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ESTABILIDADE-ACELERADA-DE-FORMULAAÔÇíAÔÇóES-DE-XAMPU-VETERINAüRIO-COM-E-SEM-A-ADIAÔÇíAãÆO-DE-CONSERVANTE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 
 
 
LUCAS FELIPE DE OLIVEIRA COSTA PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIDADE ACELERADA DE FORMULAÇÕES DE XAMPU VETERINÁRIO 
COM E SEM A ADIÇÃO DE CONSERVANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
 
 
LUCAS FELIPE DE OLIVEIRA COSTA PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIDADE ACELERADA DE FORMULAÇÕES DE XAMPU VETERINÁRIO 
COM E SEM A ADIÇÃO DE CONSERVANTE 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito para a obtenção do título de 
Engenheiro Químico. 
Orientadora: Profª. Dra. Katherine Carrilho de 
Oliveira Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede 
 
 Paiva, Lucas Felipe de Oliveira Costa. 
 Estabilidade acelerada de formulações de xampu veterinário com 
e sem a adição de conservante / Lucas Felipe de Oliveira Costa 
Paiva. - 2022. 
 57 f.: il. 
 
 Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Química. Natal, 
RN, 2022. 
 Orientadora: Profa. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus. 
 
 
 1. Engenharia Química - Monografia. 2. Estabilidade Acelerada 
- Monografia. 3. Xampu Veterinário - Monografia. 4. Conservante 
- Monografia. 5. Material de Acondicionamento - Monografia. 6. 
Embalagem PET - Monografia. I. Deus, Katherine Carrilho de 
Oliveira. II. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 66.0 
 
 
 
 
 
Elaborado por Fernanda de Medeiros Ferreira Aquino - CRB-15/301 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS FELIPE DE OLIVEIRA COSTA PAIVA 
 
 
ESTABILIDADE ACELERADA DE FORMULAÇÕES DE XAMPU VETERINÁRIO 
COM E SEM A ADIÇÃO DE CONSERVANTE 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito para a obtenção do título de 
Engenheiro Químico. 
 
 
 Aprovado em 15/12/2022 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________ 
Profª. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus 
Orientadora 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. André Luis Lopes Moriyama 
Avaliador 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. Gilson Gomes de Medeiros 
Avaliador 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Eu dei meu coração, meu sangue, meu suor e 
minhas lágrimas nesse jogo. Cleveland, isso é 
para você” 
LeBron James 
 
 
RESUMO 
A avaliação da estabilidade de um produto cosmético é um passo essencial no desenvolvimento 
de novas formulações ou na mudança de formulações já estabelecidas. O teste de prateleira é a 
maneira mais comum de avaliar formulações, mas sua demora leva indústrias e pesquisadores 
a realizarem estudos acelerados, sempre se baseando no que já se entende ou se espera de cada 
produto. Em xampus de uso veterinário, tal como de uso humano, a dificuldade de delimitar um 
componente específico para estudar a cinética química de degradação leva à uma avaliação de 
estabilidade baseada na experiência do formulador e observação de características 
organolépticas e físico-químicas dos produtos. Nesse trabalho, utilizou-se a variação de 
temperatura como fator para estudar a estabilidade acelerada de duas formulações de xampu - 
uma formulada com o uso do conservante DMDM Hidantoína e outra homóloga, mas sem a 
adição de conservante. Além disso, o estudo foi expandido para o material de 
acondicionamento, sendo comparadas as amostras acondicionadas em embalagem de PEAD e 
embalagem PET de 13 gramas. Os seguintes parâmetros foram analisados: aspecto, cor, odor, 
pH e viscosidade. A frequência da análise foi de 7 dias e o período foi de 42 dias. As amostras 
foram acondicionadas em condições de temperatura similares às quais podem se submeter na 
sua vida útil: 2 °C, 25 °C, 37 °C, 45 °C. Os resultados obtidos sugerem que as formulações 
utilizadas são estáveis, o conservante agrega maior estabilidade à formulação e a 
embalagem PET utilizada não é estável. 
 
 
Palavras-chave: Estabilidade Acelerada. Xampu Veterinário. Conservante. Material de 
Acondicionamento. Embalagem PET. Embalagem PEAD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The evaluation of the stability of a cosmetic product is an essential step in the development of 
new formulations or in changing established formulations. The shelf test is the most common 
way to evaluate formulations, but its delay leads industries and researchers to carry out 
accelerated studies, always based on what is already understood or expected of each product. 
In shampoos for veterinary use, as well as for human use, the difficulty of delimiting a specific 
component to study the chemical degradation kinetics leads to a stability assessment based on 
the formulator's experience and observation of organoleptic and pHysical-chemical 
characteristics of the products. In this work, temperature variation was used as a factor to study 
the accelerated stability of two shampoo formulations - one formulated using the preservative 
DMDM Hydantoin and another homologue, but without the addition of preservative. In 
addition, the study was expanded to the packaging material, comparing samples packed in 
HDPE packaging and 13-gram PET packaging. The following parameters were analyzed: 
aspect, color, odor, pH and viscosity. The analysis frequency was 7 days and the period was 42 
days. The samples were conditioned under similar temperature conditions to which they may 
be subjected during their useful life: 2 °C, 25 °C, 37 °C, 45 °C. The results obtained suggest 
that the formulations used are stable, the preservative adds greater stability to the formulation 
and the PET package used is not stable. 
 
 
Keywords: Accelerated Stability. Veterinary Shampoo. Preservative. Packing Material. PET 
Packaging. HDPE Packaging. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a empresa Magic Ami pelo material e estrutura cedidos e aos meus sócios 
Jordan Santos e Matheus Indio pela ajuda e colaboração sempre que necessário. Também 
agradeço a minha orientadora Katherine Carrilho pela disponibilidade, compromisso e 
ensinamentos na condução desse trabalho. 
Agradeço de coração a minha mãe Maria Joseniva Costa e a minha avó Eurioniva 
Gomes pela torcida, carinho e cuidado sempre ofertados a mim. E finalmente, dedico esse 
trabalho ao meu primo Lyneker Morais, que teve a vida interrompida tragicamente por COVID-
19 e foi sempre o grande apoiador das minhas ideias e entusiasta das minhas conquistas. 
Obrigado! 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Composição de pré-formulação de xampu veterinário sem e com a adição de 
conservante........ ....................................................................................................................... 35 
Tabela 2 – Lista de vidrarias utilizadas .................................................................................. 37 
Tabela 3 – Caracterização de xampu para animais sem adição de conservante ...................... 43 
Tabela 4 – Caracterização de xampu para animais com adição de conservante.........................43 
Tabela 5 – Caracterização de xampu para animais sem adição de conservante para correção de 
ensaio a 45 °C .......................................................................................................................... 44 
Tabela 6 – Caracterização de xampu para animais com adição de conservante para correção de 
ensaioa 45 °C ........................................................................................................................... 44 
Tabela 7 – Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu A a 2 °C, 25 °C e 37 °C 
...................................................................................................................................................45 
Tabela 8 – Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu B a 2 °C, 25 °C e 37 °C .............. 46 
Tabela 9 – Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu A e B a 45 °C .............................. 46 
Tabela 10– Acompanhamento de estabilidade de embalagem ............................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Composição Capilar ............................................................................................. 17 
Figura 2 – Representação da molécula de água e diferença de forças resultantes no meio e na 
superfície ................................................................................................................................ 18 
Figura 3 – Representação esquemática de um tensoativo ...................................................... 18 
Figura 4 – Representação esquemática da molécula do dodecanoato de sódio, com formação 
do contraíon de sódio quando dissolvido em água .................................................................. 19 
Figura 5 – Representação esquemática de sal quaternário de amina graxa em meio aquoso 20 
Figura 6 – Representação esquemática de molécula de tensoativo formado com álcool 
dodecílico etoxilato.................................................................................................................. 20 
Figura 7 – Representação esquemática de um tensoativo anfótero ......................................... 21 
Figura 8 – Representação de do posicionamento de tensoativos em uma mistura água/óleo e 
formação de micelas em soluções aquosas e oleaginosas ....................................................... 23 
Figura 9 – Representação do efeito cunha, passo-a-passo ..................................................... 24 
Figura 10 – Mecanismo de formação de espuma em solução de tensoativos ........................ 25 
Figura 11 – Diagrama de blocos do desenvolvimento metodológico do estudo de estabilidade 
acelerada ................................................................................................................................... 34 
Figura 12 – Amostras etiquetadas prontas para ensaio .......................................................... 38 
Figura 13 – Amostra padrão do xampu ................................................................................... 39 
Figura 14 – Medição de PH da produção no dia zero................................................................40 
Figura 15 – Copo Ford utilizado nas medições ....................................................................... 42 
Figura 16 – Representação gráfica da variação do pH nas amostras do Xampu A (Sem 
conservante) ............................................................................................................................. 47 
Figura 17 – Representação gráfica da variação de pH nas amostras do Xampu B (Com 
conservante)..............................................................................................................................48 
Figura 18 – Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 2 
°C..............................................................................................................................................49 
Figura 19 – Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 25 
°C..............................................................................................................................................49 
Figura 20 – Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 37 
°C..............................................................................................................................................50 
Figura 21 – Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 45 °C................50 
Figura 22 – Variação da viscosidade da amostra do Xampu B a 5 °C .................................... 52 
Figura 23 – Variação da viscosidade na amostra de Xampu B a 45 °C ................................. 52 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 13 
2.2 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 13 
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 13 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 14 
3.1 Legislação sobre fabricação de cosméticos de uso veterinário ....................................... 14 
3.2 Cabelo ............................................................................................................................. 16 
3.3 Xampu ............................................................................................................................. 17 
3.3.1 Tensoativos .................................................................................................................. 17 
3.3.1.1 Tensoativos aniônicos ............................................................................................ 19 
3.3.1.2 Tensoativos catiônicos ........................................................................................... 20 
3.3.1.3 Tensoativos não iônicos ......................................................................................... 20 
3.3.1.4 Tensoativos anfóteros ............................................................................................. 21 
3.3.2 Espessantes ............................................................................................................. 21 
3.3.3 Umectantes ............................................................................................................. 22 
3.3.4 Reguladores de pH ................................................................................................. 22 
3.3.5 Agentes Condicionantes ......................................................................................... 22 
3.3.6 Conservantes .......................................................................................................... 22 
3.3.7 Fragrâncias ............................................................................................................. 23 
3.4 Características físico-químicas de xampus ..................................................................... 23 
3.4.1 Detergência............................................................................................................. 24 
3.4.2 Espumação ............................................................................................................. 24 
3.5 Estudo de estabilidade ..................................................................................................... 25 
3.5.1 Fatores influenciadores de estabilidade.................................................................. 26 
3.5.1.1 Fatores extrínsecos ................................................................................................. 26 
3.5.1.2 Fatores intrínsecos .................................................................................................. 27 
3.5.2 Parâmetros de avaliação ......................................................................................... 28 
3.5.3 Estabilidade Acelerada ...........................................................................................29 
3.5.4 Ensaios e metodologias .......................................................................................... 29 
3.5.4.1 Ensaios Organolépticos .......................................................................................... 29 
3.5.4.1.1 Cor ...................................................................................................................... 29 
3.5.4.1.2 Odor .................................................................................................................... 30 
3.5.4.1.3 Aspecto ............................................................................................................... 30 
 
