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ORGANIZADORES Fabio Luiz Oliveira de Carvalho Giselle Santana Dosea FISIOTERAPIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS COMISSÃO CIENTÍFICA Fabio Luiz Oliveira de Carvalho Giselle Santana Dosea Elenilton Correia de Souza Maria Fernanda Marinho Rodrigues Beatriz Benny Sungaila Pereyra Ananda Almeida Santana Ribeiro Érika Thatyana Nascimento Santana PROJETO GRÁFICO Dalmo de Moura Costa CAPA Dalmo de Moura Costa F528f Fisioterapia baseada em evidências [recurso eletrônico] / Fabio Luiz Oliveira de Carvalho, Gisele Santana Dosea (Organizadores). 232 p. : il. ISBN: 978-65-00-07989-0 1. Fisioterapia. 2. Reabilitação. I. Carvalho, Fabio Luiz Oliveira de. II. Dosea, Gisele Santana. III. Título. CDU: 615.8 DEDICATÓRIA Essa obra é dedicada à todo o corpo docente e discente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ages, por dedicarem-se arduamente em prol da ciência e fortalecimento da profissão, sempre buscando o melhor para a sociedade. APRESENTAÇÃO A redação do livro intitulado Fisioterapia Baseada em Evidências é resultado do conjunto de produções acadêmicas realizadas entre os professores (orientadores) do curso de fisioterapia do Centro Universitário Ages - UniAGES e alunos (orientandos) mediante a busca de experiências científicas acerca de temáticas que abordam a fisioterapia nos seus mais diversos campos de atuação prática propriamente dita. Faz-se necessário destacar que a Fisioterapia ao longo do tempo vem buscando aprimorar sua forma de trabalho e estudo, através do desenvolvimento de pesquisas acerca de práticas profissionais eficazes, com qualidade e comprovação científica, objetivo principal da presente obra, o que nos promove estabelecer indicadores qualitativos e quantitativos referentes à produção científica acerca dessa área de conhecimento. Em consonância com a realidade de produção acadêmica, vale a pena destacar que essa produção baseada em evidência torna-se possível por meio da integração a respeito da produção de saberes entre pesquisadores da área, ponto este, de extrema relevância a ser destacado, pois desperta nos alunos a necessidade de buscar conhecimentos que visem solucionar dúvidas e inquietudes acerca dos mais variados temas em destaque e evidencia na prática clínica de cada um. Observando o cenário mundial é possível perceber um aumento expressivo relacionado à produção científica e o surgimento de novos pesquisadores. Merece ser destacado que a busca de desenvolvimento da ciência, em consonância com a tecnologia, bem-estar e qualidade de vida das pessoas, consolida o projeto científico em questão, desenvolvido pelos pesquisadores do colegiado de Fisioterapia, cuja principal finalidade é apresentar novos saberes e práticas baseadas na fundamentação científica. SUMÁRIO 1. A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2. A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DO ESF E NASF NO PROCESSO DE SENESCÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3. A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DA OSTEOARTROSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 4. A IMPORTÂNCIA DA LIBERAÇÃO MIOFACIAL NA MELHORA DO DESEMPENHO RESPIRATÓRIO EM PACIENTES COM MPS (MUCOPOLISACARIDOSE) TIPO VI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 5. A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES PORTADORES DE MUCOPOLISSACARIDOSE (MPS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 6. A INCIDÊNCIA DA CINESIOFOBIA EM PACIENTES COM LESÕES TRAUMATO-ORTOPÉDICAS . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 7. A QUALIDADE DE VIDA DE GESTANTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 8. ABORDAGEM DOS MÉTODOS: pilates e reeducação postural global nos desvios posturais de idosos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 33 9. ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA FIBROSE CÍSTICA: avanços e inovações dos métodos de tratamento . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 10. ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS E ODONTOLÓGICAS NAS DTMS – DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 11. ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: relato de vivência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 12. ANÁLISE DAS COMPLICAÇÕES FUNCIONAIS EM PACIENTES IDOSOS NÃO SUBMETIDOS À FISIOTERAPIA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO I E II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 13. ASPECTOS GERAIS DA FISIOTERAPIA NA OSTEOPOROSE . . . . . . . .. . . . . 54 14. ATENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES SEXUAIS EM MULHERES NA TERCEIRA IDADE: uma revisão bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 15. ATUAÇÃO DA CINESIOTERAPIA NO PÓS OPERATÓRIO DE LESÕES DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM ATLETAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 16. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA E DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO PÓS-OPERATÓRIO DE REDESIGNAÇÃO DE SEXO: vaginoplastia . . . . . . . . 68 17. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PARALISIA CEREBRAL (PC) . . . . . . . . . 73 18. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DO ATLETA PARAOLÍMPICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 19. ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO NASF E SEUS DESAFIOS: uma revisão sistemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 82 20. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM OSTEOARTRITE DE JOELHOS: um relato de experiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 21. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE (DMD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 22. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA DOENÇA DE PARKINSON . . . . . . . . . . 94 23. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM). . . . . . . . .97 24. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 25. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ESTIRAMENTO MUSCULAR DE GRAU III EM JOGADORES DE FUTEBOL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 26. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE COM SÍNDROME DO IMPACTO: estudo de caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 27. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE FRATURAS NO MEMBRO INFERIOR EM IDOSOS: Abordagens Da Hidroterapia. . . . . . . . . . . 111 28. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS RELACIONADOS AO SONO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 29. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA GROSSA POR MEIO DO INSTRUMENTOGROSS MOTOR FUNCTION MEASURE (GMFM-88) . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 119 30. BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 123 31. BENEFÍCIOS DO MICROAGULHAMENTO NAS DISFUNÇÕES DA PELE. .. . 127 32. BRUXISMO: atualização dos conceitos e possibilidades terapêuticas na atuação interdisciplinar entre odontologia e fisioterapia . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . 131 33. CINESIOFOBIA: o problema da evitação e do medo da realização de movimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .136 34. DIABETES MELLITUS E AMPUTAÇÕES: uma abordagem interdisciplinar. . . 141 35. EFEITO DO TREINAMENTO PLIOMÉTRICO NA PREVENÇÃO DE REINCIDÊNCIAS DE LESÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 36. EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DE DIFERENTES MÉTODOS FISIOTERAPÊUTICOS EM PACIENTES COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 37. EFEITOS DE DIFERENTES MÉTODOS FISIOTERAPÊUTICOS PERANTE UMA PACIENTE COM ARTRITE REUMATÓIDE EM MÃOS: estudo de caso. . . .. . 153 38. EFEITOS SISTÊMICOS GERADOS DIANTE DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO CONTROLE DA ANSIEDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 158 39. EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA EM PÓS-OPERATÓRIO NA FRATURA DE ÚMERO ACERCAR-SE DO FATOR LIMITANTE A CINESIOFOBIA. . . . . . . . 161 40. ESCALA DENVER II: avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor em criança no interior da Bahia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 41. ESTUDO DOS FATORES FISIOLOGICOS DO EXERCICIO FISICO, DIANTE DOS TRANSTORNOS METABÓLICOS RENAIS E DA RABDOMIÓLISE. . .. . 171 42. EXISTEM EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS À QUIROPRAXIA? . . . . . . . 175 43. FADIGA CRÔNICA NA ESCLEROSE MÚLTIPLA E A IMPORTÂNCIA DO OLHAR INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178 44. FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM DOENÇA DE CHARCOT-MARRIE-TOOTH (CMT) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 45. HIDROTERAPIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS PORTADORAS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA . 187 46. IMPORTÂNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRÍCEPS EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTROSE DE JOELHO: Revisão Bibliográfica. . . . . . . . . . . . . . 191 47. INFLUÊNCIA DA HEMODIÁLISE NA FUNÇÃO PULMONAR DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 48. INFLUÊNCIA DO USO DE CALÇADOS MINIMALISTAS NAS ADAPTAÇÕES DINÂMICAS DURANTE A CORRIDA: um estudo de revisão . . . . . . . . . . . . . . 200 49. MAPEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM) EM CRIANÇAS ATRAVÉS DA ALBERTA INFANT MOTOR SCALE (AIMS) . . . . 205 50. MOBILIZAÇÃO PRECOCE NO PACIENTE CRÍTICO ONCOLÓGICO. . . . . . 