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Exploracaocomparacaopontos-Macedo-2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPLORAÇÃO E COMPARAÇÃO DE PONTOS DE CORTE PARA O 
RASTREIO DA SARCOPENIA EM IDOSOS COMUNITÁRIOS: 
RESULTADO DO ESTUDO PRO-EVA 
 
 
Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes Macêdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2023 
 
2 
 
 
SABRINA GABRIELLE GOMES FERNANDES MACÊDO 
 
 
 
 
EXPLORAÇÃO E COMPARAÇÃO DE PONTOS DE CORTE PARA O 
RASTREIO DA SARCOPENIA EM IDOSOS COMUNITÁRIOS: 
RESULTADO DO ESTUDO PRO-EVA 
 
 
 
 
 
 
 
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Fisioterapia pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como 
requisito para obtenção do título de doutora em 
fisioterapia. 
 
Linha de Pesquisa: Avaliação e Intervenção no 
processo de envelhecimento 
Orientador: Profº Drº Álvaro Campos Cavalcanti 
Maciel 
 
 
 
 
Natal/RN 
2023 
 
 
3 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
EXPLORAÇÃO E COMPARAÇÃO DE PONTOS DE CORTE PARA O 
RASTREIO DA SARCOPENIA EM IDOSOS COMUNITÁRIOS: 
RESULTADO DO ESTUDO PRO-EVA 
 
 
 
Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes Macêdo 
 
 
Banca examinadora: 
Professor Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel 
Presidente da banca – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
Professor Dr. Cristiano dos Santos Gomes 
Membro interno - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
Professora Dra Mayle Andrade Moreira 
Membro externo - Universidade Federal do Ceará (UFC) 
Professora Dra Juliana Fernandes de Souza Barbosa 
Membro externo - Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) 
Professora Dra Daniele Sirineu Pereira 
Membro externo - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 
 
 
Natal/RN 
2023 
 
4 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia: 
Profª Drª Vanessa Regiane Resqueti Fregonezi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes Macêdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2023 
 
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas – SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde – CCS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macêdo, Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes. 
 Exploração e comparação de pontos de corte para o rastreio da 
sarcopenia em idosos comunitários: resultado do estudo Pro-Eva / 
Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes Macêdo. - 2023. 
 186f.: il. 
 
 Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em 
Fisioterapia. Natal, RN, 2023. 
 Orientador: Álvaro Campos Cavalcanti Maciel. 
 
 
 1. Sarcopenia - Tese. 2. Envelhecimento - Tese. 3. Idosos 
Comunitários - Tese. 4. Valores de Referência - Tese. 5. Predição 
- Tese. 6. Antropometria - Tese. I. Maciel, Álvaro Campos 
Cavalcanti. II. Título. 
 
RN/UF/BS-CCS CDU 612.748.5 
 
 
 
 
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
“Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 
3:1). Essas palavras, o amor de Deus e a proteção de Santa Rita de Cássia o meu foram 
conformo nos momentos de dúvidas e sustento para chegar até aqui. Gratidão por todas as 
bençãos em minha vida. 
Agradeço imensamente a minha família, em especial aos meus pais, Gorete e Sandoval, 
por todo amor e dedicação ao longo dos anos. Se hoje estou aqui devo tudo a vocês, que são 
minhas referências como pessoa e minha inspiração diária. Não existem palavras suficientes 
para agradecê-los por tudo. Amo vocês. 
Obrigada ao meu esposo, Pedro Rafael, por ser meu melhor amigo, companheiro e 
maior incentivador. Agradeço por ser acolhimento e apoio nos momentos que preciso, por 
acreditar em mim mesmo quando eu quero desistir e por todo amor e felicidade que 
compartilhamos ao longo desses anos. Te amo. 
Durante a minha jornada nesses quatro anos, pude compartilhar meus dias com pessoas 
especiais, como Luiz Eduardo e Rafaella Gonçalves, nos quais agradeço primeiramente pelo 
acolhimento logo na chegada e por tornar esse processo ainda mais leve. À Rafaella, deixo um 
obrigada especial, por ter dividido comigo tantas tarefas e preocupações. Que bom que você 
estava aqui para ser minha dupla e minha amiga. 
Para além do título e aprendizado acadêmico, levo comigo uma amizade especial. 
Eujessika Rodrigues, ter você aqui fez tudo ficar mais fácil. Obrigada por ser minha companhia 
nos dias bons e ruins, por dividir comigo um lar e pelo laço que construímos. Agradeço por 
nossos caminhos terem se cruzado, mesmo diante de tantas estradas que você percorre, minha 
irmã. 
Aos amigos que me apoiam há anos, obrigada por entenderem minha ausência, em 
especial à Dayane Cassiano, minha amiga querida, que tem trazido graça aos meus dias e 
mesmo com a distância se faz presente como pode. 
A todos que fazem o Lab 07, obrigada pelo companheirismo e ensinamentos. Aos meus 
colegas de PRO-EVA e de orientação (Aline Mendes, Maria Antônia, Tainá Castro, Aline 
Loraine, Mariana Macêdo, Daniele Aires, Weslley Sales, Caroline Ramalho e Marcella 
 
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Pimentel) foi um prazer dividir com vocês as coletas, os projetos e os trabalhos. Muito sucesso 
a todos. 
Agradeço ao Professor Drº Ricardo Guerra, que com toda sua paciência, humildade e 
experiência contribuiu para a minha formação como pesquisadora, ter o seu auxílio nessa 
trajetória é uma honra. À Professora Dra Saionara Aires, obrigada por tanto, você foi 
imprescindível na minha trajetória e se hoje finalizo essa etapa, sua contribuição foi essencial. 
Ao meu orientador, Professor Drº Álvaro Maciel, agradeço a confiança, o suporte e a 
compreensão durante esses quatro anos. Mesmo com seu jeito objetivo, sempre se preocupou 
com os próximos passos que seriam dados, me abrindo portas e dando oportunidades para meu 
crescimento. Grata pelos ensinamentos, professor, espero que essa parceria dure por muitos 
anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
INTRODUÇÃO: O tecido muscular esquelético é um componente importante para o estudo 
da condição de saúde e do estado nutricional dos idosos tem uma grande importância para 
atividades como deambulação, mobilidade e independência funcional. Identificar a redução da 
força e da massa muscular esquelética (MME) são essenciais para o estabelecimento do 
diagnóstico da sarcopenia, portanto, suas medições necessitam serem viáveis para a pesquisa e 
a prática clínica, principalmente no que diz respeito aos locais de baixa renda e com poucos 
recursos tecnológicos, como é o caso da população menos favorecida residentes no nordeste 
brasileiro. Tendo em vista isso, faz-se necessário compreender o que existe na literatura a 
respeito dos valores de pontos de corte disponíveis e quais outras estratégias de avaliação 
podem ser utilizadas, levando em consideração as diferenças de composição corporal e de 
contexto em que a população idosa está inserida. 
OBJETIVOS: #Artigo 01: Relatar a experiência de implantação e desenvolvimento do Estudo 
Pro-Eva e apresentar seus resultados preliminares, quanto à aplicação da Caderneta de Saúde 
da Pessoa Idosa (CSPI); #Artigo 02: Analisar, através de uma Revisão Sistemática (RS), os 
diferentes valores de pontos para força de preensão palmar adotados para homens e mulheres 
no rastreio da sarcopenia;# Artigo 03: Desenvolver valores de pontos de corte para o rastreio 
da sarcopenia em idosos comunitários residentes no nordeste do Brasil e comparar a prevalência 
entre os valores definidos pelos consensos e os valores estabelecidos para a população estudada; 
#Artigo 04: Analisar a validade cruzada de cinco equações de predição para rastreio da MME 
em idosos comunitários. 
MÉTODOS: Essa tese compreende quatro artigos: O primeiro é um relato de experiência com 
dados preliminares de 996 idosos, avaliados através da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa 
(CSPI). O segundo artigo é RS que realizou um levantamento sobre os valores de corte para a 
força de preensão manual (FPM) usada no rastreio da sarcopenia, e tiveram como critérios de 
inclusão estudos observacionais publicados nos últimos 10 anos que utilizaram a dinamometria 
como forma de rastreio da baixa força muscular no diagnóstico da sarcopenia. O artigo 03 trata-
se de estudo transversal (N=1290 idosos) que desenvolveu valores de corte para as variáveis de 
FPM, MME, velocidade da marcha e desempenho físico utilizando o percentil 20. O quarto 
estudo é um metodológico (N=682) composto por idosos comunitários residentes do município 
de Parnamirim/Rio Grande do Norte, com idade igual ou superior a 60 anos, que foram 
avaliados quanto a sua MME utilizando a bioimpedância elétrica (BIA) e cinco equações de 
predição e em seguida, foi realizado os teste de validação cruzada (teste t-pareado, correlação 
 
