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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA MARIA CLARA DE FREITAS RODRIGUES AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DO NATAL/RN NATAL/RN 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DO NATAL/RN MARIA CLARA DE FREITAS RODRIGUES Orientador (a): Profº. Drº. Aguinaldo César Surdi Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito à obtenção do Título de Licenciado em Educação Física. NATAL/RN 2022 “A educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem”. Paulo Freire AGRADECIMENTOS Ao longo da nossa trajetória na vida temos muito pelo que sermos gratos, principalmente às pessoas que nos guiam diariamente para o melhor caminho. Agradeço primeiro a Deus por trilhar minha vida tão bem, por mais que eu não entenda agora muitos de seus planos, sem Ele eu nada seria. Agradeço também aos meus pais, Wanessa e Ubiraci, vocês são meu maior exemplo na vida, me inspiram como pessoas e como profissionais. Se um dia eu for metade do que vocês são, estou satisfeita! Muito obrigada por me apoiarem em toda e qualquer decisão que eu tome em minha vida, vocês são essenciais! Aos meus irmãos, vocês são os maiores amores que eu tenho no mundo, mesmo com todo o barulho dentro de casa – quase não concluo esse trabalho rs– amo vocês! As minhas avós Elvira e Eneide, que são os amores da minha vida. Vó Elvira nunca vou esquecer dos cortes de revistas em meio ao meu processo de alfabetização, e Vó Eneide, sei que a senhora estaria aqui comigo nesse momento se o céu não fosse tão distante. Aos meus avôs Ossivaldo e Rodrigues, amo vocês! As minhas tias Eva, Jaciara, Lidiane e Mellyna, vocês são sinônimo de amor e cuidado! Aos meus primeiros amigos da vida e que sempre permaneceram comigo, Brunna, Duda, Pedro, Laura e Yasmin! As minhas amigas que ganhei ao longo da trajetória Andressa, Anna Alice, Camila, Marina e Mayra, com quem dividido as alegrias e angustias dessa vida! A minha amiga Manu, por partilhar comigo durante esses quatro longos anos as experiências da universidade! Aos meus professores da universidade, em especial Aguinaldo Surdi, que me guiou desde a iniciação cientifica até o trabalho de conclusão de curso! E por último, agradeço a mim, que sou reflexo de todas as pessoas que amo e sou grata citadas acima. Vocês foram peças fundamentais em toda a minha caminhada até aqui! Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Rodrigues, Maria Clara de Freitas. As implicações da BNCC na prática pedagógica dos professores de Educação Física da rede pública e privada do Natal/RN / Maria Clara de Freitas Rodrigues. - 2022. 37f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Educação Física. Natal, RN, 2022. Orientador: Aguinaldo César Surdi. 1. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - TCC. 2. Educação Física Escolar - TCC. 3. Rede pública de Educação de Natal/RN - TCC. I. Surdi, Aguinaldo César. II. Título. RN/UF/BSCCS CDU 796.011 Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo investigar sobre as implicações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na prática pedagógica dos professores de Educação Física da rede pública e privada de Educação do Natal/RN. Através de um estudo de abordagem qualitativa, utilizamos duas pesquisas no formato de questionário, o primeiro com a participação de 35 professores de Educação Física da rede pública de Educação do Natal/RN e o segundo com participação de 20 professores da rede privada de Educação do Natal/RN. Dessa forma, a partir do estudo, foi possível constatar a existência de dificuldades no ensino que é relacionado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com dúvidas e resistências na aplicação do documento em sala de aula e no planejamento anual escolar, dando ênfase, principalmente, no ensino das dimensões do conhecimento e unidades temáticas. Palavras-Chave: Base Nacional Comum Curricular (BNCC); Educação Física Escolar; Rede pública de Educação de Natal/RN; Rede privada de Educação de Natal/RN. ABSTRACT The present work aims to investigate the motivation of the National Common Curricular Base (BNCC) in the pedagogical practice of Physical Education teachers from the public and private network of Education in Natal/RN. Through a study with a qualitative approach, we used two surveys in the format of trials, the first with the participation of 35 Physical Education teachers from the public education network of Natal/RN and the second with the participation of 20 teachers from the private education network of Natal, RN. Thus, from the study, it was verified the existence of difficulties in teaching that is related to the National Common Curricular Base (BNCC), with doubts and resistance in the application of the document in the possible classroom and in the annual school planning, emphasizing, mainly, in teaching the dimensions of knowledge and thematic units. Keywords: National Curricular Common Base (BNCC); School Physical Education; Public Education Network of Natal/RN; Private Education Network in Natal/RN. LISTA DE ABREVIATURAS BNCC – Base Nacional Comum Curricular SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9 METODOLOGIA ............................................................................................................. 12 CAPÍTULO I - A BNCC .................................................................................................. 14 CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC E A PRÁTICA PEDAGÓGICA . 17 CAPÍTULO III - AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA – ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................................... 