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1 LUIZ NAZARENO DE SOUZA AULA PRÁTICA DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS E PARASITOLOGIA CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA PITÁGORAS AMPLI LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Tibau - RN 2023 2 Tibau - RN 2023 AULA PRÁTICA DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS E PARASITOLOGIA Relatório apresentado ao Centro Universitário Anhanguera Pitágoras AMPLI, como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Aula Prática de Zoologia de Invertebrados e Parasitologia do Curso Licenciatura em Ciências Biológicas. LUIZ NAZARENO DE SOUZA 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..........................................................................................................04 1. OBELIA..................................................................................................................05 1.1 CLICO DE VIDA....................................................................................................06 1.2 ESTRUTURA........................................................................................................07 1.3 FILOGENIA...........................................................................................................08 1.4 MATERIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO.......................09 1.5 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO...........................10 1.5.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO...................................................................10 1.5.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO.......................................................................10 1.5.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO.....................................................................11 1.5.4 AVALIANDO O RESULTADO............................................................................11 1.6 RESULTUDO DO EXPERIMENTO.......................................................................11 1.6.1 Comente sobre o ciclo de vida da Obelia...........................................................12 1.6.2 Quais os processos de diferenciação celular em Cnidários?.............................12 2. MOLLUSCA (GASTRÓPODES, BIVALVES E CEFALÓPODES..........................14 2.1 MATÉRIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO......................16 2.2 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO..........................16 2.2.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO...................................................................16 2.2.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO.......................................................................17 2.2.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO.....................................................................17 2.3 RESULTADO DO EXPERIMENTO......................................................................18 2.3.1 Qual a função das brânquias dos mexilhões?................................................18 2.3.2 Com base nos seus conhecimentos, quais doenças podem ser transmitidas aos seres humanos pelos helmintos?..........................................................................18 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................20 REFERÊNCIAS..........................................................................................................22 4 INTRODUÇÃO O estudo da Zoologia de Invertebrados e Parasitologia tem como objetivo estudar a vida dos animais, compreendendo suas espécies e características tais como a estrutura, a fisiologia, evolução e o comportamento desses seres vivos em seu habitat natural. A Zoologia é a área da biologia que estuda a vida dos animais, compreendendo suas espécies e características tais como a estrutura, a fisiologia, evolução e o comportamento desses seres vivos em seu habitat natural. O trabalho de pesquisa tem como objetivo estudo da obélia é um animal marinho que pertence ao filo Cnidaria. Ela possui um ciclo de vida alternado entre duas formas: o pólipo e a medusa. O pólipo é uma forma sésil, que vive fixa no substrato e forma colônias ramificadas. O pólipo se reproduz assexuadamente por brotamento, originando novos pólipos ou medusas. A medusa é uma forma livre- natante, que vive na coluna d'água e tem formato de sino. A medusa se reproduz sexuadamente por fecundação externa, originando larvas