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1 AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE 1 Sumário INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3 ESPORTES, JOGOS, LUTAS E GINÁSTICAS ................................................ 4 AVALIAÇÃO DE PERFORMACE ..................................................................... 6 AVALIAÇÃO DO ATLETA ............................................................................... 8 CRITÉRIOS CIENTÍFICOS APLICADOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ................. 8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ................................... 9 TESTE ............................................................................................................ 11 AVALIAÇÃO ................................................................................................... 12 EXISTEM QUATRO TIPOS DE VALIDADE ................................................... 14 AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR ........................................................... 15 TREINAMENTO DE FORÇA E POTÊNCIA ................................................... 18 CONCLUSÃO FINAL ...................................................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 23 2 NOSSA HISTÓRIA A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A informação é fundamental para a tomada de decisão na área de saúde. No campo da Avaliação Física até alguns anos atrás, suas informações ainda eram bem escassas no Brasil, não proporcionando aos profissionais desta área de estudo um aprofundamento para o aumento de seus conhecimentos. Atualmente, a Avaliação Física é uma área de vanguarda na pesquisa e do mercado de trabalho, pautada em métodos científicos, oferecendo tecnologias inovadoras para sua utilização e aplicabilidade. O Manual de Avaliação Física foi um trabalho realizado com muita seriedade e competência. A equipe multidisciplinar que assume esta obra, sem dúvida, possui uma larga experiência prática e de intervenção científico- -acadêmica sobre o assunto em questão. Antes de ser uma obra que apenas reproduz, como receitas repetidas de um cardápio, os conhecimentos acerca da avaliação física é uma coletânea de depoimentos acerca de testes e medidas para avaliar as capacidades físicas em diferentes vertentes. Neste sentido, cada autor desta obra dá aos leitores esclarecimentos e técnicas que podem ser aplicados por profissionais da área da saúde, tanto no campo de intervenção como na prática acadêmica. É, portanto, uma peça fundamental, indispensável e séria, uma obra que serve de orientação, a que se pode recorrer com garantias de absoluta qualidade e completa segurança. Com base no exposto, poucos trabalhos têm tratado em conjunto as avaliações físicas necessárias para prescrição do treinamento e os métodos de treinamento, ou seja, não há a união da ciência do treinamento esportivo e da fisiologia do esporte. Deste 4 modo, esta revisão tem por objetivo explanar sobre alguns métodos de avaliação funcional e prescrição do treinamento baseado nos resultados destas avaliações. ESPORTES, JOGOS, LUTAS E GINÁSTICAS Tentar definir critérios para delimitar cada uma destas práticas corporais é tarefa arriscada, pois as sutis interseções, semelhanças e diferenças entre uma e outra estão vinculadas ao contexto em que são exercidas. Existem inúmeras tentativas de circunscrever conceitualmente cada uma delas, a partir de diferentes pressupostos teóricos, mas até hoje não existe consenso. As delimitações utilizadas no presente documento têm o intuito de tornar viável ao professor e à escola operacionalizar e sistematizar os conteúdos de forma mais abrangente, diversificada e articulada possível. Assim, consideram-se esporte as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional. Envolvem condições espaciais e de equipamentos sofisticados como campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues, ginásios, etc. A divulgação pela mídia favorece a sua apreciação por um diverso contingente de grupos sociais e culturais. Por exemplo, os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de Futebol ou determinadas lutas de boxe profissional são vistos e discutidos por um grande número de apreciadores e torcedores. Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que são adaptadas em função das condições de espaço e material disponíveis, do número de participantes, entre outros. 