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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CONSUMO ALIMENTAR DE VITAMINA E EM POPULAÇÃO IDOSA: ESTUDO BRAZUCA NATAL GRACIELE ELOISE ALVES DE ARAÚJO NATAL – RN 2022 GRACIELE ELOISE ALVES DE ARAÚJO CONSUMO ALIMENTAR DE VITAMINA E EM POPULAÇÃO IDOSA: ESTUDO BRAZUCA NATAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Prof. Dr a . Karla Danielly da Silva Ribeiro Rodrigues. Co-orientadora: Prof. M a . Ana Gabriella Costa Lemos da Silva. NATAL – RN 2022 AGRADECIMENTO Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, por me permitir ter saúde mental e física para desempenhar todas as etapas desse Trabalho de Conclusão de Curso. Agradeço a minha mãe, que sempre ouviu meus desabafos e foi empática as minhas vivências e situações. Ao meu pai, minha irmã e ao meu cachorro, por me ajudarem a relaxar nos momentos mais estressantes. E ao meu namorado, que persistiu firme durante meus momentos mais difíceis. Deixo minha gratidão também a minha orientadora e co-orientadora, que me ajudaram a desenvolver todas as etapas, me ampararam diversas vezes durante as dúvidas frequentes. Devo muito aos meus amigos de graduação, principalmente a Maria Karolainy, Helouisa, Cleantho e Leonam por compartilharem experiências e dúvidas. Finalmente, deixo meus agradecimentos a todas as pessoas que me auxiliaram durante toda a graduação, devo muito a todos vocês! GRACIELE ELOISE ALVES DE ARAÚJO CONSUMO ALIMENTAR DE VITAMINA E EM POPULAÇÃO IDOSA: ESTUDO BRAZUCA NATAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________ Profa Dra Karla Danielly da Silva Ribeiro Rodrigues Departamento de Nutrição - UFRN Orientadora ______________________________________________________ Ana Gabriella Costa Lemos Da Silva UFERSA Co-orientadora _____________________________________________________ Profa Dra Clélia de Oliveira Lyra Departamento de Nutrição - UFRN Membro interno Natal, 05 de julho de 2022 ARAÚJO, Graciele Eloise Alves. CONSUMO ALIMENTAR DE VITAMINA E EM POPULAÇÃO IDOSA: ESTUDO BRAZUCA NATAL 2022. 28 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) - Curso de Nutrição, Universidade Federal de Rio Grande do Norte, Natal, 2022. RESUMO Os idosos apresentam perda funcional, problemas psicossociais e alterações no consumo, digestão e absorção de alimentos que podem contribuir para deficiências nutricionais, como a deficiência de vitamina E, nutriente antioxidante essencial na fase do envelhecimento. Ainda há poucas pesquisas envolvendo a análise do consumo de vitamina E na população senil, sendo importante essa investigação visto que sua ingestão inadequada é um indicador precoce e pré-patológico da deficiência. Assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar a ingestão dietética de vitamina E da população de idosos residentes na cidade de Natal-RN. A pesquisa foi um recorte do estudo Brazuca Natal, o qual coletou dados de 186 idosos residentes nos distritos Norte, Sul, Leste e Oeste. A análise do consumo alimentar e dietético foi realizada por meio de dois recordatórios 24 horas, com intervalos de tempo entre 30 e 45 dias entre eles, utilizando o software GloboDiet. Após a correção da variabilidade intra e interpessoal do consumo, bem como o ajuste pela energia total pelo Multiple Source Method (MSM), foi utilizada a estimated average requirement (EAR) de 12 mg/dia como ponto de corte para avaliação do consumo de vitamina E. O consumo foi comparado segundo faixa etária, renda e zona de moradia, adotando-se p ≤ 0,05 como significativo. A maioria dos idosos entrevistados tinha renda abaixo de 1 salário mínimo per capita, sendo 63,4% deles com idade ≥ 70 anos. O consumo médio de vitamina E pela população estudada foi 4,23 mg/dia, estando 100% dos indivíduos com consumo abaixo da EAR. A média de consumo de vitamina E não apresentou diferenças significativas entre os grupos de idade (p=0,70), sexo (p=0,92), renda (p=0,15) e zona de moradia (p=0,28). Diante do baixo consumo de vitamina E, nenhum idoso residente em Natal-RN atingiu o recomendado para a idade. Provavelmente esse resultado está associado aos alimentos fontes de vitamina E serem onerosos e não haver o hábito alimentar da sua ingestão. Assim, é importante a elaboração de políticas públicas relacionadas à garantia de acesso à renda, somadas a estratégias de vigilância nutricional, para análise situacional de cada distrito. Palavras-chaves: α-tocoferol, alimentação, avaliação nutricional. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 7 2 OBJETIVOS...................................................................................................................... ..... 9 2.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................................9 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................... 