210 51. O USO DA SAE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM USO DE DIÁLISE PERITONEAL: estudo de caso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 52. SÍNDROME DO IMOBILISMO: como o fisioterapeuta atua? . . . . . . . . . . . . . . . 218 53. TRATAMENTO CONSERVADOR NA RUPTURA TOTAL DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 54. TRATAMENTO DA LOMBALGIA DURANTE A GESTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . 226 12 A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Alécia Rosário Santana, Maria Fernanda Guimarães Souza, Milena Ferreira Matos Ribeiro, Maria Fernanda Marinho Rodrigues. Palavras-Chave: Esclerose Múltipla, Reabilitação, Fisioterapia. Resumo: A Esclerose Múltipla é uma patologia autoimune na qual as células T, que são ativadas, transpassam a barreira hemato-encefálica, dando gênese a uma resposta inflamatória, ocasionando a desmielinização e consequentemente lesão axonal. O objetivo desse estudo visa uma análise da importância da fisioterapia como intervenção no tratamento da Esclerose Múltipla, já que a mesma compromete as atividades de vida diária do indivíduo, promovendo alterações funcionais, suscitando não somente déficits de equilíbrio e modificações na marcha, como também fraqueza muscular, fadiga, prejuízos no movimento e espasticidade. A agregação dessas dificuldades pode contribuir com o aumento de quedas em pacientes acometidos pela patologia supracitada. INTRODUÇÃO A Esclerose Múltipla é uma doença gradual e crônica, de origem neurológica, que acomete principalmente jovens com idade de vinte a quarenta anos, com mais incidência entre as mulheres. Por ser uma doença degenerativa, perturba a qualidade de vida dos indivíduos diagnosticados, desencadeando comprometimentos motores, que consequentemente interferem na competência física do mesmo. A etiologia de tal patologia está correlacionada a fatores genéticos, exposição a condições estressoras e à luz solar, tabagismo e inflamação viral. O paciente afetado pela esclerose apresenta disfunções funcionais, resultando em dificuldades quanto a realização de atividades de vida diária, como alterações da marcha, propriocepção e equilíbrio. A fadiga é um fator habitual dessa doença, bem como fraqueza muscular e espasticidade. Diante de tantos acometimentos, a fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento, contribuindo com a melhora dos movimentos, manutenção da força muscular, restabelecendo a adaptação postural e habilidades motoras. Os principais sinais e sintomas mais frequentes durante o surto encontrados na EM são: fadiga, problemas de visão, tremor, disfunção intestinais e da bexiga, espasmos, alteração na fala, dificuldade de deglutição, déficits sexuais, dificuldade em executar as atividades cotidianas – como tomar banho, vestir e cuidar dos afazeres domésticos -, distúrbios de locomoção, dor, empecilho de aprendizado e concentração e depressão. E como consequência, a EM pode afetar a qualidade de vida dos indivíduos que a possuem (LIMA et al., 2016, p. 26). METODOLOGIA Revisão bibliográfica da literatura científica, referente ao tema esclerose múltipla, abordando a relevância da fisioterapia como intervenção reabilitadora da EM. O processo de revisão bibliográfica foi efetivado através de uma busca nos suportes de dados eletrônicos, como o Google Acadêmico, Pubmed, Lilacs, nos meses de setembro e outubro de 2019, utilizando os seguintes descritores: “Esclerose Múltipla, 13 “Reabilitação” e “Fisioterapia”, foram esboçados cerca de 50 artigos, estes passaram por um processo de análise em relação ao título e ao resumo apresentando em cada um, porém nesse estudo foram utilizados 6 artigos e uma dissertação de mestrado. Os artigos que não estavam diretamente relacionados com a reabilitação, foram utilizados como fonte de conhecimento para melhor compreensão dos conceitos e sinais e sintomas que abrangem a Esclerose Múltipla. RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente estudo tem como princípio averiguar os benefícios da fisioterapia como meio de reabilitação em pacientes acometidos pela Esclerose Múltipla, assim como, caracterizar a doença, expondo como afeta o organismo e os sinais e sintomas que acarretam. Além de relatar as principais intervenções fisioterapêuticas, explana de maneira clara e objetiva as finalidades de cada exercício utilizados no tratamento. Diante dos acometimentos proporcionados pela Esclerose Múltipla, o principal intuito da fisioterapia é restaurar as habilidades funcionais, bem como oferecer melhora da qualidade de vida do paciente. As lesões ocasionadas pela Esclerose ocorrem predominantemente na substância branca do sistema nervosocentral, proporcionando alterações neurológicas. Tal ocorrência provoca desaceleração dos impulsos nervosos, resultante do processo de destruição parcial ou total da bainha de mielina. Um dos principais sintomas desencadeados pela EM é a fadiga, que interfere no desempenho do paciente, suscitando a restrição das atividades de vida diária. A espasticidade, comumente observada na EM, é causada pela desinibição dos reflexos da desmielinização, referindo-se a hipertonia muscular. Tal sintoma pode afetar o movimento dos membros superiores ou inferiores, acarretando alterações posturais e, em consequência, incapacidades da marcha. Além disso, a redução da capacidade de locomoção, oportuniza a dificuldade de outras habilidades, como a manutenção de um estilo de vida independente, funções da bexiga e do intestino. Como dito anteriormente, as capacidades funcionais da bexiga são habitualmente acometidas nos casos de Esclerose Múltipla. Nesse processo, ocorre perda do controle voluntário da associação do reflexo mictório. A urgência e frequência urinária são os sintomas mais predisponentes nesses casos. A dor é um sinal predominante em pacientes diagnosticados com Esclerose Múltipla, já que uma lesão desmielinizante do sistema nervoso central pode originar uma dor neuropática. Os indivíduos acometidos podem apresentar incontinência urinária e disfunções sexuais, como a perda de libido. Ataxia e tremores são sinais marcantes proporcionados pela EM, na qual o cérebro e as conexões com o tronco cerebral usualmente são afetados causando não somente dismetria, como também a incoordenação entre o tronco e os membros. Diante dos sintomas relatados, é possível notar a importância da fisioterapia como ferramenta indispensável no processo de reabilitação do paciente acometido pela Esclerose Múltipla. Isso porque o tratamento fisioterapêutico age na melhora e manutenção dos comprometimentos da EM, concentrando-se nas limitações funcionais e reestabelecer ao máximo as incapacidades. Portanto, a reabilitação fisioterapêutica tem ênfase na redução dos sintomas, em proporcionar uma melhor execução dos indivíduos para realizar atividades funcionais, resultando na maior autonomia. Dentre as intervenções fisioterapêuticas que tem como objetivo a analgesia, o uso da eletroestimulação como o uso do (TENS) Estimulação Elétrica Transcutânea, 14 que irar reduzir a tensão muscular, melhorando a amplitude de movimento e consequência beneficia a execução da marcha. A frequência da corrente elétrica varia de 1 a 100 Hz, já o grau de intensidade é determinado pelo relato do paciente. A efetividade do TENS decorre de substâncias endógenas opiáceos que são secretadas, pertencentes ao conjunto das B-endorfinas, e consequentemente ocorre a hiperplasia e polarização das terminações nervosas. A fadiga é um dos sintomas mais prevalentes entre os indivíduos portadores da Esclerose Múltipla, e para isso, os exercícios resistidos e aeróbicos trazem benefícios no combate a fadiga, isso porque haverá um aumento da neuroplasticidade, e consequentemente a exoneração de fatores crescentes e assim melhorando a atividade motora no sistema nervoso central. Porém os exercícios precisam ser executados com moderação, com um tempo de 20 a 30 minutos, incluindo os períodos de pausa para o descanso de duas a três vezes na semana. Além de reduzir a fadiga, os exercícios resistidos e aeróbicos reduzem a espasticidade, e aumentam a tonicidade dos músculos, fortalecendo os mesmos. Geralmente também aparecem distúrbios no assoalho pélvico, isso ocorre devido a modificações na junção entre o tronco encefálico e a medula espinhal, já que a desmielinização alcança o trato córtico-espinhal lateral e a via retículo-espinhal, ocasionando disfunções miccional e esfincteriana. Para tal acometimento, torna-se essencial o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, podem ser utilizados exercícios de Kegel, no qual ocorre a contração e o relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, resultando no fortalecimento desses músculos e aumento da tensão, possibilitando um maior prolongamento na contração dos músculos, melhorando o domínio neuromuscular, resultando na melhora do mecanismo de micção. Além de exercícios para o períneo que podem ser executados em casa, e os exercícios de fortalecimento também podem estar associados com a eletroestimulação. Para a melhor execução da marcha e restabelecimento do equilíbrio, dentre as intervenções está presente a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), que irar possibilitar a recuperação de funções acometidas, reproduzindo o movimento natural, por meio de padrões próprios do movimento. Além de estratégias que visam a coordenação, e reeducação da marcha, aumentando a estabilidade da mesma, evitando e prevenindo quedas, e ainda intensificando o controle postural. Umas