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CONTEÚDO ESTÉTICA E BELEZA TECNOLOGIA FARMACÊUTICA EM COSMÉTICOS CONTEÚDO ESTÉTICA E BELEZA TECNOLOGIA FARMACEUTICA EM COSMÉTICOS Copyright © Portal Educação 2015 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP:79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Tiago Pereira Nocera CRB 1/2995 Portal Educação P842t Tecnologia farmacêutica em cosméticos / Portal Educação.- Campo Grande: Portal Educação, 2015. 91p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-436-0361-2 1.Tecnologia farmacêutica. 2. Cosméticos. I. Portal Educação. II. Título. CDD 646.726 2 SUMÁRIO 1 CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA .................................................. 3 2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA NA INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR ........................................................................................... 6 3 ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA .............................................. 13 4 LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS ........................................... 22 5 REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES. ............................................................................................................ 26 6 ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS ............................................................................ 28 7 PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS . 34 8 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS .......... 38 9 ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ............................................ 42 10 FORMAS COSMÉTICAS PLÁSTICAS: DESODORANTES, ANTIPERSPIRANTES, DENTIFRÍCIOS50 11 CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS ........................ 84 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 89 3 1 CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA A Tecnologia pode ser definida como a aplicação de vários conhecimentos com objetivo industrial. Do grego “tecno” ofício e “logia” estudo o significado da palavra tecnologia abrange o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ ou utilizados a partir deste conhecimento. O dicionário Aurélio define tecnologia como o conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade. É a aplicação dos conceitos teóricos e científicos com objetivo de produção, obtenção de um produto final. O estudo da tecnologia implica na idéia de industrialização, na idéia de produção em larga escala. A industrialização é regida pelo binômio investimento-retorno. O poder aquisitivo da sociedade pressiona a demanda com o conseqüente desenvolvimento da tecnologia, pois ela contribui para atender as necessidades deste mercado consumidor. A preparação de formas farmacêuticas e cosméticas deve responder as exigências de exatidão, de estabilidade e de segurança para a elaboração de um produto final seguro e eficaz para consumidor. A tecnologia farmacêutica é a parte das ciências farmacêuticas que estuda a elaboração e transformação de substâncias medicamentosas em formas farmacêuticas, bem como formas cosméticas, com ênfase na obtenção de grandes lotes de produtos, de sua estabilidade e seu armazenamento. O que a tecnologia farmacêutica estuda é a transformação. Processos de transformações de substâncias em produtos farmacêuticos que possam ser administrados em seres vivos. O mesmo conceito aplica-se à produção de produtos cosméticos. Os produtos farmacêuticos, medicamentos, e os produtos cosméticos apresentam-se sob diversas formas, as chamadas formas farmacêuticas e as formas cosméticas, e elas são resultado da modificação de matérias-primas (produtos naturais, de síntese e obtidos por processos biotecnológicos). Esta modificação é feita em várias etapas, complexas, chamadas de operações unitárias. A indústria da beleza é um dos setores que mais crescem no Brasil. Em 2002, só o setor de cosméticos registrou um faturamento de R$ 9,6 bilhões, que garantiu ao Brasil o quinto lugar entre os consumidores de cosméticos do planeta. O crescimento do setor foi de 7,4% sobre 2001. Comparado 4 com o crescimento negativo de 1,5% da indústria em geral, registrado no mesmo período, o setor se revela como de especial atratividade para novos investimentos e negócios. Podemos definir cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes como preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. E assim, cosmetologia como a ciência que estuda as matérias-primas e os produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características dos cabelos, pele e seus anexos, dando suporte à fabricação dos produtos cosméticos permitindo verificar suas propriedades e eficiência. O setor de cosméticos atualmente busca uma eficácia da tecnologia moderna versus o prazer do cliente na utilização do produto. O investimento em novas tecnologias leva ao surgimento de novas matérias primas e subseqüentemente ao aparecimento de novos produtos e eventualmente de novas funções para os produtos. Analisando desta forma, o tempo de vida dos produtos cosméticos é curto. A indústria constantemente esforça-se para oferecer aos seus clientes produtos inovadores, e ao mesmo tempo os consumidores têm a disposição em aceitar estes produtos efetivos. Então constantemente a indústria cosmética depara-se com o binômio: oportunidade de crescimento versus desafio de inovação. Através do conhecimento de seus consumidores, cada vez mais, as empresas lançam novos produtos específicos, deixando de lado a idéia, um pouco, utópica do “produto cosmético universal”. Em um mercado excessivamente competitivo há a necessidade urgente de criatividade e agilidade, sempre. As principais tendências do mercado de produtos cosméticos variam com muita rapidez. Podemos citar como exemplo a tendência do uso de aromaterapia na cosmetologia. A idéia desta tendência é trazer para o produto cosmético sensações, através do olfato pelo uso tópico: massagens, banhos, compressas, etc. É a aplicação de óleos essenciais em cosméticos. Esta tendência busca o bem-estar do consumidor que vive a agitação da vida moderna, o estresse. Outra forte tendência é voltada para o mercado masculino. Há o crescimento mundial em produtos para o cuidado do homem chamado de “personalcare for men”. Verifica-se um aumento significativo do consumo de produtos cosméticos por homens. Este aumento levou ao investimento por parte das empresas em produtos específicos para o uso masculino, respeitando as características fisiológicas, de praticidade, de embalagens para este tipo específico de consumidor. 5 Na busca por cosméticos mais atualizados do ponto de vista da tecnologia, embates entre o tecnicismo e o aspecto mercadológicosão muito comuns. Talvez o desafio maior seja criar produtos globalizados, considerando a globalização e a existência de mercados comuns, sem fronteiras formais. E, em um mercado ávido por novidades, muitos fabricantes de cosméticos essencialmente preocupados com o lucro costumam cometer um erro tático usual, que é o de incluir matérias-primas relativamente novas em seus produtos sem, contudo, se preocupar com a sinergia com os outros ingredientes e com a eficácia propriamente dita do produto. A boa prática da atualização tecnológica, é claro, repudia esse procedimento, que, mais cedo ou mais tarde (geralmente mais cedo) acaba sendo desmascarado e desqualificado pelo consumidor mais esclarecido, colocando a imagem da empresa em risco. Uma forma relativamente simples e produtiva que ajuda a resistir à tentação do lucro fácil e a garantir para a empresa resultados vantajosos em longo prazo é, sem dúvida, investir no fortalecimento, no treinamento e na formação de seus respectivos corpos técnicos. 6 2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA NA INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR Os medicamentos, bem como os cosméticos são resultado de várias operações a que se submetem as substâncias medicamentosas, os ativos, os excipientes a fim de facilitar a sua aplicação, administração, alterar características organolépticas e principalmente assegurar a sua ação desejada. Como se compreende, existem inúmeras fórmulas que representam diversas formas cosméticas ou formas farmacêuticas, o conceito de fórmula depende exclusiva e unicamente dos critérios qualitativo e quantitativo que preside à sua elaboração. Em 1915, Arthur Little estabeleceu o conceito de "operação unitária", segundo o qual um processo químico seria dividido em uma série de etapas que podem incluir: transferência de massa, transporte de sólidos e líquidos, destilação, filtração, cristalização, evaporação, secagem, etc. Cada uma das etapas seqüenciais numa linha de produção industrial é, portanto, uma operação unitária. O conjunto de todas as etapas, compõe um processo unitário. OPERAÇÃO PROCESSO Processos unitários são: 1. Transformações químicas aplicadas ao processamento industrial; 2. Conjunto de operações necessárias para a condução de uma determinada reação (transformação) química em larga escala; 3. Transformação da matéria-prima (entrada, alimentação ou input) em produtos (saída ou