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Aula_8_Química_Ambiental (1)

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DISCIPLINA
QUÍMICA AMBIENTAL
AULA 08
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO 
ESTUFA
AUTOR
MILTON BEZERRA DO VALE
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
DISCIPLINA
QUÍMICA AMBIENTAL
AULA 08
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: 
SMOG E EFEITO ESTUFA
AUTOR
MILTON BEZERRA DO VALE
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
ALOIZIO MERCADANTE
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Câmpus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL
Química Ambiental
AULA 08 - Problemas Atmosféricos: Smog E Efeito 
Estufa
Professor Pesquisador/Conteudista
MILTON BEZERRA DO VALE
Direção da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenação de Produção de Mídia Impressa e de 
Design Gráfico 
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação
ANDREZA RÊGO
 
Ilustrações
VICTOR HUGO
5
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
APRESENTANDO A AULA
Nesta aula, você vai conhecer outros problemas 
ambientais relacionados com a poluição da atmosfera 
terrestre. São eles: smog químico, smog fotoquímico e a 
diminuição da camada de ozônio. Veremos como esses 
problemas são causados e identificaremos as suas fontes 
naturais e antropogênicas, as reações envolvidas no 
processo, como estas nos afetam, o que está sendo feito 
para evitar esses problemas e o que podemos fazer para 
ajudar.
DEFININDO OBJETIVOS
Após a realização dos estudos correspondentes a esta 
aula, você será capaz de:
•	 conceituar smog e descrever o efeito estufa;
•	 identificar as fontes naturais e antropogênicas do 
smog e do efeito estufa;
•	 identificar as principais reações químicas 
envolvendo estes problemas ambientais;
•	 conhecer como a natureza e os seres vivos são 
prejudicados por estes problemas atmosféricos;
•	 conhecer as medidas preventivas para diminuição 
destes problemas.
6
QUÍMICA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
1 SMOG
1.1 Conceito e classificação
O termo smog resulta da fusão das palavras do inglês Smoke (fumaça) + fog 
(neblina). Representa a poluição visível do ar, constituída por uma mistura de fumaça 
com nevoeiro, representada por aerossóis formados por material particulado e 
gases presentes na atmosfera urbana. Constituído de uma série de reações químicas 
atmosféricas, esse sistema reduz a visibilidade da localidade (Figuras 1 e 2). O primeiro 
uso do termo foi em 1905, denominado smog químico ou smog de Londres.
O smog é classificado de acordo com o tipo de substâncias que o geram e pelas 
condições climáticas em que se forma. Temos dois tipos diferentes de smog: o químico 
e o fotoquímico.
1.2 Smog químico
Smog químico também possui várias denominações (a principal é smog 
londrino ou de Londres; as outras são smog industrial e smog de inverno). Esse 
fenômeno era característico da cidade de Londres, que apresentava atmosfera com 
alto teor de umidade, falta de vento e era constituída de uma mistura de substâncias 
provenientes da queima do carvão e óleos combustíveis, das chaminés das indústrias 
Figura 1- Presença do smog em 
Londres.
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Figura 2- Presença do smog em 
Los Angeles.
7
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
e do aquecimento das residências, tais como material particulado (presença de metais 
pesados, sulfatos, etc.) e óxidos de enxofre (principalmente dióxido de enxofre).
Londres está próxima ao litoral. Em dias frios, forma grandes nevoeiros, os quais, 
associados à poluição local, rica em enxofre, possibilita várias reações químicas. A 
principal, do smog químico, é a reação catalisada proveniente do dióxido de enxofre, 
formando gotas de ácido sulfúrico, resultando em uma neblina ácida, representada 
pela equação:
 Catalisador
SO2 + H2O + 
1/2O2 H2SO4
Esse fenômeno ocorreu também no leste dos Estados Unidos, antes de serem 
reduzidas as fontes de queima de carvão (rico em enxofre). Mas, esse tipo de smog é 
ainda problema no leste europeu e em outros locais, onde há queima descontrolada 
de carvão.
