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Sifilis-book-posRT-31-01-23

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SÍFILIS
RESPOSTA A PARTIR DE ABORDAGENS
POR MÚLTIPLAS DIMENSÕES 
Organizadores
Ricardo Valentim
Juciano Lacerda
Karilany Coutinho
Aline Pinho Dias
Carlos Alberto
Carmem Rêgo 
Angelica Espinosa
Gerson Pereira 
Janaína Rodrigues
Natal,RN 
2023
SÍFILIS
RESPOSTA A PARTIR DE ABORDAGENS
POR MÚLTIPLAS DIMENSÕES 
Secretária de Educação a distância
Maria Carmem Freire Diógenes Rego
Secretária Adjunta de Educação a 
Distância
Ione Rodrigues Diniz Moraes
Coordenadora de Produção de Materiais 
Didáticos
Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo
Coordenadora Editorial
Maurício Oliveira Jr.
Gestão do Fluxo de Revisão
Edineide Marques
Gestão do Fluxo de Editoração
Maurício Oliveira Jr.
Conselho Técnico-Científico – SEDIS
Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo – SEDIS 
(Presidente)
Aline de Pinho Dias – SEDIS
André Morais Gurgel – CCSA
Antônio de Pádua dos Santos – CS
Célia Maria de Araújo – SEDIS
Eugênia Maria Dantas – CCHLA
Ione Rodrigues Diniz Morais – SEDIS
Reitor
José Daniel Diniz
Vice-reitor
Henio Ferreira de Miranda
Diretoria Administrativa da EDUFRN
Maria da Penha Casado Alves (Diretora)
Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto)
Bruno Francisco Xavier (Secretário)
Isabel Dillmann Nunes – IMD
Ivan Max Freire de Lacerda – EAJ
Jefferson Fernandes Alves – SEDIS
José Querginaldo Bezerra – CCET
Lilian Giotto Zaros – CB
Marcos Aurélio Felipe – SEDIS
Maria Cristina Leandro de Paiva – CE
Maria da Penha Casado Alves – SEDIS
Nedja Suely Fernandes – CCET
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim – SEDIS
Sulemi Fabiano Campos – CCHLA
Wicliffe de Andrade Costa – CCHLA
Revisão Linguístico-textual
Emanuelle Diniz
Revisão de ABNT
Edineide da Silva Marques
Revisão Tipográfica
Flávia Jácome Gonçalves
Diagramação, Capa e Projeto gráfico
Lucas Almeida Mendonça
Conselho Editorial
Maria da Penha Casado Alves (Presidente)
Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária)
Adriana Rosa Carvalho
Alexandro Teixeira Gomes
Elaine Cristina Gavioli
Everton Rodrigues Barbosa
Fabrício Germano Alves
Francisco Wildson Confessor
Gilberto Corso
Gleydson Pinheiro Albano
Gustavo Zampier dos Santos Lima
Izabel Souza do Nascimento
Josenildo Soares Bezerra
Ligia Rejane Siqueira Garcia
Lucélio Dantas de Aquino
Marcelo de Sousa da Silva
Márcia Maria de Cruz Castro
Márcio Dias Pereira
Martin Pablo Cammarota
Nereida Soares Martins
Roberval Edson Pinheiro de Lima
Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Tercia Maria Souza de Moura Marques
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação da publicação na fonte 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Secretaria de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
Elaborada por Edineide da Silva Marques CRB-15/488. 
 
Sífilis : resposta a partir de abordagens por múltiplas dimensões [recurso 
eletrônico] / organizado por Janaína Rodrigues, Gerson Pereira, 
Angelica Espinosa, Carmem Rêgo, Carlos Alberto, Aline Pinho Dias, 
Karilany Coutinho, Juciano Lacerda e Ricardo Valentim. – 1. ed. – 
Natal: SEDIS-UFRN, 2023. 
15536 KB; 1 PDF 
 
ISBN nº 978-65-5569-289-1 
 
1. Sífilis. 2. Sífilis – Atenção Básica. 3. Sífilis – Tratamento. 4. Sífilis – 
Experiências. I. Janaína Rodrigues. II. Periera, Gerson. III. Espinosa, 
Angelica. IV. Rêgo, Carmem. V. Alberto, Carlos. VI. Dias, Aline Pinho. 
VII. Coutinho, Karilany. VIII. Lacerda, Juciano. IX. Valentim, Ricardo. 
 
CDU 616-002.6 
S573 
Apresentação ....................................................... 10
Lavínia Uchoa Azevedo de Araújo
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim
Capítulo 1 ............................................................. 14
Cooperação Técnica Internacional em Saúde 
no Âmbito do Projeto “Sífilis Não”
Isabele Magaldi Almeida de Freitas
Thaisa Santos Lima
Mario Orestes Aguirre González
Carlos Alberto Pereira de Oliveira
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim
Karilany Dantas Coutinho
Aline de Pinho Dias
Sara Marisa de Graça Dias do Carmo Trindade
José António Moreira
Joaquim Luís Medeiros Alcoforado
Carla Padrel de Oliveira
José Antonio Jimenez de las Heras 
Lucía Sanjuan Nuñez 
Juciano de Sousa Lacerda
Nicolás Lorite-García
Daniele Montenegro da Silva Barros
Agnaldo Souza Cruz
Maria Carmem Freire Diogenes Rego
Maria Cristina Abrão Nachif
Jorgenrique de Azevedo Tinoco
Carla de Carvalho Araújo Lima
Natalia Araújo do Nascimento Batista
Vivekanandan Kumar
Rafael Pinto
Philippi Sedir Grilo de Morais
Rodrigo Dantas da Silva
Azim Roussanaly
Anne Boyer
Sumário
Capítulo 2 ............................................................. 59
Utilização de Mediação Tecnológica na Formação 
Humana de Pessoas Privadas de Liberdade
Janaína L. R. da S. Valentim
Sara Dias-Trindade
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
José António Marques Moreira
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim
Karilany Dantas Coutinho
Maíra Luciano Sidrim
Capítulo 3 ............................................................. 80
Qualidade Pedagógica e Inovação 
na Produção de Recursos Educacionais Mediados 
por Tecnologia para Enfrentamento à Sífilis
Aline de Pinho Dias
Luís Alcoforado 
Kaline Sampaio de Araújo 
Maurício Oliveira Júnior 
Vera Lúcia Kodjaoglanian 
Capítulo 4 ............................................................110
Formação de Gestantes no Pré-natal 
para Enfrentamento à Sífilis e Demais IST: 
O uso de ferramenta educacional 
mediada por tecnologia
Andressa Cristina de Lacerda Oliveira
Lina Morgado
Josiane Araújo da Cunha
Aline de Pinho Dias
Capítulo 5 ............................................................131
A População Jovem e as Infecções 
Sexualmente Transmissíveis: 
O papel da educação na transformação do 
comportamento juvenil frente à sífilis
Cristina Pereira Vieira
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
Maria Valéria Pareja Credidio Freire Alves
Capítulo 6 ............................................................169
Desafios e Potencialidades da Educomunicação 
como Estratégia no Enfrentamento à Sífilis 
Marilyn Anderson Alves Bonfim
Janaína Luana Rodrigues da Silva Valentim
Sara Marisa da Graça Dias do Carmo Trindade
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
José Antônio Marques Moreira
Karilany Dantas Coutinho
Aline de Pinho Dias
Capítulo 7 ........................................................... 180
Desafios e Perspectivas para a Educação 
em Saúde Sexual de Adolescentes e Jovens 
no Enfrentamento à Sífilis e Outras IST
Laísi Catharina da Silva Barbalho Braz
Aliete Cristina Gomes Dias Pedrosa da Cunha Oliveira
Pedro Urbano
Arthur Barbalho Braz
Aline de Pinho Dias
Capítulo 8 ............................................................197
Olhares Interdisciplinares Sobre a Sífilis: 
Diálogos a Partir das Ciências 
Humanas e Sociais em Saúde
Lucía Sanjuán Núñez
Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
Ana Gretel Echazú Böschemeier
Maria Valéria Credidio Freire Alves
Capítulo 9 ............................................................232
O Tratamento da Sífilis na Mídia da Espanha e do Brasil: 
Uma Análise das Campanhas (2010-2021)
Ana Cláudia Costa de Araújo
Maria del Mar Marcos Molano
Juciano de Sousa Lacerda
Almudena Muñoz Gallego
Capítulo 10 ..........................................................252
Análise Qualitativa Audiovisual de Uma Websérie 
Sobre Prevenção da Sífilis no Brasil 
Análisis Cualitativo Audiovisual de Una Webserie 
Sobre Prevención de la Sífilis en Brasil
Juciano de Sousa Lacerda
Nicolás Lorite García
Lucía Sanjuan Nuñez
José Antonio Jiménez de las Heras
Maurício Oliveira Jr.