9 3 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................10 3.1 ENVELHECIMENTO........................................................................................................ 10 3.2 CONSUMO ALIMENTAR DE PESSOAS IDOSAS: UM OLHAR PARA VITAMINA E................................................................................................................................................ 11 4 METODOLOGIA................................................................................................................ 15 4.1 ASPECTOS ÉTICOS.......................................................................................................... 15 4.2 DELINEAMENTO E POPULAÇÃO DO ESTUDO.........................................................15 4.3 COLETA DE DADOS........................................................................................................ 16 4.4 CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO.......................................................................17 5 RESULTADOS.....................................................................................................................19 6 DISCUSSÃO......................................................................................................................... 21 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 25 REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 26 7 1 INTRODUÇÃO A mudança na pirâmide etária na primeira metade do século XX, mais do que despertar para a longevidade, põe luz em alterações inerentes ao ser humano, as quais envolvem aspectos psicológicos, fisiológicos e nutricionais, de forma a reduzir a capacidade de reação do corpo aos estímulos multidirecionais, quando comparados aos jovens (CARVALHO et al, 2008). Os idosos representam mais de 28 milhões de pessoas, valor relativo a 13% da população, com projeção para dobrar esse percentual nas próximas décadas (IBGE,2019). É classificado como idoso todo indivíduo o qual apresenta mais de 60 anos de vida (ESTATUTO DO IDOSO, 2009). No que tange os aspectos relacionados à mecânica da ingestão alimentar e os aspectos funcionais, a população idosa apresenta a saúde bucal frequentemente comprometida, capacidade reduzida de sentir o sabor dos alimentos, falta de apetite, problemas de deglutição e mastigação, tudo isso convergindo para o risco de desnutrição (LLAMA, 2012). A reunião desses aspectos limita o indivíduo e qualifica o processo de envelhecimento como uma fase de perda da autonomia e qualidade de vida (SILVA et al., 2018). Ademais, pessoas idosas possuem maior propensão ao déficit nutricional, uma vez que aspectos psicossociais, a exemplo da perda da identidade, de papéis sociais, depressão; e características individuais como morar sozinho, o estado de viuvez e a baixa ingestão de alimentos, podem estar relacionados (FRANCISCO et al., 2019). Essa realidade acaba reverberando em um panorama de idosos com inadequação do consumo alimentar dos micronutrientes, a exemplo da vitamina E, a qual sua ingestão dietética encontra-se inadequada em 91% dos indivíduos da América do Sul, ao comparar com o valor de consumo diário de referência - 12 mg/dia - podendo a concentração no sangue diminuir com a idade (PETER et al., 2015). No Brasil, o Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009, evidenciou alta prevalência da inadequação de vitaminas e minerais importantes na homeostase do idoso, dentre elas, a vitamina E (FISBERG et al., 2013). A vitamina E é um termo usado para designar oito diferentes compostos lipossolúveis denominados de tocoferóis (α-, β-, δ- e γ-tocoferóis) e tocotrienóis (α-, β-, δ- e γ-tocotrienol) encontrados nos alimentos, diferindo entre si pela presença de insaturações e pelo número de grupamentos metil, nos tocotrienóis (TRABER et al., 2007). O α-tocoferol é a forma biologicamente mais ativa da vitamina, representando aproximadamente 90% desse 8 nutriente encontrado em tecidos animais. Como alimentos fontes naturais de vitamina E, temos os óleos vegetais polinsaturados, sementes, óleo de peixe, nozes, ovos, fígado, laticínios e vegetais verdes (JOHN et al., 2014). Diante disso, estudar essa vitamina faz-se importante devido às suas baixas concentrações comprometerem a saúde do idoso, visto que as funções conferidas à vitamina E são de exercer o papel de proteção da membrana celular, regulação da agregação plaquetária, ativação da proteína C quinase e, principalmente, atuar como antioxidante lipídico não enzimático (BRAMLEY et al., 2000). Como resultado desses efeitos pode haver alterações neurológicas, como a diminuição dos reflexos, da sensibilidade vibratória e do tempo de coagulação sanguínea, somado a dificuldades visuais, doenças cardíacas, câncer, mal de Parkinson, mal de Alzheimer e catarata, doenças bastante comuns em idosos (JOHN et al., 2014). Diante das alterações trazidas pelo baixo consumo alimentar da vitamina E, a nutrição desempenha um importante papel na saúde e habilidade funcional do idoso, o que expõe a importância de estudos que avaliem a ingestão dietética desse micronutriente na população senil, visto que a avaliação do consumo pode ser um indicador precoce e pré- patológico da deficiência de vitamina E. Dessa forma, o estudo visa responder se a ingestão de vitamina E em Natal-RN também é baixa como no panorama da América do Sul. E se o consumo de vitamina E difere de acordo com características demográficas, socioeconômicas e de gênero. 