9 
 
de Pearson (r) e regressão linear múltipla para calcular o erro padrão estimado (EPE) e 
coeficiente de determinação (R²)), em seguida, foi calculado a concordância entre as variáveis 
analisadas através do teste de Bland-Altman. Todos os estudos, com exceção da RS, foram 
aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(CEP/UFRN). 
RESULTADOS: No Artigo 01 foram avaliados 996 idosos, com média de idade de 70,3 anos, 
dentre eles, 61,3% eram mulheres. No que diz respeito à avaliação realizada pela CSPI pode-se 
destacar que condições crônicas como diabetes melitus (22,5%), hipertensão arterial (29,2%), 
acidente vascular cerebral (16,2%) e anemia (5,8%) foram as mais prevalentes. Na avaliação 
antropométrica, a média do índice de massa corporal (IMC) foi de 27,8 kg/m², refletindo a 
categoria sobrepeso e a prevalência de indivíduos com perímetro da panturrilha < 31 cm foi de 
27,9% (baixa massa muscular). Para o Artigo 02 (RS) foram identificados inicialmente 19.730 
referências, das quais 62 foram incluídas ao final. Todos os estudos analisados usaram 
algoritmos ou definições de sarcopenia já estabelecidos na literatura, dentre esses, 16 
desenvolveram valores específicos de pontos de corte levando em consideração a população 
estudada. No Artigo 03, os idosos apresentavam uma média de idade de 69,5 anos e 62,5% 
eram mulheres. Quanto aos valores de pontos de corte desenvolvidos, considerando a população 
local, observou-se os seguintes valores: Força de Preensão=25,3 kg para homens e 16 kg para 
mulheres; MME= 7,88 kg/m² e 5,52 kg/m², para homens e mulheres, respectivamente. Para a 
velocidade da marcha, encontrou-se o valor de 0,71 m/s para homens e 0,63 m/s para mulheres. 
No que diz respeito a análise de prevalência para ambos os sexos, foi observado uma redução 
dos valores quando adotados os algoritmos dos consensos FNIH e IWGS e utilizado os pontos 
de corte desenvolvidos para a presente população. No Artigo 04, a amostra foi composta por 
idosos com média de idade de 70,06 (±7,06) anos e em sua maioria por mulheres (60,7%). Ao 
comparar as médias da medida critério (BIA) (6,7±1,1) e as equações antropométricas, foi visto 
que a Equação de Baumgartner apresentou uma maior média (12,7± 1,4) e uma maior diferença 
em relação à medida critério (-6,06kg). Quanto a análise da validade-cruzada, apenas a Equação 
de Visvanhatan 02 atendeu aos critérios de validade propostos por Lohman (p-valor > 0,05, 
EPE = 0,602 e R²= 0,74), além de apresentar um menor viés (0,04) e um menor intervalo entre 
os limites de concordância, ao analisar os resultados de Bland-Altman, quando comparado a 
bioimpedância (BIA). CONCLUSÃO: Conclui-se que: 1. O artigo apresenta uma proposta 
para o manejo da CSPI, trazendo de forma inovadora informações que podem subsidiar 
iniciativas similares que busquem fortalecer o uso da caderneta em ambientes de atenção básica 
à saúde; 2. Há uma diversidade de valores de pontos de corte disponíveis na literatura para 
 
10 
 
definir a baixa força e baixa massa muscular, e essa heterogeneidade pode variar de acordo com 
o sexo e o local onde a população foi avaliada; 3. Os pontos de corte específicos para a 
população do nordeste brasileiros foram diferentes daqueles já estabelecidos na literatura, 
podendo influenciar assim na prevalência da sarcopenia, superestimando ou subestimando esse 
valor; 4. Apenas uma equação, que utiliza variáveis mais simples (sexo, peso e altura), mostrou 
uma boa validade quando comparado à medida-critério (BIA). 
 
Palavras-chave: Sarcopenia, envelhecimento, idosos comunitários, valores de referência, 
predição, antropometria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
ABSTRACT 
 
INTRODUCTION: Skeletal muscle tissue is an important component for the study of the 
health condition and nutritional status of the older people and is of great importance for 
activities such as walking, mobility and functional independence. Identifying the reduction in 
strength and skeletal muscle mass (SMM) are essential for establishing the diagnosis of 
sarcopenia, therefore, their measurements need to be feasible for research and clinical practice, 
especially regarding low-income and few technological resources, as is the case of the 
underprivileged population living in northeastern Brazil. In view of this, it is necessary to 
understand what exists in the literature regarding the available cutoff values and what other 
evaluation strategies can be used, considering the differences in body composition and context 
in which the older population it's inserted. 
OBJECTIVES: #Article 01: Report the experience of implementing and developing the Pro-
Eva Study and presenting its preliminary results, regarding the application of the Health 
Handbook for the Elderly (CSPI); #Article 02: To analyze, through a Systematic Review (SR), 
the different point values for handgrip strength (HGS) adopted for men and women in the 
screening of sarcopenia; #Article 03: Develop cut-off values for sarcopenia screening in 
community-dwelling older living in northeastern Brazil and compare the prevalence between 
the values defined by consensus and the values established for the studied population; #Article 
04: To analyze the cross-validity of five prediction equations for screening MME in older 
community-dwelling. 
METHODS: This thesis comprises four articles: The first is an experience report with 
preliminary data from 996 elderly people, evaluated through CSPI. The second article is RS, 
which carried out a survey on the cutoff values for handgrip strength (HGS) used in sarcopenia 
screening and had as inclusion criteria observational studies published in the last 10 years that 
used dynamometry as a screening method of low muscle strength in the diagnosis of sarcopenia. 
Article 03 is a cross-sectional study (N=1290) that developed cutoff values for the variables 
HGS, SMM, gait speed and physical performance using the 20th percentile. The fourth study 
is a methodological one (N=682) composed of older community-dwelling.in the city of 
Parnamirim/Rio Grande do Norte, aged 60 years or older, who were evaluated for their MME 
using bioelectrical impedance (BIA) and five prediction equations and then the cross-validation 
test (paired t-test, Pearson correlation (r) and multiple linear regression to calculate the 
estimated standard error(EPE) and coefficient of determination (R²)), then the agreement 
between the analyzed variables was calculated through of the Bland-Altman test. All studies, 
 
12 
 
except for RS, were approved by the Ethics and Research Committee of the Federal University 
of Rio Grande do Norte (CEP/UFRN). 
RESULTS: In Article 01, 996 older community-dwelling were evaluated, with a mean age of 
70.3 years, among them, 61.3% were women. About the assessment carried out by the CSPI, it 
can be noted that chronic conditions such as diabetes mellitus (22.5%), arterial hypertension 
(29.2%), stroke (16.2%) and anemia (5.8%) were the most prevalent. In the anthropometric 
assessment, the mean body mass index (BMI) was 27.8 kg/m², reflecting the overweight 
category and the prevalence of individuals with calf circumference < 31 cm was 27.9% (low 
muscle mass). For Article 02 (RS), 19,730 references were initially identified, of which 62 were 
included at the end. All analyzed studies used algorithms or definitions of sarcopenia already 
established in the literature, among these, 16 developed specific values of cutoff points 
considering the studied population. In Article 03, the elderly had a mean age of 69.5 years and 
62.5% were women. As for the cutoff values developed, considering the local population, the 
following values were observed: HGS=25.3 kg for men and 16 kg for women; SMM= 7.88 
kg/m² and 5.52 kg/m², for men and women, respectively. For gait speed, a value of 0.71 m/s 
was found for men and 0.63 m/s for women. Regarding the prevalence analysis for both sexes, 
a reduction in values was observed when the FNIH and IWGS consensus algorithms were 
adopted, and the cutoff points developed for the present population were used. In Article 04, 
the sample consisted of elderly people with a mean age of 70.06 (±7.06) years and mostly 
women (60.7%). When comparing the means of the criterion measure (BIA) (6.7±1.1) and the 
anthropometric equations, it was seen that the Baumgartner Equation presented a higher mean 
(12.7± 1.4) and a greater difference in relation to the criterion measurement (-6.06kg). As for 
the cross-validity analysis, only the Visvanhatan Equation 02 met the validity criteria proposed 
by Lohman (p-value > 0.05, EPE = 0.602 and R²= 0.74), in addition to presenting a smaller bias 
(0.04) and a smaller interval between the limits of agreement, when analyzing the Bland-
Altman results, when compared to bioimpedance (BIA). 
CONCLUSION: It is concluded that: 1. The article presents a proposal for the management of 
CSPI, bringing in an innovative way information that can subsidize similar initiatives that seek 
to strengthen the use of the booklet in primary health care environments; 2. There are a variety 
of cutoff values available in the literature to define low strength and low muscle mass, and this 
heterogeneity may vary according to sex and the location where the population was evaluated; 
3. The specific cutoff points for the population of northeastern Brazil were different from those 
already established in the literature, thus being able to influence the prevalence of sarcopenia, 
overestimating or underestimating this value; 4. Only one equation, which uses simpler 
 
13 
 
variables (gender, weight and height), showed good validity when compared to the criterion 
measure (BIA). 
 
