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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL FÁBIO CHAVES DUARTE BARROS UM ESTUDO COMPARADO DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE CONDOMÍNIOS RESIDÊNCIAIS HORIZONTAIS E VERTICAIS NATAL/RN 2021 FÁBIO CHAVES DUARTE BARROS UM ESTUDO COMPARADO DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE CONDOMÍNIOS RESIDÊNCIAIS HORIZONTAIS E VERTICAIS Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Rubens Barreto Eugênio Ramos Coorientador: Eng. Felipe Lindbergh Pipolo Araújo NATAL/RN 2021 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Barros, Fábio Chaves Duarte. Um estudo comparado de análise de viabilidade econômica de condomínios residenciais horizontais e verticais / Fábio Chaves Duarte Barros. - 2021. 53 f.: il. Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, RN, 2021. Orientador: Prof. Dr. Rubens Barreto Eugênio Ramos. Coorientador: Eng. Felipe Lindbergh Pipolo de Araújo. 1. Estudo de viabilidade econômica - Monografia. 2. Engenharia econômica - Monografia. 3. Valor presente líquido - Monografia. I. Ramos, Rubens Barreto Eugênio. II. Araújo, Felipe Lindbergh Pipolo de. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 624 Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262 UM ESTUDO COMPARADO DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS HORIZONTAIS E VERTICAIS Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovado em: 15/09/2021 ___________________________________________________ Prof. Dr. Rubens Barreto Eugênio Ramos – Orientador ___________________________________________________ Eng. Felipe Lindbergh Pipolo Araújo – Coorientador ___________________________________________________ Prof. Dr. Marcos Lacerda Almeida– Examinador interno AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a minha família. Meu pai, Tarcísio, minha mãe, Cynthia, e meu irmão, Felipe. Sem o apoio de vocês nada disso seria possível. Ao Professor Rubens Eugênio, por todo o suporte durante esta etapa final. Ao meu coorientador, Felipe Lindbergh, pela amizade de longas datas e por todo o conhecimento transmitido. A todos os amigos que dividiram comigo experiências dentro da Universidade. Todas aquelas vivências foram essenciais na minha formação. A todos que cruzaram o meu caminho durante a caminhada, muito obrigado. O sonho de um homem nunca tem fim Marshall D. Teach RESUMO Empreendimentos imobiliários, no geral, demandam grandes quantidades de recursos financeiros, assim como um extenso período de execução. Logo, a análise prévia da viabilidade econômico-financeira destes investimentos é indispensável. A Engenharia Econômica fornece princípios e conceitos para o processo de tomada de decisão. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de viabilidade econômica em um condomínio de casas que será construído e comparar com a construção de um condomínio vertical, fazendo-se uso do mesmo volume de recursos financeiros. Como método, desenvolve-se os fluxos de caixas dos dois projetos e aplica-se os cálculos de lucro operacional e valor presente líquido. Os resultados apontam para retornos e viabilidades similares, embora com ligeira vantagem para o empreendimento horizontal. Como limitação, o empreendimento vertical não usou todo o coeficiente de aproveitamento possível e o fluxo de caixa foi estimado com base em informações do mercado. Palavras-Chaves: Estudo de viabilidade econômica. Engenharia Econômica. Valor Presente Líquido ABSTRACT Investing in real state requires a significantly amount of money. Furthermore, the project life-time typically lasts for years. So, previously analyses regarding its economic viability are indispensable. Economical engineering provides concepts and principles that, if applied properly, are powerful tools in the process of decision - making. This study aims to elaborate a cash flow concerning the construction of a housing gated community, then conduct an economic viability study. Afterwards, simulate a construction of a vertical building, using the same amount of financial resources, so a project cash flow can be made and an economic viability study can be conducted, using the Net Present Value indicator. The results indicate a similar value generated, although the housing gated community demonstrates a slightly advantage. Key words: Economic viability study. Economic engineering. Net Present Value. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Diagrama de Fluxo de Caixa .................................................................................... 25 Figura 2 – Planta de implantação Caso A. ............................................................................... 33 Figura 3 - Render do Caso B. ................................................................................................... 40 Figura 4 - Terreno do Caso B ................................................................................................... 41 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Fluxo de Caixa de dois projetos .......................................................................... ..30 Quadro 2- Cálculo do Lucro Nominal, VPL e TIR .................................................................. 30 Quadro 3- Fluxo de Caixa Ajustado ......................................................................................... 31 Quadro 4 - Quadro Resumo do Caso A. ................................................................................... 39 Quadro 5 - Coeficientes máximos de aproveitamento por bairro ............................................. 42 Quadro 6 - Quadro Resumo do Caso B. ................................................................................... 47 Quadro 7 - Comparativo de VPL entre o Caso A e o Caso B. ................................................. 48 LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografia 1 – Alphaville Piracicaba. ....................................................................................... 21 Fotografia 2 – Condomínio Residencial Monte Carlo. ............................................................ 22 Fotografia 3- Edifício Copan .................................................................................................... 23 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 35 Tabela 2 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 36 Tabela 3 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 36 Tabela 4 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 37 Tabela 5 - Fluxo de caixa livre do Caso A. ..............................................................................37 Tabela 6 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 38 Tabela 7 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 38 Tabela 8 - Fluxo de caixa livre do Caso A. .............................................................................. 