O smog químico diminui a visibilidade, prejudica o meio ambiente (vegetação e 
material), por ser a neblina ácida. Seus efeitos sobre a saúde são: aumenta a incidência 
de doenças respiratórias (que já são mais altas devido à temperatura mais baixa 
do ar), afeta as atividades pulmonares, causa asma e outras doenças respiratórias, 
causa morte, principalmente, de crianças e idosos. Entre as doenças mortais, estão a 
bronquite e a asma alérgica, as infecções respiratórias, o agravamento de enfisemas, 
etc.
Vários episódios severos causaram milhares de mortes principalmente em 
Londres, associadas ao smog: 1150 pessoas em 1911, 600 pessoas em 1948, cerca 
de 4000 em 1952 (persistiu praticamente por uma semana), 1000 em 1956 e 750 em 
1962.
Smog fotoquímico
Smog fotoquímico,(também denominado de smog de Los Angeles ou smog 
de verão) é a mistura de produtos resultantes de uma série de reações complexas 
por radiação solar com uma variedade enorme de poluentes presentes na atmosfera 
8
QUÍMICA AMBIENTAL
urbana de clima seco, quente e ensolarado. Constitui uma poluição visível, decorrente 
da combinação de NOx, Hidrocarbonetos (HC) e radiação ultravioleta, gerando novos 
poluentes.
Esse fenômeno ocorre em quase todos os grandes centros urbanos que se 
caracterizam por grandes concentrações de veículos motorizados em movimentos 
e de áreas industriais próximas ao perímetro da cidade, associados a certos tipos 
de topografia que facilitam o fenômeno da inversão térmica, por exemplo, região 
de vale, quando sujeita à ausência de vento. Isso ocorre em Los Angeles, São Paulo, 
Tóquio, Cidade do México, São Francisco, Santiago do Chile, Nova Iorque, etc.
Esse fenômeno ocorre através de reações complexas sob a ação da radiação 
ultravioleta na presença de oxigênio. Os contaminantes primários são NO e 
hidrocarbonetos (HC), que se convertem rapidamente em contaminantes secundários 
como ozônio, hidrocarbonetos oxidados (álcoois, cetona, ácidos carboxílicos, ésteres, 
sobretudo aldeídos), nitratos orgânicos conhecidos como PANs (peroxiacetil nitrato, 
dentre os quais, nitrato peroxiacila) e aerossóis fotoquímicos.
 As principais fontes do smog fotoquímico são motores de combustão interna 
usados nos automóveis, que produzem os hidrocarbonetos e os óxidos de nitrogênio, 
dois dos três ingredientes-chaves necessários para esse smog.
Sob as circunstâncias da combustão de alta pressão em um motor de automóvel, 
uma parte do nitrogênio molecular e do oxigênio molecular reagem para produzir o 
monóxido de nitrogênio, NO:
N2 + O2 2 NO
Na ausência de medidas apropriadas contra a poluição de ar, o NO produzido é 
emitido como gás de exaustão. Após a sua emissão, o monóxido de nitrogênio se oxida 
rapidamente na atmosfera em dióxido de nitrogênio, NO2, que é um ingrediente-
chave na formação do smog fotoquímico.
2 NO + O2 2 NO2
9
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
Na troposfera, as descargas elétricas, durante as tempestades, também 
produzem naturalmente os óxidos de nitrogênio, NOx.
A radiação solar, durante os meses de verão, inicia o processo por meio de 
dissociação do poluente NO2 em NO e oxigênio atômico. Este oxigênio pode combinar 
com o oxigênio molecular para formar o ozônio, normalmente o ozônio irá reagircom NO para formar o NO2 , conforme as equações abaixo.
NO2 + hν NO + O
 O + O2 O3
O3 + NO NO2 + O2
Este equilíbrio pode ser alterado através das reações dos hidrocarbonetos 
provenientes das emissões de veículos, das indústrias ou das florestas, com o oxigênio 
livre o NO e o NO2 para formar radicais orgânicos muito reativos.Estes radicais são 
fortes oxidantes, e, por isso diminuem a destruição do ozônio, fazendo aumentar a 
sua concentração. Podemos exemplificar, de acordo com as equações a seguir:
CH3COO
• + •NO2 CH3COONO2 
•OH + •NO2 HNO3
As concentrações do ozônio e do NOx no smog apresentam variações durante 
o dia. A maior contribuição da concentração dessas espécies químicas é no horário 
matutino, devido à presença da energia solar e à maior emissão pelos veículos durante 
o horário do rush.