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 44 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 46 9 INTRODUÇÃO A constituição federal de 1955, no seu artigo 205, reconhece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Assim, uma das principais discussões na educação brasileira atualmente é sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular na rede de ensino, na qual foi criada com o intuito de dar equidade ao ensino das escolas brasileiras desde a Educação Infantil até oEnsino Médio. A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE), previsto na Constituição Federal de 1988, sendo pela primeira vez redigido em 2015, e homologado pelo MEC em 2017. A partir da oficialização do documento em 2017, ficou estabelecido para os sistemas e redes de ensino do Brasil o desafio da implementação da BNCC até o início de 2020, O documento define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo do ensino, dessa forma, orientando a construção do currículo seguido pelas instituições escolares, que terão que se adaptar para seguir os parâmetros obrigatórios apresentados pelo documento, e buscando equidade no que se refere ao ensino no Brasil, o que leva as constantes discussões sobre a presença e utilização desse documento nas escolas. A BNCC está dividida em três partes que correspondem as etapas da Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, organizadas conforme suas especificidades. Porém, dez competências gerais são comuns a toda Educação Básica: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e cidadania. Estas devem se articular na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB (BRASIL, 2017). A Educação Infantil é estruturada na BNCC por meio de campos de experiência, definindo em cada um deles os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento específico para cada faixa etária. São eles: O eu, o outro e o 10 nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. No que se refere ao Ensino Fundamental, a BNCC está organizada em cinco áreas: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Religioso. Cada uma destas áreas, de acordo com as fases de escolarização – Anos Iniciais e Anos Finais – apresentam os saberes sistematizados de forma progressiva, por meio dos componentes curriculares. Já o Ensino Médio está organizado em quatro áreas: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da natureza e Ciências Humanas. Dessa forma, na Educação Infantil a Educação Física não é mencionada, pois esta etapa de ensino estrutura sua organização em campos de experiência, não os delimitando em componentes curriculares. Em relação ao Ensino Fundamental, a Educação Física se apresenta como um componente curricular inserido nos Anos Iniciais e Finais, dentro da área de Linguagens, onde o movimento é reconhecido como uma “linguagem corpórea” e assim afirmando que temos um corpo que ultrapassa o orgânico, abrangendo os diversos usos dele, sendo entendida como “componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos” (BRASIL, 2017, p.213). Assim, na BNCC a Educação Física aborda a forma como os alunos se expressam por meio de atividades corporais, não se tratando somente de movimentos físicos, mas também das vivências emotivas, lúdicas e sociais que são possibilitadas por eles. As habilidades e competências da Educação Física foram sistematizadas em seis unidades temáticas, sendo elas: Brincadeiras e Jogos; Esportes; Ginásticas; Danças; Lutas e Práticas Corporais de Aventura. No Ensino Médio, a Educação Física permanece na área das Linguagens, porém com ênfase na reflexão e aprofundamento do conhecimento adquirido no Ensino Fundamental. Diante do exposto, considera-se que por ser um documento recente, a BNCC ainda é alvo de muitas dúvidas e discussões. Dessa forma, as opiniões sobre como o documento é desenvolvido no âmbito escolar e a influência dele no dia-a-dia, levaram ao estudo das implicações na prática pedagógica dos professores de Educação Física de Educação de Natal, onde é de extrema importância para poder entender a relevância da BNCC como um documento concreto e prático, não apenas em sua 11 teoria. Sendo assim, o objetivo do estudo é investigar sobre as implicações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na prática pedagógica dos professores de Educação Física da rede municipal de Educação de Natal, verificando de que maneira ela está influenciando na prática pedagógica destes professores, analisando de que forma eles se utilizam da Base nas suas aulas de Educação Física e identificando as dificuldades encontradas no desenvolvimento dos conteúdos e objetivos propostos pelo documento. 12 METODOLOGIA Este estudo teve como intuito investigar as implicações da BNCC na prática pedagógica dos professores de Educação Física da rede pública e privada do Natal/RN. Diante do contexto, optamos pelo tipo de pesquisa qualitativa, que refere-se às pesquisas designadas genericamente como qualitativas, ao dizer que “[...] usando, ou não, quantificações, pretendem interpretar o sentido do evento a partir do significado que as pessoas atribuem ao que falam e fazem” Chizzotti (2006, p. 28) Dessa forma, por meio de um questionário elaborado de forma semiaberta, constituído por questões abertas e fechadas, e aplicado aos professores da rede pública e privada do Natal/RN. Assim, visando levantar um perfil dos participantes e analisar sua opinião a respeito de alguns pontos que norteiam essa pesquisa relacionados a BNCC. Nosso estudo foi realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Natal, que oferta quinzenalmente a todos os professores de Educação Física da rede municipal encontros de formação continuada. Desde o ano de 2018 a Base Nacional Comum Curricular tem sido temática da formação, a qual foi analisada, discutida e vivenciada em alguns momentos de práticas realizadas pelos professores. Primeiramente realizamos um encontro com quatro professores responsáveis pela formação continuada na rede municipal, através da plataforma Google Meet, onde foi discutido a maneira que o questionário seria construído, como seria realizada a