39 Tabela 9 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. ............................................................................ 43 Tabela 10 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 44 Tabela 11 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 44 Tabela 12 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 45 Tabela 13 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 45 Tabela 14 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 46 Tabela 15 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 46 Tabela 16 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. .......................................................................... 47 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Comparativo de VPL entre o Caso A e o Caso B. ................................................. 48 LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas COFINS – Contribuição para Financiamento da seguridade Social CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CSLL – Contribuição sobre o Lucro Líquido IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCC– Índice Nacional de Custo de Construção IRPJ – Imposto Renda de Pessoa Jurídica PAYBACK – Tempo de Recuperação de Capital PIS - Programa de Integração Social TIR – Taxa Interna de Retorno TMA – Taxa Mínima de Atratividade VGV – Valor Geral de Vendas VPL – Valor Presente Líquido SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16 1.1 Considerações Iniciais ................................................................................................. 16 1.2 Objetivo ......................................................................................................................... 16 1.3 Estrutura Do Trabalho ............................................................................................... 16 2 REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 18 2.1 O Negócio Da Construção Imobiliária Horizontal ................................................... 18 2.2 O Nascimento E Crescimento Dos Condomínios Fechados ..................................... 19 2.3 O Negócio Da Construção Imobiliária Vertical ........................................................ 22 2.4 Análise De Investimentos Imobiliários ....................................................................... 23 2.4.1 Fluxo De Caixa ...................................................................................................... 25 2.4.2 Recuperação Do Capital (Payback) ....................................................................... 25 2.4.3 Taxa Mínima De Atratividade (TMA) ................................................................... 26 2.4.4 Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................................ 27 2.4.5 Taxa Interna De Retorno (TIR) .............................................................................. 28 2.4.6 VPL versus TIR ...................................................................................................... 29 3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 33 4.1. Condomínio Horizontal – Caso A .............................................................................. 33 4.2. Condomínio Vertical – Caso B ................................................................................... 39 4.3. Análise Comparativa .................................................................................................. 47 5. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 49 5.1. Sobre o Objetivo do Trabalho .................................................................................... 49 5.2. Limitações .................................................................................................................... 49 5.3. Sobre os Resultados .................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O PIB da construção civil, que é um setor estratégico para o desenvolvimento sustentado do País, cresceu 2,1% no 1º trimestre de 2021 em relação ao 4º trimestre de 2020, superando a alta do PIB nacional e mostrando, mais uma vez, a força do setor na economia nacional, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dos desafios impostos pela pandemia de covid-19, como por exemplo a escassez e aumento nos custos do aço, a expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é de que o setor tenha um crescimento no corrente ano de 2021. Frente a este cenário de retomada da economia, é de extrema importância que incorporadoras e construtoras analisem previamente os empreendimentos imobiliários que planejam executar, com métodos criteriosos de análise de viabilidade financeira. Segundo Goldman (2010), “Estudos no segmento da construção civil são de grande necessidade, já que os valores inseridos em bens duráveis, como é o caso de imóveis, é bastante elevado. O custo de empreendimentos imobiliários muitas vezes atinge patamares milionários, quanto maior o investimento maior deve ser o cuidado, exigindo planejamento adequado a cada situação. Com isso, é preciso escolher para cada local onde será investido, um empreendimento adequado a ele.” Levando – se em conta o alto investimento necessário para viabilizar a realização de empreendimentos imobiliários, acompanhado de prazos de execução extensos, assim como elevado risco, é imprescindível aplicar os princípios da Engenharia Econômica, para que o empreendedor tenha informações suficientes para decidir onde e como direcionar seus recursos financeiros. Este trabalho simulará o potencial de ganho financeiro de dois tipos de empreendimentos imobiliários comumente encontrados na maioria das cidades brasileiras: condomínios verticais e horizontais. Partindo-se do pressuposto que, atualmente, diversas empresas e empreendedores se apoiam em métodos empíricos para elaborar um mecanismo 16 de tomada de decisão, este trabalho se propõe a fornecer ao investidor ferramentas e informações mais sólidas, seguras e relevantes para dar suporte ao processo de escolha de investimentos imobiliários. Tendo em vista a facilidade ao crédito e os baixos juros presentes no corrente ano de 2021, é válido analisar e comparar os dois principais caminhos que o empreendedor poderá seguir no ramo imobiliário visando o alto lucro: a construção de condomínios horizontais ou verticais. Os conceitos de Fluxo de Caixa Livre (FCL), Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Internade Retorno (TIR), que serão abordados e aplicados no presente trabalho, são princípios amplamente aceitos e reconhecidos no universo da Engenharia Econômica e da Análise de Investimentos. Desta forma, uma análise de viabilidade econômica comparando estes dois modelos de negócio é uma importante ferramenta técnica para auxiliar o processo de tomada de decisão do indivíduo que escolha investir na construção civil. 