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SecagemSementesSecador-Melo-2021

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Departamento de Engenharia Mecânica 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)/2021.1 
SECAGEM DE SEMENTES EM SECADOR SOLAR PARA PRODUÇÃO DE 
FARINHAS E FARELOS 
 
MELO, Kelly Jacqueline Moura de 
kelly_rn_4@hotmail.com 
SOUZA, Luis Guilherme Meira 
lguilherme@dem.ufrn.br 
 
Resumo. A energia solar térmica é a fonte de energia renovável mais abundante no planeta e atualmente, existem 
diversas formas de aproveitamento desse tipo de energia. Esse trabalho utilizou energia solar térmica para secagem de 
sementes. Para isso, foi utilizado um secador solar passivo integral de convecção natural produzido com materiais de 
baixo custo. Foram secas as sementes de abóbora e maracujá amarelo. E realizado de estudo do tempo de secagem. 
Foram monitoradas as condições climáticas (irradiação solar e temperatura ambiente) e as condições de secagem 
alcançadas do secador solar (temperaturas das laterais, fundo, entrada e saída do equipamento). Após desidratação 
dos produtos, foram produzidos farinhas e farelos das sementes secas. 
 
Palavras chaves: Secagem solar, sementes, abóbora, maracujá 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O ser humano faz uso da energia solar desde o início das civilizações. A primeira aplicação prática da energia solar 
conhecida foi a secagem para a preservação de comida (SOTERIS, 2016). O uso térmico da energia solar passou por 
diversos avanços tecnológicos e atualmente o número de aplicações desse tipo de energia é muito abrangente. Secagem, 
controle térmico de ambientes e aquecimento de água são exemplos de utilização de energia solar a baixas temperaturas. 
Processos industriais que demandam vapor, refrigeração, fornos e geração heliotérmica são exemplos de aplicações de 
energia solar a altas temperaturas (PEREIRA et al., 2017). 
A grande vantagem do emprego da energia solar com fonte alternativa de energia é o custo, é de graça. Além de não 
provocar prejuízos ao meio ambiente (SOTERIS, 2016). A energia solar é a fonte de energia renovável mais abundante 
no planeta, a radiação solar anual total que incide sobre a Terra é superior a 7500 vezes do consumo total de energia 
primária anual do mundo (THIRUGNANASAMBANDAM; INIYAN; GOIC, 2010). 
A desidratação dos alimentos é um dos métodos mais antigos de conservação. É a forma mais natural e mais simples 
de preservação dos alimentos, mantendo os produtos saudáveis, saborosos e nutritivos (BRASIL, 2016). A desidratação 
preserva os alimentos pela redução da umidade. Além de limitar ou evitar o crescimento de micro-organismos ou outras 
reações de ordem química. A remoção da água resulta em maior facilidade no transporte, armazenamento e manuseio do 
produtos finais (NATUREX, 2012). 
Atualmente, existe grande desperdício de alimentos e resíduos, principalmente naqueles de origem vegetal. O 
brasileiro tem a cultura não aproveitar integralmente os alimentos. Um levantamento realizado pela Embrapa, Empresa 
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, revela que o brasileiro consome, anualmente, 35 quilos de alimentos e desperdiça 
37 quilos (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2011). As partes de vegetais como folhas, cascas, sementes 
e talos, em geral, são descartadas, pela indústria e pelos consumidores. Mas esses subprodutos podem ser utilizados na 
alimentação humana, agregando valor nutricional ao alimento (VALE et al., 2019). 
 Visando a redução de desperdício de subprodutos agrícolas, esse trabalhado tem o objetivo de utilizar a energia solar, 
energia gratuita e abundante, para realizar a secagem sementes. As sementes escolhidas para realização dos testes foram 
as sementes de abóbora e maracujá- amarelo, pois o cultivo de abóboras tem grande relevância econômica e social para 
o país, principalmente para região Nordeste (SEVERINO et al., [s.d.]). E o Brasil é o maior produtor e o maior exportador 
de suco concentrado de maracujá do mundo (MONTEIRO et al., 2011). E apesar dos diversos estudos existentes de 
reaproveitamento desses subprodutos, as pesquisas não utilizam a secagem solar para obtenção dos produtos desidratados. 
Para secagem solar foi utilizado um secador solar passivo integral construído com materiais de baixo custo e reciclados 
no Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar, LMHES, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
UFRN. Durante os testes de secagem foi realizado de estudo do tempo de secagem e monitoramento as condições 
climáticas (irradiação solar e temperatura ambiente). As temperaturas alcançadas no secador solar foram monitoradas. E 
após as sementes secas foram produzidos, através de trituração, farelos e farinhas das sementes. As farinhas produzidas, 
após estudos por equipe especializada, poderão ser reutilizadas como ingrediente, seja na alimentação ou na produção de 
óleos. 
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 SECAGEM SOLAR 
 
