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Gestaoterritorioindicadores-Praxedes-2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
KATARINA ALUIDE DE CARVALHO PRAXEDES 
 
 
 
 
 
GESTÃO DO TERRITÓRIO E INDICADORES 
SOCIOECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DEFRONTANTES COM 
O MAR DO RN: CAMINHOS E DESAFIOS PARA A 
SUSTENTABILIDADE AZUL 
 
 
 
 
 
 
NATAL-RN 
SETEMBRO - 2022 
 
 
 
KATARINA ALUIDE DE CARVALHO PRAXEDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DO TERRITÓRIO E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS 
DOS MUNICÍPIOS DEFRONTANTES COM O MAR DO RN: 
CAMINHOS E DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE AZUL 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia 
(PPGe) da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), como pré-
requisito para obtenção do título de 
Mestre em Geografia. 
 
Linha de Pesquisa: Território, Estado e 
Planejamento. 
Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato 
Júnior. 
 
 
 
NATAL-RN 
SETEMBRO – 2022 
 
 
 
KATARINA ALUIDE DE CARVALHO PRAXEDES 
 
 
GESTÃO DO TERRITÓRIO E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS 
DOS MUNICÍPIOS DEFRONTANTES COM O MAR DO RN: 
CAMINHOS E DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE AZUL 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia 
(PPGe) da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), como pré-
requisito para obtenção do título de 
Mestre em Geografia. 
 
 
Aprovada em: 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________ 
Prof. Dr. Raimundo Nonato Júnior 
Orientador – UFRN 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA DA UFRN 
 
______________________________ 
Jodival Maurício da Costa 
Membro externo – UNIFAP 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ 
 
______________________________ 
Jane Roberta de Assis Barbosa 
Membro interno – UFRN 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA DA UFRN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA 
 
 Praxedes, Katarina Aluide de Carvalho. 
 Gestão do território e indicadores socioeconômicos dos 
municípios defrontantes com o mar do RN: caminhos e desafios para 
a sustentabilidade azul / Katarina Aluide de Carvalho Praxedes. 
- 2022. 
 274f.: il. 
 
 Dissertação (mestrado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e 
Artes, Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia, 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2022. 
 Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato Júnior. 
 
 
 1. Sustentabilidade. 2. Sustentabilidade Azul. 3. Amazônia 
Azul. 4. Gestão do Território. 5. Totalidade. I. Nonato Júnior, 
Raimundo. II. Título. 
 
RN/UF/BS-CCHLA CDU 9:502/504 
 
 
 
 
 
Elaborado por Ana Luísa Lincka de Sousa - CRB-15/748 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos povos tradicionais do litoral. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Gratidão aos meus pais, Wilde e Francisco, que permitiram a minha existência 
nesse planeta fantástico. Pelo companheirismo, incentivo, paciência e parceria, agradeço 
a Tárcis, que compartilha comigo o amor a nós ofertado pelo universo. 
A todos os amigos incentivadores e entusiastas das minhas ideias, 
principalmente Jéssica e João, meu muito obrigada. Ao Instituto Navegar, organização 
que me permitiu enxergar a vida sob outra perspectiva, um especial agradecimento. 
Gratidão imensa a Marinês, amiga querida sempre pronta a me ouvir. 
Aos amigos do mestrado Marcos e Víctor muito obrigada por, mesmo distantes, 
terem contribuído com meu trabalho, terem me apoiado nos momentos mais difíceis. 
Agradeço, também, a todos os que vieram antes de mim e que abriram os portões 
da ciência e, ao mesmo tempo em que trabalhavam arduamente em suas pesquisas, 
também construíam o caminho para os próximos viajantes, especificamente o Professor 
Raimundo Nonato que aceitou orientar este trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Na discussão contemporânea da sustentabilidade, destaca-se a emergência de pensa-la a 
partir da Amazônia Azul, especificamente os municípios defrontantes com o mar, porque 
eles são elos de comunicação entre o continente e o sistema costeiro-marinho. Além disso, 
as diversas problemáticas, como por exemplo, a crise climática mundial, afetam 
sobremaneira esses municípios. A terminologia sustentabilidade azul foi criada para fazer 
referência a sustentabilidade, mas direcionada para os municípios da costa do estado do 
Rio Grande do Norte, que são defrontes ao mar. Dessa forma, compreender os caminhos 
e os desafios para a sustentabilidade azul nos municípios defrontantes com o mar do RN, 
sob a ótica da gestão do território, constitui o objetivo geral desta pesquisa. Para isso, a 
perspectiva da totalidade do espaço geográfico foi utilizada como pressuposto para a 
realização da sustentabilidade e a gestão do território, por sua vez, foi indicada como um 
possível caminho para assegurar à sustentabilidade sua existência concreta. O Sistema de 
Indicadores foi utilizado como metodologia, porque oportuniza o agrupamento de dados, 
apresentados em gráficos, possibilitando a compreensão da costa potiguar sob a 
perspectiva da totalidade. A abordagem quanti-qualitativa possibilitou a organização dos 
dados em diferentes temáticas e aspectos. Os procedimentos metodológicos foram 
desenvolvidos com base na pesquisa bibliográfica de autores da Geografia e da 
sustentabilidade, além de outros temas secundários; a pesquisa documental permitiu o 
levantamento das principais leis, decretos e documentos; e a pesquisa de laboratório, na 
qual foi realizada a extração dos dados do Relatório I, do Projeto Amazônia Azul, para 
gerar o Sistema de Indicadores. Também na etapa de laboratório foram elaboradas as 
planilhas, gráficos e mapas. Destacando os resultados, a pesquisa encontrou um 
distanciamento dos municípios defrontantes com o mar em relação à sustentabilidade 
azul. Esse distanciamento enseja desafios à gestão do território. É importante esclarecer 
que, os dados apontam para o caminho de redução da insustentabilidade nos municípios, 
mas existe um longo percurso para alcançar a sustentabilidade azul na costa potiguar. 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade; Sustentabilidade Azul; Amazônia Azul; Gestão do 
Território; Totalidade. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
In the contemporary discussion of sustainability, the emergence of thinking about it from 
the Blue Amazon stands out, specifically the municipalities facing the sea, because they 
are communication links between the continent and the coastal-marine system. In 
addition, the various problems, such as the global climate crisis, greatly affect these 
municipalities. The blue sustainability terminology was created to refer to sustainability, 
but directed to the municipalities on the coast of the state of Rio Grande do Norte, which 
are facing the sea. In this way, understanding the paths and challenges for blue 
sustainability in the municipalities facing the sea in RN, from the perspective of territorial 
management, constitutes the general objective of this research. For this, the perspective 
of the totality of the geographic space was used as a presupposition for the achievement 
of sustainability and the management of the territory, in turn, was indicated as a possible 
way to ensure sustainability in its concrete existence. The Indicator System was used as 
a methodology, because it allows the grouping of data, presented in graphs, enabling the 
understanding of the Potiguar coast from the perspective of the totality. The quantitative-
qualit’ative approach made it possible to organize the data into different themes and 
aspects. The methodologicalprocedures were developed based on bibliographic research 
by authors in Geography and sustainability, in addition to other secondary themes; the 
documentary research allowed the survey of the main laws, decrees and documents; and 
the laboratory research, in which the data from Report I, from the Blue Amazon Project, 
was extracted to generate the Indicator System. Also in the laboratory stage, spreadsheets, 
graphs and maps were prepared. Highlighting the results, the research found a great 
distance from the municipalities facing the sea in relation to blue sustainability. This 
distance gives rise to challenges to the management of the territory. It is important to 
clarify that, the data point to the path of reducing unsustainability in the municipalities, 
but there is a long way to achieve blue sustainability on the Potiguar coast. 
 
