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RCC Carolina Ferreira 
 
-Definição: refere-se a qualquer lesão no olho, pode ser devida a trauma mecânico (contuso 
ou penetrante), agentes químicos ou radiação (ultravioleta ou ionizantes) 
-É uma das principais causas de cegueira unilateral, sendo as crianças e adultos jovens os + 
acometidos 
 ESTEJA ATENTO AOS SINAIS DE GRAVIDADE NO TRAUMA OCULAR !!!! Hifema, equimose, dor 
intensa no olho, visão turva, abrasões da córnea, edema da córnea, hemorragias 
subconjuntivais, lacerações conjuntivais, hipópio e deslocamento de retina 
EPIDEMIOLOGIA 
-Em todo o mundo, há aproximadamente 1,6 milhão de cegos devido a lesões oculares, 2,3 milhões c/ 
deficiência visual bilateral e 19 milhões c/ perda da visão bilateral 
-Quase metade (48%) de todas as lesões oculares reportadas ocorrem em pessoas entre 18 e 45 anos de 
idade. Os homens estão em risco 4 vezes > de lesão ocular que as mulheres. Negros e hispânicos tem 
risco de 40% a 60% + elevado de lesão ocular em comparação a brancos e apresentam + que o dobro do 
risco de manter a visão comprometida devido a lesão ocular 
-A causa + frequente de perda do globo ocular entre 0 e 10 anos de idade é o trauma ocular, sendo que 
58,04% ocorrem em ambientes domésticos e são preveníveis 
-Tanto em países desenvolvidos, como nos subdesenvolvidos, os traumas oculares por acidente de 
trânsito e por acidentes de trabalho prevalecem em adultos e adultos jovens, principalmente do sexo 
masculino. 
ETIOLOGIA 
- As lesões oculares + graves são causadas por objetos contundentes, pontiagudos grandes, pequenas 
partículas no ar ou queimaduras 
-De acordo c/ o banco de dados do US Eye Injury Registry, quase metade (42%) das lesões oculares 
ocorrem em casa, 19% no trabalho, 16% são resultado de traumas ocorridos na rua ou estrada e 13% 
são resultado de atividades esportivas ou recreativas 
-Os objetos contundentes são a causa + frequente de lesão(33%), enquanto os pontiagudos estão 
envolvidos em 27% dos casos e unhas de metal em 21% dos casos 
-Causas de abrasão na córnea: unha, garras de animais, pedações de papel ou papelão, aplicadores de 
maquiagem, ferramentas manuais ou corpo estranho alojado sob a pálpebra 
-Respingos químicos c/ substancias alcalinas como água sanitária ou ácido estão entre as emergências 
oftálmicas + urgentes 
-Lesões oculares em idosos: queda 23% dos casos nas pessoas c/ > 60 anos de idade e 2% daquelas c/ < 
60 anos de idade 
-A taxa de lesões oculares graves relacionadas a veículos automotores  bastante, pois o  do uso do 
cinto de segurança por lei e os airbags ajudou nessa redução. Entretanto os próprios airbags podem 
causar lesões oculares as + comuns são: abrasão da córnea, laceração palpebral e hifema 
-Projeteis pequenos e rápidos como paintball ou arma de ar podem estar associados a lesões 
devastadoras 
-Fogos de artificio podem ser uma fonte significativa de lesões oculares 
-Agressões: podem ser contusas (socos, pedradas), perfurantes (faca), ou lesarem o sistema visual 
secundariamente através de lesão ou atrofia de nervo óptico (arma de fogo). 
FISIOPATOLOGIA 
-Lesões contusas: uma batida direta no olho causa uma lesão contusa, o que pode varias de um simples 
“olho roxo” até uma disrupção intraocular grave, incluindo ruptura do globo ocular. A lesão ocular 
depende do tamanho, dureza, velocidade e da força aplicada do objeto contuso diretamente no olho. 
