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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
EmissõEs 
Prof.ª Dayane Juliate Barros
1a Edição
GEstão dE 
AtmosféricAs
Elaboração:
Prof.ª Dayane Juliate Barros
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. BARROS, Dayane Juliate.
Gestão de Emissões Atmosféricas. Dayane Juliate Barros. Indaial - SC: Arqué, 
2022.
231p.
ISBN Digital 978-65-5466-172-0
“Graduação - EaD”.
1. Gestão 2. Atmosfera 3. Poluentes 4. Energia
CDD 363.7
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico! No seu dia a dia, você está diante de uma série de atividades 
diárias (como o transporte) que está associada a impactos ambientais, especialmente 
na atmosfera. O aumento da emissão de gases poluentes durante as décadas após a 
Revolução Industrial tem gerado uma demasiada preocupação por parte dos cientistas 
e, mais recentemente, por parte da população em geral. Essa preocupação está 
relacionada às consequências da poluição atmosférica, em especial, na saúde. 
Pensando nisso, ao longo deste material, será possível compreender como 
funciona a composição e estrutura da atmosfera, quais são os principais indicadores de 
qualidade do ar, bem como quais são os principais poluentes que afetam tanto o meio 
ambiente quanto a saúde humana. 
Na Unidade 1, iniciaremos o estudo trazendo as principais características da 
atmosfera terrestre, quais são os gases e as partículas que estão presentes na principal 
camada atmosférica, além de informações sobre aspectos meteorológicos importantes 
para o entendimento sobre a dispersão da poluição atmosférica. 
Em seguida, na Unidade 2, aprenderemos conceitos básicos sobre a qualidade 
do ar, veremos o histórico de grandes eventos de poluição atmosférica que levaram à 
definição de uma legislação sobre esse tipo de poluição e, ainda, os principais acordos 
climáticos internacionais.
Por fim, na Unidade 3, o foco será entender um pouco do que a ciência já sabe 
quanto aos efeitos da poluição atmosférica sobre a saúde humana.
Será necessário, portanto, um grande comprometimento para com a disciplina, 
para que todas as informações sejam absorvidas da melhor forma. 
Bons estudos!
Prof. Dayane Juliate Barros
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: ASPECTOS CONCEITUAIS.................................. 1
TÓPICO 1 - COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ATMOSFERA .................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................4
3 ATMOSFERA: CARACTERÍSTICAS E DINÂMICAS ............................................................8
3.1 EFEITO ESTUFA ..................................................................................................................................... 9
3.2 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL PARTICULADO ........................................................................... 11
4 METEOROLOGIA E DISPERSÃO ATMOSFÉRICA ..............................................................14
4.1 PROCESSOS DE DEPOSIÇÃO SECA E ÚMIDA ............................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................18
TÓPICO 2 - GESTÃO DE QUALIDADE DE AR ....................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE GESTÃO DE QUALIDADE DO AR .................................... 22
2.1 TÉCNICAS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR .........................................................23
2.1.1 Dispersão de poluentes ............................................................................................................ 27
2.1.2 Velocidade e direção dos ventos ........................................................................................... 27
2.1.3 Inversão térmica ........................................................................................................................28
2.2 DISPERSÃO DOS GASES ATMOSFÉRICOS ....................................................................................29
2.3 EQUIPAMENTOS DE CONTROLE PARA POLUIÇÃODO AR ........................................................32
2.4 MONITORAMENTO NO BRASIL.........................................................................................................34
3 FONTES POLUIDORAS .....................................................................................................37
3.1 FONTES NATURAIS ............................................................................................................................. 37
3.2 FONTES INDUSTRIAIS .......................................................................................................................38
3.3 COMBUSTÃO ........................................................................................................................................38
3.4 FONTES MÓVEIS .................................................................................................................................39
3.5 FONTES DE TOXINAS DO AR ............................................................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 - POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E SEUS EFEITOS ................................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 EFEITOS GERAIS DOS POLUENTES ATMOSFÉRICOS ................................................... 46
2.1 CICLO DO CARBONO: ESCALA GLOBAL .........................................................................................46
2.2 CICLOS DE ENXOFRE E NITROGÊNIO ............................................................................................ 47
2.3 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E SAÚDE HUMANA ......................................................................... 48
2.4 POLUIÇÃO GERAL DO AR ..................................................................................................................49
2.4.1 Dióxido de enxofre ....................................................................................................................50
2.4.2 Dióxido de nitrogênio ................................................................................................................51
2.4.3 Monóxido de carbono ...............................................................................................................51
2.4.4 Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) ................................................................................52
2.4.5 Ozônio ..........................................................................................................................................52
2.4.6 Material particulado .................................................................................................................52
2.5 POLUENTES ........................................................................................................................................53
3 EFEITOS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS 
EM DIFERENTES ÓRGÃOS E SISTEMAS ............................................................................ 53
4 AVALIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EXPOSIÇÃO PESSOAL: 
QUAIS MÉTODOS ESTÃO DISPONÍVEIS? ........................................................................... 56
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 60
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63
UNIDADE 2 — MONITORAMENTO DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS .................................75
TÓPICO 1 — FORMAS DE AMOSTRAGEM ............................................................................. 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 77
2 AMOSTRAGEM DA QUALIDADE DO AR ........................................................................... 77
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS AMOSTRADORES DE AR ........................................................................... 79
2.1.1 Amostradores passivos ............................................................................................................ 80
2.1.2 Amostradores ativos .................................................................................................................83
2.1.3 Analisadores automáticos ...................................................................................................... 84
2.1.4 Sensores remotos .....................................................................................................................85
3 ANÁLISE DE MATERIAL PARTICULADO ........................................................................ 86
3.1 AMOSTRAGEM DE PTS .......................................................................................................................90
3.2 AMOSTRAGEM COM DIFERENCIAÇÃO DE TAMANHO DE PARTÍCULAS ................................93
3.2.1 Impactadores .............................................................................................................................94
3.2.2 Ciclones ......................................................................................................................................96
3.2.3 Amostrador dicotômico .......................................................................................................... 97
3.2.4 High-vol com separador inercial ..........................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................102
TÓPICO 2 - TRANSPORTE E MONITORAMENTO DE POLUENTES ...................................105
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................105
2 AMOSTRAGEM E MONITORAMENTO DE POLUENTES ..................................................105
2.1 AMOSTRADORES PASSIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................105
2.1.1 Poluente: dióxido de enxofre ................................................................................................106
2.1.2 Poluente: dióxido de nitrogênio ...........................................................................................108
2.1.3 Poluente: monóxido de carbono .........................................................................................109
2.1.4 Poluente: ozônio .......................................................................................................................110
2.2 AMOSTRADORES ATIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................111
2.2.1 Amostragem ativa - SO2 ......................................................................................................................................................................................... 111
2.2.2 Amostragem ativa - NO2 .......................................................................................................................................................................................113
2.2.3 Amostragem ativa - O3 ............................................................................................................................................................................................1132.3 ANALISADORES AUTOMÁTICOS ESPECÍFICOS ..........................................................................114
2.3.1 Dióxido de enxofre ...................................................................................................................114
2.3.2 Óxidos de nitrogênio (NO e NO2) ..........................................................................................114
2.3.3 Monóxido de carbono .............................................................................................................115
2.3.4 Ozônio .........................................................................................................................................116
2.3.5 Material particulado ................................................................................................................ 117
3 MODELOS DE TRANSPORTE ATMOSFÉRICO ................................................................ 119
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS .................................................................................................. 122
3.1.1 Modelos gaussianos ................................................................................................................ 122
3.2 LIMITAÇÕES DOS MODELOS EM GERAL ..................................................................................... 124
3.3 EXEMPLOS DE MODELOS .............................................................................................................. 125
4 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS .................................126