das técnicas pertencentes ao FNP, possibilita a execução correta do movimento, em alguma atividade diária específica. Há também a possibilidade de trabalhar exercícios faciais, com o objetivo de melhorar disfunções na mastigação, respiração e para deglutição. Os exercícios de Frenkel são outra alternativa, sendo utilizados para a coordenação e equilíbrio, a técnica é composta por uma série de movimentos que apresentam um grau de dificuldade crescente que vai de acordo com a execução ritmada de cada atividade. O método visa a melhora do comando proprioceptivo, de modo consequente intensifica o movimento funciona. Tal exercício tem como intenção uma atividade compensatória, na qual se instaura o controle voluntário dos movimentos mediante outros métodos sensoriais, tais como a adição e a visão, resultante do dano ou minimização da percepção cinestésica. CONCLUSÃO Dentre tanto, concluímos que é de suma importância a fisioterapia como ferramenta indispensável no processo de reabilitação do paciente acometido pela 15 Esclerose Múltipla. Sendo utilizadas intervenções como o TENS para analgesia, exercícios resistidos e aeróbicos para melhora da fadiga, exercícios de Kegel para fortalecimento do assoalho pélvico, FNP e exercícios de Frenkel com o objetivo de melhor execução da marcha e equilíbrio. Trazendo assim, uma melhora significativa aos sintomas desencadeados pela doença, oferecendo uma melhor qualidade de vida, funcionalidade e independência ao paciente. REFERÊNCIAS GERVÁSIO, Higino Pio. Intervenção da fisioterapia na esclerose múltipla-uma revisão da literatura. Tese (mestrado em Fisioterapia) – instituto politécnico de Lisboa; escola superior de tecnologia da saúde de Lisboa. Lisboa, 2014. KUBSIK-GIDLEWSKA, A. M.; et al. Rehabilitation in multiple sclerosis. Adv. Clin. Exp. Med., 26(4):709-715, 2017. LIMA, G. O. S.; et al. Avaliação da qualidade de vida e capacidade física de pacientes com esclerose múltipla. JCBS, 2(1):25-32, 2016. PÁDUA, G. da S. Q. de; et al. O tratamento fisioterápico na melhora do equilíbrio em pacientes com esclerose múltipla. Rev. REUNI - Revista Científica do Centro Universitário de Jales (Unijales), 8ª edição, p. 100-113, 2017. PEREIRA, G. C.; et al. Combinações de técnicas de fisioterapia no tratamento de pacientes com esclerose múltipla: série de casos. Rev. Neurocienc., 20(4):494-504, 2012. SCHIWE, D.; et al. Fisioterapia em pacientes portadores de esclerose múltipla. Rev. Sau. Int., v. 8, p. 15-16, 2015. SILVA, da Fragata Décio; NASCIMENTO, do Silva Mota Valdete. Esclerose Múltipla: Imunopatologia, diagnóstico e tratamento. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente, 2(3):81-90, 2014. 16 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DO ESF E NASF NO PROCESSO DE SENESCÊNCIA Sirlete de Andrade Silva, Nicole dos Santos, Rayssa Pereira Bemvenuto, Jordane dos Reis Almeida, Olivia Santos Oliveira, Monique Souza Santana, Érika Thatyana Nascimento Santana. Palavras-Chave: Envelhecimento, NASF, ESF. Resumo: O envelhecimento se caracterizade duas formas, como senescência, o envelhecimento natural do indivíduo e senilidade que é o envelhecimento patológico, no qual pode ser antecipado ou retardado, variando de acordo com estilo de vida e herança genética de cada um. No qual o objetivo do artigo é analisar a importância da assistência do ESF e NASF no envelhecimento natural do individuo. E a metodologia utilizada, partiu de uma revisão bibliográfica nos bancos de dados Scielo, Pubmed e Google acadêmico. Com Resultado e Discussões onde o ESF e NASF fazem parte da atenção básica, dando suporte na população idosa, tanto na prevenção quanto reabilitação, servindo o como primeiro apoio de saúde para que o indivíduo possa ter um envelhecimento natural de forma saudável. Concluindo que, O ESF e NASF são fatores primordiais para os indivíduos entrarem em senescência de forma saudável. INTRODUÇÂO O processo de envelhecimento, apresenta diversas mudanças fisiológicas que são consideradas normais para a fase idosa, deixando os indivíduos mais vulneráveis a agressões externas e internas do ambiente ao seu organismo, podendo ser tais mudanças morfológicas, bioquímicas e funcionais, dependendo dessa forma da programação genética do indivíduo (BARBOSA et al, 2014; MORAES, MORAES e LIMA, 2010). Assim, é necessário compreender que , há duas formas de caracterizar o envelhecimento, que são a senescência que é o envelhecimento natural do indivíduo, diminuindo paulatinamente sua reserva funcional e a senilidade que é o envelhecimento através de condições patológicos, como estresse emocional, acidente ou doenças, dessa maneira, Ciosak et al (2011), diz que o envelhecimento e saúde não devem ser considerados como elementos intrinsecamente dependentes ou interligados, visto que não é o fato de ser idoso que implica necessariamente de estar doente (AVEIRO et al., 2011, CIOSAK et al, 2011). Partindo disso, o envelhecimento pode ser retardo ou antecipado, no qual se manifesta de maneira singular e particular, porque é um processo multifatorial, levando em consideração, as regiões geográficas, o social, o cultural, o psicológico e a prática de exercícios físicos pois, segundo Guccione (2017), diz que a falta de atividade física está entre os fatores mais evidentes que levam a taxa e declínio funcional, relatando que somente 22% dos idosos praticam atividade física nos momentos de lazer, assim diversos indivíduos, acabam antecipando sua chegada a velhice por não obter uma boa qualidade vida (BARBOSA et al., 2014). O presente artigo tem como objetivo analisar a importância da assistência do ESF e NASF no envelhecimento natural do indivíduo, uma vez que os mesmo 17 possuem direitos regidos por lei, para ter uma assistência básica de saúde de envelhecer na forma de senescência, sem doenças patológicas que prejudique a qualidade de vida do idoso. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão literária, onde foi realizada uma busca com artigos entre 2007 e 2019, artigos dos tipos revisão literária, pesquisa de campo e ensaios clínicos nos bancos de dados Google Acadêmico, Pubmed e Scielo, todos em Português os seguintes termos foram utilizados para a pesquisa: “Envelhecimento do idoso”, “NASF” “ESF” “Fisioterapia”. Como critérios de inclusão foram artigos que sobre envelhecimento do idoso, senilidade, senescência, papel NASF e ESF na saúde do idoso e atuação da fisioterapia. Como critérios de exclusão forma artigos não reatavam da saúde do idoso no geral e artigos que citavam ESF e NASF, porém não relatava sobre idoso e aqueles que não estavam disponíveis para acesso completo. RESULTADOS E DISCUSSÂO Durante a pesquisa foram encontrados 30 artigos, no qual foram utilizados para fundamentação da pesquisa 8 artigos, uma vez que relataram a importância saúde púbica no envelhecimento natural do idoso, através da atuação do ESF e NASF com o acompanhamento interdisciplinar. Assim, Estratégias de Saúde a Família (ESF), faz parte do órgão público de saúde que devem acompanhar todas as fases do indivíduo inclusive a fase idosa, uma vez que necessita de maiores auxílios e acompanhamentos a sua saúde. Dessa forma, ESF devem predispor de subsídios que supra as necessidade básicas, para indivíduo envelhecer com saúde, pois seu propósito de planejamento é reorientar a atenção à saúde da população, na melhoria da qualidade de vida, sendo os idosos uma das atenções que devem priorizar, para que haja a promoção de envelhecimento saudável, através de políticas de intervenções e de fortalecimento das redes de trabalhos e ação de equipes multidisciplinares que supram a necessidade básicas do indivíduo ( MOTA, AGUIAR, CALDAS, 2011). Além disso, há o NASF (Núcleos de Apoio a Saúde da Família), que foi criado para dar suporte ao ESF, ampliando a abrangência das ações de Atenção Básica, possibilitando melhor eficiência e eficácia do trabalho, estes são compostos por profissionais específicos de diversas áreas de conhecimento, como fisioterapeutas, psicólogos, profissional de Educação Física, nutricionistas e dentre outros, atuando em conjunto e em parceria com a equipe ESF dando assistência a população (BARBOSA et al.,2010). Deste modo, ainda com relação ao NASF, o mesmo prioriza diversas demandas emergentes na população, dentre eles a saúde do idoso, já que estes estão expostos aos fatores de risco, atuando na promoção, prevenção e assistência, na qual o fisioterapeuta possui função importante, quanto atuante da equipe do NASF, pois além da reabilitação funcional, Mota, Aguiar e Caldas (2011), dizem que o fisioterapeuta, possui grandes áreas de atuação, compostas a partir dos principais problemas do idoso, contribuindo assim, tanto na promoção de saúde , quanto na prevenção de agravos de doenças (BARBOSA et al, 2010). O fisioterapeuta, parte na atualidade, de uma formação humanizada, que preconiza durante o tempo de formação, estratégias que possa fortalecer as bases 18 dos preceitos de saúde, que seria a Atenção a Saúde, porque entende-se, como a porta de entrada, para o serviço de saúde, onde o fisioterapeuta, não ser elo de porta de entrada para a Saúde, pois não faz parte do ESF e sim do NASF, todavia, pode viabiliza ações que possam combater as epidemias presentes na comunidade, com os outros profissionais especialistas da equipe ( BARBOSA et al., 2010). Além disso é necessário frisar a importância da família para a saúde do idoso, pois o mesmo, passa de uma fase de totalmente ativa, nas suas atividades para uma mudança paulatina de descanso e surgimento