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Módulo V

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DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 05
INTEMPERISMO E SOLO
CURSO DE 
TECNOLOGIA EM 
GESTÃO AMBIENTAL 
A DISTÂNCIA
DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 05
INTEMPERISMO E SOLO
CURSO DE 
TECNOLOGIA EM 
GESTÃO AMBIENTAL 
A DISTÂNCIA
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
ALOIZIO MERCADANTE
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Câmpus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
GEOLOGIA AMBIENTAL – Aula 05
Professor Pesquisador/Conteudista
LEÃO XAVIER DA COSTA NETO
DiretorA da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenador da Produção de 
Material Didático
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Revisão Linguística
KALINA ALESSANDRA RODRIGUES DE PAIVA
Coordenação de Design Gráfico
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação
EMERSON LUÃ
5
INTEMPERISMO E SOLO
APRESENTANDO A AULA
Na Aula 04, você teve a oportunidade de estudar as 
rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. Agora, imagine 
o que pode acontecer com essas rochas quando estão 
expostas no ambiente secundário (ambiente superficial) às 
intempéries do tempo.
Nessa aula, você irá estudar como os minerais e as 
rochas respondem às intempéries supracitadas, as quais 
estão relacionadas ao fenômeno do intemperismo.
Portanto, você irá reconhecer os principais tipos de 
intemperismo atuantes na superfície da Terra e entender sua 
importância na formação e classificação dos solos, além de 
relacionar à sua importância ambiental.
Vamos lá?
DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
•	 reconhecer os principais tipos de intemperismo;
•	 entender a importância do intemperismo na formação e 
classificação do solo;
•	 compreender a importância do intemperismo no 
contexto ambiental.
6
GEOLOGIA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
Fatores Controladores
Como vimos nas Aulas 2 e 4, a Terra é um planeta dinâmico. Algumas de suas 
partes são gradualmente elevadas através da construção de cadeias de montanhas 
e da atividade vulcânica, contudo processos opostos estão gradativamente 
removendo materiais das áreas elevadas e transportando para áreas mais baixas. 
Únicos e espetaculares cenários são criados através da interação de agentes 
ambientais com as rochas expostas na superfície da Terra.
Neste capítulo, iremos abordar o intemperismo, um agente importante 
no processo de modelagem do relevo capaz de reduzir as rochas expostas na 
superfície terrestre, a partir de modificações da ordem física (desagregação) e 
química (decomposição), formando os solos.
A partir de agora, você estudará os fatores responsáveis pela ação do 
intemperismo, a saber: clima, rocha-mãe, relevo, fauna e flora, e tempo.
a) Clima: é o fator que mais influencia a ação do intemperismo, determinando 
a velocidade deste numa região, tendo a temperatura e a precipitação como os 
dois parâmetros climáticos mais importantes, pois quanto maior for a quantidade 
de água e mais frequente sua renovação, mais completas serão as reações 
químicas do intemperismo.
b) Rocha-mãe: dependendo da sua natureza, apresenta resistência 
diferenciada aos processos de alteração intempérica. Os primeiros minerais a 
cristalizar no resfriamento de um magma são os mais instáveis nas condições 
normais de pressão e temperatura e, assim, são os primeiros a se alterar. Por essa 
razão, o quartzo é dos mais resistentes e, na alteração de um granito, por exemplo, 
é o último a se decompor. Os mármores, por sua vez, por serem formados de 
calcita (carbonato de cálcio), mineral altamente solúvel em água, alteram-se com 
muito mais facilidade que os granitos.
c) Relevo: é responsável pelo processo de infiltração e formação do padrão 
Fig. 01 
7
INTEMPERISMO E SOLO
de drenagem das águas pluviais. Em encostas de alta declividade, a água fica 
pouco tempo em contato com as rochas e, assim, não consegue promover 
adequadamente as reações químicas. Nas partes mais baixas, a água permanece 
retida e bastante tempo em contato, mas não se renova facilmente, de modo que 
fica saturada nos componentes solúveis e perde sua capacidade de continuar 
reagindo com os minerais. Portanto, é nas encostas suaves que o intemperismo é 
mais intenso. (Conferir a Figura 2).