Kaline Sampaio
Lilian Carla Muneiro
Capítulo 11 ..........................................................297
Perspectivas Comunicacional, (Inter)Cultural 
e Educacional e Competências na Promoção 
da Saúde Sexual e na Prevenção da Sífilis 
e outras IST em Contextos Interculturais
Natália Ramos
Juciano de Sousa Lacerda
Suelayne Cris Medeiros de Sousa
Anderson Augusto Silva de Almeida
Capítulo 12 ..........................................................322
Divulgação Científica e Informação em Saúde 
para Regiões Fronteiriças: O Enfrentamento à Sífilis 
na Tríplice Fronteira Brasil/Paraguai/Argentina
ArthurBarbalho Braz
Bárbara Maria Granês Gonçalves Bäckström
Lilian Carla Muneiro
Laísi Catharina da Silva Barbalho Braz
Suelayne Cris Medeiros de Sousa
Jordana Maria Vieira Soares
Palavras Não Tão Finais Assim... ......................... 348
Apresentação 
Os textos que o leitor tem em mãos foram elaborados por pesqui-
sadores do Projeto “Sífilis Não” que, ao refletirem sobre suas 
participações, perceberam a necessidade de contar algumas de 
suas experiências por meio de um ENSAIO. Com toda a certeza, 
artigos em periódicos e relatórios técnicos não dariam conta de 
externar o desejo do grupo que se via diante do que executaram 
e do que vislumbram. 
Nesse processo, os editores e os autores esforçaram-se para 
compartilhar feitos e sonhos com uma ampla gama de leitores não 
somente da área da saúde mas também aqueles interessados em 
saber sobre saúde pública. Ressalte-se que, para nós, esse pode 
ser considerado o pano de fundo de nossas ações, sendo capaz de 
impactar nosso tempo e o das futuras gerações. Trata-se, em verda-
de, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do 
Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) e do Núcleo 
de Estudos em Saúde Coletiva (Nesc) aproximando, alimentando e 
fortalecendo vínculos entre a universidade e a sociedade. 
A Análise da Situação de Saúde demonstra a amplitude 
do projeto, produtos elaborados, desafios e proposições rumo à 
superação. Ações de testagem – tão importantes e urgentes – são 
apresentadas para que o leitor conheça os desafios de uma ação 
que pode parecer simples, mas que demanda decisão, planeja-
mento e organização para sua adequada execução. Neste e-book, 
a urgência dos resultados dos testes para início do tratamento 
e o levantamento de dados para dimensionarmos a doença, a 
redução das subnotificações e a qualificação das informações do 
sistema de notificações estão sublinhados. 
Nesta obra, Ensaios, falamos do comunicar, do externar, 
trazendo informações de qualidade que são basilares para ações 
de educomunicação. Acreditamos que agir para o enfrentamento 
da doença e compartilhar o conhecimento que produzimos seja o 
caminho para conseguirmos esclarecer as pessoas em relação à 
sífilis, romper tabus e estigmas e nos envolver em uma constante 
prática de educação em saúde. Para isso, o projeto envolveu todas 
as mídias disponíveis para formar uma ecologia comunicativa do 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
O Apoio Institucional no SUS, sempre relevante, foi um dos 
pilares das ações de saúde coletiva nos três primeiros anos do 
Projeto “Sífilis Não”, que contou com uma rede de apoiadores 
(pesquisadores de campo) nos territórios, em movimentos junto 
aos gestores e trabalhadores do SUS para fortalecer ações de 
vigilância; de gestão e de governança; de cuidado integral; e da 
pesquisa-ação. Ademais, dificuldades encontradas, intensificadas 
pela pandemia de covid-19, e lições aprendidas foram registradas 
nestes Ensaios.
O leitor irá conhecer ainda o caminho percorrido para cons-
truir um modelo de sistematização das pesquisas que adviriam do 
Projeto “Sífilis Não”. A esse respeito, destacam-se: a construção 
de um termo de referência; a definição de estratégia de trabalho; 
a articulação com o apoio institucional nos territórios; e o mode-
lo de gestão e de acompanhamento das pesquisas relatado pelos 
autores que evidenciam o cuidado com que esse tema foi tratado 
pelo projeto. Destacam-se também os muitos desafios enfrentados.
Ao final, fomos presenteados com uma reflexão sobre 
a gestão de casos em sífilis, que expõe os desafios postos pela 
fragmentação do cuidado no SUS e aponta para a necessidade 
estratégica de uma revisão dos processos de trabalho no âmbito 
da gestão, da atenção primária e da vigilância em saúde para o 
11
Apresentação
enfrentamento da epidemia de sífilis no Brasil. Tais desafios são 
ampliados pelo frágil modelo de notificação da sífilis, que inter-
fere e obscurece a realidade da epidemia no país. 
O Projeto “Sífilis Não” representa um marco importante do 
Brasil no enfrentamento a uma doença durante muito tempo negli-
genciada. Por pelo menos duas décadas, a sífilis registrou aumento 
sucessivo de casos, aspecto que mudou depois que o Brasil decla-
rou uma epidemia de sífilis em 2016. Nesse contexto, podemos 
considerar o ano de 2018 como simbólico para a saúde pública no 
enfrentamento à sífilis quando foi iniciado este projeto que é resul-
tado de uma pactuação interfederativa a ser executado por meio 
de uma cooperação técnica e científica entre a UFRN, o Ministério 
da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). 
Trata-se de um projeto complexo e de grandes dimensões. 
A partir dos primeiros anos, o projeto conseguiu atuar como ferra-
menta de indução de política pública no combate à sífilis, contri-
buindo de forma importante para mudar a tendência de aumento 
de casos de sífilis no Brasil, promovendo, para tanto, diversas ações 
e articulações em nível nacional, estadual e municipal. Por fim, 
um dos mais importantes resultados do Projeto “Sífilis Não” foi, 
certamente, ter contribuído para que o tema sífilis passasse a estar 
presente na agenda pública de saúde brasileira. Devemos reconhe-
cer que parte desse resultado deve-se ao trabalho dos apoiadores.
Para o Nesc, a oportunidade de disponibilizar sua expertise 
em pesquisas no campo da Saúde Coletiva, especialmente com a 
finalidade de contribuir para mudanças nos processos de gestão e 
de atenção para a redução do impacto da sífilis sobre a saúde da 
população, proporcionou, a um só tempo, a possibilidade de apro-
fundar conhecimentos sobre tema de grande relevância e ampliar 
a convicção da necessidade de fortalecimento do SUS como polí-
tica pública fundamental para a superação das desigualdades 
12
Apresentação
sociais no nosso país. Estes Ensaios são, portanto, ao nosso ver, 
mais uma trilha lançada na construção desse caminho.
Lavínia Uchoa Azevedo de Araújo
Coordenadora do Nesc/UFRN
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim
Coordenador Geral 
do Projeto “Sífilis Não”
Diretor Executivo do 
Lais/Huol/UFRN
13
Apresentação
Capítulo 1
Cooperação Técnica Internacional 
em Saúde no Âmbito do Projeto “Sífilis Não” 
Isabele Magaldi Almeida de Freitas 1, 
Thaisa Santos Lima1, 3 
Mario Orestes Aguirre González 7
Carlos Alberto Pereira de Oliveira 1, 2 
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim 1, 7
Karilany Dantas Coutinho 1, 7
Aline de Pinho Dias 1, 7
Sara Marisa de Graça Dias do Carmo Trindade 4
José António Moreira 4
Joaquim Luís Medeiros Alcoforado 4 
Carla Padrel de Oliveira 12
José Antonio Jimenez de las Heras 8 
Lucía Sanjuan Nuñez 9 
Juciano de Sousa Lacerda 1, 10
Nicolás Lorite-García 10
Daniele Montenegro da Silva Barros 1 
Agnaldo Souza Cruz 1 
Maria Carmem Freire Diogenes Rego1, 7
Maria Cristina Abrão Nachif 1
Jorgenrique de Azevedo Tinoco 1
Carla de Carvalho Araújo Lima 1
Natalia Araújo do Nascimento Batista 1, 7 
Vivekanandan Kumar 5
Rafael Pinto 1,6
15
Capítulo 1
Philippi Sedir Grilo de Morais 1 
Rodrigo Dantas da Silva1 
Azim Roussanaly 13,14
Anne Boyer 13,14
1Laboratório de Inovação 
Tecnológica em Saúde da 
Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. 
2Instituto Multidisciplinar 
de Formação Humana com 
Tecnologias da Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro
3 Senado Federal, Brasil
4 CEIS20 Centro de Estudos 
Interdisciplinares do Século XX 
da Universidade de Coimbra 
5 Athabasca University, 
Athabasca, Canadá
6 Coordenação de Sistemas de 
Informação, Instituto Federal do 
Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
7 Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, Brasil
8 CAI-CREAV, Centro de Apoyo 
a la Investigación de Creación 
de Contenidos Audiovisuales 
y Digitales para la Docencia e 
Investigación da Universidade 
Complutense de Madri.
16
Capítulo 1
9 GRAFO, Grup de Recerca en 
Antropologia Fonamental i 
Orientada da Universidade 
Autônoma de Barcelona.
10 PPgEM, Programa de Pós-
Graduação em Estudos da 
Mídia da UniversidadeFederal 
do Rio Grande do Norte.
11 MIGRACOM, Observatorio 
y grupo de investigación 
sobre inmigración y comu-
nicación da Universidade 
Autônoma de Barcelona.
12 Universidade Aberta de Portugal
13 LORIA - laboratoire lorrain 
de recherche en informati-
que et ses applications
14 Université de Lorraine
1. Introdução
A Cooperação Internacional é um instrumento relevante para o 
fortalecimento e o desenvolvimento da capacidade dos países nas 
mais diversas áreas, entre elas, a saúde. Mediante a transferência 
e o compartilhamento de conhecimentos, experiências e tecnolo-
gias, os sistemas de saúde dos países são fortalecidos e os desa-
fios de desenvolvimento são superados (PAN AMERICAN HEALTH 
ORGANIZATION, 2013, 2010).