de patologias crônicas, necessitando de maior atenção e apoio por conta da família, já que a mesma é de certa forma a primeira e constante unidade de saúde do idoso, onde através do cuidado prestado ao idoso, está proporcionando, promoção de saúde, prevenção e tratamento de doenças, estando incluso a reabilitação. Assim a família do idoso deve estar preparada pelos profissionais da saúde a prestarem essa primeira assistência aos idosos (REIS, TRAD, 2015). CONCLUSÂO Diante disso, conclui-se que o envelhecimento não é sinônimo de doença, como a sociedade encara, na qual todos os seres viventes devem passar por esse ciclo de vida, no entanto, há características predominantes que interferem na vida do indivíduo, que possibilita a antecipação ou retardo do envelhecimento, sendo necessário para adentrar ao envelhecimento saudável uma boa alimentação, prática de atividades físicas regularmente. Além disso, para diminuir os fatores de risco para a senilidade é necessário que haja ações através das políticas públicas de atenção básica, angariadas de profissionais no ESF e do NASF, atuando de forma interdisciplinar, na prevenção de agravos, promoção a saúde e reabilitação, dando suporte a família do idoso que é a base da continuidade da saúde do mesmo. REFERÊNCIAS AVEIRO, M.C. ACIOLE, G.G. DRIUSSO, P. OISHI, J. Perspectivas da participação do fisioterapeuta no ProgramaSaúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciênc. Saúde coletiva. v. 16. Rio de Janeiro, 2011. BARBOSA, B.R. ALMEIDA, J.M. BARBOSA, M.R. ROSSI-BARBOSA, L.A.R. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciência & Saúde Coletivo, v.19, p.3317-3325, 2014. BARBOSA, E.G. FERREIRA, D.L.S. FURBINO, S.A.R. RIBEIRO, E.E.N. Experiência da Fisioterapia no Núcleo de Apoio à Saùde da Família em Governador Valadares, MG. Fisioter Mov. Curitiba, v.23, n.2, p.323-330, 2010. CIOSAK, S.I. BRAZ, E. COSTA, M..F. B. N. NAKANO, N.G.R. RODRIGUES, J. ALENCAR, R.A. ROCHA, A. C. A. L. Senescência e senilidade: novo paradigma na Atenção Básica de Saúde. Rev.Esc.Enfer USP, 2011. GUCCIONE, Andew A. Fisioterapia geriátrica. 3° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 19 MORAES, E. N. MORAES, F.L. LIMA, S.P.P. Características biológicas e psicológicas do envelhecimento. Rev Med. Minas Gerais, 2010. REIS, L. A. TRAD, L. A.B. Suporte familiar ao idoso com comprometimento da funcionalidade: a perspectiva da família. Psicol. teor. Prat. v. 17, n. 3, 2015. MOTTA, L. B. AGUIAR, A.C. CALDAS, C. P. Estratégia Saúde da Família e a atenção ao idoso: experiências em três municípios brasileiros. Cad. Saúde Pública. v. 27. n.4, 2011. 20 A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DA OSTEOARTROSE Vanessa da Rocha Almeida, Airles Oliveira de Andrade, Murilo Santiago Pereira, Érika Thatyana Nascimento Santana. Palavras-chave: Osteoartrose, Fisioterapia, Reabilitação Resumo: A Osteoartrose ou Osteoartrite trata-se de uma patologia crônica- degenerativa, caracterizada pelo desgaste articular, a perda focal da cartilagem hialina, aumento da espessura óssea, vindo a formar osteófitos marginais, levando a uma perda na capacidade funcional. Este estudo é uma revisão bibliográfica de modo qualitativo, foram selecionados artigos científicos dos bancos de dados LILACS, PubMed e SciELO com período de publicações nos anos entre 2010 a 2019, com as seguintes palavras-chave: osteoartrose, fisioterapia, reabilitação e qualidade de vida. Durante o levantamento bibliográfico foi observado que a fisioterapia dispõe de diversos recursos para o tratamento da Osteoartrose, tais como: cinesioterapia, hidrocinesioterapia, eletroterapia. O tratamento fisioterapêutico tratará tanto na prevenção, quanto na correção de alterações fisiológicas no organismo do paciente, porém, cada um indivíduo pode reagir de uma forma ao tratamento, sendo assim o mesmo deve ser realizado de forma individualizada e integral, para eu haja uma consistência e uma maior eficácia no tratamento. INTRODUÇÃO A osteoartrose também chamada de osteoartrite é uma doença crônica- degenerativa, caracterizada pelo desgaste articular, onde ocorre a depressão da matriz articular, mudança na sua composição, além da formação de osteófitos nas bordas articulares. Seus principais sintomas são: dor articular, que dificulta a marcha, rigidez matinal por cerca de 30 minutos, déficit na amplitude articular, além de crepitações, edema e deformidade (DUARTE et al., 2013). Por se tratar de uma doença generativa a osteoartrose, é associada ao envelhecimento visto que com o passar dos anos as articulações tendem a se desgastar. Podendo ser classificada como primária, quando não há fatores conhecidos e secundária quando se tem uma causa inicial, podendo ser traumatismos, necrose avascular, doenças inflamatórias, micro traumas repetitivos associados a tarefas ocupacionais e hereditariedade (FRANCO et al.,2009). Mas comumente em mulheres com idade acima de 45 anos devido a fatores hormonais, a osteoartrose pode acometer ambos os sexos. Onde as articulações do joelho, quadril, mãos, e coluna cervical são as mais acometidas (WIBELINGER, 2015). Destacando- se a articulação do joelho que geralmente é mais afetada por ser uma articulação de sustentação que recebe muita carga (FRANCO et al., 2009). Os exercícios físicos feitos através da cinesioterapia são ótimas formas de tratamentos, pois são feitos através dos movimentos, fazendo com que melhore a funcionalidade do paciente, fazendo com que ele ganhe força, e tenha um aumento da ADM, melhorando também o equilíbrio do idoso. (BORDIAK et al., 2014). 21 METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo revisão bibliográfica de modo qualitativo. Para realizar a pesquisa foram selecionados 25 artigos científicos na língua portuguesa e inglesa nos bancos de dados LILACS, PubMed e SciELO com período de publicações com maior foco nos anos entre 2010 a 2019. Para a realização das pesquisas nos bancos de dados foram utilizadas palavras chaves como: osteoartrose, fisioterapia, reabilitação e qualidade de vida. Selecionando assim artigos aqueles que continham objetivos relevantes de acordo com os interesses do trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram selecionados 25 artigos, no entanto 10 foram excluídos, por não estarem disponíveis para acesso completo e não apresentarem relevância com o tema proposto. Diante disso, os quinze artigos selecionados apresentam um fundamento teórico importante. A osteroartrose (OA) é considerada uma doença que atinge as articulações, sendo uma das doenças que mais atinge os idosos, fazendo com que o mesmo sofra com a diminuição da capacidade funcional (CAMANHO et al., 2011). É uma patologia considerada como crônica que age desgastando a cartilagem da articulação, fazendo com que o indivíduo acometido sinta muita dor, crepitação, e durante a manhã ao acordar o indivíduo sente muita rigidez, o músculo pode chegar a atrofiar (DUARTE et al., 2013). Os fatores de riscos para a osteoartrose podem estar associados com a obesidade, a idade, o sexo, ou algumas atividades, podem acarretar no desenvolvimento da AO, principalmente de joelho. Sendo a obesidade o maior fator para esse comprometimento, fazendo com que a articulação fique sobrecarregada. Outro fator que faz com que a AO de joelho se desenvolva é o movimento repetitivo, como subir e descer escadas (ROSIS et al., 2010). O diagnóstico da osteoartrose é feito através de exames de imagens como o Raio-x, buscando as deformidades que a patologia causa (WIBERLIGER, 2015). Para a realização do diagnóstico clínico, o profissional deve estar atento a seguinte sintomatologia, como dor que perdura há muitos dias ou semanas; rigidez principalmente após um período em repouso; dor na palpação do local; sentir ou ouvir barulhos como crepitação no local; temperatura do local alta comparada com o restante do corpo (ROSIS et al., 2010). Os idosos são os mais afetados, quando nos referimos às patologias crônicas e degenerativas, o que acaba afetando a sua capacidade funcional, fazendo com que o mesmo tenha uma perda de sua independência (ALEXANDRE et al., 2008). Com sua idade avançada, o idoso se torna frágil e improdutivo, e às vezes são obrigados a irem viver em instituições para idosos, como o asilo, fazendo com que este idoso venha a ter dificuldades, e se sentirem tristes, isolados, inativos fisicamente e mentalmente, o que agravam ainda mais seu estado de saúde (REIS; TORRES, 2011). Existem três formas de tratamento para a osteoartrose, o farmacológico através de medicamentos, o cirúrgico quando houver necessidade do procedimento, e o fisioterapêutico que pode fazer juntamente com os citados anteriormente, ou sozinho (WIBERLINGER, 2015). O tratamento medicamentoso se dá através de analgésicos e anti-inflamatórios que irão atuar no efeito da dor e reduzindo a inflamação, e entre 22 outros medicamentos que ajudam a retardar a evolução da doença (JOSÉ, 2013). Já o tratamento cirúrgico do indivíduo com osteoartrose é indicado quando o paciente tem alterações graves, como a incapacidade, a deformidade e a dor. A artroplastia é uma cirurgia que pode vim a ter muitas complicações como, por exemplo, a infecção. No pós-operatório pode-se utilizar a fisioterapia para ajudarna reabilitação (SANTOS; BIAGI, 2013). O objetivo do tratamento fisioterapêutico na osteoartrose é diminuir a progressividade das lesões, promovendo analgesia, melhorando a amplitude de movimento, aumentando a força muscular, prevenindo e melhorando as limitações do indivíduo, gerando uma melhor