d) Fauna e flora: são responsáveis pelo fornecimento de matéria orgânica 
que provocam reações químicas e remobilizam materiais. A concentração de CO2 
no solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica morta, pode ser até 
100 vezes maior que na atmosfera. Isso facilita muito a acidificação da água, o que 
favorece, por exemplo, a dissolução do alumínio. Superfícies rochosas cobertas 
de líquens são muito mais rapidamente atacadas pelo intemperismo químico que 
aquelas sem líquens, e, nesse contexto, raízes de árvores têm grande poder de 
penetração em fendas de rochas, provocando sua dilatação.
e) Tempo de exposição da rocha aos agentes intempéricos: a ação do tempo 
é capaz de definir como e quanto a ação do clima e dos organismos ocorreram 
sobre o material de origem (rocha-mãe), em um determinado tipo de relevo. A 
sua intensidade varia, porém, de local para local e é altamente dependente das 
condições climáticas. Nos lugares úmidos, predominam as alterações químicas e, 
em regiões tropicais, as alterações físicas.
Tipos de Intemperismo
As rochas são intemperizadas de duas maneiras principais: desintegrando-
se através da ação física e/ou mecânica por mecanismos modificadores das 
Fig. 02 - Influência do relevo na intensidade 
do intemperismo. (a) boa infiltração e boa 
drenagem favorece o intemperismo químico; 
(b) boa infiltração e má drenagem; (c) má 
inflitração e má drenagem.
8
GEOLOGIA AMBIENTAL
propriedades físicas dos minerais e rochas (morfologia, resistência, textura, etc.) 
e decompondo-se por meio de atividades químicas, quando a ação (física ou 
bioquímica) de organismos vivos ou da matéria orgânica proveniente de sua 
decomposição participa do processo.
Intemperismo Físico ou Mecânico
O intemperismo físico ou mecânico corresponde aos processos que causam 
desagregação das rochas, ocasionando a separação dos grãos minerais, sem 
alterar a composição química. Nesse sentido, o intemperismo físico pode ocorrer 
devido aos seguintes fenômenos:
a) Expansão e contração térmica: as variações diárias e sazonais de 
temperatura podem causar alteração térmica (dilatação ou contração) no material 
rochoso, levando à fragmentação dos minerais. Um bom exemplo é encontrando 
em regiões desérticas, onde existe grande variação de temperatura diária (durante 
o dia, os minerais sofrem expansão térmica devido a altas temperaturas; e à noite, 
eles se contraem devido à baixa temperatura).
b) Congelamento em fraturas: a água, ao penetrar nos poros ou fraturas das 
rochas em regiões de baixa temperatura, pode ser congelada, aumentando seu 
volume e pressionando as paredes, o que pode aumentar as fraturas e fragmentar 
a rocha. (Conferir a Figura 3).
c) Crescimento de cristais: as águas com sais dissolvidos que se infiltram 
e se acumulam nos poros e fraturas das rochas, ao evaporar, concentram-se e 
cristalizam-se nessas cavidades. O crescimento dos cristais de sais gera pressão 
nas cavidades, provocando o seu desgaste físico. Os sais mais comuns que 
ocorrem nesse processo são os cloretos, os sulfatos e os carbonatos, muitos 
desses provenientes da própria rocha-mãe.
d) Alívio de pressão: esse fenômeno ocorre quando corpos geológicos 
Fig. 04 - Desenho esquemático mostrando o fenômeno de 
fragmentação por ação de gelo: (a) a água líquida ocupa a fissura 
das rochas e (b) congelamento e consequente expansão da fratura.
