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Bourdieu 1 Bourdieu Conceitos primordiais capital simbólico é derivado do conceito de capital econômico, é aquilo que se tem e é valorizado e dá um certo poder para quem o contém. temos capital cultural, capital financeiro, capital social (conhecer pessoas influentes, fazer parte de uma familia influente, fazer parte de um grupo com pessoas influentes) campo social = é uma rede de conexões entre agentes e instituições, essa rede possui complexidades; essa ideia de campo social é uma construção do Bourdieu pra explicar até onde vai a influencia de cada espaço, por exemplo, temos campo juridico, academico etc, entao quando formos estudar o campo acadêmico e quisermos entender as influências dele no campo juridico, essa ideia de campo delimita a relação de cada um desses espaços para que possamos dialogar sobre eles. cada campo é independente, dessa forma é mais facil estudar um campo e entender a relação dele com os outros campos. habitus = disposição dos agentes de um determinado campo; forma de agir de um determinado campo, é produzida e reproduzida no campo, sempre se perpetuando no campo pelos agentes. Cap 8 - A Força do Direito instrumentalismo de Marx = tudo seria influência da relação de luta de classes; o Direito seria uma ferramenta/um instrumento da burguesia pra continuar a dominação e na posição de privilegio. formalismo = remete a teoria do Kelsen de Direito como uma ciencia Pura como algo intocavel que nao tem relação nenhuma com o exterior e que é fechado em si mesmo pra Bourdie esses dois opostos não representam tudo o Direito tem emsuas relações se situando no meio desses dois extremos, ele diz que o Direito é relativamente independente, então nao é completamente dependente, como diria o formalismo, e Bourdieu 2 nem completamente independente como diria o instrumentalismo mas ele é forma por excelencia da violencia simbolica, e essa violnecia pertence ao estado. divisão do trabalho = dentro do campo jurídico, esse campo vai se basear o tempo inteiro em uma concorrencia, essa concorrencia ocorre em varios niveis, tem concorrencia tanto entre textos (textos mais privilegiados, mais credibilidade etrc) quanto entre os agentes do campo. os agentes vao concorrer pela hierarquia, as melhores posições dão mais amplitude de interpretação dos textos, se compete dentro desse campo por uma maior liberdade de dizer o Direito. por ex= um juiz tem muito mais amplitude de dizer o Direito do que um policial, mesmo que o policial ainda faça parte desse campo jurídico, mas um ministro vai ter ainda mais amplitude para dizer o Direito, e essa é a hierarquia que se constrói dentro do campo. entao a interpretação dos textos juridicos é algo muito importante dentro do campo juridico, e esses textos que tem muita autoridade eles emprestam autoridade às decisoes, entao a decisao vai ter mt mais autoridade pq ela se usa de doutrinador tal, ela se usa do texto canonico tal. esses textos ganham e tem autoridade pois eles não contradizem a visão legítima do campo, então eles sempre vão reproduzir essa mesma visao consagrada pelo campo, e isso vai resultar em uma série de consequências , por exemplo, as convergências entre diferentes intérpretes vão sempre ficar limitas, pois mesmo que eles sejam convergentes sobre um assunto, eles sempre irão se basear nos mesmos textos para defender teses contrárias e responder aquele assunto, e isso é uma grande limitação. a amplitude de interpretação dos intérpretes também se exclui a coexistência de uma pluralidade de normas concorrentes, por exemplo, pois novamente teremos uma visão consagrada, teremos sempre o privilégio de determinados textos, não tem como privilegiarmos várias visões diferentes, sempre será privilegiada uma visão geral do campo. dentro dessa interpretação de texto, quem vai poder interpretar com maior criatividade é quem ta mais alto na hierarquiar, e quanto mais alto na hierarquia, mais amplitude de interpretação. Bourdieu 3 sobre essa amplitude de interpretação, Bourdieu vai dizer que os textos consagrados são muito elásticos, genéricos, moldáveis, e por isso quanto mais alto na hierarquia, mais os interpretes podem ser criativos e podem moldar mais às suas vontades, de acordo com o que eles entendem ser melhor. e o texto quase se molda a ideia do intérprete sobre aquele