ciliadas chamadas plânulas. As plânulas se fixam no substrato e se desenvolvem em novos pólipos, completando o ciclo de vida da obélia. Enquanto a outra parte de estudo é dos Cnidários que são animais que apresentam dois tipos de formas corporais: pólipos e medusas. Essas formas são originadas por processos de diferenciação celular, que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário e também na vida adulta. A diferenciação celular em Cnidários envolve a formação de três camadas germinativas: ectoderme, endoderme e mesogléia. A ectoderme dá origem aos cnidócitos, que são células especializadas na defesa e na captura de presas. A endoderme dá origem aos gastrodermócitos, que são células responsáveis pela digestão. A mesogléia é uma camada gelatinosa que separa as duas camadas celulares e sustenta o corpo do animal. Além desses tipos celulares, os Cnidários também possuem células sensoriais, nervosas, musculares e reprodutivas, que se diferenciam a partir das camadas germinativas. Em virtudes dos fatores mencionados, foi a partir disso, será possível realizar as observações referentes ao dos invertebrados marinhos: Obelia e Cnidários que são cerca de 9 mil espécies vivas descritas, sendo, em sua maioria, animais marinhos que ocupam recifes. De toda a sua diversidade, apenas 220 espécies habitam água doce, como rios, lagos e lagoas. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/zoologia https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/zoologia https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/zoologia https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/zoologia https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-maranhao/zoologia-de-vertebrados-ii-cb/zoologia-e-parasitologia/13154448 https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-maranhao/zoologia-de-vertebrados-ii-cb/zoologia-e-parasitologia/13154448 https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-maranhao/zoologia-de-vertebrados-ii-cb/zoologia-e-parasitologia/13154448 5 1. OBELIA Figura 1 – Obélia. Fonte: Wikipedia – Classificação científica Obelia é um gênero de hidrozoários, uma classe principalmente marinha e algumas espécies de animais de água doce que possuem estágios de pólipo e medusa em seu ciclo de vida. Hydrozoa pertence ao filo Cnidaria, que são organismos aquáticos (principalmente marinhos) de estrutura relativamente simples, com um diâmetro em torno de 1 mm. Existem atualmente 120 espécies conhecidas, com mais a serem descobertas. Essas espécies são agrupadas em três grandes categorias: O. bidentata, O. dichotoma e O. geniculata. O. longíssima foi mais tarde aceito como uma espécie legítima, mas a taxonomia em relação a todo o gênero é debatida. Obelia também é chamada de pele do mar, que tem uma distribuição mundial, exceto nos mares do alto Ártico e da Antártida. E um estágio de espécies de Obelia são comuns no plâncton costeiro e offshore em todo o mundo. Os Obelia são 6 geralmente encontrados a não mais de 200 metros (660 pés) da superfície da água, crescendo em piscinas rochosas intertidais e nas marés baixas extremas das marés vivas. 1.1 CICLO DE VIDA Figura 2 - Ciclo de Vida das Obelias. Fonte: Casa das Ciências - Ciclo de vida de um hidrozoário - A Obelia A colônia de pólipos se reproduz assexuadamente. Durante esta fase da vida, Obelia está confinado a superfícies de substrato. Nas colônias madurasexistem hidrantos individuais chamados gastrozoóides, que podem ser encontrados expandidos ou contraídos, para auxiliar no crescimento deste organismo através da alimentação. Os gonozoóides do pólipo reprodutivo têm botões de medusa. Esses brotos de medusa diferenciam Obelia de outros da família Campanulariidae porque o desenvolvimento começa a partir de um broto dentro da gonoteca. Eventualmente, os botões são perdidos e o desenvolvimento subsequente compartilha semelhanças com outros hidrantes. Outros hidrantes são especializados em defesa. O corpo caulinar principal da colônia é composto por um cenosarc, que é coberto por um perisarco protetor. A próxima geração do ciclo de vida começa quando as medusas são liberadas dos gonozoóides, produzindo machos nadando livremente apenas medusas velum com gônadas, uma boca e tentáculos. A aparência física das medusas velum masculinas e femininas, incluindo suas gônadas, é indistinguível, e o sexo só pode ser determinado observando o interior das gônadas, que conterão espermatozoides 7 ou óvulos. As medusas se reproduzem sexualmente, liberando esperma e óvulos que fertilizam para formar um zigoto, que mais tarde se transforma em uma blástula, depois em uma larva nadadora ciliada chamada plânula. As plânulas nadam livremente por um tempo, mas eventualmente se fixam em alguma superfície sólida, onde iniciam sua fase reprodutiva da vida. Uma vez ligada a um substrato, uma plânula rapidamente se desenvolve em um pólipo de alimentação. À medida que o pólipo cresce, ele começa a desenvolver ramificações de outros indivíduos que se alimentam, formando assim uma nova geração de pólipos por brotamento assexuado. 