 
3.5.4.2 Ensaios Físico-químicos ......................................................................................... 31 
3.5.4.2.1 pH ....................................................................................................................... 31 
3.5.4.2.2 Viscosidade ......................................................................................................... 31 
3.6 Análise estatística e critério de aprovação de formulação .............................................. 32 
3.7 Determinação do prazo de validade de produtos cosméticos.......................................... 33 
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 34 
4.1 Identificação de fatores influenciadores da estabilidade ................................................. 34 
4.2 Estudo bibliográfico preliminar e definição de formulação ............................................ 35 
4.3 Planejamento experimental ............................................................................................. 35 
4.4 Separação de vidrarias e utensílios, identificação e confecção de amostras ................... 36 
4.4.1 Materiais utilizados e equipamentos utilizados ...................................................... 36 
4.4.2 Confecção de amostras ........................................................................................... 37 
4.5 Realização de ensaios designados no estudo de estabilidade acelerada ......................... 38 
4.5.1 Aspecto ................................................................................................................... 38 
4.5.2 Cor .......................................................................................................................... 39 
4.5.3 Odor ........................................................................................................................ 40 
4.5.4 pH ........................................................................................................................... 40 
4.5.5 Viscosidade ............................................................................................................ 41 
4.5.6 Material de Acondicionamento .............................................................................. 42 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 43 
5.1 Caracterização inicial dos produtos ................................................................................ 43 
5.2 Avaliação de aspectos organolépticos ............................................................................. 44 
5.2.1 Aspecto ................................................................................................................... 45 
5.2.2 Cor .......................................................................................................................... 46 
5.2.3 Odor ........................................................................................................................ 46 
5.2.4 Considerações sobre os aspectos organolépticos ................................................... 47 
5.3 Avaliação de aspectos físico-químicos ........................................................................... 47 
5.3.1 pH ........................................................................................................................... 47 
5.3.2 Viscosidade ............................................................................................................ 48 
5.4 Material de Acondicionamento ....................................................................................... 51 
5.4.1 Efeito da escolha do material de acondicionamento nas características físico-
químicas do xampu ............................................................................................................... 52 
5.4.2 Considerações sobre fatores físico-químicos e material de acondicionamento ..... 53 
6. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 54 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
A busca pela beleza é uma demanda presente em todas as sociedades antigas. 
Desde o desenvolvimento de tecnologias complexas ou até na utilização de técnicas 
simples e nem sempre científicas, reside o desejo de utilizar meios e compostos à sua 
volta para realçar a beleza própria ou melhorar a saúde e harmonia corporal. 
 
“Dizem que foi Pitágoras o primeiro a usar o termo kosmos para se referir ao mundo como 
um todo organizado e harmonioso. Embora popularmente o termo esteja mais associado 
ao espaço, ainda é usado como sinônimo de mundo – cosmopolita é o cidadão do mundo. 
O grego tinha também um verbo derivado; a palavra grega kosmein, cujo significado está 
associado com ‘organizar, arrumar, enfeitar ou adornar’. As palavras gregas Kosmos e 
Kosmein deram origem à palavra Cosmético. (...) a palavra Cosmético apresenta uma 
estreita relação, desde sua origem, com as preparações destinadas a enfeitar ou adornar. 
Refere-se também, de acordo com a origem da palavra, à possibilidade de homenagear e 
glorificar.” – (CORRÊA, 2012, p. 15). 
 
O primeiro registro do uso de cosméticos aconteceu no Egito Antigo, como 
descreve CARVALHO (2017, p.9): 
 
“Nos primórdios da humanidade, Cleópatra utilizava-se de leite de cabra como um tipo 
de ‘cosmético’ para a pele. O processo de conservação usado em sarcófagos também 
empregava ervas e azeites. Há relatos de mulheres egípcias que passavam extratos 
vegetais e minerais nos olhos, como aquilo que chamamos hoje de sombra. Dessa 
maneira, apesar de parecer novidade, produtos para tratamento e conservação de beleza 
são utilizados há muito tempo. Esses seriam os primeiros cosméticos descritos na 
história.” 
 
A definição da abrangência de um produto cosmético também determina o espaço 
de atuação e impacta o mercado, visto que produtos cosméticos têm regulamentação 
menos rigorosa do que produtos farmacêuticos, apesar de muitas vezes terem funções 
próximas devido aos bioativos encontrados nos produtos cosméticos e ações que 
interferem cada vez mais na fisiologia humana, contrastando com a sua definição. 
CORRÊA (2012, p.24) cita que: 
 
12 
 
“As preparações cosméticas destinadas aos cuidados da pele são as que mais possuem 
exemplos polêmicos, uma vez que a combinação do desejo de consumo e a tecnologia 
atual estão promovendo desenvolvimento de novos sistemas de veiculação e bioativos 
altamente avançados. Desta forma, uma preparação cosmética para o cuidado da pele, por 
mais simples que seja, pode exercer influência sobre o processo fisiológico normal da 
pele. (...) A polêmica a respeito da efetividade dos ativos também se estende a produtos 
para os cuidados com os cabelos, de higiene oral e outros.” 
 
Dessa forma, delimita-se a abrangência desse trabalho no escopo do produto 
cosmético e nos bioativos e componentes a esses pertencentes, não abordando a 
abrangência da atividade farmacológica dos mesmos. 
Recentemente, as necessidades humanas de produtos cosméticos foram também 
transferidas ao mundo animal, ocasionando crescimento no setor. Segundo a Abinpet 
(Associação Brasileira de Indústriasde Produtos para Animais de Estimação), “hoje, o 
mercado PET representa 0,36% do PIB brasileiro, à frente de setores de utilidades 
domésticas e automação industrial. Em 2018, a indústria de produtos de animais de 
estimação faturou 20,3 bilhões”. 
A implementação de uma indústria de cosméticos é um grande desafio, devido à 
vasta gama de fatores envolvidos. No que diz respeito ao desenvolvimento de produtos, 
a etapa inicial na elaboração de um cosmético está na escolha dos ingredientes que irão 
compor a formulação, bem como os fornecedores desses ingredientes (GASPARI, 2015). 
Dessa forma, faz-se necessário entender quais fatores podem ser influenciadores na 
qualidade, estética e estabilidade de produtos novos ou já estabelecidos. A esse estudo 
refere-se o termo “Estudo de Estabilidade”, e fatores como insumos utilizados no produto, 
embalagens e condições prateleira são centrais na arguição. 
Cabe então à empresa desenvolvedora e fabricadora dos produtos a 
responsabilidade na avaliação da estabilidade dos produtos lançados no mercado antes de 
serem lançados ao consumo, sendo esse requisito imprescindível à segurança e qualidade 
dos produtos (ANVISA, 2004). 
 
 
 
 
13 
 
2. OBJETIVOS 
2.2 OBJETIVO GERAL 
Estudar a estabilidade acelerada de formulações cosméticas de xampu de uso 
veterinário com e sem a presença de conservante. 
 
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Realizar ensaio de estabilidade acelerada nas temperaturas de 2 ºC, 25 ºC, 
37 ºC e 45 ºC e analisar a evolução de aspectos organolépticos e físico-químicos no 
período de seis semanas; 
• Determinar o método de estudo quantitativo de degradação do produto e 
fatores influenciadores; 
• Determinar a influência da adição de conservantes na estabilidade de um 
xampu veterinário; 
• Entender a influência da embalagem adequada na preservação da 
viscosidade de um xampu veterinário. 
 