9
INTEMPERISMO E SOLO
formados em profundidade ascendemem direção à superfície. As rochas 
se expandem com o alívio da pressão e provocam o surgimento de fraturas 
aproximadamente paralelas à superfície, denominadas de juntas de alívio.
e) Ação de organismos: o crescimento das raízes vegetais nas fraturas 
causam pressão nas paredes das rochas, provocando sua fragmentação. Esse tipo 
de intemperismo também pode ser denominado de físico-biológico. (Conferir a 
Figura 4).
Intemperismo Químico
Os minerais, ao se formarem no ambiente primário (profundidade), quando 
atingem a superfície terrretre (superficial), entram em desequilíbrio químico, 
principalmente por ação da água das chuvas (principal agente) que infiltra e 
percola as rochas, carreando íons para as reações químicas, não só participando 
dessas reações, bem como transportando os produtos gerados.
A matéria orgânica também é um agente importante do intemperismo 
químico. Uma vez que ela seja parcialmente degradada, ácidos orgânicos podem 
se formar e serem incorporados na água, tornando-a bastante ácida, o que 
aumenta o seu poder de decomposição dos minerais, e consequentemente, 
acelera o processo de intemperismo. Esse tipo de intemperismo pode ser chamado 
de químico-biológico.
Durante o estabelecimento do intemperismo químico, podem ocorrem as 
seguintes reações químicas: hidratação, dissolução, hidrólise e oxidação, as quais 
serão descritas a seguir.
a) Hidratação: ocorre pela atração das moléculas de água e as cargas elétricas 
Fig. 04 - Crescimento das raízes nas fraturas 
provocando o seu alargmento e a fragmentação 
da rocha.
10
GEOLOGIA AMBIENTAL
não neutralizadas da superfície dos minerais (Conferir a Figura 5), provocando a 
entrada dessas moléculas na estrutura do mineral, dando origem a um novo, como 
na de transformação da anidrita em gipsita: CaSO4+2H2O CaSO4.2H2O.
b) Dissolução: processo que provoca total solubilização do mineral, a partir 
da percolação de água acidificada (H2O + CO2 H2CO3) tanto nas fraturas 
como no processo de formação das cavernas de calcários (H2CO3+CaCO3 
Ca(HCO3)2 Conferir a Figura 6).
c) Hidrólise: os íons da molécula da água (H+ e OH) se unem a outros íons 
da estrutura dos minerais. Silicatos ricos em alumínio, tais como os feldspatos, 
são os mais propensos à hidrólise. Nesta reação, são formados minerais de argila 
estáveis e os outros elementos, principalmente a sílica e o íon potássio, os quais 
Fig. 05 - Moléculas de água atraídas pelas cargas elétricas 
insaturadas na superfície dos minerais.
Fig. 06 - Gruta do Lago Azul (Bonito/MS) 
formadas pela solubilização do calcário.
11
INTEMPERISMO E SOLO
são carreados em solução na água. A hidrólise ocorre sempre na faixa de pH de 
5 a 9.
d) Oxidação: os íons dos minerais se combinam com íons de oxigênio. Um 
exemplo deste tipo de intemperismo ocorre quando os íons de ferro do basalto 
(rocha máfica), por exemplo, reagem com o oxigênio da atmosfera, formando 
a hematita (óxido de ferro). As rochas máficas possuem um grande conteúdo 
de minerais ricos em ferro e mais propensos à oxidação, tais como: olivinas, 
piroxênios e anfibólios (Conferir a Figura 7).
A distribuição dos processos de alteração na superfície da Terra está 
concentrada em dois domínios, a saber: regiões sem alteração química e regiões 
com alteração química, as quais estão apresentadas na Figura 8.
a) Regiões sem alteração química: são aquelas em que 14% da superfície 
continental, caracterizam-se por ausência total de água e temperatura inferiores 
a 0 °C (zonas polares), ou por grandes períodos de seca (desertos).
b) Regiões com alteração química: são aquelas em que 86% da superfície 
continental, caracterizam-se por certa umidade e cobertura vegetal, estando 
subdivididas em quatro zonas que ocorrem, aproximadamente, paralelas à linha 
do Equador, a saber: zona de acidólise total (16%), zona de alitização (13,5%), 
Fig. 07 - Processo de alteração intempérica por 
oxidação originando o mineral goethita (oxi-
hidróxido de ferro).
