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Efeitotreinamentoneuromuscular-Azevedo-2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DE NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO 
CONTROLE INIBITÓRIO DE ADOLESCENTES FUTEBOLISTAS: 
UM ESTUDO PILOTO 
 
 
 
 
 
 
THIAGO CÉSAR SILVA DE AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL – RN 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO 
CONTROLE INIBITÓRIO DE ADOLESCENTES FUTEBOLISTAS: 
UM ESTUDO PILOTO 
 
 
 
 
 
 
 
THIAGO CÉSAR SILVA DE AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação Física da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito 
parcial para obtenção do grau de Mestre em 
Educação Física. 
 
 
 
 
 
 
 
ORIENTADOR: PROF. DR. ARNALDO LUIS MORTATTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS 
 
 Azevedo, Thiago César Silva de. 
 Efeito do treinamento neuromuscular integrativo no controle 
inibitório de adolescentes futebolistas: um estudo piloto / 
Thiago César Silva de Azevedo. - 2022. 
 74f.: il. 
 
 Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação 
em Educação Física. Natal, RN, 2022. 
 Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti. 
 
 
 1. Educação Física - Dissertação. 2. Cognição - Dissertação. 
3. Habilidades Motoras Fundamentais - Dissertação. 4. 
Adolescentes - Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo Luis. II. 
Título. 
 
RN/UF/BS-CCS CDU 796 
 
 
 
 
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha esposa que 
me fez chegar até aqui através do seu 
incentivo e apoios incondicionais desde a 
minha inscrição para seleção. Sem ela 
não teria enfrentado essa jornada. 
 
 
THIAGO CÉSAR SILVA DE AZEVEDO 
 
 
 
 
EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO 
CONTROLE INIBITÓRIO DE ADOLESCENTES FUTEBOLISTAS: 
UM ESTUDO PILOTO 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Anelise Reis Gaya 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Hassan Mohamed Elsangedy 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Sem Ti Senhor, mesmo eu estando tão distante do Teu caminho, não haveria 
de ter persistido e chegado até aqui. Então faço minhas as palavras dessa canção 
que diz: “obrigado por estar aqui” (ROSA DE SARON, 2005). 
 Não poderia de deixar de agradecer de forma alguma à minha esposa, Flávia 
Fernandes, minha fonte do mais puro amor. Sem o seu incentivo e o seu 
discernimento de me fazer enxergar que eu seria capaz, sequer teria feito a 
inscrição para seleção no mestrado. Todo esse tempo de estudos, que coincidiu 
com o período de pandemia, nos permitiu a convivência diária que tanto sonhamos 
sem a distância física dos dias semanais habituais. Obrigado meu anjinho por ter 
acredito que eu seria capaz e por estar comigo por todos esses anos. 
 Nosso pilar de sustentação tão importante quanto: família. Aos meus pais, 
Júlia e Marcos, meus profundos agradecimentos por terem sido o meu Norte para 
que, mesmo diante de tantas dificuldades, eu pudesse avançar com meus estudos 
sem que nada me faltasse. Essa conquista também é de vocês. Agradeço também a 
minha irmã, Luanna, que hoje também trilha o caminho do mestrado e sabe o quão 
importante foi a dedicação de nossos pais para a nossa formação e personalidade. 
Mesmo que nossos laços tenham sido fortalecidos ainda mais na nossa vida adulta, 
lembranças do nosso convívio na infância é o que nos definem enquanto irmãos. 
 Aos meus amigos de vida, seja aos que fiz na UFERSA, sejam os de Caicó 
ou os de Natal, meu muito obrigado pelo tempo compartilhado. Aos amigos que 
conheci pelo mestrado, em específicos aos que entraram junto comigo nessa 
caminhada Jaimar Macedo, Maria Karolina e Kleber Fernandes e aos que compõe o 
GEPEFIC, Professor Ricardo, Glauber, Elias, Ayrton, Bruno, entre tantos outros por 
toda troca de conhecimentos e ajuda ao longo desse período, em grande parte 
trilhado à distância, obrigado por tudo. 
Não esquecendo também de agradecer aos amigos da turma “Educação 
Física na Veia” que caminharam comigo na graduação e até hoje fazem parte do 
meu dia a dia e que me ajudaram nas coletas da pesquisa junto com alguns 
queridos do curso de Educação Física da UNOPAR Caicó. Sem deixar passar 
também um agradecimento especial ao professor Zé Maria e seus alunos que 
abraçaram a proposta da pesquisa e me permitiram fazer parte do cotidiano dos 
 
treinos na escolinha, contribuindo para um aprofundamento ainda maior de 
conhecimentos técnicos e de vida. 
 À UFERSA, instituição a qual tenho orgulho de ser servidor, através de sua 
Política de Incentivo à Qualificação, gostaria de agradecer a possibilidade que me 
deu para afastar-me das minhas atribuições enquanto Técnico Desportivo para 
dedicar-me ao mestrado ao longo desses mais de dois anos. Certamente retorno ao 
trabalho com uma gama de conhecimentos e ideias que irão contribuir para o 
desenvolvimento do esporte na instituição. 
 Gostaria de externar meus agradecimentos aos Professores Dr. Hassan 
Elsangedy e Dra. Anelise Gaya pela disponibilidade para participar da banca de 
defesa da dissertação e contribuir de forma ímpar para correção, lapidação e 
aprovação deste trabalho. 
 E por fim, mas não menos importante, não poderia deixar de fazer um 
agradecimento especial ao Professor Dr. Arnaldo Mortatti, pela extrema paciência, 
confiança e orientações, mesmo quando parecia que as coisas não iam andar. 
Todas as cobranças, palavras de incentivos e parabenizações foram essenciais para 
que eu chegasse até aqui. Mesmo que não tenhamos tido uma convivência 
presencial tão intensa, o aprendizado foi intenso e gratificante. Muitíssimo obrigado 
professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Poderiam ter avisado 
Que a vida é difícil 
E que o tempo, o tempo passa 
Mas nem tudo passa com o tempo 
Nem mesmo o amor 
Nem os céus 
Nem Deus” 
(Guilherme de Sá, 2018) 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 20 
2.1. GERAL ................................................................................................................ 20 
2.2. ESPECÍFICOS .................................................................................................... 20 
3. HIPÓTESE .......................................................................................................... 21 
4. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 22 
4.1. CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO ................................. 22 
4.2. TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO ....................................... 24 
4.3. CONTROLE INIBITÓRIO .................................................................................... 29 
4.3.1. Efeito Stroop ................................................................................................... 31 
4.4. AGILIDADE ......................................................................................................... 32 
4.4.1. Avaliação da Agilidade....................................................................................34 
5. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 35 
5.1. TIPO DE PESQUISA .......................................................................................... 35 
5.2. AMOSTRA .......................................................................................................... 35 
5.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ....................................................... 36 
5.4. PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS ........................................................... 37 
5.4.1. Avaliação do nível de atividade física ............................................................. 37 
5.4.2. Variáveis antropométricas (estatura, altura tronco-encefálica, comprimento de 
membros inferiores e massa corporal) ...................................................................... 38 
5.4.3. Avaliação da maturação somática .................................................................. 38 
5.4.4. Teste de Stroop Computadorizado (TSC) - TESTINPACS ............................. 39 
5.4.5. Teste de Agilidade com Utilização de Vídeo (VAT) ........................................ 40 
5.4.6. Intervenção com o INT.................................................................................... 43 
5.4.7. Delineamento da pesquisa ............................................................................. 46 
5.5. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ........................................................................... 46 
6. RESULTADOS ................................................................................................... 48 
6.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ............. 48 
6.2. VARIÁVEIS DO TESTE DE STROOP COMPUTADORIZADO .......................... 49 
6.3. VARIÁVEIS DO TESTE AGILIDADE COM UTILIZAÇÃO DE VÍDEO ................. 53 
6.4. CORRELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS DOS TESTES DE STROOP E DE 
AGILIDADE E A MATURAÇÃO SOMÁTICA ............................................................. 56 
7. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 57 
8. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 62 
9. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 63 
ANEXOS ................................................................................................................... 71 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. Fluxograma de distribuição de amostragem nos grupos intervenção e 
controle ................................................................................................................. 35 
Figura 2. Modelo de visualização do TSC – TESTINPACS. (A) Etapa 1 
(congruente) com resposta adequada a opção “Verde”; (B) Etapa 2 (congruente) 
com resposta adequada a opção “Preto”; (C) Etapa 3 (incongruente) com resposta 
adequada a opção “Azul” ...................................................................................... 40 
Figura 3. Esquematização do Teste de Agilidade com utilização de Vídeo ........ 41 
Figura 4. Delineamento da Pesquisa na linha do tempo ..................................... 46 
Figura 5. Valores obtidos para o tempo de reação na etapa 03 (incongruente) do 
Teste de Stroop Computadorizado ....................................................................... 50 
Figura 6. Valores obtidos para o IES na etapa 03 (incongruente) do TSC .......... 51 
Figura 7. Alteração percentual (Δ%) dos valores obtidos para o tempo de reação 
na etapa incongruente do TSC em relação ao momento de pré-intervenção ...... 53 
Figura 8. Valores obtidos para o Tempo Total do Teste de Agilidade ................. 54 
Figura 9. Alteração percentual (Δ%) dos valores obtidos para o tempo total no 
VAT em relação ao momento de pré-intervenção ................................................ 55 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1. Estrutura do programa de INT para o período de 12 semanas ........... 45 
Tabela 2. Características descritivas dos participantes (n = 16) nos momentos pré 
e pós-intervenção para idade, estatura, massa corporal e aPVC ........................ 48 
Tabela 3. Caracterização do nível de atividade da amostra (n = 16) ................... 49 
Tabela 4. Resultados descritivos das variáveis do Teste de Stroop 
Computadorizado ..................................................................................................49 
Tabela 5. Dados descritivos da variação percentual (Δ%) das variáveis analisadas 
no Teste de Stroop Computadorizado .................................................................. 52 
Tabela 6. Resultados descritivos das variáveis analisadas no VAT .................... 53 
Tabela 7. Dados descritivos da variação percentual (Δ%) das variáveis analisadas 
no Teste de Agilidade com utilização de Vídeo .................................................... 55 
Tabela 8. Correlações entre nível maturacional, tempo de reação da etapa 
incongruente do TSC e o tempo total no VAT após 12 semanas ......................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS 
 
aPVC – Anos para o Pico de Velocidade de Crescimento. 
FE – Funções Executivas. 
GC – Grupo Controle. 
GINT – Grupo Intervenção. 
IES – Escore de Eficiência Invertido. 
INT – Treinamento Neuromuscular Integrativo. 
PVC – Pico de Velocidade de Crescimento. 
TALE – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido. 
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
TR – Tempo de Reação. 
TSC – Teste de Stroop Computadorizado. 
VAT – Teste de Agilidade com utilização de Vídeo. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO 
CONTROLE INIBITÓRIO DE ADOLESCENTES FUTEBOLISTAS: 
UM ESTUDO PILOTO 
 