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................130
TÓPICO 3 - METODOLOGIAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ..................133
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................133
2 MÉTODOS DE CONTROLE: MEDIDAS DIRETAS E INDIRETAS ......................................133
2.1 MEDIDAS INDIRETAS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO ................................................................ 134
2.1.1 Não geração dos poluentes ................................................................................................... 134
2.1.2 Redução no volume de poluentes gerados ...................................................................... 136
2.1.3 Diluição dos poluentes (chaminés elevadas) ................................................................... 136
2.1.4 Planejamento territorial ......................................................................................................... 137
2.2 MEDIDAS DIRETAS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO ................................................................... 137
2.2.1 Concentração dos poluentes na fonte: tratamento antes do lançamento na 
atmosfera ..................................................................................................................................138
2.2.2 Retenção do poluente após geração: equipamentos de controle de poluição 
 do ar ............................................................................................................................................ 139
3 CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE CONTROLE ...............................................139
3.1 CONTROLE DE MATERIAL PARTICULADO ................................................................................... 139
3.1.1 Coletores secos: mecânicos inerciais e gravitacionais ..................................................140
3.1.2 Coletores secos: centrífugos ................................................................................................ 142
3.1.3 Coletores secos: precipitadores .......................................................................................... 143
3.1.4 Coletores secos: filtros de manga ......................................................................................144
3.1.5 Coletores úmidos: lavadores úmidos ................................................................................. 145
3.2 CONTROLE DE POLUENTES GASOSOS ....................................................................................... 147
3.2.1 Condensador ............................................................................................................................ 147
3.2.2 Absorvedor .............................................................................................................................. 149
3.2.3 Adsorvedor ...............................................................................................................................151
3.2.4 Incinerador .............................................................................................................................. 152
3.2.5 Separador de membranas .................................................................................................... 153
3.2.6 Biofiltros .................................................................................................................................... 153
4 FATORES ELENCADOS PARA A TOMADA DE DECISÃO 
NA ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS .................................................................................153
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................155
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................158
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 161
UNIDADE 3 — CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, 
PADRÕES E PARÂMETROS DE QUALIDADE DE AR ..........................................................169
TÓPICO 1 — POLUIÇÃO E MEIO AMBIENTE ........................................................................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................171
2 EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA SOBRE O AMBIENTE ......................................171
2.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E QUALIDADE VISUAL ..................................................................... 172
2.2 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E FENÔMENOS METEOROLÓGICOS ............................................ 174
2.1.1 Aumento da precipitação ...................................................................................................... 174
2.1.2 Mudança da temperatura global da Terra .........................................................................177
2.1.3 Depleção do ozônio ................................................................................................................180
2.1.4 Danos à vegetação .................................................................................................................186
3 EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA SOBRE MATÉRIAS .........................................188
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................192
TÓPICO 2 - PARÂMETROS E PADRÕES DE QUALIDADE DO AR ......................................195
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................195
2 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR: LEGISLAÇÃO ..........................................................195
2.1 QUALIDADE AMBIENTAL E CONTROLE DA POLUIÇÃO EM SENTIDO AMPLO ..................... 196
2.2 CONTROLE DA EMISSÃO POR FONTES FIXAS ...........................................................................198
2.3 CONTROLEDA EMISSÃO POR FONTES MÓVEIS ......................................................................200
3 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DO AR (PRONAR) ................ 203
3.1 PRONAR: CONSIDERAÇÕES INICIAIS E ESTRATÉGIAS ........................................................... 203
3.2 PRONAR: INSTRUMENTOS ............................................................................................................ 204
4 PROGRAMA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR POR VEÍCULOS (PROCONVE) ...... 205
5 GESTÃO DE FONTES ESTACIONÁRIAS DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ....................... 206
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 209
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................210
TÓPICO 3 - ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR (IQAr) ............................................................213
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................213
2 VALORES PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR ................................................213
3 ESTUDO DE CASO DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ......................................................... 217
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................221
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 223
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 224
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 227
1
UNIDADE 1 -
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: 
ASPECTOS CONCEITUAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os aspectos fundamentais e a composição da atmosfera terrestre, 
assim como os gases envolvidos;
• entender as condições climáticas e sua atuação na dispersão de poluentes atmosféricos;
• conhecer as principais fontes poluidoras;
• entender as principais consequências da poluição para a saúde humana.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 - COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ATMOSFERA
TÓPICO 2 - GESTÃO DE QUALIDADE DO AR
TÓPICO 3 - POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E SEUS EFEITOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA 
DA ATMOSFERA
1 INTRODUÇÃO
O que você considera uma cidade poluída? Saberia identificar as principais 
fontes de emissão de poluição? E a legislação sobre os principais poluentes? Saberia 
interpretá-la? Afinal, o que você entende como poluição do ar? 
A poluição atmosférica pode ser definida como a introdução de substâncias 
nocivas aos seres humanos e outros organismos vivos no meio ambiente. Esses poluentes 
podem ser sólidos, líquidos ou gases nocivos, produzidos em concentrações acima do 
normal, que reduzem a qualidade do nosso meio ambiente (MANISALIDIS et al., 2020). 
Há algumas décadas, poucas pessoas estavam familiarizadas com o termo 
“poluição”. Assim, a maioria percebia um odor desagradável, mas, para os poluentes, 
ainda não existia uma quantificação adequada ou um estabelecimento de legislação. 
Começou-se, então, a discutir a necessidade do estabelecimento de uma linha de base 
para a tomada de medidas. Com isso, os profissionais do meio ambiente tiveram de 
chegar a uma definição sobre o que é e o que não é “poluição”. Atualmente, é difícil 
encontrar alguém que não saiba o que isso significa ou as consequências da poluição 
sobre a saúde, por exemplo. As atividades humanas, inclusive, têm resultado em uma 
série de efeitos adversos sobre o meio ambiente, poluindo a água que bebemos, o ar 
que respiramos e o solo em que as plantas crescem (MANISALIDIS et al., 2020).
De acordo com Manisalidis et al. (2020), a Revolução Industrial, que teve seu 
início aproximadamente na segunda metade do século XVIII e se estendeu até o início do 
século XIX, foi um período de enormes mudanças na Europa e na América. A invenção de 
novas tecnologias, desde teares mecanizados para tecer tecidos e a locomotiva a vapor 
até melhorias na fundição de ferro, transformou as sociedades rurais de agricultores e 
artesãos que faziam os produtos à mão. 
Embora a Revolução Industrial tenha criado crescimento econômico e oferecido 
novas oportunidades, esse progresso trouxe desvantagens significativas, desde danos 
ao meio ambiente até riscos à saúde e segurança. Sem dúvida, a poluição ambiental 
global é considerada um problema de saúde pública internacional com múltiplas facetas 
(MANISALIDIS et al., 2020).
Com o avançar do entendimento sobre poluição atmosférica, os poluentes se 
tornaram um problema ao entrar em contato com o receptor. Nossa compreensão dos 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
processos atmosféricos é uma das áreas emergentes da ciência e tecnologia ambiental, 
crescendo a partir do aumento da sensibilização para a poluição atmosférica e os avanços 
das tecnologias de controle no século XXI. Portanto, a saúde pública é, geralmente, o 
principal motor para avaliar e controlar os contaminantes ambientais, mas os ecossistemas 
também são importantes receptores de contaminantes (MANISALIDIS et al., 2020).
Os contaminantes têm impacto sobre as estruturas, incluindo monumentos 
históricos e culturalmente importantes, como os contaminantes na precipitação (por 
exemplo, nitratos e sulfatos), que a tornam mais corrosiva do que normalmente seria de 
esperar (chuva ácida).
Com o aumento da população mundial que vive em áreas urbanas por conta da 
oportunidade de uma melhor qualidade de vida, muitos centros urbanos apresentaram 
uma rápida expansão. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, 
55% da população mundial vive em áreas urbanas, e a expectativa é de que essa 
proporção aumente para 70% até 2050 (POPULAÇÃO, 2019). Conforme Molina e Molina 
(2004), essa concentração de pessoas e atividades associadas é responsável por 
exercer uma crescente pressão sobre o ambiente natural, resultando em impactos em 
diferentes níveis: local, regional e global.
Diante da incidência de tais impactos, é imprescindível o estudo da atmosfera 
e do comportamento dos gases, assim como as principais consequências sobre o meio 
ambiente e seres vivos e a realização do monitoramento da qualidade do ar. 
2 INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O ar é um requisito essencial para a sobrevivência e o desenvolvimento da 
maioria das formas de vida na Terra. No entanto, antes de falarmos mais sobre poluição 
do ar e gestão de emissões atmosféricas, é necessário trazer à tona ou recordar alguns 
conceitos fundamentais sobre a atmosfera. 
A palavra “atmosfera” deriva das palavras gregas antigas “atmós”, que pode ser 
traduzida como “vapor, neblina ou respiração”; e “sfaira”, que significa “esfera” (BOHME, 2021). 