A secagem por exposição solar é uma das aplicações mais antigas da energia solar. Desde tempos pré-históricos, a 
radiação solar foi utilizada pela humanidade como única fonte térmica disponível. A primeira instalação de secagem solar 
encontrada foi do sul da França, em cerca de 8000 a.C. Após essa data, várias outras instalações, combinado radiação 
solar e circulação de ar natural foram encontradas no mundo (SOTERIS, 2016). 
Em 384-322 a.C., Aristóteles descreveu o fenômeno da secagem, dando explicações teóricas sobre o processo. A 
indústria da secagem convencional começou no século XVIII. E apesar de todos os métodos desenvolvidos, a desidratação 
por exposição solar continua sendo o principal método de secagem de pequenas quantidades de produtos agrícolas no 
mundo (SOTERIS, 2016). 
Atualmente, existem mais de 200 tipos de secadores solares destinados a diferentes aplicações. Mas apenas 20 modelos 
são efetivamente utilizados. A variedade da forma dos alimentos, as taxas de produção desejada e a qualidade do produto 
são justificativas para tantos modelos de secadores projetados. Os modelos de secadores solares mais utilizados são os 
que empregam o princípio básico de uma estufa (THOMAZINI, 2015). 
Os secadores solares podem ser divididos em dois grupos: secadores solares passivos e secadores solares ativos. E 
podem ser subdivididos em três categorias: secadores integral ou direto, distribuído ou indireto e misto (THOMAZINI, 
2015). 
Os secadores solares ativos ou de circulação forçada, um ventilador é usado para fazer o ar circular no interior do 
secador. Nesses secadores, além da energia solar, outras fontes de energia não renováveis são necessárias, como 
eletricidade. Os secadores solares ativos são apropriados para secagem de grandes quantidades de materiais, porém são 
mais complexos e caros se comparados a sistemas passivos. Os secadores solares ativos, podem ser unidades híbridas, 
que utilizam combustíveis convencionais para operar em dias nublados ou a noite (SOTERIS, 2016). A Figura 1 mostra 
um secador ativo distribuído. 
 
Figura1- Secador solar ativo distribuído - Coletor solar e câmara de secagem. 
 
 
Fonte: (MACHADO et al., 2011). 
 
Os secadores solares passivos ou de circulação natural são unidades de caixa quente, onde o produto é exposto à 
radiação solar por meio de uma cobertura transparente. O ar circula no interior do secador por meio de convecção natural. 
Esse tipo de equipamento é de construção simples, tem baixo custo, são fáceis de instalar e de operar. Além disso, utilizam 
fontes totalmente renováveis de energia e podem ser instalados em locais onde não existe rede elétrica (SOTERIS, 2016). 
Um secador solar passivo integral é mostrado na Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2- Secador solar em processo de secagem de peixes. 
 
 
Fonte: (SILVA JR, 2018). 
 
Os secadores solares integral, distribuído e misto são caracterizados pelo modo da utilização da energia solar e 
disposições estruturais. Um secador solar integral ou direto está representado na Figura 2. A mesma peça é utilizada para 
captar energia solar e realizara secagem. O produto é colocado na cabine de secagem e recebe radiação solar diretamente, 
não há coletor solar (SOTERIS, 2016). 
Um secador solar distribuído ou indireto está representado na Figura 1. O coletor de energia solar e a câmara de 
secagem são separadas. O produto é colocado em bandejas perfuradas que são inseridas em uma cabine. O ar ao passar 
pelo coletor solar é aquecido e circula entre os alimentos (THOMAZINI, 2015). Nesse tipo de secador, não há exposição 
do alimento a radiação solar direta. 
 No secador solar misto, os dois sistemas são combinados, isto é, o secador absorve calor diretamente, mas o processo 
é melhorado com o uso de um coletor solar (SOTERIS, 2016). O secador solar tipo misto apresenta melhor desempenho 
em termo de taxa de secagem e custo (THOMAZINI, 2015). A Figura 3 mostra um secador solar tipo misto. 
 