Autor: Thiago César Silva de Azevedo 
Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti 
 
O objetivo do estudo foi analisar o efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo 
(INT) no controle inibitório e na agilidade de jovens futebolistas da categoria sub-15. 
Métodos: 16 adolescentes foram divididos em grupo controle – GC (n = 8; 14,02 ± 
0,84 anos; 1,62 ± 0,76 m; 53,74 ± 11,87 kg); e grupo intervenção – GINT (n = 8; 
13,89 ± 0,88 anos; 1,64 ± 0,42 m; 54,71 ± 11,91 kg). O pico de velocidade de 
crescimento (PVC) foi utilizado para determinar a maturação somática, enquanto o 
desempenho cognitivo foi avaliado pelo Teste de Stroop Computadorizado (TSC) e a 
avaliação da agilidade foi dada a partir do Teste de Agilidade com utilização de 
Vídeo (VAT). Para observação do efeito do INT entre os grupos e ao longo do tempo 
foi utilizado a ANOVA de medidas repetidas. As diferenças percentuais (Δ%) entre 
os grupos foram verificadas através do teste U de Mann-Whitney. O coeficiente de 
correlação de Spearman foi utilizado para correlacionar os níveis maturacionais e os 
resultados obtidos no TSC e no VAT. Resultados: Para as etapas congruentes do 
TSC não foram observados efeito de tempo (F = 0,246; p = 0,707) e de interação 
entre os grupos (F = 0,942; p = 0,376). Entretanto, no GINT foi observado efeito de 
tempo na etapa incongruente para o tempo de reação [pré-intervenção para 06 
semanas (p = 0,012); 06 semanas para pós-intervenção (p = 0,001); e pré para pós-
intervenção (p = 0,001)] e Escore de Eficiência Invertido (IES) [06 semanas para 
pós-intervenção (p = 0,047) e da pré para pós-intervenção (p = 0,002)]. A Δ% 
apresentou diferença significante (p = 0,031) entre os grupos para o tempo de 
reação da etapa incongruente do TSC da pré para pós-intervenção. No GINT, a Δ% 
demonstrou ainda uma diminuição significante no tempo de reação (p = 0,004) e na 
IES (p = 0,030) da etapa incongruente do TSC da pré para pós-intervenção. O 
tempo total no teste de agilidade também demonstrou diminuição no GINT do 
momento pré para pós-intervenção (p = 0,034). Não houve correlação entre a 
 
maturaçãoe TSC (GC: r = -0,086, p = 0,840; GINT: r = 0,575, p = 0,136) e o VAT 
(GC: r = -0,332; p = 0,421; GINT: r = 0,701, p = 0,053) em nenhum dos grupos. 
Também não foi observado correlação em nenhum grupo entre o TCS e o VAT (GC: 
r = -0,484, p = 0,224; GINT: r = 0,603, p = 0,113). Conclusão: A adição do INT ao 
treinamento sistemático do futebol promoveu melhorias no desempenho cognitivo e 
no tempo total de agilidade de jovens jogadores de futebol. 
Palavras-chave: Educação Física, cognição, habilidades motoras fundamentais, 
adolescente. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
EFFECT OF INTEGRATIVE NEUROMUSCULAR TRAINING ON 
INHIBITORY CONTROL IN ADOLESCENTS FOOTBALL PLAYERS: 
A PILOT STUDY 
 
Author: Thiago César Silva de Azevedo 
Advisor: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti 
 
The objective of the study was to analyze the effect of Integrative Neuromuscular 
Training (INT) on inhibitory control and agility of under-15 category youths in a soccer 
player. Methods: 16 adolescents were divided into a control group – CG (n = 8; 
14.02 ± 0.84 years; 1.62 ± 0.76 m; 53.74 ± 11.87 kg); and intervention group – GINT 
(n = 8; 13.89 ± 0.88 years; 1.64 ± 0.42 m; 54.71 ± 11.91 kg). Peak growth velocity 
(PGV) was used to determine somatic maturation, while cognitive performance was 
assessed by the Computerized Stroop Test (CST) and the assessment of agility was 
given from the Video-based Agility Test (VAT). To observe the effect of INT between 
groups and over time, mixed repeated measures ANOVA was used. The percentage 
differences (Δ%) between the groups were verified using the Mann-Whitney U test. 
Spearman's correlation coefficient was used to correlate maturation levels and the 
results obtained in CST and VAT. Results: For the congruent steps of the TSC, no 
effect of time (F = 0.246; p = 0.707) and interaction between groups (F = 0.942; p = 
0.376) were observed. However, in GINT, a time effect was observed in the 
incongruous step [pre-intervention for 06 weeks (p = 0.012); 06 weeks for post-
intervention (p = 0.001); and pre- to post-intervention (p = 0.001)] and the effect of 
time for the Inverted Efficiency Score (IES) [06 weeks to post-intervention (p = 0.047) 
and from pre- to post-intervention (p = 0.002)]. The Δ% showed a significant 
difference (p = 0.031) between the groups for the reaction time of the incongruous 
stage of the CST from pre- to post-intervention. In GINT, the Δ% also showed a 
significant decrease in reaction time (p = 0.004) and in IES (p = 0.030) of the 
incongruous stage of the CST from pre- to post-intervention. The total time in the 
agility test also showed a decrease in GINT from the pre- to post-intervention 
moment (p = 0.034). There was no correlation between maturation and CST (CG: r = 
-0.086, p = 0.840; GINT: r = 0.575, p = 0.136) and VAT (CG: r = -0.332; p = 0.421; 
 
GINT: r = 0.701, p = 0.053) in none of the groups. No correlation was observed in 
any group between CST and VAT (CG: r = -0.484, p = 0.224; GINT: r = 0.603, p = 
0.113). Conclusion: The addition of INT to systematic soccer training promoted 
improvements in cognitive performance and total agility time of young soccer players. 
Keywords: Physical Education, cognition, fundamental motor skills, adolescent. 
 
