pecém. Esses fatores estimularam o amadurecimento do mercado hoteleiro na região 
com a chegada de grandes franquias hoteleiras, pousadas e resorts. Diante disso, surge 
uma demanda profissional para as áreas ligadas à hospitalidade, estimulando, assim, o 
mercado de trabalho local. 
No entanto, devido a mão de obra residente estar originalmente ligada a pesca 
e ao artesanato, encontrou-se déficit na oferta de mão de obra capacitada. Essa carência 
está diretamente ligada a baixa oferta de cursos técnicos na área de hospitalidade, na 
região, que alinham o ensino com a prática profissional, o que poderia ser ofertado em 
equipamentos como um hotel-escola. 
Em se tratando, especificamente, da arquitetura hoteleira presente na praia do 
Cumbuco, os projetos existentes se caracterizam, em grande parte, por 
empreendimentos padronizados, descaracterizados, arquitetonicamente, de elementos 
e soluções projetuais da arquitetura bioclimática. Dessa forma, apresentam-se abrasivos 
ao meio ambiente e, muitas vezes, não condizem ou valorizam as condições climáticas 
da região. 
17 
 
Em virtude do contexto apresentado da área, é válido destacar a escolha 
projetual da implantação do meio de hospedagem caracterizado como hotel 3 estrelas. 
Essa tipologia é pertinente, devido suas principais características serem compatíveis, a 
nível organizacional, com outros meios de hospedagem, posto que esse equipamento 
tem como princípio capacitar profissionais para o mercado de trabalho de hospitalidade. 
Dessa forma, a inserção de um equipamento que capacite e proporcione experiência 
profissional para a população local, como um hotel-escola, possibilita amenizar a 
demanda profissional na região e priorizar, valorizar e potencializar as condições 
bioclimáticas locais. Sendo assim, o objeto a ser estudado neste trabalho é o projeto 
arquitetônico de um Hotel-Escola a luz da influência das estratégias passivas de conforto 
térmico. 
Deste modo, como principal objetivo, têm-se o estudo preliminar de um hotel-
escola para a praia do Cumbuco/CE com enfoque nos princípios da arquitetura 
bioclimática. Para isso, procurou-se compreender quais os principais elementos que 
norteiam o planejamento e projeto de um hotel-escola, refletir acerca das diretrizes 
projetuais para a zona bioclimática 08, considerando suas particularidades para a praia 
do Cumbuco e aplicar em projeto as estratégias passivas de conforto térmico mais 
apropriadas para o litoral cearense. Para desenvolver da proposta e alcançar os 
objetivos apontados, utilizou-se a estratégia projetual apresentada por Andrade, Brito e 
Jorge (2014) a qual aborda e destrincha a setorização e fluxos existentes nos meios de 
hospedagem, e os princípios projetuais de conforto apresentados na obra de Lamberts, 
Dutra e Pereira (2014). Além disso, utilizou-se a metodologia projetual de Laerte Neves 
(1989) para definição do partido arquitetônico e o Brainstorm (tempestade de ideias) 
de Osborn (1987) para a concepção do conceito do projeto. 
 Em virtude da atual situação que o mundo está vivendo, por conta da pandemia 
do SARS-COV2, foi precisoadaptar o trabalho para ser desenvolvido de maneira remota. 
Dessa forma, com relação ao tema central desta pesquisa, foram realizados estudos 
bibliográficos e documentais disponibilizados na internet, estudos de referência 
projetuais indiretos e os estudos morfológicos foram elaborados à distância. 
 Assim, o presente trabalho está dividido em 6 capítulos, o primeiro apresenta 
um panorama geral sobre o que será abordado no trabalho. O segundo discorre acerca 
dos principais conceitos referentes as duas áreas que envolvem um hotel-escola. No 
18 
 
terceiro capítulo, aborda-se uma discussão sobre a zona bioclimática 08, suas 
particularidades e quais as estratégias bioclimáticas mais adequadas de conforto 
térmico para a área estudada. O quarto capítulo diz respeito aos estudos de referência 
indiretos. O quinto trata sobre o processo, os procedimentos e as decisões de projeto. 
O último capítulo reflete acerca do que foi proposto e alcançado no trabalho. 
19 
 
2 HOTEL-ESCOLA 
Hotel-escola é uma instituição de uso misto, a qual alinha o ensino técnico 
juntamente com a prática profissional, podendo ser definido como "um centro 
educacional de referência que desenvolve pessoas e organizações para o segmento de 
hospitalidade, atuando por meio da integração de modelo pedagógico e hotéis próprios 
com operação comercial de excelência" (GRANDE HOTEL, s.d). Esse equipamento possui 
um nível de complexidade alta, devido a presença de duas áreas distintas que se 
complementam. Sendo assim, para melhor compreensão acerca do planejamento de 
um hotel-escola é necessário se debruçar separadamente sobre cada campo presente: 
o meio de hospedagem hotel e a instituição de ensino técnico. 
2.1 Hotel 
O hotel pode ser definido, basicamente, por um estabelecimento especializado 
em acolher pessoas em viagens por meio do fornecimento mínimo das condições 
básicas pessoais proporcionando conforto e descanso. No entanto, com o passar das 
décadas, apareceram novos e diferentes públicos e, com eles, novas demandas de 
hospedagem. Assim existem diferentes tipos, caracterizados como meios de 
hospedagem que se classificam de diversas formas quanto a estrutura e serviços. 
2.1.1 Meios de Hospedagem 
 Com a crescente multiplicação dos meios de hospedagem, o governo percebeu 
a necessidade de desenvolver instrumentos que coordenassem e regulamentassem a 
atividade turística. É nesse contexto que foi criada a matriz de classificação hoteleira, 
que regulamentava e dividia em tipologias os estabelecimentos de hospedagem. Dessa 
forma, a classificação foi desenvolvida a “partir da necessidade de se estabelecer um 
padrão para os meios de hospedagem e [...] estabelecer limites aos empreendedores 
com relação aos aspectos naturais [...]” (PERREIRA, ROIM; 2012). O Conselho Nacional 
de Turismo (CNTUR), o Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR) e o Instituto Brasileiro de 
Turismo (EMBRATUR) foram os responsáveis por criar a primeira matriz classificatória. 
Como principais objetivos dessa ordenação estão a melhoria, a transparência e a 
garantia que os serviços fossem prestados e cobrados de forma justa (PEREIRA, ROIM; 
2012). 
20 
 