5 São exercidos com um caráter competitivo, cooperativo ou recreativo em situações festivas, comemorativas, de confraternização ou ainda no cotidiano, como simples passatempo e diversão. Assim, incluem-se entre os jogos as brincadeiras regionais, os jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de modo geral. As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade. Podem ser citados como exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê. As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que são um conteúdo que tem uma relação privilegiada com “Conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades ginásticas, esses conhecimento se explicitam com bastante clareza. Atualmente, existem várias técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral. Uma prática pode ser vivida ou classificada em função do contexto em que ocorre e das intenções de seus praticantes. Por exemplo, o futebol pode ser praticado como um esporte, de forma competitiva, considerando as regras oficiais que são estabelecidas internacionalmente (que incluem as dimensõesdo campo, o número de participantes, o diâmetro e peso da bola, entre outros aspectos), com plateia, técnicos e árbitros. Pode ser considerado um jogo, quando ocorre na praia, ao final da tarde, com times compostos na hora, sem árbitro, nem torcida, com fins puramente recreativos. Pode ser vivida também como uma luta, quando os times são compostos por meninos de 6 ruas vizinhas e rivais, ou numa final de campeonato, por exemplo, entre times cuja rivalidade é histórica. Em muitos casos, esses aspectos podem estar presentes simultaneamente. Os esportes são sempre notícia nos meios de comunicação e dentro da escola; portanto, podem fazer parte do conteúdo, principalmente nos dois primeiros ciclos, se for abordado sob o enfoque da apreciação e da discussão de aspectos técnicos, táticos e estéticos. Nos ciclos posteriores, existem contextos mais específicos (como torneios e campeonatos) que possibilitam que os alunos vivenciem uma situação mais caracterizada como esporte. Incluem-se neste bloco as informações históricas das origens e características dos esportes, jogos, lutas e ginásticas, valorização e apreciação dessas práticas. A gama de esportes, jogos, lutas e ginásticas existentes no Brasil são imensas. Cada região, cada cidade, cada escola tem uma realidade e uma conjuntura que possibilitam a prática de uma parcela dessa gama. AVALIAÇÃO DE PERFORMACE A avaliação de performance é uma ferramenta imprescindível no mundo corporativo de hoje. Por meio de diferentes métodos e técnicas, as equipes do setor de recursos humanos elaboram estratégias variadas para fazer o reconhecimento e a avaliação de seus grupos de colaboradores, o que pode contribuir bastante para impulsionar uma empresa na direção certa. 7 Conhecendo os funcionários de uma corporação e tendo claramente definidas as suas tarefas, potencialidades, competências e diferenciais, se torna mais fácil elaborar planejamentos de crescimento e desenvolvimento para a empresa, já que, por meio da avaliação de performance, problemas e soluções podem ser identificados de forma mais imediata. Boa parte das grandes empresas de hoje realizam, anualmente (ou bianualmente), pesquisas extensas entre os seus funcionários, buscando tanto entendê-los melhor em relação a suas aspirações como encontrar problemas frequentes que causam deficiências dentro de equipes específicas. A observação do clima do ambiente de trabalho e do engajamento das equipes de uma empresa também é feita pelo rh, para que a pesquisa tenha visões de diferentes pontos de vista. Além de uma análise focada nos funcionários, as corporações também devem receber feedbacks por parte dos gerentes de cada equipe, e é a partir destas informações combinadas que serão analisadas os resultados individuais de cada colaborador. Em muitos casos, os próprios gerentes e líderes de uma empresa também são analisados neste processo, contribuindo para que mudanças e adaptações que auxiliem no engajamento de times de trabalho sejam realizadas. Cabe a cada empresa decidir sobre a divulgação dos resultados finais desta avaliação aos seus colaboradores, e muitas acabam optando pela não comunicação aos funcionários, em busca de evitar problemas. No entanto, até mesmo a divulgação das questões onde são encontradas falhas na performance de um colaborador podem se transformar em melhorias para a empresa – já