divulgação para os professores participantes e como iria atingir o público. A partir da reunião, o questionário foi criado baseado na leitura da Base Nacional Comum Curricular, onde o dividimos em duas partes – O perfil do professor e perguntas sobre a BNCC - através de 19 questões, envolvendo perguntas como: “Você acredita que a BNCC ajuda na prática pedagógica cotidiana da escola?”; “Quais as unidades temáticas sugeridas pela BNCC você consegue contemplar?”, conseguimos identificar de que maneira esses professores estão, ou não, se apropriando da BNCC nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental I e II. Com o questionário já concluído da nossa primeira etapa da pesquisa – entre os professores da rede pública - decidimos manter o formato e novamente aplicá-lo para os professores da rede privada, dessa forma podendo fazer um comparativo entre as duas redes de ensino, quais as suas diferenças e semelhanças. 13 Outro ponto importante da pesquisa, foi a divulgação do questionário, no qual foi necessário a produção de um vídeo1 no intuito de compartilhar o objetivo da nossa pesquisa e a importância de obter as respostas para realizar o estudo, dessa forma, com o vídeo e questionário prontos, ambos foram divulgados através de redes sociais. O primeiro questionário aplicado – para os professores de Educação Física da rede pública- contou com 35 participantes, já o segundo questionário – aplicado para os professores de Educação Física da rede privada- contou com a participação de 20 professores,e assim, obtivemos as respostas necessárias para a análise dos resultados da pesquisa. 1 https://www.youtube.com/watch?v=9TyFTE5_CJw https://www.youtube.com/watch?v=9TyFTE5_CJw 14 CAPÍTULO I – A BNCC Como já se sabe, a Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica (BRASIL, 2017). Porém, para a construção do documento que hoje conhecemos, foi necessário um processo que longos anos, que teve início já nos anos 80, quando a Constituição de 1988 já previa a necessidade de unificar o sistema de ensino do país em seu artigo 210 que “serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.” Seguindo na linha do tempo, em 1996, é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) - legislação que define e regulamenta o sistema educacional brasileiro, seja ele público ou privado - que em seu Artigo 26, regulamenta uma base nacional comum para a Educação Básica. Um ano depois, em 1997, são consolidadas as diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil, conhecidas como Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), para o Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano, em 1998 foram lançadas as PCNs para Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano e nos anos 2000 para o Ensino Médio. Já entre 2010 e 2012 foram orientadas Novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) com o objetivo de orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas valiam para a Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2 e Ensino Médio. Em 2014 A Lei n. 13.005 regulamenta o Plano Nacional de Educação (PNE), com vigência de 10 anos, composto por 20 metas para a melhoria da qualidade da Educação Básica e 4 delas falam sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sendo elas: Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. 15 Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio. Um ano depois, em 2015, acontece o I Seminário Interinstitucional para elaboração da BNCC onde foram reunidos todos os assessores e especialistas envolvidos na elaboração da Base, e a Portaria n. 592, de 17 de junho de 2015, instituiu uma comissão de especialistas para a elaboração de proposta da Base Nacional Comum Curricular. Com isso, no dia 16 de setembro de 2015, a 1ª versão da BNCC é disponibilizada. Em maio de 2016 é disponibilizada a 2ª versão da BNCC, e em agosto começa a ser redigida a sua 3ª versão. A Base Nacional Comum Curricular chega a sua versão final em abril de 2017, onde, no final de dezembro houve a sua homologação, a partir disso começa o processo de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas de Educação estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos escolares. E finalmente conhecemos a BNCC que hoje é estabelecida no nosso país, sendo estruturada da seguinte forma: Textos introdutórios (geral, por etapa e por área); Competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo de todas as etapas da Educação Básica; Competências específicas de cada área do conhecimento e dos componentes curriculares; 16 Direitos de Aprendizagem ou Habilidades relativas a diversos objetos de conhecimento que os alunos devem desenvolver em cada etapa da Educação Básica. Figura 1 – Etapas da Educação Básica Fonte: Brasil, 2017. Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação (BRASIL, 2017, p.10). Assim, oferecendo a melhor educação básica para os alunos do nosso país. 17 CAPITULO II - A EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC E A PRÁTICA PEDAGÓGICA A Educação Física está na escola. Ela é uma matéria de ensino e sua presença traz uma adorável, uma benéfica e restauradora desordem naquela instituição (SOARES, 1996). Dessa forma, ela por estar na escola, faz parte também da Base Nacional Comum Curricular e está presente na área de Linguagens, que segundo a BNCC: Cada prática de linguagem propicia ao sujeito uma dimensão de conhecimentos à qual ele não teria acesso de outro modo. Interagir em diversas línguas, manifestações artísticas e práticas corporais gera um tipo específico de conhecimento, possibilitando perceber o mundo e a si próprio de um modo singular (BRASIL, 2017, p. 214). Onde podemos entender o motivo da Educação Física estar encaixada nessa área, pois, um corpo não é somente a expressão biológica do nosso ser atual, mas a expressão significativa da história do corpo do homem entre os homens (SOARES, 1996). Sendo