1.2 OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparado de análise de viabilidade econômica de um empreendimento horizontal e de um empreendimento vertical. 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO A estrutura desta monografia é composta por seis capítulos. O primo capítulo é a introdução e discorre sobre a relevância do tema, apresenta os objetivos deste trabalho e a justifica da escolha do tema. O segundo capítulo apresenta uma revisão da literatura pertinente à pesquisa. Foi apresentado como se deu a origem e a difusão dos condomínios horizontais e verticais pelo mundo. Em seguida, é introduzida a teoria de análise de investimento, onde são citados os 17 métodos de Fluxo de Caixa Descontado. Posteriormente, são apresentados os conceitos de Taxa Mínima de Atratividade, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, payback e Fluxo de Caixa. A metodologia é abordada no terceiro capítulo, onde se explica as bases de cálculo e as fontes de informação para a realização dos estudos propostos. O capítulo quatro apresenta a construção do condomínio horizontal – caso A. Para tal, foi explicitado o custo da obra, o tamanho médio dos lotes e preço de venda o metro quadrado da região. Após a dedução dos impostos, foi montado o fluxo de caixa do empreendimento. O capítulo cinco simula a construção de um condomínio vertical, com os mesmos recursos usados para viabilizar a construção do condomínio horizontal, citado no capítulo anterior. Feito isso, segue-se o raciocínio aplicado anteriormente para a formulação do fluxo de caixa do empreendimento. Por fim, nos capítulos cinco e seis são expostos, confrontados e debatidos os resultados obtidos no presente estudo. 18 2 REVISÃO TEÓRICA 2.1 O NEGÓCIO DA CONSTRUÇÃO IMOBILIÁRIA HORIZONTAL Diversos autores já dissertaram sobre a definição do termo condomínio fechado, gated communities na língua inglesa. Existe uma discussão de cunho jurídico acerca dos termos loteamento fechado e condomínio, que serão abordadas a seguir por servir de auxílio na definição e compreensão do termo atualmente empregado – condomínio fechado. De acordo com Souza (2003), o termo condomínio fechado é redundante. Segundo a Lei Federal nº 4.591/6 (que dispõe sobre o condomínio em edificações e incorporações), um condomínio é uma figura jurídica de Direito privado, assim sendo, tem seu limite e espacialidade decididos e regulados na esfera e no domínio privado. Em termos legais, é um espaço de uso privativo e restrito de seus condôminos (SOUZA, 2003 p. 4) e pressupõe que cada condômino é proprietário na proporção de suas frações ideais das áreas de uso comum. Souza (2003) ainda pontua que não existe a figura jurídica do chamado loteamento fechado. O loteamento representa a divisão do solo em lotes, com aberturas de logradouros e vias públicas, além de ser regulamentado pela Lei Federal nº 6.766/79 (que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, modificada parcialmente pela Lei Federal 9.785/99). Está implícito nessa legislação que 35% da área do loteamento será de domínio público. Em outras palavras, a acessibilidade não pode ser restrita a seus moradores, o que representa um erro no termo loteamento fechado. Em suma, a diferença entre loteamento e condomínio é que no condomínio as áreas comuns são de domínio privado, enquanto que no loteamento as áreas comuns são de domínio público, ou seja, propriedade da municipalidade. Assim sendo, uma definição plausível para condomínios fechados é: Conjunto de moradias, sob forma de edifícios de apartamentos ou residências unifamiliares, podendo ou não haver comércio e serviços, de uso privado e restrito de seus condôminos. Além disso, a presença de barreiras físicas que os circundam é comum a todas as habitações deste tipo, assim como acesso único e restrito. 19 Ao analisar as características físicas dos condomínios fechados é possível classificá- los, em termos gerais, em dois grandes grupos, de acordo com tipo de uso: de uso misto (residências, serviços e comércio) e exclusivamente residencial. Já no âmbito arquitetônico, pode-se classificá-los em: verticais (presença de edifícios de apartamento), horizontais (apenas habitações unifamiliares) e mistos (edifícios de apartamento e habitações unifamiliares). E, analisando-se a extensão do solo que ocupam, pode-se classificar os condomínios fechados em: grande porte (ocupando mais de dois quarteirões – com 100 habitações ou mais), médio (ocupando um quarteirão inteiro ou parcialmente) e pequeno (ocupando parcialmente um quarteirão, com poucas habitações – por volta de 5 a 15). Outro aspecto que caracteriza e diferencia os condomínios fechados, e é extremamente relevante ao impacto causado ao espaço urbano, é o tipo de barreira física que os envolvem. Estas podem ser funcionais e visuais (muros) ou apenas visuais (grades e cercas). A magnitude do impacto depende do tipo do condomínio fechado. Pode ser de maior escala, atingindo, por exemplo, uma cidade ou região, ou de menor escala, atingindo um bairro. Os condomínios fechados de uso misto, os megacondomínios, causam, em geral, impactos de maior amplitude, tendo em vista a extensão de terra que ocupam e independência da cidade, já que possuem comércio e serviços em seu interior. Por sua vez, os condomínios horizontais fechados de uso exclusivamente residencial tendem a causar impactos menores, uma vez que a relação com a cidade se faz necessária, tendo em vista a dependência do comércio e serviços. 2.2 O NASCIMENTO E CRESCIMENTO DOS CONDOMÍNIOS FECHADOS Os condomínios fechados, conforme definidos no tópico anterior, surgiram nos Estados Unidos em meados de 1950, quando os cidadãos começaram a adquirir imóveis nos arredores das cidades, como segunda residência, os cercando posteriormente (TRAMONTANO e PEREIRA, 1999; BLAKELY e SNYDER, 1997). Entretanto, em 1885, surgiu uma das primeiras comunidades construídas atrás das grades com características dos condomínios fechados atuais, foi a Tuxedo Park, em Nova York. Na mesma época, eram construídas mansões para ricos e, St. Louis, com ruas privadas e gradeadas. Essas 20 comunidades continuaram raras e construídas apenas para classes altas até meados de 1960 e 1970, tornando-se uma grande tendência na década de 80 (BLAKELY e SNYDER, 1998). Segundo Blakely e Snyder (1998), no ano de 1997 cerca de 9 milhões de norte- americanos já moravam em aproximadamente 3 milhões de casas em 20.000 condomínios fechados. De acordo com o CAI (Community Association Institute), em 1998 já existiam por volta de 42.000 nos Estados Unidos, abrigando em média 2,5 milhões de