No contexto do compromisso assumido pelos 193 Estados-
Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) com os 
17
Capítulo 1
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos 
pela Agenda 2030, a Cooperação Internacional mostra-se uma 
estratégia ainda mais valiosa para o alcance das metas em nível 
nacional e mundial (PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 
2010; UN, 2015). Um dos resultados esperados dessa Agenda é 
a melhoria da saúde global. Para tanto, é necessário um esforço 
conjunto dos estados e dos demais atores de toda a sociedade 
para que ações coordenadas de cooperação possam incidir sobre 
os fatores determinantes da saúde (HADJIKAKOU et al., 2019; 
PRADYUMNA, 2018). Nesse sentido, é primordial acompanhar e 
avaliar o desempenho dessas ações, sejam elas em nível nacional 
ou internacional, para que estejam alinhadas com os objetivos 
pretendidos com a cooperação. 
Nesse processo, ainda é evidente a deficiência de estu-
dos acerca de indicadores de desempenho para a avaliação das 
cooperações técnicas estabelecidas entre instituições e organismos 
internacionais, uma vez que apenas o monitoramento dos recursos 
financeiros investidos em um projeto de cooperação técnica inter-
nacional não é o suficiente para identificar os impactos sociais das 
ações e as direcionar para a indução das políticas públicas (LIMA, 
2011). É fundamental ter em mente que aprender o que funciona 
e identificar o porquê disso são pontos cruciais da avaliação da 
cooperação internacional (UITTO, 2014). Nessa perspectiva, um 
framework para avaliação deve contemplar em seu escopo tanto os 
fatores técnicos intrínsecos da cooperação como os fatores políticos 
relacionados às parcerias (BRONIATOWSKI et al., 2008).
Nesse contexto, este estudo tem como objetivo propor 
um sistema de medição de desempenho para melhorar a efeti-
vidade dos acordos de cooperação técnica internacional. Esta 
pesquisa utilizou como caso de estudo o Projeto “Sífilis Não!” do 
Ministério da Saúde brasileiro. Esse projeto é operacionalizado 
18
Capítulo 1
pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ainda que 
seja uma proposta nacional executada no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS), esse projeto contempla, para além das 
ações de cooperação técnica interfederativas, uma gama de ações 
internacionais voltadas para o alcance do objetivo geral do proje-
to, que é a redução dos casos de sífilis no Brasil.
Este capítulo está dividido em cinco seções: a primeira trata da 
introdução, contendo a contextualização da temática, a justificativa 
e o objeto do estudo. Na seção seguinte, é apresentado o método da 
pesquisa, contemplando as etapas cumpridas até a proposta final do 
framework para medição de desempenho de acordos de cooperação 
técnica internacional. A terceira seção apresenta os resultados do 
estudo e a descrição dos elementos do framework que compõem o 
sistema de medição de desempenho para os acordos de cooperação 
técnica internacional. Por fim, na última seção, são feitas as conside-
rações finais, com conclusão da pesquisa e recomendações.
1.1. Pesquisa no contexto
Globalmente, a cooperação técnica internacional tem acon-
tecido nas mais diversas áreas. No entanto, o modo de controle 
dessas ações, a partir de instrumentos padronizados de medição 
de desempenho para cooperações internacionais em saúde, não 
tem sido difundido na literatura.
Buscamos, no Portal de Periódicos da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível (Capes), estudos publicados 
desde o início do banco de dados até 16 de maio de 2021, sem 
restrição de idiomas. Foram utilizados na busca os descritores 
“International Cooperation” ou “International Technical Cooperation 
19
Capítulo 1
in Health” e “Performance measurement system”, “International 
Cooperation in Health” e “Performance measurement system”, 
“International Cooperation in Health” e “evaluation” e “International 
Cooperation in Health” e “measurement”. Como resultado, 21 estu-
dos foram encontrados com essa combinação específica. 
Estudos anteriores desenvolveram sistemas de medição de 
desempenho específicos com o intuito de apresentar uma estrutura 
que pode ser usada como base para um sistema de medição de 
desempenho em redes de ajuda humanitária e programas globais, 
este último estabelecido pelo Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola 
Internacional (CGIAR) (BEAMON; BALCIK, 2008; ISKANDARANI; 
REIFSCHNEIDER, 2008). Outro estudo focou no potencial e nas 
limitações da implementação do Balanced Scorecard, sistema de 
medição amplamente difundido, principalmente no meio corpo-
rativo, nos níveis municipais e federais da administração pública 
(PŮČEK; ŠPAČEK, 2014). Nessa mesma linha, outro artigo relata os 
principais desafios e entraves para a cooperação técnica internacio-
nal em saúde estabelecida entre o Brasil e Moçambique (PEREIRA, 
2017). No entanto, nenhum estudo encontrado em nossa busca 
forneceu resultados voltados para a medição de desempenho da 
cooperação internacional em saúde, mostrando uma lacuna. Por 
isso, este estudo visa contribuir com uma proposta de um sistema 
de medição de desempenho a partir de uma perspectiva múltipla 
e inter-relacionada (NEELY; GREGORY; PLATTS, 1995).
1.2. Valor agregado deste estudo
Após pesquisas nas bases científicas, consideramos que 
este é o primeiro estudo a desenvolver um framework para 
medição de desempenho aplicada para cooperação técnica 
20
Capítulo 1
internacional em saúde. Além disso, este estudo é pioneiro na 
análise das cooperações técnicas internacionais a partir da imple-
mentação de um sistema de medição de desempenho inédito, 
em um projeto nacional que contempla em seu escopo a coope-
ração internacional. O desenho do sistema de medição propos-
to contempla os aspectos-chave para o sucesso da cooperação 
técnica internacional, como demonstraremos adiante.
1.3. Implicações de todas as evidências disponíveis
Descobrimos que, ao utilizar um sistema de medição de 
desempenho (SMD) para a cooperação técnica internacional em 
saúde, é possível ter um maior controle sobre o andamento das 
ações buscando identificar se elas estão apontando para os resul-
tados pretendidos e contribuindo para as metas da cooperação 
internacional estabelecidas entre as partes. Quando implementa-
do em diferentes instituições ou projetos, é possível comparar o 
recurso investido com os resultados alcançados até determinada 
etapa de execução e verificar em que é necessário alocar mais 
recursos ou até mesmo reduzir investimentos. A implementação 
do SMD no Projeto “Sífilis Não!” mostrou que a cooperação técni-
ca internacional tem contribuído com pesquisas e produtos volta-
dos para a indução da política pública, formação de pesquisadores 
e profissionais da saúde, disseminado o conhecimento e levado a 
pauta da sífilis para os países cooperantes. Quando comparado 
aos benefícios e produtos esperados em termos de contribuição 
socioeconômica, o valor investido torna-se ínfimo, demonstrando 
que a cooperação técnica internacional pode ser uma ferramenta 
muito eficaz no enfrentamento de desafios globais. 
21
Capítulo 1
2. Métodos
2.1. Visão geral do procedimento de pesquisa
A pesquisa buscou responder àseguinte questão de pesqui-
sa: Quais seriam os indicadores mais adequados para medir o 
desempenho da Cooperação Técnica Internacional?”. Esta pesqui-
sa pode ser caracterizada quanto à sua natureza de aplicada 
(DEMO, 1985), abordagem qualitativa-quantitativa (CRESWELL, 
2008) com procedimento metodológico no estudo de caso (VOSS; 
TSIKRIKTSIS; FROHLICH, 2002; Yin, 2012, 2015).
O procedimento da pesquisa contemplou três etapas, 
quais sejam: a pesquisa teórica, a pesquisa de campo e, por fim, 
a validação e proposta do sistema de medição de desempenho. 
Observar esse procedimento na Figura 1.
Figura 1 - Procedimento da pesquisa.
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
22
Capítulo 1
A etapa 1 contemplou a pesquisa teórica, com o propósito 
de alcançar uma compreensão mais ampla da temática e do obje-
to de pesquisa. Os conteúdos verificados e estudados foram oriun-
dos de livros, artigos científicos, teses, dissertações, documentos 
oficiais de governo, conteúdos disponíveis em meios eletrônicos, 
manuais da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), relatórios 
técnicos da Organização Pan Americana da Saúde (Opas), docu-
mentos provenientes da governança do Projeto “Sífilis Não!” e 
dos acordos de cooperação firmados pela UFRN e operaciona-
lizados pelo Lais. Os assuntos contemplados nessa fase foram: 
Cooperação Técnica Internacional, Cooperação Técnica em Saúde, 
sistema de medição de desempenho e indicadores focados em 
projetos. Todo o conteúdo examinado na etapa de elaboração da 
fundamentação teórica foi utilizado para a construção do conhe-
cimento na área de pesquisa e elaboração do framework apre-
sentado na seção de resultados. 
A etapa 2 consistiu na pesquisa de campo, sendo desenvol-
vido um protocolo de entrevista. Concomitante a essa fase, foram 
convidadas, por e-mail, para participar das entrevistas pessoas 
identificadas como estratégicas na tomada de decisões no âmbito 
do Projeto “Sífilis Não!” e/ou com expertise na área de coopera-
ções internacionais. Após o aceite, foi aplicado um questionário. 