output) desejados. Operações unitárias são: 1. Transformações físicas sofridas durante o processo; ENTRADA matéria prima CONVERSÃO SAÍDA produtos PROCESSO 7 2. Transformações físicas (massa) ou físico-químicas (energia e massa) que ocorrem durante um processo; 3. Grupo de transformações químicas, físicas ou biológicas que ocorrem durante um processo de transformação. Exemplos: Armazenamento,mistura, filtração, fermentação, esterilização, etc. O processamento de matérias primas em medicamentos ou cosméticos pode parecer complexo na diversidade de operações envolvidas, mas uma análise cuidadosa mostrará que estes processos complicados podem ser separados em operações simples. Como exemplo podemos utilizar o aquecimento, tão comum na indústria para o preparo de medicamentos ou cosméticos, existem inúmeras razões para um aquecimento, como o processamento de uma emulsão, a dissolução de um açúcar, um processo de esterilização. Num processo industrial temos que analisar a extensão deste aquecimento e em que condições ele será realizado. Em operações unitárias este processo físico é chamado de transferência de calor. Na preparação de formas cosméticas e farmacêuticas é muitas vezes necessário proceder à separação das partículas suspensas num líquido, desse mesmo líquido. Muitas vezes o objetivo é separar de um líquido, precipitados amorfos ou cristalinos, materiais coloidais ou gotículas de líquidos insolúveis. Ainda podemos pensar em separar deste líquido microorganismo, então a definição pode se ampliar especificando-se esterilidade. O conceito essencial que devemos assimilar é a divisão do processamento de medicamentos e cosméticos em operações unitárias que dependem de conceitos físicos específicos. Operações unitárias importantes na indústria farmacêutica e cosmética são as de fluxo fluido, transferência de calor ou energia, secagem, evaporação, processos de equilíbrio de contato (que incluem destilação, extração, absorção de gás, cristalização), separações mecânicas (que incluem filtração, centrifugação, sedimentação), redução de tamanho e mistura. Podemos ainda analisar que na farmácia hospitalar, os processos de unitarização de dosagens são realizados através de operações unitárias. A importância da escolha das operações unitárias na técnica de preparo de um produto, farmacêutico ou cosmético, leva à qualidade final do produto e ao sucesso do processamento. São operações unitárias de separação aquelas que desagregam uma mistura em seus componentes ou fases de um determinado sistema. Tamisação: tamisar é separar um material granuloso de acordo com o tamanho de partículas. Para tal são usadas superfícies perfuradas (tamises com poro dediâmetros definidos) que 8 permitem a passagem das partículas mais finas e impedem a passagem dos maiores. Os tamises são formados por uma trama de fios que deixam intervalos livres entre os mesmos, denominados aberturas ou malhas. Para um controle granulométrico, a malha deve ser muito regular e também o menos deformável possível. Os tamises de controle são fabricados em fios de metal fixados a um bordo cilíndrico rígido. Cada tamis é designado por um número que corresponde ao espaço vazio de cada malha expresso em micrômetros. As farmacopéias geralmente descrevem uma lista de tamises de controle com os limites tolerados para as aberturas e para o diâmetro dos fios para cada peça. Extração: é a operação que separa uma mistura de substâncias por dissolução de uma dada substância ou mais por intermédio de solventes ou mistura de solventes. Os métodos de extração utilizados pela industria farmacêutica são: maceração, digestão, percolação e turboextração. Prensagem: é a operação que separa um líquido de seu material por compressão do mesmo contra uma prancha perfurada que permite a passagem do líquido. Esta operação é comumente utilizada para a obtenção de extratos de drogas vegetais. Filtração: é o processo em que partículas são separadas de um líquido pela passagem deste através de um material permeável (filtros).A filtração é a operação unitária em que sólidos suspensos num líquido (ex. alimentação, suspensão, dispersão) são forçados a passar por um meio poroso no qual ficam depositados ou retidos.Há filtros em papel de celulose muito pura de diferentes porosidades e, para cada aplicação, deverá o papel de filtro ser escolhido de modo a permitir a velocidade máxima de filtração mas retendo ainda todas as partículas de precipitado, incluindo as menores. Se as dimensões destas forem desconhecidas, a escolha do filtro far-se-á por tentativas. A sua porosidade deverá ser suficientemente apertada para reter todas as partículas sólidas mas não excessivamente apertada pois tornaria então a velocidade de filtração desnecessariamente lenta. Há várias marcas de papel de filtro, por exemplo, Whatman, Munktells, Durieux, Schleider&Schuell, devendo consultar-se as especificações indicadas pelo fabricante. Sedimentação: é um processo de separação em que a mistura de dois líquidos ou de um sólidosuspenso num líquido é deixada em repouso. A fase mais densa, por ação da gravidade deposita-se no fundo do recipiente, ou seja, sedimenta. Um dos principais motivos de sua importância em processos industriais é o fato de sedimentos serem prejudiciais em operações hidráulicas. Decantação: é um processo de separação que permite separarmisturas heterogéneas de sólidos com líquidos. Utilizada em sistemas bifásicos (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido- líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar). Este processo é fundamentado nas diferentes densidades dos componentes da mistura. Primeiro deixa-se o mais denso "sedimentar" no fundo, em seguida verte-se o líquido lentamente com a ajuda de um bastão de vidro para outro recipiente. Centrifugação é um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada pela rotação da amostra é usada para sedimentarsólidos em líquidos, ou líquidos imiscíveis de http://pt.wikipedia.org/wiki/Processo_de_separa%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquido http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido http://pt.wikipedia.org/wiki/Fases_da_mat%C3%A9ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Processo_de_separa%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=For%C3%A7a_centr%C3%ADfuga_relativa&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Rota%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimenta%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimenta%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquidos http://pt.wikipedia.org/wiki/Miscibilidade 9 diferentes densidades, separando-os. força centrífuga relativa (FCR) é gerada quando uma partícula ou conjunto de partículas é sujeito a um movimento circular.De acordo com a segunda lei de Newton, uma partícula em movimento uniforme linear não perturbada por forças exteriores continuará com este tipo de movimento. Isto significa que terá uma velocidade constante e uma trajetória retilínea.Quando a partícula é forçada a descrever uma trajetória circular (tomando portanto uma determinada velocidade angular), uma força é exercida na partícula de modo a tentar continuar na trajetória rectilínea. Essa é a força centrífuga relativa, cuja intensidade aumenta com o quadrado da velocidade angular, sendo directamente proporcional ao raio da circunferência descrita e à massa da partícula. Concentrar: é o processo de separar parcialmente o solvente de uma solução transferindo-se o mesmo para o estado gasoso, até se alcançar uma determinada concentração na solução. Destilação: é a operação de separar uma mistura de líquidos ou uma solução por evaporação e posterior condensação do vapor.A destilação fracionada serve para realizar a separação em uma mistura de produtos, utilizando a propriedade física ponto de ebulição. Ela é um processo de aquecimento, separação e esfriamento dos produtos e é empregada quando a diferença entre os pontos de ebulição dos líquidos da mistura é menor. Um aparelho mais sofisticado e um pouco mais de tempo são necessários. No aparelho de destilação fracionada existe uma coluna de fracionamento que cria várias regiões de equilíbrio líquido-vapor, enriquecendo a fração do componente mais volátil da mistura na fase de vapor. Neste método de destilação, usa-se um balão de destilação (alambique, ou refervedor, dependendo da escala de produção), uma coluna de Vigreux (coluna de destilação, quando em indústria), um condensador e um receptor. A mistura a ser purificada é colocada no balão de destilação, que é aquecido. Surge então um vapor quente. Ele sobe pela coluna, mas vai se resfriando ao longo dela e acaba por condensar-se. Com a condensação, forma-se um líquido, que escorre para baixo pela coluna, em direção à fonte de calor. Vapores sobem continuamente pela coluna e acabam por encontrar-se com o líquido. Parte desse líquido rouba o calor do vapor ascendente e torna a vaporizar-se. A uma certa altura um pouco acima da condensação anterior, o vapor torna a condensar- se e escorrer para baixo. Este ciclo de vaporização e condensação ocorre repetidas vezes ao longo de todo o comprimento da coluna. São operações unitárias de união aquelas que unem ou juntam substâncias em estados ou