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ASSISTÊNCIA FONOAUDIOLÓGICA IMPORTÂNCIA NOS PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

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ASSISTÊNCIA FONOAUDIOLÓGICA: IMPORTÂNCIA NOS PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Nicolle Atilliane Amorim de Farias Silva1; Natália Barbosa Gonçalves2; Matheus Phellipe Santos Felix da Silva3; Ítalo Silva Andrade4 
nicolle.farias@ufpe.br
1,2,3,4Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
RESUMO
Introdução: O fonoaudiólogo atua de forma holística em relação ao sistema estomatognático, sistema fisiológico complexo e de funções altamente sincronizadas e eficientes. Quando se têm desequilíbrios dessas funções como, por exemplo, em pacientes acometidos por um Acidente Vascular Encefálico (AVE), a assistência fonoaudiológica é essencial nos cuidados ofertados. Com isso, o atual estudo tem por objetivo apresentar a assistência prestada pelo fonoaudiólogo em pacientes pós AVE, bem como a sua importância. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir do levantamento bibliográfico através de bases de dados eletrônicas com utilização de descritores dos Descritores em Ciências da Saúde (DeSC). Resultados e discussão: O AVE acarreta comprometimentos cognitivos, motores e musculares. Essas alterações podem estabelecer um quadro clínico no qual afeta diretamente a qualidade de vida do paciente. Com isso, a inserção do profissional da fonoaudiologia nos cuidados se torna extremamente importante para a reabilitação e habilitação de alterações referente a linguagem, deglutição, fonação, mastigação e outras referentes ao sistema estomatognático. Conclusão: O profissional da fonoaudiologia torna-se indispensável na assistência pós AVE devido às sequelas que acometem a linguagem, fonação, deglutição e mastigação que se encontram comprometidas em algum grau.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico; Fonoaudiologia; Cérebro.
Área Temática: Assistência multiprofissional ao paciente crítico.
1 INTRODUÇÃO
O fonoaudiólogo é o profissional da saúde responsável pela avaliação, diagnóstico, habilitação, reabilitação, orientação e promoção de saúde, com atuação direta sobre as funções miofuncionais orofaciais e cervicais, deglutição, funções relacionadas à comunicação que incluem linguagem, voz, articulação da fala, além de funções auditivas e vestibulares, sendo capaz de atuar em âmbitos diversos que vão da área hospitalar à educacional (PIMENTEL; LOPES-HERRERA; DUARTE, 2010).
O sistema estomatognático é um sistema extremamente complexo que exerce papel fundamental para sobrevivência, pois suas funções são essenciais à vida sendo consideradas “funções vegetativas”. Em razão disso, o fonoaudiólogo será um dos responsáveis no acompanhamento e na prestação de serviços em saúde de pacientes críticos, auxiliando e aprimorando as funções desempenhadas pelo sistema estomatognático como sucção, deglutição, mastigação, respiração e fonação (CAMPOS et al., 2015; LIMA et al., 2022). Uma das patologias que o profissional assiste é o Acidente Vascular Encefálico (AVE). O AVE é descrito como um déficit neurológico focal que sucede de forma súbita devido a uma lesão vascular que pode trazer inúmeras alterações de ordens diversificadas ao organismo (LIMA; MALDONADE, 2016; MENDES et al., 2022).
Desta forma, o atual estudo tem por principal objetivo apresentar, de forma consistente, a assistência fonoaudiológica realizada aos pacientes nos pós acidente vascular encefálico, bem como sua importância nesse processo visando maior qualidade de vida dos indivíduos acometidos por tal patologia.
2 METODOLOGIA
O atual estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura na qual foi realizada no mês de dezembro de 2022 a janeiro de 2023. O levantamento bibliográfico, que se trata da identificação e coleta das publicações sobre determinado assunto, foi realizado através das bases de dados eletrônicas: PubMed, UpToDate, Periódico CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo e Google Acadêmico. Para a busca dos artigos como fontes, foram inseridos os descritores da base de dados Descritores em Ciências da Saúde (DeSC): “Acidente Vascular Cerebral”, “Fonoaudiologia” e “Terapêutica" sendo utilizados separadamente e, também, cruzados com o operador booleano AND, além da utilização do sistema de filtragem dos artigos nos últimos 10 anos.
Posteriormente, para a seleção dos artigos, conforme as publicações eram identificadas nas bases de dados utilizadas, inicialmente era realizada a leitura do título e, por conseguinte, o resumo como forma de triagem a fim de eliminar os estudos irrelevantes e manter a continuidade das buscas de forma mais efetiva.
