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PERGUNTA 1 1. Algumas atividades pedagógicas realizadas nas escolas trazem para dentro do espaço a vida sociocultural do aluno, seus saberes, sua arte, sua resistência, um cotidiano de luta pela sobrevivência em uma sociedade consumista cada vez mais discriminatória e preconceituosa. Dentre elas, valorizamos uma experiência de ensino compartilhada entre diferentes campos do conhecimento: musicalidade, dança contemporânea e literatura brasileira, articulada a práticas culturais ancestrais dos povos afrodescendentes. É um exemplo de prática pedagógica que rompe com a lógica do currículo escolar, uma vez que traz história e vida corporificadas em música, dança, expressões culturais diversas e literatura de um grupo marginalizado sócio-histórico-culturalmente. Reconhecendo essa experiência como uma abordagem não escolar pelas tramas e conexões estabelecidas, bem como pelas metodologias experimentadas, quanto ao que nos ensinam sobre as potencialidades pedagógicas dos espaços não escolares, analise as afirmativas a seguir. I. A escola está em processo de transição paradigmática, mas resiste a partir das práticas engessadas e da vontade política de manutenção do status quo. II. As práticas pedagógicas escolares não podem mais ser consideradas tradicionais, pois a tecnologia atribui contornos modernos, superando a memorização e acomodação. III. Os conteúdos escolares estão sendo ressignificados em muitas realidades. Professores, alunos e a própria comunidade estão rompendo com o silêncio institucionalizado. IV. Os critérios de produção de conhecimento estão sendo questionados e revistos a partir de nossa participação, reconhecendo o valor do lugar sociocultural que nos representa. V. Os espaços não formais estão sendo mobilizados no contexto escolar, propondo políticas públicas as quais estão sendo implementadas visando a uma reforma educativa. É correto o que se afirma em: a. I, II, III, IV e V b. I, III e IV, apenas c. I, II e IV, apenas d. I, II e III, apenas e. I, III e V, apenas PERGUNTA 2 1. No conjunto de desafios históricos da educação, em sua definição mais ampla, está a necessidade de rever conceitos, práticas, relações e processos socioculturais que legitimam o paradigma colonial que nos constitui. Essa transição paradigmática precisa ocorrer sob outros critérios: cooperação, participação, protagonismo, democracia e amorosidade. Vale ressaltar que esse processo colonial de dominação e exploração está sendo enfrentado por forças político-culturais de resistência à opressão, que se articulam em torno de um eixo epistemológico: a solidariedade. Dentre os desafios para construir processos emancipatórios, quais dimensões coloniais é preciso enfrentar/superar? a. Dimensões que privilegiam relações dicotômicas e cindidas entre as partes e o todo, a razão da emoção, o preconceito contra o diferente e as diferenças, a negligência com a afetividade e a cultura individualista que prega o “cada um por si e Deus por todos” b. Dimensões que mantêm a superioridade do saber científico sobre os populares, a supervalorização do rompimento entre emoção-razão e todo-parte, a pretensa inferioridade dos saberes latinos, a exclusão de gênero e os ditames do mercado c. Dimensões que promovem as desigualdades sociais, o distanciamento tecnológico entre ricos e pobres, a desvalorização do ser humano em favor da supervalorização do capital, o negacionismo científico do contexto conservador e o monopólio das oligarquias d. Dimensões que negam a ciência, o negacionismo, a ausência de criticidade que promove a alienação cultural, a valorização do coletivo por sobre o indivíduo, a superioridade capitalista sobre a vida e a eterna divisão de classes sociais e. Dimensões que condicionam o meio sociocultural-eurocentrismo, a dominação sobre os saberes e a Ciência, a defesa da linearidade dos processos atemporais, a naturalização das diferenças e a desigualdade produzida pelo eurocentrismo capitalista PERGUNTA 3 1. Dentro do grande campo de estudos que compreende a leitura como instrumento de empoderamento sociocultural, diferentes estudiosos problematizam a funcionalidade do ensino, uma intencionalidade inerente ao paradigma escolar conservador que visa à formação para o mercado de trabalho, não para a cidadania. Nesse sentido, nos provocam a (re)pensar como as atividades desenvolvidas em ONGs, sindicatos e movimentos sociais enfrentam essa lógica. Como as oficinas desenvolvidas nesses espaços acolhem demandas sócio-políticas em articulação com o saber científico ou técnico, de modo a valorizar a polissemia desse processo? Levando em consideração o texto anterior, analise as afirmativas a seguir. I. Na oficina de redação, os jovens não tinham dificuldades com a cultura escrita, o desafio era formular frases coesas e coerentes com argumentação teórico-prática. Como a experiência com leitura era frágil, a estratégia foi valorizar o gosto literário e artístico dos jovens. Desse modo, o tema “ritmos de hip-hop” foi o conteúdo significativo para tratar conceitos e práticas que ampliassem o vocabulário e a retórica, associado a uma prática sócio-cultural do cotidiano. Isso facilitou a introdução de conceitos formais do uso da língua. II. No encontro da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a mediadora, vendo a dificuldade dos alunos, resolveu valorizar os conhecimentos do cotidiano deles. Assim, a costureira, o pedreiro, a doméstica, o verdureiro e a lavadeira precisaram pensar no seu trabalho sistematicamente. Reuniram-se em trios e compartilharam