A atmosfera terrestre pode ser definida como uma massa de matéria gasosa 
composta por diversas substâncias em concentrações distintas. Porém, Branco e Murgel 
(2004) ressaltam que a atmosfera também possui uma porção sólida, constituída por poeira 
em suspensão, pólen, microrganismos etc.; e por uma porção líquida, composta de gotículas 
resultantes da condensação do vapor d’água, na forma de nuvens, neblinas e chuvas.
A composição da atmosfera é única no Sistema Solar e, em grande parte, é 
determinada pelos processos biológicos nos oceanos, nos solos e na vegetação, os 
quais interagem com os processos químicos na atmosfera (FOWLER et al., 2009). 
5
Law (2001) nos explica que a composição atmosférica é mantida por processos 
abióticos e bióticosnos ecossistemas terrestres e marinhos. Vejamos a tabela a seguir 
para entender melhor.
Tabela 1 – Composição elementar do ar seco do século XXI em volume
Fonte: adaptada de Gatley, Herrmann e Kretzschmar (2008)
Atualmente, a atmosfera é composta, principalmente, por dois gases inertes: 
nitrogênio (N2) e gás nobre argônio (Ar); e dois gases reativos: oxigênio (O2) e dióxido 
de carbono (CO2), com outras espécies de gases presentes em quantidades vestigiais 
(PINTI, 2021). 
Os gases nobres dizem respeito ao grupo de elementos (hélio, neônio, 
argônio, criptônio, xenônio e radônio) da coluna mais à direita da tabela 
periódica dos elementos. Na maioria das circunstâncias naturais, esses 
elementos não formam compostos químicos, por isso, são chamados de 
“nobres” (PODOSEK, 2003). 
NOTA
O gás atmosférico mais comum na atmosfera, o nitrogênio, é considerado 
inerte, ou seja, não reage prontamente com outras substâncias para formar novos com-
postos químicos. O segundo mais comum, o oxigênio, é necessário para a respiração 
de toda vida animal na Terra. Ao contrário do nitrogênio, o oxigênio é extremamente re-
ativo. Exemplos da atuação do oxigênio na oxidação incluem a mudança da cor da maçã 
após ser cortada e a ferrugem do ferro. Com aproximadamente 1%, o argônio é um gás 
inerte e fica em terceiro lugar na composição atmosférica.
6
Os três gases reunidos representam 99,96% da composição da atmosfera. Os 
0,04% restantes contêm uma grande variedade de gases residuais, com vários deles 
apresentando papel crucial para a vida na Terra. 
Conforme mostrado na Tabela 1, nitrogênio e oxigênio são os principais constituintes 
da atmosfera terrestre, com suas proporções girando em torno de 99% tanto em massa quanto 
em volume. Suas composições variam pouco com o tempo, por isso, são considerados gases 
permanentes. As proporções de CO2, vapor de água H2O e O3, embora ocorram em pequenas 
proporções, desempenham papéis extremamente importantes nos processos atmosféricos 
por causa das suas propriedades radiativas e termodinâmicas (SAHA, 2008).
A presença da água na atmosfera é especialmente importante devido às suas 
três fases: vapor, líquido e sólido. Uma mudança de fase envolve a liberação ou absorção 
de uma grande quantidade de calor, o que afeta suas propriedades e seu comportamento. 
O vapor de água desempenha um papel dominante no equilíbrio radiativo e no ciclo 
hidrológico. A condensação do vapor em nuvens e a chuva resultam na formação de calotas 
polares, exemplos clássicos de mudança de fase da água (SAHA, 2008). É considerado o 
elemento principal na termodinâmica da atmosfera, pois transporta calor latente, contribui 
para a absorção e emissão em várias faixas e se condensa em nuvens, que refletem e 
absorvem a radiação solar, afetando diretamente o balanço energético (JACOB, 2001). 
De acordo com Jacob (2001), na chamada baixa atmosfera, as concentrações 
de vapor de água podem variar em ordens de magnitude de lugar para lugar. Esse vapor 
é encontrado na atmosfera em quantidades pequenas e altamente variáveis. Embora 
esteja quase ausente na maior parte da atmosfera, sua concentração pode variar até 4% 
em áreas muito quentes e úmidas, próximas à superfície. 
Apesar de sua relativa escassez, a água atmosférica, provavelmente, tem mais 
impacto na Terra do que qualquer um dos principais gases, além do oxigênio.  
O dióxido de carbono (CO2), por sua vez, é o gás de efeito estufa icástico e o 
principal fator que impulsiona as atuais mudanças climáticas globais (NAVARRO-JAÉN 
et al., 2021). O CO2 é exigido pelas plantas para a realização da fotossíntese, processo de 
utilização da luz solar para armazenamento de energia na forma de açúcares simples, 
dos quais toda a vida terrestre depende. 
O ciclo global do nitrogênio foi muito perturbado pelas atividades 
humanas, resultando em uma elevada deposição de nitrogênio em 
muitas partes do mundo.  A ameaça que sua deposição representa 
para a função do ecossistema e a biodiversidade é cada vez mais 
reconhecida (STEVENS; DAVID; STORKEY, 2018). Para ler mais sobre o 
assunto, acesse o link: https://bit.ly/3UqADqO. Acesso em: 2 set. 2022.
INTERESSANTE
7
Os gases de efeito estufa, como são chamados, são compostos de moléculas que 
absorvem e emitem radiação infravermelha, que é sentida como calor. A energia 
solar irradiada pelo sol está, principalmente, na faixa visível, sendo que essa 
radiação é absorvida pela Terra e, então, irradiada de volta para o espaço, não 
como luz visível, mas como radiação infravermelha (THE RADIATION [c2002]). 
Assim, as moléculas de gases de efeito estufa absorvem parte dessa radiação 
antes de escapar para o espaço e reemitem parte dela de volta à superfície. 
Tais gases retêm parte do calor que escapa e aumentam a temperatura geral 
da atmosfera. Se esta não tivesse os gases de efeito estufa, estima-se que a 
superfície da Terra seria 32 ºC mais fria.
IMPORTANTE
O metano (CH4) é o gás traço mais abundante da atmosfera. As concentrações 
de CH4 mais do que dobraram desde os tempos pré-industriais (WUEBBLES; HAYHOE, 
2002). Em um período de 260 anos, de 1750 a 2010, a concentração de CH4 no meio 
ambiente aumentou de 700 ppb para 1808 ppb (SINGH; KUMAR; ROY, 2018). 
Conforme Singh, Kumar e Roy (2018), os efeitos do CH4 no clima geram preocupação, 
uma vez que, depois do vapor de água e do CO2, o CH4 é o gás de efeito estufa mais abundante 
na troposfera. O seu potencial de aquecimento global é 28 vezes maior do que o do CO2
em uma escala temporal de 100 anos. Ele é considerado um gás de traço reativo, tendo 
importância para a química troposférica e estratosférica (WUEBBLES; HAYHOE, 2002). 
Wuebbles e Hayhoe (2002) mencionam que a oxidação do CH4 por hidroxila (OH) 
na troposfera leva à formação de formaldeído (CH2O), monóxido de carbono (CO) e ozônio 
(O3), na presença de níveis sufi cientemente elevados de óxidos de nitrogênio (NOx). Junto 
com o CO, o CH4 ajuda a controlar a quantidade de OH na troposfera. O CH4 também afeta 
as concentrações de vapor de água e ozônio na estratosfera, desempenhando um papel 
fundamental na conversão de cloro reativo em HCl menos reativo na estratosfera.
Com relação aos compostos de enxofre (S) presentes na atmosfera, podemos 
citar o dióxido de enxofre (SO2). A queima de combustíveis fósseis, como petróleo 
e carvão, é a fonte antrópica desse gás para a atmosfera, respondendo por mais de 
67% dos gases de enxofre na troposfera. As fontes naturais de compostos de S são 
os oceanos, o decaimento biológico, a ação biológica em áreas alagadas (pântanos e 
mangues) e as emissões por vulcões (LUZ, 2017).
Um fator importante para a compreensão da composição atmosférica é o 
conhecimento dos ciclos biogeoquímicos. Para melhor entendermos a composição 
atmosférica e suas alterações, é necessário conhecer a ocorrência da emissão natural 
dos gases, os processos de diluição, os mecanismos de transformação, assim como o 
estabelecimento de políticas de controle ambiental para determinado composto. 