Figura 3- Secador solar misto. 
 
 
Fonte: (SILVEIRA, 2011). 
 
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
2.2 DESITRATAÇÃO 
 
“A desidratação é um dos métodos mais antigos de conservar alimentos. É a forma mais natural e mais simples de 
conservar frutos, legumes, cogumelos e ervas aromáticas. O valor nutritivo dos produtos desidratados é preservado e estes 
mantêm-se saudáveis e saborosos” (BRASIL, 2016). A desidratação ou secagem é retira de excesso de água de um 
produto natural ou industrial para preservá-lo ou para alcançar um teor de umidade especificado. 
No geral, os produtos alimentícios, contêm volumes de água altos e a desidratação reduz a umidade a um nível que 
previne sua degradação. A ação de enzimas, bactérias, leveduras e bolores é retardada e a preservação permite que os 
alimentos sejam armazenados por mais tempo (SOTERIS, 2016). 
Na desidratação, ocorrem dois processos, o primeiro é a transferência de calor para o produto, utilizando energia a 
partir de uma fonte de aquecimento. O Segundo é a transferência de massa de umidade do interior do produto para a 
superfície, e da superfície para o ar, na forma de vapor de água (SOTERIS, 2016). 
Quando um alimento é desidratado, ele não perde água a uma velocidade constante em todo o processo. No início a 
água evapora a velocidade constante até o ponto de inflexão da curva de secagem. A partir desse ponto a velocidade de 
secagem diminui de até atingir o ponto de equilíbrio com ambiente, onde a velocidade cai a zero. A curva de secagem de 
um alimento varia de acordo com o tipo de secador utilizado e parâmetros como: temperatura, umidade, velocidade do 
ar, sentido do ar, espessura do alimento. Em condições normais, o nível zero de umidade não é alcançado (BRASIL, 
2016). 
 As mudanças nas velocidades de secagem são explicadas pelos fenômenos de transferência de calor e massa. Um 
alimento em cubo, perderá umidade por suas superfícies e desenvolverá, uma espessa camada seca na superfície com 
umidade aprisionada no centro. Em consequência disso, a camada externa formará uma barreira isolante, diminuindo a 
transferência de calor para o interior do pedaço. Além da água no inferior do alimento, ter uma distância maior a percorrer 
até chegar à superfície (BRASIL, 2016). 
Os secadores solares utilizam o mesmo princípio de desidratação. Eles reduzem a umidade do produto fornecendo 
mais calor ao produto do que obtido em condições ambientas. Nos secadores solares a transferência de calor ocorre por 
convecção do fluxo de ar, pela radiação direta do sol e pela condução a partir de superfícies aquecidas. Nos secadores 
solares, a pressão do vapor da umidade do produto é acrescida, aumentando da migração da umidade. Além disso, a 
umidade relativa do ar de secagem é reduzida, aumentando a capacidade de transporte e garantindo um baixo teor de 
equilíbrio de umidade (SOTERIS, 2016). 
 