Keywords: Sustainability; Blue Sustainability; Amazônia Azul; Territory Management; 
Totality. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Escopo da Pesquisa..................................................................................................... 24 
Figura 2 - Geografia e Sustentabilidade ...................................................................................... 18 
Figura 3 - Modelo Planetário Resumido ..................................................................................... 21 
Figura 4 - Brasil: Amazônia Azul. .............................................................................................. 29 
Figura 5 - Estrutura Legal da Amazônia Azul ............................................................................ 31 
Figura 6 - Gestão da Zona Costeira ............................................................................................. 38 
Figura 7 - Linha do Tempo: Legislação para a Costa Brasileira. .................................................. 40 
Figura 8 - Estrutura Geral do Sistema de Indicadores ................................................................. 49 
Figura 9 - Pilares da Sustentabilidade ......................................................................................... 50 
Figura 10 - Esquema de Elaboração do Sistema de Indicadores ................................................. 51 
Figura 11 - Estrutura do Indicador do Sistema de Indicadores dos Municípios DCM do RN .... 52 
Figura 12 - Indicadores e Subindicadores ................................................................................... 53 
Figura 13 - Esquema Metodológico Resumido ........................................................................... 65 
Figura 14 - Escopo de Utilização do Projeto Amazônia Azul UFRN/MDR ................................... 71 
Figura 15 - Indicador Social ......................................................................................................... 75 
Figura 16 - Indicador Ambiental ................................................................................................. 77 
Figura 17 - Indicador Economia .................................................................................................. 77 
Figura 18 - Distribuição Etária da População ............................................................................. 86 
Figura 19 – Municípios DCM do RN: característica etária da população. ................................. 86 
Figura 20 - Municípios DCM do RN: evolução da população urbana. ....................................... 88 
Figura 21 - ODS 1 e Indicadores ............................................................................................... 208 
Figura 22 - ODS 2 e Indicadores ............................................................................................... 211 
Figura 23 - ODS 3 e Indicadores ............................................................................................... 214 
Figura 24 - ODS 4 e Indicadores ............................................................................................... 217 
Figura 25 - ODS 5 e Indicadores ............................................................................................... 219 
Figura 26 - ODS 6 e Indicadores ............................................................................................... 221 
Figura 27 - ODS 7 e Indicadores ............................................................................................... 223 
Figura 28 - ODS 8 e Indicadores ............................................................................................... 225 
Figura 29 - ODS 9 e Indicadores ............................................................................................... 227 
Figura 30 - ODS 10 e Indicadores ............................................................................................. 229 
Figura 31 - ODS 11 e Indicadores ............................................................................................. 231 
Figura 32 - ODS 12 e Indicadores ............................................................................................. 233 
Figura 33 - ODS 13 e Indicadores ............................................................................................. 235 
Figura 34 - ODS 14 e Indicadores ............................................................................................. 237 
Figura 35 - ODS 15 e Indicadores ............................................................................................. 239 
Figura 36 - ODS 16 e Indicadores ............................................................................................. 241 
Figura 37 - ODS 17 e Indicadores ............................................................................................. 243 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Indicador Social: Características da População. ....................................................... 81 
Gráfico 2 - Características da População: população. ................................................................. 83 
Gráfico 3 - Densidade Demográfica Média ................................................................................ 85 
Gráfico 4 - População Urbana ..................................................................................................... 89 
Gráfico 5 - População Rural ......................................................................................................... 90 
Gráfico 6 - Homens ..................................................................................................................... 91 
Gráfico 7 - Mulheres ................................................................................................................... 91 
Gráfico 8 - Municípios DCM do RN: Condições de Vida da População – Saúde. ..................... 92 
Gráfico 9 - Saúde: Taxa de Natalidade. ...................................................................................... 93 
Gráfico 10 - Saúde: Taxa de Mortalidade. .................................................................................. 94 
Gráfico 11 - Saúde: Estabelecimentos do SUS. .......................................................................... 95 
Gráfico 12 - Municípios DCM do RN: distribuição percentual dos tipos de moradia. ............... 95 
Gráfico 13 - Condições de Vida: Tipos de Moradia. .................................................................. 96 
Gráfico 14 - Tipos de Moradia: Própria. ..................................................................................... 97 
Gráfico 15 - Tipos de Moradia: Alugada. ................................................................................... 98 
Gráfico 16 - Tipos de Moradia: Cedida. ..................................................................................... 99 
Gráfico 17 - Tipos de Moradia: Outros. .................................................................................... 100 
Gráfico 18 - Condições de Vida da População: Educação. .......................................................101 
Gráfico 19 - Educação: Alfabetização. ..................................................................................... 103 
Gráfico 20 - Educação: Pré-escola. ........................................................................................... 104 
Gráfico 21 - Educação: Creche. ................................................................................................ 105 
Gráfico 22 - Educação: Ensino Fundamental I. ........................................................................ 106 
Gráfico 23 - Educação - Ensino Fundamental II. ...................................................................... 107 
Gráfico 24 - Escolaridade: Ensino Médio. ................................................................................ 108 
Gráfico 25 - Municípios DCM do RN: tipo de vínculo de trabalho. ......................................... 108 
Gráfico 26 - Condições de Vida: Ocupação. ............................................................................. 109 
Gráfico 27 - Ocupação: Empregado com Carteira Assinada..................................................... 110 
Gráfico 28 - Ocupação: Empregado sem Carteira Assinada. .................................................... 111 
Gráfico 29 - Ocupação: Militares e Funcionários Públicos....................................................... 112 
Gráfico 30 - Ocupação: Não Remunerado. ............................................................................... 113 
Gráfico 31 - Ocupação: Trabalhador na Produção para Consumo Próprio. .............................. 114 
Gráfico 32 - Ocupação: Empregador. ....................................................................................... 115 
Gráfico 33 - Ocupação: Trabalhador por Conta Própria. .......................................................... 116 
Gráfico 34 - Indicador Ambiental ............................................................................................. 118 
Gráfico 35 - Abastecimento de Água Potável ........................................................................... 120 
Gráfico 36 - Esgotamento Sanitário .......................................................................................... 122 
Gráfico 37 - Coleta de Resíduos Sólidos .................................................................................. 124 
Gráfico 38 - Sistema de Drenagem ........................................................................................... 125 
Gráfico 39 - Municípios DCM: setores da economia e participação no PIB. ........................... 126 
Gráfico 40 - Municípios DCM do RN: atividades econômicas e quantidade de estabelecimentos.
 ................................................................................................................................................... 127 
Gráfico 41 - Indicador Economia .............................................................................................. 130 
Gráfico 42 - Salário Médio Mensal dos Trabalhadores Formais .............................................. 132 
Gráfico 43 - População Ocupada .............................................................................................. 133 
 
 
Gráfico 44 - População com Rendimento Nominal Mensal Per Capita de até 1/2 Salário Mínimo
 ................................................................................................................................................... 134 
Gráfico 45 - - PIB Municipal .................................................................................................... 135 
Gráfico 46 - PIB Per Capita ...................................................................................................... 136 
Gráfico 47 - IDHM ................................................................................................................... 137 
Gráfico 48 - Cruzamento de Variáveis: Densidade Demográfica, Taxa de Mortalidade e 
Quantidade de Estabelecimento de Saúde do SUS. .................................................................. 139 
Gráfico 49 - Tendência: densidade Demográfica Média, Taxa de Mortalidade e 
Estabelecimentos de Saúde do SUS .......................................................................................... 140 
Gráfico 50 - Cruzamento de Variáveis: IDHM e População. .................................................... 141 
Gráfico 51 - Tendência: IDHM e População............................................................................. 142 
Gráfico 52 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Mortalidade e Estabelecimentos de Saúde do 
SUS. .......................................................................................................................................... 143 
Gráfico 53 - Tendência: Taxa de Mortalidade e Estabelecimentos de Saúde do SUS. ............. 144 
Gráfico 54 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Alfabetização e IDHM. ................................ 145 
Gráfico 55 - Tendência: Taxa de Alfabetização e IDHM. ........................................................ 146 
Gráfico 56 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Alfabetização e Ensino Fundamental. .......... 147 
Gráfico 57 -Tendência: Taxa de Alfabetização e Estabelecimentos de Educação do Ensino 
Fundamental. ............................................................................................................................. 148 
Gráfico 58 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Alfabetização e Trabalhadores por Conta 
Própria. ...................................................................................................................................... 149 
Gráfico 59 - Tendência: Taxa de Alfabetização e Trabalhadores por Conta Própria. ............... 150 
Gráfico 60 - Cruzamento de Variáveis: Esgotamento Sanitário e Densidade Demográfica. .... 151 
Gráfico 61 - Tendência: Esgotamento Sanitário e Densidade Demográfica. ............................ 152 
Gráfico 62 - Cruzamento de Variáveis: Coleta de Resíduos Sólidos e Taxa de Mortalidade. .. 153 
Gráfico 63 - Tendência: Coleta de Resíduos Sólidos e Taxa de Mortalidade. .......................... 154 
Gráfico 64 - Cruzamento de Variáveis: Coleta de Resíduos Sólidos e Taxa de Mortalidade. .. 155 
Gráfico 65 - Tendência: Sistema de Drenagem e Taxa de Mortalidade. ................................... 156 
Gráfico 66 - Cruzamento de Variáveis: Percentual da População Urbana e Coleta de Resíduos 
Sólidos. ...................................................................................................................................... 157 
Gráfico 67 - Tendência: Percentual da População Urbana e Coleta de Resíduos Sólidos. ....... 158 
Gráfico 68 - Cruzamento de Variáveis: Percentual de Abastecimento de Água Potável e 
Percentual de População Rural. ................................................................................................. 159 
Gráfico 69 - Tendência: Percentual de Abastecimento de Água Potável e Percentual de 
População Rural. ....................................................................................................................... 160 
Gráfico 70 - Cruzamento de Variáveis: PIB Per Capita e IDHM. ............................................ 161 
Gráfico 71 - Tendência: PIB Per Capita e IDM. ....................................................................... 162 
Gráfico 72 - Cruzamento de Variáveis: Trabalhador na Produção para Consumo Próprio e 
População que vive com até 1/2 Salário Mínimo. ..................................................................... 163 
Gráfico 73 - Tendência: Trabalhador na Produção para Consumo Próprio e População que vive 
com até 1/2 Salário Mínimo. ..................................................................................................... 164 
Gráfico 74 - Cruzamento de Variáveis: PIB Per Capita e Taxa de Alfabetização. ................... 165 
Gráfico 75 - Tendência: PIB Per Capita e Taxa de Alfabetização. ...........................................166 
Gráfico 76 - Cruzamento de Variáveis: População Ocupada e População Não Remunerada. .. 167 
Gráfico 77 - Tendência: População Ocupada e População Não Remunerada. .......................... 168 
Gráfico 78 - Cruzamento de Variáveis: IDHM e Trabalhadores por Conta Própria. ................ 169 
Gráfico 79 - Tendência: IDHM e Trabalhadores por Conta Própria. ........................................ 170 
Gráfico 80 - Cruzamento de Variáveis: Coleta de Resíduos Sólidos e População com 
Rendimento de até ½ Salário Mínimo. ...................................................................................... 171 
 
