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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO GABRIEL PEREIRA DE AZEVÊDO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE SANTA CRUZ – RN 2022 2 GABRIEL PEREIRA DE AZEVÊDO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientador: Prof. Dr. Marcos Felipe Silva de Lima SANTA CRUZ – RN 2022 3 4 GABRIEL PEREIRA DE AZEVÊDO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Marcos Felipe Silva de Lima – Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dr. Dimitri Taurino Guedes Universidade Federal do Rio Grande do Norte Nutricionista Ully Ferreira Leite Nutricionista da ILI Com Cuidado Residencial Geriátrico 4 À Jeanne Cristina Pereira, e a Geraldo José de Azevêdo, pessoas que Deus me deu a honra de ter como mãe e pai, por todos os sacrifícios, renúncias e apoio incansável, por terem sido a força nos momentos de desânimo e a paz nos momentos de desespero, por serem meu maior exemplo de caráter e honestidade e por me darem a educação como maior herança, Dedico. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, a Nossa Senhora e a São José, pela proteção e providência concedida durante todo este caminho, por me darem força e coragem para prosseguir e por me permitirem realizar esse sonho. A minha mãe Jeanne Cristina, por todo o esforço e cuidado para que eu concluísse esse curso, por tanta dedicação, amor, zelo e doação, e por ser o meu maior exemplo de vida. A meu pai Geraldo José, por todo esforço financeiro para não me deixar faltar nada, pela certeza que me dá de que sempre vai acreditar no meu sucesso e também por cuidar e ser um exemplo de pai. A minha avó Graça, por não medir esforços para me ajudar financeiramente junto a meu pai e me sustentar em Santa Cruz. Por ter rezado e acreditado sempre que eu conseguiria alcançar meu objetivo. A meus irmãos Adriano e Adonis, por me apoiarem em tudo, por todo amor e companheirismo, por serem tão presentes e por sempre acreditarem em mim. Vocês são exemplos de seres humanos que aprendo todos os dias, obrigada por tanto. A minha namorada Dauane Pontes, por ter estado ao meu lado em todos os momentos, por me dar sempre a calma que precisei e ser meu refúgio nos momentos mais difíceis, por tanto amor, carinho e por sempre torcer e acreditar no meu sucesso. Você disse que um dia eu conseguiria e hoje contemplo essa vitória. A toda a minha família que sempre torceu para que tudo desse certo, por estarem sempre em oração por mim, em especial a minha vó Maria, meus tios, meus primos e minha sogra Ceci. A meu orientador Marcos Felipe, por ter me acolhido como um de seus orientandos, por todo ensinamento e por ter me guiado nessa parte final de minha graduação. Aos professores que foram exemplos de profissionais e que se dedicaram em repassar os conhecimentos para que formassem futuros nutricionistas dispostos a dar o melhor. 7 A todos os idosos e a instituição que disponibilizou o espaço com boa vontade para que fosse realizada a pesquisa. Aos amigos, Andrei Gomes, Joedson Pires e Samuel Gomes que sempre estiveram presente e que tornam a vida mais leve e prazerosa. E também a Lucas Santos, por sempre rezar por mim, sendo sinal da Voz de Deus em minha vida. Aos meus amigos de curso, em especial Lucas Araújo, Isaac Silva e Eduardo Alves, por terem estado ao meu lado durante todo esse tempo, e principalmente por todas as resenhas vivenciadas que ficarão eternizadas em minha memória e meu coração. Compartilho com todos vocês essa conquista. Muito obrigado por tudo! 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 09 2 OBJETIVOS...................................................................................... 11 2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................ 11 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................... 11 3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................... 11 3.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL......................................... 11 3.2 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA................................................................................... 12 3.3 ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.................................................................... 3.4 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL................................... 3.4.1 Indicadores gerais de reserva energético-proteico............... 3.4.2 Indicadores de adiposidade e de distribuição de gordura corporal 3.4.3 Indicadores de muscularidade................................................ 13 14 15 16 16 4 METODOLOGIA.............................................................................. 17 4.1 TIPO DE ESTUDO........................................................................ 17 4.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS................... 17 4.2.1 População do estudo............................................................... 4.2.2 Aspectos éticos........................................................................ 4.3 PROCEDIMENTO PARA COLETA DOS DADOS........................ 4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO............................................................. 4.5 ANÁLISE DE DADOS................................................................... 5 RESULTADOS................................................................................ 6 DISCUSSÃO................................................................................... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ ABSTRACT........................................................................................ 17 18 18 20 21 22 24 27 28 REFERÊNCIAS.................................................................................. 