8
3 ATMOSFERA: CARACTERÍSTICAS E DINÂMICAS 
A atmosfera da Terra se estende desde a superfície do planeta até 10.000 
quilômetros (6.214 milhas) acima. Depois desse limite, ela se mistura com o espaço. Não 
existe uma unanimidade na definição do limite superior real da atmosfera, mas existe 
uma concordância de que a sua maior parte está localizada próximo à superfície da Terra, 
até uma distância de cerca de oito a 12 quilômetros. Além disso, ela é dividida em uma 
série de camadas, cada uma apresentando características específicas (ATMOSPHERE, 
[c2022]). Movendo-se para cima, a partir do nível do solo, essas camadas são chamadas 
de troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, conforme a figura a seguir.
Figura 1 – Camadas da atmosfera terrestre, segundo a variação de temperatura
Fonte: Luz (2017, p. 15)
A troposfera da Terra se estende desde a superfície até, em média, cerca de 
15 (nove milhas) quilômetros de altura, com sua altura mais baixanos polos da Terra e 
mais alta no Equador. Essa camada é encarregada de manter todo o ar que as plantas 
precisam para a fotossíntese e os animais (que precisam respirar), contendo cerca de 
99% de todo o vapor de água e os aerossóis (minúsculas partículas sólidas e líquidas 
suspensas na atmosfera). A maior parte do clima da Terra ocorre nessa camada, sendo 
que quase todas as nuvens geradas pelo clima são encontradas nela, com exceção das 
nuvens Cumulonimbus, sujo topo pode subir para as partes mais baixas da estratosfera. 
A aviação, em sua maioria, também ocorre nessa cama, inclusive na região de transição 
entre a troposfera e a estratosfera (ATMOSPHERE, [c2022]).
A estratosfera, por sua vez, estende-se do topo da troposfera até cerca de 50 
km (31 milhas) acima do solo. A camada de ozônio é encontrada dentro da estratosfera. 
As moléculas de ozônio, nessa camada, absorvem a luz ultravioleta (UV) de alta energia 
do sol, convertendo a energia UV em calor. Ao contrário da troposfera, a estratosfera 
fica mais quente quanto mais alto você sobe. Os jatos comerciais de passageiros voam 
na estratosfera inferior, por exemplo, uma vez que essa camada é considerada menos 
turbulenta, proporcionando uma viagem mais suave (ATMOSPHERE, [c2022]).
9
Acima da estratosfera, está a mesosfera. Ela se estende para cima, a uma altura 
de cerca de 80 km (50 milhas) acima da Terra. A maioria dos meteoros queimam nessa 
camada. Além disso, as temperaturas mais frias na atmosfera da Terra, cerca de -90 ºC 
(-130 ºF), são encontradas próximas do topo da mesosfera (ATMOSPHERE, [c2022]).
A camada de ar muito rara acima da mesosfera é chamada de termosfera. 
Raios-x de alta energia e radiação UV do sol são absorvidos na termosfera, elevando 
sua temperatura para centenas ou, às vezes, milhares de graus. Essa camada é mais 
parecida com o espaço sideral do que com uma parte da atmosfera. Muitos satélites 
orbitam a Terra dentro dessa camada. As temperaturas superiores podem variar de 
cerca de 500 ºC (932 ºF) a 2.000ºC (3.632 ºF) ou mais (ATMOSPHERE, [c2022]).
Apesar de não existir consenso com relação à exosfera, ela é considerada a 
verdadeira “fronteira fi nal” das camadas gasosas que envolvem a Terra. Não existe um 
limite superior bem defi nido para quando a exosfera fi nalmente desaparece no espaço. 
Algumas defi nições colocam o topo da exosfera em algum lugar entre 100.000 e 190.000 
km acima da superfície da Terra (ATMOSPHERE, [c2022]).
Agora que já conhecemos cada camada, vale ressaltar que é na troposfera que 
se observa o contato direto com a crosta terrestre. Assim, é nessa região que ocorrem 
os estudos sobre poluição do ar, uma vez que é nela que surgem movimentações e 
transformações dos compostos gasosos. Diante disso, é importante que, nessa primeira 
parte do nosso estudo, os conceitos-chave de camadas e composição atmosférica 
sejam entendidos de forma clara, uma vez que a informação é fundamental para o seu 
entendimento sobre a gestão atmosférica. Vamos nos aprofundar?
3.1 EFEITO ESTUFA 
Nos últimos anos, a conscientização das pessoas sobre o aquecimento 
global aumentou. Em 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu 
as mudanças climáticas como a maior ameaça à saúde no mundo no século XXI 
(LACHOWSKA et al., 2022). 
Lachowska et al. (2022) mencionam que o aumento da temperatura da Terra 
pode levar a mudanças nos padrões de chuva, aumento do nível do mar e uma gama 
de impactos sobre as plantas, a vida selvagem e os seres humanos. Gadani e Vyas 
A camada de ozônio estratosférica protege a vida terrestre, absorvendo 
a radiação ultravioleta (UV) prejudicial do sol. A distribuição espacial e 
temporal do ozônio estratosférico é determinada por processos químicos 
e dinâmicos (LANGEMATZ, 2019).
INTERESSANTE
10
(2011, p. 5), por sua vez, citam que "[…] a humanidade pode não ser capaz de sobreviver 
ao século XXI se o aquecimento global e outras formas de poluição atmosférica 
continuarem no ritmo atual". 
Mas o que seria, especificamente, o efeito estufa, que é tão comentado pelos 
cientistas? 
O efeito estufa pode ser definido como a diferença entre a temperatura de 
emissão do corpo negro planetário (em equilíbrio com a irradiância solar absorvida) e a 
temperatura média global da superfície. A temperatura média real da superfície é maior 
(em torno de 33 °C, assumindo um albedo planetário constante) devido à absorção e 
emissão de radiação de onda longa (LW) na atmosfera, por várias substâncias de “estufa” 
diferentes (SCHMIDT et al., 2010).
Figura 2 – Representação do efeito estufa
Fonte: Luz (2017, p. 25)
Lachowska et al. (2022) nos explicam que o aquecimento global está ligado 
às emissões de gases de efeito estufa, como vapor d’água, dióxido de carbono (CO2), 
metano (CH4), óxido nitroso (N2O), fluorocarbonetos halogenados (HCFCs), ozônio (O3), 
carbonos perfluorados (PFCs) e hidrofluorocarbonetos (HFCs). 
A emissão global excessiva desses gases (principalmente CO2 e CH4), devido à 
queima de combustível fóssil para geração de energia, é a principal causa da poluição 
do ar e do efeito estufa. Os níveis de CO2 são substancialmente mais altos agora do que 
11
em qualquer momento nos últimos 750.000 anos. A queima de combustíveis fósseis 
elevou os níveis de CO2 de uma concentração atmosférica de aproximadamente 280 
parte por milhão (ppm) em tempos pré-industriais para mais de 400 ppm em 2018. Esse 
é um aumento de 40% desde o início da Revolução Industrial (LINDSEY, 2022).
A vida útil dos gases de efeito estufa varia de meses a milhares de anos devido 
a múltiplos motivos. Para colocarmos isso de forma que você seja capaz de visualizar 
com mais exatidão, a vida útil do CO2 no ar, por exemplo, é de aproximadamente a 100 
anos. Cerca de 50% do CO2 liberado na atmosfera, eventualmente, será removido pelo 
processo de fotossíntese, sendo absorvido pelas árvores. Parte do CO2 total liberado 
para a atmosfera se dissolve no oceano ao longo de 20–200 anos (ARACHCHIGE; 
KUMAVASINGHE, 2021). 
Outros processos mais lentos levam várias centenas de milhares de anos, que 
envolvem a remoção do gás da atmosfera, incluindo intemperismo químico e formação 
de rochas. Isto é, o impacto no clima do CO2 emitido durará milhares de anos. Já o CH4 é, 
principalmente, removido da atmosfera por reações químicas e dura cerca de 12 anos na 
atmosfera. O N2O leva um tempo maior, resultando em cerca de 114 anos na atmosfera. 