Keywords: Sarcopenia, aging, community-dwelling elderly, reference values, prediction, 
anthropometry. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
 
 
PROBLEMATIZAÇÃO 
 Figura 01. Relação da massa e força muscular em diferentes fases da vida ........................ 23 
ARTIGO 01 
 Figura 01. Logomarca do estudo Pro-Eva, Parnamirim, RN, 2020 ....................................... 40 
Figura 02. Localização das duas UBS selecionadas para participar do estudo (Fonte: 
Prefeitura de Parnamirim/RN). .............................................................................................. 42 
Figura 03. Fluxograma criado para preenchimento da caderneta de saúde da pessoa idosa, 
Parnamirim, RN, 2020. .......................................................................................................... 43 
ARTIGO 02 
Figura 1. Fluxograma dos estudos encontrados na revisão .................................................. 66 
Figura 2. Concentração de publicações de acordo com os locais de publicação ..... 67 
 Figura 3. Resume os valores mais altos e mais baixos estabelecidos, de acordo com 
a região e gênero ................................................................................................................... 67 
ARTIGO 03 
Figura 1. Prevalência (%) de sarcopenia em idosos segundo os pontos de corte 
estabelecidos em consenso e pelo percentil 20. (A) prevalência para homens e (B) 
prevalência para mulheres .................................................................................................. 117 
Figura 2 Comparação entre o algoritmo EGWSOP2 e o percentil 20. ............................... 117 
Figura 3 Comparação entre o algoritmo FNIH e o percentil 20 ......................................... 118 
Figura 4 Comparação entre o algoritmo IWGS e o percentil 20 ....................................... 118 
ARTIGO 04 
 Figura 01. Concordância entre as equações de predição e a medida de critério ……...149 
 
 
 
 
15 
 
LISTA DE TABELAS E QUADROS 
PROBLEMATIZAÇÃO 
 Quadro 01. Potenciais causas da sarcopenia por idade .......................................................... 24 
 Quadro 2. Resumo dos consensos, suas definições e pontos de corte disponíveis na literatura 
 .................................................................................................................................................. 27 
ARTIGO 01 
Quadro 01. Divisão da população cadastrada nas UBS’s participantes do Pro-Eva .............. 40 
Quadro 02. Instrumentos de avaliação adicionais .................................................................. 44 
 Tabela 01- Caracterização da amostra quanto aos aspectos sociofamiliares. ........................ 46 
Tabela 02- caracterização da amostra quanto aos dados antropométricos ............................ 47 
Tabela 03- Caracterização da amostra quanto as questões de avaliação de cognição, humor, 
ambiental e quedas.................................................................................................................. 49 
ARTIGO 02 
Material complementar 1. Estratégia de busca utilizada em cada base de dados ................. 64 
Tabela 1. Índice de qualidade para estudos transversais analíticos ...................................... 68 
 Tabela 2. As medidas de qualidade dos estudos de coorte (retrospectivos e prospectivos) . 69 
 Material suplementar 02. Extração de dados de artigos selecionados ................................. 87 
ARTIGO 03 
Tabela 1. Pontos de corte originais de acordo com o consenso .................................... 114 
Tabela 2. Características da amostra. .................................................................................. 116 
Tabela 03. Pontos de corte para idosos da comunidade (percentil 20) ............................... 116 
ARTIGO 04 
Tabela 01. Equações de predição utilizadas para estimar a Massa Muscular Esquelética 
(MSM) em idosos comunitários de ambos os sexos............................................................. 138 
 Tabela 02. Caracterização da amostra (n=682). .................................................................. 139 
 Tabela 03. Médias entre a medida de critério e as equações preditivas ............................. 140 
 Tabela 04. Validade cruzada das equações preditivas para estimar o EMM ..................... 141 
 
 
16 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APS: Atenção Primária À Saúde 
AST: Área De Secção Transversa Do MúsculoAVD’s: Atividades de Vida Diária 
AWGS1: Asian Working Group of Sarcopenia (2010 Version) 
AWGS2: Asian Working Group of Sarcopenia (2019 Version) 
BIA: Bioimpedância Elétrica 
BMI: Body Index Mass 
CAPES: Coordenação De Aperfeiçoamento De Pessoal De Nível Superior - Brasil 
CART: Regression Tree Analysis 
CC: Calf Circumference 
CI: Confidence Interval 
CINAHL: The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature 
CSPI: Caderneta De Saúde Da Pessoa Idosa 
DXA: Densitometria por Dupla Emissão De Raio-X 
EPE: Estimated Standard Error 
EWGSOP: European Working Group on Sarcopenia in Older People 
FNIH: Foundation for The National Institutes of Health 
FPM: Força de Preensão Manual 
GS: Gait Speed 
HGS: Handgrip Strength 
IMIAS: International Mobility in Aging Study 
IWGS: International Working Group on Sarcopenia 
JBI: Joanna Briggs Institute’s 
Kg: Kilogram 
Kg: Kilograma 
 
 
17 
 
LA: Limit of Agreement. 
LCT: Leganès Cognitive Test 
LILACS: Latin American and Caribbean Health Sciences Literature 
MESH: Medical Subject Heading 
MME: Massa Muscular Esquelética 
MS: Ministério Da Saúde 
NR: Not Reported. 
NUTES: Núcleo De Tecnologia Estratégica Em Saúde 
PHC: Primary Health Care 
PROEVA: Promoção ao Envelhecimento e Vida Ativa 
PROSPERO: Prospective Register of Systematic Reviews 
RMI: Ressonância Magnética por Imagem 
ROC Curve: Receiver operating characteristic curve 
SCIELO: Scientific Electronic Library Online 
SD: Standard Deviation 
SMI: Skeletal Muscle Mass Index 
SMM: Skeletal Muscle Mass 
SPPB: Short Physical Performance Battery. 
SPPS: Statistical Package for Social Science 
SR: Systematic Review 
TC: Tomografia Computadorizada 
TSL: Teste De Sentar-Levantar 
UBS: Unidade Básica de Saúde. 
UFRN: Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte 
UM: Unidades Motoras 
 
 
 
 
 
18 
 
SUMÁRIO 
Capítulo 01: Problematização ............................................................................................................ 22 
1.1 Processo de envelhecimento e as repercussões no sistema musculoesquelético ......................... 23 
1.2 Alterações de força e massa muscular e a sarcopenia ................................................................. 25 
1.3 Operacionalização e diagnóstico da sarcopenia .......................................................................... 27 
1.4 Formas de avaliação da sarcopenia ............................................................................................ 29 
1.5 Justificativa ............................................................................................................................... 31 
1.6 Objetivo ..................................................................................................................................... 32 
Capítulo 02: Relato de experiência e resultados preliminares do Estudo Pro-Eva: Uma proposta para o 
manejo da Caderneta de Saúde da Pessoa 
Idosa.........................................................................................33 
Introdução .......................................................................................................................................... 38 
Métodos ............................................................................................................................................. 39 
Resultados ..................................................................................................................................... 6646 
Discussão ......................................................................................................................................... 721 
Conclusão .......................................................................................................................................... 76 
Referencias ........................................................................................................................................ 76 
Capítulo 03: Cutoff Points for Grip Strength in Screening for Sarcopenia in Community- Dwelling 
Older-Adults: A Systematic Review. ............................................................................................... 60 
Introdução .................................................................................................................................. 11163 
Métodos ........................................................................................................................................... 64 
Resultados ................................................................................................................................ 11666 
Discussão........................................................................................................................................ 72 
Pontos fortes e limitações ............................................................................................................. 75 
Conclusão .................................................................................................................................. 12476 
Referencias .................................................................................................................................... 76 
Material suplementar 02 ............................................................................................................. 88 
 Capítulo 04: Cutoff Points to screening for sarcopenia in community-dwelling older people 
residents in Brazil.......................................................................................................................... 110 
Introdução ................................................................................................................................ 111110 
 
 
19 
 
Métodos ....................................................................................................................................... 1122 
Resultados .................................................................................................................................. 1166 
Discussão...................................................................................................................................... 120 
Pontos fortes e limitações ........................................................................................................... 123 
Conclusão ................................................................................................................................ 124124 
Referencias .................................................................................................................................. 125 
Capítulo 05: Cross validity of anthropometric equations to predict skeletal muscle mass in community-
dwelling older people: results from PRO-EVA 
study…………………………………………..…………132 
Introdução ................................................................................................................................ 111135 
Métodos ..................................................................................................................................... 11236 
Resultados .................................................................................................................................... 116 
Discussão...................................................................................................................................... 120 
Pontos fortes e limitações ........................................................................................................... 144 
Conclusão ................................................................................................................................ 124145 
Referencias .................................................................................................................................. 145 
5. Conclusões da tese: ......................................................................................................................151 
6. Considerações finais .................................................................................................................... 152 
 Referências ......................................................................................................................... 17757 
 Apêndices e anexos .................................................................................................................. 179 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
PREFÁCIO 
 