12
GEOLOGIA AMBIENTAL
zona de monossialitização (18%) e zona de bissialitização (39%).
ATIVIDADE 01
Baseado no que estudamos até agora, selecione 
um município do seu Estado e realize uma pesquisa 
sucinta sobre as suas características fisiográficas, 
biológicas e meteorológicas, tais como: geologia 
e relevo (fisiográficas); fauna e flora (biológicas); 
vento, pluviometria e temperatura do ar 
(meteorológicas). Fundamentado(a) nessa pesquisa, escreva um texto 
referente ao perfil da ação do intemperismo, abordando os tipos mais 
atuantes e as consequências ambientais (positivas e negativas) para o 
município escolhido.
Fig. 08 - Distribuição geográfica das principais zonas e processos 
de intemperismo.
13
INTEMPERISMO E SOLO
Formação dos Solos
Ao longo da história, o solo tem sido um elemento bastante familiar ao 
homem, proporcionando uma relação de dependência, capaz de satisfazer suas 
necessidades mais básicas como locomoção, abrigo e alimentação. 
O solo (Do latim = solum) é definido como material proveniente da 
decomposição das rochas pela ação de agentes intempéricos, podendo ou não 
ter matéria orgânica. Quando essas modificações causadas nas rochas tornam-se 
estruturais com reorganização e transferência de minerais formadores do solo 
(argilominerais e óxidos de ferro e alumínio), levando à formação do perfil do 
solo, elas recebem o nome de “pedogênese” (grego: pedon = solos + gênesis = 
criação), ou seja, criação ou formação dos solos.
A formação dos solos depende de alguns fatores determinantes, dentre 
eles: clima, relevo, rocha-mãe, organismos vivos e tempo.
O tempo é um agente de grande importância na formação dos solos, 
pois controla a ação do clima e dos organismos sobre o material de origem, 
em um determinado tipo de relevo. Todas as propriedades morfológicas serão 
estabelecidas no perfil de solo, a depender do tempo de ocorrência do fenômeno 
pedogenético (Conferir a Figura 9).
Dessa forma, em função das condições ambientais determinantes na 
formação dos solos, os mesmos podem ser argilosos ou arenosos (variação 
textural); podem ser de coloração distintas (amarelos, vermelhos ou cinza 
esbranquiçado); podem ser ricos ou pobres em matéria orgânica; podem ser 
espessos ou rasos; e podem se apresentar como homogêneos ou nitidamente 
Fig. 09 - Processo de maturidade do solo em função do tempo 
visualizado na forma de perfil.
14
GEOLOGIA AMBIENTAL
diferenciados em horizontes. Esses Horizontes são caracterizados por uma série 
de camadas dispostas horizontalmente, paralelas à superfície do terreno, que 
possuem propriedades resultantes dos efeitos combinados dos processos de 
formação do solo (pedogênese).
A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes 
tipos de solo. Os solos podem ou não apresentar o conjunto completo de 
horizontes, os quais vão desde a superfície até a rocha, sendo denominados perfil 
do solo.
Perfil de Solo
A formação de um perfil de solo mostra a rocha inalterada na base sobre 
a qual formam-se o saprólito e o solum, os quais desenvolvem o manto de 
alteração (regolito). Os materiais que compõem o perfil irão se tornando tanto 
mais distintos com relação à rocha original em termos de composição, estruturas 
e texturas, quanto mais próximo da superfície (Conferir a Figura 10).
Descrição dos horizontes identificados na figura 10:
C - Horizonte de rocha alterada (saprolito).
B - Horizonte de acumulação de argila, matéria orgânica e oxi-hidróxidos de 
ferro e alumínio.
E - Horizonte claro, marcado pela remoção de argila, matéria orgânica e oxi-
hidróxidos de ferro e alumínio.