9 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a ingestão dietética de vitamina E da população de idosos residentes na cidade de Natal-RN. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Determinar a proporção de idosos com consumo inadequado de vitamina E; ● Avaliar o consumo habitual de vitamina E segundo gênero e características sociodemográficas. 10 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 ENVELHECIMENTO A definição de envelhecimento proposta pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2003) é: “(...) um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao stress do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”. A população brasileira começou a apresentar diferenças no último censo, aumentando sua expectativa de vida de 45,5 em 1940, para 76,3 até 2018 e, simultaneamente, a cidade de Natal-RN acompanhou esse crescimento, ao aumentar sua população idosa nesse período. Atualmente, encontra-se com uma população idosa de cerca de 94 mil indivíduos (IBGE, 2016), sendo o distrito Sul a região de proporção mais numerosa de idosos, com 25.443 deles, em detrimento ao distrito de menor concentração, o Norte, com 11.073 indivíduos senescentes. Esse perfil é associado à colonização da cidade de Natal ter iniciado no distrito Norte e parte dos idosos residentes lá terem falecido. Em detrimento disso, o distrito Sul é o mais recente, atraindo mais moradores. O processo de envelhecimento conduz mudanças anatômicas e funcionais, muitas delas progressivas, que reverberam na nutrição e saúde do idoso. Além das mudanças naturais, o consumo de medicamentos e o surgimento de doenças podem comprometer a biodisponibilidade de nutrientes, a digestão e absorção (MALTA et al., 2013). As características fisiológicas, as quais comprometem a nutrição do idoso, são alterações no funcionamento do aparelho digestivo, alteração na capacidade mastigatória, estrutura e função do estômago e intestino, alterações no pâncreas, dentre outras. Esses fatores contribuem para o declínio do estado nutricional do idoso. Tendo sua nutrição comprometida, os idosos configuram-se o grupo mais mal nutrido, em especial os indivíduos com mais de 81 anos de idade (LLAMAS, 2012). 11 Esse estado de carência nutricional muitas vezes é surgido desde a fase adulta e continuado até a fase senil, oportunizando o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), as quais podem ser vencidas com a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta adequada. Diante dessas informações, vemos a importância do idoso cultivar uma alimentação rica e variada, a fim de manter a homeostase do seu corpo e atingir a longevidade (MALTA et al., 2013). 3.2 CONSUMO ALIMENTAR DE PESSOAS IDOSAS: UM OLHAR PARA VITAMINA E A carência de micronutrientes na população idosa, denominada com a expressão de “fome oculta” é uma dificuldade global, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil (BAILEY et al., 2015). O estado nutricional do idoso pode ser influenciado pela situação socioeconômica a qual interfere na variedade da dieta do indivíduo, possibilitando a ingestão recomendada de determinados nutrientes, quando diversificada. Um estudo realizado com uma população de americanos acima de 50 anos, usado para comparar com um grupo de idosos brasileiros, mostrou que há prevalência de inadequação no consumo de vitamina E, D e do complexo B, sendo 100% da população estudada com baixo consumo de vitamina E, o único nutriente ao atingir esse valor; além das porcentagens da vitamina D ser de até 92%, e vitaminas do complexo B com valor de até 65% (FISBERG et al., 2013). Esses são micronutrientes os quais promovem a não oxidação, a manutenção do metabolismo ósseo e a saúde das funções cognitivas, respectivamente. Outro estudo que também trouxe achados semelhantes ao de Fisberg, em relação à vitamina E, foi o de Lopes et al. (2005), o qual reafirmou o baixo consumo deste micronutriente em 100% dos indivíduos avaliados. Embora o consumo mostra-se abaixo dosvalores recomendados, os sinais clínicos não são observados devido ao tempo de meia vida do tocoferol sérico ser relativamente alto. Apesar de existirem evidências sobre a ingestão e distribuição dos micronutrientes, os dados referentes aos estudos populacionais ainda são limitados (HEIDARI et al., 2019). No tocante a vitamina E, o α-tocoferol é a forma bioativa e de consumo baixo na população