formar desejadas, formando um sistema homogêneo. Misturar: é repartir uniformemente duas ou mais substâncias entre si por meio de processos físicos. As substâncias podem ser sólidas, líquidas ou gasosas, devem constituir uma mistura homogênea que tenha em todos os pontos do sistema a mesma composição. A homogeneidade assegura a exatidão de dose, por exemplo, por isso a operação de mistura deve ser http://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_circular http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_lei_de_Newton http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Recta http://pt.wikipedia.org/wiki/Circunfer%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_angular http://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_angular http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Vapor http://pt.wikipedia.org/wiki/Condensa%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquido 10 realizada com cuidado e acuidade. A mistura é uma operação básica que pode ser mecanizada com facilidade. São operações unitárias de transferência de energia àquelas que alteram de maneira permanente ou temporária o estado físico dos materiais. Refrigeração: diminuir a temperatura de um corpo. Conservação de alimentos e fármacos de origem biológica. o Diminuir ou impedir crescimento de microrganismos; o Inativação enzimas que possam deteriorar estes materiais. o Etapa importante da liofilização. Evaporação: vaporização de um líquido e com a concentração da fase líquida restante. Fusão: incorporação de materiais sólidos insolúveis em um excipiente sólido. Cristalização: obtenção de um produto sob a forma de cristais (ordem definida). o Através do resfriamento de uma solução quente concentrada; o Evaporação do solvente; o Adição no qual o soluto seja pouco solúvel; o Resfriamento de uma amostra fundida abaixo do seu ponto de fusão. Pasteurização: tratamento térmico para inativar microrganismos e enzimas, através de uma combinação adequada de temperatura e tempo. Destilação: fracionamento ou destilação fracionada, visa a separação dos constituintes de uma solução de acordo com a volatilidade dos mesmos. Secagem:um dos mais antigos métodos de conservação; visa a eliminação da umidade contida em um material. o Sólidos e gases úmidos. o Fármacos: conservação, redução de volume e redução do tamanho das partículas. Liofilização:eliminação da umidade através da sublimação. Técnica especial de secagem (desidratação) importante na preservação de materiais sensíveis ao calor. Trocadores de calor são equipamentos projetados para realizar transferência de energia. Os equipamentos que realizam estas operações são conhecidos por diferentes nomes tais como: pasteurizadores, freezers, aquecedores, fornos, reatores, etc. Para o planejamento e escolha de um trocador de calor é necessário conhecer mecanismo de transferência de energia e quantificá-la adequadamente. Os processos industriais, quer sejam eles, para o preparo de medicamento ou de cosméticos, bem como os processos de manipulação de fármacos em escala artesanal ou hospitalar utilizam a água como o mais comum excipiente e/ou veículo. 11 A qualidade de água utilizada para uso farmacêutico depende de especificações para o produto a ser realizado. Definidos pela USP (United StatesPharmacopeia) temos as qualidades principais: AP e API e as qualidades derivadas: água purificada estéril, água estéril para injetáveis, água estéril para inalação, água estéril para irrigação. A USP 24 Official Monographs, pág. 1753 define: A água purificada é a água obtida por um processo apropriado. Ela é preparada com água que atende as especificações da usepa (usenviromentalprotectionagencynationalprimarydrinkingwaterregulations) ou regulamentações comparáveis da união européiaou Japão. Ela não contém substâncias adicionadas. ÁGUA PURIFICADA ÁGUA PARA INJETÁVEIS CONDUTIVIDADE Não maior que 1,3 S/cm, 25ºC Não maior que 1,3 S/cm, 25ºC pH 5,0-7,0 5,0-7,0 Total de carbono orgânico Não maior que 500 ppb Não maior que 500 ppb Carga biológica total Não deve exceder 100 CFU/mL Não deve exceder 10 CFU/mL Endotoxina N/A Não maior que 0,25 unidades de endotoxina/mL Nível de coliformes Zero por 100 mL Zero por 100 mL S/cm= unidade de condutividade da água QUANTAS QUALIDADES DE ÁGUA SÃO USADAS NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA? 12 O tratamento para a água é específico para cada tipo de água e devem ser validados. Entende-se por validação a garantia que o sistema de água de elevada pureza poderá ser reproduzido consistentemente dentro dos limites das faixas de qualidade definidas, quando operado da maneira prescrita. 13 3 ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA A cadeia dos produtos farmacêuticos abrange as etapas da produção, distribuição, transporte e dispensação. As empresas responsáveis por cada uma destas etapas são solidariamente responsáveis pela qualidade e segurança dos produtos farmacêuticos objetos de suas atividades específicas. O planejamento, a programação eo controle de produção consistem inicialmente em um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa. Num regime de produção artesanal é desnecessário o sistema formal de planejamento, programação e controle de produção. Porém com o abandono do regime de produção artesanal nas empresas, visando reduzir custos operacionais, surgiu a especialização do trabalho e o fenômeno de departamentalização. Para se produzir com eficiência é necessário comunicar aos departamentos produtivos quais operações devem ser executadas e quando convém que estas sejam executadas. Esta determinação deve ser feita de forma racional, se existir disponibilidade de um conjunto de informações: saldo em estoque, vendas previstas, componentes de produtos acabados, processo produtivo de cada componente ou de etapas, capacidade produtiva disponível, tempos de fabricação, padrões de custos, etc.. Dependendo da estrutura administrativa da empresa estas informações poderão estar disponíveis em seções diferentes ou centralizadas num departamento geralmente denominado de PPCP: Planejamento, Programação e Controle de Produção. 14 O planejamento do processo produtivo inclui: Planejamento geral da produção: independe do processo de uma ordem de produção isolada. Consiste em preparar-se para se estabelecer como, ondee a que custo será feito cada produto. Para isto é necessário manter em disponibilidade um conjunto de informações sobre: o Arranjo físico, equipamentos disponíveis, locais de trabalho e manuseio de materiais. o Cálculo anual de capacidade instalada. o Padrões e dados de programação. o Métodos padronizados de produção. o Listas de matérias primas, insumos auxiliares e materiais de embalagem. Este tipo de planejamento deve se orientar no planejamento empresarial e no planejamento de vendas. Planejamento da produção: tem por função o uso de recursos humanos, máquinas e materiais para a fabricação dos produtos e atender aos pedidos com o menor custo. A principal preocupação é com as oscilações de estoques de matérias primas,materiais de confeccionamento, produtos em processo e produtos acabados. A programação da produção consiste na determinação dos produtos e em que quantidades devem ser fabricados num determinado período de tempo, estabelecendo uma seqüência de PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PRODUÇÃO FINANÇAS CONTROLE DE EFICIÊNCIA FABRICAÇÃO E MONTAGEM COMPRAS CONTROLE DE ESTOQUES LINHAS DE PRODUTOS CAPACIDADE PRODUTIVA PREVISÃO DE VENDAS PROCESSO DE FABRICAÇÃO CARGA DE MÁQUINA 15 prioridades. Significa estabelecer uma agenda de produção definindo o que, onde e quanto deve ser produzido. O controle da produção é uma atividade inteiramente interligada com a programação. Após a emissão e distribuição das ordens de fabricação é necessário estabelecer uma sistemática de controle. Os principais métodos de controle são: visual,global, por exceção e autocontrole. Os sistemas produtivos têm geralmente as seguintes características: a) o primeiro recurso tem sempre material disponível para trabalhar, b) há quantidade pré-fixada (finita ou infinita) de capacidade de armazenagem de materiais entre os recursos e c) o material é empurrado pela linha de produção até que o último recurso o processe e o libere na forma de produto acabado. A produção de cada recurso pode ser interrompida normalmente por dois motivos: falta de material para processar ou bloqueio devido à presença de um pulmão de armazenagem no nível máximo a sua frente. O último recurso nunca fica bloqueado. São considerados quatro sistemas de gestão da produção, todos se diferenciando pela maneira como controlam seus estoques. O primeiro deles, aqui denominado Reorder Point (ROP), já foi definido anteriormente. O segundo sistema a ser analisado é o Kanban, que faz parte de uma filosofia mais ampla de administração desenvolvida pela Toyota Motor Corporation, denominada Sistema de Produção da Toyota. Por intermédio desse sistema a produção de um recurso é disparada segundo a necessidade de peças do recurso que o procede. Dessa forma, partindo-se das necessidades da demanda final, todo o processo produtivo é "puxado” até que se alcance as necessidades de produção do primeiro recurso fabril. Para viabilizar esse tipo de sistema, cartões tipo Kanban são utilizados, os quais determinam um lote de peças para cada item da mistura de produção da fábrica. O sistema Conwip é uma forma mais específica de Kanban, já que também é baseado em sinais. Entretanto, no CONWIP, os cartões realizam um circuito que inclui a linha de produção inteira. Para tanto, um cartão é fixado em um contêiner-padrão de peças no início da linha. Há um número predefinido de cartões que define uma quantidade fixa e constante de estoques (CONstantWIP) para a linha. Quando um contêiner é usado no final da linha, o cartão é removido e enviado de volta para o início, onde ele espera na fila de cartões para eventualmente ser fixado em outro contêiner de peças. Enquanto no sistema Kanban cada cartão é usado para sinalizar a produção de uma peça específica, no CONWIP os cartões são designados para toda a linha de produção e não correspondem a uma peça específica. A necessidade específica de uma peça é determinada segundo uma lista (backlog) de itens demandados. Quando o trabalho é necessário ao primeiro centro de processamento da linha, um cartão é removido da fila e marcado com o primeiro tipo de peça da lista para o qual matéria-prima ou componentes estão presentes. 