que, tendo um feedback de sua atuação, um colaborador pode encontrar soluções para os problemas identificados. Optando pela divulgação de dados, é importante que líderes e gerentes criem um ambiente amigável e aberto para que os resultados sejam debatidos, pois, é justamente a partir deste tipo de reunião que o setor de recursos humanos pode garantir as informações necessárias para inciar planos de ação de melhorias para a empresa ou um grupo determinado. Nesta etapa do processo, é o profissional de rh quem deve captar as ideias, reações e queixas dos colaboradores, para que possa filtrar o que faz sentido entre o que foi 8 debatido e, assim, elaborar as melhores maneiras de resolucionar as adversidades. Além de ser uma boa ferramenta para descobrir problemas e soluções, a análise de performance é a principal metodologia utilizada para que o reconhecimento de funcionários seja realizado, permitindo que o setor de rh ofereça mais motivações e benefícios aos funcionários de maior destaque. AVALIAÇÃO DO ATLETA Aplicados na Educação Física; Avaliação da composição corporal; Bases teóricas da aptidão aeróbica; Testes para avaliação aeróbica; Testes para avaliação anaeróbica; Avaliação muscular; Avaliação da aptidão física em jovens; Avaliação postural; Avaliação motora em esporte adaptado; Interpretação rápida do ECG; Matemática aplicada na Educação Física. CRITÉRIOS CIENTÍFICOS APLICADOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA Por existirem em Educação Física numerosos instrumentos de teste, para se fazer uma escolha é necessário pensar cuidadosamente nos méritos de cada um deles ao 9 selecioná-los. Antes mesmo que um teste possa ser selecionado para um programa de avaliação, devem certificar que ele foi elaborado dentro dos padrões científi- cos, medindo aquilo que se propõe a medir, ou seja, seguindo os critérios de autenticidade científica. A aplicação do conhecimento científico para determinar o tipo e a quantidade de atividades físicas necessárias vai ao encontro das necessidades de cada indivíduo. E neste ponto a ciência do movimento humano tem mostrado um importante avanço nos últimos anos, através de um desenvolvimento contínuo e sistemático. Ao se lidar com a ciência do movimento humano, não se lida apenas com o aspecto físico, mas trabalha-se o desenvolvimento global do homem. O conceito globalidade humana é hoje algo tão firmado e universalmente aceito que é inadmissível manter-se separada a educação intelectual da educação física. Mas como localizar potencialidades e debilidades? Como transformar o deficiente em eficiente? Como ajustar o treinamento à realidade biológica? Como monitorar o seu desenvolvimento? É neste ponto que o processo de medidas e avaliação surge como um elemento de suma importância tanto no treinamento desportivo como no processo educacional. Durante este processo os professores e treinadores devem utilizar-se de instrumentos que o permitirão atingir seus objetivos, com segurança e confiabilidade. Para isso, devem respeitar os critérios de autenticidade científica. Os principais objetivos do processo de medidas e avaliação são: Determinar o processo em que o indivíduo se encontra; Classificar os indivíduos; Reajustar o treinamento; Manter padrões; Motivar. Quando se lida com esta área do saber existem alguns conceitos que a partir da sua compreensão e utilização, tudo mais depende. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 10 Os Parâmetros Curriculares Nacionais consideram que a avaliação deve ser algo útil, tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem e tornálo cada vez mais produtivo. Tradicionalmente, as avaliações dentro desta área se resumem a alguns testes de força, resistência e flexibilidade, medindo apenas a aptidão física do aluno. O campo de conhecimento contemplado por esta proposta vai além dos aspectos biofisiológicos. Embora a aptidão possa ser um dos aspectos a serem avaliados, deve estar contextualizada dentro dos conteúdos e objetivos, deve considerar que cada indivíduo é diferente, que tem motivações e possibilidades pessoais. Não se trata mais daquela avaliação padronizada que espera o mesmo resultado de todos. Isso significa dizer que, por exemplo, se um dos objetivos é que o aluno conheça alguns dos seuslimites e possibilidades, a avaliação dos aspectos físicos estará relacionada a isso, de forma que o aluno possa compreender sua função imediata, o contexto a que ela se refere e, de posse