 
17 
1. INTRODUÇÃO 
O contexto da prática do futebol é resultado de constantes mudanças nas 
condições de jogo sendo, portanto, uma das modalidades esportivas com maior grau 
de imprevisibilidade (GARGANTA e GRÉHAIGNE, 1999), exigindo do jogador 
atenção e foco para observar, processar e avaliar situações, bem como escolher em 
um curto espaço de tempo as soluções técnicas e táticas necessárias para cada 
situação de jogo (GRECO, 2006). Essa capacidade de análise e escolha de uma 
ação ideal é definida como tomada de decisão e é modulada por processos 
cognitivos que envolvem habilidades perceptivo-cognitivas como percepção visual, 
atenção, antecipação e memória (MURGIA et al., 2014). 
Um conceito que pode estar inserido nesse processo cognitivo para tomada 
de decisão é o de controle inibitório. Este é conceituado como a capacidade de um 
indivíduo de controlar a atenção, o comportamento, os pensamentos e as emoções 
para que ele foque em fazer o que é mais apropriado ou necessário no momento, 
inibindo tomadas de decisões impulsivas, respostas prepotentes e pensamentos 
desagradáveis (DIAMOND, 2013). 
O impacto do controle inibitório no desempenho esportivo ainda é incerto, 
embora a literatura traga indícios que existe uma associação entre controle inibitório 
e o sucesso esportivo, pois, hipoteticamente, pode facilitar a adaptação a situações 
novas ou a mudanças que geralmente ocorrem em cenário esportivos complexos, 
como é o caso do futebol, através da supressão de ações motoras inadequadas em 
ambientes imprevisíveis e indeterminados (VERBURGH et al., 2014). 
Outra importante capacidade para o desempenho no futebol é a agilidade, 
que é entendida como a capacidade de responder a um estímulo através da 
movimentação do corpo inteiro para mudar de direção ou velocidade e possui dois 
componentes-chave: o primeiro está atrelado a capacidade cognitiva e envolve os 
processos de percepção e tomada de decisão; e o segundo relacionado a aspectos 
físicos, compreende a velocidade de mudança de direção necessária para responder 
ao estímulo (SHEPPARD e YOUNG, 2006). 
 O componente perceptivo e de tomada de decisão da agilidade se mostra 
como um aspecto que pode estar associado ao controle inibitório de modo que um 
melhor desempenho na agilidade pressupõe uma capacidade de processamento 
rápido de informações relevantes, ignorando os estímulos irrelevantes, os quais 
auxiliarão em uma tomada de decisão mais rápida e eficiente (ARBENETHY et al., 
18 
2013). Dessa forma, pode ser que uma maior capacidade de controle inibitório 
contribua para melhoria na agilidade. 
O desenvolvimento das habilidades perceptivo-cognitivas é ainda mais 
importante durante a infância e adolescência, onde as crianças e adolescentes 
possuem capacidades motora e cognitivas altamente “plásticas” e responsivas ao 
treinamento (MYER et al., 2013a), sobretudo por causa do desenvolvimento e 
amadurecimento das vias neuromusculares e do córtex pré-frontal (ARAIN et al., 
2013). É preciso, portanto, oferecer um ambiente enriquecido de oportunidades para 
potencializar o desenvolvimento da aptidão neuromuscular e das habilidades 
motoras fundamentais (HMF) desde a infância (MYER et. al., 2013b), ampliando as 
experiências em diferentes atividades que possibilitarão processos mais eficientes e 
especializados de tomada de decisão (CASEY et al., 2005). 
Entretanto, professores e treinadores em seu cotidiano prático acabam por 
concentrar à sua atenção no desenvolvimento de habilidades específicas do esporte, 
geralmente focados em aspectos técnicos ou táticos descontextualizados de 
situações reais de jogo, relegando a um segundo plano a importância do 
desenvolvimento de habilidades perceptivo-cognitivas, aptidão neuromuscular e 
HMF como base para participação contínua das crianças e adolescentes em 
programas de exercícios e esportes (BERGERON, 2015; LABELLA & MYER, 2017). 
Nesse contexto, o Treinamento Neuromuscular Integrativo (Integrative 
Neuromuscular Training – INT) vem se apresentando como uma abordagem de 
treino para crianças e adolescentes que pode contribuir para o desenvolvimento de 
habilidades cognitivas e perceptivas, por meio de exercícios que combinam a 
perturbação visual e a ação reativa para desenvolver a melhora na percepção de 
informações do ambiente e na tomada de decisão/ação conforme as exigências da 
tarefa colocada (FORT-VANMEERHAEGHE et al., 2016). 
O INT é um programa que mescla diversos tipos de atividades com exercícios 
gerais para treinamento de habilidades motoras fundamentais; atividades 
específicas, com base em exercícios prescritos para déficits motores; e atividadespara condicionamento físico com foco em exercícios de força, resistência, agilidade, 
estabilidade dinâmica da região do tronco (centro-core) e pliometria (FAIGENBAUM 
et al., 2011; FORT-VANMEERHAEGHE et al., 2016; MYER et al., 2011a). 
 Faigenbaum et al. (2013) também argumentam a favor de intervenções com o 
INT nos anos de crescimento da criança como mecanismo que contribui para o 
19 
alcance de um nível de capacidade motora e cognitiva acima do potencial esperado 
sem o treinamento, além de também estabelecer comportamentos desejáveis para 
uma promoção da atividade física ao longo da vida. 
 Assim, a participação de crianças e adolescentes em um programa de INT, 
realizado de acordo com cada estágio de desenvolvimento físico, cognitivo e social, 
dentro de um ambiente controlado e eficaz para que eles desenvolvam suas 
habilidades, poderá acarretar a melhora do seu desempenho atlético, a diminuição 
do risco de lesões e fomentar um estilo de vida ativo e saudável que irá perdurar ao 
longo de toda a vida (MYER et. al., 2011b; KUSHNER et. al., 2015). 
As evidências sobre a eficácia do INT demonstram que ele deve ser iniciado 
na infância e perdurar até a adolescência de forma a maximizar os benefícios 
relacionados ao desenvolvimento neuromuscular, cortical e cognitivo, já que após a 
maturação, a plasticidade córtico-motora e neuromuscular se torna fortemente 
diminuída (MYER et al., 2015). Porém, já há alguma evidência que o início da 
realização do INT em adolescentes esportistas promoveu aumento na competência 
motora de jovens jogadores de voleibol (NUNES et al., 2019). 
Os estudos até aqui referenciados demonstraram que o INT é um modelo de 
treinamento eficaz para melhoria das capacidades, comportamentos e habilidades 
físico-motoras a partir da infância. Muitos desses estudos apontaram também para 
uma relação na melhoria de desempenho físico-motor com o desenvolvimento 
neuronal (FAIGENBAUM et. al., 2011; MYER et. al., 2013b; KUSHNER et. al., 2015; 
MENEZES, et. al., 2020). 
O próximo passo nessa evolução conceitual e prática das intervenções com o 
INT aponta para necessidade de estudos que analisem diretamente o efeito do INT 
em aspectos específicos da cognição de adolescentes. A partir dessa perspectiva, e 
entendendo que os estudos até o momento fazem relação apenas teórica entre o 
INT e o desempenho cognitivo (FAIGENBAUM et. al., 2013; MYER et. al., 2015; 
FORT-VANMEERHAEGHE et al., 2016), percebe-se a necessidade de se pesquisar 
o efeito do treinamento neuromuscular integrativo na capacidade cognitiva e nos 
processos de percepção e tomada de decisão de adolescentes que já estão 
inseridos em uma prática regular e sistemática de treinamento específico do futebol. 
 
20 
2. OBJETIVOS 
2.1. GERAL 
Analisar o efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo (INT) no controle 
inibitório e na agilidade de adolescentes futebolistas da categoria sub-15. 
2.2. ESPECÍFICOS 
 Comparar os resultados obtidos no Teste de Stroop Computadorizado 
congruente e incongruente entre os grupos (GC e GINT) antes e depois do 
programa de treinamento neuromuscular integrativo; 
 Comparar os resultados das variáveis (tempo de percepção e tomada de 
decisão, tempo de resposta do movimento e tempo total) obtidas no Teste de 
Agilidade com utilização de Vídeo entre os grupos (GC e GINT) antes e 
depois do programa de treinamento neuromuscular integrativo; 
 Correlacionar os resultados obtidos entre o Teste de Stroop Computadorizado 
e o Teste de Agilidade com utilização de Vídeo; 
 Averiguar o efeito do INT no desempenho cognitivo e na agilidade em função 
do nível maturacional dos jovens futebolistas. 
 
 
21 
3. HIPÓTESE 
De acordo com estudos prévios (FAIGENBAUM et al., 2011; MYER et al., 
2013b; KUSHNER et al., 2015; MENEZES, et al., 2020), os quais fazem associação 
teórica entre a melhoria de desempenho físico-motor com o desenvolvimento 
neuronal e desempenho cognitivo, apresenta-se nesta pesquisa a hipótese que o 
INT, aplicado a adolescentes jogadores de futebol da categoria sub-15 e que ainda 
estão em pleno desenvolvimento motor e cognitivo, terá impacto positivo no controle 
inibitório e na agilidade. 
 
 
 