16 O quarto sistema de gestão da produção aqui estudado é o tambor-pulmão-corda (TPC) baseado na Teoria das Restrições. Este método reconhece que há poucos recursos com restrição de capacidade (RRCs) que irão impor o índice de produção da fábrica inteira (tambor). Para garantir que a produção desse recurso não seja interrompida por falta de peça, cria-se na frente dele um inventário que protegerá o ganho das vendas da fábrica contra a maioria das interrupções que possam ocorrer em um intervalo de tempo predeterminado (pulmão de tempo). Com o objetivo de impedir que haja aumento desnecessário nos níveis de estoque em processo, o material é liberado para a fábrica no mesmo ritmo com que o recurso restritivo o consome (corda), mas com defasagem no tempo equivalente ao pulmão de tempo estabelecido. O PPCP pode ser considerado como um sistema nervoso da organização. Ele recebe autoridade dadiretoria, a qual reflete os desejos da alta direção, no que diz respeito ao volume de serviços a serem alcançados num determinado período de tempo. Recebe também instruções da área de desenvolvimento de produtos e transforma-as em requisitos de materiais de produção. Recebe instruções do setor de vendas, no que se refere aos produtos e quantidades previstas para distribuição. Mantém o departamento de finanças permanentemente informado em relação às produções encomendadas em curso e problemas de fornecimento de materiais. O PPCP está em constante ligação com o Controle de Qualidade, recebendo informações da qualidade dos materiais dos fornecedores. Através de permanente interação com o setor de desenvolvimento de novos produtos estimula o desenvolvimento de novos projetos. Porém sua ligação mais intensa é com a fabricação, a qual executa as tarefas planejadas e programadas. À medida que o porte das instalações industriais se torna progressivamente maior e as inovações tecnológicas introduzem escalas de produção cada vez maiores (hoje já se trabalha com reatores de 10 toneladas!) torna-se crescente e fundamental a importância dos serviços de manutenção. Certas atividades de manutenção sempre foram encaradas como problemáticas para determinados processos industriais, principalmente no caso de indústrias de alto risco como as químicas e petroquímicas. Os serviços de manutenção são preocupações não exclusivas da área de manutenção, elas devem ser tanto da área de processo como da empresa como um todo. Se por um lado a manutenção representa um custo, por outro assegura maior disponibilidade dos equipamentos para a produção. Sua contribuição para a rentabilidade do empreendimentoserá diretamente proporcional ao saldo da diferença entre a receita adicional que proporciona seus próprios custos. 17 Avaliar as perdas decorrentes de uma paralisação não programada de uma atividade industrial pode não ser um cálculo fácil de ser feito. Embora não exista uma linguagem padronizada, pode-se relacionar os tipos de manutenção como: Manutenção programada; Manutenção corretiva; Manutenção preventiva; Manutenção de quebra. Outra questão a ser abordada no processo de organização e produção industrial é a avaliação de desempenho. O processo de avaliação de desempenho pressupõe que o desempenho de uma organização depende do desempenho de cada pessoa e da atuação dessa pessoa na equipe ou no grupo de trabalho. A avaliação de desempenho deve avaliar o passado, corrigir desvios no presente e definir ações para o futuro. A avaliação de desempenho pode ser chamada de avaliação 360 graus, avaliação de eficiência, avaliação de mérito, avaliação pessoal, feedback 360 graus, gestão de competências, mapeamento de competências, relatório de progresso, entre vários outros nomes. O mais importante não é o nome que a avaliação de desempenho recebe, mas como ela é aplicada e como os resultados obtidos são utilizados pela organização. O relacionamento homem/trabalho é governado por aquilo que faz o indivíduo executar tarefas, o que motiva sua ação. Comumente o administrador, para conseguir maior produtividade por parte de empregados em todos os níveis, usa de artifícios como participação nos lucros, acordos de produtividade, treinamento para trabalhos em grupo, novos métodos de seleção, etc.. Estas e outras técnicas estão voltadas para as relações entre o empregado e as suas tarefas. Elas procuram fundamentalmente influenciar os sentimentos de uma pessoa na direção da execução de sua tarefa de tal forma que o seu esforço seja mantido, ou melhor ainda, aumentado: motivar o trabalhador. A finalidade básica da avaliação de desempenho é fornecer dados para a utilização racional dos recursos humanos da empresa. Não visando apenas uma melhoria salarial, por exemplo. Avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas que corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. O objetivo final da avaliação do desempenho é contribuir com o desenvolvimento das pessoas na organização e com o sucesso da organização. Os principais objetivos da avaliação de desempenho são: 18 Melhorar os resultados das pessoas e da organização; Conhecer o potencial de cada pessoa em relação a novos desafios; Identificar necessidades de treinamento e desenvolvimento; Proporcionar oportunidades de crescimento profissional e de participação na organização; Identificar problemas e oportunidades de melhoria relacionados à gestão de pessoas; Suportar decisões sobre remunerações, promoções, transferências e desligamentos; Estimular e incentivar o crescimento profissional e o desenvolvimento de novas competências; Proporcionar maior adequação ao trabalho e maior produtividade; Melhorar a comunicação e as relações interpessoais. Os agentes envolvidos no processo de avaliação de desempenho são: Avaliado – Colaborador que será avaliado, seja chefe ou subordinado; Avaliador – Colaborador que avalia; pode ser gestor (superior hierárquico), par (mesmo nível hierárquico do avaliado, função equivalente ou colega de trabalho), subordinado e/ou o próprio colaborador (autoavaliação). Coordenação – Coordenador do processo de avaliação, geralmente a área de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas; Comitê de Avaliação – Comissão de RH formada por representantes das áreas internas; Consultoria – Empresa ou pessoa contratada para implementar o processo de avaliação de desempenho, principalmente se o processo for eletrônico. A avaliação de desempenho traz benefícios para avaliados e avaliadores: colaboradores, gestores (diretores, gerentes, chefes, coordenadores, supervisores e líderes) e organizações. Benefícios para o AVALIADO: Compreensão dos requisitos de desempenho e o que leva a melhorá-los; Autoconhecimento; Avaliação dos resultados alcançados; Identificação de necessidades de treinamento e reciclagem; Autodesenvolvimento pessoal e profissional. Benefícios para o AVALIADOR: 19 Visão de planejamento de longo prazo das necessidades de sua área em termos de competências e recursos humanos; Discernimento para tomar decisões relacionadas com aumentos de salário por mérito, relatividades salariais, promoções, treinamento e desenvolvimento, contratações e outros assuntos relacionados à gestão de pessoas; Melhoria do nível de comunicação e de relacionamento com a equipe; Melhoria do desempenho da equipe; Orientação mais segura em relação ao desenvolvimento profissional do avaliado. Benefícios para a ORGANIZAÇÃO: Visão geral do perfil dos profissionais avaliados e dos aspectos que afetam diretamente a vitalidade da organização; Informações sobre o desempenho humano e sua contribuição para o desempenho empresarial e para o alcance dos objetivos organizacionais; Identificação das necessidades de colaboradores e gestores em termos de treinamento e desenvolvimento; Agilidade nas ações de recrutamento interno, permitindo buscar as pessoas certas e preparadas para uma nova função dentro da empresa e, dessa forma, desenvolver carreiras e talentos; Promoção, realocação ou desligamento de pessoas; Dinamização das