 Esta tese de doutorado aborda tópicos relacionados aos métodos de avaliação da 
sarcopenia e seus critérios operacionais para o diagnóstico, mais especificamente os valores de 
ponto de corte utilizados para a identificação da baixa força, massa muscular e desempenho 
físico em idosos comunitários avaliados pelo projeto Promoção ao Envelhecimento e Vida 
Ativa (PROEVA). A tese será composta por quatro capítulos, sendo eles: 
Capítulo 01: Contém breve problematização sobre o tema trabalhado, compreendendo 
tópicos sobre as alterações musculoesqueléticas durante o processo de envelhecimento, com 
maior ênfase na redução da força e massa muscular, que são componentes essenciais para a 
identificação da sarcopenia. Nesse capítulo ainda são discutidos a respeito dos diferentes 
consensos utilizados no rastreio desse comprometimento, principalmente no que diz respeito 
aos diferentes conceitos, algoritmos e valores de corte utilizados, e como essa heterogeneidade 
influencia na prevalência da sarcopenia. Por fim, é abordado sobre os diferentes métodos de 
avaliação recomendados e as estratégias que podem ser utilizadas dentro de um contexto de 
Atenção Primária à Saúde (APS). 
 Capítulo 02: Compreende um artigo em forma de relato de experiência sobre o 
desenvolvimento do estudo PRO-EVA no município de Parnamirim/RN. Nesse capítulo será 
apresentado ainda o fluxograma usado pelos profissionais de saúde para o correto 
preenchimento da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (CSPI) e os resultados preliminares de 
996 participantes que passaram pelo processo e tiveram seus dados lançados no sistema. O 
estudo foi publicado na Revista Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento (Qualis 
A3 – 2017-2020). Para esse artigo, encontro-me na condição de coautora, no entanto, tal 
trabalho não foi inserido em nenhuma tese anteriormente, sendo ele, inédito para essa tese. 
Capítulo 03: Consiste em uma revisão sistemática que incluiu 62 estudos e teve como 
foco realizar um levantamento sobre os diferentes valores de pontos de corte da força de 
preensão palmar usados no rastreio da sarcopenia em idosos comunitários de ambos os sexos. 
Para essa revisão foram considerados estudos dos últimos dez anos indexados em seis bases de 
dados. Todo o artigo seguiu as recomendações do PRISMA 2020. O presente estudo já se 
encontra publicado no Journal of Nutrition, Health and Aging (Qualis A2 – 2017-2020). 
Capítulo 04: Apresenta um estudo transversal realizado com 1290 idosos comunitários 
de ambos os sexos e residentes no nordeste brasileiro. Tal estudo teve como objetivo identificar 
valores de pontos de corte, por meio do percentil 20, para as variáveis utilizadas no rastreio da 
sarcopenia (massa e força muscular e de desempenho físico) e em seguida comparar o resultado 
 
21 
 
entre prevalências encontradas utilizando os novos valores de corte com aqueles já 
estabelecidos na literatura. Esse artigo já está publicado na revista PeerJ (Qualis A2 – 2017-
2020). 
Capítulo 05: Consiste em um estudo metodológico que teve como objetivo verificar a 
validade-cruzada entre cinco equações preditivas de massa muscular esquelética (MME) em 
idosos comunitários do nordeste brasileiro. Para esse estudo, foram considerados 682 idosos de 
ambos os sexos que tiveram sua MME mensuradas através da bioimpedância elétrica (BIA), 
considerada como medida-critério nessa análise, e pelas equações de predição. Esse capítulo 
está formatado nas normas da Revista Brasileira de Fisioterapia, para a qual o artigo será 
submetido. 
 No final desta tese foram adicionados os anexos e apêndices, tais como a provação do 
Comitê de Ética e Pesquisa, a ficha de avaliação utilizada e o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. Os anexos referentes aos artigos publicados foram adicionados após os seus 
respectivos capítulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 01
23 
 
1. PROBLEMATIZAÇÃO 
 
1.1 Processo de envelhecimento e as repercussões no sistema musculoesquelético 
 
Envelhecer é um processo natural que implica em mudanças fisiológicas graduais e 
inevitáveis relacionados à saúde, estando ligado com a capacidade de adaptação do indivíduo 
frente aos rigores e agressões do meio ambiente (Ciosak et al., 2011). A nível biológico, o 
envelhecimento é resultado do acúmulo de ampla variedade de danos moleculares e celulares 
que ao longo do tempo leva a mudanças não lineares, que podem estar associados à redução 
gradual da capacidade física e mental, aumento do número de doenças crônicas, dependência 
nos cuidados e, em última instância, à morte (WHO, 2017; WHO, 2021). 
Associada as inúmeras mudanças decorrentes do processo de envelhecimento em todos 
os sistemas do corpo humano, ocorrem alterações importantes na composição corporal dessa 
população, que podem impactar significativamente na qualidade de vida e na funcionalidade da 
pessoa idosa (Pereira et al., 2013), tais como diminuição da altura, alteração na largura e forma 
dos discos vertebrais, perda do tônus (OMS, 1995), variabilidade na massa corporal, aumento 
da gordura corporal, perda de massa óssea, redução da água corporal total, perda de massa 
muscular e redução da capacidade motora e funcional, (Gómez-Cabello et al., 2012, Svedbom 
et al., 2013; Popkin et al., 2010; Tengvall et al., 2009; Ramel et al., 2011; Pereira et al., 2013). 
O tecido muscular esquelético é um componente importante para o estudo da condição de 
saúde e do estado nutricional dos idosos (Lang et al., 2010 e Rech et al., 2012), sendo composto 
por fibras musculares e sarcômeros, que por sua vez são responsáveis pela contração e 
relaxamento dos músculos, tornando o corpo humano capaz de gerar uma variedade de 
movimentos e, desse modo, ser elemento essencial para um bom desempenho físico (Reid e 
Fielding, 2012 e Tieland et al., 2018). Dentro deste contexto de mudanças associadas ao 
envelhecimento, destaca-se a redução de força e de massa muscular esquelética (MME) (Lang 
et al., 2010). 
A massa e a força muscular atingem o pico no início da vida adulta e, após um platô, 
começam a reduzir gradualmente (Ferrucci et al., 2012; Dodds et al., 2012). A presença de 
fatores como inatividade física, má nutrição, tabagismo, bem como alterações hormonais e 
susceptibilidade genética contribuem potencialmente para a redução da força, massa e 
quantidade muscular ao longo do tempo (Rolland et al., 2007; Baumgartner et al., 2006). Além 
disso, as quantidades alcançadas nos primeiros anos de vida influenciam durante o processo de 
envelhecimento, tal como ilustrado na figura 01. 
24 
 
M
as
sa
 e
 f
o
rç
a 
m
u
sc
u
la
r 
Fase inicial da 
vida 
Crescimento e 
desenvolvime
nto até um 
platô 
Vida adulta 
Manutenção do 
platô 
Terceira idade 
Redução 
Amplitude de 
massa e força entre 
os indivíduos 
Idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01. Relação da massa e força muscular em diferentes fases da vida (Adaptado de 
Dodds e Sayer, 2015) 
Como consequência desse declínio, ocorrem alterações no turnover de proteínas 
musculares, remodelação do tecido muscular, perda de neurônios motores alfa e apoptose 
(Rolland et al., 2007), acompanhado de outras mudanças estruturais e funcionais que incluem 
diminuição da ativação neuromuscular, redução do recrutamento e perda das unidades motoras 
(UM) lentase rápidas, com decréscimo acelerado das UM rápidas (Lang et al., 2010). Junto a 
isso, parece haver uma atrofia das fibras glicolíticas rápidas tipo II (Wall e Loon, 2013), 
havendo assim uma transferência da carga de trabalho para as UM remanescentes, existindo 
uma rede de conversão de fibras do tipo II para fibras do tipo I. 
Por consequência, as reduções de ambos os componentes (força e massa muscular) são 
consideradas as mais significativas do processo de envelhecimento, pois há um aumento do 
risco de perda de mobilidade e lesões. Além disso, a diminuição da força muscular, por 
exemplo, aumenta a dificuldade de obtenção de nutrição adequada e elevam os esforços para a 
realização das atividades de vida diária (AVD) (Lang et al., 2010; Laurentani et al., 2003). 
25 
 
Portanto, desequilíbrio nesses itens, de síntese e degradação proteica citados 
anteriormente, pode trazer prejuízo no desempenho muscular e físico (den Ouden et al., 2011; 
Berger et al., 2010; Cruz-Jentoft et al., 2010) e contribuir para o surgimento da sarcopenia. 
 
1.2 Alterações de força e massa muscular e a sarcopenia 
 
De acordo com a literatura, há uma redução de aproximadamente 30% de MME e um 
declínio de 20% na área de secção transversa do músculo (AST) (Frontera et al., 2000), sendo 
essa mais notável nos grupos de membros inferiores, onde a AST do vasto lateral pode estar 
reduzida em até 40% (Roger et al., 2011). Em uma revisão sistemática realizada por Mitchell 
et al. (2012) observou-se que após os 30 anos há um declínio de aproximadamente 1% de MME, 
e que a partir dos 60 anos essa taxa aumenta, por fim, em média de 30% da MME é perdida até 
os 80 anos. Em paralelo, a força muscular diminui 10-15% por década até os 70 anos, passando 
posteriormente a ser de 25-40% a cada 10 anos (Siparsky et al., 2014 e Kim et al., 2013). 
Para Chen et al., (2014), um dos mais importantes desafios advindos do processo de 
envelhecimento humano é conseguir controlar o declínio progressivo do sistema 
musculoesquelético que ocorre com o avançar da idade e ficou conhecido como sarcopenia. 
Descrito pela primeira vez em 1989 por Rosenberg, o termo sarcopenia foi proposto para 
descrever a redução da massa corporal magra, afetando a mobilidade, estado nutricional e 
independência dos indivíduos (Rosenberg, 1997; Cruz-Jentoft et al., 2010). 
Definida como uma desordem progressiva e generalizada que envolve perda acelerada de 
massa e função muscular (Cruz-Jentoft et al., 2019), a sarcopenia é considerada um problema 
de saúde pública devido aos impactos sociais, como a limitação das atividades, restrição da 
participação social, além da solidão e necessidade de cuidados. Tais impactos refletem na 
elevação dos gastos para o sistema de saúde (Veras, 2011 e Confortin et al., 2018), pois esta 
condição também está associada a resultados adversos em saúde, incluindo quedas, declínio 
funcional, fragilidade e mortalidade (Cruz-Jentoft et al., 2019). 
O seu aparecimento depende de múltiplos fatores contribuintes e vários mecanismos que 
podem estar envolvidos em sua progressão, sendo um fenômeno com uma complexa e 
multifatorial etiologia que pode variar com o decorrer da idade (Fielding et al., 2011), assim 
como exemplificado no quadro 01. 
 