 Os efeitos dos dois principais poluentes do smog fotoquímico sobre a saúde 
(ozônio e PAN) são irritação dos olhos, irritação da garganta, dor de cabeça e problemas 
pulmonares. No meio ambiente, ocorre diminuição da visibilidade, degradação da 
clorofila e diminuição da taxa de fotossíntese das plantas em 40%.
Veja a comparação das características gerais dos dois tipos de smog no Quadro
10
QUÍMICA AMBIENTAL
Quadro 1. Resumo dos dois tipos de smog, representados através das suas 
características 
Para evitar o smog químico, deve-se substituir a fonte rica em enxofre (carvão) 
por outro combustível menos poluente, por exemplo, gás natural. No caso do 
smog fotoquímico, deve-se utilizar o transporte coletivo, principalmente o metrô, 
evitando a circulação de veículos particulares na área. Deve-se fazer também uso de 
catalisadores e regulagem periódica dos veículos e medidas de controle das emissões 
de gases pelas indústrias.
Característica Smog de Londres Smog de Los Angeles
Primeiro 
reconhecimento Século XIX Meados de 1940
Fonte Carvão Petróleo
Poluentes primários SO2, partículas de fuligem Compostos orgânicos, NOx
Poluentes secundários Aerossóis de sulfato, Ácido sulfúrico, etc.
O3, PAN, HNO3, aldeídos, 
nitratos, etc.
Temperatura Ambiente Fria (< 8 ˚C) Quente (> 19 ˚C)
Umidade relativa do ar Alta, geralmente com neblina
Baixa, clima geralmente 
seco
Horários de pico Madrugada Meio-dia
Morte 7000 pessoas entre 1911 a 1962 Não há registro
11
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
2 EFEITO ESTUFA
2.1 Introdução
Caso não houvesse na atmosfera certos gases com características “estufa”, 
destacando-se entre eles o CO2, a temperatura média próxima à superfície da Terra 
seria cerca de 17 oC abaixo de zero em razão do balanço energético natural do planeta 
com o Sol, a atmosfera e o espaço.
2.2 O efeito estufa
É um fenômeno natural, no qual a transparência da atmosfera deixa passar uma 
parte da radiação solar que, ao atingir a superfície terrestre, reflete radiações térmicas 
(radiação IV). Uma parte desta radiação é aprisionada e reirradiada de volta para Terra 
pelos determinados gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera (Figura 3). Através deste 
mecanismo, a Terra retém o calor que iria ser irradiado para o espaço exterior, dessa 
ATIVIDADE 01
1.1. Por que o fenômeno do smog químico 
apareceu primeiro do que o smog 
fotoquímico?
1.2. Por que o smog fotoquímico é também 
denominado smog fotoquímico urbano e 
smog de ozônio?
1.3. Compare os poluentes do smog químico 
aos poluentes do smog fotoquímico. Veja se 
têm algo em comum.
1.4. Defina smog químico e pesquise as medidas realizadas em Londres 
para evitar óbitos.
1.5. Por que ocorreram vários óbitos com o smog químico e não houve 
registro com o smog fotoquímico?
12
QUÍMICA AMBIENTAL
forma, garantindo a manutenção do equilíbrio térmico do planeta com temperatura 
média de 15 oC.
Esses gases são denominados estufa por ocorrer algo semelhante ao que ocorre 
numa estufa agrícola feita com paredes e teto de vidros ou plástico transparente 
como proteção de flores, legumes ou mudas, em dias frios.
2.3Componentes do efeito estufa
Na atmosfera dentre os gases contribuintes do efeito estufa, o principal é dióxido 
de carbono (CO2). Os outros gases de efeito estufa (GEE) definidos pelo Protocolo de 
Quioto, são o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os hidrofluorcarbonetos (HFCs), os 
perfluorcarbonetos (PFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). Além desses, temos os 
halônios e os clorofluorcarbonetos (CFCs) que são, também, gases que contribuem 
para o aumento do efeito estufa, mas, como afetam a camada de ozônio, são 
controlados pelo Protocolo de Montreal e não pela convenção do clima. Por último, 
temos o vapor d’água.