políticas de recursos humanos de forma a oferecer oportunidades de crescimento profissional, estimular a produtividade e melhorar o relacionamento interpessoal. Podemos dividir o processo de avaliação de desempenho em quatro etapas: planejamento, desenvolvimento, execução e conclusão. Planejamento Elaborar diagnóstico para conhecimento da cultura organizacional e identificação das necessidades e expectativas da organização; Identificar fatores críticos de sucesso do processode avaliação de desempenho, considerando a estrutura organizacional, o histórico de programas anteriores e o suporte tecnológico existente; Estabelecer os objetivos e as metas do processo de avaliação com base no planejamento estratégico da organização: o Visão e missão; 20 o Valores e princípios; o Objetivos e metas; o Pontos Fortes e Fracos; o Oportunidades e Ameaças; o Política da qualidade. Estabelecer o método de avaliação; Definir as funções e responsabilidades dos agentes envolvidos no processo; Definir o cronograma de trabalho. Desenvolvimento Mapear unidades, áreas, cargos e funções; Identificar as áreas-chave de resultados; Selecionar e construir indicadores quantitativos e qualitativos; Desenvolver o "Formulário de Avaliação"; Desenvolver o "Contrato de Avaliação"; Desenvolver o "Manual de Avaliação de Desempenho"; Divulgar/comunicar o processo de avaliação; Treinar avaliados e avaliadores. Execução Estabelecer o contrato de desempenho com cada avaliado; Definir avaliadores por avaliado; Aplicar avaliações; Monitorar e acompanhar (follow-up) a aplicação das avaliações; Tabular os resultados das avaliações; Ordenar o ranking de desempenho: organizacional (geral), por departamento, por cargo, por função e individual; Comunicar os resultados gerais; Dar e receber feedback; Elaborar plano de desenvolvimento pessoal (individual). Conclusão Analisar os resultados do processo de avaliação de desempenho; Interpretar os resultados considerando a pesquisa de clima organizacional, se existir; Consolidar resultados finais; 21 Avaliar o processo de avaliação de desempenho; Elaborar relatório final do processo de avaliação de desempenho; Definir o próximo ciclo de avaliação de desempenho; Planejar ações. 22 4 LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. (Lei 8.080/90 – Art 6º § 1º - I e II – Lei Orgânica da Saúde). “Os produtos cosméticos são sujeitos às normas de vigilância sanitária.” Lei 6360/76 – Art 1º. “Somente podem fabricar, importar, exportar, embalar, armazenar cosméticos as empresas autorizadas pelo Ministério da Saúde.” Lei 6360/76 – Art 2º. Os estabelecimentos fabricantes de medicamentos devem observar as novas diretrizes de Boas Práticas de Fabricação, conforme a Resolução RDC n° 210, de 4 de agosto de 2003 que revoga a RDC nº 134/01. As empresas fabricantes de medicamentos devem proceder auto-inspeções, conforme o Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos e o Roteiro de Inspeção em Indústria Farmacêutica, previstos nesta Resolução, como parte das medidas necessárias à implementação das mesmas. A resolução RE nº 1450 de 11 de setembro de 2001 institui e aprova o Certificado de Boas Práticas de Fabricação para Cosméticos, Produtos de Higiene Pessoal e Perfumes. Pela RDC 211 de 14 de julho de 2005 ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II. Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes, membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpar, perfumar, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais ou proteger ou manter em bom estado. A classificação para fins de registro ou notificação identifica produtos de higiene pessoal, cosméticos, perfumes e produtos infantis em dois graus. Produtos de grau 1 (Res. 335/99) e produtos de grau 2 (Res. 211/05). 23 Cosméticos Grau 1 (RDC 211/05, Anexo II-1) são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição de cosmético adotada e que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto, conforme mencionado na lista indicativa "LISTA DE TIPOS DE PRODUTOS DE GRAU 1" estabelecida no item "I" do Anexo da RDC 211/05. A lista de tipos de produtos de grau 1 inclui: 1 Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático. 2 Amolecedor de cutícula (não cáustico). 3 Aromatizante bucal. 4 Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora). 5 Batom labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora). 6 Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora). 7 Condicionador/Creme rinse/Enxaguatório capilar (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia). 8 Corretivo facial (sem finalidade fotoprotetora). 9 Creme, loção e gel para o rosto (sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação). 10 Creme, loção, gel e óleo esfoliante ("peeling") mecânico, corporal e/ou facial. 11 Creme, loção, gel e óleo para as mãos (sem ação fotoprotetora, sem indicação de ação protetora individual para o trabalho, como equipamento de proteção individual - EPI - e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 12 Creme, loção, gel e óleos para as pernas (com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 13 Creme, loção, gel e óleo para limpeza facial (exceto para pele acnéica). 14 Creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com finalidade específica de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 15 Creme, loção, gel e óleo para os pés (com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 16 Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas. 17 Demaquilante. 18 Dentifrício (exceto os com flúor, os com ação antiplaca, anticárie, antitártaro, com indicação para dentes sensíveis e os clareadores químicos). 19 Depilatório mecânico/epilatório. 20 Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante). 21 Desodorante colônia. 22 Desodorante corporal (exceto desodorante íntimo). 23 Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante). 24 Enxaguatório bucal aromatizante (exceto os com flúor, ação anti-séptica e antiplaca). 25 Esmalte, verniz, brilho para unhas. 26 Fitas para remoção mecânica de impureza da pele. 27 Fortalecedor de unhas. 28 Kajal. 29 Lápis para lábios, olhos e sobrancelhas. 30 Lenço umedecido (exceto os com ação anti-séptica e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 31 Loção tônica facial (exceto para pele acneica). 32 Máscara para cílios. 33 Máscara corporal (com finalidade exclusiva de limpeza e/ou hidratação). 34 Máscara facial (exceto para pele acneica, peeling químico e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 35 Modelador/fixador para sombrancelhas. 36 Neutralizante para permanente e alisante. 37 Pó facial (sem finalidade fotoprotetora). 38 Produtos para banho/imersão: sais, óleos, cápsulas gelatinosas e banho de 24 espuma. 39 Produtos para barbear (exceto os com ação anti-séptica). 40 Produtos para fixar, modelar e/ou embelezar os cabelos: fixadores, laquês, reparadores de pontas, óleo capilar, brilhantinas, mousses, cremese géis para modelar e assentar os cabelos, restaurador capilar, máscara capilar e umidificador capilar. 41 Produtos para pré-barbear (exceto os com ação anti-séptica). 42 Produtos pós- barbear (exceto os com ação anti-séptica). 43 Protetor labial sem fotoprotetor. 44 Removedor de esmalte. 45 Sabonete abrasivo/esfoliante mecânico (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico). 46 Sabonete facial e/ou corporal (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico). 47 Sabonete desodorante (exceto os com ação anti-séptica). 48 Secante de esmalte. 49 Sombra para as pálpebras. 50 Talco/pó (exceto os com ação anti-séptica). 51 Xampu (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 52 Xampu condicionador (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia). Vale ressaltar aqui que estes produtos não podem ter indicações específicas como ação anticaspa, antiqueda, antiperspirante, anti-acne, anti-celulite, anti-rugas, etc.. A definição de produtos cosméticos de Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição de cosmético adotada e que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso, conforme mencionado na lista indicativa "LISTA DE TIPOS DE PRODUTOS DE GRAU 2" estabelecida no item "II" do Anexo da RDC 211/05. A lista de tipos de produtos de grau 2 inclui: 1 Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas exceto os produtos de uso medicinal). 2 Antitranspirante axilar. 3 Antitranspirantepédico. 4 Ativador/ acelerador de bronzeado. 5 Batom labial e brilho labial infantil. 6 Bloqueador Solar/anti-solar. 7 Blush/ rouge infantil. 8 Bronzeador. 9 ronzeador simulatório. 10 Clareador da pele. 11 Clareador para as unhas químico. 12 Clareador para cabelos e pêlos do orpo. 13 Colônia infantil. 14 Condicionador anticaspa/antiqueda. 15 Condicionador infantil. 16 Dentifrício anticárie. 17 dentifrício antiplaca. 18 Dentifrício antitártaro. 19 Dentifrício clareador/ clareador dental químico. 20 Dentrifrício para dentes sensíveis. 21 Dentifrício infantil. 22 Depilatório químico. 23 Descolorante capilar. 24 Desodorante antitranspirante axilar. 25 Desodorante antitranspirantepédico. 26 Desodorante de uso íntimo. 27 Enxaguatório bucal antiplaca. 28 Enxaguatório bucal anti-séptico. 29 Enxaguatório bucal infantil. 