dessa informação, traçar metas e melhorar o seu desempenho. Além disso, a aptidão física é um dos aspectos a serem considerados para que esse objetivo seja alcançado: o conhecimento de jogos, brincadeiras e outras atividades corporais, suas respectivas regras, estratégias e habilidades envolvidas, o grau de independência para cuidar de si mesmo ou para organizar brincadeiras, a forma de se relacionar com os colegas, entre outros, são aspectos que permitem uma avaliação abrangente do processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, os critérios explicitados para cada um dos ciclos de escolaridade têm por objetivo auxiliar o professor a avaliar seus alunos dentro desse processo, abarcando suas múltiplas dimensões. Também buscam explicitar os conteúdos fundamentais para que os alunos possam seguir aprendendo. 11 TESTE Instrumento de ampla aceitação, quando aplicados com vigor e interpretados prudentemente, os testes são umas das muitas técnicas utilizadas por psicólogos e professores. Prova definida, que implica realizar determinada tarefa, idênticas para todos os sujeitos examinados, com uma técnica bem precisa para a apreciação do resultado. Então podemos entender como teste: instrumento científico, de valor diagnóstico, que implica uniformidade nas condições de aplicação e correção e que vem sempre acompanhado de normas para sua interpretação. TIPOS DE TESTE a) Teste de eficiência – estuda aspectos cognitivos como: inteligência, aptidões. b) Teste de personalidade – estuda aspectos conativos e afetivos como: caráter, afetividade. MEDIDA Técnica de avaliação que usa procedimentos precisos e objetivos, resultando em uma resposta que pode ser expressa numericamente. A medida assume duas formas: a qualitativa e a quantitativa. Logo, pode ser vista como uma técnica de avaliação que se vale de procedimentos precisos e objetivos, dos quais resultam dados quantitativos e que, geralmente, expressam um resultado em uma forma numérica. Há, contudo, situações em que a resposta não pode ser plenamente quantificada, mas julgada a partir de alguns parâmetros. 12 Manual de Avaliação Física 2ed MIOLO.indd 20 12/04/2012 14:26:45 21 Como quantificar a motivação, atenção e outros elementos deste tipo? Podemos qualificálos de forma gradativa como: bom, regular e ruim, a partir de parâmetros comparativos que diminuam a interferência da subjetividade. Qualifi cações estas serão utilizadas como resposta do teste, de uma forma objetiva, sendo assim consideradas medidas qualitativas. ANÁLISE Comparando-se resultados, pode-se determinar a realidade dos elementos que compõe o grupo em relação à totalidade ou comparar grupos entre si, permitindo determinar pontos fortes e fracos, positivos e negativos, estabelecendo-se a realidade do trabalhado em um momento. As classificações dos resultados de um aluno ou de um atleta em um determinado momento são consequências de uma análise de resultados. AVALIAÇÃO Processo que utiliza técnicas de medidas; quando aplicadas resultam em dados quantitativos ou qualitativos, que são utilizados por comparação com critérios preconcebidos (5). A avaliação é um recurso que se aplica ao avaliado e ao processo, podendo ser um indicador quantitativo ou qualitativo, utilizando elementos objetivos ou subjetivos empregados para comparação de resultados (6). Não deve ser encarada como produto de um momento, mas sim de período, possibilitando reajustar o programa a fi m de atingir o objetivo almejado. 13 TIPO DE AVALIAÇÃO Avaliação Diagnóstica – Análise dos pontos fortes e fracos do atleta, aluno ou equipe, em relação a determinada característica. Avaliação Formativa – Informa sobre o progresso dos indivíduos, no decorrer do processo ensino-aprendizagem, indicando ao professor o grau de aprendizagem do aluno. Avaliação Somativa – Soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com intuito de obter o progresso do aluno. SELEÇÃO DOS TESTES Depois de determinar o porquê e o que medir ou testar devemos selecionar o melhor teste. Os testes selecionados deverão ter parâmetros aceitáveis para efetuar a tomada de decisão. Deve-se verificar sempre a validade, fidedignidade e objetividade dos testes propostos (1). Durante o processo avaliativo é muito importante que o professor de educação física utilize-se de instrumentos ou testes que lhe permitirão atingir seus objetivos com segurança e consistência. VALIDADE Indica se o teste mede aquilo que deve ou pretende medir, ou seja, é a segurança da interpretação dos resultados do teste. Na educação física existem inúmeros instrumentos de teste; para se fazer uma escolha, é necessário estudar cuidadosamente os objetivos de cada um deles ao fazer sua seleção . Para garantir uma interpretação adequada, o professor deve conhecer o tipo de validade que o teste propõe. 