3.2 CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL PARTICULADO
Embora o problema do material particulado seja uma questão global, sua 
concentração é maior em regiões com alto grau de desenvolvimento, consequência 
do transporte, da construção e de outras atividades industriais. O material particulado 
pode ser classificado com base em seu modo de formação em aerossóis primários e 
secundários. Além disso, vários métodos podem ser utilizados para sua caracterização 
física e química (AL-THANI; KOÇ; ISAIFAN, 2018). 
De acordo com Al-Thani, Koç e Isaifan (2018), a maior porcentagem dos métodos 
de amostragem e análise química do material particulado depende do tipo de amostra 
e dos parâmetros medidos. Os aerossóis são, geralmente, compostos por componentes 
particulados e de fase gasosa, com componentes carbonáceos representando uma 
grande fração no material particulado no ar.
Embora muitos dos poluentes atmosféricos discutidos sejam melhor 
classificados pela composição química, as partículas são, primeiramente, classificadas 
de acordo com as suas propriedades físicas. O material particulado é uma classificação 
física comumente utilizada em partículas encontradas no ar, como pó, fuligem, fumo e 
gotículas de líquido, apresentando uma composição altamente variável. É lógico que 
uma caracterização de uma partícula revela muito sobre a sua fonte. A forma como ela 
é formada atua diretamente sobre o seu tamanho. Podemos exemplificar pensando na 
combustão da gasolina presente nos carros. 
12
O exemplo a seguir mostra a fórmula de combustão completa do isoctano 
(componenteda gasolina): C8H18(g) + 25/2 O2  (g) → 8 CO2(g) + 9 H2O(l). Pode-se perceber 
que o CO2 que é emitido quando o carro está em movimento? Não, certo? Assim, a 
combustão pode gerar partículas muito pequenas, enquanto as partículas grosseiras 
são formadas por processos mecânicos. 
O material particulado no ar ambiente possui uma distribuição ubíqua. A 
concentração, tamanho da partícula e as características químicas do material particulado 
variam amplamente no espaço e no tempo.
Uma expressão útil do tamanho de partícula é o diâmetro aerodinâmico, que 
é definido como o diâmetro de uma partícula esférica com uma densidade de 1 g/cm3, 
com a mesma velocidade de sedimentação que a partícula que deve ser caracterizada 
(HINDS, 1999).  Partículas com um diâmetro aerodinâmico de <10 μm (PM10) são 
categorizadas como partículas grossas, finas e ultrafinas, com diâmetros aerodinâmicos 
entre 2,5 e 10 μm, <2,5 μm (PM2,5) e <0,1 μm (PM0,1), respectivamente. 
A fração grosseira de PM10 inclui materiais de cristal, sal marinho e componentes 
biológicos. PM2,5 e PM0,1 ambientais são predominantemente produzidos por processos 
de combustão e consistem, principalmente, em metais, hidrocarbonetos e partículas 
secundárias geradas por reações químicas com compostos gasosos na atmosfera (KOK 
et al., 2006). Podemos observar isso com a figura a seguir.
Figura 3 – Classificação por tamanho e composição do material particulado atmosférico em relação a sua fonte
Fonte: adaptada de Brito, Sodré e Almeida (2018)
13
Conforme Brito, Sodré e Almeida (2018), a queima de combustíveis fósseis é 
responsável por promover a emissão de partículas como o carbono negro.
Na Figura 3, é possível observar uma variedade de fontes de materiais particulados 
para a atmosfera, de origem natural e antrópica. Aqueles oriundos de fontes naturais (como 
o aerossol de spray marinho, os materiais provenientes da desagregação de rochas e solos 
e os incêndios naturais) possuem uma composição similar ao material originário. No caso 
do smog fotoquímico, que é uma mistura com propriedades oxidantes de gases e aerossóis, 
parte tem emissão direta para a atmosfera, enquanto o restante, resultante de reações 
fotoquímicas, representa uma parte importante de material particulado na atmosfera 
(BRITO; SODRÉ; ALMEIDA, 2018).
Alves (2014) cita que os aerossóis marinhos são causados, principalmente, por 
processos de formação de bolhas na superfície do oceano e pela arrebentação das 
ondas em áreas costeiras. Tais processos são favorecidos pela ação dos ventos. O 
aerossol de spray marinho (SSA) é o principal material particulado emitido diretamente 
do oceano.  Estudos mostram que o SSA domina a massa de aerossol na camada 
limite marinha (MBL) (LIU et al., 2021). Tal domínio torna o SSA um ator importante nas 
mudanças climáticas (JACOB, 2001). 
O forçamento radiativo ou climático é defi nido como a diferença de isolamento 
(luz solar) absorvido pela Terra e irradiado de volta para o espaço 
O material particulado pode infl uenciar o forçamento radiativo de duas formas: 
1. espalhando e absorvendo diretamente a irradiação solar;
2. espalhando e absorvendo indiretamente, favorecendo a formação de nuvens.
INTERESSANTE
De acordo com Liu et al. (2021), mais de dois terços da Terra são cobertos 
pelo oceano. Ma et al. (2008), por sua vez, nos indicam que a troca de 
materiais entre o oceano e a atmosfera afeta o equilíbrio da energia da 
Terra em escala global.
O termo "aerossol" é frequentemente utilizado como sinônimo de 
material particulado. Um aerossol inclui tanto as partículas como todos 
os componentes da fase de vapor ou gás do ar.
ATENÇÃO
14
Geralmente, quando pensamos em partículas, logo nos vem ao pensamento 
algo esférico ou angular, como partículas do solo. As partículas que possuem como 
característica o alongamento são diferenciadas como “fibras”. Estas são ambientalmente 
importantes e incluem a fibra de vidro, de tecidos e de minerais. 
A exposição à fibra de vidro e às fibras têxteis ocorre com maior frequência 
em ambientes industriais, estando associada a problemas de saúde dos trabalhadores 
têxteis expostos à matéria fibrosa em altas doses, durante muitos anos. Por exemplo, a 
exposição crônica às fibras de algodão sem ventilação adequada e máscara de proteção 
possui alta correlação com a bissinose ou doença do pulmão marrom, que se caracteriza 
pelo lento declínio da função pulmonar. No entanto, ao discutir as fibras, é altamente 
provável que o primeiro contaminante a se pensar é o amianto, um grupo de minerais 
altamente fibrosos com separáveis, longas e finas fibras. As fibras de amianto podem ser 
inaladas durante a mineração, a extração, o processamento e o uso. 
4 METEOROLOGIA E DISPERSÃO ATMOSFÉRICA
A poluição atmosférica, em suma, envolve três processos: emissão, transporte 
e deposição. De acordo com Luz (2017), a emissão pode ser definida como a liberação 
dos gases poluentes para a atmosfera, sendo classificada, comumente, em fonte 
natural ou antrópica e fixa ou móvel. A modificação química ou física e a diluição 
dos poluentes na atmosfera estão relacionadas ao processo de transporte. Este 
é o movimento causado por um fluxo de vento com média de tempo.  A dispersão 
resulta da turbulência local, ou seja, de movimentos que duram menos do que o 
tempo usado para calcular a média do transporte. Já a deposição está relacionada à 
deposição dos poluentes. Os processos de deposição, incluindo precipitação, limpeza 
e sedimentação, causam o movimento descendente de poluentes na atmosfera, que, 
finalmente, removem os poluentes para a superfície do solo.  
Durante a última década, as complexidades do transporte e da dispersão de poluen-
tes atmosféricos, associados às emissões veiculares, foram estudadas com experimentos 
elaborados de campo e modelagem. Como os poluentes podem percorrer distâncias de me-
tros a centenas de quilômetros, as escalas relativas de movimento envolvidas na distinção 
entre fenômenos de transporte e dispersão podem variar de problema para problema.
O carbono negro fortemente absorvente de luz (BC ou fuligem) 
é produzido a partir da combustão incompleta de combustíveis 
carbonáceos, como combustíveis fósseis, queima de madeira e 
biocombustíveis (BOND et al., 2013). Ao absorver a radiação solar, aquece 
o ar e reduz a nebulosidade tropical, assim como a visibilidade atmosférica 
(ACKERMAN, 2000; JINHUAN; LIQUAN, 2000). 
