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Módulo VI

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DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 06
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
AUTOR
LEÃO XAVIER DA COSTA NETO
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 06
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
AUTOR
LEÃO XAVIER DA COSTA NETO
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL 
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
ALOIZIO MERCADANTE
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Câmpus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 06
Erosão, Transporte e Deposição
Professor Pesquisador/Conteudista
LEÃO XAVIER DA COSTA NETO
Diretora da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenador da Produção de 
Material Didático
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Revisão Linguística
KALINA ALESSANDRA RODRIGUES DE PAIVA
Coordenação de Design Gráfico
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação/Ilustração
GEORGIO NASCIMENTO
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
RIO GRANDE DO NORTE
Campus EaD
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
APRESENTANDO A AULA
Na Aula 04, você estudou os diferentes tipos de 
rochas, desde os processos de formação, sua composição 
mineralógica, sua estrutura e a sua nomenclatura. Quando 
uma determinada região geológica sofre intemperismo, 
seja ele físico ou químico, essas rochas se alteram e podem 
formar uma camada de solo na superfície, como você 
estudou na Aula 05. Agora, caso essas rochas, depois de 
intemperizadas, sejam submetidas a um intenso processo 
erosivo, os seus fragmentos/partículas clásticas podem ser 
transportados por diferentes agentes dinâmicos em um 
determinado ambiente de deposição.
Esses três processos geológicos - erosão, transporte 
e deposição, os quais você irá estudar nessa aula, ocorrem 
de maneira interconectada e simultânea, sendo os 
responsáveis pela formação do produto sedimentar, ou seja, 
os sedimentos e/ou rochas sedimentares, além de serem 
agentes modeladores do relevo.
Por fim, ainda encontrará um pequeno glossário de 
termos geológicos para auxiliar no entendimento dos 
conteúdos estudados.
DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá:
•	 conhecer e identificar os principais tipos de erosão 
com seus mecanismos atuantes;
•	 conhecer as principais formas de transporte de 
partículas clásticas no meio aquoso e eólico;
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GEOLOGIA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO 
EROSÃO
Entende-se por erosão, 
o processo de desgaste, 
desprendimento e arraste das 
partículas do solo e/ou de 
fragmentos de rocha do seu local 
de origem por agentes dinâmicos, 
tais como a água (erosão hídrica), 
o vento (erosão eólica) e o gelo 
(erosão glacial). Por sua vez, a 
erosão hídrica pode ocorrer por 
ação das chuvas (erosão pluvial), dos rios (erosão fluvial) e das ondas (erosão 
costeira).
Porém, o processo erosivo também pode ser desencadeado por ações 
antrópicas, tais como: uso inadequado do solo (culturas não adaptadas às 
características dos solos, manejo intensivo, cultivo “morro abaixo”, uso excessivo 
de equipamentos agrícolas, etc.), desmatamento, queimadas, mineração, obras 
de construção, ocupação irregular de encostas, etc.
Nesse sentido, a erosão pode ser classificada segundo a velocidade de 
ocorrência em: erosão geológica ou normal, quando o processo é natural, 
lento, construtivo (taxas de remoção do solo são inferiores as de formação), 
provoca o modelamento do relevo terrestre (rios, vales, montanhas, planaltos, 
planícies, deltas etc.) e em erosão acelerada ou simplesmente erosão, quando 
Fig. 01 – Erosão Glacial.
•	 entender o processo de deposição de sedimentos 
nos diferentes ambientes geológicos;
•	 compreender a importância da erosão, do 
transporte e da deposição nas alterações do meio 
ambiente.
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
o processo é antropogênico, rápido, destrutivo (taxas de remoção do solo são 
superiores às de formação), provocando o surgimento de ravinamentos, e 
consequentemente, perdas de grandes volumes da cobertura de solo.
Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1999), a erosão é causada por forças 
ativas (características da chuva, declividade e comprimento da rampa e a 
capacidade absorção de água pelo solo) e forças passivas (resistência que 
o solo exerce à ação erosiva da água e à densidade da cobertura vegetal). O 
fenômeno de erosão está associado a três processos geológicos distintos: início 
do movimento (desprendimento do material), transporte e deposição, os quais 
são objeto dessa aula.
Entretanto, você não pode esquecer que as características dos minerais, 
das rochas e dos solos, conteúdos que você estudou respectivamente nas Aulas 
03, 04 e 05, não são as mesmas. Portanto, a erosão instalada não pode ser a 
mesma em diferentes materiais geológicos, pois as suas propriedades físicas 
(composição mineralógica, textura, estrutura, permeabilidade, densidade, etc), 
químicas (composição química dos minerais, ph, etc) e biológicas (cobertura 
vegetal, etc) também são diferentes e exercem diferentes influências durante o 
processo erosivo.
Tipos de Erosão
Os principais tipos de erosão estão relacionadas à ação da água (erosão 
hídrica), do vento (erosão eólica) e do gelo (erosão glacial). Essa aula abordará a 
erosão hídrica e a eólica, por serem as que ocorrem no Brasil.
a) Erosão Hídrica: Esse tipo de erosão está relacionada à ação das águas na 
superfície terrestre, seja devido as chuvas, seja em função do seu escoamento 
em ambientes geológicos distintos. De uma forma geral, esse tipo de erosão 
é elevada em regiões que apresentam clima chuvoso (alta precipitação 
pluviométrica), relevo acidentado e de grande comprimento, solo espesso e 
ausência de cobertura vegetal.