assunto. Para Bourdieu, a diferença entre a linguagem jurídica e a linguagem do cotidiano tem alguns motivos a linguagem jurídica busca produzir alguns efeitos, como a universalização, que passa uma ideia de que a lei sepre foi assim e sempre será, e a neutralização. existem uma série de recursos para conseguir esses efeitos. (roupa, linguagem rebuscada etc) a linguagem é um capital importante dentro do campo jurídico, e pra entrar no campo jurídico é necessario ser legitimado com essa linguagem, e os agentes acabam funcionando como tradutores dessa linguagem. os agentes acabam vivendo da compra e venda de serviços jurídicos, então essa cumplicidade vive entre os agentes para a perpetuação desse hábito que faz com que se reproduza essa linguagem do direito, que é uma linguagem elitista, rebuscada, técnica etc. existe essa cumplicidade entre os agentes pois todos acabam reproduzindo o mesmo comportamento. Bourdieu explica a compra e venda de serviços juridicos o campo tem sempre os mesmos pilares e bases, mas ele se adapta aos tempos e pode ter avanços em determinadas áreas. ex= no Direito do Trabalho, a área pode ter avanços que beneficiam os trabalhadores, mas pra Bourdieu, isso não é um avanço e sim uma ampliação de mercado, e isso acalma os questionamentos ao sistema. instituição do monopólio = no campo juridico sempre teremos divisão entre profissionais e profanos. ex= sempre teremos detentores de conhecimento juridico que pode fazer interpretação de textos jurídicos e o leigo que não tem conhecimento dos mecanismos adequados para interpretar esses textos. o leigo menos se sente parte do campo jurídico e se distancia cada vez mais. Bourdieu 4 o campo juridico é racional pois o agente, mesmo numa alta posição na hierarquia, vai seguir a lei, agindo de forma racional. essa divisão também diferencia duas formas de pensar diferentes. a forma legitimada e as intuições ingênuas da equidade. Bourdieu apresenta outro campo dentro do campo jurídico= o campo judicial, que é justamente onde se desenrolam os conflitos. pra entrar no campo judicial as pessoas perdem a posse do proprio conflito, pois essas pessoas não têm as ferramentas necessárias pra lidar com esse conflito dentro do campo judicial, então pra entrar nesse campo se aceita todo um sistema de exigências sobre o qual não se tem gerência nenhuma para jogar um jogo que não se conhece as regras mas tem um intérprete (advogado) poder da nomeação é o poder que dá titulos, o poder que distribui poder, dar um cargo, um espaço etc. e esse poder é tido pelo Estado. o direito é um instrumento para fornecer essa nomeação. a força da forma fala sobre uma afinidade que existe entre os agentes, essa afinidade ocorre pq os agentes têm vidas parecidas e se identificam, e a consciência de que a divergência entre os agente vai afetar a classe dominante. o poder de capital econômico e cultural também fazem diferença na hierarquia do campo jurídico. os agentes que tiveram acesso a todos esses capitais têm uma vantagem sobre os agentes que não tiveram tanto acesso a isso, resultando em uma certa dificuldade de interpretar textos jurídicos, atingir cargos etc, mesmo pertencendo ao campo jurídico. o direito só exerce eficácia quando é reconhecido; os valores de neutralidade, racionalidade etc seja atraves da linguagem, vestimenta etc fazem parte de construir uma crença, e o campo juridico depende dessa crença e dessa legitimidade. o trabalho de codificação tem a função de gerar uma adesão dos profanos a essa ideologia profissional de dentro do campo. e esses valores do campo podem ser reconhecidos como práticas úteis forado campo. efeitos da homologia = Elas são um mecanismo estrutural, essa correspondência que existe entre os produtores/vendedores de serviços jurídicos e seus clientes. Bourdieu 5 os hábitos não são fechados nos campos em si e podem ir para o mundo exterior, o mundo exterior afeta muito mais o direito do que o direito afeta o mundo exterior tudo que acontece no campo jurídico não é nenhum plano organizado maquiavélico e nem uma anarquia, são simplesmente estruturas que se perpetuam e geram tendências gerais ligados a pressupostos que constituem lei fundamental, ou seja, as pessoas podem estar dentro do campo jurídico e perpetuar esses hábitos mesmo que elas não queiram.
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