famílias. No ano de 2001, o New Home Buyers Guide aponta que condomínios fechados representavam cerca de 12% de todo o mercado residencial da Califórnia, 21% do mercado de Orange, 31% do de San Fernando Valley e algo em torno de 50% das áres de resorts de férias de Palm Springs (GOIX, 2003). Em 2002, 47 milhões de norte-americanos moravam em cerca de 231.000 condomínios fechados, significando que um a cada seis americanos vivia atrás de muros (MOOBELA, 2003). Na Europa, os primeiros condomínios fechados surgiram por volta de 1980, na costa oeste francesa e espanhola, apresentados como uma segunda residência; e, posteriormente foram sendo construídos nos demais países. Ao decorrer da década de 90 diversos empreendimentos deste tipo começarama aparecer na grande Lisboa e em Madri. Atkinson e Flint (2003) apontaram a existência de cerca de mil condomínios fechados espalhados pela Inglaterra no início dos anos 2000. Charmes (2003) destaca o aparecimento expressivo de condomínios fechados nas zonas periféricas de Paris; assim como Dundar (2003) e Aalbers (2003) atestam sua existência e crescimento pela Turquia e Holanda, respectivamente. Na Arábia Saudita, de acordo com Glasze e Alkhayyal (2002), entre os anos de 1930 e 1980, quando existiu uma grande imigração de estrangeiros, houve uma predisposição a se derrubar grades e muros e se construir cidades democráticas, tais quais as da Europa. Entretanto, em meados de 1980, vilas muradas construídas por famílias voltaram a aparecer, fenômeno que cresceu e se firmou na década de 90. No ano de 2000, 10% do total de residências existentes em Riyaldh (aproximadamente 45.000 unidades), e 1% das residências do Líbano, estavam localizadas em áreas pertencentes a condomínios fechados (GLASZE e ALKHAYYAL, 2002). Na China, Giroir (2003) e Wu (2003) discorreram sobre a transformação da economia na década de 80 e o nascimento e crescimento dos condomínios fechados. Dixon (2003) aponta que condomínios fechados são encontrados em número expressivo na Nova Zelândia. 21 Assim como Grant (2003) afirma que no Canadá os condomínios fechados são incomuns, porem já existiam cerca de 241 no ano de 2003. No Brasil e em toda a América Latina, os condomínios fechados surgiram, em sua grande maioria, na década de 1970, com um aumento gradativo das construções, até estarem consolidados até estarem consolidados na década de 90. Este fenômeno imobiliário é relatado por Thuillier (2003) e Coy e Pöhler (2002) – Argentina; Giglia (2003) e Salgado (2000) – Brasil. No ano de 2000, a Argentina possuía cerca de 360 a 400 condomínios fechados (COY, 2002), ocupando uma área de 300 km², com cerca de 50.000 residentes. A cidade de Buenos Aires, por exemplo, ocupa uma área de 200 km². Um estudo conduzido em 2002 pela Amaral d’Avila Engenheria de Avaliações, revelou que 4 milhões de pessoas no Brasil viviam em condomínios fechados, ou seja, 2,5% da população total (ZAKABI, 2002). Fotografia 1 – Alphaville Piracicaba. Fonte: Clube Alphaville (2021). 22 Fotografia 2 – Condomínio Residencial Monte Carlo. FONTE: O Autor. 2.3 O NEGÓCIO DA CONSTRUÇÃO IMOBILIÁRIA VERTICAL Segundo Mendes (2009), os edifícios verticais e os arranha-céus passaram a ser construídos, no final do século XIX, nos Estados Unidos, contemporaneamente à criação da Escola de Chicago, as tecnologias do elevador, assim como das estruturas de aço e de concreto armado. Atualmente, a Ásia se configura como o continente com o maior número de arranha-céus no mundo, com 62% do total mundial. Entre estes, o Burj Kkalifa, localizado na cidade Dubai, é o maior do mundo, contando com uma estrutura de 828 metros, composta por 160 andares (EMPORIS, 2016). Pode-se dizer que o processo de verticalização das cidades brasileiras inicia-se em São Paulo, na década de 1910, e Rio de Janeiro, na década de 1920 para então expandir-se para as demais grandes e médias cidades do país. Segundo Ramires (1997), essa forma espacial, que começa no Brasil a partir do início do século XX, coloca o país num lugar de destaque no cenário internacional. No Rio Grande do Norte, a verticalização teve início na cidade de Natal-RN, a década de 1930 (COSTA, 2000). Atualmente, a verticalização ocorre numa velocidade intensa nas cidades de Natal e Parnamirim, de forma moderada na cidade de Mossoró-RN, e de forma incipiente na cidade de Caicó-RN (COSTA,2016). 23 Fotografia 3- Edifício Copan. FONTE: Tanaka (2009). 2.4 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS O objetivo de uma análise de viabilidade econômico-financeira é avaliar as opções, para assim auxiliar o processo de decisão do investidor. Investimentos estes que podem ser oriundos de investidores particulares, empresas privadas ou setor público. Em qualquer uma das situações, é imprescindível uma análise rigorosa de todos os ingressos e desembolsos de recursos envolvidos, durante um determinado período de tempo, que varia a depender do caso estudado. Segundo Lima Junior (1993), na análise de investimentos, é analisado primordialmente o âmbito financeiro e econômico, a fim de determinar o comportamento do empreendimento que, para oferecer retorno e resultado, demandam certa massa de investimentos para a produção de bens a serem comercializados. Ainda de acordo com o autor, a terminologia “análise de investimentos” diz respeito ao estudo do comportamento do empreendimento naquilo que é próprio dele e que o fará mais ou menos atraente através da análise de indicadores econômicos que lhe são intrínsecos. Lima Junior (1998) aponta que para que a análise de investimentos seja eficiente, estes indicadores devem permitir comparações com alternativas disponíveis quanto a sua condição 24 financeira. Dessa forma, serão analisadas a exigência de investimentos e a capacidade de retorná-los para o investidor, assim como o desempenho econômico, representado pela eficiência em remunerar os capitais investidos e gerar retornos, e a segurança, mensurável pela condição de garantir os investimentos que absorve. Para Costa Neto, Júnior e Amorim (2003), devido ao longo tempo transcorrido entre o momento da decisão até a conclusão do empreendimento, e pelo grande número de variáveis envolvidas na análise, é de extrema importância analisar friamente a viabilidade econômica e financeira do investimento, fazendo uso das técnicas gerais de engenharia econômica, acrescidas das peculiaridades do mercado imobiliário. Ao analisar os investimentos imobiliários deve-se partir de uma perspectiva de negócio, ou seja, a criação e disponibilização de um produto com o objetivo de alcançar lucro econômico. Dito isso, fica evidente a necessária vinculação entre a decisão de investir e a geração de valor, dentro das estratégias usadas pelo investidor. Porter (2000) aponta que uma boa estratégia tem