Em olhos que já tenham passado por alguma cirurgia anterior a ferida representa um risco importante 
de ruptura. O traumatismo contuso pode resultar em lesões no osso ao redor dos olhos (fratura blow-
out) e contusão na pálpebra. Essas lesões incluem hemorragia subconjutival, hifema, lesões na íris ou 
lente, hemorragia do vítreo, deslocamento ou ruptura da retina, ruptura coroidal ou do globo ocular. 
Hifema (sangue na câmara anterior do olho) ocorre devido ao traumatismo contuso intraocular grave. O 
pico de incidência ocorre entre os 10-20 anos de idade e essas lesões são 5 vezes + comuns em homens 
do que mulheres. Em 20% dos casos o hifema ocupa menos de 1/3 da câmera anterior e em <10%dos 
casos ele ocupa toda a câmara. As lesões oculares frequentemente associadas incluem disrupção das 
RCC Carolina Ferreira 
estruturas angulares, catarata e lesões do segmento posterior. Pode ocorrer ressangramento nos 
primeiros 5 dias 
-Lesões oculares abertas: ocorre quando é um defeito da espessura total na integridade da parede 
ocular(córnea ou esclera). A ruptura ocorre na sequência de uma lesão contusa e tende a ocorrer no 
local de > fraqueza estrutural (limbo, atras da inserção dos músculos retas, na cabeça do nervo óptico 
ou em locais de cirurgia previa). A laceração ocorre devido a um objeto pontiagudo, podendo ser 
penetrantes (ferida de entrada, mas sem saída) ou perfurante (ferida de entrada e saída). Os sinais de 
lesão ocular aberta incluem 360° de quemose hemorrágica, pupila de pico devido à conexão da íris c/ a 
ferida, uma câmara anterior rasa ou pressão intraocular + baixa. Materiais estéreis ñ tóxicos e inerte 
(plástico e vidro) são bem tolerados dentro do olho. Entretanto, partículas de metal são magnéticas e 
podem conter ferro o que oxida e estabelece uma reação inflamatória dentro do olho (siderose). 
Matérias vegetais podem causar ceratite bacteriana ou fúngica. Uma ferida + profunda pode penetrar a 
capsula do cristalino e resulta na formação da catarata nos dias ou semanas subsequentes. Os corpos 
estranhos que entram no segmento posterior podem permanecer suspensos no vítreo ou podem atingir 
a retina causando sangramento ou laceração na retina. A penetração completa do olho é rara, mas pode 
ocorrer em lesões de alta velocidade como ferimentos por arma de fogo. 
-Queimaduras: os respingos químicos podem afetar a superfície ocular e o segmento anterior e podem 
varias em gravidade de irritação leve a opacificação corneana, perda visão e até mesmo a perda do olho. 
Os álcalis penetram no olho + que os ácidos e podem causar lesões graves. O íon hidroxila de uma 
solução alcalina causa saponificação dos ácidos graxos dentro da membrana celular o que resulta em 
ruptura da célula epitelial e morte, isso facilita a penetração adicional do agente químico. As lesões por 
acido tendem a ser menos graves porque eles causam desnaturação de proteínas e precipitação, assim o 
agente desencadeante fica confinado na superfície ocular e o dano é limitado. As queimaduras por 
radiação ultravioleta(sondagem sem proteção, exposição excessiva a luz solar e exposição em cabines 
de bronzeamento) causam lesão ocular 
CLASSIFICAÇÃO 
-Definições de termos de trauma ocular: 
• Lesão na parede do olho: na córnea ou na esclera 
• Lesão oculares fechadas: a parede do olho ñ tem nenhuma ferida c/ espessura completa 
• Lesão ocular aberta: ferida c/ espessura completa da parede do olho 
• Ruptura: ferida c/ espessura completa da parede do olho causada por um objeto contuso 
• Laceração: ferida c/ espessura completa da parede do olho, causada por um objeto pontiagudo 