Recentemente, o Ministério do Turismo aprovou, em 2011, a Portaria N° 100 de 
16 de junho1, tendo em vista a baixa adesão ao sistema de classificação dos 
estabelecimentos de hotelaria que estava em vigor desde 2002. Nela “institui o Sistema 
Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass)” e “[..] estabelece os 
critérios de classificação [...]” (MTur, 2011). Dessa forma, os chamados meios de 
hospedagem, são definidos como: 
[...] empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de 
sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de 
alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência 
individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços 
necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, 
mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e 
cobrança de diária. (BRASIL, 2008, p.1) 
 
De acordo com a Portaria N° 100/2011 – Art. 7, em que define as novas 
categorias para os meios de hospedagem, são estabelecidas 7 tipologias: Hotel, Hotel 
Histórico, Resort, Hotel Fazenda, Apart Hotel/Flat, Pousada e Cama e Café (Figura 1). 
Dessa forma, a nova classificação “considera que cada tipo de meio de hospedagem 
reflete as diferentes práticas de mercado” (FERREIRA et al; 2016), bem como as novas 
demandas, os novos padrões de ocupação e os diferentes perfis de hóspedes. É válido 
destacar, que essa nova matriz classificatória teve como base a primeira matriz, 
desenvolvida pela EMBRATUR, que classificava em apenas 4 os tipos de 
estabelecimentos, sendo; Hotel – H, Hotel de Lazer – HL, Hotel Histórico – HH e Pousada 
– P. Em sua obra Andrade, Brito e Jorge (2014) apresentam, à luz da matriz primária, as 
características levadas em consideração para a catalogação e definição dos meios de 
hospedagem, os quais são: tipo, localização, natureza da edificação, infraestrutura e 
clientela preferencial. Dessa forma, é possível identificar (Tabela 1) as mudanças de 
cunho sociocultural e organizacional para a proposta atual. 
 
1 São datadas outras duas tentativas anteriores, de instituição de um sistema classificatório, uma em 1998 
e outra em 2002, no entanto não foram muito populares. 
21 
 
Tabela 1 - Meios de hospedagem de Turismo e suas diferentes características 
 
Fonte: Andrade, Brito e Jorge (2014) 
 
22 
 
Figura 1 - Classificação dos meios de hospedagem 
 
 
Fonte: Cartilha de Orientação Básica – Hotéis, p. 06 e 07, 2010. 
 
2.1.2 Matriz de Classificação 
Com a implementação da classificação dos meios de hospedagem, verificou-se a 
necessidade de regulamentar as premissas e requisitos que determinavam os diferentes 
padrões de serviços e infraestrutura de uma mesma tipologia. Dessa forma, foi criada a 
matriz de classificação. Atualmente, de acordo com o Ministério do Turismo (2015), cada 
tipologia pôde ser classificada em categorias específicas variando quanto ao número de 
estrelas, de 1 (mínima) a 5 (máxima), como ilustrado na Figura 2. Esse novo 
agrupamento tem por “objetivo aperfeiçoar a qualidade dos serviços oferecidos por 
meios de hospedagem e incentivar a avaliação de equipamentos turísticos e 
profissionais aptos” (ROIM; PEREIRA, 2012). 
23 
 
Figura 2 - Nova Matriz de Classificação dos meios de Hospedagem 
 
Fonte: Ministério do Turismo (2010, p. 9) 
 
As novas simbologias da matriz de classificação são garantidas por meio do 
cumprimento dos requisitos mandatórios (M) ou eletivos (EL) abordados na nova 
regulamentação (MTUR, 2015). Esses quesitos estão especificados em 3 diferentes 
eixos: Infraestrutura (Instalações e Equipamentos), Serviços e Sustentabilidade 
(Aspectos relacionados com meio ambiente, sociedade e satisfação do hóspede). De 
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação (SBClass), o Hotel possui simbologia de 
estrelas de 1 a 5, enquanto o Hotel Histórico e o Flat/Apart Hotel possuem somente a 
partir de 3 até 5 estrelas. Dessa forma, para que um estabelecimento atinja a categoria 
desejada e seja aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(INMETRO) é necessário provar o atendimento de cerca de 100% dos requisitos 
mandatórios (M) e 30% dos requisitos eletivos (EL) constituintes nas Matrizes de 
Classificação (MTur, 2011). 
No que se refere a constituição organizacional dos meios de hospedagem, o 
estabelecimento possui determinados requisitos para cada categoria. Em todo requisito, 
são encontrados itens necessários para um planejamento primário, nomeados pela 
SBClass de Matrizes de Classificação. Dessa forma, para cada tipo de estabelecimento 
escolhido existe um padrão de quesitos a cumprir. Ela está dividida em três setores: a 
infraestrutura, serviços e sustentabilidade (Figura 3). 
24 
 
Figura 3 - Recorte Matriz de Classificaçãode Meios de Hospedagem - Hotel 
 
Fonte: Portaria Ministerial N° 100, p. 10. 2011 
 
Assim, serão aprofundadas as características pertinentes ao trabalho que regem 
o desenvolvimento do meio de hospedagem da tipologia Hotel de categoria 3 estrelas. 
2.1.3 Hotel – categoria 3 estrelas 
 Na nova matriz de classificação, Hotel é definido com um “estabelecimento com 
serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em 
unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária” 
(MTUR, 2015). Como destacado, cada requisito está dividido em eixos. Nesse caso, em 
cada um deles há diferentes grupos. Dessa forma, o quesito Infraestrutura está 
subdividido em três grupos: Áreas Comuns, Unidades Habitacionais (UH) e Alimentos e 
Bebidas (A e B). Para o nível de categoria três estrelas, de caráter projetual, destacam-
se, para UH, os requisitos de nº 39 e 44, os quais se referem diretamente as áreas úteis 
obrigatórias (M) das unidades habitacionais e dos banheiros, respectivamente. Os 
25 
 
demais requisitos estão relacionados diretamente com a especificação de mobiliário e 
tipo de climatização presentes na UH como abordado no Quadro 1. 
 
