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UNIDADE I TÓPICOS INTEGRADORES III CIÊNCIAS AERONÁTICAS 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ __ Chiaroni, Stephan Tópicos Integradores III – Ciências Aeronáuticas - Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2019. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 Sumário Para início de converSa ...................................................................................... 4 o comPorTamenTo Humano e a inSTruÇÃo ..................................................... 4 a relação do instrutor com o aluno ................................................................................................. 6 as necessidades e motivação humanas ......................................................................................... 6 Fatores que inibem o aprendizado ................................................................................................... 9 as reações emocionais ..................................................................................................................... 10 4 TÓPicoS inTeGradoreS iii – ciÊnciaS aeronáuTicaS unidade i Para início de converSa Olá, caro (a) aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a primeira unidade da nossa disciplina “Tópicos Integradores III – Ciências Aeronáuticas”. Nestes tópicos integrados, iremos imergir no conhecimento técnico sobre o ensino teórico e prático da instrução de um piloto, bem como o papel do instrutor como professor e responsável pelo ensino do aluno. Vamos conhecer o aluno recebe, analisa e guarda todas estas informações. Vamos começar? orienTaÇõeS da diSciPlina Neste primeiro capítulo, iremos abordar o comportamento humano, e como é importante que o instrutor saiba interpretar o comportamento do aluno, como os elementos como ansiedade afetam o entendimento do aluno na sala de aula e inibem o processo de aprendizagem do aluno. Está preparado (a)? Bons estudos! o comPorTamenTo Humano e a inSTruÇÃo O comportamento humano dentro de uma sala de aula pode afetar o processo de aprendizagem de um aluno. É necessário aprendermos como instrutor, que aprender é aquisição de conhecimento ou compreensão de um assunto ou habilidade através da educação, experiência, prática ou estudo. No capítulo 1, iremos abordar, o processo de motivação, comportamento humano e os fatores que inibem o aprendizado. 5 Como dito acima, aprender algo novo é a aquisição de conhecimento ou compreensão de um assunto ou habilidade através da educação, experiência, prática ou estudo. A mudança de comportamento resulta do aprendizado. Um instrutor de voo deve saber como seus alunos aprendem para que possam avançar com sucesso uma nova matéria ou lição. A chamada psicologia educacional aplicada nos ajuda muito a entender este processo, pois uma instrução eficaz, como bem disse FAA, 2008, “Para ser um instrutor eficaz, é preciso conhecimento do comportamento humano, das necessidades humanas básicas, dos mecanismos de defesa que os humanos usam para impedir a aprendizagem [...]”. Ao estudarmos o comportamento humano, na verdade, estamos explicando “por que?” nós seres humanos nos comportamos da maneira como nos comportamos. Por certo, existem muitas definições para o comportamento humano, contudo, para o meio científico, o comportamento humano é visto como o produto de fatores que levam uma pessoa a agir de formas ou maneiras previsíveis. Podemos citar um exemplo, como falar em público, é muito comum em muitas pessoas hoje em dia. O comportamento humano diante disso, é desencadeado por certas respostas biológicas inatas nos seres humanos, como um aumento na taxa de respiração. Contudo, em duas pessoas diferentes, através de suas próprias experiências, o modo como elas irão lidar com este medo será diferente. A pessoa que nunca falou em público pode ser incapaz de falar em público, contudo, outra pessoa, conhecendo seu trabalho, exige falar em público, pode optar por ter uma aula de falar em público para aprender como lidar com o medo. Não obstante a isto, o comportamento