 
Gráfico 81 - Tendência: Coleta de Resíduos Sólidos e População com Rendimento de até ½ 
Salário Mínimo. ......................................................................................................................... 172 
Gráfico 82 - Cruzamento de Variáveis: População Ocupada e IDHM. .................................... 173 
Gráfico 83 - Tendência: População Ocupada e IDHM. ............................................................ 174 
Gráfico 84 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Mortalidade e Estabelecimentos de Saúde do 
SUS. .......................................................................................................................................... 175 
Gráfico 85 - Tendência: Taxa de Mortalidade e Estabelecimentos de Saúde do SUS. ............ 176 
Gráfico 86 - Cruzamento de Variáveis: IDHM e População. .................................................... 177 
Gráfico 87 - Tendência: IDHM e População............................................................................. 177 
Gráfico 88 - Cruzamento de Variáveis: População Urbana, Rural e Taxa Alfabetização. ........ 178 
Gráfico 89 - Tendência: População Urbana, Rural e Taxa Alfabetização................................. 179 
Gráfico 90 - Cruzamento de Variáveis: Taxa de Alfabetização e Trabalhadores na Produção 
para Consumo Próprio. .............................................................................................................. 180 
Gráfico 91 - Tendência: Taxa de Alfabetização e Trabalhadores na Produção para Consumo 
Próprio. ...................................................................................................................................... 181 
Gráfico 92 - Cruzamento de Variáveis: Empregado sem Carteira Assinada e População 
Ocupada..................................................................................................................................... 182 
Gráfico 93 - Tendência: Empregado sem Carteira Assinada e População Ocupada. ................ 183 
Gráfico 94 - Cruzamento de Variáveis: População Ocupada, População Urbana e População 
Rural. ......................................................................................................................................... 184 
Gráfico 95 - Tendência: População Ocupada, População Urbana e População Rural. ............. 185 
Gráfico 96 - Cruzamento de Variáveis: Empregados com Carteira Assinada e Salário Médio 
Mensal dos Trabalhadores Formais. .......................................................................................... 186 
Gráfico 97 - Tendência: Empregados com Carteira Assinada e Salário Médio Mensal dos 
Trabalhadores Formais. ............................................................................................................. 187 
Gráfico 98 - Cruzamento de Variáveis: PIB e Mortalidade. ..................................................... 188 
Gráfico 99 - Tendência: PIB e Mortalidade. .............................................................................. 189 
Gráfico 100 - Cruzamento de Variáveis: População com Rendimento até ½ Salário Mínimo e 
Estabelecimentos de Saúde do SUS. ......................................................................................... 190 
Gráfico 101 - Tendência: População com Rendimento até ½ Salário Mínimo e Estabelecimentos 
de Saúde do SUS. ...................................................................................................................... 191 
Gráfico 102 - Cruzamento de Variáveis: População com Rendimento de até ½ Salário Mínimo, 
PIB Municipal e PIB Per Capita. .............................................................................................. 192 
Gráfico 103 - Tendência: População com Rendimento de até ½ Salário Mínimo, PIB Municipal 
e PIB Per Capita. ....................................................................................................................... 193 
Gráfico 104 - Cruzamento de Variáveis: População ocupada e PIB Per Capita. ...................... 194 
Gráfico 105 - Tendência: População ocupada e PIB Per Capita. .............................................. 195 
Gráfico 106 - Cruzamento de Variáveis: Água Potável e População com Rendimento Nominal 
de até ½ Salário Mínimo. .......................................................................................................... 196 
Gráfico 107 - Tendência: Água Potável e População com Rendimento Nominal de até ½ Salário 
Mínimo. ..................................................................................................................................... 197 
Gráfico 108 - Cruzamento de Variáveis: PIB Municipal e Sistema de Drenagem. .................. 198 
Gráfico 109 - Tendência: PIB Municipal e Sistema de Drenagem. .......................................... 198 
Gráfico 110 - Cruzamento de Variáveis: Coleta de Resíduos Sólidos e Salário Médio Mensal do 
Trabalhadores Formais. ............................................................................................................. 199 
Gráfico 111 - Tendência: Coleta de Resíduos Sólidos e Salário Médio Mensal do Trabalhadores 
Formais. ..................................................................................................................................... 200 
Gráfico 112 - Cruzamento de Variáveis: População, Água Potável e Sistema de Drenagem. .. 201 
Gráfico 113 - Tendência: População, Água Potável e Sistema de Drenagem. .......................... 202 
 
 
Gráfico 114 - ODSs: Situação Geral. ........................................................................................ 205 
Gráfico 115 - ODS 1: Erradicação da Pobreza.......................................................................... 206 
Gráfico 116 - Fome zero e agricultura sustentável. ................................................................... 209 
Gráfico 117 - ODS 3: Saúde e Bem-Estar. ................................................................................ 212 
Gráfico 118 - ODS 4: Educação de Qualidade.......................................................................... 215 
Gráfico 119 - ODS 5: Igualdade de Gênero. ............................................................................. 218 
Gráfico 120 - ODS 6: Água Potável e Saneamento. ................................................................. 220 
Gráfico 121 - ODS 7: Energias Renováveis e Acessíveis. ........................................................ 222 
Gráfico 122 - ODS 8: Trabalho Descente e Crescimento Econômico. ..................................... 224 
Gráfico 123 - ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura. ...................................................... 226 
Gráfico 124 - ODS 10: Redução das Desigualdades. ................................................................ 228 
Gráfico 125 - ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis .................................................. 230 
Gráfico 126 - ODS 12: Consumo e Produção Responsáveis. ................................................... 232 
Gráfico 127 - ODS 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima. .......................................... 234 
Gráfico 128 - ODS 14: Vida na Água. ...................................................................................... 236 
Gráfico 129 - ODS 15: Vida Terrestre ......................................................................................238 
Gráfico 130 - ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes. ..................................................... 240 
Gráfico 131 - ODS 17: Parcerias e Meios de Implementação................................................... 242 
 
 
 
 
LISTA DE MAPAS 
 
Mapa 1 - Rio Grande do Norte: municípios defrontantes com o mar. ....................................... 22 
Mapa 2 - Brasil: Municípios Defrontantes com o Mar. ............................................................... 37 
Mapa 3 - Rio Grande do Norte: municípios defrontantes com o mar com o município de Vila 
Flor. ............................................................................................................................................. 79 
Mapa 4 - Municípios DCM do RN: principais atividades econômicas no período da ocupação.80 
Mapa 5 - Municípios DCM do RN: projeção da população para 2040. ...................................... 82 
Mapa 6 – Municípios DCM do RN: densidade demográfica média. .......................................... 84 
Mapa 7 - Municípios DCM do RN: taxa de alfabetização e habitantes por grau de escolaridade.
 ................................................................................................................................................... 102 
Mapa 8 - Municípios DCM do RN: tipos de vínculo de trabalho. ............................................ 117 
Mapa 9 - Municípios DCM do RN: distribuição de água potável. ............................................ 119 
Mapa 10 - Municípios DCM do RN: percentual de população atendida pelo sistema de 
esgotamento sanitário. ............................................................................................................... 121 
Mapa 11 - Municípios DCM do RN: percentual da população atendida pela coleta de resíduos 
sólidos. ...................................................................................................................................... 123 
Mapa 12 - Municípios DCM: número de estabelecimentos do setor de serviços e percentual da 
população ocupada nesse setor. ................................................................................................. 127 
Mapa 13 - Municípios DCM do RN: pessoal ocupado na agropecuária e área colhida. ........... 129 
Mapa 14 - Municípios DCM do RN: salário médio dos trabalhadores formais e renda média per 
capita. ........................................................................................................................................ 131 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Estrutura da Dissertação ........................................................................................... 15 
Quadro 2 - Relação das Seções do Relatório com as Áreas Temáticas do Sistema de Indicadores
 ..................................................................................................................................................... 52 
Quadro 3 - Agrupamento de Indicadores, Subindicadores e Variáveis ...................................... 54 
Quadro 4 - Princípio do Cálculo e Escala de Pontuação .............................................................. 57 
Quadro 5 - Organização Metodológica da Pesquisa ................................................................... 67 
Quadro 6 - Organização do Relatório do Eixo I Meio Socioeconômico ...................................... 72 
Quadro 7 - Escala de Classificação ............................................................................................. 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS, ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS 
 