1.2 ESTRUTURA Figura 3 - Cnidários: estrutura, classificação e reprodução. Fonte: Brasil Escola Ao longo de seu ciclo de vida, Obelia assume duas formas: pólipo e medusa. Eles são diploblásticos, com duas camadas de tecido verdadeiro - uma epiderme (ectoderme) e uma gastroderme (endoderme) - com uma mesogléia gelatinosa preenchendo a área entre as duas camadas de tecido verdadeiro. Eles carregam uma rede nervosa sem cérebro ou gânglios. Uma cavidade gastrovascular está presente onde a digestão começa e depois torna-se intracelular. Eles têm trato digestivo incompleto onde o alimento entra, é digerido e expelido pela mesma abertura. Os cientistas estão tentando identificar suas preferências alimentares, mas experimentos mostraram Obelia se alimentando de crustáceos em condições de laboratório e ciliados. Algumas espécies de Obelia são conhecidas por ingerir tintinídeos e herbívoros microplanctônicos. Durante o estágio de pólipo, a boca está situada na 8 parte superior do corpo, cercada por tentáculos, enquanto durante o estágio de medusa, a boca está situada na extremidade distal da estrutura principal do corpo. Quatro gônadas estão nesta estrutura principal do corpo, ou manúbrio. A comida é apanhada com os tentáculos, depois direcionada para o manúbrio; às vezes, a comida cai diretamente no manúbrio e é consumida dessa maneira. A comida é então distribuída através de um sistema de canais, que consiste em quatro canais radiais e um anel externo. A defesa e a captura de presas são auxiliadas por células pungentes únicas chamadas cnidócitos que contêm nematocistos, que são acionados pelo cnidocil. Tem uma estrutura semelhante a uma crista na margem interna, chamada velum. Se o velum estiver presente, é chamado de medusa craspedota. 1.3 FILOGENIA Figura 4 - Filogenia e Caracterização dos Filos Porífera. Fonte: Silo.Tips Estimativas de tempos de divergência e haplótipos distintos fornecem evidências de refúgios glaciais ao redor da Islândia e sudeste do Canadá. Em um estudo, O. geniculata foi documentado pela primeira vez nessas áreas na década de 1990, mas foi encontrado posteriormente em Massachusetts e no Japão na década de 2000. Existem três clados reciprocamente monofiléticos de Obelia, um ramo para o Atlântico Norte, um para o Japão e um para a Nova Zelândia. Parece haver um haplótipo ancestral que ocorre nas populações do Atlântico Norte de Massachusetts, New Brunswick e Islândia. A população de Woods Hole, MA mostra menos diversidade genética do que a população de New Brunswick. A expansão mais recente desses haplótipos demonstra o movimento para o sul das populações hidróides, possivelmente devido às mudanças climáticas. As populações do Atlântico Norte 9 contêm haplótipos ancestrais, que diferem das populações do Japão e da Nova Zelândia. As populações do Pacífico têm mais diversidade de haplótipos do que todas as quatro populações do Atlântico Norte, o que indica que a população do Atlântico Norte é mais recentemente estabelecida do que a população do Pacífico. A idade mínima estimada da população de New Brunswick é entre 47 e 143 mil anos. Incluindo a população de Massachusetts, esse número está entre 82 e 150 mil anos, mas a Islândia tem a população estimada mais velha com idade mínima variando de 68 a 204 mil anos. Obelia são distinguíveis de outros Campanulariidae de seu tamanho em comprimento e diâmetro, bem como suas cúspides hidrotecais menores e espessura do perisarco relativamente mais fino. Algumas características morfológicas são difíceis de distinguir entre as espécies, portanto, observar uma combinação dessas características ajudará na identificação. Outras características observáveis úteis são o padrão de ramificação das colônias e o comprimento do trofossoma. Existem variações e exceções a estes, o que torna a identificação ainda mais difícil. O. geniculata é caracterizado por um perisarco mais espesso com mais variações que outras espécies de Obelia. O. longíssima possuem ramos de primeira e segunda ordem mais longos, além de maior variação no comprimento das cúspides hidrotecais do que outras do gênero. O. bidentata difere das espécies anteriores por apresentar cúspides hidrotecais mais longas e cilíndricas. 