A - Horizonte escuro, com materia mineral e orgânica com alta atividade 
Fig. 10 - Perfil de solo, formado da base para o topo pela rocha 
inalterada, saprolito e solum. O solum compreende os horizontes 
afetados pela pedogênese (O, A, E e B). O solo compreende o 
saprólito (C) e o solum.
15
INTEMPERISMO E SOLO
biológica.
O - Horizonte rico em restos orgânicosem decomposição.
Na porção mais superficial do perfil, o saprólito sofre importantes 
modificações, tais como: perda de matéria (provocada pela lixiviação), adição de 
matéria (provenientes de fontes externas), translocação de matéria (remobilização 
do fluxo de soluções no interior do perfil ou pela ação da fauna) e transformação 
da matéria, em contato com os produtos de decomposição das matérias vegetal 
e animal. Esses mecanismos são controlados pelas soluções que percolam o 
perfil vertical e lateralmente, enquanto a cobertura vegetal age como um agente 
protetor das estruturas dos solos, dificultando a erosão.
Em uma escala global, os principais agentes de remobilização do solo são 
os animais. Os vermes são os mais importantes bioturbadores, seguido pelas 
formigas. A atuação da fauna nos solos pode atingir profundidades de até alguns 
metros, com a escavação, transporte e redeposição de consideráveis quantidades 
de materiais. (Conferir a Figura 11).
Classificação dos solos
Existem vários tipos de classificação de solos, entretanto a classificação mais 
utilizada é a “Soil Taxonomy”, desenvolvida nos EUA que considera 12 ordens 
de solos, subdivididos em sub-ordens, grandes grupos, grupos, famílias e séries, 
como apresentado no mapa de solos do continente americano. (Conferir a Figura 
12).
Fig. 11 - Atuação da fauna no solo.
16
GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 12 - – Mapa de solos do continente americano.
A classificação dos solos é importante para estabelecer correlações entre os 
solos encontrados em diferentes regiões da Terra. Ao observar o comportamento 
de diferentes regiões, percebe-se que a distribuição do solo acontece de forma 
zoneada, ou seja, em função da latitude e da altitude, relacionadas ao clima e à 
vegetação.
 Embora os solos sejam classificados por suas propriedades químicas e 
físicas, também podem ser classificados de acordo com a deposição do material 
de origem, a saber: solos residuais (não sofre transporte, ou seja, permanece 
no próprio local de formação); coluviais (depósitos de materiais incosolidados, 
normalmente encontrados recobrindo encostas íngremes, formados 
principalmente pela ação da gravidade e pelo fluxo de água); transportados 
(sofreram transporte por agentes geológicos - enxurradas, rios, vento, gravidade 
ou vários desses agentes simultaneamente, do local onde se formaram até o 
local onde foram depositados, sem ter sofrido consolidação) e orgânicos (mistura 
homogênea de matéria orgânica decomposta e de elementos de origem mineral, 
apresentando geralmente cor preta ou cinza-escuro).
17
INTEMPERISMO E SOLO
Existem outras classificações de solos, tais como os solos tropicais que 
apresentam baixa fertilidade e vulneráveis às ações antrópicas. A degradação 
dos solos tropicais é um dos mais importantes problemas ambientais que a 
humanidade terá de enfrentar neste século. O Brasil está inserido quase totalmente 
no domínio tropical úmido e corre grande risco de degradação da sua cobertura 
vegetal.
Em 1999, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) 
desenvolveu uma classificação própria para os solos, chamada de Sistema 
Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Com a nova classificação do SiBCS 
(2006), ocorreu a subdivisão dos solos em seis diferentes níveis categóricos 
hierárquicos de classes: ordem, subordem, grandes grupos, subgrupos, famílias e 
séries, cujo primeiro nível comporta 13 classes (Conferir a Tabela 1).
Tabela 1 – Classificação da ordem dos solos definida pelo Sistema Brasileiro 
de classificação de solos (EMBRAPA, 2006).