como ponto de partida o objetivo de obter retorno sobre os investimentos em longo prazo. A literatura sobre análise de investimento é bastante extensa. Expressiva parcela dos trabalhos aborda sistemáticas de análise com a com a utilização de métodos que avaliam os Fluxos de Caixa Descontados (FCD), como o método do Valor Presente Líquido (VPL) e o método da Taxa Interna de Retorno (TIR). Santos (2001) afirma que os métodos mais aceitos e conhecidos para a decisão de investimento são os chamados métodos de Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que consideram o valor do dinheiro no tempo e os fluxos de caixa associados a um projeto ao longo de toda a sua vida útil. Os métodos de FCD mais frequentemente encontrados na literatura financeira são o da Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Valor Presente Líquido (VPL). A maioria dos autores dos livros-textos de finanças recomendam o VPL como sendo o método maios adequado à seleção de projetos de investimentos. A principal ideia do método do fluxo de caixa descontado é a utilização do conceito de valor do dinheiro no tempo. De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2011), a aplicação deste conceito configura um dos mais importantes pilares das finanças empresariais. Os autores também colocam que a abordagem do Valor Presente Líquido (VPL) é a técnica mais indicada. 25 2.4.1 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é uma informação financeira crucial para qualquer análise de viabilidade econômica, uma vez que a maior parte das técnicas da Engenharia Econômica faz uso desta demonstração contábil para a obtenção de seus resultados. Em suma, o fluxo de caixa pode ser definido como a diferença entre as entradas e saídas de dinheiro, projetadas em um intervalo de tempo. É provavelmenteum dos fatores mais importantes para a boa qualidade do estudo (GITMAN, 2004). Ainda de acordo com o autor, existem três componentes básicos que caracterizam o fluxo de caixa: a. Investimento inicial; b. Entradas e saídas de caixa operacionais; c. Fluxo de caixa terminal. Figura 1- Diagrama de Fluxo de Caixa. FONTE: adaptado de CASAROTTO FILHO; KOPITTKE; 2010, p.6. 2.4.2 Recuperação do capital (Payback) 26 O período de payback determina o tempo que o investidor recuperará o capital que foi investido. Em outras palavras, payback é o período que o fluxo de caixa gerado pelo investimento se iguala ao dinheiro investido no projeto (CRUNDWELL, 2008). Uma opção de investimento torna-se mais interessante à medida que suas entradas líquidas de caixa anuais permitirem a recuperação do capital inicialmente investido. Assim como, de uma forma geral, quanto maior for o prazo de retorno para quitar um investimento inicial, menos interessante ele se torna para o investidor. A NBR 14653-4 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), define o payback como sendo o período no qual os resultados líquidos acumulados da operação do empreendimento equivalem aos investimentos. Casarotto Filho e Kopittke (2010) argumentam que este método não leva em conta a vida útil do investimento, e tem sua aplicação dificultada ao se deparar com projetos com investimentos iniciais diferentes, que precisam ser comparados. Crundwell (2008) aponta que o período de payback não fornece um critério de decisão para o investidor. Um payback de 3 anos, por exemplo, não nos fornece informação suficiente para decidir se o investimento em questão é bom ou ruim. 2.4.3 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) Ao analisar uma proposta de investimento, deve-se considerar o fato de estar perdendo a oportunidade de registrar retornos com a aplicação do mesmo capital em outros projetos. Para que a nova proposta possa ser considerada atrativa, esta deve render, no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Casarotto Filho e Kopittke (2008) definem assim a taxa mínima de atratividade. De acordo com o mesmo autor, a TMA é o valor que deve ser superado pelo investimento para que este se apresente vantajoso para o investidor. Caso esta taxa seja superestimada, projetos que seriam rentáveis talvez sejam descartados. Da mesma forma, se a taxa for subestimada, projetos deficitários se mostrarão como investimentos com alto potencial de retorno. 27 Segundo a NBR 14653-4 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), a TMA é a taxa de desconto do fluxo de caixa compatível com a natureza e características do empreendimento, assim como com a expectativa mínima de emulação do empreendedor, em face de suas carteiras de ativos. 2.4.4. Valor Presente Líquido (VPL) Casarotto Filho e Kopittke (2008) descrevem o VPL, algebricamente, como o somatório dos fluxos de caixa descontados do projeto em análise. Uma vez que é necessário considerar o valor do dinheiro no tempo, é um equívoco somar diretamente os fluxos de caixa envolvidos sem ajustá-los a uma taxa de desconto. Em outras palavras, o Valor Presente Líquido de um investimento é igual à diferença entre o valor presente das entradas líquidas de caixa associadas ao projeto e o investimento inicial necessário, com o desconto dos fluxos de caixa feito a uma taxa definida pelos investidores, ou seja, sua TMA (GALESNE;FENTERSEIFER;LAMB, 1999, p.39). O Valor Presente Líquido (VPL) é definido através fórmula 1: VPL = ∑ FCt (1 + i)t n t=0 − FCo (1) Sendo: FCt = Fluxo de caixa no período t; FC0 = Investimento inicial de um projeto; n = número de períodos envolvidos na projeção; i = Taxa mínima requerida pela empresa para realizar o investimento (TMA); t [0 ; n] = Período de abrangência do projeto. Crundwell (2008) afirma que as vantagens de usar o indicador VPL são: a. É uma medida absoluta de valor gerado. O VPL de um projeto é o valor que o projeto irá adicionar ao valor da empresa. b. Leva em conta o valor do dinheiro no tempo. 28 c. É direto e fácil de interpretar. É o valor líquido do projeto na data presente, e presenta o quanto de valor será adicionado à empresa. d. O VPL pode ser somado. Logo, o valor de dois projetos é igual a soma dos seus respectivos VPL. e. O VPL é uma propriedade do projeto em questão, e não do seu dono. Isso significa que um VPL de um projeto pode ser comparado com o de outro, mesmo que os projetos pertençam a empresas diferentes. f. O uso do VPL como um acessório de tomada de decisão é claro e direto. Se o VPL de um projeto é menor que zero, o valor dos recursos que o projeto requer é maior que o valor dos benefícios que irá criar. O autor também ressalta que quanto maior for o resultado encontrado no cálculo do Valor Presente Líquido, melhor é considerado do projeto em questão. Todavia, é importante ressaltar que ao comparar projetos, é importante atentar para o tempo de duração. Alternativas com tempo de execução diferentes não podem ser comparadas utilizando somente este indicador. Um projeto de longa duração com alto VPL talvez não seja tão vantajoso quando uma série de projetos com menor tempo de execução e valores menores de VPL. Motta e Calôba (2011) complementam que ao utilizar o indicador para comparar projetos de horizontes diferentes, o método distorce o resultado, podendo levar a análises errôneas. Nestas situações, deve-se adaptar o VPL de maneira a analisar seu equivalente anual. 