1.4 MATÉRIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO - EPIs; - Microscópio óptico; - Lâminas de: Spongilla, Hydra, Obelia (hidróide), Obelia (medusa), Actinia. 10 1.5 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO 1.5.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO Figura 5 e 6- Conhecendo o microscópio e colocação dos EPIs (jaleco e luvas). O início das atividades começou a localização do microscópio no laboratório e colocando os EPIs necessários o jaleco e as luvas. 1.5.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO Figura 7 e 8 – Ligando e colocando as lâminas no microscópio. Agora vamos ligar o microscópio, movimentando as lentes objetivas e colocar a lâmina para análise. 11 1.5.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO Figura 9 e 10 – A lâmina escolhida na platina do microscópio Foi inserida a lâmina na platina do microscópio para observação das espículas e a gêmula para focalização. 1.5.4 AVALIANDO O RESULTADO Figura 11 – A lâmina de visualização da estrutura da epiderme, a gastroderme de um broto lateral. Realização da visualização das seguintes estruturas: a epiderme, a gastroderme e um broto lateral; os nichos nos indicadores azul e amarelo; os espaços acelulares com mesogléia no indicador branco. 12 1.6 RESULTADO DO EXPERIMENTO 1.6.1 Comente sobre o ciclo de vida da Obelia. A Obelia é um animal marinho invertebrado que pertence à classe Hydrozoa e ao filo Cnidaria. Ela possui um ciclo de vida complexo que envolve duas formas diferentes: o pólipo e a medusa. O pólipo é uma forma fixa que vive em colônias no fundo do oceano. Ele possui duas unidades: o hidrante, que se alimenta, e o gonangio, que se reproduz assexuadamente. O gonangio produz pequenas medusas por brotamento, que se soltam e nadam livremente. A medusa é uma forma móvel que se parece com uma água-viva. Ela possui tentáculoscom células urticantes e se reproduz sexualmente. Ela libera óvulos e espermatozoides na água, que se unem e formam larvas. As larvas se fixam em uma superfície sólida e se desenvolvem em novos pólipos, completando o ciclo de vida da Obelia. 1.6.2 Quais os processos de diferenciação celular em Cnidários? Os cnidários são animais diblásticos, ou seja, formados por dois folhetos embrionários: a ectoderme e a endoderme. Esses folhetos dão origem aos diferentes tipos de células que compõem o corpo desses animais. Os processos de diferenciação celular em cnidários podem ser observados na análise microscópica das suas formas de vida: pólipos e medusas. Os pólipos são formas sésseis, que se fixam no substrato e apresentam uma boca voltada para cima, rodeada por tentáculos. Os pólipos podem formar colônias, como os corais, ou viver isoladamente, como as anêmonas-do-mar. Os pólipos possuem uma camada de epitélio externo, derivada da ectoderme, que protege o corpo e contém os cnidócitos, células especializadas na captura de presas e na defesa. Eles também possuem uma camada de epitélio interno, derivada da endoderme, que reveste a cavidade gastrovascular e é responsável pela digestão e absorção dos nutrientes. Entre as duas camadas de epitélio, há uma mesogleia espessa, que confere sustentação ao corpo. As medusas são formas livres, que se locomovem na água por contrações 13 musculares. Elas apresentam uma boca voltada para baixo, também cercada por tentáculos. As medusas possuem as mesmas camadas celulares dos pólipos, mas com algumas diferenças. A camada de epitélio externo é mais fina e possui células sensoriais e células musculares. A camada de epitélio interno também possui células musculares e forma projeções chamadas de septos, que dividem a cavidade gastrovascular em quatro partes. A mesogleia é muito fina e quase não possui células. Portanto, os processos de diferenciação celular em cnidários estão relacionados com a formação dos folhetos embrionários e com as adaptações das células às diferentes funções e formas de vida desses animais. 