Assim, a erosão hídrica é classificada em: erosão pluvial (chuva), fluvial (rio) 
e marinha/costeira (oceano/praia), as quais serão decritas a seguir:
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GEOLOGIA AMBIENTAL
Erosão pluvial: inicia-se quando as gotas de chuva atingem o solo e 
provocam o desprendimento de suas partículas no local do impacto. Esse 
impacto denomina-se salpicamento ou splash (Figura 1), constituindo-se 
importante mecanismo de transporte das partículas desagregadas, iniciando o 
processo de erosão dos solos por salpicamento.
A ação do salpicamento depende de fatores relacionados ao próprio solo, 
tais como a textura, estrutura e porosidade; a quantidade, o tipo da cobertura 
vegetal e o uso e manejo do solo, além da intensidade das chuvas e o clima 
da região, responsáveis pelo grau de desagregação das partículas do solo. Os 
fatores relacionados ao solo, à cobertura vegetal e ao clima permitem que parte 
da água precipitada infiltre, parte seja absorvida pelos vegetais, parte evapore 
e parte escoe superficialmente. Quando a precipitação é superior à infiltração 
+ absorção + evaporação, então ocorre escoamento superficial, responsável 
pelo processo de retirada da camada superficial do solo, dando início a outros 
tipos de erosão hídrica, a saber: erosão laminar, linear, sulcos e voçorocas, que 
veremos a seguir.
A erosão laminar, em lençol ou superficial, caracteriza-se pela remoção de 
uma fina e relativamente uniforme camada de solo que escorre na superfície 
por ação de um fluxo hídrico não concentrado, ou seja, não forma canais e 
atingem pequenas distâncias (Figura 3a). A quantidade de material desagregado 
Fig. 02 – Impacto de uma gota de água na 
superfície do solo, provocando o salpicamento 
ou splash..
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
dependerá da energia contida nas gotas de chuva. Quanto maior foi a gota, 
maior será sua velocidade de queda, e consequentemente, maior o poder de 
desagregação. Diferentes tipos de solos respondem de forma diferente ao 
impacto das gotas, pois apresentam características geológicas diferentes. Esse 
tipo de erosão é de difícil identificação, mas em regiões de terreno inclinado e 
com vegetação de grande porte, pode ser observada com a exposição das suas 
raízes. (Figura 3b).
A erosão linear é causada pelo escoamento superficial concentrado, ou 
seja, com uma direção preferencial. Essa forma de erosão é subdividida em: 
sulcos ou ravinas, e voçorocas ou boçorocas.
A erosão em sulcos ou ravinas caracteriza-se pela ocorrência de fluxos 
concentrados (enxurradas), formando canais de sinuosos rasos (sulcos) (Figura 
4a) a relativamente profundos (ravinas) (Figura 4b), devido a terrenos com 
declividade relativamente elevada e de grande comprimento que provocam o 
aumento do volume e a velocidade do fluxo hídrico.
Fig. 03 – Remoção da fina camada superficial do solo (a) e exposição 
da raiz da vegetação em uma superfície de forte inclinação devido à 
erosão laminar. (3a
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GEOLOGIA AMBIENTAL
As erosões em voçoroca se formam quando fluxos hídricos superficiais e 
subterrâneos fortemente concentrados passam, ao longo do tempo, no mesmo 
local, provocando o deslocamento de grandes quantidades de solo, formando 
cavidades de grande extensão e profundidade (Figura 5a). Geralmente, são 
ramificadas, apresentando paredes irregulares e perfil transversal em “U” (Figura 
5) e podem ser classificadas em ativas, inativas e paleovoçorocas.
Dois fatores contribuem para o incremento da erosão, são eles: 
erodibilidade do solo (K) e erosividade da chuva (R). A erodibilidade representa 
o quanto o solo é susceptível à erosão e depende dos seguintes fatores: 
composição mineralógica, espessura, morfologia, topografia, estrutura, textura, 
permeabilidade, estabilidade dos agregados, presença de matéria orgânica 
e microorganismos. A erosividade, por sua vez, representa o potencial que a 
Fig. 04 –Erosão em sulco (a) e ravinas (b). Observar a escala humana em 
b.
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Fig. 05 –Voçoroca ramificada em Bauru-SP (a) e voçoroca com perfil em 
“U” (b).
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
chuva apresenta em causar erosão e depende dos seguintes fatores: tipo de 
chuva, impacto das gotas no solo, tipo de solo, relevo, tipo e densidade da 
cobertura vegetal.
Wischmeier e Smith (1978) estabeleceram a Equação Universal de Perda 
de Solo/EUPS (Universal Soil Loss Equation/USLE) que é expressa em função de 
6 variáveis: 4 relativas às condições naturais e 2 ao uso e ao manejo do solo e de 
práticas consevacionistas, a saber:
A=R×K×L×S×C×P
Onde:
A = perda de solo por unidade de área (t.ha-1ano-1)
R = erosividade da chuva (em MJ.mm.ha1h-1ano-1)
K = erodibilidade do solo (em t.ha-1MJ-1mm-1)
L = comprimento de rampa
S = declividade
C = uso e manejo do solo
P = práticas conservacionistas
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – 
FAO (2009), em seu estudo O Estado dos Recursos Solo e Água no Mundo para a 
Alimentação e Agricultura (SOLAW), mostra que 25 % dos solos estão altamente 
degradados, 8% estão moderadamente degradados, 36% estão estáveis ou 
levemente degradados e 10% estão classificados como “em recuperação”. Dos 
20 % restantes da superfície terrestre do planeta, 18 % estão descobertos e 2 % 
cobertos por massas de água interiores.