possível nos expressarmos através das práticas corporais, que São fenômenos que se mostram, prioritariamente, no plano corporal, constituindo-se em manifestações culturais de caráter lúdico, tais como os jogos, as danças, as ginásticas, os esportes, as lutas, as acrobacias, entre outras. Esses fenômenos culturais se expressam fortemente no âmbito corporal e, em geral, ocorrem no tempo livre ou disponível. São constituintes da corporalidade humana e podem ser compreendidos como forma de linguagem com profundo enraizamento corporal que, por vezes, escapam às possibilidades de racionalização, o que lhes permite interessantes possibilidades (SILVA et al., 2014, p.18) Entendendo da necessidade das práticas corporais nas aulas de Educação Física Escolar, na BNCC cada uma delas compõe uma das seis unidades temáticas abordadas ao longo do Ensino Fundamental. Sendo as unidades temáticas abordadas: Brincadeiras e Jogos - explora aquelas atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo e espaço, caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada participante ao que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do ato de brincar em si; Esportes - tem como referência os critérios de cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos da ação. Está subdividida 18 em sete categorias: marca, precisão, técnico-combinatório, rede/quadra dividida ou parede de rebote, campo e taco, invasão ou territorial e combate; Ginásticas - são propostas práticas com formas de organização e significados muito diferentes, por isso, classificadas em: ginástica geral, ginásticas de condicionamento físico e ginásticas de conscientização corporal; Danças - explora o conjunto das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos,organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias; Lutas - focaliza as disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário; Práticas corporais de aventura - exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um ambiente desafiador. É caracterizada a partir do ambiente em que é vivenciada, podendo ser naturais ou urbanas. A BNCC ainda ressalta que essas práticas devem ser reconstruídas com base em sua função social e suas possibilidades materiais, assim, o professor consegue adaptar tais práticas à sua realidade escolar. Além das unidades temáticas, a BNCC engloba as dimensões do conhecimento em sua organização, as oito dimensões propostas para a EF na BNCC buscam ampliar as possibilidades pedagógicas dos conhecimentos e permitir a relação mais orgânica entre os saberes, “é importante que cada dimensão seja sempre abordada de modo integrado com as outras, levando-se em conta sua natureza vivencial, experiencial e subjetiva” (BRASIL, 2017, p. 222) (VIDOTTI, 2020). Sendo elas: Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na realização das mesmas Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante ter condições de realizar de forma autônoma uma determinada prática corporal. 19 Fruição: implica a apreciação estética das experiências sensíveis geradas pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas corporais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados na observação e na análise das próprias vivências corporais e daquelas realizadas por outros. Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em discussões e vivências no contexto da tematização das práticas corporais, que possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre). Compreensão: refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das práticas corporais no contexto sociocultural, reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar das práticas corporais no mundo. Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência social. Não há uma ordem necessária para trabalhar com as dimensões do conhecimento, segundo a BNCC, cada uma delas exige diferentes abordagens e graus de complexidade para que se tornem relevantes e significativas, e sendo importante que cada dimensão seja sempre abordada de modo integrado com as outras. 20 CAPÍTULO III - AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: ANÁLISE DE DADOS Os tópicos marcados com (1) são relativos ao questionário com os professores da rede pública, e os tópicos marcados com (2) são relativos ao questionário com os professores da rede privada. 1. Perfil dos professores 1.1 Faixa Etária (1) A faixa etária dos 35 professores que participaram do questionário variam de 30 anos até mais de 60 anos, onde: 5,7% dos professores responderam ter até 30 anos; 40% responderam ter entre 31 a 40 anos; 28,6% responderam ter entre 41 a 50 anos; 20% responderam ter entre 51 a 60 anos; e 5,7% dos professores responderam ter mais de 60 anos. 1.1 Faixa Etária (2) A faixa etária dos 20 professores que participaram do questionário variam de até 30 anos à mais de 60 anos, onde: 40% dos professores responderam ter até 30 anos; 35% responderam ter entre 31 a 40 anos; 15% responderam ter entre 41 a 50 anos; 10% responderam ter entre 51 a 60 anos; e 0% dos professores responderam ter mais de 60 anos. 1.2 Gênero (1) A porcentagem do gênero dos 35 professores que responderam ao questionário é equilibrada, porém, há uma maior quantidade de pessoas do gênero masculino (54,3%) em relação às pessoas do gênero feminino (45,7%). 1.2 Gênero (2) A porcentagem do gênero dos 20 professores que responderam ao questionário é equilibrada, porém, há uma maior quantidade de pessoas do gênero feminino (60%) em relação às pessoas do gênero masculino (40%). 1.3 Ano de conclusão de graduação (1) Dos 35 professores que responderam ao questionário, 14,3% concluíram a graduação antes dos anos de 1990, 20% concluíram entre os anos 1990 e 2000, 54,3% 21 concluíram entre os anos 2000 a 2010 e 11,4% concluíram a graduação acima dos anos 2010. 