Quadro 1 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Unidades Habitacionais 
 
Fonte: Matriz Classificatória (2011), adaptado pela autora (2020) 
 
Diante disso, é possível compreender quais os elementos obrigatórios que 
constam no programa de necessidades da unidade habitacional de um hotel 3 estrelas. 
Na obra de Andrade, Brito e Jorge (2014) são apresentados alguns exemplos de plantas 
de UH, como a dos hotéis Taj Mahal (Figura 4 ), em Manaus/AM, e Holiday Inn (Figura 
5), em Fortaleza/CE. Eles ilustram a diversidade de modelos de layout de suítes 
apresentando o mesmo programa obrigatório. 
26 
 
Figura 4 - Planta Baixa - Suíte Hotel Taj Mahal - Manaus/AM 
 
Fonte: Andrade, Brito e Jorge, 2014, p. 112 
Figura 5 - Planta Baixa – Suíte Hotel Holiday Inn - Fortaleza/CE 
 
Fonte: Andrade, Brito e Jorge, 2014, p. 113 
 
No referente ao grupo de alimentos e Bebidas (Quadro 2), destacam-se os 
quesitos de nº 111 e 112 em que citam a presença de bar e restaurante como elementos 
eletivo (EL) e mandatório (M), respectivamente. Além disso, para o grupo de áreas 
comuns são destacados 17 requisitos, os quais estão descritos no Quadro 3. 
27 
 
Quadro 2 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Alimentos e Bebidas 
 
Fonte: Matriz Classificatória (2011), adaptado pela autora (2020) 
 
Quadro 3 - Requisitos de infraestrutura para o grupo de Áreas Comuns. 
 
Fonte: Matriz Classificatória (2011), adaptado pela autora (2020) 
 
 Em relação ao requisito sustentabilidade (Quadro 4) destacam-se os itens que 
tratam das medidas permanentes em relação a redução dos impactos do 
28 
 
empreendimento na natureza, ou seja, os itens nº 1, 2, 3, 12 e 13. A matriz também 
apresenta o requisito Serviços, no entanto, eles não serão aprofundados tendo em vista, 
que o objetivo deste tópico é destacar as medidas de cunho projetual, ou seja, que serão 
rebatidas diretamente em projeto. 
Quadro 4 - Requisitos de Sustentabilidade 
 
Fonte: Matriz Classificatória (2011), adaptado pela autora (2020) 
 
 Nas obras de Andrade, Brito e Jorge (2014) e Popp et al. (2007) são abordadas 
as áreas básicas e os respectivos ambientes necessários para a organização e 
funcionamento de um hotel. Nelas são evidenciadas e descritas sete áreas diferentes: 
hospedagem, alimentos e bebidas, administrativo, equipamentos, áreas públicas e 
sociais, recreativas e serviço (Quadro 5). 
 
29 
 
Quadro 5 - Áreas e Instalações - Hotel 
 
Fonte: Andrade; Brito e Jorge (2014, p. 91) 
Nota: Adaptado pela autora (2020) 
Dentro de cada grupo são apontadas diversas instalações e ambientes que 
“contribuem de maneira significativa para o desempenho do hotel, embora variem os 
respectivos graus de importância” (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2014, p. 91). O setor de 
Alimentos e Bebidas, por exemplo, é o de maior complexidade organizacional e 
funcional de um hotel (POPP et al, 2007, p.46). Isso se deve ao fato das normas e 
procedimentos sanitários obrigatórios que setorizam diversas etapas necessárias para o 
funcionamento de uma cozinha a nível industrial. Os fluxos presentes nesse setor (Figura 
6) são divididos em restrito a funcionários, em sua maioria, e circulação de público 
externo. Na área limitada à funcionários são encontrados ambientes como cozinha, pré-
preparo, câmara frigorífica, almoxarifado, triagem de alimentos, balança e descarte, 
enquanto, na área pública, estando restrita a carga e descarga (ANDRADE; BRITO E 
JORGE 2014). 
30 
 
Figura 6 - Diagrama Funcional - Setor Alimentos e Bebidas 
 
Fonte: ANDRADE; BRITO; JORGE, 2014, p.151 
 
Em relação ao setor de serviços, é destacável citar as instalações da lavanderia. 
Por possuírem, geralmente, porte industrial necessitam de atenção maior durante o 
planejamento e projeto. Andrade; Brito e Jorge (2014) ressaltam que nesse ambiente há 
uma divisão em 4 subsetores operacionais que estão restritos apenas a circulação de 
funcionários (Figura 7): roupas do hotel, roupas dos hóspedes, costura e abastecimento 
e montagem dos carrinhos das camareiras. Por demandar uma grande quantidade de 
equipamentos, como calandras, secadoras e lavadoras extratoras, a lavanderia requer 
um espaço maior e que proporcione condições especiais de ventilação e exaustão. Além 
disso, por estar diretamente ligado ao setor de governança, recomenda-se nas suas 
proximidades os ambientes como: manutenção, depósito de roupa limpa e de roupa 
suja. 
31 
 
Figura 7 - Diagrama Funcional - Lavanderia e Governança 
 
Fonte: ANDRADE; BRITO; JORGE, 2014, p.161 
 
2.2 Instituição de Ensino Técnico 
A instituição de ensino técnico é uma entidade voltada para a educação 
profissional técnica de nível médio e superior tecnológico, em que são ofertados cursos 
de formação tecnológica. Diante disso, eles “promovem o desenvolvimento da 
capacidade de aprender e empregar novas técnicas e tecnologias no trabalho e 
compreender os processos de melhoria contínua nos setores de produção e serviços” 
(MEC, sd), ou seja, qualificam para exercício profissional a atuação direta no mercado 
de trabalho. O Ministério da Educação, define os ensinos profissionalizantes de nível 
médio e superior em: 
“A educação profissional técnica de nível médio inclui os denominados Cursos 
Técnicos destinados a proporcionar ao estudante conhecimentos, saberes e 
competências profissionais necessários ao exercício profissional e da 
cidadania, com base nos fundamentos científico-tecnológicos, sócio-
históricos e culturais” (MEC, s.d) 
 
“A educação profissional de nível tecnológico, integrada às diferentes formas 
de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, objetiva garantir aos 
cidadãos o direito à aquisição de competências profissionais que os tornem 
aptos para a inserção em setores profissionais nos quais haja utilização de 
tecnologias.” (CNE, 2002, Art 1°) 
 
32 
 
Os cursos técnicos são norteados pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos 
(CNCT) e pelo Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST)2, 
instituídos pelas Portarias MEC nº 870, de 16 de julho de 2008 e n° 1024, de 11 de maio 
de 2006, respectivamente, os quais visam: 
“aprimorar e fortalecer a oferta da educação profissional e tecnológica e para 
orientar instituições, estudantes, educadores, sistemas e redes de ensino e 
sociedade em geral a respeito das aprendizagens a serem garantidas a todos 
os concluintes de cada um dos cursos.” (MEC, 2006) 
 