idosa. Essa vitamina está no subgrupo das lipossolúveis, ou seja, possui afinidade com os lipídios, macronutriente o qual ajuda na sua absorção. A vitamina E protege os indivíduos contra os riscos ligados ao estresse oxidativo, quando ingerida em quantidades suficientes e na sua forma mais absorvida, a forma RRR-α-tocoferol presente nos alimentos e 12 alguns suplementos. Percebe-se também que ela é uma forte aliada à redução do surgimento de doenças crônicas como, as cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer, fortalece a função imunológica, previne a catarata e ajuda na redução das alterações no sistema nervoso central (COZZOLINO, 2016). Todas essas alterações fisiológicas podem iniciar-se ao longo da vida e serem agravadas no processo de envelhecimento. Quadro 1: Quantidade de vitamina E (α-tocoferol) em 100g/mL de alimento. No Brasil o consumo de vitamina E sofre grande influência da região na qual o idoso está localizado. A ingestão insuficiente de micronutrientes pode estar vinculada a baixa variedade na dieta dos idosos. Alimentos como o arroz, feijão, carne bovina e cuscuz, de acordo com a ingestão da população do Nordeste, são os de maior contribuição para o valor energético total da dieta (FISBERG et al., 2013), apresentando 50% do total das calorias, porém não são alimentos fontes de vitamina E. Existe também a baixa ingestão de frutas, verduras e legumes, indo de encontro com o que preconiza o Guia Alimentar para a População Brasileira (≥ 400 g/dia). Outro fator contribuinte para o consumo aquém aos valores estimados para ambos os sexos, é o custo dos alimentos, os quais são fontes desse micronutriente, apresentados no quadro 1. Alimentos como óleo de gérmen de trigo, avelã, nozes, óleo de amêndoa possuem alto custo comparado aos alimentos ultraprocessados e por isso, é uma opção menos frequente na mesa dos brasileiros. 13 A fim de verificar a ingestão adequada de vitamina E na população idosa, são usados os valores de estimated average requirement (EAR), os quais contém quantidades estimadas de micronutrientes e macronutrientes necessários à manutenção da saúde do idoso, visando a sua longevidade com qualidade, obedecendo à quantidade de EAR de 12 mg/dia, sem ultrapassar o limite (UL) de 1000 mg/dia (DRI, 2019). Embora as deficiências de ingestão clinicamente não sejam externadas logo de imediato, devido à vitamina ser lipossolúvel e as concentrações séricas possuírem maior meia vida, se comparada às vitaminas hidrossolúveis, é importante manter esses valores estimados em equilíbrio, com a observação do consumo por meio da análise da dieta, usando questionários alimentares. A ferramenta de estudo do consumo mais utilizada para avaliar o consumo alimentar em amostras de diferentes faixas etárias, é o recordatório 24 horas, o qual baseia-se em obter tudo que foi ingerido no dia anterior, em um dia de dieta habitual, sendo indicado dois ou mais registros ajustados por energia para estimar precisamente o consumo. Esse método configura-se como uma opção mais rápida e prática a qual auxilia na observação dos alimentos rotineiros (MARQUES et al., 2019), inclusive os que são fontes de vitamina E, mais consumidos no grupo de idosos. Outro biomarcador de análise de vitamina E são as concentrações sanguíneas de α-tocoferol, as quais são inversamente associadas com o risco de acidente vascular cerebral e câncer (AUNE et al., 2018), visto que a vitamina E suprime o sistema de inflamação indicado pelas concentrações séricas de interleucina 6 (IL-6), a qual está envolvida na resposta pré-inflamatória (WOOD et al., 2014). Por isso o uso de inquéritos alimentares, como o recordatório 24 horas, são importantes formas preventivas para conhecer como está a saúde do idoso, referente à ingestão deste micronutriente. Além disso, ele é um método de baixo custo para a coleta de dados, comparado à análise sérica, sendo preferível analisá-lo anteriormente à uma possível análise de concentrações séricas. A figura 1 resume a importância de realização de estudos na população idosa que envolvem a vitamina E. 14 Figura 1: Vitamina E e idosos. Fonte: Autoria própria. 15 4 METODOLOGIA 4.1 ASPECTOS ÉTICOS O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 96294718.4.2001.5292), da UFRN, conforme as diretrizes regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos (Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde). As pessoas elegíveis para a pesquisa foram devidamente informadas quanto aos objetivos, riscos e benefícios e só participaram do estudo aqueles que concordaram e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido - TCLE devidamente preenchido. 