O questionário teve o objetivo de reunir informações de necessi-
dades de indicadores de desempenho no âmbito da execução do 
projeto e seguido determinado procedimento, a saber:
1. Informar ao entrevistado o objetivo da pesquisa;
2. Apresentar informações macro do Projeto “Sífilis Não!”;
3. Apresentar o sistema de medição de desempenho (SMD) 
conceitual;
23
Capítulo 1
4. Permitir que o entrevistado analise as dimensões/pers-
pectivas do SMD apresentado e faça suas observações. Caso 
necessário, dar exemplo de tipos de análises possíveis;
5. Apresentar o que é um indicador de desempenho e qual 
a sua finalidade;
6. Identificar quais indicadores o entrevistado considera que 
devem ser contemplados no sistema de medição do desem-
penho. Solicitar sugestão de outros indicadores;
7. Encerrar.
2.2. Estrutura do modelo, parametrização e premissas
Utilizamos no framework um modelo de causa e efeito, 
adaptado do Balanced Scorecard criado por Kaplan e Norton 
(1992). Os indicadores do framework foram obtidos na litera-
tura, por meio de documentos oficiais de governo, conteúdos 
disponíveis em meios eletrônicos, manuais da Agência Brasileira 
de Cooperação (ABC), relatórios técnicos da Organização 
Pan-Americana da Saúde (Opas), documentos provenientes da 
governança do Projeto “Sífilis Não!”, tais como acordos e planos 
de trabalho firmados entre a UFRN e instituições internacionais 
de ensino e pesquisa e opinião dos entrevistados. 
A construção de dados da pesquisa considerou o perío-
do de 2018 a dezembro de 2020. Durante o levantamento do 
número de participantes em eventos científicos produzido pelo 
Projeto “Sífilis Não!”, foi considerado o número de assinaturas 
coletadas nas listas de presenças no dia do evento. Para os que 
tiveram acesso aos eventos virtualmente, foram considerados o 
número de visualizações dos vídeos do evento disponibilizados no 
24
Capítulo 1
YouTube e o número de inscritos em cursos do Ambiente Virtual 
de Aprendizagem do SUS (Avasus), material produzido a partir do 
evento. Esses números representam a realidade do dia da coleta 
de dados, podendo ser aumentados no futuro. Os indicadores da 
dimensão recurso incluíram os valores investidos em pagamen-
tos de taxas e anuidades de cursos de pós-graduação, passagens 
aéreas, diárias e ajuda de custo. 
2.3. Caso estudo
Esta seção apresenta o estudo de caso que teve como objeti-
vo a validação e o levantamento de novos indicadores para o frame-
work do sistema de medição de desempenho proposto. A primeira 
seção descreve o Projeto “Sífilis Não!”, traz à luz o contexto do surgi-
mento do projeto e suas metas para o enfrentamento da sífilis no 
Brasil. São relatadas as ações de cooperação técnica internacional 
desenvolvidas pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde 
no âmbito do Projeto “Sífilis Não!” e a relação dessas ações com 
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela 
Agenda 2030. Logo em seguida, são apresentados os perfis dos 
participantes que contribuíram para esta pesquisa. Por fim, são 
descritos os resultados da validação. 
2.4. Descrição do Projeto “Sífilis Não!”
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma 
infecção sexualmente transmissível que afeta um milhão de gestantes 
por ano em todo o mundo. Faz parte da estratégia 2016-2021 adota-
da pela Assembleia Mundial de Saúde, no intuito de diminuir o seu 
Capítulo 1
25
impacto como problema de saúde pública até 2030 (ORGANIZACIÓN 
MUNDIAL DE LA SALUD, 2015; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
2016). No Brasil, nos últimos cinco anos, foi observado um aumento 
constante no número de casos de sífilis em gestantes, congênita e 
adquirida. No ano de 2019, foram notificados 152.915 casos de sífilis 
adquirida, 61.127 casos de sífilis em gestantes e 24.130 casos de sífilis 
congênita – entre eles, 173 óbitos (OMS, 2015).
Foi diante desses números que os órgãos de controle 
federal pressionaram o Ministério da Saúde no sentido de rever-
ter os números reportados. Isso posto, em janeiro de 2017, foi 
aprovada, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA) nº 13.414 
(Publicada no DOU de 11.1.2017), a incorporação do montante de 
R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) para utilização pelo 
Ministério da Saúde (MS) em ações de resposta rápida à sífilis.
Com base nisso, o MS adotou uma estratégia de caráter 
estruturante para indução da política pública nacional no campo 
da sífilis. Assim, surgiu o Projeto “Sífilis Não!”, operacionalizado 
pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da 
UFRN, por meio de um plano de trabalho. As atividades previstas 
são distribuídas em quatro eixos principais, quais sejam: vigilância, 
gestão e governança, cuidado integral e educomunicação. 
Esse Plano, ainda que seja uma proposta nacional executa-
da no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), contempla para 
além das ações de cooperação técnica interfederativas, conside-
rando a parceria com os níveis estaduais e municipais brasileiros 
e uma gama de ações internacionais (ver meta 6 da Figura 2). A 
proposta do Lais é que tais ações contribuam com produtos de 
pesquisa e desenvolvimento (P&D) para aplicação direta na indu-
ção nacional da resposta à sífilis, assim como no intercâmbio de 
experiências que sejam relevantes para a inovação em saúde no 
âmbito do SUS.
Capítulo 1
Figura 2 - Metas do Projeto “Sífilis Não!”
Fonte: Projeto Interfederativo Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção (adaptado pelos autores, 2017)
26
27
Capítulo 1
Atualmente, já foram firmados acordos de cooperação com 
as seguintes instituições: 
• Universidade de Lorraine (França), 
• Universidade Aberta de Portugal (Portugal), 
• Universidade de Coimbra (Portugal), 
• Universidade Complutense de Madrid (Espanha), 
• Universidade Autonoma de Barcelona (Espanha) e
• Universidade de Athabasca (Canadá). 
Todas essas instituições possuem um ou mais Plano(s) de 
Trabalho em execução no âmbito do Projeto “SífilisNão!”. 
Ademais, foram desenvolvidas parcerias para o desen-
volvimento de projetos e atividades de cooperação técnico-
-científica com a ConqueX, da Universidade de Massachusetts; 
a Universidade de Johns Hopkins; a Universidade de Barcelona; e 
a Universidade de Harvard. 
O Quadro 1 apresenta as áreas de aplicação da cooperação 
internacional que estão em desenvolvimento no Projeto “Sífilis 
Não!” junto às respectivas instituições parceiras, assim como a 
distribuição das respectivas contribuições para o alcance dos 
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos 
pela Agenda 2030. Observa-se que há forte relação do Projeto 
principalmente com o objetivo 3, Saúde e Bem-estar; e com o 
objetivo 17, Parcerias e Meios de Implementação (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2016).
Capítulo 1
Quadro 1 - Agrupamento das atividades desenvolvidas em cooperação internacional e relação com os ODS
País Instituição Aplicação ao Projeto de Resposta Rápida a Sífilis Relação com os ODS
Portugal
Universidade Aberta de Portugal Desenvolvimento de pesquisa aplicada nas áreas de educação e comunicação 3, 4 e 17
Universidade de Coimbra Fortalecimento da pesquisa aplicada nos campos de educação, comunicação, gestão e governança para resposta à sífilis 3, 4 e 17
Espanha
Universidade Autôno-
ma de Barcelona
Desenvolvimento de pesquisas e recursos educacionais abertos 
para qualificação dos processos de comunicação, produção e 
análise de ações de educação a distância em saúde no Brasil
3,4,17
Universidade Complu-
tense de Madrid
Produção de novos formatos e narrativas audiovi-
suais inovadoras a ser aplicados em comunicação em 
saúde, educação a distância e difusão dos resulta-
dos alcançados pelo Projeto “Sífilis Não!”.
França Universidade de Lorraine
Realização de pesquisas conjuntas nas áreas de Learning analy-
tics, Big data e Machine learning, cujos resultados e/ou tecno-
logias desenvolvidas deverão ser aplicados na implementação 
das Salas de Situação contempladas no Projeto “Sífilis Não!”
3,17
Canadá Universidade de Athabasca
Desenvolvimento de atividades conjuntas que visam 
à mineração e análise de dados da sífilis, relacionan-
do as áreas de Comunicação, Educação e Saúde
3,4,17
Estados 
Unidos da 
América
Universidade de Massachu-
setts (UMass) - ConquerX
Proposta de P&D de insumos de testagem rápida de sífi-
lis congênita, para implementação na atenção básica 3,17Escola de Saúde Pública 
de Harvard T.H. Chan Estudos no campo de Resiliência dos sistemas de saúde
Organização Pan-Ame-
ricana de Saúde Fortalecimento de recursos humanos em saúde 3,4,17
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
28
29
Capítulo 1
2.5. Análise Sensitiva
A análise individual das entrevistas verificou quais os indi-
cadores apresentados possuíam relevância para o sistema de 
medição de desempenho da cooperação técnica internacional 
considerando a experiência do entrevistado. Os indicadores suge-
ridos pelos entrevistados foram acrescentados e seguiram para 
a fase de validação com a coordenação do Projeto “Sífilis Não!”. 
O framework para medição de desempenho da cooperação 
técnica internacional apresentado neste estudo foi implementado 
nas cooperações internacionais estabelecidas pelo Projeto “Sífilis 
Não!” com 9 instituições de ensino e pesquisa. Os indicadores 
foram calculados utilizando o Microsoft Excel (2019). O perfil dos 
participantes das entrevistas segue no Quadro 2, a seguir, confor-
me ordem de realização.