2.3 SEMENTES 
 
2.3.1 SEMENTES DE ABÓBORA 
A abóbora faz parte da família Cucurbitaceae. O cultivo desse vegetal é predominante na região do Nordeste 
brasileira. Dentre as espécies mais cultivadas estão à abóbora (Cucurbita moschata), a moranga (Cucurbita máxima) e o 
mogango (Cucurbita pepo). As espécies de abóboras, são de grande importância econômica em todo mundo. As abóboras 
estão entre os dez vegetais mais cultivados, principalmente em regiões temperadas e subtropicais (VALE et al., 2019). 
As sementes de abobora são fontes de proteínas (320 g/kg) e lipídio (450 g/kg). Podem ser consumidas inteiras 
(tostadas e salgadas), em forma de farinhas (passando por um processo térmico e de trituração) ou em forma de óleo 
extraído (SEVERINO et al., [s.d.]). 
 As sementes de abóboras possuem elevadas quantidades de compostos bioativos que são substâncias capazes de 
proporcionar benefícios à saúde, prevenindo ou tratando doenças e favorecendo o funcionamento do organismo (VALE 
et al., 2019). 
Na produção comercial de frutos de abóbora, destaca-se a semente como um subproduto do 
processamento, de alta qualidade, sendo utilizada como fator fundamental, devido as suas 
propriedades e a sua alta qualidade, por serem ricas em vitamina A, vitaminas do complexo B, 
cálcio, ferro, potássio, fósforo, silício, magnésio e sódio, com poucas calorias e de fácil digestão 
(VALE et al., 2019). 
Mas apesar dos efeitos benéficos, as sementes de aboboras também possuem substâncias antinutricionais, que 
interferem na digestibilidade e absorção de nutrientes ou podem até serem tóxicas. Por isso as sementes devem passar por 
tratamento térmico, para reduzir ou eliminar nesse efeito (VALE et al., 2019) e não devem ser consumidas em excesso. 
Uma porção ideal para consumo diário é de aproximadamente 40 gramas (VALE et al., 2019). 
A farinha da semente de abóbora promove redução da glicemia e diminuição de triacilgliceróis e colesterol, além 
de possuir efeito laxativo. Tendo um grande potencial de uso como ingrediente alimentar, em função das suas 
propriedades funcionais (VALE et al., 2019). 
O uso das farinhas de abóbora em substituição parcial das farinhas convencionais vem sendo aplicadas em 
pesquisas acadêmicas. Anjos et al. (2017) avaliou a aceitabilidade sensorial de formulações de pães sem glúten com 
diferentes teores de farinha da semente de abóbora e farinha da casca de abóbora, e determinou a composição físico-
química das farinhas. Severino et al. [s.d.] produziu bolos com 50% de farinha de semente de abobora (cucurbita 
moschata) e apesar da cor e textura do bolo não ter agradado os consumidores, obteve boa aceitação em relação ao sabor. 
 
Santanlego (2006) produziu panetones, sensorialmente aceitáveis, com alto teor de fibra alimentar, utilizando farinha de 
semente de abóbora. 
 
2.3.2 SEMENTES DE MARACUJÁ 
 
O Brasil é o maior produtor e o maior consumidor mundial de maracujá, produzindo cerca de 1 milhão de toneladas 
da fruta. O maracujazeiro pertence à família Passifloraceae e ao gênero Passiflora. A espécie mais conhecida, cultivada e 
comercializada no país é a Passiflora edulis (maracujá-azedo) (FALEIRO; JUNQUEIRA, 2016). 
O maracujá tem grande importância social e econômica para o país. Até o momento, somente a polpa do 
maracujazeiro-azedo é usada em escala industrial para fabricação de néctares, sucos, produtos lácteos, na fabricação de 
bombons, bolos, sorvetes, mousses, geleias e doces (FALEIRO; JUNQUEIRA, 2016). As cascas e sementes do maracujá, 
ainda são em grande parte descartadas. Como este descarte representa inúmeras toneladas, agregar valor a estes 
subprodutos é de interesse econômico, científico e tecnológico (FERRARI; COLUSSI; AYUB, 2004). 
As sementes do maracujá representam cerca de 6 a 12% do peso total do fruto (FERRARI; COLUSSI; AYUB, 2004). 
As sementes são ricas em fibras, minerais, lipídios e tem boa quantidade de proteínas. As sementes podem ser utilizadas 
para a produção de óleos comestíveis ou para a indústria de cosméticos (MONTEIRO et al., 2011). O óleo de sabor 
agradável e odor suave compara-se ao óleo de algodão em valor nutritivo e digestibilidade (FERRARI; COLUSSI; 
AYUB, 2004). A sementedo maracujá possui 25,7% de óleo e teor proteico de 15,62% e é fonte de fibras (MONTEIRO 
et al., 2011). 
Ferrari, Colussi e Ayub (2004) realizaram estudo de caracterização dos subprodutos do maracujá e aproveitamento 
das sementes. Na pesquisa, as sementes foram secas em estufa e moídas para obtenção de um farelo. Foi extraído o óleo 
do farelo e caracterizado (o óleo e os farelos desengordurados). Concluiu-se que o óleo tem um bom potencial para 
aproveitamento na alimentação humana, animal e na indústria de cosméticos. O farelo residual da extração do óleo tem 
um teor proteico, podendo ser aproveitado como fonte de fibra. 
 