 
14 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
3.1 Legislação sobre fabricação de cosméticos de uso veterinário 
No Brasil, o segmento de cosméticos é regulado pela ANVISA e tem definição 
formalizada pela Resolução N.º 79, de 25 de agosto de 2000, que diz que cosméticos, 
produtos de higiene e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou 
sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, 
unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, 
com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e 
ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. 
Segundo o Decreto-Lei Nº 467, de 13 de fevereiro de 1967: 
 
“Art. 1º - É estabelecida a obrigatoriedade da fiscalização da indústria, do comércio e do 
emprego de produtos de uso veterinário, em todo o território nacional. Parágrafo único. 
Entende-se por produtos de uso veterinário, para efeito do presente Decreto-Lei, todos os 
preparados de fórmula simples ou complexa, de natureza química, farmacêutica, 
biológica ou mista, com propriedades definidas e destinadas a prevenir, diagnosticar ou 
curar doenças dos animais, ou que possam contribuir para a manutenção da higiene 
animal. 
Art. 2º - A fiscalização de que trata o presente Decreto-Lei será exercida em todos os 
estabelecimentos privados e oficiais, cooperativas, sindicatos rurais ou entidades 
congêneres que fabriquem, fracionem, comerciem ou armazenem produtos de uso 
veterinário, estendendo-se essa fiscalização à manipulação, ao acondicionamento e à fase 
de utilização dos mesmos. 
Art. 3º - Todos os produtos de uso veterinário, elaborados no País ou importados, e bem 
assim os estabelecimentos que os fabriquem ou fracionem, e ainda aqueles que 
comerciem ou armazenem produtos de natureza biológica e outros que necessitem de 
cuidados especiais, ficam obrigados ao registro no Ministério da Agricultura, para efeito 
de licenciamento. 
§ 1º - A licença que habilitará ao funcionamento do estabelecimento será renovada 
anualmente. 
§ 2º - A licença que habilitará a comercialização dos produtos de uso veterinário, 
elaborados no País, será válida por 10 (dez) anos. 
§ 3º - A licença para comercialização de produtos de uso veterinário, importados parcial 
ou totalmente, terá validade máxima de 3 (três) anos, podendo ser renovada para os casos 
da exceção prevista no art. 5º deste Decreto-Lei. 
15 
 
§ 4º - Decorridos 45 (quarenta e cinco) dias da entrada do pedido de registro ou da 
renovação da licença do produto no Órgão Central competente, quando este não houver 
se manifestado, será imediatamente emitida licença provisória válida por 1 (um) ano, 
salvo os casos especiais definidos na regulamentação do presente Decreto-Lei”. 
 
As disposições sobre regulamentação, fiscalização, fabricação e comercialização 
de produtos de uso veterinário são regidas por uma série de leis e decretos 
complementares e tem como órgão regulador o Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA), conforme trata o Decreto Nº 5.053, de 22 de abril de 2004: 
 
“Art. 1º Fica aprovado o anexo Regulamento de Fiscalização de Produtos de Uso 
Veterinário e dos Estabelecimentos que os Fabriquem ou Comerciem. 
Art. 2º Compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento baixar normas 
complementares referentes à fabricação, ao controle de qualidade, à comercialização e ao 
emprego dos produtos de uso veterinário, e demais medidas pertinentes para a 
normalização do Regulamento, inclusive as aprovadas no âmbito do Grupo Mercado 
Comum do Sul – Mercosul”. 
 
Ainda segundo o Decreto Nº 5.053, de 22 de abril de 2004: 
 
Art. 24. O produto de uso veterinário, produzido no País ou importado, para efeito de 
licenciamento, deverá ser registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Parágrafo único. Os aditivos utilizados na fabricação de produtos 
destinados à alimentação animal não estão abrangidos por este Regulamento, e 
obedecerão à legislação específica. 
Art. 25. Entende-se por produto de uso veterinário para os fins deste Regulamento toda 
substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada destinada a 
prevenir, diagnosticar, curar ou tratar doenças dos animais, independentemente da forma 
de administração, incluindo os anti-sépticos, os desinfetantes de uso ambiental, em 
equipamentos e em instalações de animais, os pesticidas e todos os produtos que, 
utilizados nos animais ou no seu habitat, protejam, higienizem, embelezem, restaurem ou 
modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas. (Redação dada pelo Decreto 
6.296/2007) 
§ 1º Dada a importância dos produtos veterinários no diagnóstico, na prevenção, no 
tratamento e na erradicação das enfermidades dos animais, na produção de alimentos e 
nas questões sobre seu impacto na saúde pública, todo produto deverá cumprir com as 
16 
 
mais exigentes normas de qualidade, matérias-primas, processos de produção e de 
produtos terminados, para o qual se tomarão por referência as reconhecidas 
internacionalmente. 
§ 2º Para cumprimento das questões relativas ao impacto sobre a saúde, de que trata o § 
1º, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ouvirá o setor responsável da 
área de saúde. 
 
3.2 Cabelo 
 O crescente cuidado com o corpo e a necessidade de higiene adequada para 
preservação da saúde e como meio de boa convivência social faz necessária a 
implementação de produtos de limpeza pessoal nos guarda-roupas e banheiros das 
pessoas. Entre os cuidados, um dos que se destacam são os cuidados com os cabelos, 
muitas vezes símbolo de zelo e bons tratos. Para MADUREIRA et al., (2014, p.38), 
“cabelos expressam a personalidade das pessoas, por isso recursos para tratá-los e 
embelezá-los acompanham a trajetória dos seres humanos”. No que diz respeito à sua 
composição, AMIRALIAN e FERNANDES (2018, p.30) explicam: 
 
“Os cabelos são pelos terminais queratinizados que crescem nocouro cabeludo. Tanto a 
estrutura do cabelo infantil como a do adulto é composta pelas camadas externa (cutícula), 
intermediária (córtex) e interna (medula). A cutícula é o envelope externo da fibra do 
cabelo. As células que formam a cutícula são chamadas de escamas e são unidas por um 
cimento intracelular rico em lipídios. Elas se sobrepõem como uma telha e formam 
camadas de 3 a 10 células, são transparentes e opacas (...) São responsáveis pelo brilho, 
pela suavidade, pela penteabilidade e pela formação da carga estática no fio.” 
 
A medula é a parte mais interna do eixo capilar e só está presente em fios mais 
grossos, enquanto o córtex é a maior camada do cabelo, que contribui para força, 
maleabilidade, elasticidade e contém a melanina, que é responsável pela cor do cabelo 
(CARVALHO, 2017). No que diz respeito à sua composição química, afirmam 
AMIRALIAN e FERNANDES (2018, p.30): 
 
“O cabelo humano é constituído basicamente de uma proteína chamada queratina, ou seja, 
de uma cadeia polipeptídica formada por cerca de 18 aminoácidos diferentes que se 
repetem e interagem entre si. Na composição do cabelo encontram- se, ainda, os 
17 
 
elementos químicos carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e enxofre, e minerais, 
como ferro e zinco.” 
 
Figura 1: Composição Capilar 
 
Fonte: Disponível em: < https://www.tricologia.com.br/sobre_cabelos_2.asp>. Acesso em 26/08/2022. 
3.3 Xampu 
 O shampoo, ou xampu, é um produto cosmético difundido mundialmente e tem 
como objetivo a limpeza, conservação da saúde e aprimoramento estético de cabelo e 
couro cabeludo e, em alguns casos, da barba para humanos ou pelos de animais 
domésticos. No que diz respeito à composição e ao mecanismo de ação, existe grande 
proximidade nas formulações de shampoos para animais e humanos, sendo necessário 
avaliar de acordo com as necessidades e objetivos do produto quais os melhores bioativos 
e auxiliares para a formulação cosmética, principalmente no que diz respeito ao controle 
de pH e quantidade de ativos detergentes. De acordo com MADUREIRA et al. (2014), 
os principais componentes de um shampoo são detergentes, espumantes, espessantes 
(doadores de viscosidade), condicionadores, conservantes, ajustadores de pH e ativos 
específicos com propriedades importantes para o cabelo. 
3.3.1 Tensoativos 
 Segundo CARVALHO (2017, p. 148), “a água empregada na limpeza apresenta 
uma característica não desejável que é chamada de tensão superficial: ela não se espalha 
por toda a superfície e tende a se aglomerar formando gotas esféricas”. A tensão 
18 
 
superficial da água se deve à sua forte polaridade, que faz com que suas moléculas tendam 
a ficar unidas e estáveis quando estão rodeadas de outras moléculas de água (meio 
líquido), mas tenham desbalanceamento de força na superfície, criando tensão superficial 
(DALTIN, 2012). 
Figura 2: Representação da molécula de água e diferença de forças resultantes no meio e na 
superfície 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
Os tensoativos possuem característica anfifílica, uma vez que suas moléculas 
comportam um grupo hidrofílico (tem afinidade com água) em uma extremidade e um 
grupo hidrofóbico (tem afinidade com substâncias apolares, como óleos) na extremidade 
oposta. Essa característica é responsável pela quebra da tensão superficial 
(MADUREIRA et al., 2014). 
Figura 3: Representação esquemática de um tensoativo 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
19 
 