14 EXISTEM QUATRO TIPOS DE VALIDADE Validade Lógica – é subjetiva e não é expressa por valores numéricos. Entretanto, ela é considerada como um pressuposto para outros tipos de validade muito utilizada na área de educação física. Ela é invocada quando a medida obviamente retrata a performance que está sendo medida. Validade por Conteúdo – assim como a validade lógica, não pode ser expressa por valores numéricos. É muito utilizada nas avaliações curriculares das unidades de ensino de 1º e 2º graus, ou seja, é uma relação de ensinar e testar. Resume-se quase que exclusivamente à aprendizagem em ambientes educacionais. Logo, um teste tem validade por conteúdo se amostrar adequadamente o que foi abrangido no curso. Validade por Critério – é a comparação entre os escores do teste proposto com a medida padrão, pois usa uma medida critério ou teste padrão conhecido e que já possua autenticidade científica comprovada; é expressa matematicamente, através de um coeficiente de correlação. A validade por critério dividiu-se em validade concorrente e por predição. Validade Concorrente – é a relação dos escores de um teste proposto com um outro teste, chamado padrão, por ter comprovada a sua validade. Utilizada quando se deseja substituir um teste longo ou complexo, por um outro teste curto e de fácil aplicação. Validade por Predição – utilizada pelos professores de educação física quando se deseja prever resultados futuros de um indivíduo em uma característica ou habilidade específica. Comprova através de um coeficiente de correlação que irá estabelecer uma relação entre teste proposto e a medida critério, é influenciada pelo tamanho da amostra e pelo erro padrão estimado. Validade por Construção – é entendida como grau no qual o teste mede uma característica, ou constructo que não pode ser diretamente medido, relacionando-se os resultados do teste com algum comportamento. Constructo – nome que se dá a características que não podem ser medidas, como: personalidade, estresse etc. A validade por construção é dada através de métodos diferenciados e cada um destes é mais apropriado a determinada situação. 15 FIDEDIGNIDADE É a possibilidade de repetição de uma medida. Um teste não pode ser válido ser não for fi dedigno. A fidedignidade indica até que ponto as diferenças individuais nos resultados dos testes podem ser atribuídas a erros ocasionais de medida, e até que ponto elas revelam diferenças intrínsecas nos atributos em consideração. Ela pode ser interpretada através de um coeficiente de correlação que será obtido pela concordância dos resultados dos testes . Se você não confiar em que testes sucessivos produzam os mesmos valores,então não podemos confiar no teste. A fidedignidade é expressa por um coeficiente de correlação, que varia de 0,00 a 1,00. Quanto mais próximo de 1,00 menor variação de erro é refletida pelo resultado. OBJETIVIDADE É o grau de concordância com o qual vários indivíduos marcam os mesmos resultados no teste, ou seja, é a ausência da influência do avaliador nos resultados do teste, que são expressos através de um coeficiente de correlação (1), seguindo os mesmos procedimentos e valores da fidedignidade. COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (R) Conhecido como grau de concordância entre duas variáveis. A correlação entre variáveis pode denotar a existência de uma associação ou pode dar uma indicação do grau com o qual as duas variáveis estão envolvidas. Quanto mais altos forem os coeficientes de correlação para validade, fidedignidade e objetividade, sua avaliação terá maior confiabilidade (Tabela 2.1). AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR 16 Para Weineck21, força máxima pode ser definida como a maior força que o sistema neuromuscular pode exercer através de contração voluntária máxima, ocorrendo (dinâmica) ou não (estática) movimento articular. O treinamento resistido promove aumento da força máxima, e este aumento seria devido ao incremento da secção muscular transversa, aumento da sincronização e dos disparos nervosos das unidades motoras, e diminuição do fenômeno de co-contração22. Pesquisas