humano, também é definido, como as tentativas do ser humano de satisfazer as suas necessidades, algumas óbvias como comida e água, outras complexas, como a aceitação e respeito em um determinado grupo, ou outras como autoestima etc. Através do estudo do comportamento humano, é possível ao instrutor, entender melhor o seu aluno, e porque ele age daquela forma. É importante ressaltar, que apesar da grande variedade de diferenças culturais em nossa sociedade, alguns comportamentos e sentimentos são em sua grande parte universais, como por exemplo: amor, amizade, fraternidade, lealdade, compromisso, etc. Outra definição de comportamento humano se concentra no curso de vida típico dos seres humanos. Essa abordagem enfatiza o desenvolvimento humano ou as sucessivas fases de crescimento, nas quais o comportamento humano é caracterizado por um conjunto distinto de características físicas, fisiológicas e comportamentais, pensamentos, sentimentos e comportamento de um bebê diferem radicalmente de um adolescente. Pesquisas mostram - à medida que o indivíduo amadurece, seu modo de ação passa da dependência para a auto direção. Portanto, a idade do aluno afeta o modo como o instrutor projeta o currículo. 6 a relação do instrutor com o aluno Graças a estudos realizados no passado, sabemos que os indivíduos possuem uma personalidade que é influenciada pela cultura nacional de uma determinada região, juntamente com os conceitos ou crenças pessoais. Contudo, a personalidade não se resume à somente como nós nos relacionamos diariamente, mas também, como nós aprendemos. Hoje em dia, temos muitos recursos para identificar nossa personalidade, e não obstante, a melhor forma de aprendermos. É importante destacar, que o ensino levando em consideração a personalidade do indivíduo, tem sua crítica, mas em contrapartida, tem muitos benefícios que auxiliam o aluno em sua caminhada de aprendizagem. O instrutor, por exemplo, ao identificar os traços de personalidade de um indivíduo, pode trabalhar de uma maneira que as tarefas repassadas ao aluno, sejam absorvidas e aprendidas. Devemos lembrar, que a compatibilidade ou incompatibilidade entre o modo como um instrutor ensina dentro da sala de aula, e o modo como um aluno aprende, contribui para a satisfação ou insatisfação do aluno. Alunos que se identificam com a abordagem do instrutor, tendem a reter o maior número possível de informação, e por conseguinte, aplicar tais informações de uma maneira mais eficaz, bem como, apresentar uma postura positiva em relação ao curso. as necessidades e motivação humanas Nós seres humanos temos necessidades, as quais necessitamos para o nosso desenvolvimento. Tais necessidades foram estudadas por profissionais da psicologia, as quais foram sendo categorizadas de várias maneiras. Um dos fundadores da psicologia da personalidade, Henry A, notou uma lista de necessidades psicológicas básicas em 1938. Ele descreveu essas necessidades como sendo primárias (baseadas em necessidades biológicas, como a necessidade para alimentos) ou secundárias (geralmente psicológica, como a necessidade de independência). Murray acreditava que a interação dessas necessidades produz distintos tipos de personalidade e são influências internas sobre o comportamento. Esta pesquisa, sustentou anos mais tarde, o trabalho do psicólogo AbrahamMaslow, que de forma igual, estudava necessidades humanas, a motivação e sua personalidade. É importante ressaltar, que durante os primeiros anos de pesquisa em macacos, fora notado que algumas necessidades possuíam mais importância que as outras. Um exemplo disto, é a sede aliviada antes da fome, porque a necessidade de água é uma necessidade mais forte do que a necessidade de comida. No ano de 1954, Maslow ficou famoso através de uma publicação conhecida como “Hierarquia das Necessidades de Maslow”, a qual é válida nos dias de hoje. De acordo com Maslow, as necessidades humanas vão além das necessidades físicas óbvias de comida e abrigo, para incluir necessidades psicológicas, segurança e proteção, amor e pertença, autoestima e autorrealização para alcançar os objetivos da pessoa. Nós seres humanos, trabalhamos para conquistar estes níveis de necessidade, onde quando conquistam um, partem para conquistar o outro. 