Quadro 2 - Perfil dos participantes entrevistados na etapa de campo
Entrevistado nº Perfil
Entrevista nº 1 Coordenador do eixo de educomunicação do Projeto “Sífilis Não!”
Entrevista nº 2 Membro da coordenação do eixo de educomunicação do Projeto “Sífilis Não!”
Entrevista nº 3 Gerente do Núcleo de Relações Internacionais e Interinstitucionais do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN)
Entrevista nº 4 Pesquisador e orientador de estudos do Projeto “Sífilis Não!”
Entrevista nº 5 Pesquisador e orientador de estudos do Projeto “Sífilis Não!”
Entrevista nº 6 Reitora da UFRN no período de 2011 a 2019 e atual assessora do Gabinete do Reitor da UFRN, background em convênios internacionais.
Entrevista nº 7 Secretário de Relações Internacionais da UFRN e Ex-Diretor do Colégio de Gestores de Relações Internacionais das Instituições Federais de Ensino Superior – CGRIFES/ANDIFES
Entrevista nº 8
Especialista em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, Coordenadora de cooperação internacional na Assesso-
ria de Assuntos Internacionais de Saúde (Aisa) do Ministério da Saúde entre os anos 2015 e 2016 e Assessora 
especial do ministro da Saúde para assuntos internacionais entre 2019 e 2020.
Fonte: elaborado pelos autores (2020).
30
31
Capítulo 1
A etapa de entrevistas foi fundamental para a validação e 
identificação de outros indicadores de cooperação técnica inter-
nacional em saúde, a partir do modelo conceitual construído com 
base na pesquisa teórica.
2.6. Papel da fonte de financiamento
Colaboradores do Ministério da Saúde e membros do 
Projeto “Sífilis Não!” estiveram envolvidos no desenho do estu-
do, na interpretação dos resultados e no desenvolvimento do 
manuscrito. Nenhum outro financiador teve papel na concepção, 
na análise ou na interpretação dos dados deste estudo. Todos os 
colaboradores tiveram pleno acesso a todos os dados do estudo.
3. Resultados
Após seguir todas as etapas do método da pesquisa, o 
framework para medição de desempenho da cooperação técnica 
internacional proposto (ver Figura 3) contemplou um total de 25 
indicadores distribuídos em seis dimensões, a saber: sustentabili-
dade, resultado, stakeholders, processos, aprendizado e recurso. 
Os indicadores estão apresentados no Quadro 3, bem como a 
descrição e a fórmula de cálculo utilizada para cada indicador. 
Nesta sessão, será realizada uma breve descrição das dimensões, 
identificando como elas se relacionam entre si a partir do modelo 
de causa e efeito desenhado para este estudo. Além disso, serão 
apresentados os principais resultados da implementação desse 
modelo no Projeto “Sífilis Não!”.
Figura 3 - Modelo do Sistema de Medição de Desempenho para Projetos de Cooperação Técnica Internacional
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
Quadro 3 - Framework para medição de desempenho de Cooperação Técnica Internacional
Dimensão Indicador Descrição Fórmula
Sustentabilidade
Profissionais 
capacitados em cursos 
de pós-graduação e 
estágio pós-doutoral
Total de pesquisadores matriculados 
em cursos de pós-graduação e estágio 
pós-doutoral de instituições internacionais.
Número de prêmios
Soma de prêmios de reconhecimento 
recebidos por ações desenvolvidas 
no âmbito das cooperações 
internacionais firmadas pelo projeto
Número de acordos de 
cooperação firmados 
ou renovados no 
âmbito do projeto
Soma de todos os acordos de 
cooperação que foram firmados ou 
renovados a partir do projeto
33
Capítulo 1
Dimensão Indicador Descrição Fórmula
Resultado
Publicação de livros 
com a colaboração de 
instituições internacionais
Somatório de livros e/ou capítulos de livros 
publicados com a colaboração de instituições 
internacionais no âmbito das cooperações 
internacionais. O capítulo de livro é 
equivalente à fração que representa no livro.
Dissertações de mestrado, 
teses de doutorado e 
estágios de pós-doutorado
Consiste no somatório de dissertações 
de mestrado, teses de doutorado 
e estágios de pós-doutorado.
Número de Recursos 
Educacionais Abertos 
(REA) produzidos 
Soma de Recursos Educacionais Abertos 
(REA) produzidos no âmbito das cooperações 
internacionais voltados para o objeto do 
projeto. Incluem os REA incorporados 
ao Avasus e aqueles disponibilizados nos 
canais abertos de compartilhamento 
de vídeos como o YouTube.
Publicação de 
trabalhos científicos
Somatório de artigos científicos produzidos. 
Foram considerados pesos para cada 
categoria de publicação, sendo o maior peso 
para publicações em periódicos, seguido 
de eventos internacionaise nacionais.
Citações dos artigos 
científicos
Consiste no somatório de citações 
recebidas pelos artigos científicos, 
no período de análise dos dados.
Pesquisadores em 
mobilidade acadêmica
São contemplados todos os pesquisadores 
que desenvolveram atividades de 
cooperação no país parceiro. As atividades 
compreendem o cumprimento de agenda 
técnica de trabalho, o desenvolvimento de 
pesquisas e tecnologias e a participação 
em eventos internacionais.
Número de cartas 
patentes depositadas
Somatório de cartas patentes depositadas 
a partir do desenvolvimento de produtos 
no âmbito das cooperações internacionais.
Número registros 
de softwares
Soma dos registros de softwares 
solicitados/obtidos desenvolvidos no 
âmbito das cooperações internacionais.
Bancas de Trabalho de 
Conclusão de Curso 
(TCC) com participação 
de pesquisadores de 
instituições do Acordo de 
Cooperação Internacional
Somatório de Bancas de Trabalho de 
Conclusão de Curso, sejam elas de 
graduação, mestrado ou doutorado, 
com participação de pesquisadores 
vinculados às instituições dos acordos 
de cooperação Internacional. Existem 
pesos diferentes para cada tipo de TCC.
34
Capítulo 1
Dimensão Indicador Descrição Fórmula
Stakeholders
Instituições nacionais e 
internacionais envolvidas 
na operacionalização 
das metas
Soma do número de instituições 
nacionais e internacionais envolvidas na 
operacionalização das metas pelo projeto no 
âmbito dos acordos de cooperação firmados.
Número de cursos 
de graduação e 
pós-graduação envolvidos
Somatório de cursos de graduação 
e pós-graduação envolvidos no 
desenvolvimento de pesquisas/
produtos no âmbito das cooperações 
internacionais. Nesse indicador, são 
contabilizados os cursos de universidades 
abrangidos nos acordos de cooperação.
Processos
Número de missões 
técnicas realizadas
Somatório de missões técnicas bilaterais 
realizadas no âmbito das cooperações 
internacionais firmadas pelo projeto.
Ações de extensão 
e eventos científicos 
realizados
Soma das ações de extensão e dos eventos 
científicos promovidos para a troca de 
conhecimento entre pesquisadores, 
produzidos no âmbito das cooperações 
internacionais firmadas pelo projeto.
Planos de trabalho 
viabilizados a partir dos 
acordos de cooperação
Soma de planos de trabalho viabilizados 
pelos acordos de cooperação no âmbito 
do Projeto. Incluem os planos de trabalho 
firmados com grupos de pesquisa de áreas 
distintas para contribuição em diferentes 
projetos, mas que foram viabilizados a 
partir das Cooperações Internacionais 
estabelecidas pelo projeto original.
Participantes nas 
modalidades virtual 
e presencial
Soma de participantes (virtual e presencial) 
em eventos. A contagem desse indicador 
levou em consideração o número de 
assinaturas nas listas de presença dos 
eventos realizados, número de pessoas 
inscritas nos REA incorporados ao Avasus 
e o número de visualizações nos vídeos de 
eventos produzidos e disponibilizados no 
YouTube, no período de análise dos dados.
Número de ações de 
pesquisa multilaterais 
Soma de ações de pesquisa multilaterais 
desenvolvidas a partir das cooperações 
internacionais firmadas pelo projeto. 
Consideram-se ações multilaterais 
aquelas que envolvem pesquisadores 
de mais de duas instituições.
P5 = soma de ações de pesquisa multilaterais 
desenvolvidas a partir das cooperações internacionais
35
Capítulo 1
36
Dimensão Indicador Descrição Fórmula
Aprendizado
Número de procedimentos 
de trabalho estabelecidos 
para operacionalização das 
cooperações internacionais
Soma de procedimentos de trabalho 
estabelecidos para operacionalização 
das cooperações internacionais firmadas 
pelo projeto, alinhados com a política 
do Ministério das Relações Exteriores 
(MRE). Estão contemplados nesse 
indicador instrumentos criados, tais como: 
modelo de Nota técnica para missão 
internacional, instrutivo para emissão de 
passaporte oficial, modelos de relatórios 
técnicos, modelos de plano de trabalhos 
e mapeamento de atores e capacidades.
Número de pessoas 
envolvidos diretamente 
na operacionalização 
das ações
Somatório de pessoas envolvidas 
diretamente na operacionalização das 
ações estabelecidas no âmbito das 
cooperações internacionais firmadas 
pelo projeto. Contempla pesquisadores e 
assessores de cooperação internacional 
das instituições envolvidas no acordo.