têm sido realizadas na tentativa de desenvolver métodos de avaliar a força máxima em atletas de maneira confiável, válida e fidedigna, visto que esta capacidade física é pré-requisito para o sucesso em muitos esportes de competição, e o aumento da força é objetivo principal do treinamento resistido23. Porém, um dos problemas encontrados é o da especificidade do movimento, visto que as avaliações são realizadas em aparelhos típicos de musculação, fugindo dos padrões de movimentos dos esportes. O teste mais comumente utilizado e pesquisado é o de uma repetição máxima (1RM), que foi definido por Pereira & Gomes24 como a maior carga que pode ser movida por uma amplitude específica de movimento uma única vez e com padrão de movimento correto. No que tange à confiabilidade do teste de 1-RM, Dias et al.23, verificaram nas suas revisões que vários estudos demonstraram níveis moderados e até mesmo elevados de correlação intraclasses no teste-reteste. 17 Segundo Dias et al., esta não seria a melhor análise destes dados, visto que neste mesmo estudo foi encontrado um nível elevado de correlação entre o primeiro dia de teste da 1-RM e o quarto dia, mas quando utilizado o procedimento de plotagem de Bland e Altman, um recurso estatístico que permite a análise da concordância entre as medidas obtidas nas diferentes sessões de testes de 1-RM, ficou evidente que mesmo em indivíduos treinados (mais de seis meses), seria necessário um tempo de familiarização com o teste para que não se tire conclusão equivocada, e este tempo estaria por volta de 3 sessões para os exercícios agachamento e supino, e 2 sessões para o exercício rosca bíceps. Contudo, este trabalho utilizou praticantes recreacionais de musculação com mais de seis meses de experiência, e não atletas que visam alta performance, o que pode resultar em dados diferentes do acima exposto. A intensidade do exercício geralmente é determinada através do percentual da carga máxima em uma única repetição (1-RM), ou estipulada pelo número de repetições máximas e este fato faz com estes testes sejam aplicados a atletas, na tentativa de quantificar o volume e a intensidade de treinamento, além do teste de 1RM ser de fácil aplicação, com baixo custo operacional e seguro. Alguns estudos utilizam o teste de 1-RM na avaliação da força máxima nas condições pré e pós-treinamento de atletas de alto rendimento. Dentre estes estudos, Azevedo et al.27 utilizaram esta metodologia no estudo de caso do atleta Mario Sabino, quando este atleta alcançou a primeira colocação nos jogos PanAmericanos e terceira colocação no mundial de judô, ambos no ano de 2003. Foi verificado que a força de 1-RM nos exercícios de agachamento e supino aumentou com o decorrer do treinamento, e que esta variável pode ter sido importante para que os objetivos fossem alcançados. Este dado mostra a importância da avaliação da capacidade física força em atletas de judô de alto nível. 18 TREINAMENTO DE FORÇA E POTÊNCIA Nos últimos anos o treinamento de força tem sido mais bem estudado por pesquisadores das Ciências do Esporte, devido a sua influência no aumento de força máxima, potência e capacidade de endurance. Através de uma meta-análise Rhea et al., identificaram a relação dose/resposta, através do procedimento estatístico do tamanho do efeito, para a correta prescrição do treinamento resistido e melhores ganhos de força. Para sujeitos treinados, foi verificado que a intensidade de treino deve por volta de 80% da 1-RM, 2 vezes por semana, e 4 séries por grupo muscular a cada sessão de treino. No estudo de Hennessy e Watson39 os autores dividiram 41 sujeitos, atletas de rugby, em 4 grupos: endurance (E), Força (F), endurance + força (E + F), e controle (C), com o objetivo de avaliar possíveis melhoras na força, potência e capacidade de endurance, devido à falta de acordo na literatura sobre um possível efeito negativo em se treinar simultaneamente endurance e força. O grupo E (n=12) treinou corrida 4 vezes na semana, correndo na intensidade correspondente a 70% da freqüência cardíaca máxima prevista pela fórmula 220idade, começando com 20 minutos e evoluindo até 60 minutos na ultima semana; o grupo F (n=9) treinou musculação 3 dias na semana, com carga acima de 70% de 1RM; o grupo E + F (n=10) treinou 5 dias na semana, realizando corrida e musculação no mesmo dia; e o grupo C (n=10) não treinou. O total foi de 8 semanas para todos os grupos. Foi avaliada a porcentagem de gordura