ANR Agence Nationale de la Recherche 
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados 
CIRM Comissão Interministerial para os Recursos do Mar 
DCM Defrontantes Com o Mar 
DS Desenvolvimento Sustentável 
EUA Estados Unidos da América 
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura 
G17 Sub-Grupo de Integração dos Estados 
GERCO Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MDR Ministério do Desenvolvimento Regional 
MMA Ministério do Meio Ambiente 
OCDE (Inglês) Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
OIT Organização Internacional do Trabalho 
OMS Organização Mundial de Saúde 
ONU Organização das Nações Unidas 
PAF-ZC Plano de Ação Federal para a Zona Costeira 
PIB Produto Interno Bruto 
PNGC Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro 
PNMA Política Nacional do Meio Ambiente 
PNRM Política Nacional para Recursos do Mar 
PROCOSTA Programa Nacional para Conservação da Linha de Costa 
RAIS Relação Anual de Informações Sociais 
RN Rio Grande do Norte 
SDRU Secretaria de Desenvolvimento Regional e Urbano 
SA Sustentabilidade Azul 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura 
ZEE Zoneamento Ecológico Econômico 
ZEEC Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15 
2 CONTEXTO TEÓRICO DA PESQUISA ............................................................... 15 
2.1 Geografia e Sustentabilidade ................................................................................. 15 
2.1.1 Sustentabilidade: uma discussão da ciência geográfica .................................................... 15 
2.1.2 Espaço geográfico: a totalidade enquanto princípio para a sustentabilidade ................... 19 
2.1.3 Gestão do Território: um caminho para a sustentabilidade .............................................. 25 
2.2 Sustentabilidade Azul ............................................................................................. 27 
2.2.1 Amazônia Azul .................................................................................................................... 28 
2.2.2 O valor econômico do mar ................................................................................................. 42 
3 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA ................................................ 46 
3.1. Sistema de indicadores como metodologia da pesquisa ..................................... 46 
3.1.1 Estrutura e Organização do Sistema de Indicadores ......................................................... 48 
3.2 Procedimentos metodológicos ................................................................................ 62 
3.2.1 Pesquisa Bibliográfica ......................................................................................................... 62 
3.2.2 Pesquisa Documental ......................................................................................................... 62 
3.2.3 Pesquisa de Laboratório ..................................................................................................... 63 
4 SISTEMA DE INDICADORES E A ÁREA GEOGRÁFICA DE ESTUDO ....... 74 
4.1 Sistema de indicadores dos municípios defrontantes com o mar ....................... 74 
4.2 Amazônia Azul Estadual: um panorama social, ambiental e econômico dos 
Municípios Defrontantes com o Mar. ......................................................................... 78 
4.2.1 Indicador Social .................................................................................................................. 81 
4.2.2 Indicador Ambiental ......................................................................................................... 117 
4.2.3 Indicador Economia .......................................................................................................... 126 
5 CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE AZUL ....................................... 138 
5.1 Desafios e Tendências para os municípios defrontantes com o mar do RN .... 138 
5.1.1 Litoral Setentrional ...........................................................................................................138 
5.2.2 Litoral Leste ...................................................................................................................... 174 
5.2. Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades ....................................... 202 
5.2.1 ODS 1: Erradicação da Pobreza ........................................................................................ 206 
5.2.2 ODS 2: Fome zero e agricultura sustentável .................................................................... 209 
5.2.3 ODS 3: Saúde e Bem-Estar................................................................................................ 212 
5.2.4 ODS 4: Educação de Qualidade ........................................................................................ 215 
5.2.5 ODS 5: Igualdade de Gênero ............................................................................................ 218 
 
 
5.2.6 ODS 6: Água Potável e Saneamento................................................................................. 219 
5.2.7 ODS 7: Energias Renováveis e Acessíveis ......................................................................... 221 
5.2.8 ODS 8: Trabalho Descente e Crescimento Econômico ..................................................... 223 
5.2.9 ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura..................................................................... 225 
5.2.10 ODS 10: Redução das Desigualdades ............................................................................. 227 
5.2.11 ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis .............................................................. 230 
5.2.12 ODS 12: Consumo e Produção Responsáveis ................................................................. 231 
5.2.13 ODS 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima ......................................................... 233 
5.2.14 ODS 14: Vida na Água ..................................................................................................... 235 
5.2.15 ODS 15: Vida Terrestre ................................................................................................... 237 
5.2.16 ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes .................................................................... 239 
5.2.17 ODS 17: Parcerias e Meios de Implementação .............................................................. 242 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS: REDUZINDO A INSUSTENTABILIDADE .... 244 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 248 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A maneira como a sociedade se desenvolveu e se estruturou no espaço 
geográfico incita questionamentos sobre o momento atual em que os problemas sociais, 
econômicos e ambientais ganham destaque. Mudanças climáticas, aumento da pobreza e 
perda da biodiversidade são algumas nuances de uma questão mais ampla que versa sobre 
achar um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento pleno do Ser Humano – 
sobrevivência, realizações, ética, moral – e o equilíbrio planetário. 
Apresentada essa dicotomia e aprofundando a reflexão, percebe-se que os 
problemas enfrentados vêm do atual modelo socioeconômico que despreza a finitude e/ou 
o tempo necessário de renovação dos ecossistemas em função do crescimento econômico 
(LÖWI, 2013). Leff ([20--]) reflete que há incompreensão sobre a natureza da natureza e 
a natureza do ser humano, e também sobre a forma possível de realização de ambos. O 
resultado desse processo são problemas complexos: refugiados ambientais, aumento das 
queimadas, enchentes, secas, expansão de doenças tropicais, sistema agrícola ineficiente, 
aprofundamento das desigualdades etc. 
Diante desse cenário, refletir sobre a sustentabilidade se torna importante, uma 
vez que ela tem sido apontada como saída para os problemas socioeconômicos e 
ambientais. A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, constrói essa 
discussão desde 1972, a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente 
Humano (ONU, 2020). 
Entende-se que a sustentabilidade pode representar o caminho que assegure a 
equidade das relações, porque “a noção de sustentabilidade implica uma necessária inter-
relação entre justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a necessidade de 
desenvolvimento com capacidade de suporte” (JACOBI, 1999, p. 180). 
No contexto atual, o significado de sustentabilidade ganhou certa banalidade 
porque, dentro das relações estabelecidas, ela passou a ser apropriada pelos diferentes 
atores com diversos sentidos: “Pelos governos, pelas empresas, pela diplomacia e pelos 
meios de comunicação. É uma etiqueta que se procura colar nos produtos e nos processos 
de sua confecção para agregar-lhes valor” (BOFF, 2017, p. 8). 
Jacobi (1999, p. 180) insiste que a sustentabilidade “precisa estimular 
permanentemente as responsabilidades éticas, na medida em que a ênfase nos aspectos 
extra-econômicos serve para reconsiderar os aspectos relacionados com a equidade, a 
16 
 
justiça social e a ética dos seres vivos”. Dessa forma, o conceito de sustentabilidade deve 
ser retomado sem esvaziar a dimensão natural e social para fortalecer práticas efetivas. 
Observando esse contexto, uma questão dentro da sustentabilidade nos chama 
atenção: qual o lugar do sustentável para os oceanos? Essa indagação encontra incentivo 
na proposta da ONU (2021), que estabeleceu a Década das Nações Unidas da Ciência 
Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A proposta busca envolver todos os atores 
públicos, privados, organização da sociedade civil e população para conscientizar e 
mobilizar práticas que beneficiem a saúde e a sustentabilidade dos oceanos e mares 
(ONU, 2021). 
A Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável tem a 
intenção de estimular a construção de conhecimentos e a preservação do oceano. Coloca, 
desse modo, a diretriz de se pensar o oceano global e não oceanos, reafirmando a 
importância desse sistema que possibilita a segurança alimentar, a regulação climática e 
outros serviços relevantes para a vida na Terra (ONU, 2021). 
Mares e Oceanos parecem capazes de proporcionar soluções para os desafios de 
sustentabilidade, pois têm a capacidade de se somarem a outras alternativas, além de 
suprir e ser resposta para diversas incertezas globais. De maneira mais contundente, a 
maior parte do oxigênio que respiramos diariamente vem dos oceanos – eles regulam 
nosso clima e nos alimentam (ONU, [20--?]). 
Em 2012, a partir da definição do conceito de crescimento verde1 na Rio + 20, 
um conjunto de pequenos estados-nação insulares participantes da conferência 
perceberam e tornaram claro que, além da economia verde, a economia do mar e o 
crescimento azul também eram muito importantes para seus países (EIKESET et al., 
2017). Esse reconhecimento ganhou o apoio da Food and Agriculture Organization of 
the United Nations (FAO). Somado a isso, cabe ressaltar que a maior parte da economia 
mundial depende dos mares e oceanos, como, por exemplo, o turismo, a pesca e o 
transporte de mercadorias (UNEP, [20--?]). 
O crescimento Azul e a Economia do Mar são conceitos com muitas variações a 
depender de quem esteja usando-os e do interesse. De modo geral, buscam reduzir o 
impacto que as atividades econômicas realizadas no ambiente marinho e costeiro, causam 
 