qualidade de vida no indivíduo. O tratamento se inicia fazendo a avaliação física do paciente que deve conter o grau da dor, o tempo de duração da rigidez, o grau da ADM, realizado com o goniômetro e a avaliação do edema é realizado através do exame físico com a palpação e a inspeção (WIBERLINGER, 2015). Os exercícios físicos feitos através da cinesioterapia são ótimas formas de tratamentos, pois são feitos através dos movimentos, fazendo com que melhore a funcionalidade do paciente, fazendo com que ele ganhe força, e tenha um aumento da ADM, melhorando também o equilíbrio do idoso (BORDIAK et al., 2014). RODRIGUES & CAMARGO (2015) afirmam que a cinesioterapia vem a mostrar que os movimentos podem muito bem passar a ser um tratamento terapêutico através de métodos proprioceptivos e de reprogramação neuromotora. Segundo RODRIGUES & CAMARGO (2015), a mobilização articular devem ser realizada com movimentos passivos, para que assim reduza o atrito entre as articulações melhorando a dor e ajudando na função articular. Já o alongamento que é uma técnica onde permite que o usuário tenha mobilidade de seus tecidos moles, dando uma maior flexibilidade. Segundo Bordiak e colaboradores (2014), a hidrocinesioterapia, ou seja, os exercícios realizados dentro da água são de grande importância para o melhor tratamento do idoso, fazendo com que ele tenha uma melhora na sua capacidade funcional, sendo a água quente, uma melhor opção pois ajuda no relaxamento do paciente, causando uma melhor circulação no sangue, proporcionando a este paciente um alívio na dor, entre outros benefícios. Recursos eletroterapêuticos são amplamente utilizados nessa patologia de acordo com Biasoli e Izola (2003) a eletroterapia utilizada através de correntes sejam elas de curta, media ou longa frequência onde destacam-se a corrente interferêncial, o ultrassom e a TENS atuam de forma significativa na recuperação desses pacientes. O TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) é um recurso de eletrotermofototerapia que é utilizado no tratamento da osteoartrose de joelho com o intuito de promover o alívio da dor nas articulações (BORDIAK, et al. 2014). Segundo Oliveira et al. (2015), para uma eficácia significativa no tratamento da osteoartrose é necessário fazer uma associação com uso de recursos de eletroterapia como o TENS, juntamente com os exercícios terapêuticos, através da cinesioterapia. Técnicas da eletroterapia auxilia no alivio da dor sendo a TENS uma das mais utilizadas, no modo acupuntura através da modulação baixa frequência 1 a 4 Hz, 200 a 300 ms e alta intensidade por 30 minutos. A TENS ira atuara através da teoria das comportas. Onde as fibras de largo calibre iram interagir com a substancia gelatinosa do corno posterior da medula espinhal fazendo com que ocorra a inibição pré simpática a nível segmentar fechando assim as comportas (MORGAN & SANTOS,2011). Segundo Dadalto e colaboradores (2013) é importante enfatizar que exercícios de fortalecimento são de grande valia para pacientes com OA de joelho visto que por 23 sentir dor ao movimento, as pessoas por ela acometidas tendem a ficar mais tempo deitadas e evitam caminhar. Diante disso a musculatura do quadríceps fica enfraquecida pelo desuso, para tal fato exercícios de fortalecimento em cadeia sintética aberta ajudam significamente no ganho de forca do quadríceps. O fortalecimento segundo RODRIGUES & CARMARGO (2015) pode iniciar com contrações isométricas, sendo que é um meio, que vai proporcionar menos dor e ainda não aumenta na fase inflamatória. Em seguida pode ser realizado exercícios isotônicos que contribui para a capacidade aeróbia e funcionalidade articular. CONCLUSÃO Diante de pesquisas na literatura científica, podemos concluir que a OA é uma doença degenerativa, que atinge as articulações, fazendo com que o indivíduo sofra com dores e limitações. Diante disso, a fisioterapia apresenta resultados positivos no tratamento da OA atuando no alívio do quadro álgico, preservando a funcionalidade e o movimento articular onde, tais condutas de tratamentos refletem na qualidade de vida do paciente por ela acometido. Por se tratar de uma área que só vem crescendo, e novos métodos e exercícios terapêuticos vem sendo constantemente estudados afim de proporcionar uma melhor capacidade funcional para seus pacientes. Vale salientar a importância dos profissionais em buscarem avanços e técnicas para que assim possam proporcionar um melhor tratamento para cada paciente dentro das peculiaridades de cada um. REFERÊRENCIAS ALEXANDRE, T.S.; CORDEIRO, R.C.; RAMOS, L.R. Fatores associados à qualidade de vida em idosos com osteoartrite de joelho. Acta Fisiatr., 23(1):7-11, 2016. BORDIAK, F. C.; MACHADO, I. F.; ALVES, G. M. S.; et al. Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento de patologias mais comuns em idosos: Um estudo de revisão. Revista Pesquisa em Fisioterapia, 49(2):131-136, 2014. BIASOLI, M. C.; IZOLA, L. N. T. Aspectos gerais da reabilitação física em pacientes com osteoartrose. RBM - REV. BRAS.GC MED. - VOL. 60 - Nº 3 - MARÇO DE 2003 CAMANHO, G. L.; IMAMURA, M.; WIELSEN, L. A. Gênese da dor na artrose. Rev. Bras. Ortop., 46(1):14-7, 2011. DADALTO, T. V.; SOUZA, C. de S; SILVA, E. B. da. Eletroestimulação neuromuscular, exercícios contrarresistência, força muscular, dor e função motora em pacientes com osteoartrite primária de joelho. Fisioter Mov., 26(4): 777-89, 2013. DUARTE, V. S.; SANTOS, M. L.; RODRIGUES, K. A.; et al. Exercícios Físicos e osteoartrose: Uma revisão sistemática. Fisioter. Mov. v.26, n.1, p.193-202, 2013. FRANCO, L. R.; SIMÃO, L. S.; PIRES, E. di. O.; et al. Influência da idade e da obesidade no diagnóstico de artrose de joelho. CanScientiae Ssaude, 9(1):41-46, 2009. 24 JOSÉ, F. F. Osteoartrite fisiopatologia e tratamento medicamentoso. JMB, vol. 101, n° 2, 2013. MORGAN, C. R.; SANTOS, F. S. Estudo da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) nível sensório para efeito de analgesia em pacientes com osteoartrose de joelho. Fisioter Mov., 24(4):637-46, 2011. OLIVEIRA, J. G. D.; SOUZA, M. E.; COUTINHO, S. M. A.; et al. Uso da eletroterapia associado a cinesioterapia no tratamento de pacientes com osteoartrite. 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Rio de Janeiro: Revinter, 2015. 25 A IMPORTÂNCIA DA LIBERAÇÃO MIOFACIAL NA MELHORA DO DESEMPENHO RESPIRATÓRIO EM PACIENTES COM MPS (MUCOPOLISACARIDOSE) TIPO VI Sirlete de Andrade Silva, Giselle Santana Dosea, Antônio Macedo de Araújo Filho, Carina de Souza de Almeida, Kaliane Brito de Oliveira, Nicole dos Santos, Rayssa Pereira Bemvenuto. Palavras-chave: Mucopolisacaridose tipo VI, liberação miofacial, desempenho respiratório Resumo: A mucopolissacarídose é causada por deficiência de uma enzima que degradaos glicosominogicanos, que acabam se acumulando nos tecidos, órgãos e células, provocando deformidades progressivas nos sistemas.A MPS do tipo VI doença autossômica recessiva que acontece devido a deficiência da enzima hidrolase lisossômica N-acetilgalactosamina 4-sulfatase responsável pela quebra de GAGsdermatan sulfato e condroitina sulfato. O desempenho respiratório afetado, devido a compressão dos outros órgãos sobre o mesmo. Foi realizado uma revisão literária nos bancos de dados google acadêmico, scielo e pubmed. A liberação miofacial serve para devolver a funcionalidade da fáscia, devido diminuição da aderência dos tecidos sobre a mesma. Oobjetivo do presente artigo é discutir o efeito da liberação miofacial na melhora da respiração em indivíduos com Mucopolisacaridose tipo VI. INTRODUÇÃO Existem 11 tipos de Mucoplissacaridose (MPS) causada pela deficiência de 11 enzimas lizossomicas que são responsáveis pela degradação de glicosominoglicanos (GAG’s). Essa deficiência acaba acumulando parcialmente degradados de GAG, snos lisossomos, causando morte celular e disfunções orgânicas progressivas. A glicosaminoglicano (GAG´s) são moléculas formadas por açúcar que compõem a matriz extracelular e que forma proteoglicanos e estes absorvem grande quantidade de água. Geralmente o que não é aproveitado pelos lisossomos são excretados pela urina, porém as crianças que nascem com essa deficiência de enzima, durante os primeiros meses não é identificada, no entanto com o acumulo da GAG´s nos órgãos vão aparecendo anormalidades matômicas e fisiológicas progressivamente apartir da enzima que é classificada a doença (PEREIRA et al, 2011). A MPS do tipo VI conhecida também como Sindrome de Maroteaux- Lamy é descrita por uma doença autossômica recessiva que acontece devido a deficiência da enzima hidrolase lisossômica N-acetilgalactosamina 4-sulfatase, que é de extrema importância pela quebra de GAGsdermatan sulfato e condroitina sulfato que os mesmos acabam acumulando em quantidades maioresno coração, vasos sanguíneos, esqueletos e córneas (CANCINO et al 2016; PEREIRA et al, 2011). Assim, os indivíduos de MPS VI, possui alterações clinicas como baixa estatura, rigidez articular, principalmente na articulação do ombro, macrocefalia podendo ser acompanhada ou não de hidrocefalia, cardiopatias e complicações 26 respiratórias, devido a uma dificuldade na expansão torácica. A gravidade da MPS VI varia de forma leve, intermediaria e grave, no qual a leve as anormalidade aprecem na fase adulta, a grave os sinais aparecem precocemente com 2 anos idade, sendo confirmado com exames de urina, pois os mesmo excretam excesso de condroitina sulfato e GAG,sdermatan (CANCINO et al 2016; PEREIRA et al 2011). Nos indivíduos que possuem MPS IV há