corporal, tempo de corrida de 20 metros, salto vertical e consumo máximo de oxigênio estimado. Os autores concluíram que o treinamento E + F produz melhoras na força de membros superiores, mas não de membros inferiores, não obtendo ainda melhoras no salto vertical e velocidade. Já o grupo F obteve ganhos de força, altura do salto vertical e 19 velocidade, enquanto que o consumo de oxigênio se manteve nos níveis de pré- treinamento. O grupo E não demonstrou aumento significativo do consumo de oxigênio quando comparado ao grupo E + F. Os autores concluíram que é preciso cuidado no planejamento de treinamento combinado quando se deseja melhoras nas capacidades de força, potência, velocidade e endurance. Linnamo et al.realizaram um estudo com o objetivo de verificar os efeitos agudos de exercício concêntrico no leg press realizados com a potencia máxima (40 ± 6% da força máxima isométrica) e força de alta intensidade (67 ± 7% da força máxima isométrica). Foram realizadas 5 séries de 10 movimentos em ambos os exercícios com acompanhando de dados eletromiográficos, e apenas de forma concêntrica. Os autores concluíram que exercícios de potência aumentam a ativação das unidades motoras rápidas ou uma diminuição das unidades motoras lentas. Ainda, A frequência de potência média e mediana foi maior nos exercícios de potência do que nos de alta intensidade, além do exercício de potência parecer ter induzido a facilitação do sistema neuromuscular ao invés da fadiga. Estudo interessante foi conduzido por Takarada, Sato e Ishii, em que atletas de elite da modalidade Rugby foram submetidos a treinamento resistido de baixa intensidade. Os sujeitos foram separados em 3 grupos distintos: Grupo controle, que não realizou treino resistido; Grupo baixa intensidade com oclusão vascular (LIO); Grupo baixa intensidadesem oclusão vascular (LI). Os sujeitos do grupo LIO foram orientados a realizar o maior número de repetições possível com carga equivalente a 50% da 1-RM, no exercício de extensão de pernas, com velocidade de 2 segundos para cada ciclo concêntrico-excêntrico, pausa de 30 segundos entre séries, com quatro séries, duas vezes por semana no total de oito semanas. O grupo LI foi orientado a realizar o mesmo número de repetições que o LIO. Os autores concluíram que o treinamento de baixa intensidade combinado com oclusão vascular para atletas de elevada performance promove hipertrofia muscular, aumento da força e da endurance muscular. Este estudo abre uma boa perspectiva, já que o 20 treinamento é realizado com baixa intensidade e com volume baixo de treino, podendo ajudar na prevenção de overtraining. A pesquisa de Liow e Hopkins objetivou estudar a resposta de caiaquistas de velocidade frente ao treinamento resistido realizado de maneira lenta e de maneira rápida. Durante seis semanas os atletas treinaram 2 dias na semana, cada sessão era feita 3-4 séries em 2 exercícios específicos aos movimentos da modalidade em questão, com a intensidade de 80% da 1-RM. Os exercícios diferiram apenas no tempo de execução da fase concêntrica de movimento, sendo o treino lento (n=13) com o tempo de 1,7 segundos, e o treino explosivo (n=13) menor que 0,85 segundos. Comparado ao grupo controle (n=12), tanto o grupo lento como o explosivo aumentaram a força e a performance de sprint. Os autores concluíram que o treinamento a 80% da 1-RM realizado de forma lenta é mais efetivo para aumentar a aceleração, e o treinamento de potência parece ser mais efetivo para a manutenção da velocidade. Um dos meios que tem merecido maior atenção é o treinamento de força especial, que é o treinamento de força com movimentos e características especificas ou mais próximas possível do esporte em questão, com o objetivo de aumentar a capacidade de força em movimentos específicos. A confirmação da eficácia do treinamento de força especial pode ser comprovada através do trabalho de Rezende et al. na modalidade esportiva voleibol, em que os autores relatam que o treinamento físico é feito de maneira a simular as ações motoras de uma partida. Visto a grande expressão do Voleibol brasileiro em campeonatos mundiais e olímpicos nos últimos anos, estes fatos nos permitem concluir que o treinamento especial, tanto de força como de endurance são benéficos e importantes para o ótimo desempenho esportivo. Ebben, em seu artigo de revisão, relata os benefícios do que ele chama de treinamento complexo, que é a combinação de exercícios de força e pliometria numa mesma sessão de treinamento, em que o sujeito deve realizar um exercício de agachamento e logo em seguida exercício pliométrico, com o objetivo de aumentar a potência muscular e consequentemente a performance atlética. 