29 9 Estado nutricional antropométrico de idosos residentes em uma Instituição de longa permanência do interior do Rio Grande do Norte Gabriel Pereira de Azevêdo1 Resumo: O envelhecimento populacional, fenômeno mundial, faz com que as famílias encontrem formas de ofertar aos idosos uma assistência relacionada as dificuldades enfrentadas por esse segmento populacional, sendo as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), uma prestadora desse serviço ao idoso. Sabe-se que a institucionalização potencializa perdas físicas e funcionais associadas ao envelhecimento, as quais são fatores de risco para desnutrição e morbimortalidade, sendo necessário o monitoramento do estado nutricional. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de idosos institucionalizados residentes em uma ILPI sem fins lucrativos no município de Caicó/RN. Metodologia: Trata-se de umapesquisa de natureza observacional, individualizada e transversal, aonde foi aplicado um questionário sociodemográfico e realizado a avaliação antropométrica em 34 idosos. Resultados: Foi visto uma prevalência de idosos desnutridos e com excesso de adiposidade. Houve diferença estatisticamente significativa para peso e altura entre os gêneros, como também para peso e IMC quando comparado com idosos de faixa etária até 75 anos e acima de 75 anos. Conclusão: A desnutrição foi verificada através dos indicadores gerais que avaliam o estado nutricional do idoso. Percebeu-se elevados percentuais de excesso de peso por meio do IMC e DCT, caracterizando uma dupla carga de má-nutrição. Palavras-chave: Envelhecimento. Instituições de Longa Permanência para Idosos. Desnutrição. Sobrepeso. 1 INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é visto como um fenômeno que tem crescido de forma acelerada em todos os países, em que a expectativa de vida tem aumentado devido a menor taxa de fecundidade e mortalidade. Com isso, o processo de 1 Graduando de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 10 envelhecer se tornou um direito de todos, mesmo que ainda não se tenha de forma igualitária nos diferentes países e contextos socioeconômicos, acarretando um grande desafio para a sociedade atual (VERAS; RAMOS; KALACHE, 1987; VERAS; OLIVEIRA, 2018). Considerando o crescimento da população idosa, passa a existir junto a isso a necessidade de um maior cuidado com esse segmento populacional, visto que o próprio envelhecimento pode levar ao declínio da capacidade funcional, que pode se agravar e tornar o idoso dependente da ajuda de pessoas. Devido a esse cenário enfrentado por muitas famílias, fez-se necessário que optassem, por vezes, colocar os idosos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), em que irão morar e serem cuidados por profissionais pertencentes a instituição (FAGUNDES et al. 2017). De acordo com a RDC 283/2005 da ANVISA (BRASIL, 2005), as ILPI são instituições definidas como governamental e não-governamental de caráter residencial, destinada a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania. É responsável pela atenção ao idoso e deve propiciar o exercício dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e individuais) de seus residentes. Pode-se considerar diferentes motivos que levam os idosos e as famílias a procurarem as ILPI, tais como a diminuição de integrantes da família, condições físicas insuficientes, falta de recursos financeiros e condições psicológicas para prestar o cuidado em domicílio e o desejo do próprio idoso em não perturbar seus familiares, que muitas vezes geram dificuldades de convívio com os familiares, morte do cônjuge e diversas doenças que podem aparecer (PERLINI; LEITE; FURINI, 2007). A entrada do idoso nas ILPI exigem uma adaptação que pode ser compreendida por um misto de sentimentos que são causados pela distância, indiferença, solidão, aceitação e o abandono. Portanto, o idoso institucionalizado se coloca, geralmente, como um indivíduo que foi privado da sua antiga vida, ocasionando estados depressivos, sentimentos negativos e obstáculos para uma vida ativa que interferem diretamente no seu EN (CREUTZBERG; GONÇALVES; SOBOTTKA, 2008; MARIN et al. 2012). O estado nutricional (EN) do idoso pode ser impactado por alguns fatores, como a perda da capacidade motora, falha na mastigação pelo fato de degradação dos 11 dentes ou redução da saliva, diminuição da cognição, capacidade de preparar suas refeições, o quadro atual de saúde com a presença ou não de comorbidades, situações fisiológicas relacionadas ao processo de absorção e eliminação, escolaridade e fatores relacionados aos hábitos e preferências alimentares (CAMPOS et al. 2007; WACHHOLZ; RODRIGUES; YAMANE, 2011). De acordo com esses fatores, o idoso pode vir a lidar com algumas consequências, que podem impedi-lo de se alimentar corretamente e acarretar numa inadequação do seu EN. 1.1 JUSTIFICATIVA Diante da importância de acompanhar o estado nutricional dos idosos devido a vulnerabilidade enfrentada pelo grupo com relação a distúrbios nutricionais, adoecimento e mortalidade, é necessário que se tenha um cuidado voltado ao monitoramento do estado nutricional para que se possa minimizar os riscos associados a déficits e excessos nutricionais. De acordo com a normatização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, é obrigatório que as ILPI façam o acompanhamento nutricional dos idosos mensalmente. Com isso, faz-se necessário o estudo para contribuir com a ILPI e colaborar para o monitoramento dos idosos, assim como para poder fazer planejamentos e intervenções dietéticas. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL: Avaliar o estado nutricional de idosos institucionalizados residentes em uma ILPI sem fins lucrativos no município de Caicó. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Caracterizar a população de estudo por meio de aspectos demográficos e socioeconômicos. Avaliar o estado nutricional antropométrico idosos institucionalizados residentes em uma ILPI. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL 12 O envelhecimento populacional, que vem crescendo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive de forma muito acelerada no Brasil, decorre de um processo durante a vida dos seres humanos envolvendo modificações nas questões políticas e socioeconômicas que originam alterações nos aspectos epidemiológicos e demográficos (PORCIÚNCULA et al. 2014). A transição demográfica se dá pela diminuição da taxa de mortalidade devido aos avanços da saúde, e posteriormente, pela diminuição da taxa de fecundidade com a modernização da sociedade ao implementar métodos contraceptivos. Isso gera um número maior de indivíduos envelhecendo ou idosos vivos, e assim, faz com que se tenha um aumento da expectativa de vida (CLOSS; SCHWANKE, 2012; VASCONCELOS; GOMES, 2012). De acordo com os indicadores de estrutura etária, fecundidade e mortalidade de 1950 a 2010, do IBGE, no Brasil ao longo das décadas a idade mediana passou de 18 para 27 anos. Outro dado que mostra a transição demográfica e aumento de idosos, é que a porcentagem de pessoas acima de 60 anos passou de 4,3% a 10,8%, e o índice de envelhecimento (número de pessoas com 60 ou mais anos de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço geográfico) ao longo dos anos cresceu de 10,3% a 44,8% (CLOSS; SCHWANKE,2012). Portanto, a população brasileira tem caminhado para o incremento do envelhecimento populacional e esses dados servem de alerta para a sociedade e o Estado. Alguns fatores têm influenciado para a população envelhecer, como a transição demográfica, com o deslocamento da população em massa para as zonas urbanas, a mudança de cultura entre as famílias com relação a número de filhos, aumento das mulheres no mercado de trabalho, o avanço da tecnologia que junto a saúde fez desenvolver diversas técnicas/métodos contraceptivos e tratamentos contra doenças (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016). Com esse processo acelerado vivenciado no Brasil, algumas implicações sociais, econômicas e de saúde tornam-se uma preocupação, visto que os idosos precisam de mais assistência em saúde, na qual tendem a ter um custo relevante e interferir na economia. Outra preocupação associada aos aspectos sociais diz respeito a visão da sociedade ao acolher o idoso, tratando-o com igualdade sem excluí-lo da vivência em comunidade para que isso não venha afetar o seu bem-estar e a saúde (DUCA et al. 2010). 13 3.2 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA A ANVISA define como “Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI)- instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania” (BRASIL, 2005). As ILPI são normatizadas pela RDC 283/2005 da ANVISA, que determina o regulamento técnico para funcionamento das instituições, para garantir e assegurar aos idosos os direitos, prevenir os riscos associados a institucionalização, deliberar os critérios para funcionamento e monitoramento das instituições e para qualificar a prestação dos serviços públicos e privados desses locais. As ILPI podem ser do tipo governamental, sem fins lucrativos, onde o Estado acolhe, cuida e arca com os custos dos idosos de baixa renda que não tem condições financeiras e que necessitam da assistência. Há também a instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que são mantidas muitas vezes pelas obras de caridade relacionada à Igreja ou instituições religiosas. E por fim, do tipo privada, com fim lucrativo, que tem crescido mais e se tornado uma saída para as famílias que precisam de um serviço melhor pelos idosos (CREUTZBERG; GONÇALVES; SOBOTTKA, 2007). O número de ILPI aumenta proporcionalmente com o envelhecimento populacional. Os idosos tendem a ser segmento populacional que necessita de assistência, que frequentemente as famílias não conseguem prestar precisamente. As ILPI, então, surgem como alternativas para essas famílias que precisam ofertar a seus familiares idosos, um cuidado capacitado e auxílio na execução de atividades básicas de vida diária (POLLO; ASSIS, 2008; SALCHER; PORTELLA; SCORTEGAGNA, 2015). Para Lopes et al. (2018), existem determinados motivos que levam o idoso a institucionalização, dentre eles, o mais comum é quando o idoso tem uma relação frágil com sua família e apresenta um sentimento de que é um fardo para eles. Outros motivos são por morar sozinho, ter uma capacidade funcional afetada, falecimento do cônjuge, dificuldades financeiras, entre outros. 3.3 ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS 14 O estado nutricional é influenciado pela institucionalização, visto que o idoso já apresenta mudança no seu perfil nutricional com o envelhecimento, e isso pode se agravar com a institucionalização. Uma vez que, esses locais contribuem para uma mudança da rotina, alteram a forma de se alimentar, de conviver socialmente. Esses fatores propiciam um comprometimento do estado nutricional do idoso (VOLPINI; FRANGELLA, 2013). Avaliar o estado nutricional do idoso é importante para que se entenda como anda o quadro de saúde, já que um idoso nutricionalmente adequado pode responder melhor às alterações vivenciadas durante o envelhecimento, diminuindo a incidência de doenças crônicas e retardando a perda de capacidade funcional, sendo importante para que a institucionalização não venha afetar de forma negativo a condição nutricional (MANTOVANI; VIEBIG; MORIMOTO, 2018). O estado nutricional dos idosos sofre alterações do envelhecimento, que podem ser agravados com o surgimento da obesidade, que é fator associado a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares (SANTOS et al. 2013; SILVEIRA; KAC; BARBOSA, 2009). A desnutrição está associada à morbidade e diminuição da capacidade funcional em idosos, fatores que guardam relação com a mortalidade. Daí a importância do acompanhamento do idoso na institucionalização, já que ela traz consigo diversos fatores de risco que interferem no estado nutricional (DAMO et al. 2018; FIDELIX; SANTANA; GOMES, 2013; REZENDA et al. 2010). 