• Lesão penetrante: laceração simples da parede do olho(entrada), causada por um objeto 
pontiagudo 
• Lesão por corpo estranho intraocular(CEIO): objeto estranho retido, tipo de lesão penetrante 
• Lesão perfurante: lesão de entrada e saída na parede do olho, causada por um objeto 
pontiagudo ou projétil 
-De acordo c/ a integridade do globoocular: 
→ Trauma fechado: a córnea e a esclera ñ são violadas por completo, as contusões resultam de 
traumatismo contuso sem uma ferida aberta na parede do olho. As lacerações lamelares são 
feridas c/ espessura parcial da córnea ou esclera. É o + comum. Pode gerar desde um simples 
arranhão na córnea até o descolamento de retina, o desencadeamento de uma catarata 
precoce ou o glaucoma,dependendo da gravidade 
→ Trauma aberto ou perfurante: definidas pela ferida c/ espessura completa da parede do olho, 
as rupturas dos globos oculares são causadas por um traumatismo contuso. As lacerações são 
por objetos pontiagudos. As lesões penetrantes tem a presença de uma ferida de entrada. As 
lesões perfurantes tem a presença de uma ferida de entrada e saída. As CEIOs são lesões 
penetrante, mas são agrupadas separadamente devido a sua clínica. Consiste no corte ou 
perfuração do globo ocular por algum corpo estranho. NUNCA FAÇA CURATIVO OCLUSIVO NO 
TRAUMA ABERTO 
ACOMETIMENTO DE ESTRUTURAS OCULARES NO TRAUMA 
-A anatomia do globo ocular, em relação a lesões que acometem estruturas localizadas à 
frente ou atrás da ora serrata, pode ser dividida em segmento anterior e posterior 
-A perfuração no segmento anterior do olho pode ser devida à perda de continuidade da 
córnea e/ou da esclera e, nestes casos, o olho encontra-se c/ perda total da tonicidade. 
RCC Carolina Ferreira 
-É importante alertar que Ñ se deve apalpar um olho c/ suspeita de perfuração p/ checar a sua 
tonicidade pois isto pode levar a extrusão dos 
tecidos intra-oculares c/ perda da viabilidade do 
olho. O diagnóstico de perfuração ocular é feito 
pelo oftalmologista que, através do uso da 
lâmpada de fenda e c/ treinamento especial, checa 
a presença da perfuração. 
-Enquanto ñ é examinado pelo oftalmologista, o 
paciente deve ser colocado em repouso absoluto, 
c/ oclusão do olho c/ tampão rígido (que pode ser 
improvisado através de cartolina ou papel c/ 
rigidez suficiente que promova proteção na forma 
de concha), principalmente no caso de crianças 
que tendem a colocar a mão no olho. O paciente deve ser colocado em jejum p/ possível 
realização de cirurgia e pode-se prescrever antibioticoterapia sistêmica intravenosa de amplo 
espectro. 
 Quando suturamos tecidos oculares 
devemos ter o cuidado de preservar ao máximo os 
tecidos, a anatomia e a transparência dos meios, os 
quais serão fundamentais na reabilitação da visão. 
Em algumas suturas podemos aplicar tecido adesivo 
(cola de cianoacrilato), evitando-se a tração ou 
colocação excessiva de pontos. 
-Se houver herniação de íris, esta deve ser mantida intacta p/ que o oftalmologista avalie sua 
vitalidade e resolva pela exérese ou reposicionamento. 
-Deve-se orientar a quem faz o 1º atendimento em prontos-socorros gerais que a região 
periocular ñ deve ser limpa, pois pressão sobre as pálpebras pode promover extrusão dos 
tecidos. Além disso, a íris pode ser confundida c/ “sujeira”, “terra” ou corpo estranho e ser 
retirada c/ a “limpeza”. Corpos estranhos no segmento anterior podem estar na superfície, 
penetrando parcialmente ou já estarem localizados dentro do olho. 
-Nenhum corpo estranho deve ser retirado sem a avaliação prévia do oftalmologista, pois sua 
simples retirada pode levar ao vazamento do globo. 