30 Enxaguatório capilar anticaspa/antiqueda. 31 Enxaguatório capilar infantil. 32 Enxaguatório capilar colorante / tonalizante. 33 Esfoliante "peeling" químico. 34 Esmalte para unhas infantil. 35 Fixador de cabelo infantil. 36 Lenços Umedecidos para Higiene infantil. 37 Maquiagem com fotoprotetor. 38 Produto de limpeza/ higienização infantil. 39 Produto para alisar e/ ou tingir os cabelos. 40 Produto para área dos olhos (exceto os de maquiagem e/ou ação hidratante e/ou demaquilante). 41 Produto para evitar roer unhas. 42 Produto 25 para ondular os cabelos. 43 Produto para pele acneica. 44 Produto para rugas. 45 Produto protetor da pele infantil. 46 Protetor labial com fotoprotetor. 47 Protetor solar. 48 Protetor solar infantil. 49 Removedor de cutícula. 50 Removedor de mancha de nicotina químico. 51 Repelente de insetos. 52 Sabonete anti-séptico. 53 Sabonete infantil. 54 Sabonete de uso íntimo. 55 Talco/amido infantil. 56 Talco/pó anti-séptico. 57 Tintura capilar temporária/progressiva/permanente. 58 Tônico/loção Capilar. 59 Xampu anticaspa/antiqueda. 60 Xampu colorante. 61 Xampu condicionador anticaspa/antiqueda. 62 Xampu condicionador infantil. 63 Xampu infantil. Os critérios para esta classificação (Grau 1 e Grau 2) foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização. Os produtos cosméticos devem ser seguros nas condições normais ou razoavelmente previsíveis de uso. Os testes de segurança de cosméticos têm por objetivo verificar a ausência de irritação, sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia. Os atributos ligados à segurança de cosméticos passíveis de comprovação são: dermatologicamente testado; oftalmologicamente testado; clinicamente testado; produto para pele sensível; hipoalergênico; etc.. A ANVISA disponibiliza guias para produtos cosméticos: Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos; Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos (disponível no site da ANVISA) e Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos (em elaboração). 26 5 REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES. Requisitos Obrigatórios Na empresa à disposição da autoridade competente Apresentar para autorização de comercialização do produto Observações 1. Fórmula quali- quantitativa X X Com todos seus componentes especificados por suas denominações INCI e as quantidades de cada um expressas percentualmente (p/p) através do sistema métrico decimal. 2. Função dos ingredientes da fórmula X X Citar a função de cada componente na fórmula. 3. Bibliografia e/ou referência dos ingredientes X X Somente quando o componente não figura na nomenclatura INCI ou não se enquadra nas listas de substâncias aprovadas, incluir bibliografia sobre o mesmo e literatura pertinentes, inclusive com relação a eficácia e a segurança. 4. Especificações Técnicas organolépticas e físico- químicas de matérias primas X 5. Especificações microbiológicas de matérias-primas X Quando aplicável. 6. Especificações técnicas organolépticas e físico- químicas do produto acabado. X X 7. Especificações microbiológicas do produto acabado X X Quando aplicável, conforme legislação vigente 8. Processo de Fabricação X Segundo as Normas de Boas Práticas de Fabricação e Controle previstas na legislação. 9. Especificações técnicas do material de X 27 embalagem 10. Dados de estabilidade X (completo) X (resumo) Metodologia e conclusões que garantem o prazo de validade declarado. 11. Sistema de codificação de lote X Informação para interpretar o sistema de codificação. 12. Projeto de Arte de Etiqueta ou rotulagem X X Informações de dados e advertências referentes ao produto conforme legislação vigente. 13. Dados comprobatórios dos benefícios atribuídos ao produto (comprovação de eficácia) X Sempre que a natureza do benefício do produto justifique e sempre que conste da rotulagem. 14. Dados de segurança de uso (comprovação de segurança) X 15. Finalidade do produto X X A finalidade a que se destina o produto quando não estiver implícito no nome do mesmo. 16. Certificado de Venda Livre consularizado (1) X (original) X (cópia autenticada) Conforme legislação vigente 17. Registro/Autorização de empresa/Certificado de Inscrição do Estabelecimento X Conforme legislação vigente. 18. Fórmula do produto importado consularizada X (original) X (cópia autenticada) Caso esta não esteja anexa ao Certificado de Venda Livre, conforme legislação vigente. (1) Certificado de Venda Livre: corresponde ao Certificado de Livre Comercialização outorgado pela Autoridade Sanitária competente ou por Organismos Oficialmente Reconhecidos no país de origem. 28 6 ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS A Indústria Farmacêutica brasileira vem sofrendo grande transformação desde a abertura do mercado no início da década de 90. Investimentos foram feitos em novas unidades fabris e, com o advento da lei de patentes, novos medicamentos foramintroduzidos no mercado interno brasileiro. Com a globalização e o início da inserção do parque industrial brasileiro como fornecedor de produtos farmacêuticos intermediários e acabados para outros países, principalmente Estados Unidos e Europa, o uso de Boas de Práticas de Fabricação (BPF) se tornou obrigatório para a sobrevivência das empresas farmacêuticas. A aplicação das condutas de Boas Práticas de Fabricação no Brasil é recente. Para qualquer processo industrial é de suma importância ampliar este conhecimento, uma vez que a maioria das empresas tanto nacionais como multinacionais, importa e/ou exporta produtos farmacêuticos. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias farmacêuticas e de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria deste segmento. O marco histórico da origem das Boas Práticas de Fabricaçãoocorreu em 1964 nos Estados Unidos da América. O governo norte americano, preocupado com a situação dos produtos de higiene pessoal, de toucador feminino e dos cosméticos em geral, solicitou ao seu Departamento de Saúde, Educação e do Bem Estar, que abriga o FDA, que realizasse uma análise destes produtos no mercado. Neste estudo realizado pelo FDA, que envolveu 127 fabricantes, totalizando 1960 amostras, apurou-se que 19,5% das amostras analisadas apresentaram contaminação microbiológica e, em contagem elevada, a presença de agentes patogênicos do tipo pseudomonas causadoras de alteração da visão no ser humano. Diante de tais resultados, o governo norte americano determinou ao FDA que adotasse rápidas ações normativas e introduzissem uma ferramenta ou dispositivo que, por força de lei, corrigisse de vez aquela situação crítica de saúde pública. O FDA, então, saiu a campo e, com o auxílio dos canadenses colocou em prática a regulamentação das Boas Práticas de Fabricação a partir de 1969, quando o primeiro documento normativo foi publicado com força de lei. Resumo da linha do tempo das Boas Práticas de Fabricação, segundo IMMEL, B K. em A BriefHistoryoftheGMPs for Pharmaceuticals: 29 Em 1202: Primeira lei em relação à alimentação é proclamada na Inglaterra proibindo a adulteração dos ingredientes na fabricação do pão. Em 1785: Primeira lei em Massachusetts sobre adulteração de alimentos. Em 1820: Onze médicos se reúnem em Washington para o estabelecimento da Pharmacopeia Americana. Em 1848: Lei de importação de drogas é aprovada no Congresso Americano - Inspeção de drogas importadas para se evitar adulteração. Em 1897: Lei de importação de chá aprovada no Congresso - Inspeção de todo o chá importado nos portos americanos às custas dos importadores Em 1906: Aprovado no Congresso e assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt o ato de Alimentos e Drogas. Proíbe a comercialização interestadual de alimentos, bebidas e drogas adulteradas e falsificadas. No mesmo dia, é aprovada a lei de inspeção de carnes. As revelações das péssimas condições sanitárias no processamento de embalagem e o uso de preservantes e corantes venenosos apressaram a aprovação da lei. Em 1927: Uma agência é formada, primeiramente denominada Food, DrugandInsecticideAdministration (Administração de Alimentos, Drogas e Inseticidas) e, posteriormente FDA. Em 1930: FoodandDrugAdministration (Administração de Alimentos e Drogas) Em 1937: Um elixir de sulfanilamida, contendo um solvente venenoso, mata 107 pessoas, na maioria crianças, dramatizando a necessidade de se estabelecer a segurança dos medicamentos antes do lançamento. Em 1938: Aprovado no Congresso a Lei Federal para Alimentos, Drogas e Cosméticos contendo novas diretrizes: Extensão do controle para cosméticos e dispositivos terapêuticos. Comprovação da segurança das drogas antes de colocá-las no mercado. Padrões para identificação, qualidade e embalagens. Autorização para inspeções nas fábricas. Em 1939: Editados os primeiros padrões para alimentos (tomates enlatados, purê de tomates e pasta de tomates). Em 1941: Insulina (emenda de lei) - permite o FDA testar e certificar a pureza e a eficácia deste medicamento. Em 1945: Penicilina (emenda de lei) - Permite o FDA testar e certificar a segurança e eficácia de todos os produtos derivados da penicilina e estende a lei para todos os antibióticos. Em 1953: A emenda de lei esclarece a lei anterior e exige que o FDA forneça relatórios escritos relativos às condições observadas durante as inspeções e análises das amostras. 