Figura 3- Fluxo da radiação solar e o efeito estufa 
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13
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
As moléculas dos GEE absorvem radiação infravermelha, resultando em aumento 
nos movimentos vibracionais e rotacionais das moléculas (Figura 4). Quando esta 
molécula retorna ao estado inicial, libera a energia absorvida.
As moléculas que recebem energia calorífica não conseguem um momento 
dipolar diferente de zero e não absorve a radiação IV. Por exemplo, as moléculas 
simples diatômicas como o O2 e N2, e os gases nobres. Vejamos o caso do dióxido de 
carbono: como “deformação axial simétrica”, o seu momento dipolar é nulo, portanto 
não absorve radiação IV.
Quando a moléculas vibram com deformação axial assimétrica, a vibração é 
ativa no infravermelho e é responsável pela absorvição na faixa de 4,25 μm. A outra 
forma de vibração ativa no infravermelho é a deformação angular simétrica que é 
responsável pela absorvição na faixa de 15 μm, conforme representado na figura 5.
 CO2 N2
1. Deformação simétrica (p=0) 1. Deformação simétrica (p=0)
 - + - 
 O C O N N 
2. Deformação assimétrica (p≠0)
 - + -
 O C O 
3. Nulo (p≠0)
 - + -
 O C O 
 Figura 5- Modo de vibração normal do CO2 e N2 
Vibração axial e angular das moléculas
14
QUÍMICA AMBIENTAL
Os gases de efeito estufa são derivados de fontes naturais e artificiais. Os que 
ocorrem naturalmente são H2O, CO2, CH4, N2O e O3. As principais características dos 
GEE estão apresentadas no Quadro 2.
Quadro 2. Características dos gases de efeito estufa.
 
Gás de 
efeito 
estufa
Concentração
Tempo 
de vida 
médio
Fontes 
Antrópicas
Potencial de 
Aquecimento 
Global
Contribuição 
para o efeito 
estufa
H2O Variável 1-3 %
alguns 
dias
todas relacionas 
abaixo
Não se aplica Não se aplica
CO2
370 ppm 
aumento de 
1,5 ppm/ano
variável 
200 - 450 
anos
combustível 
fóssil (75%) 
desmatamento 
(24%)
1 52.5%
 CH4 1750 ppb
12 ± 3 
anos
extração 
combustível (20%) 
reservatórios e 
represas (20%) 
digestão animais 
(18%) plantações 
arroz (17%) lixões 
e aterros (10%) 
excrementos 
animais (7%)
23 17.3%
N2O 312 ppb 120 anos
solo (70%) 
transporte (14%) 
indústria (7%)
310 5.4%
CFCs (ex. 
CFC-12)
533 ppt 102 anos
gás refrigerante, 
fabricação 
espuma
6.500
12.2%
SF6 4,7 ppt
 
3.200 
anos
produção 
Mg indústria 
eletricidade
23.900
O3 
troposfera
25/26 ppb semanas
indireto, via 
processos 
industriais, 
veículos
n/a
12.5% (valor 
incerto)
15
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
2.4 Causas do aumento do efeito estufa
O aumento da concentração dos gases estufa aumenta também a absorção da 
radiação IV, promovendo o aquecimento global. As medições da concentração de 
dióxido de carbono nas geleiras das calotas polares indicam que a presença desse gás 
vem aumentando nos últimos dois séculos na atmosfera, de uma forma acentuada, 
capaz de intensificar o efeito estufae modificar as condições climáticas do planeta. 
Este aumento, está ocorrendo simultaneamente ao incremento da emissão de outros 
gases provenientes de atividades humanas, como combustão de combustíveis 
fósseis e fermentação anaeróbica de resíduos, entre outras. Por isso convencionou-se 
chamar este fenômeno de efeito estufa antropogênico.
A Figura 6 mostra que, nos anos 50, a concentração de CO2 na atmosfera era 
cerca de 315 ppmv (parte por milhão em volume – porque se trata de ar), e, em 
apenas 5 décadas, houve um aumento de cerca de 16%. Esse aumento tão rápido e 
tão intenso nunca foi observado na história do planeta.