No Brasil, os solos com maior distribuição geográfica são os latossolos, 
entretanto, sob condições de formação e evolução pedológica, como no semiárido 
nordestino, predomina a formação de vertissolo.
18
GEOLOGIA AMBIENTAL
Importância do solo e o Meio Ambiente
Os solos fazem parte dos sistemas naturais que compõem o ambiente 
global. Portanto, estão em constante inter-relação com as águas superficiais, as 
águas subterrâneas, as rochas, o ar, as condições climáticas e os ecossistemas, 
constituindo-se um importante recurso natural, pois é a partir deles que derivam 
os produtos para alimentação humana. Além desses fatores, o solo regula a 
distribuição, o armazenamento, o escoamento e a infiltração da água da chuva, 
além de funcionar como um filtro, garantindo, assim, a qualidade da água.
Entretanto, existe um desequilíbrio no manejo e na preservação dos solos, 
a partir da implementação de atividades como o desmatamento, o uso de 
agroquímicos e a excessiva exploração mineral, ocasionando, assim, a erosão e a 
contaminação do solo.
Por ser um recurso finito e não renovável, a degradação do solo causa 
a perda da capacidade de realizar suas funções naturais, como a retenção de 
nutrientes, influenciando de sobremaneira na sua produtividade.
Todavia, a observação dessas funções essenciais dos solos é, na maioria das 
vezes, imperceptível à sociedade. Somente quando os solos mostram evidência 
de improdutividade, seja na diminuição da biodiversidade ou na produtividade, é 
que essas funções são reconhecidas e valorizadas.
ATIVIDADE 02
Com base no estudo sobre o intemperismo 
realizado na Atividade 1, pesquise sobre a 
cobertura de solo do referido município, 
principalmente sobre os diferentes tipos e suas 
características. Inclua, se possível, o seu mapa 
pedológico (você pode baixar um mapa no 
link referenciado nas Leituras Complementares Solos do Nordeste 
- EMBRAPA). Em seguida, pesquise sobre as técnicas de manejo de 
solo, incluindo a identificação e o mapeamento dos solos vulneráveis. 
Finalmente, elabore um documento propondo a aplicação dessas 
técnicas no município.
19
INTEMPERISMO E SOLO
RESUMINDO
Nessa aula, você aprendeu o que é 
intemperismo, quais os fatores que controlam sua 
ação, além de identificar os tipos de intemperismo 
que decompõe as rochas e como influenciam na 
formação dos solos. Aprendeu, também, que é 
necessário conhecer as características químicas e 
físicas do solo para que se possa fazer um controle 
do seu uso, contribuindo, assim, para a preservação 
do ecossistema, o que garante sua utilização pelas 
gerações futuras.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o Sistema Brasileiro de 
Classificação de Solos elaborado pela EMBRAPA, 
acesse o site: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/ 
e selecione o link Classificação de um perfil, para 
conhecer como deve ser feita a descrição de um 
perfil de solo e sua consequente classificação.
Acesse o link Solos do Nordeste no site da 
EMBRAPA (http://www.uep.cnps.embrapa.br/
solos/index.php?link=rn) e faça download dos 
mapas pedológicos que desejar.
20
GEOLOGIA AMBIENTAL
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Agora que você já sabe os conceitos relacionados 
ao intemperismo e à formação dos solos, aproveite 
para se aprofundar um pouco mais e discorrer sobre 
as questões abaixo. Você pode fazer uso de outras 
fontes de pesquisa.
1 - Explique o conceito de intemperismo e quais 
os fatores que controlam sua ação.
2 - Quais as diferenças entre intemperismo físico 
e químico e onde se aplica o intemperismo físico-
biológico?
3 - Como as reações do intemperismo químico 
podem ser representadas geneticamente?
4 - Como ocorre o processo pedogenético e 
quais são os horizontes que constituem o perfil 
de solo?
5 - Qual a importância do solo e da sua 
preservação?