Esses instrumentos são regidos pela Lei nº 11.741, de 16 de julho de 20083, “que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, 
institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio [...] 
e da educação profissional e tecnológica” (BRASIL,2008). Dessa forma, cada tipo de 
ensino técnico possui uma diretriz curricular específica que direcionam a organização 
dos sistemas de ensino. Para o ensino profissionalizante de nível médio, a resolução n° 
6, de 20 de setembro de 2012, define as diretrizes curriculares nacionais para a educação 
profissional Técnica de Nível Médio, enquanto a resolução CNE/CP 3, de 18 de dezembro 
de 2002, “institui as diretrizes curriculares nacionais gerais para a organização e o 
funcionamento dos cursos superiores de tecnologia” (CNE, 2002). 
Com isso, os instrumentos destacados atuam como norteadores para 
implantação da grade curricular de cursos técnicos. Diante disso, cada instituição de 
ensino pode organizar sua própria grade desde que obedeça aos elementos obrigatórios 
de cada curso. Sendo assim, no que tange os cursos de hospitalidade, tema central desta 
pesquisa, é necessário compreender o que é o ensino técnico de hospitalidade e como 
ele é organizado. 
2.2.1 O Ensino Técnico de hospitalidade 
Em relação ao ensino profissionalizante de hospitalidade, são encontrados 
cursos técnicos tanto para nível médio quanto para superior tecnológico. Nesse caso, 
cada Catálogo está dividido em eixos tecnológicos, sendo assim, para a área de 
hospitalidade são denominados eixo de Hospitalidade, Turismo e Lazer. 
 
2 Recentemente, os catálogos passaram por uma atualização, 15 de dezembro de 2020, entretanto 
foram utilizados os dados referentes à 3ª edição, que estava vigente desde 2014. 
3 A Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008 altera a lei n 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelecia 
as diretrizes e bases da educação profissional. 
33 
 
De acordo com o CNCT (2014), são encontrados 7 cursos técnicos4: 
agenciamento de viagem, cozinha, eventos, turismo, hospedagem, lazer e restaurante e 
bar. Todos os cursos destacados anteriormente, possuem carga horária máxima de 800 
horas e necessitam de uma infraestrutura básica com biblioteca de acervo específico, 
laboratório didático e de informática. Entretanto, alguns dos cursos requerem 
laboratórios específicos como: o laboratório de governança e recepção (Técnico em 
Hospedagem), laboratório de restaurante e bar (Técnico em Restaurante e Bar), 
Laboratório de eventos (Técnico em Eventos) e Laboratório de produção de alimentos e 
cozinha didática (Técnico em Cozinha). Em relação aos cursos superiores tecnológicos, 
para o mesmo eixo tecnológico são reconhecidos 5 cursos: eventos, gastronomia, gestão 
de turismo, gestão desportiva e de lazer e hotelaria. Os cursos apresentam carga horária 
obrigatória de 1600 horas e apresentam as mesmas demandas para infraestrutura 
básica dos cursos de nível médio. No entanto, possuem uma demanda maior de 
laboratórios, em que são desenvolvidas as atividades práticas, como: restaurante 
didático, laboratório de panificação e confeitaria, laboratório de análise sensorial de 
alimentos, cozinha fria e quente (Gastronomia) e laboratório de alimentos e bebidas 
(Hotelaria), como destacados no Quadro 6. 
Quadro 6 - Infraestrutura Básica dos cursos técnicos - Laboratórios 
 
Fonte: CNCT e CNST (2014), adaptado pela autora (2020) 
 
A metodologia de ensino dos cursos técnicos, voltados para a área de 
hospitalidade, em algumas instituições, passou por adaptações e atualizações. Isso se 
deve a uma “maior consciência dos projetos pedagógicos sobre a necessidade de 
 
4 Existia uma maior diversidade de tipos de cursos, porém passaram por um agrupamento, datado pelo 
catálogo de tabela de convergência, o que resultou em apenas 7 cursos por meio da (Resolução CNE/CEB 
nº 01/2014). 
34 
 
estabelecer um vínculo entre teoria e prática acadêmica ...” (CHIATTONE, 2015, p.56) e 
ao mercado de trabalho que tem cobrado, como um dos principais requisitos, 
experiências profissionais, ou seja, a vivência prática da profissão. Dessa forma, uma 
nova metodologia de ensino tem se difundido no país, uma vez que alinha o ensino 
técnico juntamente com a prática profissional, por meio de um estabelecimento de um 
hotel pertencente a instituição de ensino. Essa nova modalidade ficou conhecida por 
Hotel-Escola. 
2.2.2 Hotel-escola 
Hotel-escola é um centro educacional de referência, que visa proporcionar 
oportunidades aos “[...] futuros profissionais desenvolverem plenamente as habilidades 
e competências necessárias ao exercício de sua profissão” (CHIATTONE, 2015, p.57) por 
meio de vivências diárias, reais, das atividades para funcionamento de um hotel. Esse 
tipo de instituição de ensino tem como base as diretrizes curriculares dos cursos técnicos 
voltados para a área de hospitalidade. Dessa forma, o diferencial desse modelo para os 
cursos técnicos tradicionais de hospedagem é a sua metodologia, que aplica o ensino a 
prática do exercício profissional. Isso se deve a existência de um hotel, em pleno 
funcionamento, vinculado a instituição. Sendo assim, as práticas de laboratório se 
desenvolvem no próprio hotel em meio aos seus diversos setores se aproximando da 
realidade profissional. 
A Universidade de Cornell, nos Estados Unidos da América, de acordo com 
Silveira (2019), em meados da década de 1940, foi uma das pioneiras na metodologia 
que alinhava ensino a prática, por meio da implantação de um hotel-escola ligado à 
instituição. No Brasil, esse tipo estabelecimento teve sua primeira aparição em meados 
dos anos 1968 com o Hotel Grogotó, no estado de Minas Gerais, vinculado ao SENAC 
(Serviço de Aprendizagem Comercial) em que firmou parcerias com instituições 
internacionais do ramo da hospedagem e possibilitando intercâmbios para seus alunos 
(SENAC, 2007). 
O Ministério da Educação (MEC) classifica o Hotel-Escola na categoria de Centro 
de Educação Tecnológica. Ela foi criada a partir da Lei nº 8.948/94 e regulamentado pelo 
Decreto nº 2.406, de 27 de novembro de 1997, em que define no Art. 2º: 
Os Centros de Educação Tecnológica, públicos ou privados, têm por 
finalidade formar e qualificar profissionais, nos vários níveis e 
modalidades de ensino, para os diversos setores da economia e 
35 
 
realizar pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, 
produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos 
e a sociedade [...] (BRASIL, 1997). 
 