3. METODOLOGIA 
 
Neste trabalho foi utilizado um secador solar de exposição direta e convecção natural, secador solar passivo integral, 
produzido do Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar, LMHES, da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte -UFRN. O secador solar foi utilizado para desidratação das sementes de abóbora e maracujá, e posterior obtenção 
de farelos e farinhas dos produtos secos. 
Foram realizados dois ensaios de secagem no LMHES. O primeiro ensaio realizado dia 2 de agosto de 2021, iniciou 
as 09:00 horas e foi interrompido as 13:30 horas devido a nebulosidade e início de precipitação de chuva. No primeiro 
ensaio foram secas amostras de 30,036g de sementes de abóbora e 50,007 g de sementes de maracujá. 
O segundo ensaio, realizado no dia 4 de setembro de 2021, teve início às 09:00 horas e finalizou as 14:30 horas, com 
a conclusão da secagem das amostras. No segundo experimento foram secas amostras de 237g de sementes de abóbora e 
167g de sementes de maracujá. A Figura 4 mostra as sementes de maracujá e abóbora em processo de secagem no ensaio 
2. 
 
Figura 4- Sementes no processo de secagem em secador passivo integral. 
 
 
Fonte: Autor, 2021. 
 
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
3.1 TRATAMENTO DAS SEMENTES 
 
As sementes de abóboras foram retiradas dos legumes, separadas dos fiapos, lavadas em água corrente e sanitizadas. 
As sementes foram colocadas em papel tolhas por 30 minutos para retirar o excesso de água superficial e foram pesadas 
em balança digital Bl320h, com precisão de 0,001g, mostrada na Figura 5. 
Para separação das sementes de maracujás da polpa foi utilizado um processador no modo pulsar (tomou-se o cuidado 
que não quebrar as sementes). Foi produzido suco da fruta e as sementes foram lavadas em água corrente, sanitizadas e 
pesadas na balança digital Bl320h, mostrada na Figura 5. 
 
Figura 5- Balança digital Bl320h. 
 
 
Fonte: Laboratório LMHES, 2021. 
 
3.2 SECAGEM SOLAR 
 
Foi posicionado o secador solar para início dos testes de secagem. Inicialmente o secador solar foi instalado em base 
inclinada, para facilitar a convecção natural do vento e posicionado para o Norte. A inclinação ideal para a secagem solar 
em um secador passivo integral é a latitude do local, acrescida em 10 graus. Porém, como a amostra das sementes são 
escorregadias, a inclinação do equipamento foi reduzida. 
As sementes foram dispostas na cabine de secagem e realizado acompanhamento das condições ambientais e 
paramentos de secagem. A irradiação solar global foi medida pelo equipamento MES-100, mostrado na Figura 6. Os 
parâmetros de irradiação solar foram avaliados em intervalos de 15 minutos. 
 
Figura 6- Medidor de energia solar (MES-100). 
 
 
Fonte: Laboratório LMHES, 2021. 
 
Os parâmetros de secagem monitorados foram: massa das amostras, temperaturas de entrada e saída do secador, 
temperatura nas laterais e fundo do secador. As temperaturas foram monitoradas em intervalo de 1 hora através dos 
termopares e termômetro infravermelho HM-88C, mostrados na Figura 7. A massa das amostras foi verificada no início 
e no final do procedimento, através da balança digital Bl320h. 
 
 Figura 7- Equipamentos utilizados para medição de temperatura. 
 
 
Fonte: Laboratório LMHES, 2021. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
4.1. ENSAIO 1 
 
4.1.1 MEDIÇÃO DA IRRADIAÇÃO SOLAR 
 
As medições de irradiação solar global medidas durante o ensaio 1 de secagem estão representadas na Figura 8. 
Observa-se que as medições apresentaram bastante oscilação. No início do ensaio, o céu estava com poucas nuvens e a 
nebulosidade foi aumentando no decorrer do dia. Isso explica as baixas medições de irradiação solar global registradas 
no horário de 11:00 horas as 13:00h. 
Durante esse ensaio, a irradiação teve pico máximo de 1330 W/m² às 10:45h e mínima de 270W/m² às 12:00 h. O 
ensaio foi interrompido às 13:30h, pois houve início de precipitação de chuva. O primeiro ensaio foi realizado no inverno, 
período caracterizado por temperaturas amenas e incidências de chuvas. 
 