Orçamento
Valor do investimento por 
Acordo de Cooperação 
Internacional
Soma dos recursos investidos em cada 
Acordo de Cooperação Internacional. São 
contabilizados nesse indicador os recursos 
investidos em passagens internacionais, 
diárias, ajuda de custo e pagamento 
de taxas e mensalidades em cursos de 
pós-graduação em instituições estrangeiras.
Valor per capita 
investido por Acordo de 
Cooperação Internacional 
firmado pelo projeto
Somatório dos recursos investidos em 
cada Acordo de Cooperação Internacional, 
bem como nas parcerias internacionais 
estabelecidas para realização de 
ações de cooperação, dividido pelo 
número de pesquisadores envolvidos 
diretamente na operacionalização 
de cada acordo ou parceria.
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
37
Capítulo 1
3.1. Sustentabilidade 
A dimensão sustentabilidade está no topo do modelo e 
representa em que medida os benefícios gerados perdurarão ao 
término da vigência dos acordos de cooperação. É composta pelos 
indicadores relacionados aos impactos e benefícios decorrentes 
de todos os recursos e esforços do Projeto destinados à execução 
dos acordos de cooperação técnica internacional. 
Até o ano 2022, o Projeto “Sífilis Não!”, ainda em execução, 
firmou acordos de cooperação internacional com seis instituições de 
ensino e pesquisa. Em Portugal, firmaram-se dois acordos, um com 
a Universidade de Coimbra e outro com a Universidade Aberta de 
Portugal; na França, com a Universidade de Lorraine; no Canadá, o acor-
do foi firmado com a Universidade de Athabasca; por fim, na Espanha, 
foram celebrados dois acordos, um com a Universidade Complutense 
de Madrid e outro com a Universidade Autônoma de Barcelona. Além 
dessas instituições que possuem acordo de cooperação internacional 
firmado entre as partes, o Projeto “Sífilis Não!” desenvolveu ações de 
cooperação com outras cinco instituições, a saber: a startup ConquerX, 
da Universidade de Massachusetts; a Escola de Saúde Pública de 
Harvard; a Universidade de Johns Hopkins; a Universidade Pompeu 
Fabra (UPF); e a Universidade de Barcelona (UB).
Estão matriculados ou vinculados em cursos de pós-gra-
duação (mestrado e doutorado) e estágio pós-doutoral em insti-
tuições internacionais parceiras 32 pesquisadores. Todos eles 
estão desenvolvendo pesquisas e produtos voltados para o obje-
to do projeto, dos quais 10 estão vinculados à Universidade de 
Coimbra; 18, à Universidade Aberta de Portugal; 2, à Universidade 
de Lorraine; 1 está vinculado à Universidade de Athabasca; e 1, à 
Universidade Complutense de Madrid. 
38
Capítulo 1
3.2. Resultado
A dimensão resultado contempla os indicadores relaciona-
dos às metas deliberadas pelos planos de trabalho dos acordos 
de cooperação técnica internacional, mas não somente a elas, 
essa dimensão pode e deve captar resultados intangíveis, tanto 
no tocante ao público-alvo da cooperação quanto aos grupos que 
estrategicamente ficam à margem, porém, beneficiam-se dos 
resultados obtidos. Por se tratar de um estudo de caso, em que 
os acordos de cooperação técnica internacional em saúde são 
operacionalizados por uma instituição de ensino superior (IES), é 
compreensível que alguns indicadores sejam de interesse apenas 
da IES que está operacionalizando o acordo e que tem necessida-
des de monitoramento intrínsecas ao nicho de atuação.
Com o Projeto “Sífilis Não!” ainda em execução, foi possível 
mensurar que estão em fase de desenvolvimento, no âmbito das 
cooperações internacionais firmadas pelo projeto, 10 dissertações 
de mestrado, 20 teses de doutorado e 4 estágios pós-doutoral. 
Ademais, foram publicados3 capítulos de livros. Foram produzi-
dos e disponibilizados 19 Recursos Educacionais Abertos (REA), 
sendo 16 no YouTube e 3 no Ambiente Virtual de Aprendizagem 
do sistema brasileiro de saúde (Avasus). 
Quanto às publicações de trabalhos científicos, foram 
contabilizadas 13, sendo 5 desenvolvidos com a colaboração da 
Universidade de Lorraine, 2 com a Universidade de Coimbra, 2 com 
a Universidade Autônoma de Barcelona, 2 com a Universidade de 
Athabasca, 1 com a Universidade Complutense de Madrid e 1 
com a Universidade Aberta de Portugal. O projeto registrou, até 
o momento, 54 pesquisadores em mobilidade acadêmica desen-
volvendo atividades de pesquisa no âmbito das cooperações inter-
nacionais voltadas para o objeto do projeto.
39
Capítulo 1
Como resultados no âmbito do desenvolvimento de tecno-
logias provenientes das cooperações técnicas internacionais, regis-
tramos, até o momento, seis registros de softwares, sendo um 
com a Universidade de Lorraine e cinco com a startup ConquerX. 
Houve ainda um depósito de patente internacional, também resul-
tado das ações de cooperação técnico-científica com a startup 
ConquerX, sediada na Universidade de Massachusetts.
3.3. Stakeholders
São considerados os stakeholders do acordo de cooperação 
internacional as instituições/grupo de pessoas que possuem algum 
tipo de interesse nos processos e resultados do projeto que, no caso 
de estudo, é o Projeto “Sífilis Não!”. Até o momento da construção 
dos dados, havia 12 instituições nacionais e internacionais envolvi-
das na operacionalização das metas estabelecidas pelo projeto no 
âmbito dos acordos de cooperação firmados e 16 cursos de gradua-
ção e pós-graduação envolvidos no desenvolvimento de pesquisas 
e produtos. Cabe salientar que esse indicador contabiliza as insti-
tuições interessadas de ambas as partes do acordo.
3.4. Processos
Os processos exercem um papel importante no sistema de 
medição de desempenho e possuem uma relação direta com a 
dimensão aprendizado. À medida que os processos são aperfei-
çoados, é observada uma melhoria significativa no aprendizado da 
equipe que, quanto mais capacitada, mais irá aperfeiçoar os seus 
processos. Nessa dimensão, são contemplados os indicadores 
40
Capítulo 1
relacionados à operacionalização dos acordos de cooperação 
técnica internacional para que possam atingir os resultados do 
projeto no âmbito das cooperações internacionais firmadas.
No caso de estudo, foram contabilizadas 61 missões técni-
cas bilaterais, sendo 41 realizadas por pesquisadores brasilei-
ros nas instituições parceiras e 20 realizadas por pesquisadores 
estrangeiros no Brasil (ver Figura 4). A instituição que teve mais 
missões técnicas realizadas por pesquisadores brasileiros foi a 
startup ConquerX, sediada na Universidade de Massachusetts 
(UMass/ConquerX), com 14 missões técnicas; seguida pela 
Universidade de Coimbra (UC), com 6 missões técnicas realizadas; 
pela Universidade Aberta de Portugal (UAB-PT) e Universidade 
de Lorraine (UL), ambas com 5 missões realizadas por pesquisa-
dores brasileiros; por fim, 1 missão foi realizada por pesquisa-
dores brasileiros em cada uma destas instituições: Universidade 
Autonoma de Barcelona (UAB), Universidade Complutense de 
Madrid (UCM), Johns Hopkins University (UJH) e Escola de Saúde 
Pública de Harvard (ESPH). 
Quanto às missões realizadas por pesquisadores estrangei-
ros no Brasil, as instituições que mais participaram de agendas no 
Brasil foram: a Universidade Aberta de Portugal e a Universidade 
Aberta de Coimbra com 4 e 5 missões realizadas, respectiva-
mente; seguidas da Universidade de Athabasca, Universidade 
Autonoma de Barcelona, Universidad Complutense de Madrid e 
da startup ConquerX, todas com 2 missões realizadas; e 1 missão 
realizada pela Universidade de Johns Hopkins e pela Escola de 
Saúde Pública de Harvard.
Figura 4 - Missões Técnicas Internacionais do Projeto “Sífilis Não!”
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
41
42
Capítulo 1
Do início do projeto “Sífílis Não!”, em 2018, até dezem-
bro de 2020, foram realizadas 26 ações de extensão e eventos 
científicos no âmbito das cooperações internacionais, promo-
vidos para a troca de conhecimento entre pesquisadores (ver 
Figura 5), sendo 7 dessas com a Universidade de Coimbra, 4 
com a Universidade Aberta de Portugal, 4 com a Universidade 
Autónoma de Barcelona, 3 com a Universidade Complutense de 
Madrid, 3 com a startup ConquerX, 2 com a Universidade de Johns 
Hopkins, 2 com a Universidade de Lorraine e 1 com a Universidade 
de Athabasca (UA) e a Escola de Saúde Pública de Harvard.
Figura 5 - Ações de Extensão e Eventos Científicos do Projeto “Sífilis Não!”
Fonte: elaborado pelos autores (2020).
43
44
Capítulo 1
Até o levantamento de dados deste estudo, o Projeto 
“Sífilis Não!” promoveu dois eventos internacionais multilate-
rais. O primeiro foi realizado no Brasil e contou com a colabo-
ração da Universidade Aberta de Portugal, da Universidade de 
Athabasca e da Universidade de Harvard. O segundo, realizado em 
Portugal, na Universidade de Coimbra, contou com a participação 
da Universidade Aberta de Portugal, Universidade Complutense 
de Madrid e da Universidade Autônoma de Barcelona.