3.4 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A importância de avaliar o estado nutricional dos idosos está relacionada a detecção precoce de possíveis alterações do estado nutricional. Por meio de informações socioeconômicas, antropométricas, dietéticas, bioquímicas e clínicas, é possível obter um diagnóstico de como se encontra o idoso e identificar quais os riscos ou necessidades presentes nesses indivíduos, para que, por meio disso, possam ser traçadas estratégias visando manter ou recuperar o estado nutricional do idoso (RAUEN et al. 2008; TAVARES et al. 2015). Os métodos para avaliação nutricional envolvem o consumo alimentar, os exames bioquímicos, semiologia e a antropometria. O consumo alimentar se faz necessário como instrumento para avaliar e monitorar a alimentação, devido ao crescente aumento de DCNT e deficiências ou excessos nutricionais (PEREIRA et al. 15 2020). Os exames bioquímicos são essenciais para o acompanhamento dos níveis séricos dos nutrientes, visto que é um método que identifica condições subclínicas (SAMPAIO, 2004). A semiologia em um atendimento deve ser considerada importante e minuciosa, uma vez que, por meio dela é detectável os sinais de deficiências nutricionais e qual nutriente pode estar relacionado a eles (ACUÑA e CRUZ, 2004). A antropometria, dentre os métodos de avaliação, é considerada o mais confiável e acessível que entrega um resultado satisfatório acerca do estado nutricional do idoso (SOUZA et al. 2013). A antropometria é um método que apresenta baixo custo, que fornece medidas físicas e de composição corporal com resultados rápidos e que é pouco invasivo (MENEZES; MARUCCI, 2005). Além disso, fornece indicadores essenciais para compreender a composição corporal e o estado nutricional do indivíduo (MELLO et al. 2017). Ressalva-se, no entanto, a importância dessa avaliação ser realizada por uma pessoa treinada para minimizar erros de medida, o risco de um diagnóstico inadequado e, consequentemente, uma intervenção inadequada. Para a avaliação nutricional do idoso, obtém-se os principais indicadores antropométricos que se compreendem como, indicadores gerais de reserva energética-proteica que têm o Índice de Massa Corporal (IMC) e o Perímetro Braquial (PB), os indicadores de adiposidade que abordam o Perímetro da Cintura (PC), a porcentagem de Gordura Corporal (%GC), Área Gordurosa do Braço (AGB) e a Dobra Cutânea Tricipital (DCT), e por fim dos indicadores de muscularidade que envolvem o Perímetro Muscular do Braço (PMB) e o Perímetro da Panturrilha (PP) (LIMA, 2019). 3.4.1 Indicadores gerais de reserva energético-proteico Com relação aos indicadores gerais de reserva energético-proteico, o IMC se apresenta como o mais utilizado, devido a fácil adaptação com as variações corporais dos indivíduos, possibilita uma compreensão do grau de nutrição do indivíduo e por ter relações com morbimortalidade (GRZEGORZEWSKA et al., 2016; LIMA, 2019; PEREIRA; SPYRIDES; ANDRADE, 2016). O IMC é calculado a partir da relação do peso e da estatura, que são duas medidas que contribuem para entender o estado nutricional. Além do mais, o peso serve de parâmetro para intervenções medicamentosas e dietéticas, sendo necessário em cálculos de gasto energético e necessidade de macronutrientes (LIMA, 2019; RABITO et al., 2008). Devido a diminuição na capacidade de se mobilizar e de 16 equilíbrio, essas medidas podem se tornar difícil de realizar. Para isso, é necessário que se faça a estimativa de peso a partir da altura do joelho, perímetros, dobras cutâneas, sexo e idade (CHUMLEA et al., 1988; LIMA, 2019; RABITO et al., 2008). Com relação à estimativa da estatura, devido a rigidez articular dificultar o posicionamento apropriado dos membros, pode comprometer a mensuração da altura do joelho, meia envergadura do braço ou comprimento da ulna. Ressalta-se ainda, a importância da altura do joelho, que é a medida mais confiável para relacionar com a estatura em idosos (CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985; KWOK; WHITELAW, 1991; LIMA et al., 2018; LIMA, 2019; RABITO et al., 2008). O perímetro do braço, é um indicador que faz a medição de tudo que compreende a região horizontaldo braço, sendo a pele, gordura subcutânea, músculo e o osso. Portanto, à medida que se aumenta ou diminui as quantidades de gordura e músculo, interferem diretamente no resultado, não sendo indicado a sua avaliação isolada (LIMA, 2019; WHO, 1995). 3.4.2 Indicadores de adiposidade e de distribuição de gordura corporal Para indicadores de adiposidade, a AGB pode ser obtida a partir de perímetro de braço e a dobra cutânea tricipital, não sendo utilizado o músculo presente no braço. Esse indicador pode ser classificado pelos percentis de NHANES III (1988 – 1994) e pontos de corte de Kuczmarski (2000). Com relação ao indicador da dobra cutânea tricipital, também é classificada pelos percentis e pontos de corte de de NHANES III (1988 – 1994) e pontos de corte de Kuczmarski (2000). Na DCT, é avaliado através da gordura subcutânea na região do músculo tricipital com o uso de um adipômetro. Já os indicadores de distribuição de gordura corporal, são utilizados para avaliar o risco cardiovascular, visto que a presença de níveis elevados de gordura visceral pode indicar um maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (WHO, 1995). O perímetro da cintura é o indicador frequentemente utilizado para avaliar esse risco, onde é feita a medição no ponto médio entre a última costela fixa e a parte superior da crista ilíaca na linha axilar média (LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1988). 