Figura 6 - Variação na concentração de CO2 na atmosfera medida no 
Observatório de Mauna Loa no Havaí localizado a 3.500 m de altitude.
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16
QUÍMICA AMBIENTAL
Esta situação é preocupante, pois mostra que está havendo uma alta emissão 
de gás carbônico para a atmosfera, principalmente devido à queima de combustíveis 
fósseis e às queimadas das florestas. Neste último século, a temperatura do nosso 
planeta aumentou, em média, 0,7 °C.
2.5 Conseqüências do efeito estufa
O aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera poderá 
causar uma mudança no clima do planeta com conseqüências drásticas para a 
humanidade. O chamado IPCC, Painel Intergovernamental sobre as Mudanças 
Climáticas (Intergovernamental Panel on Climate Change), conta com a participação 
de cerca de 2500 cientistas e técnicos que têm como objetivo monitorar as variações 
climáticas e impactos ambientais de forma objetiva e compreensível. As projeções do 
órgão são de aumento de temperatura, para o ano de 2100, de 1,0 a 3,5 °C.
A temperatura média da atmosfera na superfície terrestre aumentou de 0,3 a 0,6 
°C nos últimos cem anos.
O excessivo aumento da temperatura na terra pode ocasionar várias 
conseqüências de efeitos globais (afetam todo o planeta):
•	 Afetar o ciclo da água - Temperaturas mais quentes conduzirão a um ciclo 
hidrológico mais vigoroso; o que se traduz em perspectivas de secas e/
ou enchentes mais severas em alguns lugares e menos severas em outros. 
Vários modelos indicam um aumento na intensidade da precipitação, 
sugerindo a possibilidade de eventos de chuva mais extremos. Podem 
ocorrer tempestades severas, como por exemplo, ciclones tropicais. Além 
disso, favorece maior evaporação dos oceanos, aumentado o teor de água 
no ar é intensificado ainda mais o efeito estufa.
•	 Derretimento das calotas polares e do gelo nos picos das montanhas 
- Temperaturas mais altas farão com que ocorra degelo nos pólos e nas 
geleiras, havendo recuo das áreas de gelo em arquipélagos (Figura 7), 
diminuição no número de lagos e da água doce nos rios, por diminuição do 
degelo no verão.
17
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
•	 Aumento do nível do mar - O nível médio do mar deve aumentar em 
conseqüência da expansão térmica dos oceanos, decorrente do aumento da 
temperatura e do derretimento de gelo dos pólos e de outras regiões. Assim, 
irá prejudicar as áreas costeiras, na qual vivem maior parte da população 
mundial, com erosão de praias e invasão de terras costeira. Isto poderá 
ocasionar o desaparecimento de ilhas. Os modelos projetam um aumento 
do nível do mar de aproximadamente 50 cm até 2100.
•	 Efeito na saúde - Como efeito natural, a alteração climática vai levar a 
um aumento de ondas de calor, multiplicando as situações de cheias que, 
conseqüentemente, irão aumentar a incidência de doenças tropicais. 
Tais doenças são decorrentes do incremento no número de vetores, 
principalmente, do deslocamento dos mosquitos responsáveis pela 
propagação da malária e febre amarela de regiões quentes para regiões 
mais frias.
•	 Efeito nos ecossistemas - Pode mudar o equilíbrio competitivo entre as 
espécies e até mesmo acarretar a morte de florestas, provocar a extinção de 
espécies por dificuldade de mobilidade, adaptação e falta de alimento.
•	 Efeito na agricultura - Irá interferir no rendimento na colheita de alimentos, 
incluindo maior controle e demandas de irrigação, maior possibilidade de 
erosão, salinização e ressecamento do solo, provocando impacto na oferta 
na produção de alimentos.
2.6 Medidas preventivas
A principal medida seria a substituição da energia de origem fóssil por energia 
Figura 7- Diminuição do gelo no Pólo Norte
Fo
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18
QUÍMICA AMBIENTAL
renovável. Enquanto essa medida não for realizada, deve-se dar preferência aos 
combustíveis menos poluentes, reduzir o uso de energia através de transporte coletivo, 
aumentar a eficiência no uso da energia, eliminar o biogás, incentivar a reciclagem 
e reutilização, não utilizar produtos que contenham derivados halogenados, evitar o 
desmatamento e queimadas, realizar reflorestamento, fazer um uso mais racional do 
solo e controla a natalidade.