No Brasil, existem cerca de 12 hotéis-escola5 (Figura 8), sendo 1 caracterizado 
como pousada-escola. Eles estão localizados apenas nas regiões nordeste e sudeste. Na 
região nordeste, encontram-se apenas três hotéis-escola, um vinculado ao SENAC 
(Hotel-Escola Senac Barreira Roxa), de caráter privado, e dois do Instituto Federal (IFCE 
Hotel-Escola Guaramiranga e o IFPB Hotel-Escola Bruxaxá) de viés público. Já no sudeste 
do país, encontram-se a maioria dos hotéis-escola, todos vinculados a instituições 
particulares, a destacar o SENAC com um total de 7 escolas em toda região. Nesses 
estabelecimentos são ofertados, em sua maioria, cursos profissionalizantes e de 
graduação voltados para hotelaria, lazer, eventos e gastronomia, a exemplo do Grande 
Hotel Campos do Jordão (SENAC, 2007). 
Figura 8 - Localização de Hotéis-Escola no Brasil 
 
Fonte: Base Chiattone (2015). Adaptado pela autora (2020) 
 
Esse tipo de instituição possui características comuns organizacionais a outros 
centros de educação tecnológica, uma vez que necessitam de uma infraestrutura básica 
 
5 Valor atualizado em 2020 pela autora, utilizando como base os dados disponibilizados por Chiattone 
(2015). 
36 
 
obrigatória de ensino. De acordo com o Senac (2007), nos hotéis-escola do Senac, a 
exemplo do Grogotó, Campos do Jordão e Águas de São Pedro, em sua infraestrutura 
possuem ambientes como salas de aula, laboratórios de cozinha, informática, recepção 
e governança, biblioteca e restaurante pedagógicos. Eles estão, em muitos casos, 
localizados em prédios anexos ao hotel, conhecidos como prédio-escola. Sendo assim, 
serão apresentadas características de planejamentoe projeto ligadas ao setor da 
instituição de ensino profissionalizante, do tipo Hotel-Escola. 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em parceria com o 
Ministério da Educação (MEC), desenvolveu o caderno de especificações técnicas para 
escolas técnicas - padrão (MEC, 2018) e o manual de orientações técnicas para 
elaboração de projetos de edificações escolares6 (FNDE, 2019), em que caracterizam os 
setores funcionais essenciais constituintes a uma instituição de ensino. Neles foram 
encontrados 4 grupos de ambientes funcionais em comum: administrativos, 
aprendizagem, serviços e vivência. 
Para o setor administrativo são destacados ambientes como: coordenação 
pedagógica, diretoria, sala de professores/sala de reunião, secretaria, depósito e 
almoxarifado. É válido destacar, por se tratar de um hotel-escola se faz necessário a 
existência da coordenação de estágio. No setor de aprendizagem, onde se encontram 
os espaços diretamente ligados ao aprendizado estão: as salas de aulas, os laboratórios, 
a biblioteca e as salas de estudos. No setor de serviços se destacam: depósitos de 
material de limpeza, vestiários e sanitários para funcionários, copa, estacionamento, 
 
6 Não foram encontradas referências voltadas exclusivamente para o ensino superior, tomou-se como 
base a estrutura organizacional de ensino fundamental, médio e médio - técnico. 
37 
 
área de carga e descarga, depósito de lixo e gás. Já para o setor de vivência, são 
encontrados ambientes como: cantina, espaços de convivência e refeitório. 
Figura 9 - Diagrama: Setores Funcionais de uma Instituição de Ensino 
Fonte: Base FNDE (2019). Adaptado pela autora (2020). 
 
Em se tratando, especificamente, do setor administrativo, compreende-se que 
os ambientes que o compõe são tanto de acesso público como restrito. Isso é justificado 
uma vez que esse setor está tanto ligado a questões restritas ao corpo docente e 
discente, quanto aos assuntos relacionados com o público externo a instituição. Dessa 
forma, de acordo com FNDE (2019), esses ambientes devem estar localizados nas 
proximidades da entrada do prédio (acesso principal) tendo como ponto central a 
recepção, que fará a função de interligar os demais ambientes (Figura 10). É válido 
destacar, que os ambientes de almoxarifado, depósito, sala de reunião e professores e 
a coordenação (pedagógica, estágio e de curso) estão diretamente vinculados ao corpo 
docente, discente e funcionários da instituição, sendo, uma área, prioritariamente, 
restrita. Em relação a diretoria e a secretaria, desenvolvem-se assuntos relacionados a 
coordenação das atividades pedagógicas, realização de pequenas reuniões e 
38 
 
atendimento específico aos alunos, professores e público externo (FNDE, 2019). Sendo 
assim, essa área é destinada ao público externo e interno da instituição. 
 
Figura 10 - Diagrama Funcional - Setor Administrativo 
 
Fonte: FNDE (2019) adaptado pela autora (2020) 
 
Para o setor de aprendizagem, estão destinados os ambientes das salas de aula, 
salas de informática, sala de estudos e biblioteca. Ademais, como já descrito nos 
Catálogos Nacional de Cursos Técnicos (CNCT, 2014) e no de Superior Tecnológico 
(CNCST, 2014), são necessários infraestruturas básicas obrigatórias, nesse caso 
laboratórios específicos para cada curso. Para a oferta de cursos profissionalizantes na 
área de hospedagem são essenciais os laboratórios. Dessa forma, o ideal é que esses 
ambientes estejam localizados em uma mesma área e próximos aos demais, como a 
biblioteca e salas de estudos, uma vez que esses ambientes são os mais utilizados pelo 
corpo discente. 
39 
 
Figura 11 - Diagrama Funcional - Setor Aprendizagem 
 
Fonte: FNDE (2019) adaptado pela autora (2020) 
 
É válido destacar, também, a organização interna e o fluxo necessário para os 
laboratórios. A partir do documento fornecido pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE, 
2017), foi possível compreender como é feita a distribuição dos laboratórios de 
recepção e governança (técnico em hospedagem e hotelaria) e da cozinha e sala bar 
(técnico em cozinha). Recepção e governança são “[...] espaços que reproduzem os 
futuros ambientes de trabalho” por meio do “[..] conhecimento de técnicas e 
procedimentos de atendimento ao hóspede, como também de higienização e 
arrumação dos quartos” (SENAC/SP, 2020). Dessa forma, é um ambiente que requer um 
modelo da suíte do hotel com todos os elementos base, um espaço de recepção e área 
para os alunos, como ilustrado na Figura 12. 
40 
 
Figura 12 - Laboratório de Recepção e Governança 
 
Fonte: IFCE, 2017. 
 