uma deformidade no sistema respiratório devido acúmulo de GAG na orofaringe e nas vias aéreas, combinado com sinais dimórficos típicos (incluindo hipoplasia hemifacial, anormalidades dentárias e principalmente as alterações como cifoescoliose e hepatoesplenomegalia, o qual leva a dificuldade do trabalho diafragmático, impedindo os músculos intercostais internos e externos de realizar o processo de contração e relaxamento normal, pois não há uma expansão torácica suficiente (PEREIRA et al, 2011). Assim as MPS são caracterizadas como doenças raras por afetarem uma pequena parcela da população mundialmente, uma vez que a incidência de 3 para cada 100 mil nascidos vivos, sendo que diante das pesquisas identificou-se que a tipo VI é mais raras de todos, vistos que suas incidências é de 1 para cada 300 mil nascidos vivos, isso a nível mundial, sendo que a maior prevalência da doença é no Brasil (LUCON, 2015). METODOLOGIA Foi feita uma revisão literária nos bancos de dados Google Acadêmico, Scielo, PubMed, onde foram selecionados artigo entre 2009 a 2019 sobre “mucopolisacaridose”, “terapias manuais” e “liberação miofacial”. Foram usados artigos em inglês e português. Obtiveram como critérios de inclusão artigos que relatava doença mucopolissacarídose no geral, mucoplissacaridose tipo VI, terapia manual, liberação miofacial, Como critérios de exclusão foram artigos que relatavam sobre um tipo especifico de mucopolissacaridose sem ser a tipo VI. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram selecionados 20 artigos, no entanto, apenas8 artigos foram utilizados. A discussão sobre as temáticas destacadas a partir dos descritores permitiram esclarecer o tema proposto. Assim, é importante lembrar que anatomicamente os músculos são envoltos pela fáscia. Quando os músculos ficam muito tensionados impedem que a fáscia desenvolva sua funcionalidade normal, provocando aderência da mesma aos tecidos que ela envolve. Nesse sentido, a liberação miofacial serve para devolver a funcionalidade da fáscia no momento que a técnica diminui essa aderência entre os tecidos e ela. E como resultado secundário a esse processo, se tem o aumento da flexibilidade e relacionando com a disfunção causada pela MPS na expansão torácica, com mais flexibilidade a caixa torácica irá permitir que o diafragma possa realizar seu trabalho nas proporções normais e haverá, portanto, uma melhora respiratória no paciente (REGÔ et al, 2012; SILVA et al, 2017). Percebe-se que é uma técnica de baixo custo, pois pode realizar somente com o corpo do fisioterapeuta, uma vez que Silva et al (2017) diz que a liberação miofacial é uma técnica que é realizada de forma passiva, pode utilizar instrumentos específicos comostick ou sem instrumentos, fazendo a técnica somente com as mãos, cotovelos e dedos, que pode ser realizada com movimentos de cisalhamento entre a fáscia e pele do individuo, visto que, assim, a técnica proporciona uma 27 remodelamento do componentes fásciais, obtendo uma maior complacência do tecido, dessa forma, os músculos intercostais internos e externos dos pacientes com mucopolissacarídose que encontram-se em constante contração, ao serem remodelados pela técnica permite uma maior expansão torácica, devido ao aumento da flexibilidade dos mesmo, permitindo o aumento do volume inspiratório e expiratório. Além disso, a liberação miofacial pode ser realizada no diafragma, já que o mesmo é o principal músculo que possibilita realizar a respiração, uma vez que os indivíduos com MPS tipo VI possui o diafragma com comprimido devido a hepatoesplenomegalia, assim o mesmo pode ficar encurtado diminuindo a força de contração involuntária, que prejudica no volume e capacidades pulmonares, uma vez que a quantidade de volume que adentra aos pulmões depende do comprimento do diafragma no momento de inspiração, assim a técnica liberação miofacial possibilita descompressão desse musculo, que irá permitir maior força diafragmática e consequentemente melhora a mobilidade da caixa torácica e da função pulmonar (VASCONCELOS et al, 2011). CONCLUSÃO Dessa forma é notável que a MPS é uma doença que compromete todos sistemas do corpo, provocando alterações progressivas que dificultam a qualidade de vida do paciente. Como no aparelho respiratório que é comprimido pelos outros órgãos, há uma interferência na capacidade de expansão torácica, desta forma liberação miofacial torna-se importante, pois proporciona um relaxamento dos músculos intercostais e dor diafragma, aumentando a flexibilidade, melhorando o desempenho respiratório. REFERÊNCIAS CANCINO, C. M.H. SASADA, I. N. V. SOUZA, C. F. M. OLIVEIRA, M.Mucopolissacaridose: características e alterações bucais. RFO UPF, v. 21. n. 21, 2016. LIN, S.P; SHIH, S.C; CHUANG, C.K; LEE, K.S; CHEN, M.R; NIU, D.M; CHIU, P.C; LIN S.J; LIN, H. Y.CharacterizationofPulmonaryFunctionImpairments inPatientsWithMucopolysaccharidoses — ChangesWithAge andTreatment.PediatricPulmonology. v. 49, p. 277–284, 2014. LUCON, Cristina Bressagalia. Representações docentes o olhar para o aluno com Mucoplissacridose tipo VI do município de Monte Santo-BA.2015. 278f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação. Universidade Federal da Bahia, Salvador. PEREIRA, J. O. GARBELINI, M. G. A. M. PALAZZO, V.C. Mucopolissacaridose tipo VI: evolução natural, importância diagnóstica e terapêutica. Rev. Neurocienc. v. 19, n.2, p. 329-338, 2011. RÊGO, E. M. MARFIN-MARTIN, M. DIBAI FILHO, A. V. FAVERO, F.M. OLIVEIRA, A. S. B. FONTES, S. V. Efeitos da Liberação Miofascial Sobre a Flexibilidade de um 28 Paciente com Distrofia Miotônica de Steinert. RevNeurocienc, v. 20, n.3, p.404-409, 2012. SILVA, D.L; MONTEIRO, E.R; NETO, V. G.C; TRIANIA, F.S. Efeitos da Liberação Miofascial Sobre a Flexibilidade: uma Revisão Sistemática. J Health Sci. v. 19, n. 2, p. 200 – 4, 2017. VASCONCELOS, S. S. VIANA, N. S. P. MONT’ ALVERNE, D. G. B. FREITAS I. M. P. F. GOUVEIA, S. S. V. GOUVEIA, G.P.M. Estudo comparativo entre a técnica de liberação diafragmática e o uso de incentivador respiratório em indivíduos normais. Ter Man. v. 9, n. 46, p.756-762, 2011. 29 A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES PORTADORES DE MUCOPOLISSACARIDOSE (MPS) Ivila Andrade Pinheiro, Rayara Rodrigues Melo, Noemi Moreira Reis, Juliana Santos de Araujo, Beatriz Benny Sungaila Pereyra. Palavras-Chave: mucopolissacaridose, arysulfatase-B e fisioterapia. Resumo: A mucopolissacaridose é uma doença pouco conhecida pela sociedade, é considerada uma doença rara e multisistêmica que acomete ambos os sexos. Há necessidade do acompanhamento para reposição da enzima arisulfatase-B, que falta no organismo desses portadores, pois a ausência da mesma provoca um curto período de vida. É uma patologia muito rara, mas no Nordeste é bastante frequente podendo existir mais de um caso na mesma família, sendo ainda mais pertinente a busca de uma possível resposta para tantos casos. Esses portadores são crianças em que o diagnóstico é realizado durante o desenvolvimento, pois apresentam algumas alterações, que podem ser vistas no corpo, nas mãos, pés, coluna vertebral e olhos, com alterações discrepantes de um desenvolvimento natural. Ocorre então a procura por serviço médico, sendo realizados exames para o diagnostico da doença. Não existe cura para a mesma, mas o tratamento é considerado eficaz sendo ele a reposição enzimática que quanto mais prematuramente na realização do mesmo melhor será o desempenho nas atividades e maior prolongamento da vida. INTRODUÇÂO A mucopolisacaridose é uma doença rara, hereditária que acomete crianças, ela é identificada através de exames de genética. Visualmente é por meio do corpo que apresenta com o passar do tempo algumas alterações e a dificuldade de crescimento. É acometida pela a ausência de enzimas no corpo dos pacientes, essa enzima é identificada através do tipo de MPS, e cada tipo é classificado por síndromes distintas, é ele tipo I, II, III, IV, VI e VII quaisquer são a falta de uma enzima diferenciada. Cada uma delas é desenvolvida de formas distintas, mas com algumas alterações semelhantes, como os sistemas cardiovasculares e as alterações musculares, as aparências desses pacientes são bastante semelhantes, elas se manifestam diferentes a cada um, pois pode existir de ser o mesmo tipo e apresentar outras alterações como o crescimento sendo maior ou menor que outros (MIZUNO et al., 2010). A doença do tipo VI é provocada pela deficiência da enzima arysulfatase-B, que é uma síndrome do Maroteaux-Lamy, essa enzima é encontrada em alguns órgãos de animais, sendo eles o fígado, rins e pâncreas. Esse tipo é o mais raro, porém no Nordeste há uma controvérsia por apresentar um número alto de casos (PACHAJOA E RODRIGUEZ 2014). 