7 Figura 1: Pirâmide de Maslow Fonte: (meusucesso.com, 2014). Como podemos ver acima, cada item da pirâmide recebe um nome referente a sua necessidade específica. Na base, temos as necessidades fisiológicas, as quais se traduzem em necessidades biológicas. Eles consistem na necessidade de ar, comida, água e manutenção do corpo humano. Se um estudante não está bem, então pouco mais importa. A menos que as necessidades biológicas sejam satisfeitas, uma pessoa não pode se concentrar totalmente em aprendizado, auto expressão ou qualquer outra tarefa. Os instrutores devem monitorar seus alunos para se certificar de que suas necessidades físicas básicas foram atendidas. Um estudante com fome ou cansado pode não ser capaz de executar como o esperado. No segundo item, temos a segurança, a qual se traduz nas necessidades básicas de emprego, saúde, família, propriedade etc. Nós seres humanos necessitamos nos sentir seguros em nossas atividades. Quando não temos esta segurança, ficamos em estado de alerta e, portanto, não conseguimos nos concentrar com o que é ensinado. O instrutor de aviação que enfatiza a segurança de voo durante o treinamento mitiga sentimento de insegurança. O terceiro item da pirâmide, se refere ao relacionamento humano. Quando não nós sentimos ameaçados com o ambiente ou com a situação, buscamos satisfazer nossas necessidades sociais. Maslow, afirma que nós seres humanos, sempre procuramos superar sentimentos de solidão e alienação. Isto está intimamente envolvido em dar e receber amor, carinho e senso de pertencente. Por exemplo, estudantes de aviação, geralmente seu entorno é durante o treinamento, e sua necessidade de associação e pertença é mais pronunciada. Instrutores devem fazer todos os esforços para ajudar os novos alunos a se sentirem à vontade e reforçar sua decisão de seguir carreira ou hobby na aviação. Em nosso quarto item da pirâmide, temos a “Estima”, a qual se traduz em sentir-se bem consigo mesmo. Os indivíduos são estimados de duas maneiras: interna ou externamente. Internamente, uma pessoa julga- se digna de padrões definidos pessoalmente. Alta autoestima resulta em autoconfiança, independência, realização, competência e conhecimento. 8 A maioria das pessoas, no entanto, busca a estima externa através de aprovação e estima de outras pessoas, julgando-se pelo que os outros pensam deles. Autoestima externa à sua reputação, como status, reconhecimento, apreciação, e respeito de associados. Quando as necessidades de estima são satisfeitas, a pessoa se sente autoconfiante e valioso como pessoa no mundo. Quando essas necessidades estão frustradas, a pessoa se sente inferior, fraca, indefesa e inútil. Estima não só precisa ter uma forte influência sobre a relação professor-aluno, mas também pode ser o principal motivo para o interesse de um estudante em treinamento de aviação. Figura 2: Instrução teórica Fonte: (AEROLOCARNO, 2019). É importante ressaltar, o acréscimo dos itens “Cognitivo” e “Estética” à pirâmide. Maslow notou que nós, seres humanos, temos uma enorme necessidade de entender o que está a nossa volta. Quando compreendemos o que está ocorrendo ao nosso redor, podemos controlar de uma melhor maneira uma situação, ou então, fazer escolhas sobre qual o melhor caminho a ser seguido. O nosso cérebro reforça esta necessidade, liberando dopamina sempre que aprendemos algo que nos traz uma sensação de satisfação, ou melhor dizendo, um momento “Eureka”! Um exemplo didático sobre esta situação, é o aluno em um voo solo. Já o fator “Estética”, são as necessidades que se conectam diretamente com as emoções humanas, o que faz com que seja um fator sutil no domínio da persuasão. Quando alguém gosta de outra pessoa, de uma casa, de uma pintura ou de uma música, as razões não são examinadas - ele simplesmente gosta dela. Essa necessidade pode ser fatorada no relacionamento aluno-instrutor. Se um instrutor não “gostar” de um aluno, esse sentimento sutil pode afetar a capacidade do instrutor de ensinar esse aluno. 