22 
4. REVISÃO DE LITERATURA 
Nesta revisão, pretendeu-se possibilitar ao leitor um melhor entendimento 
sobre a temática abordada no estudo e suas variáveis de desfecho. Assim, 
apresentou-se os aspectos relacionados ao processo de crescimento e 
desenvolvimento, em especial no período pubertário e em seguida apresentou-se os 
conceitos sobre o Treinamento Neuromuscular Integrativo e os aspectos básicos 
sobre as variáveis de desfecho do estudo, a saber: controle inibitório, avaliação do 
controle inibitório, agilidade e a avaliação da agilidade. Desta forma, buscou-se 
apresentar as informações básicas para o entendimento sobre a problemática do 
estudo e a relação entre o programa de treinamento e os seus benefícios para as 
variáveis analisadas. 
4.1. CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO 
Os processos de crescimento, desenvolvimento e maturação são complexos 
e levam ao completo estado funcional do ser humano (TSE et al., 1989). São 
processos centrais na evolução da criança desde o nascimento até à fase adulta e 
interferem diretamente nas relações afetivas, sociais, cognitiva e motoras dos 
indivíduos (PAPALIA et al., 2006). 
Crescimento e maturação são comumente associados quando se discute 
temas relacionados à bebês, crianças e adolescentes, sendo por vezes tratados 
como sinônimos. Porém cada um se refere a atividades biológicas específicas 
(MALINA et al., 2009). O primeiro diz respeito à aspectos quantitativos associados a 
mudanças no tamanho do indivíduo, considerando o corpo em sua totalidade ou em 
partes, relacionados com a hipertrofia e hiperplasia celular. Já a maturação está 
intimamente ligada às alterações e amadurecimento das funções orgânicas de 
diferentes órgãos e sistemas, sendo definido, portanto, como um processo biológico 
qualitativo (TSE et al., 1989; PAPALIA et al., 2006; MALINA et al., 2009). 
Por sua vez, o desenvolvimento refere-se a um conceito mais amplo sendo 
entendido como uma interação entre as características biológicas individuais de 
crescimento e maturação com o meio ambiente ao qual o sujeito é exposto ao longo 
de sua vida (GALLAHUE et al., 2013; MALINA et al., 2009). O desenvolvimento é, 
portanto, um processo contínuo que tem início na concepção e vai até a morte. 
Nessa perspectiva, Gallahue et al. (2013, p. 21) trazem a noção de desenvolvimento 
motor como sendo “a mudança contínua do comportamento motor ao longo da vida, 
23 
provocada pela interação entre as exigências da tarefa motora, a biologia do 
indivíduo e as condições do ambiente”. 
Durante duas décadas, o organismo humano tem como principal meta 
“crescer” e se “desenvolver”, fenômenos esses que ocorrem de forma simultânea, 
mas que tem sua maior ou menor velocidade determinadas pelo nível maturacional 
do indivíduo, bem como suas vivências e experiências quando criança ou 
adolescente (GUEDES e GUEDES, 2006). Vale destacar ainda que o crescimento e 
a maturação biológica não acontecem de forma síncronas com a idade cronológica, 
podendo haver variações na idade biológica e no nível maturacional em grupo de 
crianças do mesmo sexo e idade cronológica (MALINA e BOUCHARD, 2002). 
O indivíduo apresenta alguns momentos de grande crescimento somático que 
podem ser verificados através de medidas que expressam a aceleração na estatura. 
O primeiro ocorre logo após a fase intrauterina e depois tem uma pequena 
aceleração durante a primeira infância e início da segunda (entre 6 e 8 anos), 
ocorrendo novamente durante a adolescência sendo conhecida como estirão de 
crescimento. Na puberdade, os adolescentes chegam a alcançar uma velocidade de 
crescimento entre 12 e 14 centímetros por ano em meninos e meninas, 
respectivamente (EVELETH eTANNER, 1990). O auge dessa aceleração é 
conhecido como pico de velocidade de crescimento (PVC). Além do rápido aumento 
em estatura e de massa corporal, no período do estirão também há uma série de 
outras mudanças físicas, psicológicas e motoras devido, entre outras coisas, a 
maturação dos sistemas nervoso e endócrino (MALINA e BOUCHARD, 2002). 
A idade cronológica em que ocorre o PVC é considerado como indicador 
maturacional (MALINA, BOUCHARD e BAR-OR, 2009), assim, o cálculo do PVC, 
geralmente em estudo longitudinais, é utilizado como importante marcador do 
período de puberdade (MIRWALD et al., 2002). Os meninos iniciam o estirão de 
crescimento por volta dos 12 anos, atingindo o pico da taxa de crescimento aos 14 
anos, terminando por volta dos 18 anos. Já as meninas apresentam uma magnitude 
do PVC superior à dos meninos e tendem a iniciar as ocorrências de estirão de 
crescimento cerca de dois anos mais cedo (FIGUEIREDO et al., 2009). Contudo, a 
análise maturacional através do PVC deve interpretada levando-se em consideração 
a grande variabilidade interindividual (PHILIPPAERTS et al., 2006). 
Dentre as mais variadas formas de identificação do nível maturacional, tais 
como maturação óssea, maturação dental e maturação das características sexuais 
24 
secundárias, a maturação somática vem sendo discutida e investigada como um 
método que consiste em utilizar dados antropométricos (como idade, peso, estatura 
e estatura tronco-encefálica) em uma equação de regressão proposta por Mirwald et 
al. (2002), para determinar os anos para o Pico de Velocidade do Crescimento 
(aPVC). O aPVC estima a distância, em anos, que o sujeito está do PVC para 
estatura (MIRWALD et al., 2002; MALINA, BOUCHARD e BAR-OR, 2009). 
Esse método, como alternativa para a avaliação da maturação biológica, vem 
se apresentando na comunidade científica como indicador útil e confiável para se 
analisar o nível de maturação dos adolescentes, com benefício adicional de ser um 
instrumento de baixo custo, fácil aplicabilidade e não invasivo (MALINA et al., 2012). 
Nessa perspectiva, o aPVC contribui para a identificação maturacional dos 
adolescentes para que os mesmos possam ser classificados dentro de faixas etárias 
maturacionais (não pela classificação por idade cronológica), com o intuito de 
individualizar a carga de treinamento que respeite as características 
morfofisiológicas e psicossociais dos jovens a fim de maximizar suas capacidades 
físicas e cognitivas (MORTATTI et al., 2013). 
4.2. TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO 
A atividade física está estreitamente associada a inúmeros benefícios 
fisiológicos e psicossociais, sendo particularmente potencializada durante a infância 
e adolescência, período em que as crianças e adolescentes possuem capacidades 
motoras e cognitivas altamente “plásticas” e responsivas ao treinamento (MYER et. 
al., 2013a). Contudo, estudos recentes apontam para uma diminuição da prática de 
atividade física nesse público, dando espaço para o estabelecimento de hábitos 
sedentários (BASTERFIELD et. al., 2011). 
As recomendações globais de saúde sugerem que os jovens em idade 
escolar participem de pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas 
moderadas à vigorosas (AFMV) como jogos, esportes e exercícios físicos 
esquematizados (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010), sendo ideal a 
participação em programas que incluem o ensino adequado de habilidades motoras 
por um profissional capacitado e em um ambiente diversificado, divertido e 
mentalmente engajante (FAIGENBAUM et al., 2013). As atividades voltadas a esse 
público devem ir além do uso do corpo, devendo estimular a aprendizagem cognitiva 
das habilidades trabalhadas a fim de melhorar o engajamento no exercício, o 
25 
desempenho motor e a aptidão física. Quando os exercícios físicos são 
programados para serem cognitivamente estimulantes para crianças e adolescentes, 
estes passam a perceber e entender o que estão fazendo e como estão se 
movimentando (MEDIATE e FAIGENBAUM, 2007), o que provocará melhoria nas 
competências técnicas durante o exercício físico (TOMPOROWSKI et al., 2013). 
O Treinamento Neuromuscular Integrativo (INT), nessa perspectiva, vem se 
mostrando ser uma abordagem de treino inovadora para crianças e adolescentes 
que estão em idade escolar por melhorar a qualidade de vida e componentes 
relacionados à saúde, a prevenção de lesões e o condicionamento físico-motor e 
cognitivo (FAIGENBAUM et al., 2011; FORT-VANMEERHAEGHE et al., 2016; 
MYER et al., 2011a). O INT é um programa que incorpora diversos tipos de 
atividades: gerais, para treinamento de habilidades motoras fundamentais; 
específicas, com base em exercícios prescritos para déficits motores; e atividades 
para condicionamento físico com foco em exercícios de força, resistência, agilidade 
com feedback neurocognitivo/visual-motor, estabilidade dinâmica da região do 
tronco (centro-core) e pliometria (FAIGENBAUM et al., 2011; MYER et al., 2015). 
 O INT contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e 
perceptivas através de exercícios que combinam perturbação visual e ação reativa 
que visam promover a melhora na percepção de informações do ambiente e 
aprimorar a tomada de decisão/ação segundo as exigências da tarefa imposta 
(FORT-VANMEERHAEGHE et al., 2016). Nesse sentido, Myer et al. (2013b) 
chamam a atenção para o fato de que, mesmo que o desenvolvimento cognitivo 
esteja intrinsicamente ligado a fatores genéticos, os estímulos ambientais também 
desempenham papel significativo nesse desenvolvimento, sobretudo na fase da 
infância e adolescência, pois nessas fases as capacidades motoras e cognitivas são 
altamente “plásticas” e sensíveis ao treinamento (MYER et al., 2015). 
 O ponto chave para melhoria dessas capacidades cognitivas e motoras 
através do INT está alicerçada na instrução adequada à idade e à progressão da 
complexidade e intensidade dos exercícios conduzidos por profissionais qualificados 
e especialistas nos princípios fundamentais da ciência, do exercício e da fisiologia 
de jovens, bem como destreza pedagógica para o ensino das habilidades motoras e 
demais exercícios em um ambiente divertido e cognitivamente envolvente 
(FAIGENBAUM et al., 2013). 
26 
O Treinamento Neuromuscular Integrativo é um método de baixíssimo custo 
financeiro e tecnológico propositalmente concebido para oportunizar aos jovens a 
melhoria de sua aptidão neuromuscular e a maestria das habilidades motoras 
fundamentais que formarão a base para a participação futura em contextos 
esportivos, de lazer e de saúde. A participação regular nessas atividades pode 
fornecer um mecanismo para aumentar os níveis de atividade física na juventude, 
gerando potencial para manutenção dessas atividades na vida adulta (BLOEMERS 
et al., 2012). Nesse contexto, as práticas mentais e cognitivas proporcionadas pelo 
INT tem potencial para melhorar o desempenho motor e diminuir o risco de lesões 
quando iniciado durante a pré-adolescência, explorando fatores físicos e cognitivos 
já consolidados e contribuindo para o desenvolvimento das habilidades 
neuromotoras durante a maturação (MYER et al., 2015). 
Dessa forma, o INT deve ser iniciado na infância e perdurar até a 
adolescência de forma a maximizar os benefícios relacionados ao desenvolvimento 
neuromuscular, cortical e cognitivo, já que após a maturação, a plasticidade córtico-
motora e neuromuscular se torna fortemente diminuída (MYER et al., 2015). 
Faigenbaum et al. (2013) também argumentam a favor de intervenções com o INT 
nos anos de crescimento da criança como mecanismo que contribui para o alcance 
de um nível de capacidade motora e cognitiva acima do potencial esperado sem o 
treinamento, além de também estabelecer comportamentos desejáveis para uma 
promoção da atividade física ao longo da vida. 
O potencial para desenvolvimento das habilidades motoras fica mais 
acentuadoquando o INT é iniciado ainda na infância e se mantém durante a 
adolescência quando comparado inclusive com o INT iniciado somente na 
adolescência. A falta de um programa regular de exercícios físico ao longo da 
maturação por sua vez apresenta efeito oposto ao minimizar o potencial de 
desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas. O INT quando iniciado na 
infância, nesse modelo conceitual, é potencializador para o desenvolvimento 
estrutural do córtex, bem como desenvolvimento cognitivo e neuromuscular. No 
contrapondo, o potencial de inatividade física ao longo dos anos de crescimento 
pode influenciar no aumento do risco de síndrome metabólica e déficits no 
desenvolvimento estrutural do córtex (MYER et al., 2015). 
 Myer et. al. (2013b) discutem então qual seria a idade mais adequada para 
iniciação regular em programas de treinamentos tal como o INT. Os autores 
27 
argumentam que uma criança apta a participar de esportes estruturados (a partir dos 
7 anos) estaria também apta a participar do INT. Tal afirmação encontra fundamento 
na ideia de que as crianças a partir dessa idade já são capazes de seguir as 
instruções do treinador e de lidar com demandas de atenção exigidas em um 
programa de treinamento como o INT, embora não se deva negligenciar a melhora 
das habilidades motoras em anos anteriores (KUSHNER et al., 2015). 
Consta-se que quanto mais precoce for a iniciação e a manutenção no INT, 
maior será o potencial das capacidades neuromotoras atingidas na idade adulta. 
Ainda é possível observar que os jovens fisicamente inativos tendem a não atingir o 
potencial de performance neuromuscular prevista para a idade adulta. Myer et. al. 
(2013b) ainda apontam que o tipo de atividade anterior ao início de um programa 
sistematizado de treinamento também é importante. Dessa forma, os jovens devem 
se envolver em uma gama variada de atividades físicas e esportivas com o intuito de 
melhorar o desempenho de habilidades neuromotoras fundamentais, as quais serão 
ainda mais intensivamente desenvolvidas com o INT. 
Faigenbaum et al. (2011) em seu estudo com a intervenção com crianças 
escolares entre 7 e 8 anos consideraram o INT como um programa seguro, eficaz e 
valioso para melhoria do condicionamento e aptidão física relacionadas à saúde e às 
habilidades motoras fundamentais para este público. No estudo eles evidenciaram a 
melhoria, em comparação ao grupo controle, da força, resistência muscular e 
capacidade cardiorrespiratória nos participantes envolvidos no INT dentro de um 
período de 8 semanas, com 2 treinos semanais de INT de 15 minutos antes das 
aulas de Educação Física. Os autores atribuem as melhoras nesses componentes 
às alterações de natureza neuromuscular, estando elas relacionadas à ativação, 
coordenação, recrutamento e disparo de unidades motoras. 
Em outro estudo que visa investigar os efeitos da adesão ao INT na força do 
abdutor do quadril em jovens atletas mulheres (idade média de 15 anos), Sugimoto 
et. al. (2014) conduziram uma intervenção com 21 jogadoras de voleibol do ensino 
médio ao longo de 10 semanas. No estudo, os autores concluíram que a maior 
adesão ao treinamento neuromuscular focado no tronco e quadril parece contribuir 
para o aumento de força do abdutor de quadril em adolescentes atletas, situação 
associada a alterações dos perfis biomecânicos e neuromusculares que levam a 
uma menor taxa de incidência de lesões, em especial a síndrome da dor 
patelofemural. Nesse contexto, os autores relataram que o INT foi de fácil adaptação 
28 
à rotina dos treinos de futebol, não causando lesões, podendo ser incorporado ao 
planejamento das rotinas de treinos do esporte de forma adaptada para atender as 
necessidades individuais dos jovens atletas com base nos seus estágios de 
maturação (PANAGOULIS et al., 2018; KUSHNER e. al., 2015). 
Menezes et al. (2020) buscaram também avaliar o efeito do INT na 
performance motora de 38 jogadores de futebol com idade entre 8 e 9 anos. Para 
tal, avaliaram o desempenho das crianças nas variáveis relacionadas ao equilíbrio, 
flexibilidade, salto vertical em contramovimento, velocidade de sprint e velocidade de 
mudança de direção. Em comparação ao grupo controle, houve melhoria 
significativa para o equilíbrio, flexibilidade e salto vertical, não sendo capaz de 
modular a velocidade no sprint e a mudança de direção. Dessa forma, conforme 