Figura 8- Monitoramento da irradiação solar. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
4.1.2 MEDIÇÕES DE TEMPERATURA 
 
As Figuras 9 e 10 mostram o comportamento da variação da temperatura durante o ensaio 1. Pode-se observar o 
incremento de temperatura após uma hora de início dos testes. As temperaturas registradas estavam acima de 40 0C, 
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Ensaio 1
Irradiação solar (W/m²)
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
superior a temperatura ambiente de 27 0C. Também é verificado o incremento médio de 6,2 0C em relação as temperaturas 
de entrada e saída do secador solar, evidenciando a ação do equipamento. 
Durante o dia houve decremento da radiação solar, percebido pelo decremento das temperaturas no decorrer da 
secagem. A temperatura máxima alcançada foi de 500C na lateral esquerda do secador as 10:00 horas e após isso, as 
temperaturas tiveram tendência de queda. 
 
Figura 9- Monitoramento das temperaturas na lateral do secador. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Figura 10 - Monitoramento de temperatura de entrada e saída do secador. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
4.1.3 REDUÇÃO DE MASSA 
 
No primeiro ensaio, as sementes de abóbora e de maracujá foram dispostas no secador solar passivo integral por 4 
horas e 30 minutos. Para cálculo da redução de massa, as amostras dos produtos foram pesadas no início e no final do 
procedimento. A Tabela 1, mostra a redução de massa das amostras, em gramas (g), e o percentual de redução de massa 
das amostras. 
 
Tabela 1 - Redução de massa das sementes. 
SEMENTES ABÓBORA SEMENTES MARACUJÁ 
MASSA INICIAL 30,04 g 50,00 g 
MASSA FINAL 18,00 g 29,00 g 
REDUÇÃO DE MASSA 12,04 g 21,00 g 
% DE REDUÇÃO MASSA 40,07 % 42,00 % 
 
Através da redução de massa, pode-se calcular o percentual de redução de umidade perdida, se o valor inicial de 
umidade das amostras for conhecido. Como a umidade das sementes cruas de abóboras é em média de 56,54% (NAVES 
et al., 2010), a redução de umidade das sementes de abóbora foi de 70,87%. 
 
4.2 ENSAIO 2 
 
4.2.1 MEDIÇÃO DA IRRADIAÇÃO SOLAR 
 
No segundo ensaio, a irradiação solar global teve pico máximo de 1206 W/m² às 11:00 horas. Nesse dia, o céu estava 
sem nuvens e não apresentou variações buscas nas medições da irradiação solar. Durante a secagem a média de irradiação 
incidente foi de 983 W/m². O menor valor de irradiação registrado foi de 627 W/m² às 14:15h. O comportamento da 
irradiação solar registrado durante o ensaio 2 é mostrado na figura 11. 
 
Figura 11- Monitoramento da irradiação solar durante ensaio 2. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
4.2.2 MEDIÇÕES DE TEMPERATURA 
 
No segundo dia de ensaio as temperaturas alcançadas no secador solar foram maiores em relação as temperaturas do 
ensaio 1. Após uma hora de teste as temperaturas nas laterais do secador já estavam em torno dos 50 0C e apresentaram 
tendência de aumentar, chegando ao máximo de 62,7 0C na lateral esquerda do secador às 12:00h. A Figura 12 mostra os 
gráficos de temperaturas alcançadas laterais do secador durante o ensaio 2. 
Em relação as temperaturas de entrada e saída do secador solar foi verificado o incrementomédio de 9,5 0C e máximo 
de 15,3 0C. No segundo dia de ensaio, além das temperaturas de entrada, saída e lateral do secador foi monitorado as 
temperaturas do fundo do secador, mostrado na Figura 13. 
Às 14:30h, horário considerado final da secagem, as temperaturas alcanças no secador solar estavam diminuindo, 
pela diminuição da radiação solar, mas apesar desse decremento as temperaturas ainda estavam mais elevadas em relação 
a temperatura máxima do ensaio 1. 
 