Segundo Zoccal (2007), aproximadamente 80% da área cultivada do 
Estado de São Paulo está sofrendo erosão, causando uma perda anual de mais 
de 200 milhões de toneladas. Desse percentual, 70% atingem os mananciais, 
causando assoreamento e poluição.
Erosão fluvial: trata-se da ação do fluxo das águas dos rios sobre a 
superfície terrestre, provocando desgaste das margens e alargando os vales 
12
GEOLOGIA AMBIENTAL
(erosão lateral) (Figura 6) e/ou aprofundado os seus leitos (erosão vertical). A 
erosão lateral caracteriza-se pelo desmoronamento de barrancos o que provoca 
a mudança na forma e na orientação do canal do rio.
A capacidade erosiva de um rio é proporcional ao aumento da sua vazão 
(caudal ou fluxo), da sua velocidade e da inclinação do seu leito, podendo sofrer 
variação ao longo do seu curso. Durante um ano, a variação da vazão define o 
regime do rio.
O curso de um rio pode ser dividido em: curso alto ou superior, curso médio 
e curso baixo ou inferior. O curso superior está localizado na região da nascente 
ou cabeceira ou montante, enquanto o curso inferior localiza-se na região da 
foz ou desembocadura, ou jusante. A erosão, nesses cursos, atua de forma 
diferenciada em função das diferentes características climáticas, topográficas, 
morfológicas e de velocidade da corrente. A Figura 7 mostra as características 
de cada curso do rio.
Fig. 06 – Erosão lateral mostrando 
desbarrancamento das margens do rio 
Madeira no município de Calama, Porto Velho-
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
Ao longo de uma bacia hidrográfica, a erosão ocorre através de três 
processos que modelam o relevo fluvial de uma determinada região, são eles: 
corrosão (qualquer processo químico entre a água e as rochas superficiais que 
estão em contato, provocando sua fragmentação), corrasão (desgaste das 
paredes e do fundo dos canais pelo atrito mecânico dos fragmentos/partículas 
de rochas transportadas pela água) e cavitação (fragmentação das rochas das 
paredes dos canais devido à pressão exercida pelo grande volume e velocidade 
da água). A presença de estruturas do tipo “marmitas ou panelas” (Figura 8a), no 
leito de um rio, são indicativas do processo de corrasão, assim como a presença 
de cacheiras (Figura 8b), ao longo do curso de um rio, é indicativo do processo 
de cavitação.
Fig. 07 – Divisão do curso de um rio e suas 
características determinantes.
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Fig. 08 – Marmita ou panela no leito gnáissico do rio Salgado, 
Lajes-RN (a) e rio encachoeirado no município de Pirenópolis-GO.
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GEOLOGIA AMBIENTAL
Os canais de rios podem ser classificados da seguinte forma: retilíneo, 
anastomosado, entrelaçado e meandrante ou meândrico. Nos canais 
meandrantes, pode-se observar a ocorrência dos processos de erosão (margem 
côncava) e de deposição de sedimentos (margem convexa) nas suas margens. 
(Figura 8).
Para conhecer mais sobre o processo de erosão hídrica, acesse o endereço 
do Youtube disponibilizado em Leituras Complementares.
Erosãocosteira: é um processo natural, acelerado pela ação antrópica, 
que ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de 
deposição, provocando o recuo da linha de costa. Esse fenômeno afeta a maior 
parte das praias ao redor do mundo e torna-se uma ameaça às construções 
(patrimônio público e privado), quando essas são construídas muito próximas 
à linha d’água.
Fig. 09 – Rios meandrantes entre as cidades de 
Magé e Itaboraí-RJ (a), meandro, mostrando az 
zonas de erosão e deposição no córrego Marajoara, 
Anaurilândia-MS (b) e bloco diagrama, mostrando 
as margens de um meandro onde ocorrem a erosão 
e deposição (c). As setas azuis indicam o sentido do 
movimento longitudinal e transversal da corrente 
fluvial.
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
A erosão costeira está relacionada a causas naturais e antrópicas. Por sua 
vez, as causas naturais estão relacionadas à perda de sedimento da praia pela 
ação eólica (Figura 10a) e pelas correntes de deriva litorâneas; a variação relativa 
do nível do mar (aumento do nível do mar); ao aumento da energia das ondas, 
durante momentos de fortes ventos e tempestades (Figura 10b); à localização 
(praias próximas a desembocaduras de rios são mais afetadas que praias de mar 
aberto devido a ação das marés); e à forma da praia.
Por sua vez, as causa antrópicas estão relacionadas à interrupção da deriva 
litorânea por obras de engenharia, a qual provoca forte erosão à jusante da obra; 
à invasão da zona de praia pela ocupação urbana que altera a morfodinâmica 
praial e, consequentemente, acelera o processo de retirada de sedimentos 
(Figura 11a); à retirada da areia da praia pela mineração ou limpeza pública, 
barramento dos canais fluviais, impedindo a chegada de areia na praia (Figura 
11b).