explicam os autores, considerando a limitada hipertrofia observadas em jovens pré-
púberes, os ganhos apresentados no estudo, em especial da força e potência 
anaeróbica, devem estar relacionados ao desenvolvimento neuronal, com a melhoria 
na ativação de unidades motoras, coordenação e adaptações no acoplamento 
excitação-contração muscular (BEHRINGER et al., 2011). 
Em uma proposta de analisar os efeitos do INT e do destreino no 
desempenho do salto em contramovimento em jogadores jovens de voleibol, Nunes 
et al. (2019) trouxeram uma abordagem de pesquisa semelhante aos estudos até 
aqui mencionados, mas com adolescentes com média de 13 anos de ambos os 
sexos por um período de 12 semanas. Outra novidade trazida na pesquisa foi o 
efeito do destreino depois de 8 semanas sem treino no desempenho do salto. Os 
achados indicam que o grupo da intervenção melhorou o desempenho do salto após 
as 12 semanas e que esses ganhos foram mantidos após o período de destreino, 
enquanto os resultados do grupo controle se mantiveram estáveis, indicando que o 
INT é um modelo de treinamento importante para a manutenção do condicionamento 
neuromuscular. Foi verificado a não associação entre a evolução maturacional nos 
dois grupos, o que indica que as melhorias observadas no grupo de intervenção são 
decorrentes do treinamento realizado e corrobora com a proposta que os efeitos do 
INT estão favorecendo o desenvolvimento neuronal (NUNES et al., 2019). 
O INT se apresenta, portanto, como um programa seguro e importante para 
ajudar os jovens a melhorarem suas habilidades motoras fundamentais, a mecânica 
de movimento, o aumento de força e desenvolvimento de suas capacidades 
cognitivas, baseado na progressão e intensidade dos exercícios, no feedback ativo e 
29 
na instrução qualificada. Os modelos teóricos também indicam que quando iniciado 
na infância, o INT pode potencializar o desenvolvimento motor e cognitivo do 
indivíduo, aumentando as chances de se manter um estilo de vida ativo na fase 
adulta ao passo que reduz os riscos de lesões nas práticas esportivas, de lazer e de 
saúde (FAIGENBAUM e MYER, 2010; MYER et al., 2011a; MYER et al., 2011b). 
4.3. CONTROLE INIBITÓRIO 
As funções executivas (FE) referem-se a um conjunto de processos mentais 
de ordem superior (top-down) baseados na concentração e atenção, inibindo ações 
automatizadas ou instintivas em contextos que exigem a ação planejada do 
indivíduo (DIAMOND, 2013). De forma complementar, o dicionário da International 
Neuropsychological Society define as FE como habilidades cognitivas dirigidas para 
determinado objetivo e que possuem a capacidade adaptativa a diversas demandas 
e mudanças ambientais necessárias para realização de comportamentos complexos 
(LORING, 1999). A partir das FE é que são construídas funções cognitivas 
superiores como raciocínio, resolução de problemas e planejamento (COLLINS e 
KOECHLIN, 2012). 
 Existem vários tipos de processos que são classificados como funções 
executivas, dos quais o controle inibitório vem sendo considerado uma das mais 
importantes, pois envolve a capacidade de controlar a atenção, o comportamento, os 
pensamentos e as emoções de um indivíduo para que este foque em fazer o que é 
mais apropriado ou necessário no momento, inibindo tomadas de decisões 
impulsivas, respostas prepotentes e pensamentos desagradáveis. Sem essa 
capacidade de inibição, o indivíduo estaria sujeito a pensar/agir impulsivamente, 
dando respostas condicionadas a estímulos do ambiente e à tarefaque está 
desenvolvendo. Assim, o controle inibitório permite a escolha adequada de 
comportamentos e pensamentos que são necessários para o alcance do objetivo 
que se quer atingir (DIAMOND, 2013). 
 O controle inibitório inclui o controle de interferência e o autocontrole. No que 
se refere ao controle de interferência, ao nível da percepção, se tem a atenção 
seletiva, que diz respeito ao atendimento seletivo de estímulos importantes à tarefa 
suprimindo outros estímulos concorrentes. De forma automática e involuntária, 
estímulos diversos, como um movimento visual ou um ruído alto, tendem a atrair a 
nossa atenção, sendo necessário optarmos por ignorar voluntariamente a atenção 
30 
para esses estímulos e atender a outros conforme a intenção desejada (POSNER e 
DIGIROLAMO, 1998; THEEUWES, 1991). Ainda em relação ao controle de 
interferência, a inibição cognitiva é responsável por suprimir representações mentais 
prepotentes como pensamentos ou memórias indesejados, permitindo também o 
esquecimento intencional (ANDERSON e LEVY, 2009) para interferência proativa de 
informações adquiridas anteriormente e retroativas para itens ainda a serem 
apresentados (POSTLE et al., 2004). 
 O autocontrole, como aspecto do controle inibitório, é a capacidade de 
controlar o próprio comportamento e as próprias emoções a serviço do controle de 
comportamento, resistindo a tentações e evitando agir de forma impulsiva. O 
autocontrole também diz respeito a ter disciplina e ser capaz de permanecer na 
tarefa apesar das distrações ou da possibilidade de desistência da mesma para 
fazer outro trabalho ou para se divertir (DIAMOND, 2013). Em última instância, 
envolve o ato de obrigar-se a fazer ou manter-se em algo mesmo que haja outras 
possibilidades de tarefas que possibilitem um prazer imediato em detrimento de uma 
recompensa mais tardia (LOUIE e GLIMCHER, 2010). É essa capacidade que 
permite, por exemplo, que atletas se mantenham focados em provas extenuantes 
como correr uma maratona. Na prática esportiva, a capacidade de manter o foco e a 
concentração, inibindo distrações e mantendo o autocontrole, é de extrema 
importância para execução de tarefas motoras que vão contribuir diretamente para o 
desempenho do atleta (LIAO, MENG e CHEN, 2017; CAMPOS et al., 2019). 
 As funções executivas, incluindo o controle inibitório, estão intimamente 
associadas a circuitos cerebrais que englobam o córtex pré-frontal, o sistema límbico 
e a região do núcleo estriado, de modo que na adolescência, tais funções 
encontram-se imaturas, sobretudo na região do córtex pré-frontal (ZHANG et al., 
2016). É importante observar que é justamente na adolescência em que há uma 
maior ocorrência de comportamentos de riscos e atos impulsivos, devido ao 
desenvolvimento não completo do controle inibitório relacionado à imaturidade 
neural (WILLHELM, 2015; MATA et al., 2010). 
Porém, considerando-se um desenvolvimento normal, a interação entre o 
indivíduo e o ambiente ao longo do período da adolescência permite a intensificação 
do amadurecimento das funções executivas (MUSCATELLO, 2014), sendo sugerido 
na literatura a modulação das FE a partir do contexto afetivo e social (CRONE, 
2009). A diferenciação das FE se torna mais efetiva na adolescência, quando 
31 
comparado com a infância, de modo que a capacidade de controle inibitório, por 
exemplo, se torna mais independente das outras capacidades executivas, embora 
não exista consenso na literatura sobre qual faixa etária ocorreria tal diferenciação 
(PEREIRA et al., 2018). Os adolescentes, portanto, se tornam cada vez mais 
capazes de controlar pensamentos e ações que se alinham aos seus objetivos 
(CRONE, 2009), sendo este período propício para potencialização do controle 
inibitório a partir de estímulos ambientais, sobretudo no contexto esportivo. 
4.3.1. Efeito Stroop 
O teste de Stroop é um teste neuropsicológico que visa avaliar a capacidade 
de controle inibitório do indivíduo. Na versão mais clássica proposta por Stroop 
(1935), os indivíduos são solicitados a lerem três tabelas diferentes: na primeira, 
eles são solicitados a lerem nome de cores (escritas em tinta preta); na segunda, é 
solicitado a nomear mancha de cores diferentes; e na terceira etapa, eles devem 
nomear a cor da tinta ao invés de ler a palavra com o nome de uma cor diferente a 
da tinta (palavra “vermelho” escrita na cor verde). Nessa última etapa, de 
característica incongruente, os sujeitos avaliados devem executar uma tarefa menos 
automatizada (nomear a cor da tinta) enquanto inibem uma tarefa mais automática 
(ler a palavra), sendo esse processo de inibição da resposta automatizada denomina 
de efeito Stroop (STROOP, 1935). 
Neste contexto de estímulos e respostas conflituosas, o tempo de reação para 
as respostas e a taxa de erros/acertos são importantes variáveis para avaliação do 
controle inibitório (STRAUSS, SHERMAN e SPREN, 2006). Contudo, muito métodos 
de pontuação são relatados na literatura e, segundo revisão de Scarpina e Tagini 
(2017), nenhum deles permite uma avaliação completa do efeito Stroop. Assim, os 
autores propõem que o desempenho no teste de Stroop leve em consideração o 
tempo de reação e a precisão das respostas na etapa incongruente, bem como seja 
avaliado o desempenho também nas condições congruentes do teste. 
O Escore de Eficiência Invertido (Inverse Efficiency Score – IES), proposto por 
Townsend e Ashby (1978), apresenta uma relação entre o tempo de reação e o 
percentual de acertos na etapa incongruente como parâmetro para avaliação do 
controle inibitório no teste de Stroop e vem sendo adotado em diversos estudos 
(HUGHES et al., 2014; LI et al., 2016; KHNG et al., 2014). O IES em conjunto com a 
avaliação do tempo de reação em todas as etapas e número de erros cometidos na 
32 
etapa incongruente apontam para uma avaliação mais completa do desempenho 
dos indivíduos no teste de Stroop, conforme sugerem Scarpina e Tagini (2017). 
4.4. AGILIDADE 
A conceituação do termo agilidade vem sendo discutida na literatura. 
Classicamente, é entendido a agilidade como a capacidade de mudar de direção de 
forma rápida e precisa avaliadas rotineiramente por meio de testes pré-planejados. 
Porém, no contexto esportivo a maioria das mudanças de direção dos jogadores 
durante esportes coletivos se dá pela necessidade de resposta a estímulos externos 
como o movimento da bola ou dos adversários e companheiros (SHEPPARD e 
YOUNG, 2006; FARROW, YOUNG e BRUCE, 2005). Diante dessa análise, o 
conceito básico sobre agilidade parece não dar conta de abarcar todos os aspectos 
que envolvem tal capacidade. 
Com a finalidade de ampliar tal conceito, Sheppard e Young (2006) propõe 
que a agilidade seja definida como a capacidade de movimentar todo o corpo de 
forma rápida, mudando de direção ou velocidade para responder a um determinado 
estímulo. A partir dessa ideia, os autores trazem dois componentes importantes para 
a agilidade: um relacionado a processos cognitivos/perceptivos e de tomada de 
decisão e outro relacionado à aspectos físicos/fisiológicos intimamente ligado à 
resposta motora do indivíduo. O primeiro está associado com a capacidade de 
rastreamento visual, conhecimento situacional, reconhecimento de padrões e 
antecipação. Já o componente motor se refere à aceleração/desaceleração e 
velocidade de mudança de direção, influenciados diretamente pelas qualidades 
morfológicas e técnicas dos indivíduos (SHEPPARD e YOUNG, 2006). Šimonek 
(2019) considera a agilidade como uma capacidade motora híbrida e complexa, pois 
depende tanto de aspectos do metabolismo energético (capacidades condicionais) 
quanto de processos que envolvem a participação dos sistemas nervoso e sensorial 
(capacidades coordenativas). 
O desenvolvimento da agilidade contribui diretamente para a melhoria de 
desempenho em diversas modalidades esportivas uma vez que estudos vem 
demonstrandoforte relação entre o desempenho da agilidade e o sucesso esportivo 
de jovens atletas (HENRY et al., 2011; YOUNG et al., 2011). A agilidade, como 
habilidade cognitivo/motora básica e subjacente, torna o aprendizado de novas 
33 
habilidades esportivas mais fácil, permitindo a execução do movimento de maneira 
mais eficiente (SMITH, XIAO e BECHARA, 2012). 
Mesmo que não ocorra de forma linear, a velocidade de mudança de direção 
(componente motor da agilidade) tem uma melhora de desempenho natural ao longo 
da infância e adolescência (PHILIPPAERTS et al., 2006). O pico de desenvolvimento 
dessa capacidade parece ocorrer entre 13 e 14 anos em jovens do sexo masculino, 
momento o qual está relacionado diretamente com o Pico de Velocidade de 
Crescimento. Nessa fase são observadas melhorias na força e na potência 
resultantes do contínuo desenvolvimento neural e aumento nas concentrações de 
andrógenos sexuais (MALINA, BOUCHARD e BAR-OR, 2004). 
No tocante ao desenvolvimento dos processos relacionados à percepção 
durante o início da adolescência, há escassez de estudos que enfoquem o impacto 
do crescimento e maturação no desempenho desses componentes cognitivos da 
agilidade (SHEPPARD e YOUNG, 2006). Todavia, algumas pesquisas vêm 
buscando demonstrar que os processos de percepção e tomada de decisão, assim 
como capacidade de mudança de direção, também melhoram ao longo do processo 
maturacional, sendo responsáveis diretos pela melhoria no desempenho motor 
(GALLAHUE, OZMUN e GOODWAY, 2011). Embora haja essa escassez de 
estudos, fundamentações teóricas postulam que o processo de percepção é 
elemento importante no desenvolvimento da agilidade, pois este processo é 
responsável pela organização, processamento e interpretações de estímulos 
sensoriais os quais serão necessários para a efetiva tomada de decisão e resposta 
motora (ERICKSON, 2007). 
Já o processo de tomada de decisão demora mais tempo para amadurecer, 
tendo em vista a complexidade desse processo que envolve a reação ao estímulo a 
partir de uma decisão que precisa ser tomada em um curto espaço de tempo. Com o 
avançar da maturação os indivíduos aumentam sua capacidade de processamento 
de informações e se tornam mais capazes de separar informações relevantes e 
irrelevantes para uma melhor tomada de decisão (ABERNETHY et al., 2013), 
capacidade intimamente associada ao controle inibitório como visto anteriormente. 
Assim, é possível identificar a adolescência como um período sensível à 
maturação cerebral, sobretudo por conta do desenvolvimento do córtex pré-frontal e 
fortalecimento de circuitos neurais que melhoram a capacidade de resolução de 
problemas mais complexos de forma mais rápida e eficiente (ARAIN et al., 2013). 
34 
Aliado à maturação cerebral, a ampla gama de experiências em diferentes 
atividades físicas e esportivas proporcionarão o desenvolvimento de processos 
especializados de tomada de decisão (CASEY et al., 2005). 
4.4.1. Avaliação da Agilidade 
A partir do conceito indicado por Sheppard e Young (2006) algumas 
propostas de avaliação da agilidade vem surgindo, mas algumas delas vem sendo 
questionadas devido a sua validade ecológica, pois os estímulos apresentados são 
inconsistentes com aqueles encontrados na prática esportiva (NIMPHIUS et al., 
2018; SHEPPARD et al., 2006). Assim, Sheppard et al. (2006) buscaram validar um 
teste de agilidade utilizando um estímulo humano como base para que o avaliado 
mudasse de direção em resposta ao movimento de uma pessoa, avaliando assim as 
habilidades perceptivas e antecipatórias de forma mais ecológica. Contudo, a 
variação nos padrões de movimento da pessoa utilizada como estímulo pode acabar 
influenciando nos resultados dos testes, pois ela dificilmente manteria os padrões de 
movimento repetidas vezes ao longo da aplicação do teste (YOUNG et al., 2011). 
Buscando sanar essa limitação, Young et al. (2011) propôs um teste de 
agilidade a partir de estímulos específicos do esporte, no caso o futebol, utilizando-
se vídeos de um jogador de futebol fazendo movimentações e mudanças de direção 
projetados em uma tela a frente do avaliado que deverá responder ao movimento 
conforme as orientações repassadas. Comparado a métodos de estímulos com 
setas ou de mudança de direção planejadas, a avaliação da agilidade a partir de 
estímulos de vídeos previamente gravados e específicos do esporte, tal como o 
proposto acima, surgem como alternativa confiável para avaliar o desempenho da 
agilidade (FARROW, YOUNG e BRUCE, 2005; SERPELL, FORD e YOUNG, 2010; 
YOUNG et al., 2011; HENRY et al., 2011). 
 