30 Ao nascer é considerada uma criança normal sem nenhuma alteração funcional, as características vêm aparecendo ao longo dos meses e marcada a partir dos dois anos de idade (FIGUEIRÊDO et al, 2018). É uma patologia que apresenta diversas alterações tanto fisicamente como musculoesquelética, provocando deformidade no corpo, presença de escoliose, hiperlordose, mãos em garra, atrofia de falanges, contratura de articulações. Além de comprometimentos em órgãos e sistemas, apresentando ofegancia sem esforços, falta de ar com frequência, taquipneia, são diversos fatores que influencia diretamente no dia a dia dessas crianças. Além de apresentar baixa estatura, compressão medular, alguns podem apresentar deficiência auditiva. Contudo é fundamental a presença de um fisioterapeuta no tratamento dessas alterações, promovendo uma melhora na realização de suas atividades diárias, promovendo uma melhor interatividade com as crianças que estão a sua volta podendo ser mais ágil e preciso (PIMENTA et al., 2012). Para a realização desse tratamento Sedrez et al (2017), deixa claro que é fundamental uma anamnese detalhada para melhor desenvolver um protocolo eficaz e seguro ao paciente, dando como exemplo a escoliose que está sendo acometido diversas pessoas hoje em dia, não só crianças mas adultos também apresentam, tendo em vista a causa em diversos fatores. Por isso a importância de uma avaliação detalhada para desenvolver um bom tratamento. Pacientes que apresentam essa doença não morrem pela doença em si, mas pelas alterações e sistemas acometidos pela mesma, como insuficiência respiratória, problemas cardíacos, infecções quaisquer. Esses pacientes além de receber o medicamento, a depender do paciente passa por procedimentos cirúrgicos pelos comprometimentos que essas alterações provocam. Apresentam diariamente dificuldade na respiração, ficando ofegante sempre, necessitando de um cuidado criterioso a esses tipos de complicações. (MARCELINO, MAROTE, PATULEIA 2012). O tratamento farmacológico é baseado em reposição enzimatica que está faltando no organismo dessas crianças, pois a mesma ajuda em uma melhor qualidade de vida, diminuindo os agravos que essa criança pode vim a ter, a enzima arisulfatase-B ajuda na quebra dos açucares que está acumulado no organismo dessas crianças (GIUGLIANI et al, 2010). A equipe enfermagem hoje assume o papel do tratamento farmacológico depois de ter passado por algumas orientações, dentre elas de humanização, é necessário além de ser profissional pessoa em si, tendo consciência e respeitando tudo que essa criança esta passando, e saber que nunca irá melhorar, e a dificuldade que os familiares enfrentam no dia a dia, pois na grande maioria deixa de lado o trabalho e a vida pessoal para cuidar dessas crianças, por que além da reposição semanalmente, sempre esta sendo acompanhado por outros profissionais, sendo deslocando na maior parte para outras regiões para receber esse apoio (AZEVEDO et al., 2010). 31 METODOLOGIA A pesquisa a ser realizada é do tipo qualitativa, pois tem como foco demostrar a importância do tratamento seja ele farmacológico e fisioterapêutico aos pacientes portadores de mucopolissacaridose, assim não foi desenvolvido nenhum dado, por isso é qualitativa. Foram pesquisados doze artigos em idiomas português e inglês, porém foram excluídos quatro por não atender os últimos dez anos e por não apresentarem assuntos relevantes para o desenvolvimento do trabalho. Uma pesquisa de revisão bibliográfica desenvolvida através de artigos publicados na Scielo e google acadêmico, nos anos de 2010 a 2019. RESULTADOS E DISCUSSÂO Observou-se que é uma patologia pouco conhecida, existindo carências de estudos, poucos artigos apresentou a importância do tratamento a esses portadores, como também é escasso o principal fator que gera uma criança ser portadora de MPS, não existindo formas de prevenção para amenizar tal situação. Mas deixa claro que a reposição enzimatica juntamente ao tratamento fisioterapêutico é de suma importância para uma melhor qualidade de vida. CONCLUSÂO É uma patologia bastante pertinente de ser estudada, é bastante abrangente,mas que vale a pena buscar novas informações para melhor se aprimorar ao assunto. É de bastante curiosidade no resultado desse estudo, a do tipo VI por ser a mais rara, logo no nordeste é a mais decorrente com um maior número de casos. Assim observou que o tratamento é de difícil acesso, necessita de vários critérios e muitos deles demora na aprovação, riscos de ficar algum tempo sem realizar a terapia de reposição enzimática, causando prejuízos aos pacientes. Sendo fundamental o tratamento para uma melhor qualidade de vida, e maior prolongamento da vida. REFERÊNCIAS AZEVEDO, M. C. C. V. et all. As crianças portadoras de mucopolissacaridose e a enfermagem: uma experiência de desospitalização da assistência. Rev. Min. Enferm; 14(2): 271-276, abr./jun., 2010. FIGUEIRÊDO, B. B. R. S. et al. Nível de independência, capacidade funcional e força muscular respiratória de pacientes com mucopolissacaridose tipo VI no Nordeste do Brasil. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (1): 93-102 jan-mar., 2018. GIUGLIANI, R. et al. Terapia de reposição enzimática para as mucopolissacaridoses I, II e VI: recomendações de um grupo de especialistas brasileiros. Rev Assoc Med Bras 56(3): 257-77, 2010. MARCELINO, M. MAROTE, O. PATULEIA, M. D. Abordagem anestésica das mucopolissacaridoses. Revista SPA Vol. 21 - nº3 2012. 32 MIZUNO, C. A. et al. Aspectos clínicos da mucopolissacaridose tipo VI. Rev Bras Clin Med 8 (4):356-61, 2010. PACHAJOA, H. RODRIGUEZ, C. A. Mucopolysaccharidosis type VI (Maroteaux-Lamy syndrome) in the pre-Columbian culture of Colombia. Colombia Médica - Vol. 45 Nº2 (Apr-Jun), 2014. PIMENTA, R. et all. Síndrome do tunel cárpico bilateral em criança com mucopolissacaridose tipo VI. Rev Port Ortop Traum 20(1): 93-97, 2012. SEDREZ, J. A. Assessment of Vert-3D repeatability and reproducibility for evaluating the scoliosis of children with different nutritional profiles. Fisioter Mov. 30(4):715-23: Oct/Dec, 2017. 33 A INCIDÊNCIA DA CINESIOFOBIA EM PACIENTES COM LESÕES TRAUMATO- ORTOPÉDICAS Olívia Santos Oliveira, Breno Santos Fonseca, Jordane dos Reis Almeida, Monique Souza Santana, Sirlete de Andrade Silva, Rayssa Pereira Bemvenuto, Elenilton Correia de Souza de Souza. Palavras-Chave: Cinesiofobia, fisioterapia, lesões traumato-ortopédicas. RESUMO: A dor em qualquer lesão pode ocorrer em diferentes graus de intensidade, sendo avaliada do leve ao inexplicável. O receio de uma nova lesão e medo de sentir dor leva o paciente a limitar seu movimento, caracterizando a cinesiofobia, que é classificada como uma condição debilitante com excessivo medo de realizar determinados movimentos. Analisar a presença de Cinesiofobia em indivíduos que já sofreram lesões e precisaram da fisioterapia. Foi aplicado um questionário contendo os itens: discordo totalmente, discordo parcialmente, concordo parcialmente e concordo totalmente, sendo marcado pelo entrevistado o número 1, 2, 3 ou 4, onde dentre as lesões encontradas a dor lombar e lesões de joelho receberam maior índice. A cinesiofobia é o medo de se machucar e de sentir dor realizando o movimento, fazendo-se importante a atuação fisioterapêutica para melhoria da cinesiofobia, e na pesquisa, dor lombar e joelhos recebem destaque. INTRODUÇÃO A cinesiofobia se caracteriza pelo medo do indivíduo realizar o movimento após ter sofrido uma determinada lesão, pois há o receio de sentir dor durante o movimento e consequentemente o agravamento do estado da lesão, ou mesmo que volte a ter um problema ainda mais complexo. Esse fenômeno, resulta na recusa de gerar movimentos específicos no local acometido levando o sujeito a ter duas respostas: o paciente confronta esses medos, realizando o movimento solicitado mesmo sem ter total confiança e gradativamente o medo irá diminuir ou acontece uma forma de evitar a realização do movimento, que acaba se tornando cada vez mais limitado, ocasionando um ciclo vicioso que pode desenvolver, incapacidades físicas, no qual esse paciente torna-se cada vez mais inativo ou restrito para a realização de determinados exercícios da fisioterapia principalmente por medo (TROCOLI e BOTELHO, 2016). O medo de realizar o movimento, torna o paciente cada vez mais com limitações funcionais, gerando maiores problemas para a melhora da lesão, visto que, com a imobilidade dos músculos, pode desenvolver uma atrofia, hipotonia muscular e diminuição da flexibilidade. Percebe-se, por exemplo, que há uma grande probabilidade em indivíduos com dor lombar crônica e com lesões de membros inferiores a ter cinesiofobia, por relatarem medo de sentir dor. A literatura científica aponta que a cinesiofobia pode vir acompanhada ou desencadear no indivíduo a depressão e ansiedade, uma vez que tende a agravar o quadro da lesão e interfere na qualidade de vida do mesmo, necessitando assim de um acompanhamento interdisciplinar no tratamento (ANTUNES et al., 2013). Para classificar os graus de cinesiofobia e a persistência da mesma foi elaborada uma escala de avaliação que já está validada na comunidade científica. De 34 acordo com Cordeiro (2011), essa escala é denominada de Escala Tampa de Cinesiofobia (TSK) que é utilizada como um instrumento de autoadministração desenvolvido prontamente e especificamente para que se consiga fazer a medição da cinesiofobia, podendo ser considerada também em condições genéricas. Esta escala é de suma importância para a realização de diferentes tipos de pesquisa no Brasil e no mundo, já que consegue identificar esse problema enfrentado por inúmeros pacientes ortopédicos e traumáticos. A versão original da escala TSK é constituída com um conjunto de perguntas científicas que têm 17 itens que conseguem representar de uma forma muito subjetiva a percepção do medo do movimento dos pacientes e dessa forma observar a ocorrência de muita, razoável ou pouca segurança/confiança para conseguir realizar os movimentos desejados para que venha a ocorrer o tratamento necessário. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada com pacientes de clínicas de quatro (4) cidades diferentes: Cipó (BA), Monte Santo (BA), Tucano (BA) e Tobias Barreto (SE). No geral, foram entrevistadas 8 pessoas através do questionário A Tampa Scale of Kinesiophobia, onde tinham questões de 1= discordo totalmente, 2= discordo parcialmente, 3= concordo parcialmente e 4= concordo totalmente, no qual continha perguntas relacionadas ao medo de dor no momento do movimento. Utilizou-se como critério de inclusão desse estudo pacientes que já tinham sofrido algum tipo de lesão e receberam atendimento fisioterapêutico. A pesquisa foi realizada no mês de agosto de 2019 por formulário fornecido pelo professor orientador do “Projeto Integrador” (pesquisa específica do colegiado de Fisioterapia da UniAges – BA), sendo a Escala Tampa a escolhida para identificação da presença da Cinesiofobia. Com esse instrumento foi avaliado o nível de medo ao movimento dos pacientes. Os dados foram obtidos através do escore do questionário, em porcentagem, onde as questões 4, 8, 12, 16 tinham seus resultados com os números invertidos. A pesquisa foi feita por seis (6) acadêmicos do curso de fisioterapia, após o levantamento dos dados, os mesmos foram organizados em planilha e foram apresentados em forma de gráficos. A pesquisa não envolveu risco para os entrevistados, sendo necessário apenas alguns minutos para a realização da mesma com cada paciente. RESULTADOS E DISCUSSÃO A dor é um mecanismo de alerta ou defesa que permite uma reação adequada em caso de lesão. Dessa forma, a cinesiofobia é descrita como medo de realizar determinado movimento funcional dificultando que o indivíduo realize suas atividades de forma adequada no seu dia a dia, impedindo assim que o paciente tenha uma qualidade de vida, pois além de atingir o psicológico, atinge também o fator neurobiológico do indivíduo (PETERSON; RENSTROM, 2012;CORDEIRO, 2011). A dor é um fenômeno extremamente complexo que vai muito além dos sintomas físicos e pode ser conceituada como uma experiência subjetiva que pode estar associada a alguma lesão real ou até mesmo potencial nos tecidos afetados. Qualquer estímulo que é feito após o surgimento de alguma lesão resulta em uma sensação de dor, como por exemplo qualquer movimento (SILVA; RIBEIRO-FILHO, 2011). 35 Sabendo que a cinesiofobia é considerada o medo de se movimentar para não sentir dor e reconhecendo a importância da escala de avalição, é necessário abordar a necessidade de avaliar a qualidade de vida desses indivíduos por meio de questionários específicos. Conforme Lorente (2014), a avaliação da qualidade de vida por meio do uso de questionários tem sido bastante reconhecida como sendo uma importante área dentro do conhecimento científico, mostrando a sua importância primordial no campo da saúde. Isso verifica que os conceitos de saúde e da qualidade de vida se interpõem entre si, sendo considerados como satisfação e bem-estar, sejam eles nos âmbitos físico, psíquico, socioeconômico e também cultural. Por meio da pesquisa feita com a aplicação do questionário Tampa Scale of Kinesiophobia pode-se considerar que foram encontrados 8 pacientes com diferentes graus de medo de realizar determinado movimento. Conforme o questionário, as perguntas lançadas aos pacientes foram respondidas de acordo com o grau de preservação do movimento contendo as respostas de 1 a 4; a pesquisa foi feita com a aplicação do questionário em indivíduos com lesões diversificadas e que precisaram do atendimento fisioterapêutico Assim, considerando esta informação, é possível conotar que por meio do escore demonstrado em porcentagem representado no gráfico acima pode-se afirmar que a maior incidência das lesões traumato-ortopédicas relacionadas à cinesiofobia envolvem lesões na coluna lombar e na articulação de joelho, sendo que, pode-se observar ainda que a articulação do joelho apresenta uma incidência ainda maior quando comparada a outras articulações do corpo, principalmente dos pacientes avaliados na cidade de Tucano – BA. CONCLUSÃO A cinesiofobia é um problema de questões de saúde, tanto física quanto mental, que atinge diversas pessoas em todos os lugares do mundo. Sendo caracterizada pelo medo de realizar os movimentos, tanto nas atividades de vida diária, quanto nos movimentos que os tratamentos das desordens musculoesqueléticas impõem. É necessário que haja compreensão com estes pacientes, para que a fisioterapia possa 0 10 20 30 40 50 60 Monte Santo Tucano Cipó Tobias Barreto Escore final Escala Tampa de Cinesiofobia Dor lombar Joelho 36 ajudar da melhor forma na recuperação e na superação do medo de movimentar-se por condições psicológicas, conotando que se for se movimentar da forma correta irão agravar a dor ou um possível surgimento de novas lesões. Pode-se afirmar que o fator da cinesiofobia e o seu mecanismo são interferentes na qualidade de vida dos indivíduos, onde por medo de sentir a dor deixam de realizar as suas atividades de vida diária, causando queda de produção na parte profissional desses indivíduos. A maior incidência de lesões encontrada, ainda associadas com a cinesiofobia, foi das dores da coluna lombar e do joelho, sendo a articulação do joelho a de maior incidência se relacionada à coluna lombar. REFERÊNCIAS ANTUNES, R.S. MACEDO, B. G. AMARAL, T. S. GOMES, H. A. PEREIRA, L. S. M. ROCHA, F.L. Dor, cinesiofobia e qualidade de vida em pacientes com lombalgia crônica e depressão. Act ortop. Bras. v. 21, n.1, São Paulo, 2013. CORDEIRO, N; et al. Utilização da Tampa Scale of Kinesiophobia 13 Itens Após Ligamentoplastia do Cruza Anterior do Joelho: versão genérica versus versão de condição específica. Revista Portuguesa de Fisioterapia no desporto. Vol. 5, n° 2, 2011. LORENTE, G. D; et al. Cinesiofobia, adesão ao tratamento, dor e qualidade de vida em indivíduos com síndrome fibromiálgica. Revista Dor. São Paulo. Vol. 15, n° 2, p.121-125, 2014. PETERSON, Lars; RENSTROM, Per. Lesões do esporte: prevenção e tratamento. 3. Ed. Barueri–SP: Manole, 2012. SILVA, José Aparecido da; RIBEIRO-FILHO, Nilton Pinto. A dor como um problema psicofísico. Revista Dor. São Paulo, v 12, n.2, p. 138-151, 2011. TROCOLI, T. O. BOTELHO, R. V. Prevalência de ansiedade, depressão e cinesiofobia em pacientes com lombalgia e sua associação com os sintomas da lombalgia. Revista Bras Reumatol. v. 56, n.4, p.330-336, 2016. 37 A QUALIDADE DE VIDA DE GESTANTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA. Jordane dos Reis Almeida, Breno Santos Fonseca, Giselle Santana Dosea, Nicole dos Santos, Rayssa Pereira Bemvenuto, Sirlete de Andrade Silva, Olívia Santos Oliveira. Palavras-Chave: Incontinência Urinaria, Gestação, Qualidade de vida. Resumo: O período gestacional proporciona diversas alterações fisiológicas, biomecânicas e anatômicas no corpo da gestante, fazendo com que ocorram diversos transtornos. Dentre eles, a Incontinência Urinária caracterizada como uma perda involuntária da urina, por seus impactos sociais, acabam por afetar a qualidade de vida da mulher. O objetivo do estudo foi identificar o impacto da IU na qualidade de vida de gestantes da cidade de Paripiranga-BA. A pesquisa foi realizada na cidade de Paripiranga-BA, com 9 mulheres assistidas por uma unidade básica de saúde local. Os resultados apontaram que a IU afeta qualidade de sono e disposição, atividades diárias e emoções das gestantes. E conclui-se que é de grande impacto a IU nas gestantes, necessitando de uma assistência básica de saúde as mesmas, o qual a fisioterapia proporciona maneira de reabilitação e prevenção da IU nas gestantes. INTRODUÇÃO O período gestacional proporciona diversas alterações fisiológicas, biomecânicas e anatômicas no corpo da mulher, fazendo com que aconteçam muitas transformações internas, para que haja o crescimento natural do feto. Dentre as alterações, está o aumento do volume do útero, o aparecimento da placenta e do líquido amniótico, fazendo com que o útero comprima a bexiga, deixando a mesma mais baixa e com pouco espaço para armazenamento de líquidos, obtendo uma frouxidão do esfíncter urinário devido ao aumento do hormônio relaxina e da progesterona (SILVA, 2015). Dessa forma as gestantes adquirem Incontinência urinária (IU), que é a perda involuntária da urina. Consiste em um problema social e higiênico, que é capaz de diminuir a qualidade de vida da mulher no âmbito social, psicológico, físico e sexual, sendo que a prevalência de relatos de escapes de urina nas gestantes diversifica entre 35,6% a 50% no período de 36° semanas. Além disso, o aumento da IU durante a gestação está diretamente ligado a sobrecargas dos músculos do assoalho pélvico e seus ligamentos, alterando assim o movimento, a propriocepção e força de contração desse seguimento, assim o objetivo deste artigo é identificar o impacto da IU na qualidade de vida de gestantes da cidade de Paripiranga-BA (RIESCO et al, 2014; REZENDE,2005; MOCCELLIN, RETT e DRIUSSO,2014). METODOLOGIA O Método de pesquisa utilizado é de caráter quantitativo, através do questionário de King’s Health Questionnaire que contém questões relacionados a dados demográficos, influência de fatores sociais, familiares, físicos e emocionais pessoais, nos episódios de IU. Os critérios de inclusão foram: gestantes, acima de 18 anos, com período gestacional acima de 12 semanas. A amostra foi obtida na unidade básica de saúde do município de Paripiranga- BA. Todas as gestantes participaram 38 voluntariamente da pesquisa e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO A IU de acordo com a International Continence Social (ICS) é caracterizada a IU como quaquer perda involuntária da urina que pode ser por esforço e ou urgência, Estima-se a prevalência
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