1 “Crescimento verde significa promover o crescimento econômico e o desenvolvimento, ao mesmo tempo em que 
garante que os ativos naturais continuem a fornecer os recursos e serviços ambientais dos quais nosso bem-estar 
depende.” (OCDE, [20--?]) 
17 
 
à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos prestados pelos ambientes costeiros-
marinho e oceanos (ABABOUCH, 2015). 
Adjetivar a economia e o crescimento de azul, conforme acompanha-se na União 
Europeia (2012), na UNEP ([20--]) e na ONU ([20--]), reforça a importânciados mares e 
oceanos e oportuniza refletir sobre a dimensão dessa importância. Também chama a 
atenção para possíveis lacunas percebidas, como a questão social e a questão ambiental, 
ou seja, para a necessidade de colocar em exercício a sustentabilidade de maneira que ela 
seja a estrutura norteadora do planejamento. 
No âmbito global, os Estados Unidos da América (EUA) demonstram, por meio 
do seu Plano Estratégico 2021-2025 (USA, 2021), que estão investindo no crescimento 
da economia azul. A China, por sua vez, trata a economia azul como parte de uma questão 
ideológica e prática para a promoção da modernização do Estado por meio de ações 
econômicas, geopolíticas e ecológicas sobrepostas (FABINYI et al., 2021). Mas, para a 
sustentabilidade, a questão não é o crescimento econômico e sim o desenvolvimento de 
aspectos fundamentais e necessários para a vida. 
Em 2019, a União Europeia (EU) firmou o compromisso de tornar a sua 
economia azul sustentável (UNIÃO EUROPEIA, 2022). Esse compromisso foi firmado 
não só para a economia, ele foi firmado na escala ampla do tema por meio do Pacto 
Ecológico Europeu. O Pacto é um instrumento de planejamento que se coloca como 
estratégia para lidar com os desafios globais e para o atendimento dos Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU. Pretende zerar as emissões de 
gases do efeito estufa até 2050 e fazer com que o crescimento econômico esteja 
dissociado da utilização de recursos (UNIÃO EUROPEIA, 2022). 
Embora o discurso da Blue Economy tenha sido pautado na sustentabilidade, essa 
economia marginaliza atores locais mais frágeis (FABINYI et al., 2021). Outro ponto é 
que ela é propícia à acumulação do capital produtivista ao mesmo tempo em que reforça 
desigualdades (BENNETT et al., 2019; BRENT et al., 2020). É possível observar que 
essa economia tem reproduzido a ideologia dominante e, segundo Boff (2017, p. 14), “o 
pensamento que criou essa situação calamitosa [...] não pode ser o mesmo que nos vai 
tirar dela”. 
Acreditamos, então, que abordar a sustentabilidade na discussão do azul, que 
compreende não só mares e oceanos, mas também a zona costeira e os municípios, é 
fundamental para alertar que uma conjuntura maior deve ser pensada. Não deveria ser 
necessário adjetivar a sustentabilidade de azul, haja vista que ela não deve ser 
18 
 
setorializada. No entanto, lançamos mão dessa estratégia para evidenciar lacunas 
específicas relativas a aspectos prioritários que parecem não ser enfocados dentro desse 
tema. 
Dessa forma, nesta pesquisa serão utilizados os termos ‘sustentabilidade azul’ 
(SA) e ‘desenvolvimento sustentável azul’ (DS Azul), quando necessário. Pretende-se, 
com isso, dar especificidade à discussão, chamar atenção para a necessidade de ampliar 
o olhar para essa questão e, principalmente, revelar vazios que possam ser encontrados 
nessa temática. 
Elegemos, então, as diretrizes e conceitos da ONU sobre sustentabilidade e 
desenvolvimento sustentável (DS). Fundamentamo-nos e assumimos como norte desta 
pesquisa os Três Pilares do DS, constantes na declaração de Johanesburgo (ONU, 2002, 
on line). 
 
Consequentemente, assumimos a responsabilidade coletiva de avançar 
e fortalecer os pilares interdependentes e mutuamente reforçados do 
desenvolvimento sustentável – desenvolvimento econômico, 
desenvolvimento social e proteção ambiental – nos níveis local, 
nacional, regional e global. 
 
A proposta desta pesquisa é ampliar a visão da sustentabilidade azul para além 
da economia. Tendo em vista que a observância dos processos concernentes à natureza, 
que inclui o meio humano e a espécie, são interconectados e interdependentes, as visões 
parciais dessa temática tornam-se problemáticas, pois dificultam a aquisição de um meio 
sustentável (BOFF, 2017). 
Outros dois argumentos que é preciso considerar é de que o crescimento 
econômico vai de encontro ao limite dos ecossistemas e que “[...] a capacidade real de o 
funcionamento da economia criar coesão social e contribuir de forma positiva para 
erradicar a pobreza tem sido, até aqui, muito limitada” (ABRAMOVAY, 2012, p. 16), 
pelo menos da forma tradicional como ela vem sendo pensada. 
Ademais, segundo Abramovay (2012), atualmente o crescimento econômico não 
é capaz de fazer frente aos desafios globais como se acreditou outrora. O mesmo autor 
destaca que “em quase toda parte aumenta a desigualdade na renda, no uso da energia, 
nas emissões, no consumo, na educação e na saúde, ao mesmo tempo que a produção se 
19 
 
expande” (ABRAMOVAY, 2012, posição 1472), ou seja, o crescimento econômico não 
tem sido propício ao estabelecimento do DS. 
Tendo isso em vista, pensamos que abordar a sustentabilidade sob o viés da 
ciência geográfica é interessante, em função do enfoque da totalidade que essa ciência 
usa para dar conta da compreensão do espaço geográfico. Por consequência, entendemos 
que esta é uma discussão da Geografia e que a gestão do território é importante para 
estabelecer o percurso da sustentabilidade no espaço geográfico. 
Além dos três pilares citados anteriormente, adotaremos o conceito de DS da 
ONU. Esse conceito caracteriza o DS como “[...] aquele que atende às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas 
próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO, 1991). 
Observando esse conceito, percebe-se que é preciso considerar as necessidades 
humanas em todas as suas nuances. Ao retomarmos os pilares do DS, percebemos que a 
tríade ‘Sociedade, Economia e Meio Ambiente’ ampara a reflexão sobre o que é preciso 
pensar como necessidade presente e futura. Enfatizamos que não se trata de dar ênfase a 
apenas um dos pilares da sustentabilidade, mas pensar os três de forma articulada e inter-
relacionada. 
Ao desmembrar esses Pilares nas 5 (cinco) Dimensões estabelecidas pela 
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (que são: as pessoas, o planeta, a 
prosperidade, a paz e as alianças (ou parcerias) (ONU, 2015)), os pilares ganham ainda 
mais materialidade. Essa materialidade está expressa na elaboração dos 17 Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável (ODS), que nos ajudou a direcionar a pesquisa. Os ODSs 
se configuram como um plano de ação com vários indicadores que possibilitam alcançar 
a sustentabilidade. 
Dentro dessa discussão, sobre à situação brasileira, temos um capítulo à parte 
para a sustentabilidade azul. O país vem enfrentando problemas no que diz respeito à 
implantação e monitoramento de políticas territoriais, cujo foco é a gestão do território 
costeiro, assim como há dificuldades em estabelecer um planejamento intersetorial 
(ANDRADE; SCHERER, 2014). Ainda não há definição do que é e do que representa a 
economia do mar para o Brasil, posto que os estudos na direção de mensurar essa 
economia são primários (CARVALHO, 2018). 
 