 
 
26 
 
Quadro 01. Potenciais causas da sarcopenia por idade 
Idade Potenciais causas 
20-40 Diminuição da atividade física, diminuição do tamanho e quantidade de 
fibras musculares do tipo II. 
40-60 Diminuição da atividade física, aumento da gordura corporal. 
60-70 Diminuição da atividade física, níveis reduzidos de hormônios e fatores de 
crescimento, menopausa, aumento da gordura corporal total e visceral, 
doença crônica e diminuição da regulação do apetite. 
70+ Redução adicional na atividade física, episódios de inatividade forçada 
devido a doença, hospitalização, depressão, aumento da gordura corporal 
Adaptado de Fielding et al., 2014. 
Apesar de ter uma definição proposta por pesquisadores do European Working Group on 
Sarcopenia in Older People (EWGSOP2) (Cruz-Jentoft et al., 2019), o conceito do que é 
sarcopenia evoluiu ao longo dos anos e foi marcada por dois pontos importantes (Cruz-Jentoft 
e Sayer 2019). O primeiro consistiu na introdução do conceito da função muscular (força, 
potência e desempenho físico) nos consensos desde 2010, visto que ao longo de quase duas 
décadas a MME foi tida como referência conceitual e operacional para o diagnóstico da 
sarcopenia. No entanto, evidências apontam que a força muscular é um poderoso fator preditor 
para o surgimento da sarcopenia, com resultados clinicamente relevantes, quando comparados 
a MME sozinha (Cruz-Jentoft e Sayer, 2019; Lourenço, 2019). 
Já o segundo marco refere-se ao reconhecimento da sarcopenia como uma doença 
muscular, inserida na Classificação Internacional de Doenças (Cruz-Jentoft, 2019 e Cruz-Jentof 
et al., 2018). No entanto, a maioria dos profissionais de saúde ainda permanecem inconscientes 
sobre essa condição e quais ferramentas utilizarem para a sua identificação (Cruz-Jentoft e 
Sayer, 2019), fazendo com que essa condição seja negligenciada e subdiagnosticada para 
tratamento na prática clínica (Keller, 2018). 
Atrelado a isso, o alto custo para a avaliação da sarcopenia, as questões práticas 
relacionadas ao tempo e de acesso aos métodos de avaliação, além da falta de concordância 
entre os critérios operacionais de definição, tais como o uso dos algoritmos e pontos de corte, 
podem trazer impactos para a população idosa, para a comunidade científica e para os 
profissionais de saúde, dificultando mais ainda a identificação precoce dessa condição. 
 
 
27 
 
1.3 Operacionalização e diagnóstico da sarcopenia 
Embora tenha havido um aumento na quantidade de publicações e interesses acerca da 
sarcopenia, o seu conceito ainda é discutido entre os diferentes pesquisadores (Cruz-Jentoft et 
al., 2010; Bahat et al., 2016). Portanto, pensando em determinar critérios operacionais para a 
definição da sarcopenia, diferentes grupos de estudo ao redor do mundo se juntaram com o 
objetivo de facilitar a identificação da sarcopenia (Cruz-Jentoft, 2019; Fernandes et al., 2021), 
Em 2010, o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) 
publicou um consenso que fornece uma definição e estratégia de triagem para diagnosticar e 
avaliar a sarcopenia amplamente utilizada em todo o mundo (Cruz-Jentoft et al., 2010). Tal 
definição foi revisada em 2018, afim de propor uma nova definição operacional e um algoritmo 
clínico, recomendando os critérios de baixa força muscular e baixa massa para diagnosticar a 
sarcopenia (Cruz-Jentoft et al., 2019). 
Além do EWGSOP, outros grupos de especialistas têm empenhado esforços para 
determinar critérios operacionais para esse diagnóstico, como o International Working Group 
on Sarcopenia (IWGS), que propôs que o diagnóstico de sarcopenia deve incluir a baixa massa 
muscular esquelética e o baixo desempenho físico (Fielding et al., 2011); e o National Institutes 
of Health (FNIH), que considera a fraqueza muscular e a baixa massa magra como critérios de 
diagnóstico da sarcopenia (Studenski et al., 2014). Porém, apesar dos esforços, a concordância 
total sobre as variáveis a serem incluídas e os pontos de corte ainda não foram totalmente 
estabelecidos, como pode ser observado no quadro 02. 
Logo, diante do quadro abaixo, fica claro que existe uma heterogeneidade na classificação 
da sarcopenia, tanto nos procedimentos de avaliação quanto nos valores de referência (pontos 
de corte) usados para a identificação da baixa MME e força muscular, trazendo assim 
consequências significativas na epidemiologia da sarcopenia. Exemplo disso é a disparidade da 
prevalência entre os idosos ao redor do mundo, que pode variar de 10-50% (Diz et al., 2012). 
De acordo com uma revisão sistemática realizada por Petermann-Rocha et al., (2022), 
ao utilizar diferentesclassificações e pontos de corte, a prevalência variou entre 10-27% nos 
estudos incluídos na metanálise. Foi possível também observar nesse estudo que houve 
diferença no que diz respeito ao sexo, a depender da classificação utilizada, sendo a sarcopenia 
mais prevalente no sexo masculino quando utilizado o European Working Grouop on 
Sarcopenia In Older People (EWGSOP2), enquanto mais prevalentes nas mulheres quando 
utilizado o International Working Group on Sarcopenia (IWGS). 
 
28 
 
Quadro 2. Resumo dos consensos, suas definições e pontos de corte disponíveis na 
literatura. 
Consenso Definição Ponto de corte utilizado 
 Homens Mulheres 
EWGSOP 
Define a sarcopenia utilizando a massa 
muscular, força muscular e desempenho 
físico. Nesse consenso, os valores de 
pontos de corte foram apenas sugeridos. 
Massa muscular (kg/m²) 7.26 kg/m² 5.5 kg/m² 
Força muscular (preensão 
palmar) 
< 30 kg < 20 kg 
Desempenho físico (SPPB) ≤8 
IWGS 
Define sarcopenia através da massa 
muscular e do desempenho físico. 
Velocidade da marcha 
(m/s²) 
1 m/s² 
Massa muscular (kg/m²) <7.23 kg/m² 
 
<5.68 kg/m2 
 
ASWG 
Definição de sarcopenia semelhante a 
estabelecida no EWGSOP. 
Massa muscular (kg/m²) < 7.0 kg/m² < 5.4 kg/m² 
Força muscular (preensão 
palmar) 
< 28 kg <18 kg 
Desempenho físico (SPPB) ≤9 
FNIH 
Estabelece a sarcopenia utilizando a 
massa e a força muscular; o 
desempenho físico foi usado como um 
resultado. 
Massa muscular 
(kg/IMC) 
<0.78 kg/IMC < 0,51 kg/IMC 
Força muscular (preensão 
palmar) 
<26 kg < 16 kg 
EWGSOP2 
Atualização da definição do EWGSOP; 
o desempenho físico foi utilizado para 
avaliar a severidade da condição 
Massa muscular (kg/m²) < 7 kg/m² < 5,5 kg/m² 
Força muscular (preensão 
palmar) 
< 27 kg < 16 kg 
Desempenho físico (SPPB) ≤8 
Tabela adaptada de Cruz-Jentoft (2019) e Fernandes et al., (2021). Nota: IWGS = International Work Group of 
Sarcopenia; FNIH = Foundation for the National Institutes of Health; EWGSOP2 = European Working Group on 
Sarcopenia in Older People; SPPB= Short Physical Performance Battery. 
 
Nesta perspectiva, diante de variações tão significativas, algumas hipóteses foram 
levantadas na tentativa de explicá-las. Para estudos realizados anteriormente em diferentes 
partes do mundo, a variação da prevalência da sarcopenia está diretamente relacionada a 
diferentes formas de avaliação empregadas, as características da população estudada, as 
condições socioeconômicas nas quais essa população está inserida, além dos diferentes valores 
de pontos de corte propostos nos consensos, que podem não ser válidos para outras populações 
(Confortin et al., 2018; Fernandes et al., 2021 e Viana et al., 2018). 
29 
 
Tais observações corroboram outro estudo que avaliou idosos comunitários de diferentes 
origens étnicas e culturais, no qual foi observado que ao usar o algoritmo do EWGSOP houve 
um elevado número de casos falso positivos (Cordeiro, 2017). Segundo Lourenço et al., 2015 
uma das possíveis explicações para isso é que tanto a velocidade da marcha quanto a força de 
preensão palmar são amplamente sensíveis às características antropométricas e culturais da 
população, o que torna os valores de corte propostos pelo consenso não utilizáveis em diferentes 
populações, portanto, a utilização clínica desses algoritmos e pontos de corte ainda são 
limitados. 
Logo, recomenda-se o uso de dados normativos, específicos para a população estudada, 
ao invés de utilizar valores oriundos de populações diferentes (Bahat et al., 2016), reforçando 
assim a necessidade de se estabelecer valores que respeitem as especificidades das populações. 
 