Os tensoativos são classificados em aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos 
(AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). 
3.3.1.1 Tensoativos aniônicos 
Os tensoativos aniônicos são aqueles que possuem grupo com carga negativa na 
parte polar do tensoativo quando estão em solução aquosa. 
Figura 4: Representação esquemática da molécula do dodecanoato de sódio, com formação do 
contraíon de sódio quando dissolvido em água. 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
 Os tensoativos aniônicos se destacam por ter elevada solubilidade em água. Esse 
efeito acontece porque, além da carga real negativa desse tipo de tensoativo, a sua alta 
eletronegatividade na região polar é responsável por atrair elétrons de átomos de carbono 
e hidrogênio de moléculas vizinhas, elevando a concentração de polaridade da região e 
aumentando a afinidade com o meio polar (DALTIN, 2012). Algumas características dos 
tensoativos aniônicos importantes são: a sua sensibilidade à água dura, que acontece 
devido ao teor de cálcio e magnésio elevado, podendo neutralizar o íon e precipitar; a 
influência de eletrófilos em solução (sais solubilizados ou pH extremo) nas suas 
características físico-químicas; além da baixa estabilidade de tensoativos sulfatados em 
meio ácido, por conta da possibilidade de reversão da reação de sulfatação (DALTIN, 
2012). Esses tensoativos possuem grande poder de detergência e espumação e devem ser 
balanceados com outros tensoativos em formulações cosméticas, a fim de dar maior 
suavidade ao produto (AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). Seu poder de detergência 
em solução aquosa se dá por sua estrutura, que quando entra em contato com o cabelo 
emulsifica a gordura e sujidades e forma pequenas gotículas que se estabilizam em água 
por conta de sua porção polar e podem ser removidas do cabelo (MADUREIRA et al., 
2014). 
20 
 
3.3.1.2 Tensoativos catiônicos 
Paradoxalmente aos aniônicos, são considerados tensoativos catiônicos aqueles 
que apresentam carga positiva na extremidade polar da molécula. Essa carga tem atuação 
na solubilidade da molécula em água, entretanto, geralmente a solubilidade desse tipo de 
tensoativo em meio aquoso é menor do que a dos aniônicos (DALTIN, 2012). 
Figura 5: Representação esquemática de sal quaternário de amina graxa em meio aquoso. 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
Essa classe de tensoativos geralmente não é compatível com tensoativos 
aniônicos, em virtude da neutralização de cargas, além de ser uma classe representada por 
poucos tensoativos. No mercado brasileiro, só tem disponibilidade desse tipo de 
tensoativo baseado no nitrogênio quaternário (DALTIN, 2012). 
3.3.1.3 Tensoativos não iônicos 
Diferentemente dos tensoativos aniônicos e catiônicos, os tensoativos não iônicos 
não apresentam carga real no grupo hidrofílico ligado à cadeia graxa. Eles também são 
compatíveis com vários tipos de formulação cosméticas e têm baixo custo, baixa 
irritabilidade e menor detergência e solubilidade (AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). 
Segundo MADUREIRA et al. (2014, pag. 31): “Os tensoativos não iônicos são efetivos 
estabilizantes de espuma quando adicionados aos tensoativos aniônicos em proporções 
adequadas”. 
Figura 6: Representação esquemática de molécula de tensoativo formado com álcool dodecílico 
etoxilato. 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
21 
 
 Esse tipo de tensoativo é obtido pela reação de composto graxo com óxido de 
eteno (EO). Na porção hidrofílica desse tipo de molécula, cada átomo de oxigênio é 
separado por dois átomos de carbono. Os átomos de oxigênio, mais eletronegativos, 
adquirem carga parcial negativa, enquanto cada átomo de carbono adquire carga parcial 
positiva, mas conseguem estabilizar essa carga com outras duas moléculas de hidrogênio 
a ele ligadas. Dessa forma, a carga positiva é dispersa em vários átomos, enquanto a carga 
parcial negativa é concentrada no oxigênio, tornando a molécula solúvel em meios polares 
(DALTIN, 2012). 
3.3.1.4 Tensoativos anfóteros 
Esse tipo de tensoativo apresenta carga positiva e negativa na mesma molécula e 
pode se comportar de formas diferentes de acordo com o meio (alcalino ou ácido), 
modificando propriedades como detergência e espumação (AMIRALIAN e 
FERNANDES, 2018). Esses tensoativos podem ser usados em formulação com 
tensoativos aniônicos ou catiônicos, sendo importantes na suavização de formulações 
cosméticas, sendo como tensoativo mais comum as cocoamidopropilbetaínas (DALTIN, 
2012). 
Figura 7: Representação esquemática de um tensoativo anfótero.Fonte: DALTIN, 2012. 
3.3.2 Espessantes 
Os espessantes são reguladores de viscosidade que têm como objetivo aumentar a 
viscosidade de uma solução e interferir em sua aparência, estabilidade e parte sensorial 
(AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). Devido ao grande percentual de água na 
formulação de cosméticos, se não houvesse a adição de reguladores de viscosidade, os 
shampoos e cosméticos para limpeza seriam muito líquidos, o que dificultaria sua 
aplicação (MADUREIRA et al., 2014). Por conta do aumento da viscosidade, os 
22 
 
espessantes aumentam a fixação de shampoos no cabelo. Nesse tipo de cosmético, são 
utilizados sais orgânicos e inorgânicos como cloreto de sódio, cloreto de amônio e sulfato 
de sódio (CARVALHO, 2017). 
3.3.3 Umectantes 
Os umectantes são substâncias que têm como característica absorver água do 
ambiente (higroscópicas) e em formulações cosméticas têm função de reter água na pele 
e cabelo (AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). 
3.3.4 Reguladores de pH 
Os reguladores de pH servem para controlar o pH de formulações cosméticas e 
dar uniformidade aos produtos. Segundo AMIRALIAN e FERNANDES (2018, pag. 31-
32), “os acidulantes mais utilizados para fazer esses ajustes na área cosmética são os 
ácidos carboxílicos e ácidos hidrocarboxílicos, e entre eles podem ser citados o cítrico e 
o lático”. 
3.3.5 Agentes Condicionantes 
Os agentes de condicionamento de shampoos são matérias primas que conferem 
melhor desembaraço ao cabelo ou pelo. Entre os mais utilizados, encontram-se os 
poliquaternários e os polímeros naturais, que, por conta da estrutura catiônica, são 
rapidamente absorvidos pelos fios e conferem desembaraço e condicionamento 
(AMIRALIAN e FERNANDES, 2018). 
3.3.6 Conservantes 
Os conservantes são responsáveis pela preservação de cosméticos, aumentando 
sua vida útil e, quando aplicados dentro da faixa de uso regulamentada pela RDC nº 29, 
de primeiro de junho de 2012, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
atuam: 
i) dando estabilidade em ampla faixa de pH; 
ii) inativando os micro-organismos com rapidez para evitar a adaptação 
microbiana; 
iii) apresentando amplo aspecto de atuação (AMIRALIAN e FERNANDES, 
2018). 
23 
 
3.3.7 Fragrâncias 
As fragrâncias tem função de dar ao shampoo um melhor apelo olfativo, 
complementando a limpeza. Essas substâncias muitas vezes reagem e interagem 
quimicamente com ingredientes da formulação, sendo necessário escolher uma que 
melhor se adapta à formulação utilizada (CARVALHO, 2017). 
3.4 Características físico-químicas de xampus 
Um importante papel na fabricação de xampus humanos ou veterinários é 
desempenhado pela ação de tensoativos, que, por sua característica anfifílica, reduzem a 
tensão superficial da água e trazem características desejáveis aos xampus, como 
espumação e detergência. 
Quando presente em solução de água (meio polar), um tensoativo tende a 
estabilizar sua região hidrofóbica da melhor forma possível. A organização mais natural 
é o contato da sua região apolar nas paredes do recipiente onde está a solução e na 
superfície da mistura (já que o ar tem polaridade menor do que a água). Esse efeito é o 
que causa a quebra da tensão superficial da solução, dando molhabilidade e umectação 
ao produto. Se a concentração de tensoativos for aumentada, eles começarão a se 
aglomerar em formato de micelas, com a sua parte apolar voltada para o centro da micela 
e a parte polar voltada para o entorno (solvente polar). Esses efeitos ocorrem quase 
instantaneamente se a solução de tensoativo preparada estiver acima da concentração 
micelar crítica (DALTIN, 2012). 
Figura 8: Representação do posicionamento de tensoativos em uma mistura água/óleo e formação 
de micelas em soluções aquosas e oleaginosas. 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
24 
 
3.4.1 Detergência 
A grande maioria das sujidades são porções apolares como óleo, gordura, cera, 
pós, etc. Uma maneira de realizar a limpeza é com a utilização de um tensoativo, que 
pode proporcionar uma mistura estável entre a sujidade apolar e o solvente polar, já que 
tem afinidade com ambos. O efeito de detergência tem o mesmo mecanismo em qualquer 
superfície suja, como, por exemplo, o fio de pelo ou cabelo, onde a sujidade ou óleo 
natural do pelo está sob o substrato (pelo) e, quando ocorre uma imersão em solução 
aquosa de tensoativo que esteja em concentração micelar crítica, as moléculas do 
tensoativo com micelas rapidamente ocuparão a superfície das sujidades e, caso ainda 
tenha uma quantidade significativa de micelas de tensoativos livre, essas micelas ainda 
têm a tendência de ocupar a superfície (conhecido como efeito cunha). Dessa forma, a 
sujidade é expulsa da superfície do substrato pelo efeito cunha, por aumentar a superfície 
de estabilização da gotícula com micela. Esse efeito é amplificado pela agitação ou atrito 
(DALTIN, 2012). 
Figura 9: Representação do efeito cunha, passo-a-passo. 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
3.4.2 Espumação 
Um efeito consequente da limpeza com o auxílio de soluções de tensoativos é a 
criação de espuma. Em um processo de limpeza e higienização, a agitação e o atrito são 
artifícios utilizados para amplificar e agilizar o processo, mas também costumam inserir 
moléculas de ar à solução e esse ar causa a formação de espuma, conforme mostra a 
Figura 10. 
25 
 