3.4.3 Indicadores de muscularidade 17 Para os indicadores de muscularidade, entende-se que o perímetro muscular do braço e o perímetro da panturrilha são os mais utilizados para avaliação. O perímetro muscular do braço é obtido a partir de um cálculo que envolve as medidas da dobra cutânea tricipital e o perímetro do braço. Através dele é possível avaliar a quantidade muscular presente no braço de forma mais isolada, sendo classificada também de acordo com os percentis de NHANES III (1988 – 1994) e pontos de corte de Kuczmarski (2000). Já o perímetro da panturrilha, é considerado o marcador que apresenta maior sensibilidade para avaliar a massa muscular em idosos, pois indica se há alteração da massa magra que tende a ocorrer à medida que se aumenta a idade e também se diminui o nível de atividade física (PORTERO-MCLELLAN et al., 2010). Esse marcador é classificado como referente a perda muscular, quando o valor obtido está abaixo de 31cm (LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1988; WHO, 1995). 4 METODOLOGIA 4.1 TIPO DE ESTUDO A pesquisa caracterizou-se por ser observacional com relação a posição do investigador, visto que não houve intervenção por parte do investigador. De acordo com a unidade de observação e análise, foi do tipo individualizado, acerca dos idosos residentes em uma ILPI no município de Caicó/RN. Por fim, no que diz respeito à dimensão temporal, foi caracterizado como sendo transversal, já que a produção e coleta dos dados realizou-se em um único momento no tempo. 4.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS 4.2.1 População do estudo O estudo foi realizado com idosos de uma ILPI no município de Caicó/RN, localizado no interior do estado, na região do Seridó. Com relação aos critérios de elegibilidade, foram incluídos no estudo todos os residentes que tinham idade igual ou superior a 60 anos e estiveram presentes no momento das etapas de coleta de dados. E foram excluídos aqueles que apresentaram membros amputados ou condições físicas diminuídas, como dificuldade de movimentar, levantar da cama e pós- 18 operatório que impossibilitaram a mensuração dos dados antropométricos. A pesquisa contou com um número de 34 idosos que residem na ILPI sem fins lucrativos. 4.2.2 Aspectos éticos O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Campus de Santa Cruz, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e foi aprovado sob número CAAE 48263721.9.0000.5568. Ainda de acordo com a resolução CNS 466/12, todos os indivíduos e o responsável pela ILPI envolvidos na pesquisa, receberam explicações a respeito da pesquisa. Foram inclusos no estudo os idosos ou os responsáveis que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1). 4.3 PROCEDIMENTO PARA COLETA DOS DADOS A coleta de dados foi realizada por um estudante do curso de graduação em Nutrição, que passou por um treinamento prévio para tornar mínimo os possíveis erros durante a pesquisa. A coleta se deu no segundo semestre do ano de 2021, mais precisamente entre os meses de agosto e setembro. Compareceu-se à ILPI para a coleta dos dados e se fez uma segunda visita, a fim de minimizar perdas amostrais por ausência de residentes. Devido à pandemia de COVID-19 e o risco de contaminação, foi adotado um protocolo de biossegurança durante a coleta dos dados. Nesse sentido, o pesquisador responsável pela coleta dos dados estava vacinado e utilizou máscara PFF2 durante toda sua permanência na ILPI. Além disso, as avaliações foram realizadas de maneira individual e houve higienização das mãos e de equipamentos com álcool 70º a cada troca de voluntário da pesquisa. Previamente para a coleta dos dados foi elaborado um instrumento para auxiliar na coleta das informações. Esse instrumento contou com dados sociodemográficos e antropométricos. Em seguida, foi realizada a avaliação antropométrica com as medidas de peso, estatura, da panturrilha (PP) e braquial (PB), dobra cutânea tricipital (DCT) e subescapular (DCSE) e altura do joelho (AJ). Para a mensuração das medidas antropométricas foram utilizados um adipômetro científico Cescorf®, com precisão de 0,1 mm para as dobras cutâneas; 19 uma trena antropométrica (SANNY®) de 150 cm para as medidas de perímetros e um antropômetro de 100 cm para a altura do joelho. Todos os equipamentos foram conferidos antecipadamente à calibração dos pesquisadores, a fim de averiguar e garantir a precisão das medidas. As técnicas utilizadas para cada medida foram apresentadas abaixo (quadro 1): Quadro 1: Técnicas realizadas para a antropometria. Perímetro da panturrilha (PP) Com o indivíduo sentado, a perna posicionada em 90° e a fita aplicada horizontalmente ao redor do perímetro máximo da panturrilha; Perímetro braquial (PB) Com o indivíduo em pé ou deitado, com o braço relaxado, no ponto médio entre o acrômio e olecrano; Dobra cutânea triciptal (DCT) Com o avaliador posicionado atrás do idoso, horizontalmente no ponto médio entre o acrômio e olecrano e verticalmente na linha de referência do músculo triciptal; Dobra cutânea subescapular (DCSE) Com o indivíduo de costas para o avaliador, dois dedos abaixo do ângulo inferior da escápula; Altura do joelho (AJ) Com o indivíduo sentado ou deitado formando um ângulo de 90º e o equipamento posicionado com uma extremidade na sola do pé e a outra acima da patela. Além das medidas, foi feito também a aferição do peso corporal dos idosos que conseguiam deambular, com uma balança portátil digital da marca Líder®, que foi posicionada no solo plano de modo que ajudasse os idosos a subir na balança e fornecesse dados corretos. A medição da estatura foi realizada com idosos que não apresentaram restrição de mobilidade, através de um estadiômetro portátil Caumaq® de 1,0 mm de precisão e base antiderrapante. Para a aferição foi posicionado o idoso no centro e abaixo do equipamento, com a cabeça disposta em plano de Frankfurt e sem adereços, onde se 20 fez a leitura da estatura mantendo o indivíduo posicionado e sem soltar a parte móvel do equipamento (LIMA, 2019). 