 
35 
5. MATERIAIS E MÉTODOS 
5.1. TIPO DE PESQUISA 
O presente estudo caracteriza-se como uma intervenção controlada, 
randomizada, com amostra intencional e não probabilística e com emprego de 
análise comparativa entre as variáveis. 
5.2. AMOSTRA 
 Participaram do estudo 16 indivíduos, escolhidos de forma não probabilística 
e por conveniência, da turma sub-15 de uma escola de futebol particular. A amostra 
é composta por jovens com faixa etária entre 12 e 16 anos que participam dos 
treinos de futebol ministrados pelo mesmo professor, duas vezes por semana, em 
sessões de 01h30min cada. 
 No início da pesquisa, a amostra foi dividida e alocada em dois grupos de 
forma randômica: 
 (1) Grupo Controle – GC: grupo de controle cujo alunos participaram apenas 
dos treinos de futebol; 
 (2) Grupo Intervenção – GINT: grupo de alunos que participaram das 
intervenções com o Treinamento Neuromuscular Integrativo (INT), além da 
participação nos treinos de futebol. 
 
Figura 1. Fluxograma de distribuição de amostragem nos grupos 
intervenção e controle. 
36 
O recrutamento dos sujeitos se deu inicialmente com o convite aos indivíduos 
para participarem da pesquisa, momento no qual foi explicado também aos 
responsáveis legais maiores de 18 anos toda a logística e metodologia do trabalho, 
como os procedimentos de coletas, os testes aplicados, as rotinas de intervenção e 
os riscos e benefícios decorrentes da participação dos sujeitos. Para os jovens e 
responsáveis que demonstraram interesse em participar do estudo foram entregues 
o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e o Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido (TCLE), respectivamente. Foi delimitado um período de no 
máximo 15 dias para entrega dos termos assinados, iniciando-se a pesquisa com 
aqueles que deram retorno dos termos assinados. Durante esse período os jovens e 
responsáveis tiveram total acesso à equipe da pesquisa para esclarecimento de 
dúvidas sobre o estudo, seja de forma presencial ou por telefone. 
 A pesquisa adotou todas a normas e diretrizes aprovadas pelo Comitê de 
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-UFRN) – 
parecer nº 4.703.660, em consonância com a Declaração de Helsinki (2013) e 
Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. 
5.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 
 A inclusão dos sujeitos na pesquisa se deu com base nos seguintes critérios: 
 Faixa etária entre 12 e 16 anos; 
 Ser voluntário para participar da pesquisa; 
 Não apresentar problemas de saúde física ou mental que inviabilize a 
realização dos exercícios e testes; 
 Participar efetivamente dos treinos de futebol na escolinha. 
Foram utilizados como critérios de exclusão do estudo o participante que se 
enquadrou em um dos itens abaixo: 
 Esteve inserido em alguma outra prática desportiva formal; 
 Teve frequência de participação nas intervenções abaixo de 75%; 
 Não compareceu em alguma etapa das avaliações e testes. 
37 
5.4. PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS 
5.4.1. Avaliação do nível de atividade física 
 O nível de atividade física foi avaliado através de monitoramento das 
atividades físicas diárias, utilizando-se acelerômetros triaxiais (ACTIGRAPH® GT3X-
BTLE, Pensecalo, FL) com uma taxa de frequência de 100Hz. Os acelerômetros sãosensores de movimento eletrônicos capazes de monitorar a quantidade, a frequência 
e intensidade de movimentos de um indivíduo ao longo de um período. Dessa forma, 
sua utilização permite a medição objetiva da quantificação de atividade física 
registrada em intervalos de epoch do aparelho, em set de 1 segundo e com saídas 
expressas em counts/min conforme recomendado por Evenson et al., (2008). 
Os participantes do estudo receberam o aparelho antes da primeira avaliação, 
e o utilizaram no lado direito do corpo na altura do quadril, através de um cinto 
elástico ajustável por um período contínuo de sete dias (incluindo final de semana), 
pelo menos por 10 horas diárias (TROST et al., 2005; TROIANO et al., 2008; DAVIS 
et al., 2011). Junto ao acelerômetro, foi entregue um diário de registro, no qual os 
sujeitos foram instruídos a preencher os horários e os motivos pelos quais tiveram 
que retirar o aparelho (por exemplo, durante o banho e o sono). Eles foram 
orientados a somente retirar o aparelho quando forem praticar atividades aquáticas e 
tomar banho. Todas as informações em relação ao funcionamento do acelerômetro, 
como utilizá-lo e as demais recomendações necessárias foram repassadas no dia da 
entrega e por meio de panfleto informativo entregue junto ao aparelho. Tanto a 
entrega, como a devolução foram feitas pessoalmente na própria escolinha. 
Os dados foram produzidos pela magnitude vetorial a partir dos valores 
apresentados por cada um dos três eixos (X, Y e Z), gerando um resultado referente 
à magnitude e tempo das atividades físicas praticadas pelos adolescentes ao longo 
do período de coleta das informações. Os dados foram tratados como válidos a 
partir da colocação do aparelho até o final do uso dentro dos sete dias programados. 
A definição de não uso do acelerômetro foi estipulada a partir do registro de 
nenhuma quantidade de movimento por um período acima de 60 minutos. 
Como já mencionado, o acelerômetro registra uma quantidade de movimento 
ao longo de um período expresso em counts/min. Desse modo, os pontos de cortes 
adotados para definição do nível de atividade física para os jovens foram: 0-100 
counts/min para comportamento sedentário; 101-2292 counts/min atividades leves; 
38 
2293-4008 counts/min para atividades moderadas; e acima de 4009 counts/min 
atividades vigorosas (EVENSON et al., 2008). 
 Os dados foram extraídos do acelerômetro realizando o download pelo 
Software Actilife verão 6 13.3.2 e armazenados para análise e tratamento em 
planilha do Excel®, gerando informações sobre o padrão de movimento (quantidade 
de counts), níveis de atividade física (sedentário, leve, moderada ou vigorosa) e 
comportamento sedentário (tempo sem movimentação, breaks e bouts). Os dados 
foram mensurados e tratados com base na média ponderada dos sete dias, levando-
se em consideração expressas em média e desvio padrão. Foi utilizado o Software 
Actilife verão 6 13.3.2 para análise dos dados. 
5.4.2. Variáveis antropométricas (estatura, altura tronco-encefálica, comprimento de 
membros inferiores e massa corporal) 
 As variáveis antropométricas foram coletadas seguindo a padronização da 
International Society for Advancement in Kinanthropometry – ISAK (MARFELL-
JONES et al., 2006). A aferição da estatura foi realizada por meio de estadiômetro 
vertical com 210 cm de comprimento e precisão de 0,1 cm. Para a aferição da 
estatura tronco-encefálica foi utilizado um estadiômetro de 120 cm de comprimento e 
precisão de 0,5 cm e um banco de 50cm para que o indivíduo pudesse sentar-se 
sem encostar os pés no chão. O comprimento dos membros inferiores se deu pela 
diferença entre os valores aferidos para estatura e altura tronco-encefálica. A 
medição da massa corporal foi realizada por uma balança de plataforma digital 
(Welmy, São Paulo, SP, Brasil), nivelada, calibrada e graduada de zero a 150kg, 
com precisão de 0,1kg, e resultado expresso em quilogramas. 
5.4.3. Avaliação da maturação somática 
 Conforme os procedimentos e equação descritos por Mirwald et al. (2002), a 
estimativa dos anos para o Pico de Velocidade de Crescimento (aPVC) em 
adolescentes foi calculada a partir dos dados antropométricos coletados: idade 
cronológica em anos (IC); massa corporal em quilogramas (MC); estatura em 
centímetros (EST); estatura tronco-encefálica em centímetros (ETE); e comprimento 
de membros inferiores em centímetros (CMI). A partir desses dados, aplicou-se as 
seguintes fórmulas: 
 