2.4.5. Taxa Interna de Retorno (TIR) Crundwell (2008) define a Taxa Interna de Retorno (TIR) como o valor da taxa de desconto que iguala o Valor Presente Líquido (VPL) a zero. O mesmo autor define que para obter este valor (em % ao ano, ou % ao mês), é utilizada a fórmula 2 ∑ 𝐹𝐶𝑡 (1 + 𝑖)𝑡 𝑛 𝑡=0 = 0 (2) 29 Sendo: i = taxa interna de retorno (TIR) FCt = Fluxo de caixa no período t = [0; n] A TIR é a taxa de desconto que iguala o VPL de uma oportunidade de investimento à zero. Além disso, pode ser interpretada como a taxa composta de retorno anual que a empresa obteria se concretizasse o projeto e recebesse as entradas de caixa previstas (GITMAN, 2010). Em outras palavras, a TIR que se obtém de um investimento, oriunda da análise de um fluxo de caixa projetado, nada mais é que a taxa de juros que torna nula a diferença entre as receitas e as despesas. Assim sendo, a tomada de decisão de investimento com base na TIR adota critérios que aceitam um projeto de investimento quando tal superar o custo de oportunidade do capital obtido no referido projeto. Lima Junior (1998) afirma que a Taxa Interna de Retorno apresenta certas vantagens e é considerado um indicador de rentabilidade aplicado em larga escala nos demais tipos de análises de investimentos. Todavia, ainda segundo o autor, o conceito de TIR oferece uma imagem insegura para o empreendimento, uma vez que a probabilidade de um empreendedor de fato alcançá-la é extremamente baixa. 2.4.6. VPL versus TIR Segundo Crundwell (2008), há uma discussão sobre qual melhor método a adotar, a TIR ou o VPL. Crundwell cita estudo de Graham e Harvey (2001) de que cerca de 75% dos Diretores Financeiros pesquisados disseram usar VPL e TIR para decisão de projetos. Contudo, na literatura acadêmica é amplamente favorável ao VPL em vez da TIR. Crundwell (2008) aponta que o VPL é o melhor método de decisão pois ele ao final mede um valor presente, enquanto a TIR produz um valor relativo. Ou seja, um projeto A de maior VPL pode ter menor TIR que um projeto B cujo investimento seja menor. O autor conclui que entre VPL e TIR, o VPL é o método que mede o maior valor para o acionista (ou investidor). Um exemplo apresentado por Crundwell (2008) ilustra a comparação dos dois métodos. 30 Considera-seaqui o fluxo de caixa de dois projetos hipotéticos: o projeto A e o projeto B, representados na tabela abaixo: Quadro 1 – Fluxo de Caixa de dois projetos. Ano Projeto A Projeto B 0 -R$ 17.500,00 -R$ 17.500,00 1 R$ 20.000,00 R$ - 2 R$ 5.000,00 R$ 28.000,00 FONTE: Adaptado de Crundwell, 2008, p.191 Assume-se uma taxa mínima de atratividade de 10% ao ano. Em posse dessas informações, é possível calcular o VPL, TIR e payback de ambos os projetos. Quadro 2- Cálculo do Lucro Nominal, VPL e TIR. Ano Projeto A Projeto B Fator de desconto VP (A) VP (B) 0 -R$ 17.500,00 -R$ 17.500,00 1 -R$ 17.500,00 -R$ 17.500,00 1 R$ 20.000,00 R$ - 0,909 R$ 18.180,00 R$ - 2 R$ 5.000,00 R$ 28.000,00 0,826 R$ 4.130,00 R$ 23.128,00 LUCRO NOMINAL R$ 7.500,00 R$ 10.500,00 VPL R$ 4.814,00 R$ 5.640,00 TIR 35,39% 26,49% FONTE: Adaptado de Crundwell, 2008, p.192 Aplicando-se interpolação linear, é possível determinar o tempo necessário para cada investimento se pagar, ou seja, seu período de payback. a. Caso A = 0,875 anos b. Caso B = 1,625 anos Nota-se que o investimento B possuí um maior VPL, ou seja, mais valor monetário é gerado para o investidor, apesar do investimento A possuir uma TIR superior. Porém, o investimento A retorna o capital investido mais rapidamente, o que abre margem para a interpretação que este pode ser o investimento mais vantajoso, uma vez que com o dinheiro recuperado mais rapidamente, este capital poderia ser usado em outros projetos. Apesar do Caso B possuir um maior payback, os fluxos de caixa de ambos os casos podem ser igualados ao se considerar um empréstimo feito no caso B, com uma taxa de juros aplicada equivalente à Taxa Mínima de Atratividade previamente estabelecida. No ano 2, o empréstimo, com os juros aplicado, precisa ser reposto. O quadro abaixo exemplifica o raciocínio. 31 Quadro 3- Fluxo de Caixa Ajustado. Ano Fluxo de caixa ajustado Explicação 0 -17500 Investimento 1 20000 Empréstimo 2 6000 Ganhos subtraídos da reposição do empréstimo = 28000 - 20000 - 0,1*(20000) VPL 5640 TIR 39,96% FONTE: Adaptado de Crundwell, 2008, p.193 Crundwell (2008) afirma que o VPL é o método preferido em todos os casos. É o método que mensura quanto de valor foi gerado de fato para o investidor. É o mais fácil de ser interpretado, possui a menor quantidade de desvantagens e envolve a menor quantidade de suposições, o que não é verdade para outros métodos, que a depender da situação onde forem empregados, podem facilmente ser aplicados erroneamente. 32 3 METODOLOGIA A primeira parte do presente estudo se baseou na realização de uma pesquisa bibliográfica. De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos. Como resultado inicial, foi possível ter a compreensão da história do surgimento dos condomínios verticais e horizontais, assim como o entendimento dos conceitos da engenharia econômica. Em seguida, foram realizadas entrevistas com pessoas a frente de uma tradicional construtora que atua em Natal/RN, com um vasto portfólio de obras executadas nos últimos 20 anos. Os entrevistados forneceram informações sobre o custo e planejamento da construção de um condomínio horizontal, que será abordado no próximo tópico. Em posse dessas informações, foi possível montar o fluxo de caixa do empreendimento e aplicar os conceitos da Engenharia Econômica. É importante ressaltar que a simulação da venda dos lotes deste condomínio foi iniciada no início do projeto, ou seja, do mês zero. Posteriormente, foi realizada a simulação da construção de um condomínio vertical, com os mesmos recursos que serão necessários para viabilizar a construção do condomínio horizontal citado anteriormente. Para tal, foram consultados dados oferecidos pelo SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil). Em posse dessas informações, foi possível montar o fluxo de caixa do empreendimento e aplicar os conceitos da Engenharia Econômica. É importante ressaltar que a simulação da venda dos lotes deste condomínio foi iniciada no início do projeto, ou seja, do mês zero. Por fim, após montado o fluxo de caixa e aplicar conceitos da Engenharia Econômica em ambos os empreendimentos, os dados obtidos foram confrontados. Como resultado, obteve-se informações que dão suporte ao empreendedor no processo de tomada de decisão. 