4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO Com relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), para a obtenção do valor, é necessário fazer um cálculo: IMC = Peso (kg) / Altura² (m). Podendo ser classificado de acordo com Lipschitz (1994), como baixo peso com o IMC ≤ 22 kg/m²;eutrófico com IMC entre 22 kg/m² e 27 kg/m²; e excesso de peso com IMC ≥ 27 kg/m². Para estimar o peso, foram utilizadas equações (Quadro 2) que necessitaram de medidas referentes à altura do joelho (AJ), perímetro da panturrilha (PP) e do braço (PB), que se diferenciam para idosos com o PB menor ou igual a 27cm, ou PB maior que 27 (LIMA, 2019). Quadro 2: Equações para estimativa de peso em idosos. Público – alvo Equações preditivas PB ≤ 27 cm Peso (Kg) = (2,134 * PB) + (0,613 * PP) + (0,646 * AJ) + (0,061 * Idade) – (0,797 * Sexo) – 50,831 PB > 27 cm Peso (Kg) = (1,031 * PB) + (1,424 * PP) + (1,227 * AJ) – (0,102 * Idade) – (1,826 * Sexo) – 59,226 Para estimar a estatura, pode-se empregar medidas que compreendem a altura do joelho (AJ), com o sexo e a idade, e aplicar na seguinte equação (LIMA, 2019): Estatura (cm) = 58,845 – (SEXO * 2,757) – (IDADE * 0,182) + (AJ * 2,331) O perímetro do braço foi classificado segundo os percentis de NHANES III (1988 – 1994), em que foram utilizados os pontos de corte de Kuczmarski (2000) para avaliar o indicador de reserva energética. Onde: Percentil: > 25 = eutrofia Percentil: ≤ 25 = desnutrição Com relação ao perímetro muscular do braço (PMB), foi realizado um cálculo que envolve o perímetro do braço e a dobra cutânea tricipital. O cálculo foi feito da seguinte forma: 21 PMB (cm) = PB – [ π x (DCT ÷ 10)] Onde, π = 3,14; PMB = perímetro muscular do braço; PB = perímetro do braço. A classificação foi realizada segundo Kuczmarski (2000), em que se tem as seguintes classificações: Percentil: > 25 = eutrofia Percentil: ≤ 25 = desnutrição Para a dobra cutânea tricipital (DCT), a classificação se deu a partir dos percentis de NHANES III (1988 – 1994), onde se utilizou o valor obtido da antropometria de acordo com o sexo, e analisado dentro dos pontos de cortes indicados por de acordo com Kuczmarski (2000). A classificação foi obtida segundo Kuczmarski (2000), com as seguintes classificações: Percentil: ≥ 75 = excesso de reserva adiposa Percentil: 75 – 25 = eutrofia Percentil: 10 – 25 = reduzida reserva adiposa Percentil: < 10 = desnutrição Para o perímetro da panturrilha, foi utilizada a classificação de acordo com WHO (2011), na qual valores < 31cm são indicativos de perda de massa muscular. 4.5 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram digitados no software Microsoft Office® Excel e transferidos para o IBM SPSS® 23.0 para Microsoft Windows®. Foi realizada análise descritiva para caracterização da população de estudo. Utilizou-se o teste t-Student para amostras independentes para verificar diferença de médias entre as variáveis antropométricas e o sexo dos idosos residentes. Em relação à faixa etária, os idosos foram divididos em dois grupos (idade ≤ 75 anos e > 75 anos). O teste t-Student para amostras independentes foi utilizado verificar diferença de médias entre as variáveis antropométricas e as categorias de faixa etária. Para todos os testes foi aceito como valor de significância p < 0,05. 22 5 RESULTADOS No momento da coleta de dados havia 41 residentes na ILPI. Desse total, 3 recusaram a participação no estudo e 4 não apresentaram condições físicas mínimas, como levantar da cama, movimentar os membros e membro amputado, para participação, conforme critério de exclusão. A taxa de não-resposta do presente estudo foi de 17%. A população do estudo foi composta por 34 indivíduos idosos, sendo 32,4% do sexo masculino (n = 11) e 67,6% do sexo feminino (n = 23). A população de estudo teve idade média de 79,7 (8,3) anos. Estratificando a população por faixa etária, pode-se observar que a maioria dos indivíduos se encontram acima de 75 anos, sendo 67,6% ou n = 23, e 32,4% ou n = 11 abaixo de 75 anos. As variáveis que caracterizam a população do estudo estão apresentadas na tabela 1. Os dados mostram que as únicas variáveis encontradas na pesquisa que apresentaram médias diferentes para ambos os sexos foram peso e estatura. Os homens apresentaram peso médio 10,2kg maior que o das mulheres. Com relação a estatura, os homens tiveram média de 13,3 cm maior que as mulheres. Tabela 1 – Características antropométricas da população de estudo, Abrigo Dispensário Walfredo Gurgel, 2021. Todos Masculino Feminino Variável Média DP Média DP Média DP p-valor Peso (kg) 55,3 13,1 62,2 15,6 52,0 10,6 *0,032 Estatura (cm) 150,7 9,5 159,7 7,4 146,4 7,1 *0,001 IMC (kg/m²) 24,2 4,6 24,2 4,9 24,2 4,5 0,978 DCT (mm) 17,4 6,3 15,6 5,3 18,3 6,7 0,262 PB (cm) 24,6 4,2 25,6 4,4 24,1 4,2 0,332 PP (cm) 30,9 4,9 31,9 3,5 30,4 5,4 0,403 PMB (cm) 19,0 4,0 20,7 3,6 18,3 4,1 0,114 Fonte: autoria própria; *: Valor estatisticamente significativo para diferença de médias entre os sexos masculino e feminino; DP = desvio padrão. A Tabela 2 apresenta a caracterização da população de estudo estratificando pela faixa etária de até 75 anos e acima de 75 anos. Os dados obtidos mostram que a variável peso apresentou média maior no grupo com idade menor que 75 anos. Uma 23 vez que a variável IMC é composta pelo peso e estatura, e a estatura média não teve diferença estatisticamente significativa, o IMC foi outra variável em que o grupo de idosos com menos de 75 anos obtiveram maior média. Tabela 2 – Características antropométricas da população de estudo segundo a faixa etária, Abrigo Dispensário Walfredo Gurgel, 