sua rotina no trabalho, o que e como faziam. Ao final, montaram o retrato de seu ofício, que foi apresentado no seminário. A mediadora ajudou na escrita das palavras-chave, temas das aulas seguintes, e todos aprenderam muito. III. O porteiro do condomínio participou de um processo de seleção para a vaga de almoxarifado. A ONG de prestação de serviço fez o processo no local onde ele tinha uma conhecida, que o ajudou na prova que pedia um relato da experiência de trabalho associada aos talentos e dons que ele considerava ter. O porteiro travou, pois não sabia como fazer aquilo. Então, sua conhecida o ajudou, mas, por vezes, ela mesma respondia às perguntas. Ele conseguiu passar na prova e ser contratado. IV. Na oficina de capoeira, o mestre resolveu fazer uma parceria com a escola de ballet para ampliar a sensibilidade artística, corporal, sensorial e emocional dos alunos. Os meninos, de início, resistiram à ideia, afinal, aquilo era dança de menina. Depois, os momentos de compartilhamento, inicialmente tensos, foram sendo rompidos pela curiosidade e familiaridade que ambos os lados percebiam entre si. A sistematização foi apresentada à comunidade, em uma releitura latina de uma peça clássica. V. O movimento social de mulheres organizou um curso de artesanato para a geração de renda das associadas. A expectativa era grande. Algumas queriam aprender crochê, outras pintura em tecido, outras artesanato com material reciclável etc. A coordenadora, então, ponderou por consenso, afinal, era um processo coletivo solidário e todas precisavam se sentir contempladas, mas não se podia fazer tudo. Fez uma votação simples, sem defesa, e deu empate. Para fechar o impasse, ela teve de escolher sozinha. É correto o que se afirma em: a. I, II e IV, apenas b. I, II e III, apenas c. I, II, III, IV e V d. II, III e IV, apenas e. II e IV, apenas PERGUNTA 4 1. De acordo com Mendonça e Bunzen (2015, p. 42), “No âmbito da escola, a prova escrita geralmente é um instrumento uniforme, aplicado a um grupo, com o objetivo de verificar as aprendizagens alcançadas após decorrido certo tempo em um processo educativo. Historicamente, tem funcionado menos como um indicador do processo de aprendizagem e mais como uma formalidade escolar, muitas vezes com valor coercitivo”. MENDONÇA, M.; BUNZEN, C. Letramentos de jovens em espaços não escolares: aprendendo e ensinando com as ONGs. p. 35-52. In: MENDONÇA, M.; BUNZEN, C. Letramentosem espaços educativos não escolares: os jovens, a leitura e a escrita. São Paulo: Ação Educativa, 2015. Considerando a possibilidade pedagógica e metodológica de romper com a lógica instituída sobre a avaliação (escolar) que a assume como um instrumento de poder que rotula, classifica e exclui mais do que promove a aprendizagem, como esse processo avaliativo é encaminhado nas instituições sociais e em outros lugares que atuam na educação não formal para verificar o aprendizado? Sobre a construção e apropriação de conhecimentos, assinale a alternativa correta. a. A questão da avaliação é um desafio, pois se acredita que é preciso uma prova, mas o processo precisa ser valorizado, observando a construção das capacidades de trabalho em equipe, engajamento, abertura ao diálogo e entreajuda, participando com responsabilidade, negociando, argumentando e contra-argumentando, planejando e pesquisando b. A questão da avaliação é um desafio, pois está no imaginário social que é preciso uma prova para “provar” o que foi estudado, que se merece uma nota e aprovação. Trata-se de um conceito cristalizado em nossos corpos, e as ONGs estão conseguindo superar isso, valorizando saberes, competências e habilidades já presentes, potencializando-as c. A questão da avaliação é um desafio, pois está no imaginário que é preciso uma prova nos moldes que a escola eternizou, mas as ONGs, por terem uma dinâmica pedagógica mais flexível, o que se acompanha é o envolvimento em cada etapa do processo de construção dos saberes, trazendo para a roda seus limites e suas possibilidades d. A questão da avaliação é um desafio, pois está no imaginário que é preciso uma prova, mas sabemos que a prova não “prova” nada, apenas desestabiliza. Há outras estratégias de avaliação que valorizam o trabalho em equipe, como seminários, teatro e até visita guiada seguida de relato de experiências sobre os aprendizados significativos e. A questão da avaliação é um desafio, pois está no imaginário popular que é preciso uma prova para certificar a aprendizagem, mas, quebrando essa lógica tradicional, as ONGs ressignificam o processo, que assume novos contornos e objetivos, mais flexíveis e que valorizam os saberes da experiência por meio de técnicas diversificadas PERGUNTA 5 1. Todo trabalho educativo possui uma intencionalidade e um processo que são permeados por uma dinâmica complexa. Dentro desse movimento, há algumas questões básicas determinantes que orientam o trabalho das instituições que atuam nos espaços não formais de ensino. Com relação a essas questões/dimensões, assinale a alternativa correta. a. Fazer um mapeamento detalhado sobre o público-alvo a ser atendido e, a partir daí, traçar objetivos e planejar as ações b. Investir na divulgação em escolas para que o projeto social chegue a mais crianças e jovens da comunidade c. Selecionar com cuidado o conteúdo programático, de acordo com o interesse do grupo atendido d. Buscar parcerias com outras instituições comunitárias, a fim de mobilizar o público-alvo e. Montar um roteiro de ações e selecionar os instrutores que atuarão de acordo com cada atividade, faixa etária e gênero