ATIVIDADE 02
2.1. O que é efeito estufa?
2.2. O que justifica a preocupação com o 
efeito estufa?
2.3. O que eu posso fazer para diminuir 
a emissão de dióxido de carbono na 
atmosfera?
2.4. Quais são os principais gases de efeito 
estufa? Quais dentre estes são somente 
antropogênicos?
2.5. Pesquise como podemos saber qual era a concentração de CO2 na 
atmosfera há milhares de anos atrás?
RESUMINDO
Nesta aula, conhecemos alguns dos problemas 
ambientais atmosféricos: o smog químico, o smog 
fotoquímico e o efeito estufa, os quais são proporcionados, 
principalmente, por substâncias produzidas pelo homem 
(poluentes). O smog químico dificilmente aparece, devido 
às restrições do uso do carvão, associado à umidade 
elevada. Já o smog fotoquímico é mais comum, pois ocorre 
em grandes centros urbanos associados a emissões da 
19
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
combustão dos veículos e na presença da luz solar. O efeito 
estufa é o fenômeno ambiental atmosférico que mais 
preocupa a humanidade, devido às possíveis conseqüências 
desastrosas para o meio ambiente, com aumento do nível 
do mar, degelo das calotas polares, desequilíbrios dos 
ecossistemas e aumento de casos de doenças tipo malária 
e dengue. Além do mais, vimos a dificuldade de controle da 
emissão de gases de efeito estufa, pois a maioria deles são 
de causas naturais e também antropogênicas.
LEITURAS COMPLEMENTARES
MOZETO, A. A. Química atmosférica: a química sobre nossas 
cabeças. Caderno Temático Química Nova na Escola, São 
Paulo, n. 01, p. 41-49, 2001.
MARINI. A. Aquecimento global. Escola Agrotécnica Federal 
de Castanhal –PA. Disponível em: www.eafc-pa.gov.br/
professores/mat_did%E1tico/Adriano/Aquecimento%20
Glo bal.pdf
A química no efeito estufa Disponível em: http://
s b q e n s i n o . f o c o . f a e . u f m g . b r / u p l o a d s / u D / R r /
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Considerando a leitura desta aula, as atividades e leituras 
complementares desenvolvidas por você, resolva as 
seguintes questões.
20
QUÍMICA AMBIENTAL
1. Quais as espécies químicas que participam do smog 
químico?
2. Quais são os produtos finais do smog fotoquímico? 
Qual o mais importante?
3. Atualmente é possível acontecer o fenômeno smog 
na sua cidade?
4. Quais são as três condições para formação do smog 
fotoquímico?
5. Por que o interior do carro, com os vidros fechados, 
se aquece tão rapidamente?
6. Como o gás carbônico pode ser naturalmente 
retirado da atmosfera?
7. Quais são as principais fontes do GEE metano?
8.Quais são as principais conseqüências do 
aquecimento global?
21
PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS: SMOG E EFEITO ESTUFA
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
ALVES, C. R. Química da biosfera e hidrosfera. Fortaleza: Ed. DemocritoRocha, 2004. 
HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente. 3. ed. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2003.
IPCC. Climate Change 1995 – Impacts, adaptations and mitigation of climate 
change: Scientific – Technical Analyses. Contribution of Working Group II and 
Contribution of Working Group III. Second assessment report. Cambridge University 
Press UK, 1996.
MANO, E. B.; PACHECO, E. B. A. V.; BONELLI, C. M. C. Meio ambiente, poluição e 
reciclagem. São Paulo: Edgar Blucher Ed., 2005.
MANAHAN, S. E. Fundamentals of Environmental Chemistry. 2. ed. Boca Raton: 
Lewis Publishers, 2001.
OLIVIER, M. J. Chime de L’environnement. 3. ed. Canadá: Ed. Editeur Les productions, 
1998.
ROCHA, J. L; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à Química Ambiental. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.

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