2021. Fonte: autoria própria; *: Valor estatisticamente significativo para diferença de médias entre o grupo com idade até 75 anos e o grupo com menos de 75 anos; DP = desvio padrão. A Tabela 3, mostra como estão classificados os indicadores do estado nutricional dos idosos de acordo com cada variável estudada. A classificação do IMC mostrou elevadas prevalências de excesso de peso e de magreza, coexistindo ambos os problemas na população de estudo. Em relação ao PB, a maior parte dos avaliados encontra-se desnutrido. O indicador de adiposidade trabalhado, DCT, evidencia prevalências elevadas de déficit de tecido adiposo e de excesso de reserva adiposa. Quanto aos indicadores de muscularidade, PP e PMB, observa-se valores elevados de indicativos de perda de massa muscular e de desnutrição. Tabela 3 - Classificação dos indicadores de estado nutricional, Abrigo Dispensário Walfredo Gurgel, 2021. Variável Categoria n % Magreza 11 32,4 IMC Eutrofia 10 29,4 Excesso de peso 13 38,2 Todos ≤ 75 > 75 Variável Média DP Média DP Média DP p-valor Peso (kg) 55,3 13,1 62,1 17,1 52,0 9,5 *0,033 Estatura (cm) 150,7 9,5 151,7 13,6 150,2 7,2 0,657 IMC (kg/m²) 24,2 4,6 26,5 4,4 23,1 4,3 *0,040 DCT (mm) 17,4 6,3 17,4 6,4 17,5 6,5 0,963 PB (cm) 24,6 4,2 26,3 4,5 23,8 3,9 0,105 PP (cm) 30,9 4,9 33,2 4,2 29,8 4,9 0,058 PMB (cm) 19,0 4,0 20,8 4,2 18,2 3,8 0,094 24 PB Desnutrição 24 70,6 Eutrofia 10 29,4 Desnutrição 3 8,8 DCT Reduzida reserva adiposa 7 20,6 Eutrofia 14 41,2 Excesso de reserva adiposa 10 29,4 PP Perda de massa muscular 17 50 Eutrofia 17 50 PMB Desnutrição 28 82,4 Eutrofia 6 17,6 Fonte: autoria própria. 6 DISCUSSÃO A partir da análise dos resultados, foi possível observar uma maior proporção de idosos do sexo feminino residentes nas ILPI. Estudo de Rosa, Roque e Gonçalves (2020) trouxe um levantamento do IBGE, no qual 56% da população brasileira corresponde ao sexo feminino, portanto já se espera um percentual maior de mulheres. Outro possível fator que pode estar associado ao resultado observado é a maior expectativa de vida presente nas mulheres, que tem sobrevida média de 3,5 anos a mais que os homens (CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; GONZAGA; COSTA; BOMFIM, 2019). Estudos realizados em ILPI mostram resultadossemelhantes ao estudo atual (LACERDA et al. 2017; POLARO et al. 2012). Outro achado no presente estudo mostra que a média de idade dos idosos se encontra acima de 75 anos. Essa longevidade é característica da população brasileira atual, visto que as projeções mostram crescimento no número de idosos devido ao aumento na expectativa de vida do país (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016). Outro fator relacionado ao estudo, é a maior presença dos idosos sobrenvelhecidos nas ILPIs, que acontece devido a dependência criada pelo idoso com o envelhecimento e que recorre ao serviço dessas instituições em busca de ajuda (MEDEIROS, 2012). Estudos realizados trazem dados que comprovam isso, mostrando que 49% e 35,2% dos idosos de ILPIs estão na faixa etária acima de 80 anos (POLARO et al. 2012; ALVES; FORTES, 2021). A partir da análise dos dados na Tabela 1, foi possível perceber que os homens apresentam peso médio e estatura média maior que as mulheres. Como esperado, o 25 resultado observado seguiu o padrão, de que os homens apresentaram maior estatura, e consequentemente, maior peso que as mulheres. A partir da análise dos resultados na Tabela 2, foi possível observar o peso médio menor e o IMC médio menor no grupo com mais de 75 anos. Esses achados podem estar associados a diversos fatores, visto que são medidas relacionadas diretamente. Dentre os fatores, pode-se considerar as perdas funcionais, sedentarismo (MATOS et al. 2018), edentulismo (LOPES et al. 2021), redução de olfato, paladar (PEREIRA; COTTA; FRACESCHINI, 2006), problemas psicológicos relacionados a depressão, sensação de abandono (GUIMARÃES, 2019), polifarmácia (CORREIA; TESTON, 2020), e a alimentação da ILPI que diverge do hábito de vida do idoso (CARMARGOS et al. 2015). Estudo realizado em uma ILPI revelam sugestões parecidas ao estudo atual (SOUSA et al. 2014). Sabe-se que a diminuição do peso e IMC decorrente do menor consumo alimentar, tende a tornar o idoso mais fragilizado, com diminuição da imunidade e maior susceptibilidade a infecções aumentando o risco de mortalidade nesse segmento populacional (SANTOS; MACHADO; LEITE, 2010). Visto isso, é perceptível a importância de detectar de forma precoce as alterações no estado nutricional com a finalidade de proporcionar o cuidado específico voltado para a recuperação do EN dos idosos, a fim de evitar um prognóstico desfavorável (SANTOS; MACHADO; LEITE, 2010). O IMC é um indicador que serve de base para chegar a um diagnóstico do estado nutricional do idoso. A partir da análise dos resultados da Tabela 3, foi possível identificar que o IMC mostrou elevada prevalência de excesso de peso e de magreza. Estudos realizados com idosos institucionalizados mostram resultados que corroboram com o presente estudo, no qual um apresentou 48,8% dos idosos em baixo peso (LIMA, 2020), e o outro com a prevalência de excesso de peso para ambos os sexos (ROSA; ROQUE; GONÇALVES, 2020). Outro achado, mostra que o PB apresentou maior prevalência de diagnóstico associado à desnutrição entre os idosos. Isso pode estar relacionado a diminuição de massa magra, que é perceptível durante a avaliação nutricional e que também pode estar presente mesmo em idosos com excesso de peso, como foi visto em estudos realizados (ROSA; ROQUE; GONÇALVES, 2020; OLIVEIRA et al. 2019). A variável DCT que serve de indicador para avaliar a distribuição de gordura corporal, apresentou a maioria dos idosos fora da classificação de eutrofia, tendo uma 26 porcentagem significativa de idosos com excesso de reserva adiposa. Schmidt et