2 É informada a posição nessa referência, pois o livro está na mídia do leitor digital Kindle, que não tem 
página e sim posição de leitura. 
20 
 
O planejamento e gestão devem abarcar as várias instâncias governamentais que 
incidem sobre os estados costeiros, municípios defrontantes com o mar, a costa e o mar. 
A intenção deveria ser de conectar os entes federativos a esses ambientes no aspecto 
normativo e de monitoramento ao mesmo tempo em que envolvesse todos os atores que 
se vinculam de alguma forma a esse espaço, para propor ações efetivas. 
O Brasil enfrenta desafios nesse contexto, a saber: as principais capitais estão 
situadas em estados costeiros e os municípios sofrem com índices acentuados de poluição, 
alta densidade demográfica intercalados com vazio demográficos, altos índices de 
violência e pobreza e grande percentual da população residindo em aglomerados 
subnormais (MORAES, 2007). Alguns desses estados concentram polos industriaisem 
plena expansão, há conflitos territoriais, conflitos entre atividades econômicas e 
exploração de áreas que prestam serviços ecossistêmicos importantes (MORAES, 2007). 
Ademais, o Brasil investiu em abertura de estradas, mas não proporcionou a 
melhoria do escoamento e entrada de insumos pelo mar (MOARES, 2017). Também 
tentou estruturar o turismo litorâneo no Nordeste, concedendo recursos públicos, como o 
Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE), mas foi um 
programa que acabou reforçando desigualdades ao favorecer diferentes grupos sociais 
não pertencentes aos lugares (BARBOSA; CORIOLANO, 2016). 
Notamos que, no país, mesmo a economia do mar não vem sendo mobilizada de 
forma ampla, organizada e participativa (CARVALHO, 2018). Além disso, o Brasil ainda 
está dando os primeiros passos para o Planejamento Espacial Marinho (PEM) e tem 30 
anos de gestão costeira institucionalizada e realizada, mas com uma “lacuna na 
implantação dos instrumentos previstos pelo Programa Federal e Estadual de 
Gerenciamento Costeiro, aliada à quase nula avaliação dos processos gerenciais” que 
“levam a situações de degradação” (ANDRADE; SCHERER, 2014, p. 139). 
Ao mesmo tempo, tudo isso sugere um distanciamento da sustentabilidade azul, 
pois a própria discussão econômica ainda é incipiente. Por exemplo, não existe a 
agregação das contas públicas para aferição de quanto a economia do mar e azul gera de 
PIB para o país (CARVALHO, 2018). Não evidenciamos, além disso, políticas públicas 
com foco na economia do mar. 
Observa-se também que as Organizações da Sociedade Civil (OSC) tendem 
muito mais a trabalhar na perspectiva da sustentabilidade na tentativa de mitigar algumas 
problemáticas. Podemos destacar o projeto ‘Observando Rios’, da ONG SOS Mata 
21 
 
Atlântica, que tem o objetivo de reunir comunidades e estimular o cuidado com os corpos 
hídricos interiores do Brasil por meio do monitoramento da água dos rios. 
A realidade brasileira pode ser observada ao longo de toda a zona costeira do 
país, que inclui os 17 estados costeiros e seus 279 municípios defrontantes com o mar 
(IBGE, 2021). Os municípios são elos de comunicação entre continente e mar, recebem 
e sofrem o impacto das ações executadas no continente e transferem em certa medida para 
o sistema costeiro-marinho. Por sua vez, os municípios são agentes que impactam 
diretamente esse mesmo sistema, pois estão na zona de transição. 
Percebe-se que os municípios defrontantes com o mar são importantes para a 
sustentabilidade azul. Por isso, é prioritário considera-los e a política nacional mais 
legitimada que tem empreendido esforços nesse sentido é a política da Amazônia Azul.3 
A Marinha do Brasil estrategicamente intitulou de Amazônia Azul todo o trecho 
que abarca o Mar Territorial até a Plataforma Continental. Ela é um espaço geográfico 
em que ações concretas ainda estão sendo encaminhadas. Em função disso, a produção 
de dados e a sua sistematização são tarefas complexas. Compreender essa realidade é um 
desafio. 
Ao mesmo tempo, mesmo sem um estudo progressivo a respeito da Amazônia 
Azul, que ampare seu uso sustentável, ela é uma área que já sofre constantes explorações: 
petróleo e pesca industrial são algumas das atividades que impactam esse ambiente. Esse 
impacto não se restringe apenas às questões ambientais. 
Uma vez que visualizamos essa dinâmica, porque os problemas citados 
anteriormente são causados por ou passam pelos municípios costeiros, entendemos que a 
sustentabilidade azul é fundamental para esses municípios, já que estes figuram como 
conexão. Para guiar ações e decisões, principalmente no que diz respeito à gestão do 
território e à elaboração de políticas públicas que visem esse propósito, é importante 
refletir sobre os municípios defrontantes com o mar. 
Para viabilizar a pesquisa, voltamos a atenção para um estado costeiro que 
concentra aspectos interessantes. A zona costeira do estado do Rio Grande do Norte (RN) 
é formada por 23 municípios defrontantes com o mar. Também é o espaço de encontro 
 
3 Amazônia Azul do Brasil é o nome dado ao território marítimo brasileiro e adotado tanto pelas 
organizações governamentais como pelas instituições privadas. O nome surgiu devido a comparação com 
a Amazônia verde do continente e para servir de apelo econômico e ambiental. Esse tema é abordado no 
item 2.2.1. 
22 
 
das duas linhas de costa nacionais: a norte, que vai do Oiapoque até o município de 
Touros; e a leste, que vai de Touros ao Chuí. 
O RN possui 410 km de costa e desponta como o maior produtor de sal, maior 
produtor de camarão e o maior produtor de energia eólica do Brasil. É produtor de 
petróleo off-shore e tem no turismo umas das principais atividades do setor terciário da 
economia local. Por todas essas questões, esse estado se destaca para a nossa análise. O 
Mapa 1 mostra a distribuição dos municípios defrontantes com o mar no RN. 
 
Mapa 1 - Rio Grande do Norte: municípios defrontantes com o mar. 
 
Fonte: elaborado pela autora, 2020. 
 
A singularidade da costa do RN para esta pesquisa também é devida a realização 
de um projeto pioneiro no Brasil, chamado ‘Potencialidades Econômicas da Amazônia 
Azul – Fronteira Leste Brasileira’, que foi desenvolvido pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento 
Regional (MDR). Os dados levantados por esse projeto constituem a base principal 
utilizada nesta dissertação. 
O projeto buscou abordar a problemática da ausência de políticas públicas que 
tenham a economia do mar como foco central no estado do RN. Trouxe uma riqueza 
expressiva de dados levantados pelas equipes envolvidas. É, pois, nesta conjuntura em 
23 
 
que se insere o projeto: o desenvolvimento da Economia do Mar para Amazônia Azul do 
Brasil. Desse modo, o projeto surge para atender a uma demanda específica relativa a 
essas duas temáticas. 
O projeto levantou diversos dados, para compreender quais as potencialidades e 
os limites do desenvolvimento econômico do mar, com vistas a indicar possíveis políticas 
territoriais que resolvam problemas específicos ou que alavanquem determinadas 
capacidades. Dessa forma, ele contribuiu para o debate e fundamentação de ações, além 
de ter cooperado com o fomento da pesquisa científica-universitária no Brasil. 
Os dados levantados são referentes aos municípios defrontantes com o mar, são 
de caráter econômico, social e ambiental, os quais constituem os três pilares da 
sustentabilidade. Esses dados podem auxiliar a se pensar sobre a existência de vazios e 
de oportunidades para uma sustentabilidade azul nos municípios defrontantes com o mar. 
Mas, para tal, foi preciso dispor de unidades de medida e de instrumentos concretos para 
sintetizar e agrupar todos os dados de maneira a oferecer uma análise completa. 
Com base nisso, para que possamos dar conta da dimensão da sustentabilidade 
azul nos municípios defrontantes com mar do RN, lançamos mão da metodologia de 
indicadores, que nos proporcionará compreender a sustentabilidade azul, uma vez que se 
trata de um instrumento de gestão do território que consegue proporcionar uma visão da 
totalidade do espaço. Para que os três pilares da sustentabilidade não fiquem abstratos, a 
questão social, econômica e ambiental precisa de materialidade, e os Indicadores se 
mostram eficazes na mensuração de contextos específicos que são inter-relacionados. A 
Figura 1 demonstra o escopo da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Figura 1 - Escopo da Pesquisa 
 
Fonte: Praxedes, 2022. 
 