1.3 Ano de conclusão de graduação (2) Dos 20 professores que responderam ao questionário, 5% concluíram a graduação antes dos anos 90, 15% concluíram entre os anos 1990 e 2000, 15% concluíram entre os anos 2000 a 2010 e 65% concluíram a graduação acima dos anos 2010. 1.4 Qual universidade se formou (1) Entre os 35 professores que responderam o questionário, a maior parte deles se formou em universidade pública, 94,3% dos professores, e apenas 5,7% se formaram em universidades privadas. 1.4 Qual universidade se formou (2) Entre os 20 professores que responderam ao questionário, a maior parte deles se formou em universidade pública, 70% dos professores, e apenas 30% se formaram em universidades privadas. 1.5 Anos atuando como professor (1) Dos 35 professores que responderam ao questionário, 22,9% atuam de 0 a 10 anos como professor de Educação Física, 45,7% dos professores atuam entre 10 a 20 anos, 22,9% atuam entre 20 a 30 anos, e 8,6% atuam acima de 30 anos como professor de Educação Física. 1.5 Anos atuando como professor (2) Dos 20 professores que responderam ao questionário, 65% atuam de 0 a 10 anos como professor de Educação Física, 20% dos professores atuam entre 10 a 20 anos, 10% atuam entre 20 a 30 anos, e 5% atuam acima de 30 anos como professor de Educação Física. 1.6 Ministra aulas em que escola (1) Ao responder sobre em qual escola ministram aulas, os professores podiam selecionar mais de uma opção, sendo assim, 34 professores (97,1%) responderam 22 que ministram aula em escola municipal, 15 professores (42,9%) responderam que ministram aula em escola estadual e 7 professores (20%) responderam que ministram aula em escola privada. 1.6 Ministra aulas em que escola (2) Ao responder sobre em qual escola ministram aulas, os professores podiam selecionar mais de uma opção, sendo assim, 9 professores (45%) responderam que ministram aula em escola municipal, 4 professores (20%) responderam que ministram aula em escola estadual e 19 professores (95%) responderam que ministram aula em escola privada. Como o intuito da pesquisa é alcançar os professores das escolas privadas de Natal, obtivemos um excelente resultado. 1.7 Leciona em que etapa de ensino (1) Ao responder sobre qual etapa de ensino lecionava as aulas, os professores podiam selecionar mais de uma opção, sendo assim, 14 professores (40%) responderam que lecionam no Ensino Fundamental anos iniciais, 29 professores (82,9%) lecionam no Ensino Fundamental anos finais e 14 professores (40%) lecionam no Ensino Médio. 1.7 Leciona em que etapa de ensino (2) Ao responder sobre qual etapa de ensino lecionava as aulas, os professores podiam selecionar mais de uma opção, sendo assim, 12 professores (60%) responderamque lecionam no Ensino Fundamental anos iniciais, 16 professores (80%) lecionam no Ensino Fundamental anos finais e 7 professores (35%) lecionam no Ensino Médio. 2. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 2.1 Você conhece a BNCC (1) Dos 35 professores que responderam ao questionário, 74,3% ao serem questionados se conheciam a BNCC responderam que sim, a conhecem, já 25,7% responderam conhecê-la em partes, e nenhum professor respondeu que não conhece a BNCC. 23 2.1 Você conhece a BNCC (2) Dos 20 professores que responderam ao questionário, 90% ao serem questionados se conheciam a BNCC responderam que sim, a conhecem, já 10% responderam conhecê-la em partes, e nenhum professor respondeu que não conhece a BNCC. Pode-se perceber que a quantidade de professores que conhecem a BNCC é satisfatória, porém, os professores que a conhecem apenas em partes são também um número relevante, o que pode vir a ser prejudicial para os seus estudantes, já que a BNCC vislumbra uma sociedade em que sejam reconhecidas e satisfeitas as necessidades vitais e sociais de seus membros (NEIRA; JÚNIOR, 2016) e a ausência do ensino completo do que é contemplado neste documento deixa lacunas em partes importantes no processo de aprendizagem na Educação Física, e além da preocupação com os alunos, é a partir desta que os projetos políticos pedagógicos e os currículos das escolas deverão ser atualizados (SENA et al., 2016) dessa forma, é necessário sempre a busca pelo profundo conhecimento. 24 2.2 Como a conheceu (1) Ao serem perguntados como conheceram a BNCC, os professores poderiam marcar mais de uma alternativa. Dos 35 professores, 37,1% (13) responderam que conhecem a BNCC através das Mídias, 54,3% (19) conheceram através da internet, 37,1% (13) conheceram através de material impresso, 2.9% (1) através de lives, 77,1% (27) conheceram através da Formação Continuada, 8,6% (3) conheceram através de vídeos, 54,3% (19) conheceram através da escola, 2,9% (1) através de grupos de estudo na Universidade e 2,9% (1) conheceu através de cursos. 2.2 Como a conheceu (2) Ao serem perguntados como conheceram a BNCC, os professores poderiam marcar mais de uma alternativa. Dos 20 professores, 20% (4) responderam que conhecem a BNCC através das Mídias, 55% (11) conheceram através da internet, 20% (4) 25 conheceram através de material impresso, 0% (0) através de lives, 25% (5) conheceram através da Formação Continuada, 10% (2) conheceram através de vídeos, 30% (6) conheceram através da escola, 5% (1) através de grupos de estudo na Universidade, 5% (1) conheceu na faculdade e 5% (1) conheceu através de cursos. Ao analisar esses resultados, percebemos que a grande maioria dos professores do questionário 1, conheceu a BNCC através da Formação Continuada, um projeto que o município do Natal oferece para todos os professores atuantes da rede, e os de Educação Física participam de 15 em 15 dias, e que, realmente, foi o precursor das discussões acerca da BNCC em Natal. De acordo com (SENA et al., 2016, p. ¿): O trabalho colaborativo no debate da BNCC revelou a importância de estabelecermos sistematicamente canais de diálogo com o professor, por ser este detentor de um saber,de uma experiência, que não pode deixar de estar presente no processo de construção democrática. Foi por meio dessa Formação que os professores puderam ter o primeiro contato com o documento, para que assim fosse possível conhecer e dialogar sobre a implementação dele nas escolas, e permitindo que todos participassem da construção desse novo currículo. De acordo com Rodrigues (2017), a discussão da BNCC nos encontros de formação continuada aponta novos horizontes no que se refere à sistematização dos conteúdos e a formação inicial e continuada dos professores, podendo servir como ferramenta de orientação na construção dos currículos. 