-As perfurações oculares do segmento 
posterior podem ou ñ (tamponamento pelo 
vítreo) levar à perda da tonicidade e nem 
sempre são facilmente observadas. Nestes 
casos, são sinais de perfuração ocular 
oculta: 
• alteração da profundidade da câmara 
anterior do olho (assimétrica em relação ao olho contralateral); 
• o desvio pupilar (corectopia); 
• a quemose hemorrágica volumosa (tecido intra-ocular sob a hemorragia) 
-Outra forma de trauma ocular é a queimadura que ocorre sempre que o olho é exposto a 
variações significativas de temperatura, pH ou de energia radiante. Podem ser divididas em 
palpebrais, conjuntivais e corneanas, sendo todas de alto potencial de gravidade pois podem 
comprometer o piscar (retração palpebral), assim como a vitalidade das células da superfície 
ocular (células germinativas ou tronco da área lombar). As queimaduras químicas são de > 
morbidade, principalmente aquelas envolvendo álcalis, pois estes causam um processo de 
saponificação c/ amolecimento e necrose da córnea c/ morte tecidual. O paciente que sofre 
uma queimadura ocular química deve ser imediatamente submetido à lavagem copiosa do 
olho c/ água ou, idealmente, soro fisiológico. O tratamento especializado envolve uso de 
antibióticos e de corticosteróides, controle do glaucoma (invasão do químico na câmara 
RCC Carolina Ferreira 
anterior do olho) e da necrose. O olho queimado em uma fase crônica pode vir a necessitar de 
várias intervenções cirúrgicas tendo um prognóstico visual bastante reservado. Uma destas 
intervenções pode requerer doação de células germinativas do olho contralateral (em 
queimadura unilateral), ou de um parente HLA compatível. Pode-se também utilizar 
membrana amniótica na reconstrução da superfície ocular cicatrizada. 
-Já as queimaduras podem se originar de exposição a: 
• Substâncias ácidas: neste tipo de queimadura forma-se uma 
barreira de tecido necrótico, fazendo c/ que a substância penetre 
menos e, assim, ñ cause uma lesão tão abrangente 
• Substâncias alcalinas: ñ formam a barreira protetora e, por 
isso, penetram rapidamente causando > dano ocular 
• Radiação UV: liberada por solda elétrica ou curto-circuito, 
geralmente causa uma ceratite (inflamação corneana) superficial 
6 a 12 horas após a exposição. 
• Temperaturas elevadas: cursa geralmente c/ ectrópio ou 
retração palpebral. 
-O trauma contuso pode causar uma hemorragia na câmara anterior do olho a qual 
denominamos de hifema. C/ a ação da gravidade, este sangue tende a depositar-se e formar 
um nível líquido. A altura deste nível líquido é que fornece a classificação da severidade do 
hifema. Sangramentos também podem ocorrer na cavidade vítrea ou até mesmo na retina. O 
sangramento intra-ocular pode causar uma obstrução do trabeculado, levando a um  da 
pressão intra-ocular (Pio). 
-Se ñ houver controle clínico da pressão, há necessidade de se intervir cirurgicamente c/ a 
retirada (lavagem) do sangue da câmara anterior do olho, ou através da vitrectomia (retirada 
do vítreo c/ sangue que é substituído, dependendo da quantidade retirada, c/ solução 
balanceada, gás ou óleo de silicone). 
 É importante lembrar que pacientes que sofreram trauma podem, a longo prazo, desenvolver 
glaucoma secundário à fibrose do trabeculado. Portanto, estes pacientes por um longo período 
devem ter seus olhos checados periodicamente através de exame oftalmológico p/ certificar 
que ñ está ocorrendo  da Pio. 
-Apesar de ser um acontecimento bastante raro, devemos ter o conhecimento de que sempre 
que o olho sofrer uma perfuração e, principalmente, se houver acometimento do pólo 
posterior, existe a possibilidade de desenvolver-se uma oftalmia simpática. A oftalmia 
simpática ocorre devido à sensibilização pelo organismo de material antigênico uveal que, uma 
vez reconhecido pelo sistema imune pode, através do desenvolvimento de anticorpos, 
desencadear uma uveíte (inflamação) auto-imune no olho perfurado e no contralateral ileso. 