 
39 
 
aPVC (feminino) = –9.376 + [0.0001882 x (CMI x ETE)] + [0.0022 x (IC x CMI)] 
+ [0.005841 (IC x ETE)] – [0.002658 x (IC x MC)] + [0.07693 x (MC/EST)] 
aPVC (masculino) = –9.236 + [0.0002708 (CMI x ETE)] – [0.001663 (IC x CMI)] 
+ [0.007216 (IC x ETE)] + [0.02292 (MC/EST)] 
Os valores resultantes da equação predizem o nível maturacional do 
adolescente ao estimar, em anos, a distância que o indivíduo está do PVC. 
5.4.4. Teste de Stroop Computadorizado (TSC) - TESTINPACS 
 Para avaliar a capacidade de controle inibitório e o desempenho cognitivo dos 
sujeitos utilizou-se o Teste de Stroop Computadorizado – TESTINPACS, que é um 
software de palavras e cores utilizado para avaliar a capacidade executiva de 
controle inibitório a partir do conflito gerado pela oposição entre palavras e cores 
(CÓRDOVA et al., 2008). 
 O TSC é realizado em três etapas e as questões apresentadas no teste são 
congruentes (1ª e 2ª etapas) seguidas de uma etapa de questões incongruentes. 
Antes de cada etapa, o sujeito é familiarizado com o teste e antes de se submeter a 
cada condição é feito um rememoramento. Os dedos indicadores das mãos ficaram 
sobre os botões do teclado que representam as setas esquerda (←) e direita (→), as 
quais eram acionadas conforme estímulo apresentado na tela do computador. 
Na primeira etapa (com questões congruentes), são apresentados no centro 
do monitor à frente do avaliado, retângulos coloridos nas cores verde, azul, preto ou 
vermelho e abaixo duas alternativas de resposta correspondentes ou não a cor do 
retângulo (Figura 2-A), devendo ser selecionado o nome da cor correspondente. Na 
segunda etapa (também de questões congruentes), os estímulos e respostas 
aparecem em formato de palavras brancas, devendo o sujeito acionar a resposta 
coincidente entre a palavra no centro do monitor e a alternativa abaixo (Figura 2-B). 
Já na etapa três as questões são incongruentes, as palavras não representarão 
necessariamente a cor com a qual estão coloridas. Assim, o avaliado será instruído 
a escolher a alternativa correspondente à cor da palavra, inibindo a resposta da 
identidade da palavra (Figura 2-C). 
40 
 
Figura 2. Modelo de visualização do TSC – TESTINPACS. (A) Etapa 1 (congruente) com resposta 
adequada a opção “Verde”; (B) Etapa 2 (congruente) com resposta adequada a opção “Preto”; (C) 
Etapa 3 (incongruente) com resposta adequada a opção “Azul”. 
 