 No laboratório de cozinha, os alunos “[...] aprendem os cortes de legumes, de 
carnes, aves e frutos do mar, conhecem as técnicas de cocção e desenvolvem deliciosas 
receitas” (SENAC/SP, 2020). De acordo com Somavilla e Lopes (2013), a estrutura básica 
são ambientes, como recepção e armazenamento, câmara frigorífica, pré-preparo, 
preparo e higienização de alimentos (Figura 13). No restaurante - bar, são desenvolvidas 
atividades “[...] como preparar e decorar mesas, montar coquetéis, organizar eventos, 
dentre outras atividades” (SENAC/SP, 2020). Sendo assim é necessário que tenha um 
balcão para preparo de bebidas, mesas e cadeiras (Figura 13). 
41 
 
Figura 13 - Laboratório de Cozinha e Restaurante e Bar 
 
Fonte: Projeto pedagógico do curso de hotelaria, IFCE, 2017. 
 
 Em relação ao setor de serviços, o FNDE (2019) e o IFCE (2017) relatam a 
necessidade dos ambientes estejam próximos entre si e fazendo ligação com outras 
áreas, exemplo da recepção (setor administrativo). Ele é uma zona majoritariamente 
restrita aos funcionários da instituição, entretanto ainda há certo fluxo do público 
externo em virtude do estacionamento e da área de carga e descarga. 
Para o setor de vivência, não há bem um padrão quanto a localização da área de 
convivência, mas recomenda-se que ela esteja como ponto central do edifício (FNDE, 
2019, p.54), uma vez que é um ponto de junção dos demais setores (Figura 14). Em 
relação a cantina e refeitório, o melhor é que estejam próximas tanto entre si, quanto 
dos demais setores, uma vez que são espaços de uso público e restrito aos funcionários, 
professores e alunos da instituição. 
42 
 
Figura 14 - Fluxograma - Setor Convivência 
 
Fonte: FNDE (2019) adaptado pela autora (2020) 
 
2.3 Considerações sobre hotel-escola 
Diante do exposto, percebe-se que o hotel-escola é um centro educacional de 
referência ligado ao ensino técnico. Ele alinha a metodologia de ensino juntamente com 
a experiência profissional, por meio da existência de um hotel em pleno funcionamento. 
Esta instituição possui um nível de complexidade alto, uma vez que apresenta dois eixos 
distintos em um mesmo projeto - o meio de hospedagem e a instituição de ensino. 
Juntos, eles compõem um sistema unificado em relação ao seu funcionamento e 
planejamento. Isso é justificado, uma vez que possuem atividades e setores 
interdependentes. Sendo assim, apresentam fluxos que se articulam, em virtude da 
metodologia adotada pela instituição - a qual alinha o ensino com a prática profissional 
-, a exemplo da interação dos alunos dos cursos técnicos por meio das vivências no 
ambiente do hotel, bem como os hóspedes. 
Mediante do discutido neste capítulo foi possível compreender quais são os 
componentes de planejamento e projeto de um equipamento como o hotel-escola. 
Viabilizando, assim, a concepção e entendimento, inicial, de um programa de 
necessidades primário e delimitar os setores e fluxos existentes para um hotel-escola. 
Além disso, por mais que a bibliografia específica sobre hotel-escola seja 
reduzida, foi possível compreender o equipamento analisando cada eixo 
separadamente. Assim, a partir dos autores e entidades citados no capítulo, tanto em 
relação ao hotel quanto a instituição de ensino técnico, depreendeu-se quais os 
componentes básicose obrigatórios, divididos por setores, para constituição desse tipo 
de edificação. 
43 
 
Dessa forma, devido as características analisadas, propõe-se que o hotel-escola 
atenda a categoria classificatória de 3 estrelas. Isso se deve ao seu nível de complexidade 
e requerimentos que proporcionam um número relevante de elementos obrigatórios 
voltados para a infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Além disso, permite, o maior 
contato dos alunos com a realidade dos diferentes meios de hospedagem preparando-
os para as diferentes exigências do mercado hoteleiro. Para o eixo educacional, serão 
ofertados cursos técnicos de nível médio de cozinha, restaurante e bar e hospedagem, 
tendo em vista a crescente demanda por parte do mercado de hospitalidade na região 
do Cumbuco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
3 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA 
A arquitetura bioclimática consiste na junção harmônica da arquitetura - por meio 
do edifício - com o meio ambiente, através da valorização e otimização dos recursos 
naturais disponíveis. Esse termo foi desenvolvido pelos irmãos Olgyay (1973, apud 
LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2004), que aplicaram a bioclimatologia (estudo do clima 
relacionado aos seres vivos) com a arquitetura, tendo como objetivo a promoção de 
conforto térmico para o usuário. Baseado no diagrama bioclimático desenvolvido7, 
Givoni (1992, apud LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2004) propôs um novo diagrama que, 
sustentado pela carta psicométrica tradicional, considera os valores relativos às 
temperaturas internas da edificação, empregando “informações mensais de 
temperatura e umidade do ar” (BAGNATI, 2013, p.45). Para dispor das estratégias 
projetuais para adequar a arquitetura ao clima, foram determinadas diferentes zonas, 
destacadas na obra de Lamberts, Dutra e Pereira (2004) como zona de: aquecimento 
artificial, aquecimento solar, inércia térmica para aquecimento, resfriamento 
evaporativo, umidificação, inércia térmica para resfriamento, ar-condicionado, 
ventilação natural e de conforto (Figura 15). 
Figura 15 - Carta Bioclimática do Brasil 
 
Fonte: LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA (2004, p.86) 
 
 
O desenvolvimento do projeto arquitetônico tem como principal fator, o local 
em que será inserido o projeto, ou seja, a edificação é pensada de acordo com as 
 