4.2 DELINEAMENTO E POPULAÇÃO DO ESTUDO Trata-se de um recorte do projeto de “Insegurança alimentar, condições de saúde e de nutrição em população adulta e idosa de uma capital do Nordeste do Brasil: Estudo BRAZUCA Natal”. Estudo multicêntrico que objetivou analisar a insegurança alimentar e as deficiências nutricionais em Natal/RN, observando fatores como condições de saúde e de nutrição em população adulta e idosa. Esses dados embasaram a análise da ingestão dietética habitual e seus efeitos na obesidade, diabetes e riscos para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, com delineamento transversal de base populacional, em pessoas idosas do município de Natal/RN. O plano amostral foi realizado considerando uma amostra probabilística por conglomerados em dois estágios (setores censitário e domicílio). No primeiro estágio de seleção, os setores censitários foram sorteados com probabilidade proporcional ao tamanho (número de domicílios) e, antes do sorteio, foram ordenados segundo indicadores de escolaridade, derivados de informações do censo demográfico de 2010. No segundo estágio, utilizou-se amostragem aleatória simples. O número domiciliar deu-se por meio do tamanho mínimo da amostra, a densidade dos elementos dos grupos demográficos em cada domicílio, utilizou-se a taxa de correção de 10% para prevenir perdas e domicílios fechados. A partir disso, foram sorteados 71 setores censitários, com previsão amostral de 1.032 pessoas, sendo 516 idosos. Porém, devido a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do surto do novo coronavírus, as coletas de dados do estudo Brazuca Natal foram interrompidas. Diante disso, foram coletadas de 11 de junho de 2019 a 13 de março de 2020 um total de 411 indivíduos, o que representou 46,9 % sendo 186 idosos, de ambos os sexos. 16 Com a finalidade de analisar se a amostra populacional foi equivalente à inicialmente calculada, procederam-se os testes estatísticos para análise das perdas dos setores censitários, a partir da comparação entre variáveis socioeconômicas e demográficas dos setores pesquisados e os não pesquisados, no intuito de identificar possível viés amostral. Foram testadas as variáveis “números domicílios particulares permanentes”, “número de residentes dos domicílios particulares permanentes”, “média de moradores”, “rendimento nominal médio” e “razão de sexos''. Dos 71 setores censitários previstos, 27 foram pesquisados (38%). Segundo a análise comparativa das variáveis socioeconômicas e demográficas entre os setores pesquisados e não pesquisados, verificou-se que as perdas foram aleatórias (p=0,135, teste MCAR de Little). Desse modo, ocorreu uma perda de precisão provocada pelo menor tamanho amostral,refletida em um maior intervalo de confiança para as estimativas populacionais. Porém, dado que as perdas provocadas pelo número de setores não pesquisados foram aleatórias, não existe a possibilidade de viés sistemático. Os critérios de elegibilidade basearam-se no do próprio estudo BRAZUCA, sendo a não inclusão de indivíduos com déficit cognitivo, incapazes de responder aos questionamentos contidos na pesquisa e gestantes. A respeito dos critérios de exclusão, foram excluídos os indivíduos adultos e os que não responderam ao recordatório 24 horas. 4.3 COLETA DE DADOS As coletas foram realizadas nos próprios domicílios ou em unidades básicas de saúde (UBS). Caso os entrevistados dispusessem de domicílio de difícil acesso, sem local apropriado para a realização das coletas, domicílio em área insegura ou local que oferecesse risco ao entrevistador e entrevistado, as coletas aconteceram nas UBS. A coleta de dados foi realizada num intervalo de tempo entre 30 e 45 dias. Foi realizada por intermédio de um questionário aplicado nos idosos dos distritos Norte, Sul, Leste e Oeste de Natal-RN. As perguntas contidas no questionário foram padronizadas e revisadas a partir dos protocolos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2015), contendo: Dados demográficos e socioeconômicos do indivíduo. Utilizou-se smartphones e computadores para coletar essas informações do questionário. O entrevistado e o entrevistador acomodaram-se num local reservado do domicílio e as perguntas foram lidas para o entrevistado (Figura 1). 17 Os dados socieconômicos coletados foram: Idade, sexo, escolaridade, raça, renda per capita e distrito sanitário. Todas as etapas da pesquisa foram orientadas por Procedimentos Operacionais Padrão (POP). Os entrevistadores foram discentes do curso de Nutrição e dos Programas de Pós-graduação em Nutrição e em Saúde Coletiva, devidamente capacitados. 