30 Em 1962: Talidomida, uma nova droga para insônia causa defeitos em centenas de crianças nascidas na Europa. Relatórios do Dr. Frances Kelsey, diretor do FDA, despertam o clamor público suportando uma regulamentação mais severa para as drogas. Em 1963: FDA publica regulamentação com requisitos para fabricação de medicamentos - GMP (Good Manufacturing Practices). Em 1966: 20ª Reunião WHO: Primeiro documento emitido para Boas Práticas de Fabricação. Em1967: 21ªReunião WHO: DRAFT Requirements For Good Manufacturing Practices. Em 1969: 22ª Reunião WHO: Resolução WHO 22.50: “Esquema de Certificação da Qualidade dos Produtos Farmacêuticos”. Em 1973: Aprovada a emenda para Dispositivos Médicos para assegurar a segurança e eficácia dos dispositivos. Alguns produtos deveriam ter a aprovação antes do lançamento. Em 1975: 28ª Reunião WHO: Resolução WHO 28.65: “Guia para Boas Práticas de Fabricação para a Indústria Farmacêutica” e “Roteiro para Inspeção da Indústria Farmacêutica”. Em 1982: Embalagens a prova de violação - Regulamentos emitidos pelo FDA para evitar a violação das embalagens (problemas com o envenenamento de pessoas pelo uso de Tylenol). Em 1983: Guia para a inspeção de sistemas computadorizados.Inicia a aplicação de controles mais apertados em computadores e o processo de validação de computadores. Em 1987: Princípios e diretrizes gerais de validação de processos.São esboçadas as expectativas da agência relativa à necessidade para validação de processo. Em 1988: Lei de 1988 oficialmente estabelece o FDA como uma agência do Departamento de Saúde, sendo o diretor escolhido e apontado pelo Presidente da República com o consentimento do Senado. Em 1992: Revisões da Resolução WHO 28.65. Em 1995: Brasil, Portaria 16 de 06 de Março de 1995 institui que todos os estabelecimentos produtores de medicamentos devem cumprir as diretrizes estabelecidas nas Resoluções WHO 28.65 e revisão de 1992, bem como o roteiro de inspeção harmonizado para o Mercosul Em 1996: Revisão proposta pelos EUA em relação àsBPFs (21 CFR 21–211). Soma detalhe para validação, uniformidade de mistura, prevenção de contaminação secundária, e controle resultados fora de especificação. Em 1997: Regra final para registros eletrônica (21 CFR 11). Requer controles que asseguram segurança e integridade de todos os dados eletrônicos. Em 2000: Brasil, Resolução 33, de 19 de Abril de 2000: ‘Estabelece os requisitos gerais de Boas Práticas de Manipulação a serem observados para a aquisição de drogas, insumos farmacêuticos e materiais de embalagem, o armazenamento, a manipulação, a conservação, o 31 transporte, a dispensação de preparações magistrais e oficinais e fracionamento de produtos industrializados’. Em 2001: Brasil, Resolução 134, de 13 de Julho de 2001: ‘Institui a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas de Fabricação para a Fabricação de Medicamentos, presente nesta Resolução’. Em 2003: Brasil, Resolução 210, de 04 de Agosto de 2003: ‘Institui a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos o cumprimento das diretrizes estabelecidasno Regulamento Técnico das Boas Práticas de Fabricação para a Fabricação de Medicamentos, presente nesta Resolução’. Substitui a Resolução RDC 134/2001 e aumenta o rigor nas exigências de qualidade de fabricação de medicamentos. Revisão da Resolução RDC 33/2000 e aumenta o rigor nas exigências de qualidadeda manipulação de medicamentos. As Boas Práticas são de aplicação obrigatória, determinada por Resoluções específicas que descrevem os níveis de responsabilidade desta ferramenta da qualidade: 1. Governamental 2. Fabricante 3. Dispensador / Distribuidor Seus principais objetivos são assegurar que todos os produtos, farmacêuticos, cosméticos ou alimentícios sejam: Eficazes: contenham a quantidade de princípio ativo declarado e exerçama ação terapêutica esperada; Seguros: na dosagem e utilização corretas, tenham o mínimo aceitável deefeitos secundáriosindesejáveis; De qualidade: tenham a qualidade intrínseca cumprida; Acessíveis: sejam distribuídos onde há necessidade e a um preço justo; E a importância da aplicação das Boas Práticas de Fabricação: Assegura fabricação conforme procedimento estabelecidos e controladosde acordo com o registro sanitário; • Envolve Produção e Controles de Qualidade; • Estabelece o que deve ser feito para que se atinja a qualidade requerida. As Boas Práticas de Fabricação e Controle são compostas de normas e procedimentos relativos à: • Projeto de Instalação – Lay out da Industria Farmacêutica 32 – Instalações • Matérias Primas e Materiais de Embalagem – Fornecedor • Água Usada noProcesso Produtivo – Sistemas • Ar fornecido às diferentes áreas – Sistemas • Educação – Treinamento e capacitação • Responsabilidades de gestores – Atribuições • Fluxos – Materiais, pessoal, documentos • Sistema Documental – Rastreabilidade • Práticas de estocagem e dispensação • Diretrizes da organização • Práticas de limpeza e sanitização – Processos de limpeza • Programa de monitoração microbiológica – Relacionadas à água • Poluição – Meio ambiente e disposição intermediária e final de resíduos e outros • Programa de Qualificação de Fornecedores – Aprovação e qualificação • Programa de auto-inspeções – Gerenciamento interno da qualidade • Registros – Rastreabilidade • Reclamações – Programa de registro, avaliação e notificação da autoridade sanitária noscasos sérios • Recolhimentos – Responsabilidades, métodos, registros, notificações • Contratos com terceiristas – Responsabilidades, condições 33 O futuro da indústria nacional, quer seja de medicamentos ou de cosméticos, está intrinsecamente relacionado aos processos de negociação da regulamentação sanitária internacional, por isso não se pode descartá-los. Estes possuem influência direta ou indireta na legislação brasileira. Devemos estar atentos para as mudanças no mundo globalizado, e ao mesmo tempo se preparando para estas mudanças que já se sucedem. Em um mundo ideal, pode não haver a necessidadede regulamentos, mas há mundo ideal, e existe a necessidade de seguir os regulamentos das BPFs. Os regulamentos foram criados como respostas para algumas situações trágicas e para prevenir tragédias futuras. Seguir a risca os regulamentos das BPFs dentro das indústrias farmacêuticas e cosméticas é um princípio de segurança. Outro aspecto importante a considerar é que os objetivos da qualidade da manufatura farmacêutica e cosmética são diferentes da maioria dos outros tipos de manufatura, onde modificações nos objetivos da qualidade por razões econômicas não são normalmente aceitáveis. Este é um fato importante que pode explicar o quanto o processo farmacêutico está engessado e mudanças nas rotinas das BPF são, se não impossíveis, difíceis de serem mudadas para uma melhor eficácia e eficiência da operação como um todo. Mas mesmo tendo estes aspectos em mente, não podemos parar de evoluir e a cada dia uma nova tecnologia é criada e junto com ela surge um novo regulamento. E por este fato devemos está sempre informados do que está por vir, para poder sempre evoluir em nossos processos e cada vez mais garantir a segurança, e eficácias de nossos produtos. Um conceito que não pode ser esquecido é o de garantia de qualidade. Garantia de qualidade é o conjunto de questões e ações planejadas e sistemáticas que influem individual ou coletivamente, na qualidade final do produto, possibilitando sua utilização final. • Amostragem; • Controle de processo; • Controle de qualidade; • Calibração; • Inspeção; • Validação. A validação é a evidência documentada de que um sistema se encontra em grau de fazer aquilo que se propõem de forma consistente e dentro das especificações e atributos de qualidade preestabelecidos. 34 7 PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS Os fármacos e ativos de cosméticos são substâncias que raramente são administradas na suas formas puras. Para tal administração se faz necessário uma formulação farmacêutica ou uma formulação cosmética; podendo variar desde simples soluções a sistemas complexos de liberação, dependendo do uso apropriado de adjuvantes de formulações ou excipientes. Entendemos por apresentação a forma farmacêutica ou cosmética tal como este é entregue ao paciente, isto é, a forma com todos os componentes de sua formulação: ativos, princípios ativos, excipientes. Os adjuvantes exercem funções específicas nas formulações e permitem, entre outras funções, solubilizar, suspender, espessar, conservar, emulsionar, modificar parâmetros de dissolução, favorecer a compressibilidade, corrigir características organolépticas, possibilitando assim que o fármaco ou ativo cosmético seja apresentado em diversas preparações ou formas. O principal objetivo do desenvolvimento de formar farmacêuticas e cosméticas é a obtenção de uma resposta adequada ao uso do ativo, passível de ser preparado em ampla escala, com qualidade reprodutível. Para assegurar a qualidade do produto é necessário observar fatores como a estabilidade química e física da preparação, conservação apropriada contra a contaminação microbiana, uniformidade do ativo empregado, aceitação por parte do usuário. Outro fator importantíssimo a ser