7 Conhecido como Carta Bioclimática de Olgyay, que recomendava estratégias para adaptação do 
edifício ao clima. 
45 
 
características do ambiente, possibilitando, assim, uma maior integração do homem 
com o meio. A análise das variáveis radiação solar, latitude, altitude, ventos e massas de 
água e terra, que atuam em conjunto e seus comportamentos entre si, são essenciais 
para a caracterização climática do local (ROMERO, 2000, p.02). Segundo Corbella e 
Yannas (2003) a arquitetura bioclimática é a “(...) arquitetura preocupada na sua 
integração com clima local, visando à habitação centrada sobre o conforto ambiental do 
ser humano e sua repercussão no planeta” (CORBELLA; YANNAS, 2003, p.19). Romero 
(2000) também conceitua: 
“arquitetura bioclimática é o próprio ambiente construído que atua como 
mecanismo de controle das variáveis do meio através de sua envoltura 
(paredes, pisos, coberturas), seu entorno (água, vegetação, sombras, terra) e, 
ainda, através do aproveitamento dos elementos e fatores do clima para 
melhor controle do vento e do sol” (ROMERO, 2000, p.48) 
Além disso, o bioclimatismo ligado à arquitetura “trata do equilíbrio da edificação 
com os condicionantes ambientais locais” (FERNANDES, 2009, p.25) ou seja, é uma área 
que está diretamente ligada à natureza. Dessa forma, as soluções e ações aplicadas no 
projeto visam o melhor aproveitamento dos recursos naturais. Assim, a arquitetura 
bioclimática envolve, também, “(...) o desenvolvimento de técnicas e equipamentos 
necessários à melhoria da eficiência energética nas edificações” (PROJETEEE, 2020) 
possibilitando a redução do impacto da edificação no meio ambiente, contribuindo para 
a sustentabilidade. 
Outro fator relevante que está associado a arquitetura bioclimática, são as 
estratégias de condicionamento térmico passivo, que utilizam e otimizam os recursos 
naturais aplicando-os, de forma harmônica, por meio de elementos construtivos 
propiciando conforto ao usuário. Para Fernandes (2009), os princípios bioclimáticos 
devem ser premissa para o desenvolvimento do projeto e suas soluções construtivas. É 
comum verificar a aplicação de soluções da arquitetura vernacular em projetos 
bioclimáticos. Visto que, ela se utiliza dos recursos naturais existentes e de técnicas 
tradicionais locais culminando na adequação com meio ambiente. Borges (2015) define 
a arquitetura vernacular ligada a arquitetura bioclimática como: 
“(...) arquitetura vernacular como aquela em que se empregam 
materiais e recursos do próprio ambiente em que a edificação é 
construída, caracterizando uma tipologia arquitetônica com caráter 
local ou regional. Não se trate apenas de uma arquitetura bioclimática, 
46 
 
feita com técnicas construtivas e materiais, mas também de uma 
arquitetura com identidade local ou regional conferida por suas 
expressões ou linguagens culturais” (BORGES, 2015, p.66) 
A partir dos apontamentos sobre fatores que integram a arquitetura bioclimática, 
como os dados climáticos, diagramas bioclimáticos e estratégias de conforto térmico 
passivo somado ao conforto térmico humano, é possível identificar e dividir em 
bioclimas específicos. Dessa forma, para compreender melhor como é caracterizado e 
divido os tipos de climas no brasil é necessário se aprofundar acerca do zoneamento 
bioclimático. Assim, serão abordados brevemente as diferentes zonas existentes no 
Brasil e no estado do Ceará e suas particularidades. 
3.1 O Ceará no zoneamento bioclimático brasileiro 
O zoneamento bioclimático é “o resultado geográfico do cruzamento de três tipos 
diferentes de dados: zonas de conforto térmico humano, dados climáticos e estratégias 
de projeto e construção para atingir conforto térmico” (INMETRO et al, 2010). Dessa 
forma, os dados climáticos de diferentes cidades brasileiras foram disponibilizados e 
utilizados como base, a exemplo dos valores de temperatura máxima, temperatura 
mínima e umidade relativa do ar, que combinados, resultaram em zonas com 
características “onde há uma relativa homogeneidade climática” (BAGNATI, 2013). A 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da norma técnica NBR 
15220-3, “estabelece as recomendações e diretrizes construtivas, sem caráter 
normativo, para adequação climática de habitações unifamiliares de interesse social” 
(ABNT, 2003). É importante salientar, que a metodologia aplicada para mapeamento das 
zonas bioclimáticas brasileiras, pela NBR 15220-3, baseou-se nos conceitos analisados e 
desenvolvidos por Givoni (apud BOGO et al, 1994. p.8) por meio da Carta Bioclimática8. 
Assim, o território foi subdividido em 08 zonas bioclimáticas9 (Figura 16). Dispõe-
se que a zona 01 está caracterizada como a mais fria e zona 08 a mais quente. Para cada 
zona bioclimática são indicadas as diretrizes projetuais mais adequadas para gerar 
conforto térmico, baseadas em quatro parâmetros: dimensões das aberturas para 
ventilação, proteção das aberturas, vedações externas e estratégias de 
condicionamento térmico passivo. 
 
8 Considera os valores mensais de temperatura máxima, temperatura mínima e umidade relativa do ar 
para analisar o clima e propor as estratégias bioclimáticas. 
9 É válido destacar que esses setores não obedecem a divisão de estados ou regiões econômicas. 
47 
 
 
Percebe-se que, ao analisar o zoneamento bioclimático no país, a zona bioclimática 8 
(ZB8) apresenta maior predominância geográfica, 53,7% de abrangência no território 
nacional. O estado do Ceará, de acordo com a NBR 15220-3 (ABNT, 2003, p.11), 
apresenta três zonas bioclimáticas: a 05, 07 e 08 (Figura16), sendo a 07 com maior 
predominância territorial, cerca de 69,2% 10. Destaca-se, também, a presença da ZB8 
em cerca de 23,07% das cidades mapeadas, a qual está, diretamente, ligada as de região 
litorânea, como o município de Caucaia. 
 Figura 16 - Zoneamento - Ceará 
 
Fonte: NBR 15220-3 (2003) Adaptado pela autora (2021) 
 
A ZB 8 dispõe de características predominantemente de clima quente e úmido e, 
manifestando-se, principalmente nas regiões norte e litoral do nordeste do país. Dessa 
forma, na obra de Lamberts, Dutra e Pereira (2004) descreve a ZB8 e suas principais 
diretrizes e estratégias como: 
“A Zona Bioclimática 08 inclui as cidades de Belém, Corumbá, Fernando de 
Noronha, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Recife, Rio Branco, 
Rio de Janeiro, Santarém, Salvador, São Luiz e Vitória. Suas principais 
diretrizes construtivas são o uso de aberturas grandes e totalmente 
sombreadas, o uso de paredes e coberturas leves e refletoras e o uso de 
ventilação cruzada permanente durante o ano todo.” (LAMBERTS; DUTRA; 
PEREIRA, 2004, p.99) 
 
 
10 Dados baseados nas cidades cearenses destacadas na NBR 15220-3 na relação de municípios com 
valores climáticos catalogados. 
48 
 