Estas uveítes são, em geral, de difícil controle e podem ter um prognóstico visual reservado. 
Ainda quanto aos traumas contusos, pode ocorrer rompimento ou deslocamento do cristalino. 
O cristalino rompido causa intensa reação inflamatória e deve ser extraído. 
-O cristalino deslocado, , pode causar glaucoma, se alterar estruturas do segmento anterior do 
olho ou levar à baixa de visão, se alcançar 
área do polo posterior. No trauma contuso 
também podem ocorrer roturas de retina e 
consequente descolamento, situação 
bastante grave c/ baixo prognóstico quanto 
à recuperação visual. O comprometimento 
da órbita em um trauma em função de sua 
situação anatômica pode ocorrer tanto em 
traumas faciais como cranianos. Nestas fraturas, o olho pode ser comprometido devido a 
compressão, inclusive do nervo óptico, que pode levar à perda visual, ou através de espículasósseas. 
-Uma fratura do assoalho da órbita devido ao  da pressão intra-orbitária (“blowout”). Neste 
caso, um trauma severo c/ agente contundente, rombo (por exemplo, um soco no olho) 
RCC Carolina Ferreira 
desloca o conteúdo orbitário p/ trás. Como a órbita tem um formato cônico, não há espaço e 
ocorre uma pressão em direção inferior, rompendo o assoalho. Uma vez fraturado, o assoalho 
permite a penetração do conteúdo intra-orbitário (gordura e até mesmo estruturas oculares), 
p/ o seio maxilar. C/ isso, o olho apresenta um enoftalmo (fica + internamente na órbita), e, 
algumas vezes, sem capacidade de movimento superior, pois o reto inferior pode apresentar-
se retido nos fragmentos fraturados do assoalho. A correção da fratura “blowout” é cirúrgica e 
sua indicação fica na dependência da gravidade e sintomas apresentados pelo paciente. 
-Traumas cranianos podem repercutir no olho através do desenvolvimento de paralisias faciais 
(lesão do VII nervo com exposição ocular),  de sensibilidade corneana c/ desenvolvimento de 
ceratite neurotrófica (lesão de V par), visão dupla devido à paralisia da musculatura extrínseca 
ocular (lesão de II, III, IV e VI pares cranianos), lesão direta sobre o nervo óptico, por 
hipertensão intracraniana, entre outros. 
-A mordedura de cachorro que tem frequentemente como alvo a cabeça, pode acometer as 
pálpebras, danificar a via lacrimal, mas raramente acomete o olho propriamente dito 
 Ñ se deve esquecer da síndrome da criança espancada ou chacoalhada (shaking baby 
syndrome), na qual o olho pode apresentar sinais de hemorragia em conjuntiva, câmara 
anterior e retina. Algumas vezes, estas crianças ñ apresentam sinais externos de abuso, mas 
quando submetidas a exame de retina têm sinais clássicos de trauma severo 
AVALIAÇÃO DO TRAUMA OCULAR 
-No trauma envolvendo criança, deve-se ouvir separadamente a versão da criança e do adulto 
responsável ou daquele que presenciou o trauma e então comparar as versões 
-O paciente traumatizado, mesmo que esteja aparentemente apenas c/ comprometimento do 
olho, deve ser examinado pelo clínico geral e/ou neurologista p/ afastar outros acometimentos 
que possam colocar a vida do paciente em risco. 
-A seguir, e o + rápido possível, o exame especializado oftalmológico deve ser realizado, pois 
hemorragias, edemas, etc., levam à perda da visibilidade das estruturas oculares, 
comprometendo a avaliação. 
-Quando há suspeita de perfuração ocular, deve-se sempre manipular c/ cuidado tanto o olho 
como o paciente, abrindo c/ cuidado os olhos e mantendo o paciente em repouso. 
 Deve-se ter um cuidado especial em indicar RM quando há suspeita de corpo estranho intra-
ocular metálico, pois a vibração do corpo estranho pela ressonância pode acarretar > dano ao 
olho. 