Segundo DALTIN (2012, pag.35): “Em produtos como xampus, a espuma tem a 
função de impedir que o tensoativo seja rapidamente levado pela água do chuveiro e 
também ajuda a arrastar fisicamente as partículas de sujidades sólidas, mantendo-as 
suspensas até o enxágue”. Além disso, a espuma é um importante fator mercadológico 
nesse tipo de produto, visto que é consenso geral que produtos com muita espuma são de 
melhor qualidade. 
O íon aniônico tem influência direta na formação de bolhas, visto que a 
estabilidade da espuma depende principalmente da espessura do filme da bolha e 
tensoativos aniônicos sulfatados tendem a diminuir o corrimento da água por conta do 
efeito de solvatação, o que influencia retardando a velocidade de diminuição da espessura 
do filme, deixando assim a bolha mais estável e durável (DALTIN, 2012). 
Figura 10: Mecanismo de formação de espuma em solução de tensoativos 
 
Fonte: DALTIN, 2012. 
3.5 Estudo de estabilidade 
Cada empresa tem políticas próprias de desenvolvimento de produtos cosméticos, 
mas, no geral, o setor de P&D segue 21 etapas, partindo da “Pesquisa de Mercado” e 
finalizando com a etapa “Lançamento do Produto”. Uma importante etapa nesse processo 
consiste no teste de estabilidade do produto (CÔRREA, 2012). 
O teste de estabilidade consiste em testar características cruciais do produto, a fim 
de verificar sua estabilidade e consistência de propriedades ativas e determinar se, ao 
26 
 
longo do prazo de validade, essas características são mantidas. Nesse teste, o produto com 
cor, fragrância, viscosidade, performance e parte sensorial previamente definidos é 
colocado em condições diversas como temperatura ambiente e temperaturas controladas 
a 2 ºC, 37 ºC e 45 ºC para simular, respectivamente, clima frio, clima quente e transporte. 
As amostras tem fatores sensoriais e físico-químicos avaliados em tempo previamente 
definido (CÔRREA, 2012). 
Os estudos de estabilidade devem ser conduzidos de forma a acelerar mudanças 
que possam ocorrer durante o prazo de validade, existindo três tipos de estudo: 
estabilidade preliminar, estabilidade acelerada e teste de prateleira (ANVISA, 2004). 
3.5.1 Fatores influenciadores de estabilidade 
Vários fatores podem influenciar a estabilidade de um produto cosmético. Cada 
componente pode ter consigo contaminação ou ter condições diferentes das 
preestabelecidas em laboratório, o processo de fabricação pode ter sido falho em algum 
ponto, o material de acondicionamento pode não ser ideal ou conter contaminantes, e 
condições ambientais e de transporte podem ter impactona estabilidade produto. Nesse 
contexto, uma classificação desses fatores de estabilidade pode ser estabelecida de acordo 
com a origem: extrínsecas, quando influenciada por fatores externos, e intrínsecas, 
quando influenciada por fatores internos (ANVISA, 2004) 
3.5.1.1 Fatores extrínsecos 
São fatores influenciados extrinsecamente: 
i) Tempo 
O envelhecimento natural do produto pode causar mudanças nas suas 
características físico-químicas, organolépticas, microbianas e toxicológicas, dependendo 
do tipo de produto (ANVISA, 2004). 
ii) Temperatura 
A agitação das moléculas, ocasionada pelo aumento da temperatura, pode agilizar 
reações químicas e físico-químicas, resultando em alterações de características dos 
produtos, como cor, pH, viscosidade, odor e atuação dos produtos e componentes. Baixas 
temperaturas, por sua vez, podem facilitar mudança de fase e turvação dos produtos 
(ANVISA, 2004). 
iii) Luz e Oxigênio 
27 
 
A luz e oxigênio são responsáveis pela facilitação de reações de óxido-redução. A 
embalagem adequada e a presença de antioxidantes na formulação dos produtos podem 
mitigar esse efeito (ANVISA, 2004). 
iv) Umidade 
A umidade pode ser um importante influenciador de condições físicas de 
cosméticos sólidos, como xampus em barra, sabonetes ou sais de banhos, influenciando 
sua aparência, peso e volume (ANVISA, 2004). 
v) Material de acondicionamento 
Materiais de acondicionamento diferentes podem ter relações diferenciadas com 
os produtos que armazenam. Também podem ter melhor ou pior resistência a impacto e 
outros fatores aqui apresentados. Por isso, deve-se testar o melhor material de 
acondicionamento e condições como cor e firmeza necessárias para acomodar cada tipo 
de produto (ANVISA, 2004). 
Entre os aspectos físicos, a embalagem utilizada deve conservar as propriedades 
físicas originais, como aspecto, cor e odor, e, quanto às propriedades químicas, deve-se 
garantir que sejam mantidos dentro dos limites de condição satisfatória a integridade da 
estrutura química, o teor de substâncias ativas e outros parâmetros pré-definidos pelo 
fabricante (ORIQUI, 2012). 
vi) Micro-organismos 
Devido à grande presença de água em formulações cosméticas, um importante 
fator a ficar atento é o da presença de micro-organismos na água utilizada. Padrão de água 
e protocolo de Boas Práticas de Fabricação são necessários para evitar a presença de 
micro-organismos contaminantes (ANVISA, 2004). 
vii) Vibração 
A vibração pode ser um fator a se considerar, especialmente durante o transporte, 
podendo ser responsável pelo aumento da temperatura, alteração de viscosidade e outros 
efeitos (ANVISA, 2004). 
3.5.1.2 Fatores intrínsecos 
Fatores intrínsecos são fatores inerentes de características internas e muitas vezes 
não visuais do produto. Além disso, dizem respeito a estabilidade dos insumos utilizados 
28 
 
na fabricação entre eles próprios e também com o material do meio de acondicionamento 
(ANVISA, 2004). São fatores influenciados intrinsecamente: 
i) pH 
O pH é um importante fator na estabilidade do produto, podendo sua alteração 
mudar as funcionalidades dos produtos ou até a estabilidade de ingredientes específicos 
utilizados na fabricação, alterando sua estabilidade e a eficácia e segurança do produto 
(ANVISA, 2004). 
ii) Reações de Óxido-Redução 
Esses tipos de reações, quando acontecem, podem ocasionar mudanças físicas e 
organolépticas no produto, mudando seu desempenho e atividade (ANVISA, 2004). 
iii) Interação entre componente e material de acondicionamento ou outro 
insumo da formulação 
Muitas vezes, componentes da formulação podem interagir entre si ou com o 
material de acondicionamento, gerando características indesejáveis (ANVISA, 2004). 
3.5.2 Parâmetros de avaliação 
Segundo a RDC Nº 48 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de 25 de 
outubro de 2013, existe a obrigatoriedade de o fabricante de produtos cosméticos 
assegurar a garantia da qualidade, segurança e eficácia dos produtos e das Boas Práticas 
de Fabricação. A empresa deve conhecer seu processo e estabelecer se deve realizar 
validação dos mesmos. Validação essa que deve ter parâmetros analíticos bem 
estabelecidos e critério de aceitação (ANVISA, 2013). 
Nesse contexto, devem-se estudar os aspectos de estabilidade dos produtos, a fim 
de definir os parâmetros centrais para análise. No que consiste aos aspectos importantes, 
devem-se destacar os aspectos: 
i) físicos: são características originais que devem ser mantidas, como 
aspecto, cor, odor e uniformidade (ANVISA, 2004). 
ii) químicos: são conformações que devem ser mantidas dentro de uma faixa 
segura e estável previamente definida (ANVISA, 2004). 
iii) microbiológicos: devem ser conservadas as características 
microbiológicas através de sistemas conservantes e do cumprimento do manual de BPF 
(ANVISA, 2004). 
29 
 