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 CONDOMÍNIO HORIZONTAL – CASO A Para a elaboração deste tópico, inicialmente foram realizadas entrevistas com diretores de uma construtora que atua em Natal/RN a mais de 20 anos. Com um vasto portfólio de empreendimentos lançados na cidade, a empresa se prepara para o lançamento de um novo empreendimento. Figura 2 – Planta de implantação Caso A. FONTE: O Autor. 34 O condomínio, localizado em Nova Parnamirim, abrigará 320 lotes, com área média de 240 m² cada, totalizando 76800 m² de área privada a ser comercializada. O terreno em questão foi permutado com o proprietário, que terá 36% dos lotes ao fim da construção do condomínio, ou seja, 115 lotes. Dessa forma, restará a empresa a posse de 205 lotes. Por meio de pesquisas de mercado e dados históricos, uma vez que a empresa já realizou empreendimentos similares a este, na mesma região, chegou-se a preço médio de venda do metro quadrado, R$ 720,00 (Setecentos e vinte reais). Com este parâmetro estabelecido, é possível determinar o valor médio de venda do lote, R$ 172.800,00 (Cento e setenta e dois mil e oitocentos reais). Ao multiplicar o valor do lote pelos lotes em posse da empresa, chega-se a sua receita bruta de vendas, ou VGV (Valor Geral de Vendas), R$ 35.424.000 (Trinta e cinco milhões e quatrocentos e vinte e quatro mil reais). Considera-se que a construtora atua sob o regime do lucro presumido, que é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real, os impostos foram deduzidos a partir do fluxo de caixa consolidado. Uma vez que a empresa venha a apurar um lucro presumido superior a R$ 60.000,00, no trimestre, deve ainda ser calculado o valor do adicional de Imposto de Renda, aplicando-se a alíquota de 10% sobre o excesso. As alíquotas incidentes sobre a receita bruta, assim como a base de cálculo utilizada, foram às definidas por força de lei, ou seja: PIS, COFINS, CSLL e IRPJ. Tanto a CSLL como o IRPJ, e eventual adicional, devem ser pagos trimestralmente, enquanto o PIS e o COFINS têm vencimento mensal. Somados, o PIS (0,65%) e COFINS (3,00%) totalizam 3,65% sobre a receita bruta ou, no caso deste estudo, o VGV. Para o cálculo do Imposto de Renda (IRPJ), a base de cálculo utilizada foi de 8%, alíquota de 15% com o adicional de 10% sobre o excesso. Para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), considerou-se a base de cálculo em 12% com alíquota de 9%. O valor necessário de mão de obra e materiais para viabilizar a construção do condomínio foi fornecido pela diretoria da empresa. Com valores de agosto de 2021, são necessários R$ 15.000.000,00 (Quinze milhões de reais) para construção do condomínio horizontal em questão. Demais custos, como publicidade e gestão de projetos, foram estimados com base em dados históricos de empreendimentos anteriores. 35 O tempo de implantação do empreendimento foi determinado pela empresa. Os 7 meses iniciais serão destinados ao lançamento do condomínio e ao início das vendas dos lotes. Supôs-se aqui que os futuros condôminos irão adquirir os lotes por meio de financiamento pela CAIXA, assim sendo, serão pagos à vista para a construtora. O tempo necessáriopara executar a infraestrutura foi estimado em 36 meses, totalizando 43 meses do início ao fim do projeto. Por fim, foi estimada a velocidade de vendas dos lotes, que é diretamente proporcional a quantidade de lotes disponíveis, com base nos dados históricos da empresa. A Taxa Mínima de Atratividade foi definida como 10% ao ano, ou 0,83% ao mês. Além disso, foi considerado que o custo necessário para a execução da infraestrutura é distribuído igualmente ao longo dos 36 meses, o que na prática não acontece, porém, é uma simplificação válida para o corrente trabalho e não compromete a validade dos resultados obtidos. Dito isso, as figuras abaixo mostram o fluxo de caixa livre deste empreendimento. Tabela 1 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. 36 Tabela 2 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. Tabela 3 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. 37 Tabela 4 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. Tabela 5 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. 38 Tabela 6 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. Tabela 7 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. 39 Tabela 8 - Fluxo de caixa livre do Caso A. FONTE: O Autor. Quadro 4 - Quadro Resumo do Caso A. QUADRO RESUMO - CASO A VGV R$ 34.419.144,95 LUCRO OPERACIONAL R$ 13.374.429,19 VPL R$ 13.171.638,39 FONTE: O Autor. 4.2 CONDOMÍNIO VERTICAL – CASO B O objetivo deste tópico é simular a construção de um condomínio vertical, com os mesmos recursos usados para viabilizar a construção do condomínio horizontal citado no capítulo anterior. Para tal, foram consultados dados do CUB (Custo Unitário Básico de Construção) de julho/2021, assim como corretores e construtoras, para se chegar ao preço médio de venda. A simulação da construção do condomínio vertical foi feita no bairro Tirol. O terreno, de aproximadamente 2400 m² está representado na figura abaixo. É valido ressaltar aqui que o 40 empreendimento em questão está planejado para ser realizado no terreno destacado. Porém, todas as suposições feitas aqui quanto à área construída e custo total da obra, foram feitas pelo autor. Figura 3 - Render do Caso B. FONTE: O Autor. 41 Figura 4 - Terreno do Caso B. FONTE: Google Earth (2021) O CUB referente a julho de 2021, aponta um custo de R$ 2.026,32/m² (Dois mil, vinte e seis reais e trinta e dois centavos) para a execução de prédios residenciais de alto padrão de 16 ou mais andares. O investimento necessário para a construção do condomínio horizontal citado no tópico anterior é de R$ 15.000.000,00 (Quinze milhões de reais), com cotação de material e mão de obra referentes ao mês de julho de 2021. Ou seja, um prédio de 7402,58 m² de área construída, baseado no valor do CUB de julho de 2021, necessitaria do mesmo investimento de quinze milhões de reais. O Plano Diretor, vigente em agosto de 2021, em Natal/RN, permite um coeficiente de aproveitamento máximo de 3,5 no bairro do Tirol. O coeficiente adotado na concepção deste condomínio horizontal é de 3,08. 42 Quadro 5 - Coeficientes máximos de aproveitamento por bairro. FONTE: Plano Diretor de Natal (2007) O prédio será composto por: a. 18 pavimentos tipo; b. 2 apartamentos por andar; c. 2 garagens subterrâneas. Cada pavimento tipo terá uma área de 370,13 m², sendo 15% (55,52 m²) de área comum, e 314,61 m² de área privativa, o que resulta numa área de 157,30 m² por apartamento. Uma vez que o prédio abrigará dois apartamentos por andar, chega-se a um total de 36 unidades. 