4.4 CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO O consumo alimentar e dietético da população do estudo foi avaliado por meio do recordatório de 24 horas (R24h), o qual permitiu identificar e quantificar a totalidade de alimentos e bebidas consumidas no período referente às 24 horas precedentes ao dia anterior da entrevista. Os dados do primeiro recordatório de 24 horas (R24h) foram coletados na casa dos participantes ou UBS, já o segundo R24h foi coletado por meio de ligação telefônica. Visando facilitar o registro da quantidade de alimentos consumidos, no momento da entrevista, realizada individualmente, foi utilizado o software GloboDiet. Trata- se de uma metodologia de padronização rigorosa e informatizada para a coleta de dados individuais de consumo de alimentos desenvolvida pela Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (IARC). O software permite conduzir a entrevista do recordatório alimentar de 24 horas (R24h), dirigida por um roteiro padronizado para diminuir erros e assegurar elevada padronização na coleta. O GloboDiet está estruturado em cinco etapas: (1) Informações gerais (entrevistador, entrevistado e o dia recordado; (2) Lista rápida (primeira abordagem dos alimentos e bebidas consumidas; (3) Descrição dos alimentos e receitas; (4) Quantificação (estimativa do tamanho das porções/medidas caseiras, álbum fotográfico, unidade padrão, formas, peso e volume); (5) Controle de qualidade (alerta de consumo excessivo). A fonte de dados usada para analisar a vitamina E nos alimentos foi a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA, 2019), na forma química do α-tocoferol. Para determinação do consumo habitual da vitamina E, foi realizado a correção da variabilidade intra e interpessoal do consumo através do Multiple Source Method (MSM), versão 1.0.1., e ao final, a vitamina E foi ajustada pela energia total pelo método de resíduos no ambiente do software IBM SPSS versão estatística 21.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). A comparação do consumo desse micronutriente foi realizada pelo método da estimated average requirement (EAR) “EAR como ponto de corte”, adotando-se 12 mg/dia para ambos sexos (IOM, 2000). 18 Figura 2: Desenho da coleta de dados da pesquisa. 4.5 ANÁLISE DOS DADOS As análises estatísticas foram realizadas pelo software IBM SPSS versão estatística 21.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). O teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov foi aplicado para verificar a distribuição das variáveis. A comparação dos grupos foi feita por meio do teste estatístico T. Os resultados quantitativos foram expressos em média e desvio padrão, e os resultados contínuos, em intervalo de confiança de 95%. A prevalência de inadequação do consumo do grupo não foi realizada, pois a distribuição da vitamina E ajustada por energia não foi homogênea. 19 5 RESULTADOS A tabela 1 apresenta a caracterização geral dos entrevistados, contendo as variáveis idade em três faixas distintas, sexo, escolaridade, raça, renda e distrito. Dentre os idosos entrevistados, a maioria (41,9%) deles possuem idade maior ou igual a 70 anos, 55,9% é do sexo feminino, 54,8% possui ensino fundamental e são pardos (47,3%). Destaca-se que a maior parte dos idosos entrevistados tinham renda per capita abaixo de 1 salário mínimo, sendo 63,4% deles, os quais superam a proporção dos indivíduos com renda maior do que 1 salário mínimo per capita (36,6%). A respeito do distrito sanitário, o distrito Norte apresentou a maior porcentagem de idosos residentes entrevistados, compondo 38,2% do total, seguido do distrito Sul (29%). Tabela 1: Características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos idosos entrevistados no estudo Brazuca - Natal-RN, 2019-2020. Variáveis N % IC 95% Idade 60 – 64 anos 65 – 69 anos ≥ 70 anos 54 54 78 29,0 29,0 41,9 22,6 – 34,9 22,6 – 35,5 34,9 – 49,9 Sexo Masculino Feminino 82 104 44,1 55,9 37,1 – 51,1 48,9 – 62,9 Escolaridade Não alfabetizado Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior 21 102 36 27 11,3 54,8 19,4 14,5 7,0 – 16,1 47,8 – 62,4 14,0 – 25,3 9,7 – 19,9 Raça Branca Preta Parda Amarela 68 24 88 06 36,6 12,9 47,3 3,2 29,6 – 43,5 8,1 – 17,7 39,8 – 54,3 1,1 – 6,4 Renda per capita ≤ ¼ Salário mínimo ¼ a ½ Salário mínimo ½ a 1 Salário mínimo > 1 Salário mínimo 24 56 38 68 12,9 30,1 20,4 36,6 8,6 – 18,8 23,7 – 36,6 15,1 – 26,3 29,6 – 43,5 Distrito sanitário Norte Sul Leste Oeste 71 55 21 39 38,2 29,6 11,3 21,0 31,2 – 45,7 23,1 – 36,0 7,0 – 16,1 15,6 – 26,9 20 O valor médio consumido de vitamina E pela população estudada foi 4,23 mg/dia (Tabela 2 e 3), sendo 100% dos indivíduos abaixo dos 12 mg/dia, valor recomendado pela IOM. A média de consumo de vitamina E não apresentou diferenças significativas entre os grupos de idade (p=0,70), sexo (p=0,92), renda (p=0,15) e zona de moradia (z=0,28) (Tabela 3). Tabela 2: Consumo alimentar de vitamina E em idosos do estudo Brazuca - Natal-RN, 2019- 2020. Variável Média (DP) Min-Max P25 P50 P75 Consumo de vitamina E 4,53 (2,64) 0,76 - 30,24 3,35 4,20 4,95 Tabela 3: Análise do consumo alimentar da vitamina E de acordo com as características demográficas e socioeconômicas - Natal-RN, 2019-2020. Variáveis Média (DP) IC 95% p valor Idade 60 – 64 anos 65 – 69 anos ≥ 70 anos 4,30 (1,81) 4,38 (1,53) 4,79 (3,58) 3,87 – 4,81 3,96 – 4,77 4,16 – 5,68 0,70 1 Sexo Masculino Feminino 4,40 (2,01) 4,63 (3,06) 4,00 – 4,35 4,15 – 5,32 0,92 2 Renda per capita ≤ ¼ Salário mínimo ¼ a ½ Salário mínimo ½ a 1 Salário mínimo >1 Salário mínimo 4,14 (1,46) 3,89 (1,19) 4,59 (1,72) 5,16 (3,87) 3,57 – 4,73 3,55 – 4,19 4,05 – 5,16 4,38 – 6,22 0,15 1 Distrito sanitário Norte Sul Leste Oeste 4,55 (3,74) 4,45 (1,77) 5,14 (1,94) 4,28 (1,26) 3,85 – 5,61 4,02 – 4,99 4,37 – 5,92 3,90 – 4,70 0,28 1 DP: desvio padrão. IC 95%: Intervalo de confiança de 95%. 