9 Fatores que inibem o aprendizado Assim como nosso organismo possuem mecanismos de defesa contra algo, o nosso psicológico também possui tais mecanismos. Nosso instinto quando somos deparados com um perigo ou estamos diante de uma ameaça é de fugir ou lutar. Substâncias químicas em nosso organismo, como a adrenalina e outras mais, são liberadas em nosso sangue, o que resulta em uma alteração do ritmo cardíaco e aumento da pressão arterial. Uma ocasião a qual ocorre isso, é quando um aluno piloto que possui ansiedade, e está aprendendo a planar uma aeronave, ou a realizar autorrotação em um helicóptero. O treinamento em procedimentos de emergência é necessário para a prática, pois o resultado de uma emergência real está diretamente relacionado à capacidade do piloto reagir instantânea e corretamente, e ao tomar a ação corretiva adequada, pois pode haver tempo limitado para analisar o problema. A ansiedade que o aluno piloto pode sentir ao praticar tais manobras, pode resultar em uma resposta de “luta ou fuga”. Com isto, o instrutor pode demonstrar para o aluno, a realização da manobra de forma progressiva, ajudando o aluno a assimilar aquela etapa, de forma confiante e confortável. Sigmund Freud introduziu em 1894, o conceito psicológico do mecanismo de defesa do Ego. Este mecanismo de defesa, se resume em um processo que ocorre em nosso cérebro, de forma inconsciente para nos proteger de sentimentos, ansiedade e emoções que são desagradáveis a nós. Como também, refúgios diante de uma situação, a qual uma pessoa não consiga lidar naquele momento. “Por exemplo, alguém que apaga a memória de ser agredido fisicamente está usando um mecanismo de defesa. As pessoas usam essas defesas para impedir que ideias ou impulsos inaceitáveis entrem na consciência. Mecanismos de defesa suavizam sentimentos de fracasso, aliviam sentimento de culpa, ajudam o indivíduo a lidar com a realidade e protegem a autoimagem” (EUA, 2008). Como dito acima, a ansiedade é uma inimiga para a realização da tarefa. Quando ela “ataca”, nossa mente tenta resolver o presente problema, ou então, busca uma fuga do problema. Contudo, estes mecanismos não funcionam, então os mecanismos de defesa são “acionados”. Os mecanismos de defesa compartilham duas propriedades comuns, geralmente aparecem inconscientemente e tendem a distorcer, transformar ou de outra forma falsificar a realidade. Contudo, você deve estar se perguntando “por que nossa mente irá distorcer a realidade?”, pois desta maneira, nossa percepção muda, o que provoca a redução da ansiedade, o que consequentemente provoca uma redução da tensão. A repressão e a negação são as defesas primárias dos mecanismos de defesa. De modo geral, a repressão pode ser traduzida como aquele pensamento a qual é “jogado” em uma “área inacessível em nossa mente inconsciente. De forma igual, situação a qual uma pessoa passou, são “jogadas” para muito longe, pois naquele determinado momento, o indivíduo não possuiferramentas para digerir tal situação. É importante destacarmos, que o nível do processo de repressão, pode variar de um leve esquecimento temporário sobre o ocorrido, a até mesmo à uma amnésia. Onde os eventos que provocaram a ansiedade, e por conseguinte, a repressão, estão agora profundamente enterrados. Contudo, devemos lembrar, que tais lembranças reprimidas não desaparecem, onde podem reaparecer nos sonhos ou nos deslizes da língua (“escorregões freudianos”). Por exemplo, um estudante piloto pode ter um medo reprimido de voar que inibe sua habilidade de aprender a voar. 10 Já o processo de negação, trabalha com a negação da realidade externa, pois é muito ameaçadora para o indivíduo. Esse a recusa em reconhecer o que aconteceu, está acontecendo ou irá acontecer. É uma forma de repressão através da qual pensamentos estressantes são banidos da memória. Relacionado a negação e minimização. Quando uma pessoa minimiza alguma coisa, ela aceita o que aconteceu, mas de forma diluída. Por