Além dos aspectos citados, é imprescindível que os produtos conservem 
características de segurança e funcionalidade durante os testes de estabilidade, mantendo 
o produto seguro e inalterado quanto ao efeito inicial proposto (ANVISA, 2004). 
3.5.3 Estabilidade Acelerada 
A estabilidade acelerada tem como objetivo fornecer dados exploratórios sobre 
tempo de vida útil e interação com material de acondicionamento dos produtos analisados. 
Geralmente, esse tipo de teste é utilizado na fase de desenvolvimento de produtos ou 
quando há mudanças na formulação ou no processo produtivo, podendo servir como 
auxiliar na determinação da estabilidade a longo prazo do produto através de análise 
estatística e, assim, ajudar na determinação do prazo de validade do produto (ANVISA, 
2004). 
3.5.4 Ensaios e metodologias 
Os ensaios e metodologias são instrumentos utilizados na determinação da 
estabilidade de um determinado produto, sendo de crucial importância a escolha de 
ensaios que possam prever adequadamente a evolução de cada produto. 
3.5.4.1 Ensaios Organolépticos 
Esse tipo de ensaio observa, por meio de análises comparativas, parâmetros que 
permitem a avaliação imediata de características que afetam diretamente as propriedades 
do produto, tendo como objetivo verificar aspectos como: separação de fases, 
precipitação e turvação (ANVISA, 2004). 
3.5.4.1.1 Cor 
Para a obtenção de sucesso em vendas, é necessário observar os fatores que 
influenciam a opinião do consumidor, sejam eles internos ou externos. A percepção é um 
dos fatores internos que mais influenciam na escolha do consumidor e, portanto, seu 
estudo pode mitigar riscos (JUSTINIANO, 2009). Com certeza, a cor do produto é um 
importante fator nessa percepção e sua estabilidade a longo prazo é de crucial importância 
para a indústria. Formulações cosméticas de xampu podem ter componentes com baixa 
estabilidade entre si e influenciar no amarelamento ou mudança de cor do produto. 
Nesse ensaio, uma amostra do mesmo produto com cor idêntica às amostras 
colhidas no início do teste de estabilidade é definida como padrão, a fim de comparar com 
30 
 
as amostras em testagem e definir se houve alteração da cor através de método visual ou 
espectrofotométrico (ANVISA, 2004). 
A classificação empregada para as amostras pode ser: 
i) Normal – quando não há alteração perceptível; 
ii) Levemente Modificada – quando há sutil alteração perceptível; 
iii) Modificada – quando há alteração facilmente perceptível; 
iv) Intensamente modificada. 
3.5.4.1.2 Odor 
Os principais atributos apontados em um estudo de mercado realizado com 
mulheres universitárias na escolha de compra de cosméticos e perfumaria é a qualidade 
do produto, a marca e a durabilidade (PINTO, 2013). Dessa forma, um dos indicadores 
diretos de durabilidade de um produto cosmético é o aroma a longo prazo, sendo crucial 
sua manutenção estável. 
Nesse ensaio, acontece a comparação da amostra em análise com uma amostra 
padrão com odor pré-definido, afim de definir se há alteração nopadrão (ANVISA, 2004). 
A classificação empregada para as amostras pode ser: 
i) Normal – quando não há alteração perceptível; 
ii) Levemente Modificada – quando há sutil alteração perceptível; 
iii) Modificada – quando há alteração facilmente perceptível; 
iv) Intensamente modificada. 
3.5.4.1.3 Aspecto 
Nesse ensaio, observa-se visualmente se houve alguma alteração macroscópica no 
aspecto e homogeneidade da amostra. Algumas descrições do aspecto: cristalino, pasta, 
gel, fluído, viscoso, volátil, homogêneo, heterogêneo, transparente, opaco, leitoso, etc. 
(ANVISA, 2004) 
A classificação empregada para as amostras pode ser: 
i) Normal – quando não há alteração perceptível; 
ii) Levemente separado, levemente modificado, levemente turvo; 
iii) Separado, precipitado, turvo. 
31 
 
3.5.4.2 Ensaios Físico-químicos 
A avaliação de características físico-químicas é um importante meio de observar 
fatores que eventualmente podem indicar problemas em produtos cosméticos. No que diz 
respeito a importância e utilidade, podem-se destacar os seguintes fatores e métodos: pH, 
viscosidade, materiais voláteis, teor de água, análise de distribuição do tamanho de 
partículas, centrifugação, densidade, granulometria, condução elétrica, 
espectrofotometria (ANVISA, 2004). 
No que consiste um xampu veterinário sem ação terapêutica, os dois primeiros 
ensaios são os mais importantes na determinação de estabilidade de produto. 
3.5.4.2.1 pH 
O parâmetro é um importante indicador em misturas líquidas e em xampus é 
importante que não haja grande variação do mesmo, a fim de manter a estabilidade do 
produto. O potencial hidrogeniônico pode ser medido por meio de determinação 
colorimétrica, que apresentam pequena sensibilidade a variação de acidez e basicidade na 
formulação, e a determinação potenciométrica, que indica com maior precisão a variação 
de pH (ANVISA. 2004). 
3.5.4.2.2 Viscosidade 
No que diz respeito ao conhecimento do público, xampus com a viscosidade 
adequada passam a sensação de segurança no uso do produto. Devido ao grande número 
de matérias primas que podem proporcionar viscosidade, o formulador do produto tem 
participação crucial na escolha da melhor matéria prima, atendendo ao mercado em 
qualidade, preço e preservação ambiental. Os eletrólitos, como o cloreto de sódio, 
destacam-se pela grande representatividade na cosmetologia e grande disponibilidade, se 
apresentando como um importante componente de formulações cosméticas (CHIROLI, 
2013). 
A viscosidade é um importante fator influenciador de estabilidade em xampus, 
por influenciar em sua aparência e usabilidade, visto que é uma variável que caracteriza 
reologicamente o sistema. A avaliação da viscosidade determina se um produto tem a 
fluidez e escoamento necessários para utilização (ANVISA, 2004). 
Entre os métodos de medição de viscosidade mais comum está a utilização de um 
orifício calibrado (viscosímetro de orifício) ou viscosímetro rotacional. No caso do 
32 
 
viscosímetro de orifício, deve-se verificar qual o diâmetro do orifício adequado para 
medir cada tipo de produto. 
3.6 Análise estatística e critério de aprovação de formulação 
O estudo de estabilidade deve gerar informações dos parâmetros controlados por 
ele, sendo a análise estatística uma ferramenta empregada na interpretação dos dados. 
Dessa forma, é necessário selecionar adequadamente os testes e variáveis controladas, a 
fim de gerar resultados coerentes, sejam eles qualitativos ou quantitativos (ANVISA, 
2004). 
A interpretação dos resultados também é uma importante etapa quando se estuda 
estabilidade de produtos cosméticos, sendo fundamentalmente valiosa a experiência do 
pesquisador sobre o objeto de estudo, especialmente na definição dos limites de aceitação 
dos parâmetros avaliados. Em geral são considerados os seguintes critérios: aspecto, cor 
e odor, viscosidade e compatibilidade com o material de acondicionamento. Em caso de 
haver ingrediente ativo como parte da formulação, se faz necessário observar os padrões 
de qualidade e performance do mesmo. (ANVISA, 2004). 
Os padrões para um resultado positivo na estabilidade do produto são os seguintes: 
i) Aspecto: O produto deve se manter íntegro durante todo o experimento. 
Excetuando-se condições de temperatura elevada, ciclo de congelamento e 
descongelamento e em condições de baixas temperaturas, onde se permite pequenas 
alterações, não deve ocorrer alterações sensíveis no aspecto do produto em qualquer 
momento do teste de estabilidade (ANVISA, 2004). 
ii) Cor e Odor: As amostras devem permanecer estáveis por no mínimo 15 
dias à luz solar, sendo aceitável pequenas variações nas amostras submetidas a elevadas 
temperaturas (ANVISA, 2004). 
iii) Viscosidade: O padrão de aceitação do indicador de viscosidade pode 
variar de produto para produto e deve ser definido pelo formulador, levando em 
consideração as percepções visuais e sensoriais que uma mudança na reologia interfere 
no produto e qual o limite aceitável para o fabricante (ANVISA, 2004). 
 
iv) Compatibilidade com o material de acondicionamento: A compatibilidade 
da amostra com a embalagem é definida levando-se em consideração a integridade da 
embalagem e da formulação (ANVISA, 2004). 
33 
 
3.7 Determinação do prazo de validade de produtos cosméticos 
O prazo de validade do produto é um importante fator de segurança e garantia das 
suas características. Com relação às necessidades das empresas e dos pesquisadores, é 
importante que a indicação da estabilidade do produto seja realizada sem a necessidade 
de acompanhar o produto em todo o prazo de validade previsto. Dessa forma, as partes 
indicadas determinam a estabilidade sob condições aceleradas para assegurar que não 
haverá problemas de estabilidade em etapas adiantadas do processo de desenvolvimento 
do produto (ARIQUINI; MORI; WONGTSCHOWSKI, 2013). Além de ser um requisito 
técnico de qualidade, também é definido em lei e empresas de cosméticos tem por 
obrigação indicar o prazo de validade na embalagem do produto à vista do consumidor, 
conforme determina o Código de Defesa do Consumidor (ANVISA, 2004). 
 No caso de formulações cosméticas de natureza específica, admite-se o 
impedimento em eleger um ingrediente específico e definir o prazo de validade pela 
relação da constante cinética, temperatura e correlação direta dessas variáveis com o 
prazo de validade estimado do produto. Dessa forma, em produtos dessa natureza, o prazo 
de validade é estimado por meio de Teste de Estabilidade e a confirmação tem que ser 
realizada através de um Teste de Prateleira (ANVISA, 2004). 
 
34 
 
4 METODOLOGIA 
A metodologia do presente trabalho seguiu a organização apresentada na figura 
abaixo. 
Figura 11: Diagrama de blocos do desenvolvimento metodológico do estudo de estabilidade 
acelerada. 
 