O indivíduo teve que, utilizando as setas, indicar a resposta que julgar correta 
nas três etapas, computando como correta as questões que apresentam resposta 
coincidente ao estímulo apresentado. Em todas as etapas foram registrados a média 
do tempo de reação (TR) em milissegundos (ms). Para a etapa 3 (incongruente), 
relacionado a inibição da resposta (controle inibitório), além da média do TR também 
foram registrados a quantidade de erros (n) cometidos e calculado o Escore de 
Eficiência Invertido (Inverted Efficiency Score – IES) a partir da relação entre a 
média do TR e o percentual de acertos alcançados na fase incongruente. 
Os sujeitos foram submetidos a dois blocos (um de rememoramento e outro 
para registro dos dados) com 12 questões automáticas e aleatórias em cada etapa, 
com intervalo de um minuto entre os blocos, totalizando um tempo total estimado do 
teste entre 3 e 5 minutos. 
5.4.5. Teste de Agilidade com Utilização de Vídeo (VAT) 
Validado por Young et al. (2011), o Teste de Agilidade com utilizaçãode 
Vídeo (Video-based Agility Test – VAT) é um teste que consiste em solicitar que o 
avaliado reaja a um passe realizado por um jogador em um vídeo projetado em uma 
tela de 2 x 2 metros. No vídeo, o jogador aparece conduzindo uma bola em linha 
reta e, em um determinado momento, executa um passe lateral mudando de direção 
para direita ou para esquerda de forma aleatória em cada vídeo. Os avaliados foram 
instruídos a avançarem em linha reta e reagissem ao passe do jogador no vídeo 
tentado interceptá-lo, tal como em uma situação real de jogo, movendo-se o mais 
rápido possível na mesma direção do passe executado. 
 A inicialização do teste se deu através de sinal sonoro, por meio de um 
sistema de fotocélulas (Speed Test 6.0 Standard, Cefise, Nova Odessa, SP, Brasil), 
concomitantemente com a reprodução do vídeo em tela através de um notebook 
(Samsung Book E-30, Samsung Electronics Co., Ltd., Seul, Coreia do Sul) e um 
41 
projetor de vídeo (Epson Powerlite X39, Seiko Epson Corporation, Nagano, Japão) 
conectados por cabo HDMI. Após o sinal sonoro, o participante realizava um sprint 
em linha reta de aproximadamente quatro metros mudando de direção assim que 
percebe o passe do jogador no vídeo, buscando acompanhá-lo, e percorrendo 
aproximadamente mais quatro metros em direção ao portão de saída. No portão de 
saída estava posicionada uma fotocélula que registrava a passagem do avaliado e 
enviava à maleta na mesa de controle o tempo total gasto desde o sinal sonoro até a 
passagem no portão de saída em milissegundos. Todo o teste foi gravado por uma 
câmera de alta velocidade (Canon EOS REBEL T5i, Canon Inc., Tóquio, Japão) 
colocada cinco metros atrás da zona de teste para que fosse possível obter e 
analisar os dados de vídeo posteriormente. A esquematização do teste está 
elucidada visualmente na figura 3. 
 
Figura 3. Esquematização do Teste de Agilidade com utilização de Vídeo. 
42 
 Os avaliados foram submetidos a uma tentativa de familiarização em cada 
sessão de teste e em seguida realizaram três tentativas com trinta segundos de 
descanso entre elas, sendo utilizado como resultado a média entre elas, conforme 
realizado também no estudo de Young et al. (2011). Para cada participante foram 
dadas instruções padronizadas que consistiram em informar que haveria uma 
tentativa de familiarização com o teste seguida de três tentativas válidas. Em 
seguida, foi dado um sinal de “prepara-se” para que o avaliado se posicionasse na 
linha de saída e fica-se parado até o sinal sonoro. Foi orientado que após o sinal 
sonoro e concomitante início do vídeo, o participante deveria deslocar-se ao 
encontro do jogador no vídeo o mais rápido possível acompanhando sua mudança 
de direção junto com a bola a fim de interceptá-lo até a passagem no portão de 
saída, como se fosse uma situação real de jogo. Se for cometido um erro e o 
participante errar a direção de deslocamento, ele deveria se recuperar durante o 
movimento e correr para o portão de saída correto. 
 As análises e dados obtidos dos vídeos foram feitos no formato bidimensional 
(2D) utilizando-se um editor de vídeo (Sony Vegas Pro 13.0; Sony Creative Software 
Inc., Middleton, WI, EUA) para visualização de cada frame da filmagem feita a cada 
33 milissegundos, obtendo-se em cada tentativa do avaliado as seguintes variáveis 
(todas registrada em milissegundos): 
 Tempo de percepção e tomada de decisão: período correspondente ao início 
do passe da bola do jogador do vídeo até o instante em que o avaliado 
posiciona o pé de apoio para mudança de direção a fim de acompanhar o 
jogador na tela. Foi considerado como pé de apoio o primeiro contato do pé 
do avaliado com o chão que deu início ao movimento dele em direção ao 
portão de saída correto para a tentativa; 
 Tempo de resposta do movimento: intervalo de tempo que vai desde o apoio 
do pé do avaliado para mudança de direção até a sua passagem pelo portão 
de saída (fotocélula); 
 Tempo total: somatório do tempo de percepção e tomada de decisão e o 
tempo de resposta do movimento. 
Para participação no dia do teste, foi solicitado aos sujeitos que eles 
evitassem práticas de exercícios físicos extenuantes, bem como mantivessem uma 
alimentação e hidratação adequadas. Os vídeos projetados durante as sessões de 
teste foram gravados em um campo de futebol e tiveram a participação de um 
43 
jogador com características semelhantes às da amostra desse estudo, a fim de se 
reproduzir uma simulação de jogo ainda mais próxima do real. Na gravação, pediu-
se para o jogador conduzir a bola por aproximadamente seis metros em direção à 
câmera, efetuando um passe lateral e consequente mudança de direção para direita 
ou para esquerda, o que resultou na gravação de seis videoclipes (três para cada 
lado) com pequenas diferenças entre elas. A partir dos clipes, foram formadas vinte 
combinações com três vídeos em cada combinação sem que houvesse repetição de 
clipes em cada. Duas combinações foram descartadas, pois nelas havia a mudança 
de direção do atleta para o mesmo lado nos três videoclipes, restando assim, 18 
combinações nas quais o jogador muda de direção pelo menos uma vez para o lado 
oposto de outra tentativa. Para cada avaliado, era selecionado aleatoriamente uma 
combinação de videoclipes através de randomização online. 
5.4.6. Intervenção com o INT 
Para a intervenção, os grupos foram divididos da seguinte forma: 
 (1) Grupo de Controle – GC: participou somente dos treinos de futebol 
habituais ministradas e planejadas pelo professor da escolinha sem nenhuma 
intervenção experimental relacionada a pesquisa; 
 (2) Grupo de Intervenção – GINT: o grupo participou do Treinamento 
Neuromuscular Integrativo (INT), no período inicial da sessão de treino, o 
qual incluiu exercícios que trabalham as habilidades motoras gerais, alguns 
adaptados que apresentavam demandas cognitivas ou dupla tarefa, bem 
como exercícios de força, resistência, estabilidade dinâmica com foco na 
região central do corpo (CORE), agilidade e pliometria. Após o trabalho com 
o INT, os sujeitos participavam do restante do treino de futebol. 
As intervenções e acompanhamento dos grupos se deram num período de 12 
semanas, com duas intervenções semanais, ou seja, um total de 24 intervenções no 
espaço de tempo de três meses. A sessão total de treino tinha duração de 01h30min 
e cada intervenção no GINT durou em média 15 minutos aplicada no período inicial 
do treino, sendo: 3 minutos de explicação das atividades e aquecimento e 12 
minutos de exercícios com o INT. O restante do período da sessão no GINT foi 
destinado à aplicação do treino de futebol ministrado pelo professor da escolinha. O 
GC participou integralmente de todo o período de treino ministrado pelo professor da 
escolinha. Estas aulas foram registradas pelo pesquisador em um diário de campo 
44 
para acompanhamento das atividades desenvolvidas e participação dos indivíduos. 
Os treinos de futebol consistiam em um período de aquecimento e exercícios físicos 
gerais no início da sessão (20 minutos); segundo momento dedicado a exercícios de 
fundamentos da modalidade (30 minutos); e, por fim, tempo dedicado ao jogo 
coletivo (40 minutos). Todas as intervenções com o INT foram realizadas por 
profissionais de Educação Física previamente treinados e na própria escolinha. 
A escolha dos exercícios a serem trabalhados com o GINT, teve como base 
os artigos de Faigenbaum et al. (2009), Faigenbaum et al. (2011), Nunes et al. 
(2019) e Menezes et al. (2020) cujo trabalhos focam em treinamentos aplicados 
tanto para atletas, em uma variada gama de esportes, quanto para praticantes 
iniciantes de atividades físicas gerais. Os exercícios envolveram corridas, 
agachamentos, saltos, atividades de equilíbrio, agilidade, atividades de dupla tarefa 
e com demandas cognitivas conforme tabela 1. 
A progressão nos níveis de intensidade, volume e complexidade

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