As regiões caracterizadas como ZB08, apresentam baixa amplitude térmica com 
necessidade de ventilação cruzada para circulação dos ventos. Sendo assim, na obra de 
Lamberts, Dutra e Pereira (2004) são aconselhadas estratégias projetuais como: grandes 
aberturas de esquadrias (maior que 40%), grandes áreas sombreadas e utilizar cores 
claras nas paredes e coberturas (a fim de aumentar a reflexão dos raios solares). 
Assim, em virtude deste trabalho ser desenvolvido no litoral cearense, onde está 
inserido na zona bioclimática 08, serão aprofundados assuntos relativos à ZB8 no distrito 
de Cumbuco/CE. 
3.1.1 Bioclima da praia do Cumbuco/Ce 
A praia do Cumbuco está localizada no município de Caucaia, com Latitude: -
3.73454 e Longitude: -38.6563. A Norma Técnica 15220-3 (2003) não apresenta a cidade 
de Caucaia na relação das 330 catalogadas. Sendo assim, a norma aconselha que as 
cidades distantes menos de 100 quilômetros de outra que não possua informações 
climáticas, utilizem os dados da cidade que possui. Dessa forma, serão empregados os 
dados climáticos referentes a cidade de Fortaleza11, bem como sua carta bioclimática12, 
devido sua distância de apenas 30 quilômetros do distrito de Cumbuco. Para analisar o 
clima e determinar as diretrizes e estratégias mais adequadas para essa localidade, é 
importante a observação da carta psicométrica e dos dados climatológicos. 
Na carta psicométrica (Figura 17) para a cidade de fortaleza, fornecida pelo 
programa Climate Consultant (2020), percebe-se que, em boa parte do ano, há conforto 
térmico (62,5%), considerando o índice de conforto adaptativo, e cerca de 37,5% das 
horas há desconforto ao calor para os usuários. Além disso, as temperaturas se situam, 
normalmente, entre 20 °C e 32 °C e a umidade relativa é sempre acima de 50%. Ao 
analisar a Figura 17, é possível perceber que, a região de conforto está contida na faixa 
de temperatura de 24°C a 28 °C, e a zona de desconforto ao calor está relacionado com 
os altos níveis de umidade relativa em conjunto com as temperaturas (acima de 30°C e 
abaixo de 24°C). 
 
11Referente aos dados climáticos de um ano completo disponibilizados com base nos dados de Roriz 
Engenharia Bioclimática e dados disponibilizados pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações 
(LabEEE). 
12 Conhecida, também, por carta psicométrica, baseada na metodologia de Givoni (apud BOGO et al, 
1994). 
49 
 
Figura 17 - Carta Psicométrica de Fortaleza/CE 
 
Fonte: Climate Consultant (2020) 
Nota: Elaborado pela autora 
 Na dissertação de Farias (2019), o autor aborda o comportamento do 
clima de Fortaleza, considerando a temperatura externa juntamente com o conforto em 
cada hora do ano (Figura 18). Compreende-se que, na maior parte das horas, há conforto 
térmico entre às 17 horas até às 7 da manhã, enquanto entre às 8 e às 16 horas há 
conforto proporcionado em conjunto com a movimentação de ar. Destaca, também, 
que a “baixa latitude 3° 4’ sul de contribui para as altas taxas de radiação solar direta ao 
longo do ano” (FARIAS, 2019, p.31) e baixas amplitudes térmicas diárias. 
 
50 
 
Figura 18 - Frequência de cada hora em conforto considerando a temperatura externa de Fortaleza 
 
Fonte: FARIAS (2019) 
 
Assim, é possível compreender que na região, que está localizada na ZB8, 
apresenta característica de clima quente e úmido e índices de conforto térmico na maior 
parte do ano. Em relação aos momentos de desconforto, que ocorrem nos horários de 
maior incidência de radiação solar, podem ser amenizados com a ventilação, 
proporcionando conforto. O projeto bioclimático, tem objetivo de satisfazer as 
exigências mínimas de conforto térmico do ser humano por meio dos elementos 
arquitetônicos. Diante disso, serão aprofundadas e elencadas as diretrizes e estratégias 
bioclimáticas apropriadas para o distrito de Cumbuco, baseado nos dados analisados. 
3.1.2 Diretrizes projetuais para a praia do Cumbuco/CE 
O clima da praia do cumbuco como já discutido, está caracterizado como quente 
e úmido, apresentando altos índices de radiação solar direta, baixa amplitude térmica e 
umidade relativa maior que 50%. Dessa forma, foi possível identificar diretrizes 
projetuais para promoção de conforto térmico, como ventilação natural e 
sombreamento das aberturas (ABNT, 2003; CORBELLAS, YANNAS, 2003; HOLANDA, 
1976; LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA, 2004; PROJETEEE, 2020). É válido acrescentar, 
também, a recomendação de utilizar vedações leves, como paredes, pisos e coberturas, 
para evitar o ganho de calor (CORBELLAS, YANNAS, 2003; HOLANDA, 1976; ABNT,2003; 
FARIAS, 2019). Assim, sabendo da importância prévia da análise das características 
51 
 
bioclimáticas do local e, consequentemente, das diretrizes projetuais serão 
aprofundadas as estratégias referentes as diretrizes indicadas. 
3.1.2.1 Sombreamento das aberturas 
O sombreamento das aberturas é caracterizado por ser uma das principais 
diretrizes para o Brasil, e principalmente para regiões em que o índice de radiação solar 
direta é alto ao longo de todo ano, como o caso da praia de Cumbuco-CE. Dessa forma, 
a proteção das aberturas é fundamental para amenizar a insolação, evitando, também, 
o aumento de carga térmica interna, e, como decorrência, o acréscimo da temperatura 
interna, sendo superior à externa (LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA; 2004). Assim, são 
estratégias empregadas para essa diretriz, a aplicação de elementos de sombreamento 
como brises verticais e horizontais e elementos vazados a exemplo do cobogó 
(LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA; 2004; HOLANDA, 1976). 
Brises são elementos, que podem ser verticais ou horizontais de diferentes 
materiais, espessuras e angulações. Eles estão diretamente relacionados com o controle 
da incidência de luz, funcionando como elementos de proteção dos raios solares diretos, 
evitando o aumento de temperatura nos ambientes. As posições (vertical ou horizontal) 
estão diretamente relacionadas com as orientações (norte, sul, leste e oeste) e o ângulo 
de incidência na face da abertura (Figura 19). 
Figura 19 - Modelos de Brises 
 
Fonte: SUSTENTARQUI (2017) 
52 
 
O cobogó é um elemento vazado, comumente presente nas aberturas de 
construções da arquitetura vernacular, em destaque as do nordeste do Brasil 
(HOLANDA, 1976, p.25). Dessa forma, permite que a ventilação natural flua por meio de 
aberturas, enquanto serve de filtro para os raios solares, possibilitando sombreamento. 
Além disso, ele pode apresentar diversas formas, desenhos, padrões, dimensões e 
espessuras, bem como em materiais a exemplo do cobogó cerâmico. 
Figura 20 - Cobogó cerâmico 
 
Fonte: Pinterest (2021) 
3.1.2.2 Ventilação Natural 
A ventilação natural é outra

Continue navegando