LEMBRE-SE
Glossário
Líquens são seres vivos muito simples que constituem uma simbiose de um 
organismo formado por um fungo e uma alga, ou cianobactéria.
Fraturas são todas as descontinuidades disjuntivas (planares ou 
curviplanares) presentes nas rochas.
Poros das rochas são espaços interiores não preenchidos (vazios) de uma 
21
INTEMPERISMO E SOLO
rocha que poder armazenar fluidos.
Juntas de Alívio são fraturas ocorridas devido ao alívio de tensão.
Acidólise é um fenômeno que ocorre durante o intemperismo, quando as 
soluções aquosas do solo são suficientemente ácidas (pH<5,5)para provocar a 
dissolução total ou parcial dos minerais.
Alitização é o fenômeno químico de hidrólise total (eliminação total da 
sílica – formação de óxi-hidróxidos de alumínio e ferro).
Monossialitização é o fenômeno químico de hidrólise parcial – silicatos de 
alumínio (caolinita).
Bissialitização é o fenômeno químico de hidrólise parcial – silicatos de 
alumínio (esmectita).
Zona de acidólise total é a zona fria do globo, onde a vegetação é 
composta principalmente por liquens e coníferas, cujos resíduos se degradam 
lentamente, fornecendo complexos orgânicos capazes de fazer o alumínio migrar 
por acidólise total.
Zona de alitização corresponde às zonas do domínio tropical, caracterizadas 
por precipitação abundante, superior a 1.500 mm e vegetação exuberante.
Zona de monossialitização está contida no domínio tropical subsumido, 
com precipitação superior a 500 mm e temperatura média anual superior a 15ºC.
Zona de bissialitização corresponde às zonas temperadas e áridas, onde a 
alteração e lixiviação são pouco intensas, resultando na formação de argilominerais 
secundários em silício.
Saprólito é a parte do perfil de alteração de um solo em que aparece a rocha 
alterada, mas ainda mantendo muitas de suas estruturas e restos de minerais em 
processo de alteração, principalmente os feldspatos.
Regolito é o conjunto do material superficial, originado das rochas e dos 
depósitos inconsolidados, que foi afetado pelo intemperismo químico e físico.
Bioturbação é o processo de construção de estruturas sedimentares de 
origem biológica (como buracos de caranguejos ou de folhas, marcas de patas, 
etc.), características de ambientes específicos, perturbando a estrutura sedimentar 
ou pedogênica a que se sobrepõem.
22
GEOLOGIA AMBIENTAL
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
AS REAÇÕES químicas e a formação das cavernas. Disponível em: http://www.cdcc.
sc.usp.br/quimica/ciencia/cavernas.html. Acesso: 09/05/2013.
ATUAÇÃO da fauna no solo. Disponível em: http://www.slideshare.net/mj_d/7-fa-
tores-abioticossolo. Acesso em: 10/04/2013.
EMBRAPA. Solos do Nordeste. Disponível em: <http://www.uep.cnps.embrapa.br/so-
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LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 - Fonte: //dc339.4shared.com/doc/VO1U_HXA/preview_html_26200430.gif
Fig. 02 - Fonte: Teixeira et al, 2003, p. 155.
Fig. 03 - Fonte: Teixeira et al, 2003, p. 141.
Fig. 04 - Fonte: Press, et al., 2006, p. 182.
Fig. 05 - Fonte: Modificado de Teixeira et al, 2003, p. 145.
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INTEMPERISMO E SOLO
Fig. 06 - Fonte: http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/ciencia/cavernas.html
Fig. 07 - Fonte: Teixeira, et al, 2003, p. 147.
Fig. 08 - Fonte: Teixeira et al, 2003, p. 149.
Fig. 09 - Fonte: Adaptado de Sais, 2010, p. 67.
Fig. 10 - Fonte: Teixeira et al., 2003, p. 140.
Fig. 11 - Fonte: http://www.slideshare.net/mj_d/7-fatores-abioticossolo
Fig. 12 - Fonte: Teixeira et al, 2003, p. 159.

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