al. (2017), também apresentaram resultados semelhantes que mostraram maior prevalência de idosos fora da classificação de eutrofia, sendo os homens com maior percentual de excesso de adiposidade. A variável PP apresentou metade dos idosos com perda de massa muscular, sendo considerado um valor significativo e preocupante, visto que esse indicador está relacionado com a perda de capacidade funcional, mobilidade e mortalidade (PAGOTTO et al. 2018). Estudo realizado em ILPI apresentam resultados que se assemelham ao presente estudo, mostrando que cerca de 31% dos homens e 50% das mulheres indicaram depleção da massa muscular (ROSA; ROQUE; GONÇALVES, 2020). Por fim, a variável PMB também apresentou maior presença de desnutrição entre os idosos. Esse achado indica relação com a dificuldade que o idoso tem em desempenhar suas funções e o declínio da força, como pode ser visto em estudo realizado que indicou relação que corroboram com atual estudo (SCHMIDT et al. 2017). Nesse contexto, pode-se caracterizar os idosos em uma dupla carga de má nutrição, na qual se apresenta indicadores com excesso de adiposidade e desnutrição ao mesmo tempo, ou seja, o idoso se encontra com diminuição da massa muscular e acúmulo de massa gorda, caracterizando como uma obesidade sarcopênica (SANTOS et al. 2017). Estudo realizado por Hollanda; Braga; Machado (2020), traz que a obesidade sarcopênica pode trazer malefícios para o idoso, interferindo na sua capacidade funcional, no envelhecimento ativo e saudável, aumentando a fragilidade e dependência nas suas atividades cotidianas. De acordo com Medeiros (2012), a capacidade funcional é vista como uma relação do cotidiano de vida dos idosos e como eles conseguem resolver e agir em suas vidas de forma autônoma. Ou seja, é a capacidade de conseguir fazer as atividades básicas de vida diária (tomar banho, alimentar-se, vestir-se) e as atividades instrumentais de vida diária (fazer compras, dirigir, tarefas domésticas). A perda de capacidade funcional está associada a desnutrição proteica e ao sedentarismo. Isso ocorre durante o envelhecimento, quando há uma perda gradativa de massa corpórea magra que causa diminuição da força muscular e, consequentemente, da sua capacidade funcional tornando o idoso incapaz de realizar 27 suas atividades diárias, fazendo com que ele venha a se tornar sedentário (JOBIM; JOBIM, 2015). Com isso, a morbimortalidade se torna um fator associado à perda da capacidade funcional, uma vez que, quanto mais o idoso se torna sedentário, mais riscos de doenças como depressão, obesidade, diabetes, hipertensão e doença arterial coronariana, relacionadas a baixa incidência de atividades físicas ele pode vir a adquirir (JOBIM; JOBIM, 2015). Por fim, o estudo apresenta limitações relacionadas a ausência de indicadores dietéticos e bioquímicos para subsidiar uma avaliação mais acurada e completa acerca do estado nutricional do idoso. Há limitação com relação a instituição ser filantrópica, localizada no interior do nordeste brasileiro, em um município polo na região. Assim, recomenda-se realizar o monitoramento da avaliação nesse público, a fim de prestar assistência necessária, especializada e em tempo hábil, para que seja possível a reversão das perdas ponderais. É imprescindível que se tenha atenção quanto ao cuidado nutricional e para isso ressalta-se a presença de um profissional nutricionista dentro das ILPI como forma de auxiliar nesse cuidado. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização do presente estudo permitiu verificar que a maioria dos idosos residentes na ILPI avaliada encontra-se com desnutrição, a partir de indicadores gerais de reserva proteico-energéticas, de adiposidade e de muscularidade. Foi possível, ainda, verificar elevados percentuais de excesso de peso por meio do IMC e DCT, caracterizando uma dupla carga de má-nutrição. Dessa maneira, é importante que na rotina das ILPI aconteça o monitoramento longitudinal do estado nutricional, a fim de identificar precocemente desvios nutricionais, propiciando uma intervenção precoce, que reverta o estado nutricional dos residentes. 28 Anthropometric nutritional status of elderly residents in a long stay institution in the interior of Large Northern RiverAbstract: With the growth of population aging around the world, the need to pay more attention to the elderly has grown, since they have become increasingly vulnerable due to the changes they face during the aging process, leading to a decline in capacity functional and self-care. This makes families find ways to offer the elderly assistance related to the difficulties faced by this population segment, and the Long Stay Institutions for the Elderly (LSIE) are responsible for this. Objective: To evaluate the nutritional status of institutionalized elderly residents in a non-profit LSIE in the city of Caicó/RN. Methodology: This is an observational, individualized and cross-sectional study, where a sociodemographic questionnaire was applied and an anthropometric assessment was carried out in 34 elderly people. Results: There was a statistically significant difference for weight and height between genders, as well as for weight and BMI when compared with elderly people aged up to 75 years and over 75 years. A high prevalence of malnourished and with excess adiposity was observed. Conclusion: Malnutrition was verified through the general indicators of protein-energy reserve, adiposity and muscularity. High percentages of excess weight were observed through BMI and DCT, characterizing a double burden of malnutrition. Keywords: Aging. Long Stay Institutions for the Elderly. Malnutrition. Overweight. 29 REFERÊNCIAS ACUÑA, Kátia; CRUZ, Thomaz. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação nutricional da população brasileira. 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