exemplo, o instrutor encontra uma chave de fenda na asa de uma aeronave, a qual o aluno piloto de manutenção estava consertando e explica os riscos de danos a objetos estranhos (FOD). O estudante, não querendo aceitar a realidade de que sua desatenção poderia ter causado um acidente, ele nega ter tido pressa no dia anterior, ou então, ele minimiza o incidente, aceitando que ele ou ela deixou a ferramenta, mas apontando que nada de ruim aconteceu como resultado da ação. as reações emocionais É evidente que um instrutor de voo não necessita ser um psicólogo, contudo, é de extrema utilidade e importância que ele seja capaz de analisar o comportamento do aluno piloto durante a aula teórica e a aula prática. Isto auxilia o instrutor a desenvolver técnicas para a instrução. Dentre muitos aspectos que podem interferir num voo, a ansiedade é o mais significativo. Não podemos nos esquecer que voar, é em si, uma experiencia potencialmente ameaçadora para aqueles indivíduos aos quais não estão acostumados, pois o sentimento de cair é algo universal nos seres humanos. O sentimento de ansiedade, é decomposto em uma preocupação, nervosismo ou desconforto, sobre alguma circunstância que possui um resultado incerto para o indivíduo. Pois resulta do medo de qualquer coisa, real ou imaginária, que ameace a pessoa que a experimenta e possa ter um efeito potente nas ações e na capacidade de aprender com as percepções. A nossa resposta à ansiedade, variam de hesitação ou paralisação em fazer algo, à um impulso em tomar uma determinada atitude, mesmo que tal atitude não seja correta ou adequada. Contudo, algumas pessoas, mesmo com o sentimento de ansiedade, conseguem reagir de forma adequada a uma determinada situação. No outro lado, muitos indivíduos podem congelar e serem incapazes de tomar qualquer atitude para corrigir a situação que causou sua ansiedade. Outras pode fazer coisas sem pensamento racional ou razão. Reações normais e anormais à ansiedade são preocupantes para o instrutor de voo. As reações normais são significativas, porque eles indicam uma necessidade de instrução especial para aliviar a ansiedade. As reações anormais são ainda mais importantes, porque elas podem significar um problema profundo. A ansiedade pode ser combatida reforçando o prazer de voar dos alunos e ensinando- os a lidar com seus medos e inseguranças. Uma técnica eficaz é tratar os medos como uma reação normal, em vez de ignorá-los. Tenha em mente que a ansiedade dos alunos pilotos, são geralmente associadas a certos tipos de operação de voo e das manobras. 11 Os instrutores devem introduzir essas manobras com cuidado, para que os alunos saibam o que esperar e quais devem ser suas reações. Ao realizar a manobra de estol, os instrutores por exemplo, devem primeiro revisar os princípios aerodinâmicos, e então, explicar como o estol afeta as características do voo. Em seguida, ele deverá descrever cuidadosamente as sensações físicas esperadas, bem como os procedimentos de recuperação. A ansiedade do estudante pode ser minimizada ao longo do treinamento, enfatizando os benefícios e experiências prazerosas que podem ser derivadas do voo, em vez de citar continuamente as consequências infelizes de um desempenho não eficaz. As práticas de voo seguro devem ser apresentadas como propícias a operações satisfatórias, eficientes e ininterruptas, em vez de serem necessárias apenas para evitar uma catástrofe. Temos ainda, as reações normais e anormais de estresse. Como citamos anteriormente, quando nosso cérebro reconhece uma situação de perigo, ele coloca nosso corpo em estado de alerta. Onde a glândula adrenal ativa os hormônios, que preparam o corpo para enfrentar a ameaça ou se retirar dela, conhecido como a síndrome da luta ou fuga. Os Indivíduos normais começam a responder rápido e exatamente, dentro dos limites de sua experiência e treinamento. Muitas respostas são automáticas, destacando a necessidade de treinamento adequado em operações de emergência antes de uma emergência real. O indivíduo afetado pensa racionalmente, age rapidamente e é extremamente sensível a todos os aspectos do ambiente. Figura 3: A glândula adrenal. . Fonte: (ciênciasecognicao.ORG, 2019). 