Durante os eventos científicos realizados pelo Projeto 
“Sífilis Não!” com a colaboração dos parceiros internacionais, 
foi alcançado o total de 10.098 pessoas, conforme dados apre-
sentados na Figura 6, sendo que 33,5% do total participaram 
presencialmente e 66,5% assistiram ao evento, posteriormente, 
via YouTube e Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (Avasus). 
Observamos que apenas um evento multilateral realizado – em 
cooperação com pesquisadores e professores da Universidade de 
Harvard, da Universidade Aberta de Portugal e da Universidade 
de Athabasca – teve um total de 2.203 inscrições no curso do 
Avasus desenvolvido a partir da gravação das ações. Os eventos 
realizados com a Universidade Aberta de Portugal totalizaram o 
maior número de participantes presenciais e virtuais. 
O Projeto “Sífilis Não!” possui nove planos de trabalho viabili-
zados pelos acordos de cooperação técnica internacional firmados. 
Nesse caso, dois são com a Universidade Aberta de Portugal, dois 
com a Universidade de Coimbra, dois com a Universidade Autônoma 
de Barcelona, e um com cada uma das respectivas instituições: 
Universidade Complutense de Madrid, Universidade de Lorraine e 
Universidade de Athabasca. Em relação às instituições que possuem 
mais de um plano de trabalho, isso se deve ao fato de que um acordo 
de cooperação permite que sejam formalizados planos de trabalho 
com diferentes grupos de pesquisa de uma mesma instituição.
45
Capítulo 1
3.5. Aprendizado 
A dimensão aprendizado é similar à “dimensão aprendizado 
e crescimento” presente em sistemas de medição de desempenho 
consolidados como o balanced scorecard, e tem papel fundamen-
tal no framework proposto. Nessa dimensão, estão inseridos os 
indicadores relacionados à capacitação e ao desenvolvimento 
das habilidades das pessoas envolvidas na operacionalização da 
cooperação técnica internacional. Também inclui a experiência e 
as boas práticas descritas nos procedimentos de trabalho.
O Projeto “Sífilis Não!” foi responsável pela profissionali-
zação do Núcleo de Relações Internacionais (NRI) do Lais/UFRN 
criado para articulação, pelo monitoramento e pelo controle das 
cooperações internacionais firmadas no âmbito do projeto. Desde 
sua criação, em 2018, até julho de 2020, o NRI estabeleceu práti-
cas e fluxos de trabalho a partir da experiência com a cooperação 
técnica internacional, quais sejam:
• instrutivo e fluxo para emissão de passaporte oficial;
• fluxo para realização de missão técnica oficial (articu-
lação e elaboração de agenda conjunta de atividades; 
nota técnica; solicitação de afastamento do país – para 
servidores e docentes; solicitação de custeio da missão 
técnica; modelo de relatório técnico elaborado após o 
fim da missão);
• fluxo para celebração deacordo de cooperação técni-
ca (manifestação de interesse na cooperação, nego-
ciação do acordo de cooperação e plano de trabalho 
entre as instituições cooperantes, abertura de processo 
no Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e 
Contratos (SIPAC/UFRN) encaminhando os documen-
tos à Secretaria de relações Internacionais da UFRN, 
46
Capítulo 1
análise pela procuradoria jurídica da UFRN e assinatura 
do acordo);
• fluxo para candidatura em programas de pós-gradua-
ção na instituição cooperante;
• prática de monitoramento e prestação de contas das 
atividades internacionais.
3.6. Recurso
A dimensão recurso, base do sistema de medição de 
desempenho proposto por este estudo, apresentou dois indica-
dores, conforme apresentado no Quadro 3. O recurso destinado 
à operacionalização da cooperação técnica em saúde é o meio 
pelo qual é possível planejar e executar as atividades e metas 
propostas pelo plano de trabalho da cooperação técnica inter-
nacional. Por essa razão, é a primeira dimensão do framework 
apresentado. As fórmulas utilizadas para o cálculo dos indicadores 
encontram-se no Quadro 3, o N utilizado para o cálculo do valor 
per capita foi igual a 141.
Os dados financeiros do Projeto “Sífilis Não!”, conforme 
apresentados nas Figuras 7 e 8, apontam que até dezembro de 
2020, R$ 3.152.499,28 do recurso do projeto foi investido em 
ações de cooperação técnica internacional representando 1,58% 
do recurso total do projeto. A Figura 7 mostra o valor investido na 
pesquisa realizada na respectiva instituição parceira, cujos obje-
tivos de pesquisa são diversos e únicos para cumprimento das 
metas do projeto.
47
Capítulo 1
Figura 6 - Recurso Investido por uma instituição internacional cooperante no Projeto “Sífilis Não!”
Fonte: elaborado pelos autores (2020).
47
Capítulo 1
Figura 7 - Valor per capita por instituição internacional cooperante no Projeto “Sífilis Não!”
Fonte: elaborado pelos autores (2020).
48
49
Capítulo 1
4. Discussão e conclusão
Projetos de cooperação técnica internacional em saúde 
precisam de sistemas de medição de desempenho (SMD) adequa-
dos e eficientes para que os resultados esperados com a parceria 
sejam mais eficientes e eficazes. A construção de um framework 
próprio, utilizando uma relação de causa e efeito, como a usada 
em modelos consolidados como o Balanced Scorecard, fez-se 
necessária, pois a cooperação internacional em saúde difere em 
propósito e possui particularidades intrínsecas a essa área, dife-
rentemente da finalidade do mundo corporativo para o qual a 
maior parte dos SMDs foram desenvolvidos. Dessa forma, as pers-
pectivas e os indicadores devem estar direcionados aos resultados 
e produtos esperados pela cooperação internacional. 
Observou-se que, com a implementação de um sistema 
de medição de desempenho, é possível avaliar uma cooperação 
e comparar com outras parcerias internacionais estabelecidas no 
âmbito do mesmo projeto a fim de identificar os pontos fortes e 
fracos e, assim, sugerir as áreas específicas de preocupação para 
as quais devem ser destinados os esforços para melhoria.
O SMD também contribui para o alcance dos objetivos esta-
belecidos pelos planos de trabalho dos acordos de cooperação 
técnica internacional firmados, aumentando a transparência e o 
acesso a informações, permitindo que os gerentes e formuladores 
de políticas de saúde identifiquem e tratem as áreas de fraqueza. 
O monitoramento é fundamental durante toda a execução da 
cooperação para avaliar se as ações desenvolvidas estão alinha-
das com o objetivo final ou se é necessário que ajustes sejam 
feitos durante o percurso. Algumas questões relacionadas às 
parcerias internacionais não podem ser contabilizadas numeri-
camente, no entanto, devem ser consideradas nos relatórios de 
50
Capítulo 1
monitoramento e avaliação de maneira descritiva, para que os 
avanços alcançados possam ser contemplados em sua plenitude.
O estudo de caso desta pesquisa mostra que a coopera-
ção técnica internacional desenvolvida no Projeto “Sífilis Não!” 
tem inovado na forma de fazer cooperação técnica, uma vez 
que todas as parcerias estabelecidas têm como foco produtos e 
pesquisas que contribuem para a indução da política pública de 
saúde. Além de permitir o compartilhamento de conhecimento, 
técnicas, experiências e tecnologias, a cooperação internacional 
mostra-se como um item fundamental para a inovação (BRASIL, 
2020). A cooperação internacional é uma estratégia poderosa 
para a resiliência, o fortalecimento dos sistemas de saúde dos 
países e o enfrentamento dos desafios de saúde (PAN AMERICAN 
HEALTH ORGANIZATION, 2013, 2010; UNITED NATIONS, [2020]). 
Nesse sentido, observamos que a cooperação técnica interna-
cional realizada pelo Projeto “Sífilis Não!” tem contribuído para 
disseminar a pauta da sífilis não só no Brasil, onde se enfrenta 
uma epidemia da doença, mas também tem levado essa agenda 
para outros países onde são estabelecidas as cooperações, cujos 
parceiros apropriam-se do conhecimento desenvolvido na coope-
ração para propor e desenvolver pesquisas em seus territórios. 
Há de registrar-se que também a visibilidade da cooperação 
internacional induziu universidades latino-americanas e africanas a 
pautarem o tema da sífilis e a buscarem a cooperação do Lais/UFRN, a 
exemplo da Universidade Nacional da Colômbia e do Instituto Superior 
Politécnico Católico de Benguela, em Angola, respectivamente.
Apesar de se tratar de um projeto ainda em execução, o 
“Sífilis Não!” tem apresentado bons resultados com a coopera-
ção técnica internacional (CTI). Quando analisado e comparado o 
recurso total investido na CTI – em termos de resultados acadêmi-
cos, tecnologias desenvolvidas, pessoas alcançadas com as ações 
51
Capítulo 1
desenvolvidas e o conhecimento difundido –, o valor torna-se ínfi-
mo, assumindo que a cooperação técnica internacional pode ser 
uma ferramenta muito eficaz no enfrentamento de desafios globais. 
A parceria com a startup ConquerX, por exemplo, foi volta-
da para o desenvolvimento de tecnologias para o diagnóstico rápi-
do de sífilis e contou com a participação de 14 pesquisadores. Até 
a data da coleta de dados, a parceria resultou em 1 depósito de 
patente internacional, 5 registros de software, 2 dissertações de 
mestrado, além de 658 pessoas alcançadas, presencial e virtual-
mente, a partir dos eventos científicos realizados.