-O paciente deve ser questionado quanto à vacinação contra o tétano, e antibioticoterapia 
profilática apropriada p/ a situação deve ser indicada. 
HISTÓRA E EXAME FÍSICO 
-Os sinais de uma lesão grave podem incluir hemorragia subconjutival significativa, pupilas 
irregulares, redução da visão, inchaço significativo, dor ou incapacidade de mover o olho ou 
cefaleia intensa. 
-Fatores de risco: faixa etária 18-45 anos, sexo masculino, ausência de protetor ocular, lesões 
ocupacionais, fogos de artificio e exposição excessiva à luz ultravioleta 
-Sintamos + comuns: dor, redução da visão, inchaço ao redor do olho e sangramento 
-É preciso saber: se há lesão em outros órgãos; se houve perda da consciência, história de cirurgia prévia 
do olho, estado de profilaxia do tétano e possível contaminação da ferida 
-Exame oftalmológico básico: começa pelo exame da face, área orbital e pálpebras e terminando c/ 
exame ocular completo. Devem ser avaliados os seguintes aspectos: pálpebras, face, globo ocular, borda 
orbital quanto à presença de lesão; visão de ambos os olhos usando um gráfico de acuidade visual; visão 
periférica; reatividade da pupila à luz e presença de um defeito pupilar aferente; movimentos 
extraoculares e campos visuais confrontacionais. Assim que o diagnóstico de lesão ocular aberta é feito 
o exame deve ser interrompido e o olho deve ser coberto por um escudo protetor. A avaliação completa e o 
reparo devem ser feitos por um oftalmologista em uma sala de cirurgia 
-Testes oculares: devem ser realizados em todos os pacientes e serão usados dependendo do tipo do 
trauma 
RCC Carolina Ferreira 
1. Exame c/ lâmpada de fenda: os olhos devem ser examinados quanto a possíveis lacerações 
palpebrais; lacerações superficiais ou da espessura total da córnea e esclera e presença de 
corpos estranhos. Uma pupila irregular ou de pico pode ser sinal de lesão ocular aberta. A 
presença de hifema indica que o olho sofreu um lesão significativa e deve ser realizado um 
exame físico detalhado nos segmentos posterior e anterior 
2. Teste de Seidel: realizado pela aplicação de uma tira de fluoresceína umedecida diretamente 
na córnea e observação dos efeitos sob exame c/ lâmpada de fenda. Uma visualização de 
corante diluído sob luz azul( teste positivo) sugere lesão ocular aberta. Na presença de abrasão 
da córnea, a área sem epitélio incorporará a coloração por fluoresceína mas ñ será observada 
diluição pelo humor aquoso 
3. Oftalmoscopia: pode ser realizada após um trauma ocular p/ identificar possível dano do 
segmento posterior, como hemorragia no vítreo, lacerações na retina, commotio retinae, 
deslocamento de retina, ruptura de coroide, ruptura posterior e CEIO 
4. Gonioscopia: é útil p/ detectar lesões nas estruturas de drenagem do olho, como recessão de 
ângulo, pode descartar a presença de corpo estranho no ângulo em casos suspeitos. Ñ deve ser 
realizada na presença de lesões oculares abertas 
5. Tonometria: determina a pressão intraocular pelo registro da resistência da córnea, é 
contraindicada quando há suspeita de infecção externa ou falta de integridade do globo ocular 
-Exames de imagem: Rx simples (indicado p/ trauma contuso c/ suspeitas de fraturas da parede 
orbital e corpos estranhos intraoculares) + US modo B (avalia o globo ocular e seu conteúdo, indicada p/ 
localizar corpos estranhos) + biomicroscopia ultrassônica (indicada p/ avaliar os corpos estranhos 
localizados anteriormente, p/ lesões do ângulo e posição do cristalino) + RM de crânio (avalia trauma 
orbital e lesões cranianas) + tomografia de coerência óptica (patologias maculares resultantes de 
trauma) + exame de traço falciforme + exame de urina p/ detecção de drogas 
ABORDAGEM PASSO A PASSO DO TRATAMENTO 
-O tratamento conservador p/ as abrasões da córnea levarão a cura dentro de 48-72 horas. Se ñ houber 
sinal de melhora dentro desse período recomenda-se o encaminhamento p/ um especialista. 