1.4. Formas de avaliação da sarcopenia 
 
No que diz respeito aos métodos de avaliação adotados, uma gama de ferramentas pode 
ser utilizada, sendo algumas mais acessíveis que outras (Cruz-Jentoft et al., 2019; Fernandes et 
al., 2022). Para a mensuração da força muscular tem sido recomendado a força de preensão 
palmar (FPP) por meio da dinamometria manual (Morley, 2008), no entanto, a diversidade 
racial, o tamanho do corpo, o estilo de vida e as diferenças socioeconômicas mostram-se um 
obstáculo para padronizar os valores de referência dessa medida (Woo et al., 2014; Leong et 
al., 2015). 
Já no que tange a MME o EWGSOP2 (Cruz-Jentoft et al., 2019) apresenta métodos e 
instrumentos de avaliação que são válidos para essa identificação, tais como Ressonância 
Magnética por Imagem (RMI), a Tomografia Computadorizada (TC) e a densitometria por 
dupla emissão de raio-x (DXA). No entanto, devido ao alto custo para sua aplicabilidade, falta 
de portabilidade e risco de exposição à radiação, tem sido indicado também pelo EWGSOP2 a 
utilização da Bioimpedância Elétrica (BIA). Porém, apesar de fácil uso e menor custo, 
comparado aos demais, sua utilização ainda apresenta limitações em um contexto de Atenção 
Primária à Saúde (APS). 
Levando em consideração as dificuldades encontradas na APS, o uso de alternativas 
mais fáceis, válidas, confiáveis, de simples entendimento e de baixo custo são indicados. O 
próprio EWGSOP2 traz alternativas válidas para a identificação precoce da sarcopenia em um 
contexto em que o uso de equipamentos não é a realidade. Para o rastreio da força muscular o 
30 
 
Teste de Sentar-Levantar (TSL) pode ser considerada uma alternativa válida (Beaudart et al., 
2016). 
Já para a MME, o uso de variáveis como as de medidas antropométricas, incluindo o 
perímetro da panturrilha, dobras cutâneas, peso e altura (por meio de equações de predição) 
podem ser viáveis. Tais mensurações são recomendadas para a avaliação da pessoa idosa pelo 
Ministério da Saúde (MS) e fazem parte da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (CSPI). Para 
Lee et al., (2000), o uso dessas equações preditivas permite estimar a MME, porém, é necessário 
considerar as características regionais e pessoais dos idosos avaliados. 
O uso de equações com base nas medidas antropométricas vem se tornado uma 
alternativa válida, precisa e de baixo custo (Pereira et al., 2013), além de mostrar uma boa 
correlação com os resultados obtidos pelo DXA e RM (Wen et al., 2011; Lee et al., 2000 e 
Visvanathan et al., 2012). Apesar de ser uma técnica pouco utilizada em estudos 
epidemiológicos, as equações preditivas têm garantido espaço nas pesquisas sobre o rastreio da 
sarcopenia (Heymsfield et al., 2014) e muitas delas vem sendo desenvolvidas e/ou validadas 
para o uso em diversas populações, sendo bastante úteis no contexto da atenção primária à 
saúde. 
Diante do exposto, fica evidente a necessidade de se identificar quais valores de pontos 
de corte estão disponíveis na literatura para o rastreio da baixa força muscular, e o quanto esses 
diferentes valores impactam na identificação precoce e na prevalência da sarcopenia. Além 
disso, pôde-se notar a importância de desenvolver pontos de corte baseados nas características 
da população local e compreender os motivos que podem levar a heterogeneidade quando 
comparado àqueles já estabelecidos na literatura. Atrelado a isso, existe ainda uma necessidade 
de verificar se outras formas alternativas são válidas e confiáveis para a identificação precoce 
da sarcopenia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
1.5 Justificativa 
 
 Com o aumento do número de idosos, há a necessidade crescente em avaliar as 
alterações advindas do processo de envelhecimento, dentre elas, a diminuição da força e da 
MME, componentes para o diagnóstico da sarcopenia. A redução de ambos os componentes 
pode estar associada a desfechos adversos em saúde, influenciando significativamente a 
capacidade de decisão e independência da pessoa idosa. 
 Apesar de ser alvo de um crescente número de estudos epidemiológicos, ainda existe 
uma dificuldade entre os profissionais de saúde quanto a identificação da sarcopenia, uma vez 
que diferentes métodos e protocolos podem ser utilizados para esse diagnóstico.Além disso, a 
ausência de equipamentos e seu alto custo torna a avaliação de força e massa muscular inviável 
no contexto da APS. 
 Ademais, trazer alternativas fáceis, válidas, de baixo custo e de possível aplicação na 
APS traz importantes benefícios para a manutenção da saúde dos idosos e essa necessidade fica 
mais evidente em um contexto de baixa renda, como é o caso do nordeste brasileiro. Essa região 
ainda sofre por falta de insumos e recursos ideias para o trabalho, além da sua população 
apresentar características sociodemográficas e de composição corporal diferentes dos idosos 
das demais regiões. 
Sendo assim, diante da realidade e do baixo nível tecnológico existente, deve-se levar 
em consideração todo o contexto que os profissionais de saúde e os idosos dessa região estão 
inseridos e considerar o uso de alternativas fáceis para a avaliação da força e massa muscular. 
Como exemplos, a avaliação da circunferência da panturrilha, o teste de sentar-levantar e as 
equações de predição para a identificação da baixa MME, que levam em consideração as 
variáveis antropométricas, tais como peso e altura, as quais são coletadas na rotina do serviço e 
estão presentes na CSPI. 
 Portanto, inserir meios de diagnóstico de eventos adversos em saúde, como é o caso da 
sarcopenia, possibilita aos profissionais o desenvolvimento de estratégias voltadas para a 
manutenção da independência desses idosos, além de auxiliar no desenvolvimento de 
estratégias de intervenção que tenham como objetivo a manutenção da funcionalidade desses 
indivíduos. 
 
 
 
 
32 
 
1.6 Objetivos: 
 
a) OBJETIVO GERAL: 
• Explorar e comparar os pontos de corte existentes na literatura para o rastreio da 
sarcopenia em idosos comunitários, em uma amostra de idosos estudados no Estudo 
Pro-Eva. 
 
b) OBJETIVO ESPECÍFICO: 
 
• Relatar a experiência de implantação e desenvolvimento do Estudo Pro-Eva e 
apresentar seus resultados preliminares, quanto à aplicação da Caderneta de Saúde 
da Pessoa Idosa (CSPI) (Artigo 01). 
• Analisar os diferentes valores de pontos, através de uma Revisão Sistemática, para 
força de preensão palmar adotados para homens e mulheres no rastreio da 
sarcopenia (Artigo 02). 
• Analisar valores de pontos de corte para o rastreio da sarcopenia em idosos 
comunitários residentes no nordeste do Brasil e comparar a prevalência entre os 
valores definidos pelos consensos e os valores estabelecidos para a população 
estudada (Artigo 03). 
• Analisar a validade cruzada de cinco equações de predição para rastreio da MME 
em idosos comunitários (Artigo 04). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO 01 
 
TÍTULO: Relato de experiência e resultados preliminares do Estudo Pro-Eva: Uma proposta 
para o manejo da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa 
REVISTA: Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento 
https://doi.org/10.22456/2316-2171.105228 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Relato de experiência e resultados preliminares do Estudo Pro-Eva: Uma proposta para 
o manejo da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa 
 
Experience report and preliminary results of the Pro-Eva Study: A proposal for the 
management of the Health Book of the Elderly Person 
Rafaella Silva dos Santos Aguiar Gonçalves¹ 
Luiz Eduardo Lima de Andrade¹ 
Sabrina Gabrielle Gomes Fernandes¹ 
Isabelle Silva de Albuquerque² 
Ricardo Oliveira Guerra¹ 
Álvaro Campos Cavalcanti Maciel¹ 
 
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
2. Prefeitura Municipal de Parnamirim 
 
 
RESUMO 
 
Introdução: Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa estabelece a importância da realização 
de estratégias voltadas para a saúde, principalmente em relação à preservação da capacidade 
funcional. No conjunto de iniciativas estabelecidas por essa política encontra-se a 
implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (CSPI). Objetivo: Relatar a experiência 
de implantação e desenvolvimento do estudo Pro-Eva e apresentar seus resultados preliminares, 
quanto à aplicação da CSPI. Métodos: O estudo está sendo desenvolvido em cinco Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) em Parnamirim, RN. Foi criada uma versão digital da CSPI, em 
formato de sistema on-line, com o intuito de inserir as informações coletadas por meio da 
caderneta, seguindo uma metodologia própria de preenchimento do instrumento. Os critérios 
de inclusão são: ter pelo menos 60 anos de idade; estar cadastrado em uma das UBS 
participantes do estudo; aceitar participar da avaliação do estudo em sua totalidade. Resultados: 
37 
 
996 pessoas idosas já participaram do processo de preenchimento da CSPI e tiveram seus dados 
lançados no sistema de monitoramento online. A média de idade da amostra foi de 70,3 (±7,1), 
sendo a maioria composta por mulheres (61,3%). Aproximadamente metade dos idosos eram 
pardos (49,5%) e estavam em uma união estável (51,2%). Conclusão: O presente artigo possui 
pertinência por conduzir um relato de experiência da implementação e do fortalecimento da 
CSPI, enquanto política de saúde, em um município do Nordeste Brasileiro e por ter 
desenvolvido um fluxograma de preenchimento da caderneta que poderá ser base para futuros 
estudos nesta temática. 
 
