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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Clínica Cirúrgica, VIII° Queimaduras Químicas – EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA Dano importante à superfície ocular, córnea e segmento anterior do olho → redução permanente da visão uni ou bilateral. Substâncias alcalinas. Ex: soda cáustica, cimentos, gessos, alvejantes, amônia - tendem a ser mais graves. Os álcalis promovem uma saponificação das proteínas oculares, com maior penetração do produto. Substâncias ácidas. Ex: ácido de bateria, limpador de piscinas, vinagre - a coagulação das proteínas forma uma barreira de proteção, dificultando a penetração do agente químico. Manifestações Queimaduras leves a moderadas: dor e vermelhidão ocular variável, fotofobia e redução da acuidade visual. Ao exame → conjuntiva bulbar hiperemiada, quemose (edema conjuntival), lesões epiteliais corneanas, focais ou difusas e reação da câmara anterior. Coloração com fluoresceína demonstrando grande defeito epitelial da córnea. Queimaduras graves: não há vermelhidão ocular; a conjuntiva bulbar pode estar branco- acinzentada, devido à isquemia perilímbica. Erosões epiteliais e opacificação da córnea podem estar presentes. Conjuntiva branco-acinzentada e opacidade corneana difusa em queimadura química ocular grave. TRATAMENTO. 3 etapas emergencial (lavagem copiosa e remoção de detritos), inicial (promoção da re-epitelização e controle da inflamação) e tardia (reabilitação visual). Abrasões Corneanas Definição: defeitos epiteliais superficiais autolimitados, que coram com fluoresceína. Histórico de arranhadura, trauma ocular ou uso de lente de contato. Sinais e sintomas: dor aguda, fotofobia, sensação de corpo estranho, lacrimejamento e desconforto ao piscar. Também pode estar presente hiperemia conjuntival e edema palpebral. Tratamento: como o epitélio corneano tem grande capacidade regenerativa, abrasões corneanas não complicadas tendem a se resolver em 24-72h. → Pomada ou colírio antibiótico profilático até que o defeito epitelial cicatrize. 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! → Colírios cicloplégicos podem ser usados para alívio da dor Corpo Estranho O corpo estranho pode se alojar na córnea ou na conjuntiva, especialmente na conjuntiva tarsal superior. Sinais e sintomas • Início súbito de sensação de corpo estranho e lacrimejamento. Também pode apresentar fotofobia e blefaroespasmo. • Um pequeno infiltrado pode circundar o corpo estranho corneano, sendo geralmente reacional e estéril. • Abrasões lineares corneanas orientadas verticalmente são sugestivas de corpo estranho sob a pálpebra superior. • Partícula de metal alojada há alguns dias na córnea → presença de um anel ferruginoso em volta do corpo estranho. ATENÇÃO: o corpo estranho alojado na CÓRNEA sempre deve ser avaliado sob lâmpada de fenda pelo especialista. TRATAMENTO Corpo estranho conjuntival: é mais fácil de ser removido do que o corneano. → Irrigação de soro fisiológico ou retirar com cotonete embebido em anestésico tópico. → Everter as pálpebras e inspecionar os fórnices à procura de corpos estranhos adicionais. → Conduta pode ser feita na emergência, pelo médico responsável pelo atendimento inicial. Corpo estranho corneano: deve ser avaliado por um especialista. → Retirada exige avaliação na lâmpada de fenda e pode ser feita com o bisel de uma agulha de insulina. → Em caso de anel ferruginoso prescrever colírio de antibiótico profilático por 3-5 dias. Fratura Orbitária A região orbitária possui 4 paredes: 1. Parede medial: composta pelos ossos etmoide, lacrimal, maxilar e pequena parte do corpo do esfenoide. É a mais delgada das paredes. 2. Parede lateral: composta pela asa maior do esfenoide e zigomático. 3. Parede superior: composta pela lâmina orbital do frontal e asa menor do esfenoide. 4. Parede inferior (assoalho da órbita): composta pelos ossos maxilar, zigomático e palatino. LOCAL MAIS COMUM DE FRATURA! SINTOMAS • Dor e limitação dos movimentos oculares, edema palpebral, diplopia binocular e crepitação (ocorre por enfisema subcutâneo). • Hipoestesia na distribuição do nervo infraorbital (região maxilar e lábio superior ipsilaterais) e enoftalmo (deslocamento do globo ocular para dentro de sua órbita), normalmente em casos graves. • Importante excluir lesão intraocular e do nervo óptico o mais breve possível, em TODOS os pacientes com suspeita de fratura orbital → realizar TC da órbita e porção média da face. TRATAMENTO a. Minimizar dor e hemorragias nasais: bolsa de gelo nas primeiras 24 a 48h + manter a cabeça elevada + analgésicos. Antibióticos orais de amplo espectro em caso de infecção. 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! b. Reparo cirúrgico: reparo cirúrgico imediato (dentro de 24 a 74h) é indicado quando existir evidência clínica de encarceramento muscular e bradicardia, bloqueio cardíaco, náusea, vômito ou síncope não resolvidos com tratamento clínico. Reparação cirúrgica dos ossos faciais em algumas semanas é indicada se uma fratura por explosão obstruir os músculos ou tecidos moles da órbita e provocar visão dupla, ou lesão do nervo, ou afundar o globo ocular. Hifema Traumático DEFINIÇÃO: acúmulo de sangue na câmara anterior. ETIOLOGIA: trauma ocular, é mais comum em jovens do sexo masculino. COMPLICAÇÕES: ressangramento, aumento da pressão intraocular, atrofia óptica (por contusão do nervo óptico ou aumento persiste da PIO) e impregnação hemática da córnea (baixa acuidade visual final). SINTOMAS • Dor e visão borrada. •Sangue ou coágulos na câmara anterior. Pode ocupar uma pequena parte ou a câmara anterior inteira (hifema total). • Pode ocorrer ressangramento, geralmente entre o 2º e 5º dias pós-trauma. TRATAMENTO: EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA → Avaliação pelo oftalmologista o mais rápido possível! • Repouso na cama, com a cabeceira elevada a 30 graus, estimulando o assentamento do sangue no olho. • Aumento da ingesta hídrica • Proteção com tampão, previne lesões posteriores. • Cicloplégicos tópicos, previne sinéquias e aliviar a dor. • Hipotensores oculares tópicos podem ser usados em casos de aumento abrupto da pressão intraocular. • Devem ser evitados produtos que contenham ácido acetilsalicílico ou AINEs, pois podem predispor ao sangramento • Evitar atividades físicas extenuantes por uma semana após a lesão inicial ou o ressangramento. Ruptura do Globo Ocular e Lesão Ocular Penetrante EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA avaliação urgente por um oftalmologista! A extensão do ferimento é determinada pelo tamanho do objeto, sua velocidade na hora do impacto e sua composição. SINAIS E SINTOMAS: dor, visão diminuída e perda de líquido do olho. TRATAMENTO: deve ser evitada qualquer tipo de pressão extra sobre o globo, com risco de extrusão do conteúdo intraocular. • Proteger o olho do paciente com um tampão o tempo todo. Não deve ser aplicado curativo oclusivo no olho de forma alguma. • NÃO retirar corpos estranhos, tecidos ou coágulos do olho do paciente. Somente o oftalmologista! • Antibióticos sistêmicos nas primeiras 6h. • Reparo cirúrgico mais breve possível. ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Estratégia MED. Oftalmologia. Traumatismos oculares. 2023.
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