14 2. MOLLUSCA (GASTRÓPODES, BIVALVES E CEFALÓPODES) Figura 12 – Exemplo da Classe Mollusca O filo Mollusca compreende alguns dos invertebrados mais populares para nós, como caracóis, lesmas, ostras, mexilhões, polvos e lulas. Esses animais têm grande importância ecológica e econômica (pesca e alimentação, indústria farmacêutica e têxtil), porém algumas espécies (exóticas no Brasil) se tornaram verdadeiras pragas, invadindo e destruindo ecossistemas e provocando imensos prejuízos financeiros, como é o caso do bivalve Limnoperna fortunei, o mexilhão– dourado e o gastrópode terrestre Achatina fulica (caramujo-africano, com cerca de 20 cm de comprimento). Além disso, algumas espécies são hospedeiras de parasitos perigosos para a saúde humana, como o gastrópode Biomphalaria sp. Depois dos artrópodes, os moluscos são o maior grupo de Animalia (±100.000 espécies). Sua origem é marinha, porém alguns grupos de gastrópodes e bivalves conquistaram ambientes estuarinos e dulcícolas; os gastrópodes também colonizaram o ambiente terrestre. Não existe um plano corporal típico para os moluscos, mas, de uma forma geral, o corpo está dividido em: cabeça, massa visceral e pé musculoso. Na cabeça, encontramos estruturas sensoriais, como os tentáculos (oculares e tácteis) e uma boca ventral. A massa visceral concentra dorsalmente todos os órgãos. Ao redor dessa massa, existe uma pele espessa, denominada manto, responsável pela produção da concha. Entre a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada 15 cavidade do manto (cavidade palial), onde ocorre a circulação da água pela movimentação dos cílios dos ctenídios (brânquias), em mecanismo de contracorrente. Nesse espaço, também se encontram as aberturas dos sistemas digestório, excretor (nefrídios) e reprodutor. O pé musculoso é ventral, serve para a locomoção e é modificado em cada classe, permitiu aos gastrópodes conquistar o meio terrestre. Os pulmonados terrestres são monoicos (hermafroditas) e, geralmente, a reprodução ocorre com cópula recíproca. Em muitas espécies, porém, ocorre a autofecundação; nesses gastrópodes, uma das gônadas foi perdida e a restante é denominada ovotestis. Essa gônada apresenta características das gônadas femininas e masculinas e geralmente está localizada com a glândula digestiva, dentro da massa visceral. A classe Bivalvia (bi = duas; valvia = placas, valva) (mexilhões, ostras) é a segunda classe mais numerosa (número de espécies) de Mollusca. Os bivalves ocorrem em ambientes aquáticos (marinhos, estuarinos ou dulcícolas). O grupo é caracterizado pela presença de uma concha composta por duas valvas articuladas entre si. Entre suas modificações adaptativas, estão a expansão de cavidade do manto abrigando os ctenídios, a redução da cabeça e o pé com forma espatulada, mais evidente nos bivalves escavadores, como Donax sp. A rádula foi perdida e o corpo sofreu uma compreensão lateral (característica única para a classe). Nesse grupo, os ctenídios, além das trocas gasosas, realizam a filtração da água para captação de alimento (filtradores); existem dois sifões para captação da água. Nos bivalves que vivem presos a substratos duros, como os mexilhões e ostras, o pé sofreu grande redução. A fixação ao substrato nos mexilhões ocorre através dos filamentos do bisso, secretados pela glândula do bisso, presente no pé. Nas ostras e vieiras adultas, uma das valvas é cimentada no substrato por um “cimento” produzido pelo manto. A classe Scaphopoda (conchas dente-de-elefante) é caracterizada pela presença de uma concha de peça única, tubular, em forma de cone, ligeiramente recurvada e aberta em ambas as extremidades. A abertura basal é mais larga e a terminal é bem mais estreita. As partes moles do animal estão confinadas à concha. O pé é alongado, cilíndrico e pontiagudo e é usado para cavar, fixando o molusco na areia. Os escafópodes são bentônicos e se alimentam de detritos e de pequenos organismos. 16 A classe Cephalopoda (lulas, polvos, náutilos e sépias) é composta por marinhos, bentônicos ou pelágicos, possuem sistema circulatório fechado, cabeça com olhos grandes e complexos e com círculo de braços ou tentáculos (com ventosas) e tentáculos preênseis ao redor da boca — alguns tentáculos são modificados no macho para cópula; possuem rádula e bico. São predadores, alimentando-se de crustáceos, peixes e até mesmo de outros cefalópodes. No processo de evolução, os espécimes desse grupo sofreram diversas modificações na concha, como uma forma de redução de peso, possibilitando maior rapidez na fuga. Nos Nautilus sp., por exemplo, a concha é externa, formada por uma série de câmaras separadas, que se comunicam entre si por orifícios sifonais (sifúnculos). O animal ocupa a última câmara e as outras, cheias de gás, fazem o papel de flutuadores. Nas lulas, a concha está reduzida; nos polvos, ela foi perdida. A presença de cromatóforos (células rodeadas por fibras musculares que contêm melanina) permite a camuflagem, que é uma característica marcante do grupo, assim como a presença de uma bolsa de tinta, utilizada para fugas rápidas. 