21 O autor relata que este tipo de treino deve ser realizado com pausa de três a quatro minutos entre o exercício de força e o de pliometria, com cinco repetições máximas, sendo mais efetivo em atletas de alta performance. Relatam ainda que o treinamento complexo resulta em aumento de performance de salto, e apresenta também efeito ergogênico nos membros superiores quando realizados exercícios para esta região do corpo. Sintomas e Prevenção de Overtraining A relação inadequada entre volume e intensidade de treinamento, que reflete outro princípio do treinamento, o da interdependência volume x intensidade, junto com períodos inadequados de recuperação entre estímulos de treino e competição pode provocar o fenômeno conhecido como overtraining. Este fenômeno pode ser refletido por alguns sintomas como fadiga crônica, perda de apetite, diminuição da performance, aumento da frequência cardíaca de repouso, infecções freqüentes, distúrbios do sono, dentre outros46. Uma das formas de controlar as cargas de treinamento e prevenir a síndrome do overtraining é através da relação testosterona/cortisol. A testosterona é um hormônio esteróide anabólico relacionado aos processos de anabolismo, já o cortisol é um glicocorticóide que tem função hiperglicemiante e está intimamente relacionado aos processos de catabolismo. Portanto, a razão entre as concentrações sanguíneas de testosterona e cortisol pode servir como indicador da relação anabólica/catabólica do praticante. 22 Em estudo de Vervoorn et al., estes encontraram durante um período de treinamento em remadores fundistas uma diminuição na relação testosterona/cortisol na condição de repouso maior que 30%, o que demonstrou recuperação incompleta entre as sessões de treinamento destes atletas. Quando a relação testosterona/cortisol chega nestes níveis, é necessário que o técnico e o preparador físico reestruturem os períodos de treinamento e permitam um maior período de recuperação entre treinos, e ainda que se atende para a relação volume x intensidade. É necessário um cuidado especial no momento da coleta das amostras sanguíneas, dado que as concentrações de cortisol circulante no sangue são maiores no início da manhã, visto que respondem ao ciclo circadiano. Por este motivo é aconselhado que as coletas sanguíneas sejam realizadas entre 9 e 10 horas da manhã. Segundo Gleeson, alguns marcadores bioquímicos da síndrome do overtraining, além dos hormônios, incluem a glutamina plasmática, que são encontradas em níveis abaixo do normal quando atletas estão com sintomas de overtraining, as creatinas quinase plasmática, uréia plasmática (advindo da degradação da proteína muscular), lactato sanguíneo, dentre outros. CONCLUSÃO FINAL Conclui-se através desta revisão de literatura acerca das metodologias do treinamento esportivo e da avaliação funcional de atletas de alta performance, que existe uma lacuna entre a ciência do treinamento esportivo e a fisiologia do esporte, e 23 que a união destas é necessária para o melhor entendimento dos fatores intervenientes na performance desportiva, e na escolha adequada dos meios e métodos de avaliação funcional do atleta e do planejamento das etapas do macrociclo. E ainda, que há métodos específicos para aprimorar determinadas capacidades físicas, de acordo com os objetivos traçados no inicio do planejamento e baseado nos resultados das avaliações funcionais. Ressalta-se a importância de o treinamento e as avaliações serem sempre o mais próximas da realidade do desporto, respeitando assim o princípio da especificidade, e que a prescrição do treinamento seja feita baseada em resultados de testes fisiológicos individuais, respeitando desta forma o princípio da individualidade biológica. Além disto, recomenda-se a rotineira avaliação de parâmetros bioquímicos que podem inferir um possível estado de overtraining, e assim corrigir/reestruturar os ciclos de treinamento dos atletas. Através destes conceitos, quando respeitados e seguidos, acredita-se que os atletas de alto desempenho possam sempre melhorar e/ou manter o desempenho esportivo em altos níveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – MATHEWS, D. K. 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