Fonte: Autor. 
4.1 Identificação de fatores influenciadores da estabilidade 
São os fatores com influência extrínseca identificados e já discutidos nesse 
trabalho: tempo, temperatura, luz e oxigênio, umidade, material de acondicionamento, 
microrganismos e vibrações. Dada as limitações encontradas para realização dos ensaios 
e os objetivos específicos já apontados, dois fatores foram controlados: temperatura e 
material de acondicionamento. 
35 
 
4.2 Estudo bibliográfico preliminar e definição de formulação 
O estudo preliminar apontou a importância e função dos tensoativos em 
formulações cosméticas, destacando-se os três tipos de tensoativos utilizados em xampus 
veterinários: aniônicos, anfóteros e não-iônicos. 
Além disso, é interessante notar a presença opcional de conservantes em 
formulações de xampu, visto a baixa atividade bacteriológica nesses produtos. Dessa 
forma, é sensato analisar a atuação desses conservantes na estabilidade preliminar de 
formulações de xampu, a fim de definir sua influência. Foram definidas as seguintes 
formulações: 
Tabela1: Composição de pré-formulação de xampu veterinário sem e com a adição de 
conservante. 
Componentes 
Formulação A (sem 
conservante) 
Formulação B (com 
conservante) 
Tensoativo Aniônico 20% 20% 
Tensoativo Anfótero 3% 3% 
Tensoativo Não-Iônico 3% 3% 
Umectante 3% 3% 
Reforçador de camada lipídica 0,50% 0,50% 
Espessante 0,50% 0,50% 
Sequestrante 0,50% 0,50% 
Conservante 0,00% 0,50% 
Fragrância 0,50% 0,50% 
Água destilada 69% 68,50% 
 
Fonte: Autor. 
4.3 Planejamento experimental 
O planejamento experimental é feito com o intuito de organizar a prática 
experimental e impedir que eventuais erros possam acontecer. Para isso, é importante 
controlar as seguintes entender o número de variáveis: 
i) Temperatura: Quatro faixas de temperatura são necessárias para simular 
condições enfrentadas pelo produto (2 ºC, 25 ºC, 37 ºC, 45 ºC). 
ii) Adição de conservante: Duas categorias (com ou sem conservante) foram 
analisadas nos ensaios. 
iii) Tipos de embalagem: Devido à falta de disponibilidade de variados tipos 
de embalagens, os ensaios foram realizados em embalagens PET de gramatura 
especificada. 
36 
 
iv) Duração do experimento: Os ensaios duraram seis semanas. 
v) Método de testagem: A cada semana, foram retiradas uma amostra do tipo 
A e uma amostra do tipo B de cada temperatura em análise, as quais foram deixadas em 
temperatura ambiente até a normalização da temperatura a 25 ºC para serem feitas as 
análises necessárias com cada amostra. Posteriormente, houve o descarte da amostra. 
vi) Tipos de análises: Análise de cor, odor, aspecto, pH e viscosidade. 
vii) Outros fatores: Para mensurar o efeito do material de embalagem na 
estabilidade do produto, duas amostras do tipo B (com adição de conservante) foram 
mantidas em condições extremas (2 ºC e 45 ºC) em embalagens de PEAD pelo período 
de seis semanas. 
Dessa forma, as amostras foram etiquetadas e divididas da seguinte forma: 
• Estufa (45 ºC): 6 amostras Tipo A em embalagem PET, 6 amostras Tipo 
B em embalagem PET e uma amostra Tipo B em embalagem de PEAD. 
• Estufa (37 ºC): 6 amostras Tipo A em embalagem PET, 6 amostras Tipo 
B em embalagem PET. 
• Ambiente (25 °C): 6 amostras Tipo A em embalagem PET, 6 amostras 
Tipo B em embalagem PET. 
• Geladeira (2 °C): 6 amostras Tipo A em embalagem PET, 6 amostras Tipo 
B em embalagem PET e uma amostra Tipo B em embalagem de PEAD. 
4.4 Separação de vidrarias e utensílios, identificação e confecção de amostras 
4.4.1 Materiais utilizados e equipamentos utilizados 
Segue abaixo uma tabela com a listagem de vidrarias utilizadas na confecção das 
amostras. 
 
37 
 
Tabela 2: Lista de vidrarias utilizadas 
QTO Vidrarias 
2 Bécker 2 L 
1 Proveta 2 L 
2 Bécker 500 mL 
1 Proveta 500 mL 
2 Bécker 500 mL 
1 Proveta 500 mL 
2 Bécker 500 mL 
1 Proveta 500 mL 
2 Bécker 200 mL 
2 Bécker 200 mL 
2 Bécker 200 mL 
1 Proveta 50 mL 
1 Bécker 50 mL 
1 Proveta 50 mL 
1 Bécker 50 mL 
1 Proveta 50 mL 
Fonte: Autor. 
Além dos utensílios de laboratório, os seguintes equipamentos foram utilizados 
para análise: 
i) Balança Semianalítica 
ii) Estufa Analógica de Esterilização e Secagem 
iii) Estufa Digital de Esterilização e Secagem 
iv) Geladeira 
v) Viscosímetro Tipo Copo Ford Orifício 5 
vi) Peagômetro de Bolso Kasvi 
4.4.2 Confecção de amostras 
As amostras de 120 mL de xampu foram confeccionadas, etiquetadas e 
organizadas conforme o planejamento experimental. 
38 
 
 
Figura 12: Amostras etiquetadas prontas para ensaio. 
 
Fonte: Autor. 
4.5 Realização de ensaios designados no estudo de estabilidade acelerada 
Os ensaios designados no estudo se dividem em dois tipos: organolépticos e físico-
químicos. Os ensaios organolépticos são os que se dedicam a avaliar as características do 
produto detectáveis aos sentidos e fornecem parâmetros que avaliam o estado da amostra, 
como precipitação, separação de fases e turvação, através de análise comparativa com 
uma amostra de referência (padrão), mostrada na Figura 13. Enquanto isso, os ensaios 
físico-químicos são operações técnicas que determinam características específicas de um 
produto, seguindo procedimento específico (ANVISA, 2007). 
Abordagens utilizadas nos ensaios de estabilidade: 
4.5.1 Aspecto 
Nesse ensaio, observa-se se houveram mudanças nas características visíveis das 
amostras em estudo em relação à amostra de referência, como separação de fase, turvação 
ou precipitação (ANVISA, 2007). 
A classificação empregada foi a seguinte: 
39 
 
iv) Normal – quando não há alteração perceptível; 
v) Levemente modificado – quando há leve separação, modificação ou 
turvação (especificar o tipo de modificação); 
vi) Intensamente Modificado – quando houver separação, precipitação ou 
turvação (especificar o tipo de modificação). 
4.5.2 Cor 
Nesse ensaio, observam-se eventuais variações na cor do objeto de estudo. As 
observações podem ser feitas a olho nu ou de forma instrumental. Em ambos os casos, há 
a comparação com a amostra padrão (ANVISA, 2007). 
Figura 13: Amostra padrão do xampu. 
 
Fonte: Autor. 
Nesse trabalho, foi adotada a análise visual. A classificação empregada foi a 
seguinte: 
i) Normal – quando não há alteração perceptível; 
ii) Levemente modificado – quando há sutil alteração perceptível; 
iii) Intensamente Modificado – quando há alteração intensa na cor. 
 
40 
 
4.5.3 Odor 
Nesse método, há a comparação da amostra em estudo com a amostra de 
referência, sendo que ambas devem ter sido fabricadas sob as mesmas condições de 
perfumaria (ANVISA, 2007). 
A classificação empregada foi a seguinte: 
i) Normal – quando não há alteração perceptível; 
ii) Levemente modificado – quando há sutil alteração perceptível; 
iii) Intensamente Modificado – quando há alteração perceptível. 
4.5.4 pH 
Conforme procedimento, primeiramente é feita a calibração do eletrodo do 
equipamento utilizado com soluções-tampão de pH 7 e 10, em anuência ao manual do 
peagômetro utilizado. Após a calibração do equipamento, é feita a leitura em triplicata, 
com a ponta de eletrodo imergida diretamente no produto, conforme exige o Guia de 
Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos, ANVISA (2007). 
Devido às limitações encontradas, o peagômetro tinha apenas uma casa decimal 
de precisão. Tal precisão não se mostrou empecilho, devido à baixa variação de valores 
em formulações dessa natureza. 
Figura 14: Medição de pH da produção no dia zero. 
 
Fonte: Autor. 
41 
 
4.5.5 Viscosidade 
Segundo consta no Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos 
(ANVISA, 2007): 
 
“Viscosidade é a resistência que o produto oferece à deformação ou ao fluxo. A viscosidade 
depende das características físico-químicas e das condições de temperatura do material”. 
 
Essa propriedade é extremamente importante para entender a qualidade de 
produtos cosméticos e é objeto de aperfeiçoamento dos estudos de empresas do ramo. O 
ensaio de viscosidade teve como equipamento central o viscosímetro de orifícios (Copo 
Ford) e foi definido o orifício de número 5, por ter diâmetro mais ajustado à faixa de 
viscosidade analisada. 
O método de utilização do viscosímetro de orifício consiste na utilização de um 
copo em forma de cone com volume interno bem determinado e orifício com diâmetro 
calibrado na parte inferior por onde escoa o fluido. O tempo de escoamento determina o 
valor da viscosidade. O método é descrito pela ANVISA (2007, p.33): 
 
“Nivela-se o aparelho em superfície plana. Depois de se obstruir o orifício localizado na 
parte inferior do copo com o dedo e colocar lentamente a amostra até transbordar, com 
temperatura estabilizada, conforme especificado, nivela-se a superfície da amostra com 
uma espátula. Verifica-se então a presença de bolhas, que afetam a medida. Retira-se o 
dedo do orifício e, ao mesmo tempo, com a outra mão, aciona-se o cronômetro. 
Imediatamente após o escoamento, pára-se o cronômetro e registra-seo tempo para fins de 
cálculo”. 
 