O critério de inclusão consistiu em artigos publicados nos últimos 10 anos sendo: artigos originais, estudos longitudinais, transversais, relato de caso, capítulos de livros e trabalhos apresentados em eventos de caráter científico. Quanto ao critério de exclusão, artigos duplicados, revisões, teses, dissertações, monografias e publicações que não tratavam do tema alvo da pesquisa ou apresentavam inconsistências nos resultados foram descartados.
Foram analisados títulos e resumos bases de dados, sendo o total de 240
Inicialmente foram coletadas 240 publicações. Entretanto, apenas 13 artigos foram selecionados para integrar a revisão, uma vez que os demais se repetiam ou não se referiam a intervenção fonoaudiológica propriamente dita.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O AVE é ocasionado por lesão vascular e pode ser etiologicamente classificado como isquêmico ou hemorrágico; o isquêmico definido por obstrução de um vaso sanguíneo que resulta no bloqueio do fluxo sanguíneo e impedimento do transporte de nutrientes para as células cerebrais; enquanto o hemorrágico representa o rompimento de um vaso sanguíneo, sucedendo extravasamento e aumento de pressão intracraniana. A causa do AVE é multifatorial e, em decorrência dele, os pacientes podem apresentar danos musculares, motores e cognitivos que afetam a sua deglutição, linguagem, fonoarticulação, voz, respiração, dentre outras funções realizadas pelo sistema estomatognático (FAVORETTO et al., 2017; ROSA et al., 2015; SIMÃO et al., 2013).
Um tema bastante discutido dentre os problemas pós AVE é a disfagia e fatores ligados à deglutição, visto que pode ocorrer em cerca de 42% a 92% dos casos. Foi constatado que existe uma complexidade no atendimento em pacientes que apresentam essa patologia e, em alguns casos, deve-se ter a prioridade para a avaliação e reabilitação da deglutição, sendo importante os conhecimentos fonoaudiológicos permanente no serviço, além da interdisciplinaridade entre as categorias profissionais. Essa complexidade está relacionada ao tipo de paciente, visto que, os trombolizados apresentam risco maior de disfagia em detrimento aos não trombolizados na fase aguda, com a disfagia relacionada à dependência funcional. O atendimento fonoaudiológico é primordial para a diminuição da gravidade do AVE e melhoria da ingestão oral (BRANDÃO et al., 2020; FELIPE et al., 2020; PEDRA et al., 2020).
De maneira geral, um dos danos mais comuns após AVE é a afasia, que se trata de um distúrbio adquirido de linguagem determinado por alterações de origem discursiva e articulatória. Desta forma, a intervenção fonoaudiológica precoce contribui para a reorganização da atividade linguística. Ainda em relação aos distúrbios acarretados pelo AVE, evidencia-se a paralisia facial como consequência e a importância da intervenção fonoaudiológica no processo de reabilitação, possibilitando a melhora na assimetria facial. Além disso, outros resultados estão relacionados a sequelas motoras que geram fraqueza muscular, afetando na função mastigatória e também lesões nos neurônios motores superiores, que prejudicam o controle dos músculos que auxiliam a respiração. Segundo Rosa et al. (2015), a intervenção interdisciplinar em conjunto com a fisioterapia proporciona a melhora na qualidade de vida do indivíduo impactado pelo AVE (BARRETO et al., 2021; KUNST, 2013; ROSA et al., 2015; SIMÃO et al., 2013).
Ainda, Goulart et al. (2016) aponta que cerca de 50% dos acometidos por AVE apresentam distúrbios de comunicação oral duranteo período de internação hospitalar, sem que recebam indicação ou solicitação de atendimento fonoaudiológico nesse período, tampouco encaminhamentos após alta, indicando provável falha da inserção fonoaudiológica em equipes de atendimento em doenças neurológicas. No que se refere a demandas vindas por outros profissionais, alguns apresentam dificuldade em identificar distúrbios fonoaudiológicos ligados à cognição e ao sistema estomatognático, prejudicando o devido encaminhamento de pacientes para reabilitação fonoaudiológica nas Atenções Primária e Secundária à Saúde (ANDERLE; ROCKENBACH; GOULART, 2019; GOULART et al., 2016; SANTANA; CHUN, 2017).