A partir do resultado do sistema de indicadores, queremos responder as seguintes 
questões de pesquisa: o que há de sustentabilidade no contexto dos municípios 
defrontantes com o mar?; quais relações e tendências territoriais são apontadas pelo 
Sistema de Indicadores sócio,econômico e ambiental desses municípios? quais 
oportunidades e dificuldades à possível existência de uma sustentabilidade azul é 
apontado pelo Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC) e pelo Sistema 
de Indicadores?; em que perspectiva o conjunto dos dados analisados se materializa na 
gestão do território? 
Para responder as inquietações acima, elegemos como objetivo geral 
compreender os caminhos e os desafios para a sustentabilidade azul nos municípios 
defrontantes com o mar do RN, sob a ótica da gestão do território. 
Como objetivos específicos, adotamos os seguintes: 
● Caracterizar os aspectos sociais, econômicos e ambientais dos 
municípios defrontantes com o mar do RN, a partir do Sistema de 
Indicadores e do Projeto Amazônia Azul (UFRN/MDR); 
● Discutir dinâmicas e disparidades para a gestão do território dos 
municípios defrontantes com o mar do RN, com base no Sistema de 
Indicadores; 
25 
 
● Apontar as capacidades e os limites para a sustentabilidade azul nos 
municípios defrontantes com o mar, de acordo com o resultado do 
Sistema de Indicadores, considerando o IDSC. 
 
A pesquisa está dividida em 6 capítulos, que se organizam de forma a estabelecer 
uma sequência lógica de entendimento. O capítulo primeiro, ‘INTRODUÇÃO’, faz um 
apanhado geral da discussão, mostra a principal temática, identifica a área geográfica do 
estudo, estabelece a principal fonte dos dados e define o objeto de estudo da pesquisa. Ao 
mesmo tempo em que problematiza esses pontos, estabelece as questões norteadoras e 
define o objetivo geral e os objetivos específicos. 
No capítulo segundo, ‘CONTEXTO TEÓRICO DA PESQUISA’, tece a 
relação entre a geografia a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que apresenta os 
pressupostos teóricos com a definição da teoria, das categorias de análise e os conceitos 
que embasam o estudo; em seguida, enfoca a sustentabildade azul a partir da discussão 
da Amazônia Azul e da economia do mar. 
O capítulo terceiro, ‘PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA’, 
enfatiza o Sistema de Indicadores como metodologia da pesquisa, descreve a 
metodologia, abordagem e tipologia da pesquisa e explica os procedimentos 
metodológicos, com destaque para a caracterização do Projeto Amazônia Azul, na etapa 
da pesquisa de laboratório. 
No capítulo quarto, ‘SISTEMA DE INDICADORES E A ÁREA 
GEOGRÁFICA DE ESTUDO’, apresenta a elaboração específica de cada indicador 
(Social, Ambiental e Economia), depois expõe os resultados do Sistema de Indicadores 
enquanto caracteriza os municípios defrontantes com o mar do RN, 
O capítulo quinto, ‘CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE AZUL’, 
busca apontar desafios e tendências para os municípios defrontantes com o mar e 
apresenta o Índice de Desenvolvimento Sustentável (IDSC Brasil) que amplia a discussão 
sobre a sustentabilidade azul. 
Por fim, o capítulo sexto, ‘CONSIDERAÇÕES FINAIS: REDUZINDO 
INSUSTENTABILDIADES’, se propõem em resgatar algumas reflexões sobre o 
contexto estudado e estabelecer uma síntese representativa sobre a sustentabilidade azul 
nos municípios defrontantes com o mar da costa Potiguar. 
 
15 
 
Quadro 1 - Estrutura da Dissertação 
CAP 
1 
INTRODUÇÃO 
2 CAMINHO 
TEÓRICO DA 
PESQUISA 
3 PERCURSO 
METODOLÓGICO 
DA PESQUISA 
4 SISTEMA DE 
INDICADORES E 
A ÁREA 
GEOGRÁFICA DE 
ESTUDO 
5 CAMINHOS PARA A 
SUSTENTABILIDADE 
AZUL 
6 CONDIREAÇÕES 
FINAIS: REDUZINDO 
A 
INSUSTENTABILDIAD
E 
CONTEÚDOS - 
2.1 GEOGRAFIA E 
SUSTENTABILIDADE 
 
2.1.1 Sustentabilidade: 
uma discussão da ciência 
geográfica 
2.1.2 Espaço geográfico: 
a totalidade enquanto 
princípios para a 
sustentabilidade 
2.1.3 Gestão do 
Território: um caminho 
para a sustentabilidade 
 
2.2. 
SUSTENTABILIDADE 
AZUL 
 
2.2.1. Amazônia Azul 
2.2.1.1 A Zona Costeira 
2.2.2 O valor econômico 
do mar 
3.1 SISTEMA DE 
INDICADORES 
COMO 
METODOLOGIA 
DA PESQUISA 
 
3.1.1 Estrutura e 
Organização do 
Sistema de 
Indicadores 
 
3.2 
PROCEDIMENTOS 
METODOLÓGICOS 
 
3.2.1. Pesquisa 
Bibliográfica 
3.2.2 Pesquisa 
Documental 
3.2.3 Pesquisa de 
Laboratório 
3.2.3.1 O Projeto 
Potencialidades 
Econômicas da 
Amazônia Azul 
UFRN/RN como fonte 
de dados da pesquisa 
4.1 SISTEMA DE 
INDICADORES 
DOS MUNICÍPIOS 
DEFRONTANTES 
COM O MAR 
 
4.2 AMAZÔNIA 
AZUL: ESTDUAL: 
UM PANORAMA 
SOCIAL, 
AMBIENTAL E 
ECONÔMICO DOS 
MUNICÍPIOS 
DEFRONTANTES 
COM O MAR 
 
4.2.1 Indicador 
Social 
4.2.2 Indicador 
Ambiental 
 
4.3 Indicador 
Economia 
5.1 DESAFIOS E 
TENDÊNCIAS PARA A 
COSTA POTIGUAR 
 
5.1.1 Litoral Setentrional 
 
5.1.2 Litoral Leste 
 
5.2 ÍNDICE DE 
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL DAS 
CIDADES (IDSC 
BRASIL) 
 
5.2.1 ODS 1: Erradicação 
da pobreza 
5.2.2 ODS 2: Fome zero e 
agricultura sustentável 
5.2.3 ODS 3: Saúde e 
bem-estar 
5.2.4 ODS 4: Educação de 
qualidade 
5.2.5 ODS 5: Igualdade de 
gênero 
5.2.6 ODS 6: Água 
potável e saneamento 
5.2.7 ODS 7: Energias 
renováveis e acessíveis 
- 
16 
 
5.2.8 ODS 8: Trabalho 
decente e crescimento 
econômico 
5.2.9 ODS 9: Indústria, 
inovação e infraestrutura 
5.2.10 ODS 10: Redução 
das desigualdades 
5.2.11 ODS 11: Cidades e 
comunidades sustentáveis 
5.2.12 ODS 12: Consumo 
e produção responsáveis 
5.2.13 ODS 13: Ação 
contra mudança global do 
clima 
5.2.14 ODS 14: Vida na 
água 
5.2.15 ODS 15: Vida 
terrestre 
5.2.16 ODS 16: paz, 
justiça e instituições 
eficazes 
5.2.17 ODS 17: Parceria e 
meios de implementação 
TEMAS 
Sustentabilidade; 
Crescimento 
Azul; 
Sustentabilidade 
Azul; Amazônia 
Azul; Municípios 
Defrontantes com 
o Mar; Sistema de 
Indicadores; 
Objetivos geral e 
específicos e 
Relação entre Geografia 
e sustentabilidade. 
Apresentação da Teoria, 
categorias de análise e 
conceitos da geografia. 
Amazônia Azul e a 
discussão costeira dentro 
da sustentabilidade azul. 
Implicações da visão 
estritamente econômica 
do mar. 
Método, Abordagem 
e Tipologia; 
Procedimentos 
Metodológicos. Fonte 
de dados. 
Amazônia Azul, zona 
costeiro, Economia 
do Mar; 
 
Sistema de 
Indicadores e os 
Municípios 
defrontantes com o 
Mar. 
Indicação de alguns 
desafios e tendências e a 
visão da sustentabilidade 
azul nos municípios 
defrontantes com o mar. 
Reflexões a partir do 
resultado da pesquisa. 
16 
 
objeto da 
pesquisa. 
Fonte: elaborado pela autora, 2021. 
15 
 
2 CONTEXTO TEÓRICO DA PESQUISA 
 
O estudo da sustentabilidade, a partir de uma perspectiva geográfica, coloca-se 
como uma tentativa de entendimento das questões que englobam essa temática, sua inter-
relação e seus impactos no espaço. Para Rua, Oliveira e Ferreira (2007, p. 17), a geografia 
pode contribuir “para formar uma base do pensamento crítico em que as relações entre 
‘humano’ e ‘não humano’ sejam vistas”. Os autores ainda acrescentam que se deve 
priorizar “o estudo do espaço vivido em vez do espaço abstrato” (RUA; OLIVEIRA; 
FERREIRA, 2007, p. 17). 
Nesse sentido, partindo-se da ideia do espaço geográfico como um sistema que 
coaduna objetos e ações, permeado pela técnica, e, por outro lado, reconhecendo que a 
sustentabilidade atualmente se coloca como um conjunto de normas, ações e mudanças 
paradigmáticas, assume-se como premissa a importante contribuição da Geografia nesta 
discussão. 
Pretende-se, então, usar a abordagem territorial de Milton Santos, por meio de 
sua Teoria Espacial, juntamente com os conceitos de espaço, totalidade, território e 
gestão do território do mesmo autor (1998, 2006/2009/2017), e com o auxílio das 
categorias de análise: configuração territorial (e as relações sociais) e território usado. 
Para a discussão sobre a sustentabilidade, autores como Boff (2017); Clack e 
Harley (2019); Rua, Oliveira e Ferreira (2007) e Enrique Leff ([20--?]), fundamentam 
este capítulo. 
 