26 Já no questionário 2, como grande parte dos professores não tem acesso a formação continuada que é realizada para os professores do município do Natal/RN, e não há tal formação para os professores da escola privada, acabam por – a grande maioria – ter conhecimento da BNCC pela internet, o que também é de grande relevância, visto que a própria BNCC reconhece e revela a importância da tecnologia no processo educacional, segundo a competência 5, o estudante deve: compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2017). Dessa forma, sendo importante o uso das novas tecnologias para obtenção de conhecimento. 2.3 Ajuda na prática pedagógica (1) Ao serem questionados sobre acreditarem que a BNCC ajuda na prática pedagógica cotidiana da escola, 57,1% dos 35 professores responderam que sim, contra 42,9% que responderam que a BNCC ajuda em partes, e 0% dos professores responderam que não ajuda. Das respostas apresentadas pelos professores que responderam que a BNCC ajuda na prática pedagógica, as mais repetidas foram: "dá um norte ao planejamento”; “organização e diversificação do currículo”; “direcionamento das atividades”; “sistematização dos conteúdos”; “ deixa claro o que se deve trabalhar” e em contrapartida a essas ideias, os 42,9% professores que responderam que a BNCC ajuda apenas em partes na prática pedagógica, tiveram como respostas: “atrapalha ao unificar os conteúdos para um país tão diverso”; “cércea a liberdade e criatividade do planejamento individual”; “organização pedagógica é desenvolvida somente pelo educador”; “informações mal explicadas”; “divergem em alguns pontos a respeito do conteúdo abordado, 27 2.3 Ajuda na prática pedagógica (2) Ao serem questionados sobre acreditarem que a BNCC ajuda na prática pedagógica cotidiana da escola, 65% dos 20 professores responderam que sim, citando fatores como: “Ajuda no planejamento das aulas, com os tipos dos conteúdos, com a classificação, as habilidades para cada nível de ensino.”; “A BNCC funciona como um elemento norteador da prática cotidiana, servindo para apoiar o professor em sua organização e planejamento” e “Organização de conteúdos e da um norte de como é possível estruturar o planejamento anual se baseando em uma sequência universal.”, contra 35% que responderam que a BNCC ajuda em partes, citando “na criação de aulas, porém também pode ser um empecilho, visto que alguns professores podem se limitar apenas aquilo que a BNCC propõe” e A BNCC auxilia apenas enfocando o ponto de partida, pois a organização pedagógica inclusive no ensino médio é desenvolvida somente pelo educador. Enquanto 0% dos professores responderam que não ajuda. 28 Podemos perceber que a maioria das respostas são positivas em relação ao auxílio que o documento traz para a sala de aula, dessa forma, levando em consideração que a BNCC vem trazer de forma legítima a organização dos conteúdos, definindo com clareza os objetivos de aprendizagem, os quais os educandos devem ter o direito de aprender, independente da escola que frequente (SENA et al., 2016), em contrapartida, alguns professores também alegaram que a BNCC só auxilia em partes na prática pedagógica, alegando motivos já citados anteriormente, porém: As secretarias de educação e as escolas podem olhar para esse documento e planejar as suas propostas. A BNCC não diz qual brincadeira, dança, luta, esporte, ginástica ou prática corporal de aventura devem ser tematizados, nem tampouco como fazê-lo ou avaliá-lo. Isso cabe à escola decidir. As escolas têm que olhar para essa proposta como o início de uma discussão mais ampla. A BNCC não pode ser todo o currículo, pois é simplesmente o começo, qualquerprojeto pedagógico ficará a dever caso se restrinja somente ao que consta no documento. (NEIRA; JÚNIOR, 2016) Dessa forma, é preciso ressaltar que a Base aponta quais são as habilidades essenciais, mas que de forma alguma as limita, oferecendo ao professor liberdade no seu ensino em sala de aula. 2.4 Proposta de organização para o ensino da Educação Física (1) Ao serem questionados se concordam com a proposta de organização para o ensino da Educação Física apresentada pela BNCC, 71,4% dos professores responderam que concordam em partes, 28,6% responderam que sim, e nenhum professor respondeu que não concorda com essa organização. 2.4 Proposta de organização para o ensino da Educação Física (2) 29 Ao serem questionados se concordam com a proposta de organização para o ensino da Educação Física apresentada pela BNCC, 40% dos professores responderam que concordam em partes, 55% responderam que sim, e 5% dos professores responderam que não concordam com essa organização. Sabemos que a BNCC por ser um documento ainda recente, apresenta dificuldades na sua interpretação e sua organização não agrada a todos, porém, apesar de o documento ter muitas questões a serem refletidas e criticadas, consideramos que a BNCC se apresenta como um caminho, que traz possibilidades de uma equidade quando nos referimos ao acesso dos alunos aos conteúdos” (SENA et al., 2016). Dessa forma, é necessária uma maior colaboração dos professores de forma a aplicar a BNCC da melhor forma nas escolas, visando uma boa experiência para os alunos. 