2.1 MATÉRIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO • Microscópio óptico • EPIs • Lâminas de: Helix, caracol, glândula hermafrodita (ovoteste) s.t.; Helix, caracol, fígado s.t.; Helix, caracol, olho, s.l.; Mya arenaria, mexilhão, brânquias s.t. e s.l. 2.2 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO 2.2.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO Figura 13 e 14 - Conhecendo o microscópio e colocação dos EPIs (jaleco e luvas). 17 O início das atividades começou a localização do microscópio no laboratório e colocando os EPIs necessários o jaleco e as luvas. 2.2.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO Figura 15e 16 – Ligando e colocando as lâminas no microscópio. Agora vamos ligar o microscópio, movimentando as lentes objetivas e colocar a lâmina para análise e visualizando a lâmina selecionada clicando com o botão esquerdo do mouse em “ver ocular”. Realize os ajustes no charriot e no botão macro/micrométrico para focalizar a imagem. Observe as ovotestis repleta de ovas. 2.2.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO Figura 16 e 17 – A lâmina escolhida na platina do microscópio Foi inserida a lâmina na platina do microscópio para observação e repetindo o mesmo processo para as demais lâminas, seguindo a ordem do azul para a vermelha, visualizando as seguintes estruturas: glândula digestiva no indicador azul; as células pigmentadas, as fotorreceptoras, a córnea e a epiderme no indicador amarelo; os 18 filamentos no indicador verde. Caso necessário, realize os ajustes no charriot e nos botões macro/micrométrico para focalizar a imagem. 2.3 RESULTADO DO EXPERIMENTO 2.3.1 Qual a função das brânquias dos mexilhões? As brânquias dos mexilhões são órgãos respiratórios que permitem a troca de gases entre a água e o sangue. Elas são formadas por lâminas finas e dobradas, que aumentam a superfície de contato com a água. As brânquias também têm a função de filtrar o alimento dos mexilhões, que são organismos filtradores. Eles capturam partículas orgânicas em suspensão na água, como plâncton, bactérias e detritos, e as levam até a boca com o auxílio de cílios. As brânquias dos mexilhões são essenciais para a sua sobrevivência e adaptação ao ambiente aquático. 2.3.2 Com base nos seus conhecimentos, quais doenças podem ser transmitidas aos seres humanos pelos helmintos? Os helmintos são vermes parasitas que podem infectar diversos animais, incluindo os seres humanos. Algumas doenças causadas pelos helmintos são: - Esquistossomose: causada pelo Schistosoma mansoni, um platelminto que vive nas veias do intestino e do fígado. A infecção ocorre pela penetração das larvas na pele durante o contato com água contaminada. Os sintomas incluem febre, dor abdominal, diarreia, sangramento intestinal e aumento do fígado e do baço. - Ascaridíase: causada pelo Ascaris lumbricoides, um nematelminto que vive no intestino delgado. A infecção ocorre pela ingestão de ovos presentes em alimentos ou água contaminados. Os sintomas incluem dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de apetite, obstrução intestinal e migração das larvas para outros órgãos. 19 - Teníase: causada pelo Taenia solium ou Taenia saginata, platelmintos que vivem no intestino delgado. A infecção ocorre pela ingestão de carne de porco ou boi mal cozida contendo cisticercos, que são as formas larvais dos vermes. Os sintomas incluem dor abdominal, diarreia, perda de peso, anemia e alergias. - Ancilostomose: causada pelo Ancylostoma duodenale ou Necator americanus, nematelmintos que vivem no intestino delgado. A infecção ocorre pela penetração das larvas na pele durante o contato com solo contaminado. Os sintomas incluem coceira e lesões na pele, anemia, fraqueza, dor abdominal e diarreia. - Filariose: causada pelo Wuchereria bancrofti ou Brugia malayi, nematelmintos que vivem nos vasos linfáticos. A infecção ocorre pela picada de mosquitos infectados pelas larvas dos vermes. Os sintomas incluem inflamação e obstrução dos vasos linfáticos, edema, elefantíase e alterações na pele. 