NOTA
15
A concentração de poluentes associados aos veículos em movimento 
é determinada por diversos fatores, como taxa de emissão de poluentes do veículo, 
mistura induzida pelo movimento do veículo, velocidade e direção do vento em relação 
ao eixo da rodovia, intensidade da turbulência atmosférica ambiente, reações a ou de 
outras espécies químicas e taxa de remoção para a superfície do solo (deposição). Por 
outro lado, as concentrações associadas a veículos parados — como podem ser 
encontradas em filas de trânsito, estruturas de estacionamento e cânions de ruas 
— são determinadas pelas taxas de emissão e pelos fluxos de vento e turbulência 
produzidos pela interação do vento local com estruturas complexas, como edifícios 
e barreiras acústicas nas estradas. O clima desempenha um papel na maioria desses 
componentes, geralmente causando taxas de emissão mais altas em temperaturas 
mais baixas (CHANG; MICHIGAN, 1983).
A deposição atmosférica é um importante meio de controle da poluição do 
ar, envolvendo processos secos e úmidos. A deposição seca se refere à deposição de 
partículas ou gases da atmosfera por meio da entrega direta de massa à superfície (ou 
seja, por não precipitação), enquanto isso, os processos úmidos estão atrelados à chuva 
ou limpeza pela neve (WU et al., 2018). Nesse caso, o material particulado é classificado 
como “partícula de chuva”. Estudos que tratam dos dois tipos de deposição mostram 
que o processo de deposição possui eficiência na remoção de materiais particulados. 
4.1 PROCESSOS DE DEPOSIÇÃO SECA E ÚMIDA
Giardinae Buffa (2018) nos explicam que o processo de deposição se refere 
a todos os fenômenos de natureza meteorológica, química e biológica que exercem 
influência sobre um fluxo de gases e partículas poluentes, interagindo com a superfície 
do solo, sem envolver a água na atmosfera. 
Com relação ao conhecimento sobre a deposição seca de partículas, os 
autores descrevem os fenômenos primários que podem afetar a deposição:
• o transporte relacionado à turbulência atmosférica na parte inferior da Camada Limite 
Atmosférica (CLA), denominada Camada Superficial (LS). O transporte independe 
das naturezas física e química do poluente e depende exclusivamente do nível de 
turbulência atmosférica (ou seja, movimentos turbulentos do ar);
• difusão na fina camada de ar, levando em consideração a interface ar-solo, em que a 
difusão molecular para o gás, a difusão turbulenta para partículas e a gravidade para 
partículas mais pesadas se tornam dominantes; 
• transferência para a camada de solo, que mostra uma dependência pronunciada do 
tipo de superfície com a qual o poluente interage. A difusão browniana e os efeitos 
de turbulência colaboram significativamente para a velocidade total de deposição 
seca para partículas na faixa de tamanho de 0,01 μm a, aproximadamente, alguns 
micrômetros.  Acima dessa faixa de tamanho, a deposição é dominada por outros 
16
fenômenos, como a impactação inercial, caracterizada por mecanismos de interação 
(PETROFF et al., 2008):
• impactação inercial, que indica que a inércia da partícula é alta, então, ela é 
transportada pelo fluxo em direção a um obstáculo, não sendo possível seguir o desvio 
do fluxo e, consequentemente, pode ir de encontro com o obstáculo e permanecer 
na superfície;
• impactação turbulenta, quando a partícula possui uma velocidade alta, então, é 
transportada pelo fluxo em direção a um empecilho, não podendo seguir o desvio do 
fluxo e, por conseguinte, pode colidir com o obstáculo e permanecer na superfície. 
A deposição úmida é outra importante fonte de redução de materiais 
particulados da atmosfera, ocorrendo, primordialmente, durante eventos de chuva. Tal 
tipo de deposição é considerada uma das formas mais eficazes para remoção desses 
materiais da atmosfera (ZANOLETTI; CARNEVALE; BONTEMPI, 2021). Isso porque as 
gotas de chuva aumentam de tamanho conforme caem em direção ao solo e, assim, 
capturam cada vez mais poluentes. Gotas de chuva, com efeito, “varrem” a poluição 
conforme “caem” pelo ar.
A capacidade da chuva de remover poluentes depende da sua intensidade, 
do tamanho e das propriedades elétricas das gotas e da solubilidade das espécies 
poluentes. No entanto, essa deposição depende dos eventos de pluviosidade, sendo 
afetada por sua disponibilidade. 
Resultados recentes mostraram que a deposição úmida representa entre 
54% e 71% de deposição de materiais particulados com tamanho na faixa de 1-20 μm 
(ZANOLETTI; CARNEVALE; BONTEMPI, 2021).
17
Neste tópico, você aprendeu:
• O aumento da urbanização nas cidades acarretou crescente pressão sobre os 
recursos ambientais, resultando em impactos em diferentes escalas.
• A Terra é o único planeta do Sistema Solar com uma atmosfera que pode sustentar a 
vida. A manta de gases não contém apenas o ar que respiramos, mas, também, nos 
protege do calor e da radiação emanados pelo sol. O ar é um elemento essencial para 
a sobrevivência dos seres vivos.
• A atmosfera terrestre é composta, prioritariamente, por N2 e O2, mas os gases que 
possuem uma menor fração, como CO2, CH4 e N2O, assim como o vapor d’água, 
possuem extrema importância, principalmente quanto ao aquecimento global.
• Não existe um consenso na definição do limite superior da atmosfera, sendo 
esta dividida em cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, exosfera e 
termosfera.
• Os gases de efeito estufa são cruciais para manter nosso planeta em uma temperatura 
adequada para a vida.  Sem o efeito estufa natural, o calor emitido pela Terra 
simplesmente passaria da superfície para o espaço, e a Terra teria uma temperatura 
média de cerca de -20 °C. Desde o início da Revolução Industrial, em meados do 
século XVIII, as atividades humanas aumentaram muito as concentrações de gases 
de efeito estufa na atmosfera. Consequentemente, as concentrações atmosféricas 
medidas de CO2 são muito maiores do que os níveis pré-industriais.
• O clima tem forte influência nas distribuições espacial e temporal das concentrações 
de poluição do ar.
• Os fenômenos de deposição são formas por meios das quais a atmosfera se “limpa”. 
Existem dois tipos de mecanismos de deposição: a seca, em que há absorção na 
superfície da terra; e a úmida, ou seja, quando há absorção em gotículas seguida de 
precipitação de gotículas. 
RESUMO DO TÓPICO 1
18
AUTOATIVIDADE
1 A idade de formação de um planeta terrestre, sua massa e seu tamanho, bem como 
o tempo de vida na fase inicial saturada de sua estrela hospedeira, desempenham 
um papel significativo na evolução de sua atmosfera.  Os planetas, mesmo em 
órbitas dentro da zona habitável de suas estrelas hospedeiras, podem não perder 
as desgaseificadas por nebulosidade ou catastroficamente, resultando em mundos 
aquáticos com CO2 e atmosferas superiores ricas em hidrogênio ou oxigênio. Sobre 
as camadas que integram a camada gasosa do planeta Terra, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Termosfera, mesosfera, estratosfera, troposfera e exosfera.
b) ( ) Neblina de ácido sulfúrico, camada de nuvem de ácido sulfúrico, exosfera e mesosfera.
c) ( ) Cromosfera, fotosfera, zona convectiva, zona radiativa e coroa.
d) ( ) Baixa atmosfera, alta atmosfera, atmosfera média, exosfera e termosfera.
2 Embora o vapor de água, provavelmente, seja responsável por cerca de 60% do efeito 
estufa da Terra, ele não controla a temperatura da Terra. Em vez disso, a quantidade 
de vapor de água é controlada pela temperatura. Isso ocorre porque a temperatura da 
atmosfera circundante limita a quantidade máxima de vapor de água que a atmosfera 
pode conter. Se um volume de ar contiver sua quantidade máxima de vapor de água e 
a temperatura diminuir, parte do vapor se condensará para formar água líquida. É por 
isso que as nuvens se formam quando o ar quente contendo vapor de água sobe e 
esfria em altitudes mais altas, quando a água se condensa nas minúsculas gotículas 
que compõem as nuvens. Assim, com base nas definições dos gases de efeito estufa, 
analise as sentenças a seguir:
I- O efeito estufa foi o responsável por manter a temperatura da Terra em um nível 
quente o suficiente para a civilização humana se desenvolver nos últimos milênios.
II- O metano é um poderoso gás de efeito estufa, capaz de absorver muito mais calor 
do que o dióxido de carbono, sendo que sua composição tem um carbono e quatro 
átomos de hidrogênio.