2.5 Amplia cultura de movimento (1) Ao serem questionados se acreditam que a BNCC contribui para a aprendizagem dos estudantes de forma a ampliar a cultura de movimento deles, 77,1% dos 35 professores responderam que sim, citando a diversidade do conteúdo, reflexão sobre a metodologia, conteúdos que podem ser criados e recriados para discutir valores e ações discriminatórias, questões sociais e culturais, possibilidades para os alunos, ampliação do conhecimento sobre as unidades temáticas e a multidisciplinaridade como fatores responsáveis dessa ampliação da cultura de movimento, enquanto isso, 22,9% responderam que contribui em partes e 0% respondeu que não contribui, citando fatores como: conteúdos generalistas, nem 30 sempre adequado à realidade escolar e depende da aplicação e interpretação do professor. 2.5 Amplia cultura de movimento (2) Ao serem questionados se acreditam que a BNCC contribui para a aprendizagem dos estudantes de forma a ampliar a cultura de movimento deles, 85% dos 20 professores responderam que sim, citando a ampla abordagem dos conteúdos, norteamento de possibilidades, diversidade de conteúdos, direcionar o profissional na construção de pilares do ensino, como fatores responsáveis dessa ampliação da cultura de movimento, enquanto isso, 15% responderam que contribui em partes , citando fatores como: limitações da escola, e depende do modo em que o professor aplicar a BNCC. 31 A Educação Física na BNCC propõe o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para ampliar a consciência dos movimentos corporais, dos recursos para o cuidado de si e dos outros, e, também, para desenvolver a autonomia e a participação mais confiante e autoral na sociedade (EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC, 2022). Segundo Rodrigues (2017) é evidente como a BNCC auxilia nessa ampliação, perspectivando assim que a Educação Física escolar possua o objetivo de explorar as diferentes culturas e integre os alunos por meio da Cultura de Movimento (KUNZ, 1995) e da teoria do se-movimentar (KUNZ 1994, 2000, 2001, 2009) ,com isso os alunos passam a ter discussões em sala de aula que não teriam caso esse documento não estivesse sendo utilizado. 2.6 Dimensões do conhecimento (1) Ao serem questionados se o planejamento anual deles conseguia contemplar as oito dimensões do conhecimento que são apontadas pela BNCC, 71,4% dos 35 professores responderam que sim, conseguiam contemplar as oito dimensões do conhecimento, 22,9% responderam que conseguiam contemplar em partes e 5,7% responderam que não conseguiam contemplar. Logo após, ao serem questionados sobre quais das oito dimensões do conhecimento o planejamento anual conseguia desenvolver, 34 professores responderam que conseguem desenvolver a Experimentação, 21 professores responderam o Uso e apropriação, 23 professores a Fruição, 28 professores a Reflexão sobre a ação, 31 professores a Construção de valores, 19 responderam a Análise, 30 professores a Compreensão e apenas 11 professores responderam que conseguiam desenvolver o Protagonismo comunitário. 32 2.6 Dimensões do conhecimento (2) Ao serem questionados se o planejamento anual deles conseguia contemplar as oito dimensões do conhecimento que são apontadas pela BNCC, 45% dos 20 professores responderam que sim, conseguiam contemplar as oito dimensões do conhecimento, 45% responderam que conseguiam contemplar em partes e 10% responderam que não conseguiam contemplar. Logo após, ao serem questionados sobre quais das oito dimensões do conhecimento o planejamento anual conseguia desenvolver, 17 professores responderam que conseguem desenvolver a Experimentação, 11 professores responderam o Uso e apropriação, 12 professores a Fruição, 13 professores a 33 Reflexão sobre a ação, 19 professores a Construção de valores, 9 responderam a Análise, 16 professores a Compreensão e apenas 9 professores responderam que conseguiam desenvolver o Protagonismo comunitário. Os dados supracitados nos permitem analisar que a Experimentação é a dimensão do conhecimento que os professores do questionário 1 mais apresentam facilidade em contemplar no seu planejamento anual, e de acordo com a BNCC, refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na realização das mesmas. Historicamente, a Educação Física se apresenta como uma área exclusivamente prática, tendo como ação e intervenção o “saber fazer”. É difícil pensar em uma aula de Educação Física sem movimento, porém, é necessário que as práticas tenham um sentido para os estudantes. Dessa forma, Nóbrega (2009, p.5) afirma que as “práticas corporais não podem ser voltadas apenas para o rendimento, a disciplina autoritária, a padronização de gestos, a reprodução de valores utilitaristas e individualistas, a mensuração e a quantificação de resultados”. No questionário 2, a dimensão do conhecimento que os professores também apresentam mais facilidade é a construção de valores, que possibilita a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática, se concentrando mais especificamente na construção de valores relativos ao respeito às diferenças e no combate aos preconceitos de qualquer natureza (BRASIL, 2017) Em contrapartida, a dimensão do conhecimento em que os professores apresentam mais dificuldade de desenvolver é o Protagonismo comunitário, esse que de acordo com a BNCC, refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários 34 para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência social, dessa forma fazendo com que o aluno desenvolva um espírito de protagonizar nos ambientes fora da escola, o que é uma dificuldade, já que por muitas vezes o jovem não busca essa relação entre comunidade e escola, e o professor assim não consegue desenvolver esse vínculo social comunitário. Segundo Vidotti (2020), o Protagonismo Comunitário, por exemplo, é uma dimensão que necessita do desenvolvimento de habilidades mais complexas, e que talvez possa ser mais estimulada durante os anos escolares finais,enquanto a Experimentação pode ser mais fomentada nos primeiros anos. 2.7 Unidades temáticas (1) Ao serem questionados sobre quais as unidades temáticas sugeridas pela BNCC (Brincadeiras e Jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas corporais de aventura) conseguiam contemplar, 32 dos 35 professores responderam que conseguem contemplar Brincadeiras e Jogos, 34 professores conseguem contemplar os Esportes, 32 professores conseguem contemplar Ginásticas, 25 professores conseguem contemplar Danças, 33 professores conseguem contemplar Lutas e apenas 15 professores conseguem contemplar as Práticas corporais de aventura. 