Para cálculo da viscosidade, em cP, usa-se: 
𝑉𝐼𝑆𝐶𝑂𝑆𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 = 𝐴 × 𝑇 + 𝐵 
Onde: T = Tempo (segundos); A e B = Constantes pré-estabelecidas pelo 
fabricante. 
 
 
42 
 
Figura 15: Copo Ford utilizado nas medições 
 
 
Fonte: Autor. 
4.5.6 Material de Acondicionamento 
Segundo o Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos – ANVISA (2004), a 
análise de estabilidade de produtos cosméticos depende de critérios estabelecidos pelo 
formulador e limites de aceitação pré-estabelecidos para os parâmetros avaliados. Além 
disso, em função da natureza particular de formulações cosméticas, aceita-se que não é 
possível a eleição de um componente específico da formulação para avaliar pela relação 
da constante cinética com a temperatura; portanto, o prazo de validade pode ser estimado 
por estudo de estabilidade e sua confirmação deve ser estimada através de estudo de 
prateleira. 
Dessa forma, define-se o intervalo ótimo de viscosidade entre 350 cP e 1000 cP e 
o limite superior em 2500 cP. Formulações dentro dessa faixa serão indicadas como 
estáveis para teste em prateleira. 
 
 
43 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
5.1 Caracterização inicial dos produtos 
Nesse trabalho, foram avaliadas por 42 dias as consistências de duas formulações 
de xampus de uso veterinário, uma contendo um conservante comercial e outra livre desse 
insumo. A formulação “Xampu A” não continha conservante, enquanto a formulação 
“Xampu B” incluía o componente. As formulações foram submetidas a análises semanais 
de aspectos organolépticos e físico-químicos em ensaios em temperaturas controladas de 
2 °C, 25 °C, 37 °C, 45 °C. Em virtude da desregulação da estufa de 45 °C na segunda 
semana de experimento, foi realizada a substituição da estufa e feita uma nova 
caracterização para o ensaio a 45 °C. As novas amostras foram analisadas por 36 dias. Os 
resultados das caracterizações encontram-se nas Tabelas 3 a 6. 
Tabela 3: Caracterização de xampu para animais sem adição de conservante 
 
Fonte: Autor. 
Tabela 4: Caracterização de xampu para animais com adição de conservante 
 
Fonte: Autor. 
 
44 
 
Tabela 5: Caracterização de xampu para animais sem adição de conservante para correção de 
ensaio a 45 °C 
 
Fonte: Autor. 
 
Tabela 6: Caracterização de xampu para animais com adição de conservante para correção de 
ensaio a 45 °C 
 
Fonte: Autor. 
Em primeira análise, percebe-se, por conta da presença do conservante, a variação 
da viscosidade do Xampu B, no qual há um aumento significativo nessa característica em 
comparação com o Xampu A, mesmo tendo bases idênticas. Apesar dessa divergência, as 
amostras apresentaram aspecto semelhante, indicando que o intervalo de aceitação no 
ensaio de viscosidade é largo. 
5.2 Avaliação de aspectos organolépticos 
Essa é uma importante etapa na avaliação de estabilidade do produto, visto que 
qualquer alteração nesses parâmetros pode indicar possível inconsistência na formulação. 
45 
 
5.2.1 Aspecto 
Os aspectos organolépticos em um estudo de estabilidade são imprescindíveis, 
devendo-se estar atento a qualquer sinal de mudança nos mesmos, uma vez que 
modificações na cor, odor e aspectos de cosméticos indica problemas de estabilidade e 
consequente influência na qualidade e eficácia do produto. Dessa forma, não são aceitas 
alterações nesse tipo de ensaio (ALBRECHT et al., 2019, apud COELHO et al., 2016). 
Os resultados do acompanhamento geraram os resultados contidos nas Tabelas 7 
a 9: 
Tabela 7: Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu A a 2 °C, 25 °C e 37 °C 
Fonte: Autor. 
 
 
46 
 
Tabela 8: Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu B a 2 °C, 25 °C e 37 °C 
Fonte: Autor. 
Tabela 9: Resultados obtidos para o Aspecto do Xampu A e B a 45 °C 
Fonte: Autor. 
Os resultados encontrados foram satisfatórios, pois não ocorreu alteração no 
aspecto com a variação da temperatura. 
5.2.2 Cor 
Os testes realizados não apresentaram nenhuma mudança na coloração do produto 
em nenhum ensaio das amostras tipo A ou B. 
5.2.3 Odor 
A essência escolhida para ambos os tipos de xampu foi a “Bethoven”, que 
apresenta diversas conotações frutadas e fácil discernimento das notas de talco, a fim de 
haver fácil identificação de eventuais mudanças no odor do produto. 
47 
 
Feito os testes, em nenhuma amostra analisada do xampu A ou B houve qualquer 
mudança de aroma para notas de fetidez e as notas da essência escolhida aparentaram 
estar bem mantidas em todas as análises sensoriais. 
5.2.4 Considerações sobre os aspectos organolépticos 
Sob a ótica de fatores organolépticos, tanto o Xampu A quanto o Xampu B 
apresentaram desempenhos satisfatórios. Ou seja: não exibiram alterações sensíveis em 
nenhum teste realizado durante todo o período analisado, indicando que as formulações 
apresentam aspectos de estabilidade a longo prazo. 
5.3 Avaliação de aspectos físico-químicos 
5.3.1 pH 
O pH não apresentou mudanças significativas no intervalo de análise, tendo sua 
leitura mínima em 5,4 e máxima em 5,7 tanto no Xampu A como no Xampu B, como 
mostrado nas Figuras 16 e 17. 
Figura 16: Representação gráfica da variação do pH nas amostras do Xampu A (sem conservante) 
 
Fonte: Autor. 
 
5,35
5,4
5,45
5,5
5,55
5,6
5,65
5,7
5,75
0 10 20 30 40 50
p
H
Tempo (Dias)
pH
Ensaio 1 (2 °C) Ensaio 2 (25 °C) Ensaio 3 (37 °C) Ensaio 4 (45 °C)
48 
 
Figura 17: Representação gráfica da variação de pH nas amostras do Xampu B (com conservante) 
 
Fonte: Autor. 
5.3.2 Viscosidade 
A viscosidade se mostrou o mais importante agente no estudo de estabilidade das 
formulações de xampu, apresentando variações sensíveis nos ensaios. Por outro lado, as 
formulações de xampu podem admitir uma variação considerável nesse indicador e ainda 
apresentar aspecto adequado, sem afetar nos efeitos dos seus tensoativos. 
Um componente foi bem determinante no comportamento da viscosidade nos 
ensaios realizados: o conservante. A adição dele provocou desvio nos testes em 
temperaturas mais extremas, conforme visto nos gráficos das Figuras 18 a 21. 
A formula para determinação da viscosidade (em cP) foi a seguinte: 
 
𝑉𝐼𝑆𝐶𝑂𝑆𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 = 𝐴 × 𝑇 + 𝐵 
 
Por determinação do fabricante do Copo Ford, a 25 °C, os valores de A e de B, na 
equação acima são, respectivamente, 3,843 e 17,3. 
Dessa forma: 
 
𝑉𝐼𝑆𝐶𝑂𝑆𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 (𝑐𝑃) = 3,843 × 𝑇(𝑠𝑒𝑔) + 17,3 
 
5,35
5,4
5,45
5,5
5,55
5,6
5,65
5,7
5,75
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
p
H
Tempo (dias)
pH
Ensaio 1 (2 °C) Ensaio 2 (25 °C) Ensaio 3 (37 °C) Ensaio 4 (45 °C)
49 
 
Figura 18: Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 2 °C. 
 
Fonte: Autor. 
Figura 19: Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 25 °C 
 
Fonte: Autor. 
 
y = 3,6273x + 395,7
R² = 0,6132
y = 3,745x + 689,69
R² = 0,2678
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
V
is
co
d
id
ad
e 
(c
P
)
Tempo (dias)
Viscosidade 2 °C
Xampu A Xampu B Linear (Xampu A) Linear (Xampu B)
y = 5,588x + 404,48
R² = 0,8661
y = 8,4311x + 597,87
R² = 0,8241
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
V
is
co
si
d
ad
e 
(c
P
)
Tempo (dias)
VISCOSIDADE 25 °C
Xampu A Xampu B Linear (Xampu A) Linear (Xampu B)
50 
 
Figura: 20: Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 37 °C 
 
Fonte: Autor. 
Figura: 21: Representação gráfica das medidas de viscosidade nos ensaios a 45 °C 
 
Fonte: Autor. 
De forma geral, observa-se uma tendência linear no gráfico da variação da 
viscosidade com o tempo, com exceção do ensaio em geladeira (2 °C), onde os xampus 
A e B apresentaram coeficiente R² inferior a 0,7. Em altas temperaturas, o gráfico do 
Xampu B apresenta uma tendência menor de aumento da viscosidade se comparado ao 
Xampu A, como bem observado pelos resultados do ensaio

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