III- Uma pequena quantidade dos gases na atmosfera da Terra é considerada gases de 
efeito estufa, sendo que, atualmente, eles têm um pequeno efeito sobre o clima. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
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3 Embora o oxigênio seja necessário para a vida na Terra, grande parte da atmosfera 
não é oxigênio. Esta é composta por cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 
0,9% de argônio e 0,1% de outros gases. Traços de dióxido de carbono, metano, vapor 
de água e neon são alguns dos outros gases que compõem os 0,1% restantes. De 
acordo com os principais gases que compõem a atmosfera da Terra, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O nitrogênio dilui o oxigênio e evita a queima rápida na superfície da Terra. Os seres 
vivos precisam desse elemento para a produção de proteínas. 
( ) Os gases encontrados apenas em pequenas quantidades incluem hélio, xenônio e 
oxigênio. 
( ) O dióxido de carbono é utilizado pelas plantas, que o pegam para produzir o oxigênio.Atua como um cobertor e evita a fuga de calor para o espaço sideral. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 A OMS relata seis principais poluentes do ar, a saber: poluição por partículas, ozônio 
troposférico, monóxido de carbono, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e 
chumbo. A poluição do ar pode ter um efeito desastroso em todos os componentes 
do meio ambiente, incluindo águas subterrâneas, solo e ar. Além disso, representa 
uma séria ameaça aos organismos vivos. Nesse sentido, descreva cada um dos 
poluentes e exemplifique fontes relacionadas a cada um.
5 Como resultado do Protocolo de Montreal de 1987 e suas emendas, a carga 
atmosférica de substâncias antropogênicas destruidoras da camada de ozônio 
está diminuindo.  Assim, espera-se que a camada de ozônio estratosférico se 
recupere. Pensando nisso, escreva uma pequena nota sobre a camada de ozônio.
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21
GESTÃO DE QUALIDADE DE AR
1 INTRODUÇÃO
O plano de gestão da qualidade do ar urbano é um conjunto de ações que auxilia 
no alcance de metas de qualidade do ar em determinada área geográfica (GULIA et al., 
2015). Assim, ele requer ações do governo, das empresas, das indústrias, de ONGs e da 
população, sendo uma ferramenta eficaz e eficiente empregada na gestão da qualidade 
do ar urbano aceitável. 
No entanto, as práticas do plano de gestão são específicas para as necessidades 
e os requisitos de um país, sendo que os países em desenvolvimento ainda estão 
trabalhando na formulação, eficientes para gerenciar. As práticas de gestão são baseadas 
nas prioridades acordadas para uma região específica de controle e executadas por 
meio de leis legislativas (ELSOM, 1996; LONGHURST et al., 1996). 
Os principais componentes da gestão são os objetivos de qualidade do ar, o 
monitoramento, o inventário de emissões, as ferramentas de previsão, as estratégias de 
controle e a participação pública. Cada componente desempenha papel preponderante 
na melhoria da eficiência da gestão da qualidade do ar, reduzindo as concentrações de 
poluentes.
De acordo com Naiker et al. (2012), a implementação eficaz e eficiente do plano 
de gestão da qualidade do ar urbano nos países em desenvolvimento ainda é uma 
tarefa desafiadora para os gestores de qualidade do ar devido à falta de compromisso 
do governo e da participação das partes interessadas; às deficiências nas políticas, 
nas normas e nos regulamentos; bem como à falta de dados em tempo real sobre 
a qualidade do ar e os inventários de emissões. Em um dos estudos realizados na 
Indonésia, Santosa, Okuda e Tanaka (2008) relataram que a poluição do ar urbano é, 
talvez, o problema ambiental mais grave por conta do rápido crescimento dos setores 
industrial e de transporte. 
As práticas de gestão para melhorar a qualidade do ar urbano são muito 
limitadas, sendo que a parcela do orçamento destinada a isso também é insuficiente 
(GULIA et al., 2015).
Kura et al. (2013) avaliaram os problemas de poluição do ar urbano na China, na 
Índia e no Brasil, em escala macrourbana, e propuseram uma metodologia baseada 
nos seguintes fatores:
1. identificação de poluentes críticos e suas fontes; 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
22
2. estabelecimento do monitoramento da qualidade do ar; 
3. inventário de demissões; 
4. priorização de fontes;
5. estratégias de controle;
6. desenvolvimento de sistema de apoio à decisão. 
Determinar a capacidade de um aglomerado urbano para a realização do 
planejamento e gerenciamento do ar urbano é uma forma de entender e descrever, 
quantitativamente, até que ponto as autoridades locais estão lidando com o desafio da 
poluição do ar e até que ponto são capazes de converter os dados técnicos disponíveis 
em políticas e informações relevantes para os tomadores de decisão e o público em geral 
(FRANCO et al., 2019).
Gulia et al. (2020) ainda mencionam que o sucesso de qualquer formulação 
do plano de manejo da qualidade do ar depende da integração e ligação entre seus 
principais componentes, ou seja, objetivos da política, rede de monitoramento, inventário 
de emissões, rateio de fontes, modelagem da qualidade do ar, avaliação de exposição 
à saúde, estratégias de controle e participação pública. Assim, a importância dos 
componentes-chaves descritos depende da fonte da poluição e da condição climática.
A determinação das fontes de poluentes atmosféricos é um parâmetro fundamental 
para melhorar a qualidade do ar em todo mundo (PETIT et al., 2017). Os avanços científicos têm 
auxiliado cada vez mais no entendimento sobre a abrangência de distribuição de fontes. No 
entanto, vale ressaltar que responder “quais são as fontes?” não é suficiente. Deve-se definir a 
localização de emissão, que representa uma informação essencial.
2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE GESTÃO DE QUALIDADE DO AR
A gestão da qualidade do ar se refere a todas as atividades que uma autoridade 
reguladora realiza para ajudar a proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos 
nocivos da poluição do ar. De acordo com a United States Environmental Protection 
Agency (HOW MOBILE, 2022), o processo de gestão da qualidade depende de uma série 
de fatores, os quais incluem, principalmente:
• Estabelecimento de metas para melhoria ou manutenção da qualidade do ar por uma 
instituição governamental. Podemos usar o SO2 como exemplo: por ser um poluente no 
ar, ele tem os valores máximos e o tempo de exposição preconizados pela legislação 
brasileira. O nível aceitável de um poluente no ar é uma forma de proteger a saúde 
pública, incluindo pessoas mais susceptíveis a problemas de saúde respiratórios.
• Os responsáveis pelo gerenciamento da qualidade do ar devem determinar qual 
é a meta de redução de emissões de poluentes. O inventário de emissões, o 
monitoramento do ar, a modelagem da qualidade do ar e outras ferramentas são 
utilizadas para um diagnóstico completo da qualidade do ar.
23
• Quando são definidas as estratégias de controle, os responsáveis pelo gerenciamento 
consideram como as técnicas de prevenção da poluição e controle de emissões podem 
ser aplicadas de forma mais eficiente, a fim de alcançar as reduções necessárias para 
atingir as metas esperadas.
• Para que as metas sejam atingidas, é necessário implementar programas para as 
estratégias de controle de poluição. Regulamentos ou programas de incentivo que 
reduzem as emissões de fontes precisam ser implementados.
• A avaliação contínua é primordial para saber se as metas de qualidade do ar estão 
sendo alcançadas. 
Pensando nisso, dentre as estratégias de controle da poluição atmosférica, 
quais você escolheria para o controle de uma fonte emissora de poluentes? 
Uma forma de controle de emissões é utilizar um dispositivo para remover a 
totalidade ou parte dos gases poluentes na fonte. Uma segunda possibilidade é que as 
matérias-primas sejam alteradas. Já uma terceira possibilidade é que o funcionamento 
do processo seja alterado de forma a diminuir os poluentes emitidos (VALLERO, 2008). 
De acordo com Vallero (2008), tais métodos de controle possuem custos 
atrelados, mas os objetivos podem ser alcançados com diferentes estratégias de 
controle, sendo a situação mais viável utilizar as alternativas que possuam o melhor 
custo-eficácia.