Fig. 10 – Retirada de sedimento da praia pela ação eólica e soterramento 
da via pública em Cabo Frio-RJ (a) e ação das fortes ondas provocando 
erosão da praia de Mucuri-BA (b).
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GEOLOGIA AMBIENTAL
Os ventos que atingem o litoral variam em intensidade e direção ao longo 
do ano. Durante o verão, os ventos sopram com menor velocidade, formando 
ondas de menor altura, e consequentemente, menor energia, responsáveis pelo 
transporte de sedimentos do mar em direação à praia, provocando deposição 
de sedimentos (Figura 12a) e 
estabelecendo o seu perfil de 
equilíbrio. Por outro lado, durante 
o inverno, os ventos sopram com 
maior velocidade, formando ondas 
de maior altura e maior energia, 
responsáveis pela retirada e 
transporte de sedimentos da praia 
em direção ao mar, estabelecendo 
o processo erosivo (Figura 12b) 
e provocando o desequilíbrio do 
perfil de praia. Esse processo pode 
ocorrer em praias arenosas com 
dunas frontais ou com falésias.
Fig. 12 – Perfil de praia de verão, 
mostrando a deposição de 
sedimentos (a1), perfil de praia de 
inverno, mostrando a erosão (a2).
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Fig. 11 – Erosão do calcadão da praia de Ponta Negra, Natal-RN 
(a) e deslocamento de sedimentos (cor marrom claro), após o 
rompimento da barragem de Algodões, Cocal da Estação-PI em 
2009 (b).
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
Os sedimentos retirados/erodidos da praia por ação das ondas são 
transportados paralelamente à linha de costa pelas correntes de deriva 
litorânea, as quais são formadas quando a frente de onda chega, formando 
ângulo com a linha de costa. A partir de 5º, ângulos formam correntes de deriva, 
responsáveis por importante transporte litorâneo lateral e o sentido da corrente 
é concordante com a abertura desse ângulo (Figura 13).
O fenômeno de erosão costeira ocorre em todo o litoral brasileiro, causando 
destruição da praia recreacional e do patrimônio público. Para conhecer mais 
sobre esse fenômeno, acesse o endereço do Youtube disponibilizado em 
Leituras Complementares.
Erosão eólica: processo natural de desprendimento, transporte e 
deposição de partículas clásticas por ação do vento. Esse processo ocorre 
em regiões planas, semiáridas a extremamente áridas, com pouca vegetação 
natural e ventos fortes.
O simples fluxo da massa de ar (vento) não consegue erodir um corpo 
rochoso maciço. Para que a erosão ocorra, é necessário que o processo de 
intemperismo, que você estudou na Aula 5, tenha alterado a rocha. Outro 
Fig. 13 – Transporte costeiro para E, devido à corrente 
de deriva litorânea. As linhas brancas tracejadas 
representam a frente de onda, definida pelas cristas e 
cavas das ondas e que chega em ângulo (γ) com a linha 
de costa; as setas pretas representam o sentido do 
vento (SW) e a seta vermelha define o sentido da deriva 
litorânea, e consequentemente, o sentido do transporte 
de sedimentos.
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GEOLOGIA AMBIENTAL
fenômeno importante no processo erosivo 
é a corrasão que se refere ao transporte de 
grãos de areia quartzosa pelo vento, que 
vão impactando a rocha intemperizada, 
fragmentando-a. Esse fenômeno atua em 
alturas próximas ao chão, erodindo as partes 
menos coesivas das rochas, conferindo-as uma 
morfologia de “cogumelos”, denominadas 
de “morros testemunhos” ou “blocos 
pendunculados” (Figura 14), provocando o 
arredondamento dos grãos.
Os principais fatores que afetam a 
erosão éolica são: o clima, o solo e a cobertura vegetal. A influênia do clima no 
incremento do processo erosivo leva em consideração os seguintes elementos 
meteorológicos: precipitação, vento, temperatura e humidade do ar. Nesse 
sentido, as áreas afetadas pela erosão eólica são caracterizadas por baixas 
precipitações, fortes ventos, altas temperaturas e baixas umidades ralativas do 
ar. A Figura 15 apresenta as áreas não polares ao redor da superfície terrestre 
com ocorrência de climas semiáridos a extremamente áridos onde predominam 
a erosão eólica.
Fig. 14 – Morro testemunho 
formado pela erosão eólica 
no deserto de Atacama, no 
Chile.
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Fig. 15 – Distribuição das regiões não polares ao redor da superfície 
terrestre com ocorrência de climas semiáridos a extremamente 
áridos, segundo Meigs (1953).
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19
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
As propriedades do solo são importantes para início e estabelecimento 
do processo erosivo pelo vento, dentre elas destacam-se: a textura, a estrutura, 
a densidade, a rugosidade da superfície, a umidade e a matéria orgânica. 
Entretanto, as propriedades mais importantes são a textura e a umidade. Solos 
arenosos (2,0 a 0,062 mm) podem ser transportados por ventos entre 11 e 47 
km/h; já os solos siltosos podem ser transportadosem velocidade mais baixas, 
em torno de 1,8 km/h (TEIXEIRA et al, 2009). Por outro lado, os solos com baixa 
umidade, ou seja, relativamente secos é que estão susceptíveis à erosão, pois 
solos úmidos têm suas partículas agregadas, dificultando de sobremaneira a 
ação dos ventos.
