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Cervicites: causas, sintomas e tratamento

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Cervicites
Cervicites são processos inflamatórios no colo uterino, principalmente no epitélio glandular. Bactérias ascendem. 
ANATOMIA DO COLO DO ÚTERO 
Orifício externo, junção escamoso (ectocervice) colunar/glandular (endocervice). Ectopia favorece. A cervicite ocorre no epitélio glandular. JEC exposta favorece a inflamação (período na ovulação, mais exposta para facilitar a entrada do espermatozoide). 
A ectopia é um processo fisiológico frequente na fase reprodutiva da mulher, caracterizado pela presença de epitélio glandular na ectocérvice, expondo o frágil epitélio colunar ao meio vaginal, o que favorece o acesso aos vasos sanguíneos e linfáticos, diminuindo as barreiras contra infecções e favorecendo a aquisição de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
AGENTES ETIOLÓGICOS
· clamydia trachomatis: bacilo gram negativo intracelular obrigatório com tropismo pelas células epiteliais da conjuntiva, uretra, endocérvice e trompa.
· neisseria gonorrhoeae: diplococo gram negativo intracelular. tropismo pelo epitélio colunar e transicionais do trato geniturinário e é capaz de infectar a faringe, conjuntiva e articulações. Facilita a infecção do HIV.
FATORES DE RISCO
· IST (bactérias sexualmente transmissíveis)
· Atividade sexual desprotegida (métodos de barreira), comum em adolescentes e mulheres jovens. 
· Promiscuidade (número de parceiros). 
Mulheres sexualmente ativas com idade inferior a 25 anos, novas ou múltiplas parcerias sexuais, parcerias com IST, história prévia ou presença de IST e uso irregular de preservativo
QUADRO CLINICO
· Corrimento vaginal purulento fétido
· Dispareunia (colo inflamável) 
· Sangramento intermenstrual (ou até após a relação sexual, o colo é friável). 
Pode ter disúria, polaciúria, dor pélvica. 
· Assintomáticos em 70 a 80% dos casos. A ausência de sintomas dificulta o seu diagnóstico e favorece as inúmeras complicações advindas de quadros, como endometrite, doença inflamatória pélvica (DIP), desfechos adversos para gestantes e recém-nascidos, incluindo ainda maior risco de aquisição do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e do câncer cervical.
EXAME FÍSICO
· Secreção mucopurulenta cervical (canal do colo). 
· Dor à mobilização do colo
· Colo friável (sangra ou toque, hiperemiado). 
· Edema cervical. 
DIAGNOSTICO
· biologia molecular: pesquisa do PCR para clamydia e gonococo. 
· Captura hibrida. Cultura: meio de mcCoy.
CERVICITE POR GONOCOCCO 
· Bactéria anaeróbia facultativa. 
Apresenta colo congesto (edemaciado e volume aumentado), sangramento endocervical, exsudato purulento ou mucopurulento e endocervical.
Dx: cultura de gonococo em meio seletivo (thayer-martin) com amostras endocervicais. Ou biologia molecular (detecção de material genético ou cultura hibrida);
CERVICITE POR CHLAMYDIA
· Mais comum, assintomática, quando aparece sintomas pode estar já associado a DIP. 
Quando há QC temos colo edemaciado com hiperemia, mucorréia, friável e dor à mobilização do colo do útero. 
Dx: cultura em célula de mccoy (imunofluorescência direta). PCR e ELISA de material endocervical. Amostra urinaria e captura hibrida. 
CERVICITE POR MYCOPLASMA 
· Causada por: mycoplasma hominis ou ureaplasma urealuticum (micoplasmas genitais patogênicos bactérias comensais).
Dispareunia, disúria, polaciúria, ITU e infecção genital, corrimento vaginal. 
TRATAMENTO
· gonococco: 
ceftriaxona 500mg IM dose única ou azitromicina 1g dose única. 
· Chlamydia: 
doxiciclina 100mg VO 12/12h por 7 dias. Azitromicina 1g VO dose única. 
Tratamento triplo se não sabemos o agente etiológico: tripla terapia (azitromicina, doxiciclina, ceftriaxona). 
COMPLICAÇÕES
A cervicite pode repercutir com DIP: inflamação do útero, salpingite (inflama a trompas, ascende pelos óstios tubários) gravidez ectópica, infertilidade, aderências/trave cicatricial (obstrui o lúmen das trompas), dor pélvica crônica (investiga DIP e endometriose). 
Complicações na gestação: processo infeccioso gera trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas ovulares. Bactérias podem ascender e contaminar o líquido amniótico (corionamnionlite). Após parto pode gerar endometrite puerperal (infecção da cavidade uterina após o parto). Conjuntivite gonocócica do RN (colírio de nitrato de prata). Febre, secreção purulenta e dor pélvica. Restrição de crescimento fetal CIUR. Gestante não usa doxiciclina, altera para amoxicilina 500mg de 8/8hrs por 7 dias. Os outros medicamentos são mantidos. 
No RN: oftalmia neonatal (cegueira, eritema e edema em pálpebras, conjuntivite). Profilaxia com nitrato de prata a 1% na primeira hora de nascimento ou tetraciclina a 1% na primeira hora. Tratamento: ceftriaxona 25 a 50mg/kg/dia, IM dose única. 
RECOMENDAÇÕES: 
· Todos os parceiros devem ser tratados 
· Pacientes com sintomas persistentes devem ser testados para susceptibilidade antimicrobiana do gonococo
· Pacientes de risco e viventes em área de alta prevalência deve ser submetidos à triagem de rotina
· Homossexuais devem ser rastreados para gonorreia na uretra, reto e faringe

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