Um inventário de emissões é formado, basicamente, por uma lista com todas 
as fontes de poluentes que podem entrar no ar em determinado período. Elas podem 
apontar as principais fontes cujo controle pode levar a uma redução da poluição do local 
(VALLERO, 2008). Os inventários de emissões podem ser utilizados para fins publicitários 
e políticos, por exemplo: se o gás natural não puder satisfazer as exigências da área, 
teremos de queimar mais combustível com elevado teor de enxofre, e as emissões de 
SO2 aumentarão em oito toneladas por ano.
O método utilizado para desenvolver o inventário de emissões tem alguns 
elementos de erro, mas as outras alternativas são dispendiosas e sujeitas aosseus 
próprios erros. A primeira alternativa seria monitorizar continuamente cada principal 
fonte na área. O segundo método seria a monitorização contínua dos poluentes no ar 
ambiente em muitos pontos, bem como a aplicação apropriada de equações de difusão 
para calcular as emissões. Na prática, o sistema mais informativo seria uma combinação 
de todas as três, aplicadas com conhecimento de causa.
2.1 TÉCNICAS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
O monitoramento da qualidade do ar é o componente básico de qualquer plano 
de manejo da qualidade do ar e, consequentemente, essencial para a tomada de decisão. 
24
Isso auxilia na forma de lidar com as preocupações relacionadas à significância de 
emissões que precisam ser minimizadas, as áreas prioritárias para ações de controle e a 
avaliação da eficiência de controle/ações de gestões anteriores. Desse modo, conforme 
Gulia et al. (2020), para que o plano de manejo da qualidade do ar seja fidedigno, o 
principal requisito é que ele deverá levar em consideração os dados de monitoramento 
de um robusto sistema integrado de uma rede de monitoramento de qualidade do ar. Tal 
sistema deverá incluir uma combinação de diferentes abordagens de monitoramento, 
como o método manual convencional, contínuo em tempo real e sensor baseado em 
estações de monitoramento. 
No entanto, esse design com diferentes abordagens combinadas pode ser um 
fator limitante em localidades que possuem um orçamento limitado.
Diante desse contexto, o objetivo da legislação sobre a qualidade do ar é a 
garantia da melhor qualidade do ar possível, podendo ser alcançado por meio de dois 
elementos principais:
1. que seja assegurado que as concentrações de substâncias para as quais existe um nível 
máximo permitido no ar permaneçam nesses níveis ou, de preferência, abaixo deles;
2. que ocorra uma redução dos níveis excessivos de tais substâncias no ar.
Kuklinska, Wolska e Namiesnik (2015) citam que a gestão da qualidade do ar só 
pode ser eficaz se o estado do ar for monitorado. A função do monitoramento é fornecer 
dados sobre a composição química ou o grau de contaminação do ar em uma área, sendo 
permitido avaliar a eficácia das políticas ambientais e os efeitos das ações de proteção.
Os autores ainda mencionam que o crescimento econômico dinâmico do século 
passado levou a um aumento drástico nas emissões de poluentes para o ar (KUKLINSKA; 
WOLSKA; NAMIESNIK, 2015). 
Em 1968, especialistas da Organização Meteorológica Mundial elaboraram um 
programa para monitorar os níveis de certos poluentes atmosféricos ao longo do tempo. 
Essa iniciativa embasou a primeira Rede Global de Monitoramento de Poluição do Ar, que 
forneceu informações sobre a influência de poluentes no clima.
Na década de 1970, os problemas de conservação da qualidade do ar se 
tornaram um dos principais tópicos de discussão internacional. Em 1975, a Ata Final 
da Conferência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) 
destacou a essência transfronteiriça dos poluentes atmosféricos e a consequente 
necessidade de estreitar a cooperação entre os países para a melhoria da qualidade 
do ar.  Isso porque, cada vez mais, era observado que os poluentes emitidos em um 
país não respeitam os limites territoriais, causando efeitos adversos em outros países 
(KUKLINSKA; WOLSKA; NAMIESNIK, 2015).
25
Na mesma década, em 1979, a Convenção sobre a Poluição Aérea Transfronteiriça 
de Longo Alcance (LRTAP) foi assinada, sendo que o seu principal objetivo era proteger 
as pessoas e o meio ambiente da poluição do ar transmitida a longas distâncias, 
reduzindo as emissões e prevenindo a poluição.
Alguns anos depois, em 1987, foi publicado o  Protocolo de Montreal  sobre 
substâncias que destroem a camada de ozônio. Ele foi assinado por 197 países, sendo 
considerado o primeiro tratado na história das Nações Unidas a alcançar a ratificação 
universal, além de ser considerada a ação ambiental global de maior sucesso. O Protocolo 
de Montreal e suas emendas têm se mostrado altamente eficazes na proteção do ozônio 
estratosférico e na prevenção do aumento global da radiação solar ultravioleta-B na 
superfície da Terra (MCKENZIE et al., 2019). 
De acordo com Velders et al. (2007), esse acordo internacional também tem 
colaborado na mitigação do aquecimento global, uma vez que muitas das substâncias 
destruidoras da camada de ozônio que são regulamentadas pelo Protocolo de Montreal 
são poderosos gases de efeito estufa. A própria destruição do ozônio contribui para a 
mudança climática em algumas regiões.
Em 1992, as Nações Unidas organizaram a Conferência sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, que ficou conhecida como “Cúpula da Terra”. A 
assinatura da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) 
por 154 nações na “Cúpula da Terra” do Rio foi um marco das negociações multilaterais 
sobre o clima mundial. Seu principal objetivo era a estabilização das concentrações de 
gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que evite interferências antrópicas 
perigosas no sistema climático (PEREIRA; VIOLA, 2021). 
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado em 1988 
como uma organização intergovernamental independente, descrita em uma resolução da 
Assembleia Geral da ONU. Ele possui 195 estados membros (BASTE; WATSON, 2022). 
Baste e Watson (2022) mencionam que o IPCC realiza um compilado de 
informações científicas com o intuito de avaliar o estado do sistema climático, os motores 
das mudanças, os efeitos das mudanças climáticas nos sistemas socioeconômicos e 
naturais e as estratégias de resposta potencial. Os primeiros resultados das avaliações 
do IPCC fomentaram o estabelecimento da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudança do Clima (UNFCCC) (1992/1994) e avaliações posteriores para o Protocolo de 
Kyoto (1997/2005) e Acordo de Paris (2015/2016). 
Os acordos climáticos mais significativos que resultaram das várias conferências 
das partes são o Protocolo de Quioto, de 1997 e o Acordo de Paris, de 2015. 
Mesmo com a assinatura de todos esses acordos, as emissões de gases de efeito 
estufa continuam a aumentar, impulsionadas, principalmente, pelo uso de combustíveis 
fósseis e mudanças no uso da Terra. A temperatura média da superfície da Terra teve um 
https://www.sciencedirect.com/topics/earth-and-planetary-sciences/pollution-prevention
https://www.sciencedirect.com/topics/earth-and-planetary-sciences/montreal-protocol
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acréscimo de 1°C quando comparando aos níveis pré-industriais, o que levou a alterações 
nas zonas climáticas, nos padrões de precipitação, no derretimento de camadas de gelo 
e geleiras, acelerando o aumento do nível do mar, com alteração da frequência de eventos 
climáticos extremos mais frequentes e intensos, influenciando, de forma negativa, os 
sistemas socioeconômicos, ecológicos e a saúde humana (BASTE; WATSON, 2022).
O marco da gestão da qualidade do ar, no Brasil, foi a promulgação da Política do 
Meio Ambiente (PNMA) e das Resoluções n. 5/1989 e n. 31/1990, do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (Conama), que integram o Programa Nacional de Controle da 
Qualidade do Ar (Pronar). A PNMA vem disciplinada pela Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 
1981, tendo em seu escopo o monitoramento da qualidade do ar como um instrumento 
de acompanhamento da situação da qualidade ambiental, a avaliação dos impactos 
da poluição atmosférica e o papel obrigatório e indispensável do Poder Público na 
prestação de informação acerca do meio ambiente (BRASIL, 2020).
Na década de 1980, com o acréscimo da frota automobilística brasileira, o governo 
federal propôs a criação de um programa de controle de poluição veicular, por meio da 
Resolução Conama n. 18, de 6 de maio de 1986. Entretanto, notou-se que também seria 
necessário a criação de um programa nacional que considerasse as fontes fixas de poluição 
atmosférica. Uma vez que, em sua maioria, os estados brasileiros não possuíam padrões 
locais de emissão

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