A altura e a densidade da cobertura vegetal são as características mais 
importantes no estabelecimento da erosão. Coberturas vegetais de grande 
porte e com alta densidade dificultam a ação dos ventos e impedem o transporte 
das partículas do solo. Solos com árvores de grande porte, esparsadas (baixa 
densidade) e solos sem cobertura vegetal podem sofrer erosão.
A erosão eólica causa importantes mudanças na textura, nas condições 
físicas e na fertilidade do solo, uma vez que as partículas mais finas (areia muito 
fina, silte e argila) que adsorvem a maior parte dos nutrientes, são transportadas 
pelo vento, deixando no solo as partículas mais grossas que têm baixo poder de 
adsorção, tornando-o mais pobre em nutrientes. Cima!
O efeito da erosão na superfície terrestre provoca grandes alterações no 
meio natural, e como consequência, sérios danos econômicos à cadeia produtiva 
e ao país. Dentre essas alterações, podem-se elencar: perdas de solo e de 
água, diminuição da fertilidade, queda na qualidade e produtividade agrícola, 
recobrimento de solos férteis, destruição da mata ciliar, poluição e turbidez das 
águas, assoreamento e deslocamento de grandes massas de terra, causando 
acidentes e desmoronamento de encostas e taludes.
20
GEOLOGIA AMBIENTAL
ATIVIDADE 01
Responda as questões abaixo com base nessa aula e em outras 
fontes de consulta.
1) Defina o termo erosão e comente como as forças ativas e 
passivas contribuem para o seu desenvolvimento.
2) Explique como ocorre a erosão hídrica a partir do splash.
3) Descreva as modificações que a superfície terrestre sofre devido 
à ação da ação hídrica, desde a erosão laminar até a formação de 
voçorocas.
4) Apresente as diferenças entre os termos erodibilidade do solo (K) 
e erosividade da chuva (R) e qual a importância desses na Equação 
Universal de Perda de Solo/EUPS.
5) Explique os processos erosivos responsáveis pelo modelamento 
do relevo fluvial em uma região que apresenta clima fortemente 
chuvoso.
6) Explique como ocorre o processo de erosão em um canal fluvial 
meandrante.
7) A erosão costeira está associada a causas naturais e antrópicas. 
Descreva como os fenômenos naturais e a ação do homem que 
provocam a erosão da linha de costa.
8) Como varia o perfil de uma praia durante o verão e o inverno?
9) Descreva o trajeto que um grão de areia quartzosa sofre na linha 
de costa, quando está sob influência das ondas e da corrente de 
deriva litorânea.
10) Explique porque a corrasão é um importante mecanismo de 
erosão eólica.
11) Escreva suscintamente como o clima, o solo e a cobertura 
favorecem a ação eólica.
12) Comente sobre as alterações que a erosão provoca no meio 
natural.
21
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
TRANSPORTE
Agora que você já estudou os diversos tipos de erosão, entenderá o que 
acontece com os fragmentos das rochas e solos que foram erodidos. O processo 
erosivo fragmenta e desagrega as rochas e solos, portanto os fragmentos/
partículas clásticas ou detríticas ficam no ambiente superficial disponíveis para 
o transporte. Não se esqueça que, para ocorrer transporte, é necessário que um 
agente dinâmico atue sobre as partículas, da mesma forma que a água, o vento 
e o gelo são agentes erosivos, eles também o são de transporte.
Portanto, transporte de sedimentos é o deslocamento de partículas 
clásticas por um agente dinâmico, como também, é a capacidade de o agente 
dinâmico manter as partículas em movimento até o momento em que antecede 
a sua deposição. Mas, como acontece o transporte?
Primeiro, vamos relembrar o que você estudou na Aula 04 sobre Rochas 
Sedimentares? A granulometria das partículas clásticas é propriedade 
importante no transporte de sedimentos. No Quadro 4 da Aula 04, que 
classifica a granulometria das partículas, segundo Wentworth (1922), você 
pode verificar que, de uma maneira geral, elas são: cascalho (> 2,0 mm), areia 
(2,0 a 0,0625 mm) e lama (< 0,0625 mm). O transporte também é função da 
velocidade da corrente e da densidade dos minerais.
As partículas cascalhosas são transportadas por rolamento e arrasto; as 
areias são transportadas por saltação ou saltitação, enquanto o silte e argila são 
transportados por suspensão, além dos elementos químicos transportados na 
carga dissolvida. O cascalho e a areia constituem a carga de fundo e o silte e 
argila, a carga suspensa (Figura 15). Quando o agente de transporte é o vento, 
a carga também é transportada por arrasto, saltação e suspensão, guardando a 
mesma relação granulométrica.
22
GEOLOGIA AMBIENTAL
No transporte hídrico, a velocidade da corrente é fator determinante 
do processo: fluxo turbulento de alta velocidade pode passar a transportar a 
maioria das partículas por suspensão. Fluxos laminares ocorrem distantes da 
superfície terrestre ou de barreiras naturais e, geralmente, não causam erosão.
Quando o fluxo, seja ele hídrico ou eólico, tem sua velocidade reduzida, seja 
pela presença de um obstáculo, seja por questões climáticas, as partículas que 
estão sendo transportadas começam a ficar em repouso, iniciando o processo 
de deposição ou sedimentação, tema que será apresentado a seguir.