1 Teste de Kruskal Wallis, 2 Teste de Mann Whitney. 21 6 DISCUSSÃO Ao analisar o consumo alimentar de vitamina E da população idosa de Natal, observou-se que os valores médios não atingiram a quantidade diária preconizada pela IOM em ambos os sexos, permanecendo a ingestão abaixo dos 12 mg/dia. Os achados corroboram com o perfil de inadequação também encontrado no trabalho de Silva et al. (2010) em idosos assistidos em instituições de longa permanência na cidade de Natal-RN, apontando que em 75% dos idosos, o consumo desse micronutriente estava inadequado. Esse trabalho mostra que mesmo em instituições onde o ambiente é controlado e a alimentação é padronizada, ocorre inadequação no consumo dos idosos. Quando observado o comparativo entre diferentes cidades brasileiras, percebe-se o mesmo perfil de consumo abaixo da recomendação, como pontua Lopes et al. (2005), num estudo de base populacional realizado em Bambuí, Minas Gerais. Os resultados apontam que a população analisada possui 100% da ingestão de vitamina E inadequada. Já a nível nacional, o estudo realizado por Fisberg et al. (2013), também constatou a baixa prevalência de adequação de nutrientes na população idosa saudável brasileira, analisando o país por região. Esse estudo confirma os achados deste trabalho e aponta que, independente da região, a ingestão da vitamina E apresentou 100% de inadequação. Embora esse problema tenha sido observado no continente da América do Sul, a baixa ingestão também é encontrada em outros continentes, a exemplo da população idosa chinesa, num estudo realizado por Zhao (2021) que analisou a ingestão alimentar, de energia e nutrientes entre os idosos com mais de 80 anos. O estudo utilizou dados da Chronic Disease and Nutrition Surveillance (CACDNS), com o mesmo ponto de corte do presente estudo, revelando que 30% do grupo estudado apresentou valores de ingestão da vitamina E abaixo do valor recomendado, porcentagem menor devido ao consumo regular de fontes de ácidos graxos insaturados. Ao Norte, outra América também apresentou a inadequação do consumo da vitamina na população acima de 50 anos. O estudo realizado por Moshfegh (2011) estimou o consumo usual de 24 nutrientes e a distribuição nos alimentos, comparando com os valores de referência do IOM. A prevalência de inadequação de vitamina E nesse grupo estudado foi próxima de 80%. Diante dessas evidências de baixo consumo de vitamina E no Brasil e no mundo, é importante manter os níveis de vitamina E conforme o valor recomendado, pois esse micronutriente age na prevenção de danos oxidativos nas células, evitando a peroxidação dos ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa (PUFAS - Polyunsaturated 22 Fatty Acids), dentre eles o ácido araquidônico (ARA; 20:4 ω-6) e o ácido docosahexaenóico (DHA; 22:6 ω-3) que estão presentes nas membranas celulares e nas lipoproteínas (TRABER, 2012). Devido a essa ação, estudos têm investigado a atuação da vitamina E na diminuição de complicações em algumas doenças que possuem comprometimento de membrana, como no câncer, Alzheimer, aterosclerose e doenças cardiovasculares (TRABER, 2007; LI et al. 2014; AZZI et al., 2016), doenças as quais acometem em grande proporção a população idosa mundial. Outras funções são designadas ao α-tocoferol, como a de regular genes a nível transcricional e a nível pós-traducional, o que pode prevenir o surgimento de placas de ateroma, diminuir a agregação plaquetária e ajudar na modulação da estrutura da matriz extracelular do sistema vascular (LOFFREDO et al., 2015; AZZI, 2017). Somadas a essas funções, a vitamina E também apresenta forte correlação com a quantidade de leucócitos (SILVA et al., 2018), auxiliando o fortalecimento da imunidade do idoso, e na melhoria do quadro de saúde em idosos hospitalizados (VANNUCCHI et al., 1994). Com essas funções diversificadas, o idoso precisa consumir fontes alimentares de baixo grau de processamento (BRASIL, 2014) e de melhor biodisponibilidade do α-tocoferol. Os principais alimentos nos quais encontramos esse micronutriente são nozes, amêndoas, amendoim, óleos vegetais (óleo de soja, girassol, canola) e azeite (COZZOLINO, 2016). Essas fontes, associadas ao alto custo, nem sempre fazem parte dos hábitos alimentares dos idosos de Natal, como comprovam os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2018 (POF, 2018). Na última análise, houve baixa aquisição anual, em quilograma, de alimentos ricos em gorduras insaturadas (castanhas, nozes, azeite de