4 CONCLUSÃO
Infere-se que a fonoaudiologia assiste diversos aspectos nos pós AVE, auxiliando na recuperação das funções do sistema estomatognático e cognitivas. Além disso, sua atuação é indispensável no ambiente hospitalar e no processo de recuperação após a alta, buscando a melhora na qualidade de vida do indivíduo de acordo com as suas demandas. Entretanto, apesar da sua notável importância, foi observado que ainda há necessidade de integração desses profissionais em equipes de atendimento hospitalar, visto que existe uma inaptidão quando se trata da identificação de distúrbios fonoaudiológicos, de forma que prejudica o processo de recuperação dos pacientes.
REFERÊNCIAS
ANDERLE, P; ROCKENBACH, S. P; GOULART, B. N. G. Reabilitação pós-AVC: identificação de sinais e sintomas fonoaudiológicos por enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2019.
BARRETO, S. R; MOURÃO, A. M; CHAVES, T. S; VICENTE, L.C.C. O uso da kinesio taping no tratamento da paralisia facial pós-acidente vascular cerebral fase aguda. Audiology-Communication Research, v. 26, 2021.
BRANDÃO, B. C. et al. Relação entre ingestão oral e gravidade do Acidente Vascular Cerebral Agudo. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2020.
CAMPOS, I. C. B. et al. Embriologia do sistema estomatognático. Ribeirão Preto: Book toy; 2015. p. 23-60.
FAVORETTO, N. C. et al. Intervenção fonoaudiológica precoce em afasia infantil decorrente de um acidente vascular cerebral: relato de caso. Revista Distúrb. Comum, São Paulo, v. 29, n. 3, p.480-486, set. 2017.
FELIPE, N. T. C; MATOS, K. C; SIQUEIRA, A. H. S; MELO, T. P. Disfagia pós-AVC: uma análise das competências dos processos assistenciais da equipe interdisciplinar. Revista CEFAC, v. 22, 2020.
GOULART, B. N. G et al. Caracterização de acidente vascular cerebral com enfoque em distúrbios da comunicação oral em pacientes de um hospital regional. Audiology-Communication Research, v. 21, 2016.
KUNST, L. R; OLIVEIRA, L. D; COSTA, V. P; WIETHAN, F. M; MOTA, H. B. Eficácia da fonoterapia em um caso de afasia expressiva decorrente de acidente vascular encefálico. Revista CEFAC, v. 15, p. 1712-1717, 2013.
LIMA, A. C. D.; ALBUQUERQUE, R. C.; CUNHA, D. A.; LIMA, C. A. D.; LIMA, S. J. H.; SILVA, H. J. Relação do processamento sensorial e sistema estomatognático de crianças respiradoras orais. CoDAS [online]. v. 34, n. 2, e20200251, 2022.
LIMA, S. M.; MALDONADE, I. Avaliação da linguagem de pacientes no leito hospitalar depois do Acidente Vascular Cerebral. Rev. Distúrb. Comun, São Paulo, v. 28, n. 4, p.673-685, dez. 2016.
MENDES, B. N. N. et al. Percepção de fonoaudiólogos sobre a atuação na área de cuidados paliativos em um hospital público de Santa Catarina. Audiology - Communication Research. v. 27, e2565, 2022.
PEDRA, E. F. P; PONTES, V. L; MOURÃO, A. M; BRAGA, M. A; VICENTE, L. C. C. Pacientes pós-AVC com e sem trombólise: análise da deglutição na fase aguda da doença. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2020.
PIMENTEL, A. G. L.; LOPES-HERRERA, S. A.; DUARTE, T. F. Conhecimento que acompanhantes de pacientes de uma clínica-escola de Fonoaudiologia tem sobre a atuação fonoaudiológica. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. v. 15, n. 1, p. 40-46, 2010.
ROSA, T. S. M.; HOFFMANN, C. F.; BASTILHA, G. R.; CIELO, C. A. Intervenção fonoaudiológica e fisioterapêutica em uma mulher após acidente vascular cerebral isquêmico. Scientia Medica, [S. l.], v. 25, n. 2, p. ID20240, 2015.
SANTANA, M. T. M; CHUN, R. Y. S. Linguagem e funcionalidade de adultos pós-Acidente Vascular Encefálico (AVE): avaliação baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2017.
SIMÃO, S S. S. et al. Avaliação clínica da relação entre postura, espiração e deglutição em paciente pós-acidente vascular cerebral na fase crônica: relato de caso. Revista CEFAC, v. 15, n. 5, p. 1371-1378, 2013.

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