DEPOSIÇÃO
O acúmulo de grãos em um determinado ambiente geológico por ação 
de um agente dinâmico, seja água, vento ou gelo, define o processo geológico 
de deposição ou sedimentação, responsáveis pela formação das camadas ou 
estratos sedimentares, ou seja, das rochas sedimentares.
As rochas sedimentares se formam segundo camadas ou estratos, 
horizontais, aproximadamente planos, paralealos e sobrepostos, cujas 
superfícies que os separam são denominadas de superfície de estratificação e o 
conjunto de estratos é denominado de sequência estratigráfica, de forma que 
estratos localizados na base são mais velhos que os do topo (Lei de Superposição 
das Camadas). Lembre-se: você estudou os diferentes tipos de estratificação na 
Aula 04 – Rochas.
Fig. 16 – Tipos de transporte e de carga das partículas clásticas em 
um fluxo hídrico.
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
A deposição das partículas, a depender do regime de fluxo: inferior (Fr < 
1= transporte pequeno) e superior (Fr > 1 = transporte grande) que transportou 
as partículas, provoca a formação de diferentes formas de leito, a saber: marcas 
de ondas, sand waves e dunas (fluxo inferior), leito plano e antidunas (fluxo 
superior). A migração dessas formas de leito forma as estratificações.
A deposição de sedimentos gera importantes depósitos sedimentares. 
No ambiente fluvial, rios meandrantes desenvolvem importante depósitos 
arenosos de barras de pontal nas margens convexas (Figura 17a e 17b), além de 
extensas planícies de inundação lamosas (Figura 17a).
No ambiente eólico, o processo de deposição gera como produto, camadas 
arenosas estratificadas (estratificação paralela e cruzada) que adquirem 
morfologia de dunas, sejam móveis, fixadas por vegetação (Figura 18a) ou 
paleodunas (cimentadas) (Figura 18b). Assim, dunas são formas de acumulação 
de sedimentos, geralmente de areia média a muito fina e composição quartzosa, 
depositadas pela ação dos ventos. Quando esses sedimentos sofrem diagênese, 
formam camadas de arenitos (Figura 18c).
Fig. 17 – Bloco diagrama de um rio meandrante, mostrando os 
depósitos de barra de pontal e planície de inundação e os principais 
tipos de sedimentos (a) e depósitos de barra de pontal no rio Ibicuí, 
município de manoel Viana-RS (b).Fo
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GEOLOGIA AMBIENTAL
Você aprendeu, nessa aula, a importância dos processos de erosão, 
transporte e sedimentação no modelamento da superfície terrestre e percebeu 
que, dentre vários fatores, a velocidade da corrente do agente dinâmico e a 
granulometria das partículas (tamanho do grão) são os dois mais importantes 
no estabelecimento desses processos. A Figura 19 mostra essa relação e as 
linhas que definem os seus respectivos limiares.
Fig. 19 –Diagrama de Hjulström mostrando 
a relação velocidade da corrente e a 
granulometria com os processos de erosão, 
transporte e deposição (Adaptado de Suguio 
(1980, p.202).
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Fig. 18 – Imagem de satélite Ikonos, mostrando dunas 
quartzosas móveis e fixas no bairro de Ponta Negra, Natal-
RN (a); estratificação cruzada em paleodunas e marcas de 
ondas na superfície de barlavento da duna móvel (b); e 
Arenito Botucatu de origem eólica, caracterizado por uma 
paleoduna, constituída por areia fina a média quartzosa, 
mostrando estatificação cruzada (c).
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EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
Nesse sentido, os grãos de maior tamanho (cascalho) e mais densos são 
os primeiros a se depositarem, seguidos pela areia e, por último, os grãos mais 
finos (argila). Algumas partículas, a depender principalmente da velocidade da 
corrente, poderão se depositar próximo à área fonte, sofrendo transporte curto, 
enquanto outras podem se depositar a grandes distâncias da fonte (transporte 
longo), provocando assoreamento de rios, lagos e oceanos. Solos de areia 
média a muito fina, secos, ácidos, pouco coesivos, coluviais e porosos são os 
mais propícios à erosão.
Como consequências da erosão do solo, podem-se elencar: perdas de 
solo e de água, diminuição da fertilidade, queda na qualidade e quantidade 
da produção agrícola, recobrimento de solos férteis, destruição da mata ciliar, 
poluição e turbidez das águas, assoreamento e deslocamento de grandes 
massas de terra, causando acidentes.
ATIVIDADE 02
Responda as questões abaixo com base nessa aula e em 
outras fontes de consulta.
1. Defina o termo transporte e comente como a granulometria, 
a velocidade da corrente e a densidade interferem nesse 
processo.
2. Explique como ocorre o transporte fluvial das partículas clásticas.
3. Explique a diferença entre o fluxo laminar e o turbulento e qual a 
importância para o fenômeno de transporte.
4. Defina o termo deposição e comente sobre as condições de 
ocorrência.
5. Explique o que é regime de fluxo, como se classifica e que tipo de 
feição origina.
6. O fenômeno de deposição gera uma sequência de camadas 
organizadas que mostram estratificações. Defina estratificações e 
descreva os principais tipos.
26
GEOLOGIA AMBIENTAL
LEMBRE-SE!
GLOSSÁRIO
Adsorção é a adesão de moléculas à superfície de uma substância sólida. 
A argila, por exemplo, tem alto poder de adsorção.
Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é um conjunto de canais 
fluviais de diferentes hierarquias, separado por divisores de águas que se 
interconectam e deságuam em um rio principal. Também são considerados 
canais as lagoas, açudes e barragens.
Barlavento é o flanco de uma duna localizado de onde sopra o vento, 
geralmente com inclinações variando de 5º a 15º.
Curso do rio é percurso que o rio faz desde sua nascente (cabeceira) até a 
sua foz (desembocadura).
Dunas são feições geomorfológicas formadas pelo transporte eólico ou 
marinho de partículas geralmente arenosas. A composição mineralógica das 
areias variam em função da área fonte, entretanto, a maioria delas é quartzosa.
Fluxo laminar é o movimento de um fluído ao longo de trajetórias, na 
forma de lâminas ou camadas com preservação das características do meio, 
baixa velocidade e ausência de turbulência.
Fluxo turbulento é o movimento de um fluído ao longo de trajetórias 
irregulares, com movimento aleatório, próximo à superfície, de alta velocidade 
e produzindo turbulência.
Formas de leito ou formas de fundo são irregularidades topográficas no 
leito de um rio, do oceano ou de um lago, geralmente causadas pelo transporte 
de sedimentos por tração, devido à variação na velocidade da corrente.
Leito do rio é a extensão do rio onde corre o fluxo d’água e está dividido 
em leito menor, calha normal ou calha principal (leito onde correm as águas 
em período pluviométrico normal) e leito maior ou planície de inundação 
(leito ocupado pelas águas em períodos de grandes precipitações, gerando 
as enchentes). O leito do rio vai se alargando e se aprofundando conforme o 
processo erosivo.
27
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
Morfodinâmica praial é o estado de caracterização de uma praia 
fundamentado em observações morfológicas (feições morfológicas, ângulo de 
inclinação, etc) e dinâmicas (ondas, correntes e marés).
Perfil de equilíbrio é o estado de equilibrio dinâmico de um curso fluvial, 
cujo perfil longitudinal não muda de forma com o tempo.
Perfil de praia é a configuração morfológica transversal de uma praia que 
varia com a deposição e a erosão de sedimentos por ação das ondas, correntes, 
marés e atividades antrópicas.
Regime de fluxo é definido pelo número de Froude (Fr) em uma superfície 
livre (rio), dado pela relação Fr = V / (Pg)1/2, onde V é a velocidade, P é a 
profundidade e g é a aceleração da gravidade.
Sotavento é o flanco de uma duna localizado onde o vento se desloca. 
Geralmente, apresenta inclinações de 20º a 35º.
Variação relativa do nível do mar é a variação relativa às oscilações 
do nível do mar, ao longo do tempo, decorrentes de fenômenos globais ou 
eustáticas (fenômenos glaciais e tectônicos) e locais (tectônica de bacias e 
sedimentação marinha).
Vazão do rio ou caudal é o volume de água que atravessa uma dada área 
por unidade de tempo, ou seja, é a rapidez com que certo volume de água escoa 
em determinado tempo.
RESUMINDO
 Nessa aula, você aprendeu o que é e como ocorre 
o fenômeno da erosão, principalmente a erosão hídrica 
que pode ocorrer por ação pluvial (chuva), fluvial (rio) 
ou costeira (ondas) e a erosão eólica. Também, que, 
após o processo de desencadeamento da erosão, 
inicia-se o processo de transporte das partículas/grãos 
clásticas originadas, o qual depende principalmente 
da velocidade do agente dinâmico transportador e da 
28
GEOLOGIA AMBIENTAL
granulometria. E, ainda, que, quando a velocidade 
do fluxo sofre redução, os grãos vão se acumulando 
e provocando o surgimento de irregularidades ou 
formas no leito. Viu que, quando esse processo 
ocorre continuamente, as formas vão se superpondo 
e formando camadas de rochas sedimentares. Por 
fim, entendeu que o fenômeno de erosão provoca 
sérias alterações no meio natural, como perda da 
camada de solo fértil e assoreamento de corpos 
d’água, causando prejuízos a uma determinada 
região.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Para saber mais sobre o fenômeno 
de erosão hídrica, além dos fenômenos de 
transporte e deposição, suas causas e efeitos 
sobre a superfície terrestre, acesse o seguinte 
endereço do YouTube: https://www.youtube.com/
watch?v=m5FGVoPk7L8.Trata-se de uma produção 
da Rede Globo de Televisão para o seu programa 
Globo Natureza.
O fenômeno de erosão costeira ocorre em 
todo litoral brasileiro. Para conhecer mais sobre 
esse fenômeno, acesse os seguintes endereços do 
Youtube, ambos produzidos pela Rede Globo de 
Televisão para o Fantástico e para o Jornal Hoje: 
https://www.youtube.com/watch?v=yG2dWJVtypE 
e https://www.youtube.com/watch?v=9Aw-
AFvcKog.
29
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Utilizando a internet, pesquise artigos científicos 
publicados em periódicos que tratem de estudos 
de casos brasileiros contemplando os temas que 
serão elencados logo abaixo. Como os fenômenos 
de transporte e deposição estão intimamente 
relacionados à erosão, procure também extrair dos 
artigos informações sobre esses fenômenos.
1. Erosão pluvial e a perda da camada do solo.
2. Erosão fluvial e a destruição da mata ciliar.
3. Erosão costeira: o desaparecimento da praia 
recreacional e as obras de recuperação.