Palavras-chave: Envelhecimento; Serviços de Saúde para Idosos; Saúde Pública. 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: National health policy for the elderly establishes the importance of carrying out 
strategies aimed at health, especially in relation to preservation of functional capacity. Among 
the set of initiatives established by this policy there is the implementation of the Health Book 
of the Elderly Person. Purpose: To report the experience of implementation and development 
of the Pro-Eva study and present its preliminary results, regarding the application of the book. 
Methods: The study is being developed in five basic health units in Parnamirim, RN. A digital 
version of the health book was created, in an online system format, in order to insert the 
information collected, following a specific methodology for filling in the instrument. The 
inclusion criteria are: be at least 60 years old; be registered in one of the health units 
participating in the study; accept to participate in the evaluation of the study in its entirety. 
Results: 996 elderly have already participated in the process of fill the health book and had 
their data posted in the online monitoring system. The average age was 70.3 (± 7.1) years, with 
the majority being women (61.3%). Approximately half of the elderly were brown (49.5%) and 
were in a stable union (51.2%). Conclusion: This article is pertinent for conducting an 
experience report on the implementation and strengthening of the health book, in a city in the 
Brazilian Northeast, and for having developed a flowchart for filling out the book that may be 
the basis for future studies in this thematic. 
 
Keywords: Aging; Health Services for the Aged; Public Health 
 
38 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O Brasil, que antes era considerado um país jovem, hoje vem passando por uma 
alarmante aceleração no envelhecimento de sua população (PAIVA et al., 2015). Segundo 
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de pessoas idosas 
(60 anos ou mais) no Brasil em 2012 era de 25,4 milhões. Em 2017, essa taxa aumentou 18%, 
contabilizando um total de 30,2 milhões de idosos (IBGE, 2018). 
Aspectos fisiológicos e fatores socioeconômicos e demográficos, como sexo, 
escolaridade, renda, condições de saúde e moradia e contexto familiar, podem ser agravantes 
importantes que refletem na saúde dos idosos (PAULA et al., 2013). Sendo assim, é de extrema 
relevância que sejam identificadosdeterminantes e condicionantes no processo saúde-doença 
dos idosos para que se tenha um maior entendimento sobre sua saúde. 
 Com isso, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), no Brasil, estabelece 
a importância da realização de estratégias voltadas para a saúde, principalmente em relação à 
preservação da capacidade funcional, visto que limitações físicas, cognitivas e sociais são 
evitáveis no processo de envelhecimento (BRASIL, 2006). A estratégia mais efetiva para evitar 
um declínio na funcionalidade é a promoção de ações que visem o envelhecimento ativo e, 
assim, estimulem os idosos a realizarem exercícios e atividades que melhorem a sua capacidade 
funcional, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento 
“Envelhecimento Ativo: uma Política de Saúde” (OMS, 2005). 
Entretanto, qualquer ação de saúde requer previamente a avaliação e o monitoramento do 
indivíduo, como forma de garantir que o mesmo seja compreendido de uma forma integral, ou 
seja, que aspectos intrínsecos e extrínsecos possam ser identificados e analisados, conforme 
estabelece o PNSPI (BRASIL, 2006). 
No conjunto de iniciativas estabelecidas, alinhado à implantação da PNSPI, encontra-se 
a implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (CSPI), que tem o intuito de identificar 
particularidades, vulnerabilidades e fragilidades, bem como promover ações específicas que 
visem o atendimento integral, melhorando a qualidade de vida e diminuindo a mortalidade na 
população idosa (BRASIL, 2009; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). 
Neste contexto, protocolos que agreguem a avaliação ampla do idoso podem trazer 
benefícios na promoção de saúde desta população, como é o caso do estudo apresentado neste 
trabalho. Este estudo, intitulado “Pro-Eva” (Promoção ao Envelhecimento e Vida Ativa), surgiu 
39 
 
com o objetivo de fortalecer o uso da CSPI para melhorar a assistência à pessoa idosa em um 
município do Nordeste brasileiro. 
 
2. OBJETIVO 
O objetivo geral do presente trabalho foi o de relatar a experiência adquirida no 
desenvolvimento do estudo Pro-Eva, bem como apresentar os resultados preliminares obtidos 
até o momento, a partir da sua implantação no município de Parnamirim, RN, Brasil. 
 
3. MÉTODOS 
O presente artigo trata-se de um relato de experiência elaborado a partir do que foi 
vivenciado em cerca de dois anos de execução do estudo Pro-Eva, no município de Parnamirim, 
RN, Brasil. 
Os critérios de inclusão para participação do estudo são: ter pelo menos 60 anos de idade, 
estar cadastrado em uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) participantes e aceitar participar 
da avaliação do protocolo em sua totalidade. A coleta dos dados teve início em 2018 e ainda se 
encontra em andamento, uma vez que a intenção é cobrir todas as pessoas idosas adstritas às 
UBS. 
 
3.1 Descrição do local do estudo 
O estudo está sendo desenvolvido em Parnamirim, um município brasileiro localizado 
no estado do Rio Grande do Norte, pertencente à região metropolitana de Natal. Sua população 
foi estimada no ano de 2017 em 254.709 habitantes, pelo IBGE (IBGE, 2017), sendo então 
o terceiro município mais populoso do estado. 
No tocante ao processo de envelhecimento, a esperança de vida ao nascer é o indicador 
utilizado para compor a dimensão Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano 
Municipal (IDHM). Em Parnamirim, a esperança de vida ao nascer cresceu 5,4 anos na última 
década, passando de 69,1 anos, em 2000, para 74,5 anos, em 2010. Em 1991, era de 65,1 anos. 
Segundo os dados do SISAP Idoso (2019), o município tem aproximadamente 25.584 pessoas 
idosas, representando cerca de 9,78% da população total. 
No Brasil, a esperança de vida ao nascer era de 64,7 anos em 1991, de 68,6 anos, em 
2000 e 73,9 anos em 2010 (PNUD, 2019). 
Parnamirim conta na atenção primária à saúde (APS) com 29 UBS distribuídas em seis 
distritos, que promovem uma cobertura de 76,02% de sua população. Nestas, atuam 56 Equipes 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Unidades_federativas_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Norte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_Natal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_munic%C3%ADpios_do_Rio_Grande_do_Norte_por_popula%C3%A7%C3%A3o
40 
 
de Saúde da Família (ESF) e cinco Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica 
(NASF-AB). 
 
 
3.2 Descrição do estudo 
O estudo Pro-Eva surgiu como fruto da parceria ensino-serviço entre a Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o município de Parnamirim. Esta oportunidade se 
deu, em outubro de 2017, quando foi lançada a “Chamada pública para seleção de projetos de 
promoção e defesa dos direitos da Pessoa Idosa”, pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos 
Humanos, via Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. 
Do ponto de vista de políticas públicas em saúde, o estudo encontra-se em consonância 
com o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH III), uma vez que atende às diretrizes 
do seu Art. 2, no Eixo Orientador II, na Diretriz 5, no que tange a Valorização da Pessoa 
Humana, nesse caso a pessoa idosa, como sujeito central do processo de desenvolvimento; 
assim como no Eixo III, onde se objetiva universalizar direitos em um contexto de 
desigualdades, no qual muitas vezes os idosos de baixa renda estão inseridos, principalmente 
no acesso aos serviços de saúde de qualidade. 
Pela parte da UFRN, a coordenação do estudo está a cargo de dois professores do 
Departamento de Fisioterapia, enquanto pela parte da prefeitura, a coordenação está sendo feita 
por uma enfermeira que responde pela Coordenação de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do 
município. Quanto as equipes, todos os membros da rede de atenção das UBS estão diretamente 
envolvidos no estudo, participando ativamente da avaliação da pessoa idosa. Previamente a 
realização das atividades, uma reunião é realizada para que seja estabelecido um momento para 
a aplicação do fluxo de preenchimento da CSPI e qual a responsabilidade de cada profissional 
durante a atividade. Caso as UBS participantes tenham as equipes dos Núcleos de Apoio à 
Saúde da Família (NASF) adstritas, os profissionais desenvolvem atividades de apoio, como 
por exemplo a organização do fluxo de preenchimento da CSPI ou atividades particularmente 
relacionadas ao envelhecimento ativo, com palestras, orientações, atividades físicas, lazer, entre 
outras. 
 
3.3 Desenvolvimento do estudo 
O início das atividades ocorreu em fevereiro de 2018, a partir da definição das UBS a 
serem cobertas pelo estudo. Primeiramente, o estudo previa a inclusão de duas Unidades dentre 
as 29 que existiam no município em 2017. A decisão da escolha das duas Unidades se deu por 
41 
 
decisão da gestão do município, sendo escolhidas a UBS do Monte Castelo e UBS Jockey Club, 
localizadas nos bairros Monte Castelo e Vida Nova, respectivamente. Na época, essas unidades 
apresentavam uma população adstrita de 948 idosos. 
 