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, abordamos alguns aspectos importantes da biologia dos animais invertebrados, com ênfase nos filos Cnidaria, Mollusca e Platyhelminthes. O estudo das características e processos biológicos dos Cnidários, dos Moluscos e dos Helmintos é importante para compreender a diversidade e a evolução dos animais. Neste trabalho, abordamos alguns aspectos da biologia destes grupos, com ênfase no ciclo de vida da Obelia, na diferenciação celular em Cnidários, na função das brânquias dos mexilhões e nas doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos pelos helmintos. A Obelia é um gênero de hidrozoários, animais aquáticos que apresentam duas formas em seu ciclo de vida: o pólipo e a medusa. O pólipo é uma forma sésil, que se fixa em substratos e forma colônias ramificadas. O pólipo se reproduz assexuadamente por brotamento, originando unidades digestivas (hidrantes) e reprodutivas (gonângios). Os gonângios produzem medusas por brotamento interno, que se destacam da colônia e nadam livremente. A medusa é uma forma livre, que possui um corpo em forma de sino com tentáculos. A medusa se reproduz sexuadamente, liberando óvulos e espermatozoides na água. A fecundação origina uma larva ciliada (plânula), que se fixa em um substrato e se desenvolve em um novo pólipo. Assim, o ciclo de vida da Obelia envolve uma alternância de gerações entre as formas assexuada (pólipo) e sexuada (medusa). Os Cnidários são animais que possuem células especializadas na defesa e na captura de presas, chamadas cnidócitos. Estas células contêm uma estrutura chamada nematocisto, que é uma cápsula com um filamento enrolado em seu interior. Quando o cnidócito é estimulado por um contato mecânico ou químico, o nematocisto é disparado, injetando uma substância tóxica na vítima. O processo de diferenciação celular que origina os cnidócitos é complexo e envolve vários genes e fatores ambientais. Os cnidócitos se originam a partir de células-tronco multipotentes, que podem se diferenciar em outros tipos celulares, como células nervosas ou musculares. A diferenciação dos cnidócitos é regulada por fatores de transcrição, como o gene NvPOU4, que ativa a expressão de genes específicos para a formação do nematocisto. Os mexilhões são moluscos bivalves, que possuem duas conchas articuladas que protegem o corpo mole. Os mexilhões se alimentam por filtração, 21 capturando partículas orgânicas presentes na água. Para isso, eles possuem um sistema respiratório formado por brânquias lamelares, que ficam dentro da cavidade paleal. As brânquias são formadas por filamentos com cílios e células mucosas, que retêm as partículas alimentares e as conduzem até a boca. Além da função alimentar, as brânquias também realizam as trocas gasosas entre o sangue e a água, permitindo a respiração dos mexilhões. Os helmintos são vermes parasitas que podem infectar diversos animais, inclusive os seres humanos. Eles podem causar doenças graves, como a esquistossomose, a teníase, a cisticercose e a filariose. Estas doenças são que podem ser transmitidas aos seres humanos pelos helmintos. 22 REFERÊNCIAS BRUSCA, R. C.; MOORE, W.; SHUESTER, S. E. Invertebrados. 3. ed. Traduzido por Guanabara Koogan. São Paulo: Saraiva Academic Press, 2018. RUPPERT, Edward E.; FOX, Richard S.; BARNES, Robert D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. 3. ed. São Paulo: Roca, 2005. PECHENICK, J. A. Biologia dos Invertebrados. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. BRUSCA, R.C.; BRUSCA, G.J. Invertebrados. 3. ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 2007. RUPPERT, E.E.; FOX, R.S.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. 1. OBELIA 1.1 CICLO DE VIDA 1.2 ESTRUTURA 1.3 FILOGENIA 1.4 MATÉRIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO 1.5 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO 1.5.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO 1.5.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO 1.5.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO 1.5.4 AVALIANDO O RESULTADO 1.6 RESULTADO DO EXPERIMENTO 1.6.1 Comente sobre o ciclo de vida da Obelia. 1.6.2 Quais os processos de diferenciação celular em Cnidários? 2. MOLLUSCA (GASTRÓPODES, BIVALVES E CEFALÓPODES) 2.1 MATÉRIAL NECESSÁRIO PARA UTILIZAR NO LABORATÓRIO 2.2 PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO NO LABORATÓRIO 2.2.1 SEGURANÇA DO EXPERIMENTO 2.2.2 UTILIZANDO O MICROSCÓPIO 2.2.3 REALIZANDO O EXPERIMENTO 2.3 RESULTADO DO EXPERIMENTO 2.3.1 Qual a funçãodas brânquias dos mexilhões? 2.3.2 Com base nos seus conhecimentos, quais doenças podem ser transmitidas aos seres humanos pelos helmintos? CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
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