 
 
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
09
:1
5
09
:3
0
09
:4
5
10
:0
0
10
:1
5
10
:3
0
11
:0
0
11
:1
5
11
:3
0
11
:4
5
12
:0
0
12
:1
5
12
:3
0
12
:4
5
13
:0
0
13
:1
5
13
:3
0
13
:4
5
14
:0
0
14
:1
5
14
:3
0
Ensaio 2
Irradiação solar (W/m²)
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
Figura 12- Monitoramento de temperatura na lateral do secador. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Figura13- Monitoramento de temperatura de entrada, saída do secador e fundo do secador. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
4.2.3 REDUÇÃO DE MASSA 
 
No segundo ensaio de secagem a redução de massa está mostrada na tabela 2. As sementes de abóbora e de maracujá 
foram dispostas no secador solar passivo integral por 5 horas e 30 minutos e a perda de massa foi calculada pela redução 
do peso das amostras. 
 
Tabela 2 - Redução de massa das sementes 
SEMENTES ABÓBORA SEMENTES MARACUJÁ 
MASSA INICIAL 237,00 g 167,00 g 
MASSA FINAL 137,00 g 87,00 g 
REDUÇÃO DE MASSA 100,0 g 80,00 g 
% DE REDUÇÃO MASSA 42,19 % 47,90 % 
 
 
Foi calculado a perda de umidade das sementes de abóboras. E verificado que no ensaio 2 houve a redução de 74,63% 
da umidade das sementes. A Figura 14, mostra as sementes de abóbora e as sementes de maracujá após o final do segundo 
teste de secagem. 
 
Figura 14 – Sementes de abóbora e maracujá após processo de desidratação. 
 
 
Fonte: Autor, 2021. 
 
4.3 PRODUÇÃO DAS FARINHA E FARELOS 
 
Para produção da farinha da semente de abóbora, foi realizada a torrefação após a secagem solar. A torrefação foi 
realizada para diminuir ou eliminar as substâncias antinutricionais presente na semente, conforme exposto na revisão 
bibliográfica. Após isso, as sementes foram trituradas em processador e peneiradas. A figura 15 mostra a farinha da 
semente de abóbora. 
 
Figura 15- Farinha da semente de abóbora. 
 
 
Fonte: Autor, 2021. 
 
MELO, K. J. M.; SOUZA, L. G. M. 
Secagem de Sementes em Secador Solar para Produção de Farinhas 
 
Para a produção do farelo da semente de maracujá, as sementes foram trituradas após a secagem solar. E para 
produção da farinha das sementes do maracujá as sementes foram trituradas e peneiradas. 
 
Figura 16- Farinha e farelo da semente de maracujá. 
 
 
Fonte: Autor, 2021. 
 
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 
 
Em acordo com os objetivos da pesquisa as conclusões e sugestões para futuros trabalhos utilizando secadores solares 
foram apresentadas abaixo: 
 
1. O secador demonstrou-se viável para promover a secagem das sementes de abóboras e das sementes de maracujá; 
2. Os produtos obtidos apresentaram apreciáveis sabor, odor e estética; 
3. As farinhas de abóboras produzidas podem ser opção de ingrediente, em substituição parcial as farinhas 
convencionalmente utilizadas; 
4. Os farelos e farinhas de maracujá podem ser opção para produção de óleos e cosméticos; 
5. O secador solar utilizado na pesquisa apresentou operação bastante simples; 
6. O secador solar passivo integral utilizado na pesquisa emprega fontes totalmente renováveis de energia e tem 
baixo custo; 
7. O secador solar conseguiu realizar a desidratação das sementes selecionadas em 05 horas e 30 minutos em um 
único dia de secagem em boas condições solarimétricas; 
8. Realizar secagens de outras sementes, como: sementes de melancia ou mamão. 
9. Realizar estudo da utilização da secagem solar como uma opção de geração de emprego, gerando renda para 
pessoas carentes. 
 