-Exposição à luz UV: após a exposição a cura ocorre geralmente dentro de 24 horas c/ tratamento 
conservador(pomada antibiótica de uso tópico) 
-Respingos químicos: devem ser tratados c/ irrigação imediata do olho c/ água e/ou solução salina 
isotônica até que o pH retorne a aproximadamente 7, medido por papel de pH 10 min após a 
interrupção da irrigação. A irrigação leva geralmente pelo menos 115 min mas pode levar até horas. 
Após esse processo deve ser feita a consulta oftalmológica. Antibióticos tópicos podem ser usados por 
5-7 dias 
-Olho roxo(equimose): gelo + analgésicos(deve-se evitar aspirina pois pode predispor a sangramento)+ 
descanso + proteção da área lesionada c/ tapa-olho 
-Abrasões menores: quando afetam somente a superfície do olho e ñ está presente corpo estranho é 
feito um curto tratamento c/ antibiótico tópico. As vezes o tamponamento do olho pode ser usado 
-Lacerações palpebrais: a ferida deve ser limpa c/ o mínimo desbridamento e suturada. O pct deve ser 
encaminhado p/ um especialistaquando a margem da pálpebra estive envolvida. 
-Hifema: proteção ocular + restrição de atividades físicas + pcts aconselhados a elevação da cabeceira 
da cama + corticosteroides tópicos + colírios cicloplégicos + terapia antifibrinolítica (somente deve ser 
usada em pcts c/ baixo risco de complicações trombóticas) + antieméticos (usado em pcts c/ náusea ou 
vomito afim de evitar  súbito na pressão intraocular causada pela emese). A > parte dos hifemas 
absorve espontanemamente dentro de 2-6 dias. O tratamento cirúrgico é indicado quando o hifema é 
complicado por impregnação de sangue na córnea e quando a PIO elevada ameaçar o nervo óptico 
-Abrasão da córnea c/ corpo estranho superficial: antibiótico tópico+ cicloplégico tópico + profilaxia de 
tétano + analgesia + remoção do corpo estranho 
-Lesão ocular aberta: encaminhar p/ um especialista + antibiocoterapia sistêmica + cirurgia + profilaxia 
de tétano + analgesia + antieméticos 
-Erosoes recorrentes da córnea: antibiótico tópico + lagrimas artificiais ou agentes hiperosmotico tópico 
+ cicloplegico tópico + analgesia + micropunções estromais ou ceratectomia fototerapêutica 
PREVENÇÃO 
-As lesões oculares são evitáveis c/ o uso de protetores oculares apropriados, as pessoas em 
situações que representam > risco deve ser aconselhadas a usar esses protetores 
-A utilização dos cintos de segurança 
RCC Carolina Ferreira 
-A prevenção de queda em pacientes c/ > 65 anos, através da melhora da segurança do 
ambiente doméstico e do tratamento adequado de qualquer problema médico subjacente 
pode ajudar na redução do nº de lesões oculares 
PROGNÓSTICO 
-Prognóstico visual: na criança é pior do que no adulto, pois a criança tem > tendência à 
atrofia ocular devido a: 
▪ reações inflamatórias intensas, principalmente quando o ferimento é perfurante; 
▪ desenvolvimento de ambliopia (“olho preguiçoso” ou falta de maturação visual no córtex 
cerebral), nas crianças < de 6 anos que ñ alcançaram desenvolvimento e maturação visual 
completa. 
COMPLICAÇÕES 
-São: endoftalmite pós-traumática; fratura orbital; oftalmia simpática; corpos estranhos intraoculares 
retidos; cicatrização; recessão angular; pressão intraocular elevada; deslocamento de retina; sinequias; 
doença de Purtscher; conjuntivalização do epitélio da córnea; neovascularização da coroide

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