Quadro 01. Divisão da população cadastrada nas UBS’s participantes do Pro-Eva 
UBS População adstrita 
UBS Monte Castelo 390 
UBS Jockey Club 558 
UBS Primavera 451 
UBS Liberdade 463 
UBS Parque das Orquídeas 1.138 
UBS COOPAHB 392 
 
 Buscando, desde o início, integrar as pessoas idosas do município, uma das primeiras 
ações foi escolher um nome e uma logomarca para o estudo, que serviria para criar a sua 
identidade visual. Neste sentido, o nome escolhido, PRO-EVA (Promoção ao Envelhecimento 
e Vida Ativa), surgiu a partir de uma sugestão de desenho de uma das idosas frequentadoras do 
grupo. Com o desenho e nome escolhido, foi contratada uma empresa que ficou encarregada de 
fazer a criação da arte e identidade visual, que serviu de base para a criação do material de 
apoio, divulgação e treinamento, conforme a figura 01. 
 
 
Figura 01- Logomarca do estudo Pro-Eva, Parnamirim, RN, 2020. 
42Em seguida, passou-se para a criação do sistema de monitoramento das pessoas idosas 
que iriam fazer parte do estudo. Conforme citado, a base para esse sistema foi a CSPI. Segundo 
o Ministério da Saúde este documento é um instrumento estratégico de qualificação da atenção 
à pessoa idosa, que objetiva contribuir para a organização do processo de trabalho das equipes 
de saúde e para a otimização de ações que possibilitem uma avaliação integral da saúde da 
pessoa idosa, identificando suas principais vulnerabilidades e oferecendo orientações de 
autocuidado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). 
A partir desse sistema foi criada uma versão digital da CSPI em formato de sistema 
(endereço eletrônico: http://proeva.ccs.ufrn.br/), com o intuito de inserir todas as informações 
coletadas nas avaliações das pessoas idosas por meio da caderneta. 
A segunda etapa do estudo foi a realização de treinamentos com os profissionais de 
saúde (agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e 
dentistas) e os diretores das UBS do município, com o objetivo de implementar e fortalecer o 
uso da CSPI, além de capacitá-los a realizarem o preenchimento adequado desta ferramenta. 
Neste sentido, todas as equipes de saúde da atenção básica do município de Parnamirim foram 
convocadas a participar da capacitação, e foram divididas em seis grupos. Foi realizada uma 
oficina de treinamento com duração de cinco horas para cada grupo. As oficinas foram 
ministradas por um fisioterapeuta expert no campo da Gerontologia que foi previamente 
treinado por integrantes do Ministério da Saúde. A partir de uma metodologia expositiva e 
dialogada, foram abordados os seguintes tópicos: exposição acerca da população idosa do 
município de Parnamirim; apresentação das metas, etapas e cronogramas do projeto de 
implementação e fortalecimento do uso da CSPI; contextualização sobre o desenvolvimento e 
a importância do uso da Caderneta; explanação detalhada sobre o preenchimento de cada seção 
da CSPI física. 
Atualmente, o estudo está sendo desenvolvido em seis UBS em Parnamirim, sendo 
localizadas, de acordo com o Plano Plurianual Participativo (PPA) da Prefeitura Municipal nos 
seguintes bairros e territórios: UBS Monte Castelo (Bairro Monte Castelo) e UBS Jockey Club 
(Bairro Vida Nova), ambas no território 6; UBS Liberdade e UBS Primavera (Bairro Liberdade, 
território 3), Parque das Orquídeas (Bairro Emaús, território 5) e UBS COOPHAB (Bairro Nova 
Parnamirim, território 1). Mais detalhes na figura 02. 
 
 
 
http://proeva.ccs.ufrn.br/
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02. Localização das duas UBS selecionadas para participar do estudo (Fonte: Prefeitura 
de Parnamirim/RN). 
 
 
3.4 Fluxo de preenchimento da CSPI 
Do ponto de vista operacional, entende-se que um dos grandes entraves para uma maior 
adesão ao uso da CSPI é a falta de uma sistematização do preenchimento da caderneta. Hoje, 
em praticamente todos os municípios do país, este fato é considerado um dos principais 
empecilhos para que o instrumento alcance a robustez e a magnitude que outros instrumentos 
similares (como a Caderneta de Saúde da Criança e da Gestante) alcançaram. 
Buscando minimizar esse problema, foi elaborada uma proposta que culminou com a 
criação de um fluxo de preenchimento, apresentado aos profissionais de saúde durante as 
capacitações e disponíveis para o uso em qualquer UBS que deseje implantar a CSPI. O fluxo 
de preenchimento permite que ao final a pessoa idosa possa ter seu documento totalmente 
preenchido, conforme demonstrado na figura 02. 
 
44 
 
 
Figura 03- Fluxograma criado para preenchimento da caderneta de saúde da pessoa idosa, 
Parnamirim, RN, 2020. 
 
O preenchimento da CSPI inicia-se com a visita do agente comunitário de saúde (ACS) 
à casa da pessoa idosa em sua microárea, visando realizar o agendamento para a ida a UBS no 
dia e horário estabelecido. Ao chegar ao local, o idoso é acolhido na recepção e encaminhado 
para os profissionais de saúde para dar início ao preenchimento da caderneta. Cada profissional 
é responsável por completar as informações da parte que lhe compete, de acordo com o 
observado na figura 03. Inicialmente, o ACS coleta informações sociodemográficas e 
socioeconômicas pessoais do idoso, além de realizar avaliação ambiental, rastreio cognitivo e 
de humor e aplicar o Protocolo de Identificação do Idoso Vulnerável, por meio do Vulnerable 
Elders Survey-13 (VES-13). A avaliação realizada pelo ACS pode ser feita também no ambiente 
domiciliar, durante a visita inicial. 
Após a avaliação inicial, o idoso é direcionado para o médico que coletará informações 
sobre o uso de medicamentos e polifarmácia. Em algumas situações, a consulta do médico pode 
ser o último passo a ser realizado, pois desta forma o profissional já terá em mãos todas as 
45 
 
informações preenchidas previamente. O terceiro passo do fluxo são as avaliações realizadas 
pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem. Neste momento os dados vitais, antropométricos 
e exames de HGT são coletados, além disso, o idoso é questionado sobre a presença de dor 
crônica, quedas, diagnóstico e cirurgias prévias e hábitos de vida. Por fim, o dentista realiza 
uma avaliação da saúde bucal do usuário e caso seja identificado algum achado importante, é 
feito o direcionamento para uma consulta mais detalhada e, se preciso for, é iniciado um 
tratamento odontológico de acordo com a necessidade do caso. 
Adicionalmente ao preenchimento da CSPI, o idoso é encaminhado a uma avaliação 
com instrumentos adicionais (quadro 02), envolvendo saúde e funcionalidade. A mesma é 
realizada por três fisioterapeutas, doutorandos em fisioterapia da UFRN, e também participantes 
do Pro-Eva. Esta etapa envolve instrumentos que avaliam os parâmetros descritos no quadro 
abaixo: 
 
Quadro 02. Instrumentos de avaliação adicionais 
Desfecho Avaliações realizadas 
Sarcopenia Mensurado de acordo com o European Working Group of Sarcopenia in Older 
People (EWGSOP2) (Cruz-Jantoft et al., 2019): 
• Força de preensão palmar, por meio do dinamômetro manual Jamar ® 
• Índice de Massa Muscular Esquelética, através da bioimpedância 
elétrica. 
Fragilidade Mensurado de acordo com Fried et al., (2001): 
• Perda de peso não intencional 
• Força de preensão palmar 
• Fadiga 
• Velocidade da marcha 
• Nível de atividade física, por meio do Questionário Internacional de 
Atividade Física (IPAQ). 
Risco de quedas Avaliado por meio da Ferramenta de Rastreio de Risco de Quedas (FRRISque) 
(Chini et al., 2019). 
Desempenho físico Identificado a partir do Short Physical Performance Battery (SPPB) (Guralnik et 
al., 1994) 
Vulnerabilidade Avaliado através do Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional 20 (Moraes et 
al., 2016). 
 
 
46 
 
 Finalizado todo o preenchimento, as cadernetas concluídas naquele dia são arquivadas 
em uma caixa específica para aguardar a digitação. Ato contínuo, um integrante do projeto tem 
a responsabilidade de organizar todo o material arquivado e digitá-lo no sistema. Finalizada a 
digitação, a caderneta é devolvida ao idoso pelo ACS, juntamente com um brinde (uma caneca 
com a logomarca do estudo), como forma de valorizar seu papel e importância no ato de cuidar 
e manejar sua própria saúde. 
Caso o idoso não consiga passar por todos os profissionais de saúde em um único dia, o 
ACS agenda um novo dia de avaliação na própria UBS com o objetivo de concluir o 
preenchimento. 
 
3.5 Análise dos dados 
 Inicialmente, os dados foram digitados no sistema on-line de gerenciamento das 
informações coletadas pela CSPI. Em seguida os dados foram transportados para planilha Excel 
e ajustados de acordo com a necessidade do presente estudo. 
 Com o banco de dados ajustado, os dados foram transportados para o programa SPSS, 
versão 20.0 (Statistical Package for Social Sciences). Foi utilizada para

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