4. Erosão eólica e a formação das dunas.
Após a leitura dos artigos, procurando entender 
os fenômenos de erosão, objetos do estudo de cada 
um deles, elabore uma apresentação em Power Point 
com duração de 15 minutos (No máximo, 10 slides), 
como se você fosse apresentá-lo em um congresso.
30
GEOLOGIA AMBIENTAL
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, Francisco. Conservação do solo. 4. ed. São Paulo-SP: 
Ícone, 1999. 355 p.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA-FAO. 
Escassez e degradação dos solos e da água ameaçam segurança alimentar. 
Disponível em: https://www.fao.org.br/edsaasa.asp. Acesso: 22/06/2013.
HJULSTRÖM, F. Transportation of debris by moving water. In Trask, P.D., ed., 
Recent Marine Sediments: A Symposium: Tulsa, Oklahoma, American Association of 
Petroleum Geologists, 1939. p. 5-31.
SUGUIO, Kenitiro. Rochas Sedimentares. São Paulo-SP. Edgard Blucher, 1980.
SUGUIO, Kenitiro. Geologia Sedimentar. São Paulo-SP: Edgard Blucher, 2003.
TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas Rich; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, 
Fábio. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. 623 p.
ZOCCAL, José Cezar. Soluções cadernos de estudos em conservação do solo e 
água. President Prudente: CODASP, 2007. 62 p. V. 1, n 1.
WISCHMEIER, Walter. H.; SMITH, Dwigth. D. Predicting rainfall erosion losses: a 
guide to conservation planning. Washington-DC, US Department of Agriculture, 
Agriculture handbook Nº 537, 1978. 58 p.
Lista de Figuras
Fig. 01 - http://www.vivaterra.org.br/erosao_glacial_1.1.jpg
Fig. 02 - http://www.dicionario.pro.br/images/thumb/1/1b/Rain_splash.jpg/300px-Rain_splash.jpg
Fig. 03 - (3a) Fonte: http://www.aesap.edu.pt/Geografia/images/erosaolaminar.jpg
(3b) Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/vocoroca/imagens/meio-ambiente-
vocoroca-018.jpg
Fig. 04 - (4a) Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTKSBWZ1L7f4afPOwp6
GE6K6t59POJ-mzHg95_Yfk9KK0CwSbOF
(4b) Fonte: http://www.aesap.edu.pt/Geografia/images/Ravines.jpg
Fig. 05 - (5a) Fonte: http://www.geologiadobrasil.com.br/vossoroca.html
(5b) Fonte: http://www.gp1.com.br/images/97b71d60e54792135958e2cdd2359e1a.jpg
Fig. 06 - : http://www.gentedeopiniao.com.br/fotos/image/calama1.jpg
31
EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO
Fig. 07 - adaptado de http://www.slideshare.net/simoesjulia22/erosao-dos-rios
Fig. 08 - (8a) Acervo pessoal do autor para uso exclusivo em sala de aula.
(8b) Fonte: http://www.pirenopolis.com.br/galeria_fotos/cachoeiras/cachoeira_dos_anjos.jpg
Fig. 09 - (9a) Fonte: http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/29341070.jpg
(9b) Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQaffJRnLl64EHfYIUiBcD-
iRo9U5zTvkUeOQWkwUiTR0XGKW3TxA
(9c) Adaptado de http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA3_cheias/GA33_SistFluviais/meandro.jpg
Fig. 10 - (10a) Fonte: http://www.reservataua.com.br/images/dunas_fig02.jpg
(10b) http://future.blog.terra.com.br/2009/12/
Fig. 11 - (11a) Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQinirYuwhCwo1f6M-
Kc95YhNeYsKeRPubSrNnrWvLnIlDtofNjiQ
(11b) Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_EZU8tvyOIVM/TL8aRYpp-II/AAAAAAAAAyg/GPLUwYIKH_A/
s1600/29_MHG_sp_barrpi.jpg
Fig. 12 - http://dc236.4shared.com/doc/XmSOzMBw/preview_html_4e335f6.png
Fig. 13 - Acervo pessoal do autor para uso exclusivo em sala de aula.
Fig. 14 - http://alxnd.files.wordpress.com/2009/01/dsc04423.jpg
Fig. 15 - Suguio (2003, p.208).
Fig. 16 - adaptado de http://api.photoshop.com/home_43ce09bfeaba4f658b9dd393a170381e/
adobe-px-assets/8735be69e14a45fc837e1f77cc20c402
Fig. 17 - (17a) adaptado de http://sed.com.sapo.pt/fluvial_100.jpg
(17b) Fonte: http://brasildasaguas.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2013/04/582.jpg
Fig. 18 - (a) Google Earth, imagem Ikonos de 14/04/2013. Acesso em: 21/06/2013.
(b) Fonte: http://api.ning.com/files/jVWVJIEiov0LFfFhcy9lbW1J*fj6AkwbiGwi2fWyqaDJYykC3pj25jigyx
psbS7JV0HNgns*VROnrgyjlGRs*UacoaO1z8rD/foto0452.jpg?width=737&height=468
(c)Fonte: http://www.cprm.gov.br/geoecoturismo/geoparques/chapada/img/figura44.jpg
Fig. 19 - Acervo pessoal do autor para uso exclusivo em sala de aula.

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