considerado na escolha da forma farmacêutica ou da forma cosmética é o local de aplicação deste medicamento ou cosmético. Muitas vezes o local de administração de um ativo é determinante na escolha da sua forma. Um medicamento ou um cosmético passa por duas fases ao serem elaborados: a fase da concepção e a da produção. Geralmente, no caso de uma especialidade, o período da concepção leva à realização de um lote rigorosamente definido, cujas unidades são submetidas a inúmeros ensaios clínicos. Na primeira fase, o desenvolvimento prepara a formulação do produto e em uma segunda fase o objetivo é a reprodução em quantidades industriais o produto de acordo com as especificações e qualidade do lote protótipo que serviu como base para os ensaios clínicos. Muitas indústrias têm recorrido a práticas originadas na tradição artesanal, sendo que o produto é fabricado de acordo com “Facsecundumartem”. O exemplo da evolução originou-se das indústrias com tecnologia adiantada como a aeronáutica e a automobilística. Foi nestas indústrias em que um defeito mínimo no produto final pode resultar em consequências catastróficas que nasceu o 35 conceito de garantia da qualidade. O que é importante a ser notado, é que em produção, a garantia da qualidade não tem por objetivo aumentar a qualidade. O nível da qualidade é estabelecido uma vez por toda, é o do protótipo que foi fixado durante o período de concepção do produto. A garantia da qualidade, em princípio, não modifica a média, mas diminui a dispersão, ou seja, os desvios em relação ao protótipo. A noção defabricação por lotes é absolutamente essencial. No caso de anomalia, o número de lote de fabricação permite refazer todo o histórico do lote, desde a origem das matérias primas até o produto acabado. É o que chamamos atualmente de rastreabilidade. A quantidade homogênea dos lotes é obtida controlando-se rigorosamente todas as fases de fabricação e do acondicionamento, ou seja, aplicando as Boas Práticas de Fabricação. A familiarização com o conteúdo das principais normas de regulação para os produtos cosméticos e farmacêuticos, de maneira geral, é bastante importante para o desenvolvimento do formulador na área. Cada vez mais se verifica a importância da pesquisa no campo da Cosmetologia como significante fator para a compreensão do efeito das substâncias ativas incorporadas em produtos de uso tópico. Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir um efeito benéfico das condições da pele. Embora o veículo seja usado para carregar o ativo até o local de ação deste, ele pode ter uma ação benéfica na pele por si, como provocar hidratação, suavidade e emoliência à pele. Ultimamente evidencia-se o uso cada vez mais constante de ativos nas formulações de produtos cosméticos com a finalidade de potencializar o efeito benéfico dos veículos. Antigamente um produto cosmético era usado principalmente com fins decorativo ou corretivo, para esconder alguma imperfeição da pele, ou realçar alguma característica positiva; com o passar dos tempos os produtos cosméticos foram adquirindo outras funções, e hoje a Ciência da cosmetologia está cada vez mais preocupada com a eficácia dos seus ativos, e conseqüentemente com a eficácia do produto cosmético final. Hoje como o medicamento, a formulação do produto cosmético tem que ser eficaz e segura. Os novos produtos atuam não mais só na higiene, mas também na proteção e estimulação, na hidratação e tonificação, sendo que a multifuncionalidade de um produto cosmético está cada vez mais em evidência. Para se formular um produto cosmético é necessário conhecimento de bioquímica e fisiologia da pele, sua interação com substâncias ativas aplicadas topicamente, conscientização dos processos de foto envelhecimento e acima de tudo a valorização da qualidade de vida e de bem estar. Atualmente é impossível separar o uso de produtos cosméticos do conceito de bem estar! 36 Os consumidores de produtos cosméticos estão buscando cada vez mais produtos que recuperem sinais de envelhecimento, das anomalias da secreção sebácea, dos melanócitos, ou seja, não mais somente os produtos que ocasionem prevenção das características da pele e seus anexos. Hoje o termo em voga é Cosmética Dermatológica. Segundo a legislação brasileira, os produtos cosméticos não devem ocasionar nenhuma alteração fisiológica nas células da pele. A população e os consumidores estão buscando, cada vez mais, produtos com efeito mais duradouros. Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir um efeito benéfico nas condições da pele. O formulador de produtos cosméticos, bem como farmacêuticos, deve ter conhecimentos múltiplos, aidéia deriva do departamento de marketing, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e devem ser definidos parâmetros (mercado alvo, custo estimado, fatores estéticos, performance, embalagem, propaganda, cronograma). O processo de desenvolvimento: • avaliar a funcionalidade e segurança das matérias-primas; • preparar e aperfeiçoar protótipos (pré-ensaios de estabilidade); • definir a formulação, verificar a sua estabilidade e exeqüibilidade de produção, verificar a inocuidade esegurança, avaliar a performance e aceitação. Os aspectos regulatórios a serem considerados incluem: • matérias-primas permitidas, concentrações, limitações; • testes de segurança clínica; • avaliação da eficácia conforme o grau de risco do produto; • prazo de validade; • normas para manuseio e descarte de ingredientes perigosos. Os testes de segurança determinam se as preparações podem causar reações do tipo: • irritativas (imediatas ou acumuladas); • reações alérgicas (dermatite de contato); • dermatite por fotossensibilização (fototóxica, fotoalérgica); • reações sistêmicas (inalação, absorção cutânea); • reações físicas (foliculite por óleos). São exemplos de testes de segurança: • toxicidade oral (DL50) e percutânea; 37 • irritação ocular (teste de Draize); • irritação dérmica (uso de patches); • sensibilização; • fotossensibilidade; • toxicidade por inalação (perfumes); • acnegenicidade. 38 8 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS Os produtos cosméticos podem ser classificados, de acordo com sua formulação, considerando suas funções técnicas: Higienizar; Conservar; Proteger; Reparar; Corrigir; Tonificar; Maquilar; Enfeitar.... Esta classificação também pode ser feita mediante a forma de apresentação: Soluções; Géis; Cremes; Leites; Loções; Espumas; Suspensões; Pós; Pastas.... Outro tipo de classificação considera o direcionamento do produto, então temos: Produtos para serem aplicados na pele: corpo ou rosto o Produtos para banho; o Sabonetes líquidos; o Demaquilantes; o Cremes e loções hidratantes; o Nutritivos; o Anti-aging; o Antiacne; 39 o Tônicos; o Esfoliantes; o Produtos para área dos olhos, pés, unhas, lábios; o Protetores solares; o Maquilagem; o Repelentes de insetos; o Desodorantes; o Antiperspirantes; o Cremes de barbear; o Depilatórios..... Produtos para serem aplicados nos cabelos: o Xampus; o Condicionadores; o Fixadores; o Formadores de cachos; o Modeladores; o Tinturas; o Produtos para alterar a estrutura dos cabelos como cremes para alisamento ou permanentes; o Reparadores... Produtos para serem aplicados na cavidade oral: o Creme dental; o Produtos para higiene geral; o Produtos para limpeza e adesão de próteses... Uma unidade de produção, quer seja farmacêutica ou cosmética, é constituída por um conjunto de locais bem delimitados, atravessados por um fluxo de material cuja qualidade deve ser perfeitamente controlada. A indústria de cosméticos engloba os setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos propriamente ditos e,caracteriza-se pela necessidade contínua de pesquisas denovos insumos e introdução de inovações em suas linhas de produtos. Este fato pode serconsiderado um fator de importância para a competitividade no setor. 40 Existe umaheterogeneidade nesta indústria, pois a presença de grandes empresas internacionais,diversificadas ou especializadas nos segmentos de perfumaria e cosméticos, é contrastadacom um grande número de pequenas e médias empresas com atuação focalizada na produçãode cosméticos. Verifica-se que as grandes empresas do setor e, principalmente, as empresas transnacionaisadotam estratégias definidas com relação ao desenvolvimento de novos produtos investindoem centros próprios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e/ou parcerias extra-muros e comprocessos de gestão do conhecimento estruturados. Já as pequenas e médias empresas muitasvezes não dispõem de capital necessário para a realização de investimentos de P&D ou deuma situação econômico-financeira que permita assumir os riscos inerentes aodesenvolvimento de novos produtos. Muitas dessas empresas também não dispõem de umagestão do conhecimento que remeta a processos de desenvolvimento de produtos realmentesistematizados. O Processo de Desenvolvimento de Produtos é um dos processos mais importantese vitais para o negócio de uma empresa, pois é por meio dele que a empresa é capaz decriar novos produtos mais competitivos e em menor tempo com a finalidade de atender àconstante evolução do mercado. De fato, muitas empresas usam
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