oliva, óleo de girassol e canola) no RN, destacando-se apenas o óleo de soja com valores aquisitivos elevados. Em detrimento disso, dentre os alimentos do grupo das gorduras, no Rio Grande do Norte, a margarina obteve o maior valor de aquisição, chegando a 1,629 quilos anuais. Embora seja um alimento fonte de vitamina E, a margarina é classificada por Monteiro (2014), como alimento ultraprocessado, por conter diferentes grupos de aditivos como estabilizantes, conservantes e acidulantes. Esses ingredientes são utilizados unicamente para aumentar o tempo de prateleira do produto, sem agregar valor nutritivo a ele (HONORATO, 2013). Dessa forma, o tocoferol presente na margarina é a forma racêmica, α-rac-tocoferol, a qual confere menor biodisponibilidade, comparada à forma de maior biodisponibilidade, α-tocoferol, mesmo que a análise do consumo alimentar revele-se semelhante (AMORIM et al., 2021). Diante disso, a qualidade das fontes alimentares de 23 vitamina E estão diretamente relacionadas à biodisponibilidade da sua forma mais ativa e, consequentemente, aos benefícios à saúde vinculados a ela. Dessa forma, pode-se relacionar a promoção de hábitos alimentares saudáveis com a prevenção e combate desse provável problema de saúde pública. Por isso, o consumo de alimentos ricos em vitamina E, com baixo nível de processamento, sendo eles parte dos grupos dos gêneros das oleaginosas e dos óleos vegetais (ZAABOUL; LIU, 2022), poderão promover um menor risco de morte por doenças que possuem comprometimento de membrana (MICHA et al., 2017). Diante do exposto, um ponto relevante é que o baixo acesso a alimentos com boa biodisponibilidade de α-tocoferol pode estar relacionado também à renda do idoso (ALMEIDA; PIRES, 2018). Como apresentado, a maioria da população analisada possui renda menor do que 1 salário mínimo per capita. Nesse grupo, pode-se observar que a média do consumo é menor comparada ao grupo de renda maior do que 1 salário mínimo, porém sem significância estatística. Um estudo transversal, dirigido por Saes et al. (2022), associou o maior consumo de alimentos considerados naturais, como frutas, verduras e oleaginosas, à maior escolaridade e renda dos idosos. Diante disso, fica evidente a necessidade de implementação de políticas públicas, voltadas à garantia do acesso à renda, como estratégia de combate à deficiência desse micronutriente. Um exemplo de estratégia bem sucedida foi o enriquecimento de farinhas com o mineral ferro. Essa estratégia foi relevante para redução dos percentuais de indivíduos com hipovitaminoses e para a diversificação alimentar, pois considera o acesso ao alimento, a renda do consumidor e utiliza um alimento que faz parte dos hábitos alimentares locais, como a própria farinha (VELLOZO; FISBERG, 2010). Além de implementar essa política, outro aliado no aumento do consumo de vitamina E é o monitoramento da situação alimentar e nutricional para gruposvulneráveis. Um estudo realizado por Lei e Bassler (2008) mostrou a relevância do sistema de vigilância alimentar e nutricional em Pinhais, no estado do Paraná. Através do monitoramento por meio das medidas antropométricas e do IMC, constatou-se que 57,4% dos idosos apresentavam sobrepeso. Esses achados foram o ponto de partida para a implementação ações a respeito da melhoria da alimentação desses indivíduos. O presente trabalho, apesar de não conseguir atingir a quantidade da amostra planejada, conseguiu obter uma equivalência de 50% da amostra, não havendo comprometimento nos resultados achados. Diante disso, a realização da pesquisa foi 24 importante para retratar o consumo de vitamina E numa população em situação de vulnerabilidade econômica, recomendando-se novos estudos para averiguar os pontos limitantes. 25 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que o baixo consumo da vitamina E foi evidente e preocupante. Essa baixa ingestão pode resultar em menores concentrações séricas da α-tocoferol, consequentemente, o idoso estará mais suscetível a danos oxidativos nas células, principalmente dos ácidos presentes nas membranas celulares, oportunizando o surgimento de doenças como o câncer, Alzheimer, aterosclerose e doenças cardiovasculares. Diante disso, ações de fortificação dos alimentos, somadas à nutricional e ações de vigilância alimentar e nutricional, podem contribuir para o aumento do consumo de alimentos os quais sejam boas fontes desse micronutriente, oportunizando o acesso, instruindo e orientando a população idosa a desenvolver hábitos saudáveis e monitorando os resultados dessas ações. Diante disso, as Políticas Públicas são fundamentais, mas antes da implementação, devem ocorrer mais estudos que avaliem o estado nutricional dessa vitamina na população alvo. 26 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Luciene Balbino de; PIRES, Maria Helena de Morais. 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