2.1 Geografia e Sustentabilidade 
 
2.1.1 Sustentabilidade: uma discussão da ciênciageográfica 
 
A sustentabilidade é uma questão intrínseca a nossa era (Antropoceno), pois é 
nesse momento que observamos a convergência de diversos problemas construídos ao 
longo da existência da nossa espécie (Clarck e Harley, 2019). Esses problemas têm 
origens históricas e dizem respeito a uma causa bastante complexa: o modelo 
socioeconômico que outrora adotamos e que seguimos reforçando. 
Jacobi (1999, p. 180) esclarece que: 
 
A sustentabilidade como novo critério básico e integrador precisa 
estimular permanentemente as responsabilidades éticas, na medida em 
16 
 
que a ênfase nos aspectos extra econômicos serve para reconsiderar os 
aspectos relacionados com a equidade, a justiça social e a ética dos seres 
vivos. 
 
Cabe à Geografia, por sua vez, o estudo da sustentabilidade no espaço 
geográfico. Isto porque a forma em que “as sociedades se apropriam do espaço torna-se 
cada vez mais definidora das ações políticas a adotar” (RUA, OLIVEIRA, FERREIRA, 
2007, p. 7), e a sustentabilidade prevê um novo modus operandi social para solucionar 
problemas socioambientais e econômicos graves. 
Compreende-se, nesse sentido, que a sustentabilidade deve ser uma discussão da 
Geografia fundamentada no espaço geográfico. Isso porque, não há como desvincular que 
a insustentabilidade do modo de vida e produção atuais lubrificam as engrenagens do 
capitalismo e reforçam a ideologia social consumista, assim como não há como ignorar 
que a sustentabilidade almejada enquanto solução criará um sistema normativo que 
alterará o espaço geográfico de maneira contundente. 
Outro argumento é de que a Geografia é a única que consegue, com um único 
olhar, tratar de todos os aspectos da sustentabilidade, relacionando-os e demonstrando as 
suas conexões e interferências. É, pois, a ciência capaz de “buscar a dimensão do 
ambiente natural nas relações sociais ligadas às questões da sustentabilidade” (RUA, 
OLIVEIRA, FERREIRA, 2007, p. 9). Por isso, o discurso e a prática da sustentabilidade 
devem considerar a relação natureza e sociedade. 
Santos (2017) elucida que houve um período em que a convivência do homem 
com a natureza era harmoniosa, pois o que era retirado da natureza constituía apenas o 
necessário para a manutenção da vida humana. Não havia transformações significativas 
no meio natural, pois “as técnicas e o trabalho se casavam com as dádivas da natureza, 
com a qual se relacionavam sem outra mediação” (SANTOS, 2017, p. 235). 
É importante esclarecer que, quando nos referimos à natureza, levamos em 
consideração não só a natureza cósmica, mas também o meio ecológico, o qual é descrito 
por Santos (2008) como um dos elementos do espaço e caracterizado como o “conjunto 
de complexos territoriais que constituem a base física do trabalho humano” (SANTOS, 
2008, p.17). Natureza cósmica e meio ecológico coexistem e, à medida em que sofrem a 
interferência das relações sociais, modificam-se, estabelecendo uma relação de unicidade 
no espaço geográfico. 
Dessa forma, o espaço é imprescindível para se pensar a sustentabilidade, 
considerando as diversas escalas e questões de localização, disponibilidade de recursos 
17 
 
naturais, biodiversidade, fatores demográficos etc. (BRUNO; LUCIANO, 2021) – 
questões sobre as quais a ciência geográfica se dedica. Seria possível, então, reduzir 
problemas relacionados à organização do espaço e às práticas espaciais, já que, de acordo 
com Rua, Oliveira e Ferreira (2007), a ideia de uma sociedade baseada na natureza 
reafirmaria a importância do espaço e do território como condição e resultado para a 
sustentabilidade. 
Por essa perspectiva, “a concepção de sustentabilidade não pode ser reducionista 
e aplicar-se apenas ao crescimento/desenvolvimento como é predominante nos tempos 
atuais” (BOFF, 2017, p. 15). Ela deve ser vista como uma problemática social. No tocante 
à escala, a sustentabilidade deve englobar todas as instâncias. Boff (2017) ressalta que ela 
deve se fazer presente em todos os níveis, desde o local, passando pelo regional, o 
nacional, até chegar ao global. 
O global, sob essa ótica, não se refere ao processo de globalização. Se assim o 
fosse, reforçaria uma perversidade que, conforme mencionada por Santos (2001), 
fortalece o sistema ideológico que está baseado em dois pilares, a saber: o dinheiro e a 
informação. Essa é exatamente a ideologia que nos trouxe até aqui, isto é, até o período 
em que a humanidade enfrenta os maiores problemas sociais, a pior crise econômica e as 
mais graves situações ambientais. 
Santos (2001) ainda esclarece que a globalização se sustenta por uma fábula. 
Nesse caso, podemos compreender que o discurso da sustentabilidade é usado para 
fortalecer e legitimar as ações dos atores hegemônicos. Então, o local, o regional, o 
nacional e o global estão muito mais relacionados à compreensão do sistema, pois a 
questão relacional entre sociedade e natureza é histórica, não se restringindo aos limites 
dos Estados nacionais (RUA; OLIVEIRA; FERREIRA, 2007). 
É possível perceber, dessa forma, que o espaço geográfico se torna uma 
concepção cara à discussão da sustentabilidade. Santos (1985, p.15) estabelece que “o 
espaço deve ser considerado como uma totalidade [...] cuja prática exige que se encontre 
[...] a possibilidade de dividi-lo em partes”. O autor diz ainda que a totalidade só é 
entendida se for antes subdividida. Embora seja real, a totalidade só é apreendida tomando 
como base uma construção (SANTOS, 1998). 
É importante destacar que o conceito de espaço adotado por esta pesquisa é o 
proposto por Milton Santos em seu livro A Natureza do Espaço (2006), no qual ele afirma 
que “o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, 
de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um 
18 
 
quadro único no qual a história se dá” (SANTOS, 2006, p. 39). O autor também afirma 
que esse espaço é um híbrido, pois participa da conjuntura social e do físico. 
O que o geógrafo torna claro é que o espaço geográfico não é apenas o sistema 
de objetos e o sistema de ações, ele é a interconexão entre esses dois sistemas, de maneira 
que eles (os sistemas) coexistem e são imprescindíveis não só um ao outro, mas à 
existência do espaço. No caso, é a coexistência entre ambos que engendra o espaço total 
(SANTOS, 1998). 
Por isso, a própria construção do espaço é que determina a totalidade. Então, 
pode-se afirmar que a sustentabilidade é uma questão da totalidade, não só porque 
envolve a dinâmica planetária (BOFF, 2017), mas porque se apoia em questões 
indissociáveis (solidárias e contraditórias), conectadas e complexas; engrenagens que, se 
modificadas, afetam o funcionamento do planeta em qualquer acepção. Se pudéssemos 
representar a relação da geografia com a sustentabilidade em um esquema, imaginamos 
que uma contribuição interessante seria conforme a Figura 2 a seguir. 
 
Figura 2 - Geografia e Sustentabilidade 
 
Fonte: Praxedes, 2022. 
 
Na figura 2 estão integrados os três pilares da sustentabilidade da ONU, descritos 
na Declaração de Johanesburgo (2002) e adotados por esta pesquisa para a elaboração do 
sistema de indicadores componente da metodologia. Esses pilares estão postos como 
constituintes do espaço geográfico, compondo um mecanismo de funcionamento do 
sistema planetário atual, no entanto, sabe-se que eles são conflitantes entre si e, por isso, 
contraditórios. 
19 
 
Isso porque, embora seja bastante discutida, ainda não se chegou à compreensão 
de que a sustentabilidade é “o conjunto dos processos e ações que se destinam a manter a 
vitalidade e a integridade da [...] Terra” (BOFF, 2017, p. 14). Quando a discussão é posta 
dessa forma, deve-se entender que aí está envolvida não só a natureza natural, conforme 
Santos elucida (1998), mas também os elementos do espaço, incluindo o meio ecológico 
já citado anteriormente. 
De

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