12 Contudo, temos as reações anormais de estresse, as quais podem produzir respostas anormais em algumas pessoas. Com eles, a resposta à ansiedade ou ao estresse pode estar completamente ausente ou pelo menos inadequada. Suas respostas podem ser aleatórias ou ilógicas, ou podem fazer mais do que o requerido pela situação. Durante a instrução de voo, os instrutores são normalmente os únicos que podem observar os alunos quando estão sob pressão. Os instrutores, portanto, estão em posição de diferenciar entre ações de pilotagem seguras e inseguras. Os instrutores também podem detectar problemas psicológicos em potencial. As seguintes reações do aluno são indicativas de reações anormais ao estresse. Nenhum deles fornece uma indicação absoluta, mas a presença de qualquer um deles sob condições de estresse é motivo para uma cuidadosa avaliação do instrutor. • Reações inadequadas, como extrema sobrecarga de trabalho, autocontrole meticuloso, inade- quada de riso ou canto, e mudanças muito rápidas nas emoções. • Marcadas mudanças de humor em diferentes lições, como excelente moral seguido por depres- são profunda. • Raiva severa dirigida ao instrutor de voo, pessoal de serviço e outros. Em situações difíceis, os instrutores de voo devem examinar cuidadosamente as respostas dos alunos e suas próprias respostas aos alunos. Essas respostas podem ser os produtos normais de uma situação complexa de aprendizagem, mas também podem ser indicativas de anormalidades psicológicas que inibem o aprendizado ou são potencialmente muito perigosas para futuras operações de pilotagem. PalavraS FinaiS Prezado (a) aluno (a), Chegamos ao término do conteúdo da nossa primeira unidade. Espero que você tenha aprendido a importância do processo mental e do diagnóstico da ansiedade por parte do instrutor, seja na sala de aula, seja no voo. É de extrema importância reconhecer os aspectos comportamentais de um aluno, a fim de auxiliá-lo da melhor forma possível para seu ensino. Nesta unidade, iniciamos nossos conhecimentos sobre os processos mentais e o comportamento humano dentro de uma sala de aula ou em um voo de instrução. Aprendemos os fatores que inibem um indivíduo de aprender e como nosso cérebro reage à situação de perigo ou ameaça. Por fim, neste primeiro capítulo, vimos as reações normais e anormais de um indivíduo quando está sobre estresse. Lembre-se de fazer as atividades avaliativas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Se ficou alguma dúvida do que foi sinalizado nesse Guia, converse com o seu Tutor. Ele estará à disposição para atendê-lo (a) e auxiliar no que for necessário. 13 Muito obrigadopela sua presença nesta caminhada de conhecimento. Nos encontramos na próxima unidade. Até lá! reFerÊnciaS BiBlioGráFicaS MEUSUCESSO.COM, Entenda a teoria da Pirâmide de Maslow. 2014. Disponível em: <https://meusucesso. com/artigos/vendas/entenda-a-teoria-da-piramide-de- maslow-347/>. Acesso em: 23 ago. 2019. AEROLOCARNO (Suíça). Flight Instructor Course (FI). Disponível em: <https://aerolocarno.ch/en/home/ about-us.html>. Acesso em: 23 ago. 2019. CIêNCIASECOGNICAO.ORG (Org.). Bases Neurobiológicas da Ansiedade – por Ariadne Belavenutti Magrinelli-extraído do livro “Tópicos em Neurociência Clínica”-Elisabete Castelon Konkiewitz-editora UFGD-2009. Disponível em: <http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1942>. Acesso em: 24 ago. 2019. EUA. FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION (FAA). (Org.). Aviation Instructor’s Handbook. [s.l.]: Faa, 2008. 228 p. Disponível em:<https://www.faa.gov/regulations_policies/handbooks_ manuals/aviation/aviation_instructors_handbook/media/faa-h-8083-9a.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2019 Para início de conversa O COMPORTAMENTO HUMANO E A INSTRUÇÃO A relação do instrutor com o aluno As necessidades e motivação humanas Fatores que inibem o aprendizado As reações emocionais
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