43 Entrevistas com corretores de imóveis foram feitas, assim como uma pesquisa de mercado nos seguintes empreendimentos: a. Francisco Cabral – Construtora Constel b. Manhattan Residence – Construtora Constel c. Origami – Construfit Em posse dessas informações, chegou-se ao preço médio de venda do metro quadrado na região de R$ 7100,00 (Sete mil e cem reais), tratando-se de imóveis vendidos antes de sua conclusão. Consequentemente, o preço de venda do imóvel foi estimado em R$ 1.116.830 (Um milhão, cento e dezesseis mil e oitocentos e trinta reais). A velocidade de vendas e período de construção foram estimados com base nos dados históricos da empresa responsável pela construção do condomínio horizontal, que possui condomínios verticais em seu portfólio de obras. É importante ressaltar aqui que, por possuir um menor número de unidades, comparado com o caso anterior, foi possível vender o imóvel por completo antes da obra ser finalizada. Por fim, a aquisição do terreno foi feita por permuta, onde o proprietário irá receber 15% das unidades do condomínio. O regime tributário aqui considerado foi o mesmo do capítulo anterior, lucro presumido. O fluxo de caixa do empreendimento é demonstrado abaixo: Tabela 9 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. 44 Tabela 10 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. Tabela 11 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. 45 Tabela 12 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. Tabela 13 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. 46 Tabela 14 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. Tabela 15 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. 47 Tabela 16 - Fluxo de Caixa Livre do Caso B. FONTE: O Autor. Quadro 6 - Quadro Resumo do Caso B. VGV R$ 34.621.730,00 LUCRO OPERACIONAL R$ 13.595.105,40 VPL R$ 12.943.585,33 FONTE: O Autor. 4.3 ANÁLISE COMPARATIVA Para comparar a viabilidade econômica de ambos empreendimentos propostos no corrente trabalho, foi realizado o cálculo do VPL, assim como elaborado um gráfico para facilitar o processo de comparação. Dito isso, o quadro abaixo demonstra os resultados obtidos ao aplicar o indicador VPL, nos empreendimentos apresentados nos capítulos 4 e 5 deste trabalho. 48 Quadro 7 - Comparativo de VPL entre o Caso A e o Caso B. VPL CONDOMÍNIO HORIZONTAL - CASO A CONDOMÍNIO VERTICAL - CASO B R$ 13.171.638,39 R$ 12.943.585,33 FONTE: O Autor. O gráfico abaixo ilustra visualmente a diferença entre os resultados demonstrados. Gráfico 1 - Comparativo de VPL entre o Caso A e o Caso B. FONTE: O Autor. O que pode ser observado é tanto a construção do condomínio horizontal como o do vertical são opções de negócio lucrativas. Os resultados obtidos são bem próximos, o que indica que outros aspectos devem ser observados para dar suporte ao processo de tomada de decisão. R$13.171.638,39 R$12.943.585,33 R$1.298.000,00 R$3.298.000,00 R$5.298.000,00 R$7.298.000,00 R$9.298.000,00 R$11.298.000,00 R$13.298.000,00 R$15.298.000,00 CASO A CASO B VPL CASO A CASO B 49 5 CONCLUSÕES 5.1 Sobre o objetivo do trabalho Esta pesquisa trouxe como problemática fazer um estudo comparado de análise de viabilidade financeira de condomínios horizontais e verticais. A partir do problema delineou- se como objetivo de a pesquisa desenvolver uma análise técnica que servisse de suporte para o indivíduo que desejasse empreender na construção civil. Para alcançar o objetivo deste trabalho, foi necessário conduzir entrevistas com profissionais presentes nesta área, o que permitiu recolher informações reais e fidedignas para embasar todos os cálculos aqui feitos. 5.2 Limitações É importante ressaltar que uma das limitações deste estudo é não considerar a valorização do imóvel no tempo. A qualidade percebida pelos clientes pode fazer com que o preço cobrado se eleve, aumentando a receita e, por consequência, alterando o fluxo de caixa. Outro aspecto que necessita ser levado em conta é a definiçãoda taxa mínima de atratividade, que foi considera 10% ao ano neste trabalho. Há de se considerar que este valor é subjetivo, e interfere diretamente nos resultados obtidos pelos princípios da Engenharia Econômica. Uma empresa pode, por exemplo, vislumbrar não obter ganhos econômico- financeiros no empreendimento analisado, com o objetivo inicial de entrar no mercado, vislumbrando ganhos em empreendimentos futuros, quando estiver com a marca estabelecida. No caso do empreendimento vertical, pela metodologia adotada de mesmo valor de investimento, não foi usado todo o potencial construtivo do terreno. Uma análise que simule o uso pleno do coeficiente de aproveitamento e diferentes coeficientes é uma perspectiva para um novo trabalho. Também, o fluxo de caixa foi estimado com base em comunicação com profissionais do mercado e não corresponde, necessariamente, ao melhor cronograma físico-financeiro possível, mas sim a uma prática comum adotada. 50 5.3 Sobre os Resultados Os resultados aqui obtidos demonstram que em ambos os casos, dado um mesmo investimento inicial, se mostram opções que irão gerar alto lucro. Fatores como a disponibilidade de materiais e relação com fornecedores locais, acordo de permuta com o proprietário do terreno ou o preço de aquisição deste, situação do mercado imobiliário local, conhecimento e domínio de métodos construtivos, posse de determinadas máquinas e equipamentos, vão influenciar diretamente na escolha do empreendedor entre construir um condomínio horizontal ou vertical. É possível afirmar que a condução de um estudo de viabilidade econômica é imprescindível para determinar se o empreendimento é ou não viável. Porém, no processo de tomada de decisão, este não pode ser o único fator a ser levado em conta. 51 REFERÊNCIAS AALBERS, Manuel B. The double function of the gate - Social inclusion and exclusion in gated communities and security zones. In: Conference Gated Communities: Building Social Division or Safer Communities? Glasgow: University of Glasgow, September 18- 19, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-4: avaliação de bens parte 4 – Empreendimentos. Rio de Janeiro, 2002 ATKINSON, Rowland; FLINT, John. Fortress UK? Gated communities, the spatial revolt of the elites and time-space trajectories of segregation. In: Conference Gated Communities: Building Social Division or Safer Communities? Glasgow, University of Glasgow, September 18-19, 2003. BLAKELY, Edward J, SNYDER, Mary Gail. Fortress America: Gated Communities in the United Stated. Washigton, D.C/Cambridhe, Mass.: Bookings Institutions Press/Lincoln Institute of Land Policy, 1997. CASAROTTO FILHO, N. 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