As cooperações com a Universidade Aberta de Portugal e a 
Universidade de Coimbra tem como foco a capacitação de pesqui-
sadores e técnicos do Ministério da Saúde para o enfrentamento 
à sífilis. A maior parte do recurso investido nessas cooperações 
está relacionada aos cursos de pós-graduação. Atualmente, 28 
pesquisadores estão vinculados a essas instituições. Uma ques-
tão relevante observada foi quanto ao valor per capita: a coope-
ração com a Universidade de Coimbra apresentou maior valor 
per capita do que a cooperação com a Universidade Aberta de 
Portugal (UAb-PT). Esse fato está relacionado com a modalidade 
dos cursos ofertados pelas instituições portuguesas. A parceria 
firmada entre a UFRN e a UAb-PT proporciona a formação de um 
número mais significativo de pós-graduandos, os quais não neces-
sitarão se ausentar de seus postos de trabalho, o que permite o 
uso mais eficiente dos recursos, pois os cursos são oferecidos na 
modalidade a distância para os discentes de mestrado e douto-
rado, diferentemente da Universidade de Coimbra.
As ações de cooperação com aquelas instituições com as 
quais não havia ainda instrumentos institucionais ou acordos de 
cooperação internacional firmados, mas que possuíam parceria 
ou estreita relação entre os seus pesquisadores e professores, 
52
Capítulo 1
a exemplo da Universidade Johns Hopkins e a Universidade 
de Harvard, também se mostraram bastante profícuas. Essas 
ações de cooperação representaram menos de 4% do recurso 
total utilizado para cooperação técnica do Projeto “Sífilis Não!” 
e ainda assim apresentaramresultados satisfatórios. Como 
exemplo, temos um total de 3.547 profissionais e estudantes 
da saúde inscritos em três cursos desenvolvidos a partir dessa 
colaboração e que foram disponibilizados no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem do SUS (Avasus). Além disso, mais 122 visualizaram 
o recurso educacional disponibilizado no YouTube. 
Cabe destacar que esses números representam a realidade 
do dia em que os dados foram coletados. Observamos ainda que 
a prática do projeto em disponibilizar em plataformas abertas, 
como o Avasus e o YouTube, os recursos educacionais produzidos 
pela cooperação técnica internacional permite que o conheci-
mento sobre o objeto do projeto, nesse caso, a sífilis, tenha um 
maior alcance. Desse modo, os recursos investidos nessas ações 
são diluídos ao longo do tempo em termos de pessoas alcançadas 
e difusão de conhecimento.
Dessa forma, assumimos que, se mensurados e monitora-
dos os resultados das cooperações internacionais, eles podem 
contribuir para a formação e o debate das políticas públicas em 
saúde, como tem apontado este estudo de caso. Apesar de a 
pesquisa ter sido desenvolvida no âmbito da cooperação entre 
instituições de ensino e pesquisa, o Projeto “Sífilis Não!” é produto 
interdisciplinar da cooperação entre a UFRN e o Ministério da 
Saúde, portanto, os indicadores propostos para medir as ações 
internacionais deste caso de estudo podem ser luz para diferen-
tes instituições ou entidades que queiram monitorar o desem-
penho de ações internacionais planejadas ou realizadas. Ainda 
apontamos algumas questões importantes, como sugestões para 
53
Capítulo 1
pesquisas futuras, tais como: indicadores comuns aos projetos de 
cooperação técnica em saúde; principais fatores que influenciam 
a implementação de um sistema de medição de desempenho. 
Por fim, exortamos a necessidade de a academia, os 
organismos internacionais, os governos e as demais instituições 
que lidam com as cooperações internacionais fortalecerem seu 
compromisso com a implementação de estratégias de moni-
toramento e avaliação dessas ações. Nesse sentido, destaca-
mos a importância de difundir as lições aprendidas para que a 
cooperação técnica internacional seja de fato reconhecida como 
meio eficaz para o fortalecimento e a resiliência dos sistemas de 
saúde dos países envolvidos e que os compromissos assumidos 
pela Agenda 2030 sejam alcançados sem que indivíduo algum 
seja deixado para trás. Afinal, a saúde global é um bem comum 
(ÅRDAL et al., 2016).
5. Agradecimentos
Esta pesquisa foi financiada com recurso do Ministério 
da Saúde brasileiro, proveniente do Termo de Execução 
Descentralizada (TED) 54/2017. O recurso é administrado pela 
Fundação Norte Riograndense de Pesquisa e Cultura (Funpec). A 
pesquisa foi apoiada pelo Laboratório de Inovação Tecnológica 
em Saúde (Lais) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(UFRN) que operacionaliza o Projeto “Sífilis Não!”. As constatações 
e conclusões deste estudo são de responsabilidade dos autores e 
não representam a posição oficial da agência de fomento.
54
Capítulo 1
Referências
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Capítulo 1
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https://doi.org/10.1037/13620-009
Capítulo 2
Utilização de Mediação Tecnológica 
na Formação Humana de Pessoas 
Privadas de Liberdade
Janaína L. R. da S. Valentim, Universidade de Coimbra – Portugal, Brasil.
Pós-graduada em Informática na Saúde pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Doutoranda em 
Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra no 
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20). 
Consultora na parceria da Fundação Santa Cabrini e 
Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com 
Tecnologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
Pesquisadora na área tecnologia, inovação e educação em 
saúde – Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde.
Sara Dias-Trindade, Universidade de Coimbra, Portugal.
Doutora em História e pós-doutorado em Tecnologias 
Educacionais e da Comunicação pela Universidade de 
Coimbra. Professora no Departamento de História, Estudos 
Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras 
da Universidade de Coimbra e Investigadora no Centro 
de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), em 
Humanidades Digitais na Universidade de Coimbra.
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de 
Janeiro – Professora Titular da Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro (UERJ), atuando na Graduação e no Programa de Pós-
graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH).
60
Capítulo 2
José António Marques Moreira, Portugal.
Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de 
Coimbra e Professor no Departamento de Educação e 
Ensino a Distância, Universidade Aberta, Portugal.
Investigador Integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares 
do Século XX (CEIS20), Universidade de Coimbra.
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim, Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
Doutor em Engenharia Elétrica e de Computação pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professor 
Associado da UFRN no Departamento de Engenharia Biomédica 
(DEB) do Centro Tecnologia (CT). Professor Permanente 
do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica 
e de Computação (PPgEEC/UFRN) e do Programa de Pós-
graduação em Gestão e Inovação em Saúde (PPgGIS/UFRN).
Karilany Dantas Coutinho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
Doutora em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora efetiva da UFRN 
no Departamento de Engenharia Biomédica (DEB) do Centro 
Tecnologia (CT). Professora Permanente do Programa de Pós-
graduação em Gestão e Inovação em Saúde (PPgGIS/UFRN).
Maíra Luciano Sidrim, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. Graduada em Engenharia 
de Produção – Centro Universitário UniFBV. Pesquisadora do 
Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde – LAIS/UFRN.
61
Capítulo 2
1. Introdução
Este texto surgiu do desejo dos direitos humanos plenos e da 
busca da verdadeira reinserção social das pessoas aprisionadas, 
ancorada na saúde, na educação e no trabalho. Tomamos como 
um dos fundamentos as ideias de Assmann (1998) de que, para 
construir uma sociedade do conhecimento ela terá que ser susten-
tada em uma cultura aprendente, compartilhada por todos, em 
igualdade de condições. 
Diante desse debate, a educação tem um papel funda-
mental no processo de reinserção social das pessoas privadas de 
liberdade, além de ser um direito garantido a todos os brasileiros. 
Entretanto, o Brasil tem um histórico de dificuldades para promo-
ver o acesso à educação para esse grupo.
Quando nos aproximamos das questões referentes à saúde 
prisional e das doenças com infectividade por transmissão sexual, 
a sífilis aparece como um agravo altamente negligenciado.
A população privada de liberdade é extremamente vulne-
rável e as condições das prisões favorecem a disseminação da 
sífilis. Então, se desejamos fortalecer uma resposta rápida para o 
seu controle, a partir do trinômio “teste, trate e cure”, o acesso à 
informação ganha contornos de essencialidade e é nesse espaço 
que a educação pode trazer efetividade.
Nesse cenário em que o sistema prisional brasileiro não 
consegue viabilizar de forma plena o acesso à educação para as 
pessoas privadas de liberdade, a mediação tecnológica surge 
como um possível caminho. A educação mediada por tecnologia 
reduz a demanda por professores presenciais, além de ameni-
zar os custos de manutenção de um programa de educação de 
abrangência nacional, porque o mesmo curso pode ser oferecido 
em larga escala, para um grande número de alunos, podendo ter 
62
Capítulo 2
reofertas sucessivas. O que reduz de forma significativa o custo 
por aluno de um programa de ensino a distância.
Por outro lado, a pandemia de Covid-19 acelerou os proces-
sos de digitalização de diversos setores, permitindo que muitas 
atividades, que antes eram realizadas apenas de forma presencial, 
agora possam também ser feitas de forma virtual. Esse processo 
de digitalização tem contribuído para o aumento da demanda e 
oferta de cursos mediados por tecnologia. À luz dessa discussão 
surge o objetivo deste texto: analisar a viabilidade de utilização 
da mediação tecnológica para a formação

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