6. REFERÊNCIAS 
 
ANJOS, C. N. DOS et al. Desenvolvimento E Aceitação De Pães Sem Glúten Com Farinhas De Resíduos De Abóbora 
(Cucurbita Moschata). Arquivos de Ciências da Saúde, v. 24, n. 4, p. 58, 2017. 
BRASIL, F. I. A desidratação na conservação dos alimentos. Food Ingredients Brasil, p. 68–75, 2016. 
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Fome, Obesidade, Desperdício. Não alimente este problema. 
Revista CFN, v. 34, p. 1–23, 2011. 
FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V. J. Maracujá: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: [s.n.]. 
FERRARI, R. A.; COLUSSI, F.; AYUB, R. A. Caracterização de subprodutos da industrialização do maracujá-
aproveitamento das sementes. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 26, n. 1, p. 101–102, 2004. 
MACHADO, A. V. et al. Avaliação De Um Secador Solar Sob Convecção Forçada. Revista Verde de Agroecologia e 
desenvolvimento Sustentável, v. 6, n. 1, p. 1–7, 2011. 
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NAVES, L. D. P. et al. Nutrientes e propriedades funcionais em sementes de abóbora (Cucurbita maxima) submetidas a 
diferentes processamentos Nutrients and functional properties in pumpkin seed (Cucurbita maxima) submitted to 
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Universidade Federal Do Rio Grande do Norte, 2018. 
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agrícolas. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2011. 
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Secador Solar Misto de Ventilação Natural. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2015. 
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Melo, Kelly Jacqueline Moura de.
 Segagem de sementes em secador solar para produção de
farinhas e farelos / Kelly Jacqueline Moura de Melo. - 2021.
 13f.: il.
 Artigo Científico (Graduação) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Engenharia Mecânica,
Natal, 2021.
 Orientador: Dr. Luis Guilherme Meira de Souza.
 1. Secagem solar - Artigo Científico. 2. Sementes - Artigo
Científico. 3. Abóbora - Artigo Científico. 4. Maracujá - Artigo
Científico. I. Souza, Luis Guilherme Meira de. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 621
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Elaborado por RAIMUNDO MUNIZ DE OLIVEIRA - CRB-15/429
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
Natal, 13 de setembro de 2021. 
Ao(s) décimo terceiro dia(s) do mês de setembro do ano de dois mil e vinte e um, 
às quinze horas e trinta minutos, por videoconferência,instalou-se a banca 
examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso do(a) aluno(a) KELLY 
JACQUELINE MOURA DE MELO, matrícula 20200149990, do curso de Engenharia 
Mecânica. A banca examinadora foi composta pelos seguintes membros: LUIZ 
GUILHERME MEIRA DE SOUZA, orientador; JOSENILTON DOS SANTOS LOPES, 
examinador interno; RAIMUNDO VICENTE PEREIRA NETO, examinador interno. 
Deu-se início à abertura dos trabalhos pelo(a) LUIZ GUILHERME MEIRA DE SOUZA, 
que após apresentar os membros da banca examinadora, solicitou a (o) candidato (a) 
que iniciasse a apresentação do trabalho de conclusão de curso, intitulado 
“SECAGEM DE SEMENTES EM SECADOR SOLAR PARA PRODUÇÃO DE 
FARINHAS E FARELOS”, marcando um tempo de trinta minutos para a 
apresentação. Concluída a exposição, LUIZ GUILHERME MEIRA DE SOUZA, 
orientador, passou a palavra aos examinadores para arguirem o(a) candidato(a); após 
o que fez suas considerações sobre o trabalho em julgamento; tendo sido 
APROVADO, o(a) candidato(a), conforme as normas vigentes na Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. A versão final do trabalho deverá ser entregue à 
Coordenação do Curso de Engenharia Mecânica, no prazo de 7 dias; contendo as 
modificações sugeridas pela banca examinadora e constante na folha de correção 
anexa. Conforme o que rege o Projeto Político Pedagógico do Curso de Engenharia 
Mecânica da UFRN, o(a) candidato(a) não será aprovado(a) se não cumprir as 
exigências acima. 
 
________________________________________ 
LUIZ GUILHERME MEIRA DE SOUZA 
Orientador 
 
________________________________________ 
JOSENILTON DOS SANTOS LOPES 
Examinador interno 
 
________________________________________ 
RAIMUNDO VICENTE PEREIRA NETO 
Examinador interno

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