35 Ao serem questionados sobre quais unidades temáticas eles têm dificuldade em desenvolver, 3 professores responderam ter dificuldade nas Brincadeiras e Jogos, citando falta de experiência motora e objetivos generalistas na BNCC, como motivos para essa dificuldade. A dificuldade com a unidade temática Esporte não foi apontada por nenhum professor, 8 professores responderam ter dificuldade nas Ginásticas, citando pouca experiência, falta de material e apoio da direção, resistência dos alunos e não apropriação sobre o tema para ensinar, 24 professores responderam ter dificuldade nas Danças, citando o preconceito, não dominar o tema, falta de vivência e resistência dos alunos, 9 professores responderam ter dificuldade nas Lutas, citando não ter apropriação e segurança sobre o tema, não ter domínio e dificuldade de abordar metodologicamente, e 21 professores responderam ter dificuldade nas Práticas corporais de aventura, citando estrutura física da escola, conteúdo novo, não ter material, não ter apoio da direção, medo de explorar atividades “perigosa”, falta de vivência, como motivos para essa dificuldade em desenvolver. 2.7 Unidades temáticas (2) Ao serem questionados sobre quais as unidades temáticas sugeridas pela BNCC (Brincadeiras e Jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas corporais de aventura) conseguiam contemplar, 19 dos 20 professores responderam 36 que conseguem contemplar Brincadeiras e Jogos, 19 professores conseguem contemplar os Esportes, 16 professores conseguem contemplar Ginásticas, 11 professores conseguem contemplar Danças, 15 professores conseguem contemplar Lutas e apenas 5 professores conseguem contemplar as Práticas corporais de aventura. A dificuldade com a unidade temática Esporte e Brincadeiras e jogos não foram apontadas por nenhum professor, por serem mais comuns e vivenciadas por alguns professores por toda a sua vida pessoal e profissional, se torna algo mais fácil de trabalhar no planejamento. 2 professores responderam ter dificuldade nas Ginásticas, citando “o ambiente escolar não possibilita o desenvolvimento das atividades experimentais/práticas”, e “não apropriação sobre o tema para ensinar”, 9 professores responderam ter dificuldade nas Danças, citando “O preconceito, “Preconceito e estrutura”, “Falta de material e preconceito dos alunos”, e “Não domino o tema para sentir me seguro em ministrar”, 6 professores responderam ter dificuldade nas Lutas, citando “Baseado nas minhas experiências”, “Ambiente escolar não possibilita o desenvolvimento das atividades experimentais/práticas”, “Falta de material apropriado para ter o mínimo de segurança”. 12 professores responderam ter dificuldade nas Práticas corporais de aventura, citando “A maior dificuldade é a falta e material apropriado para ter o mínimo de segurança”, “é necessário ter um cuidado maior na aplicação dessa unidade temática”, “O que tenho dificuldade e em propor essa 37 vivência pela falta de estrutura da escola.” Das justificativas apresentadas como motivos de dificuldade, muitas delas se repetem em mais de uma unidade temática, como por exemplo: falta de vivência, não domínio do tema, não apropriação e segurança sobre o tema. Dessa forma, para que essas dificuldades sejam superadas é necessária a participação desses professores na formação continuada, no qual passou a ser tema de interesse do sistema educacional público de ensino, tendo o intuito de atender esses desafios postos pelo sistema educacional e de preencher as lacunas da formação inicial (RODRIGUES, 2017). Assim capacitando os professores a trabalharem com essas unidades temáticas em que apresentam um déficit de conhecimento pelas faltas de experiências, e para os professores que não tem acesso a essa formação continuada, existem outros meios de se atualizar profissionalmente e buscar conhecimento, como é o caso do acesso as novas tecnologias, onde atualmente todos tem acesso à pesquisa através de livros e de internet. Outro ponto a ser destacado nas respostas dos professores, é a resistência dos alunos ao se trabalhar Danças e Ginásticas nas escolas, esse fator é uma questão cultural enraizada na maioria das escolas, principalmente entre os alunos do sexo masculinos, que veem ambas como “coisas de mulher”, assim, é papel do professor promover um diálogo em sala de aula para distanciar essas manifestações sexistas dos seus alunos, concordando então com Leltão e Souza (1995, p.258) que 38 A dança na escola, nas aulas de Educação Física, poderá contribuir, e muito, para a interação de homens e mulheres, os quais poderão viver com suas diferenças sem anular suas singularidades, tornando-se pessoas inteiras e de livre expressão. Por fim, o último ponto a ser discutido é o medo de explorar atividades “perigosas” e falta de estrutura física escolar, citadas especificamente na dificuldade de desenvolver a unidade temática de Práticas corporais de aventura. É evidente a falta de infraestrutura das escolas, porém, existem propostas adaptáveis para ensinar sobre as Práticas corporais de aventura de forma que o aluno não apresente um déficit de aprendizagem dessa unidade temática, segundo Tahara e Darido (2016, p.126): Soares e Paixão entendem que o despreparo de alguns docentes para implantar e avaliar as atividades de aventura pode inibir o seu pleno desenvolvimento durante as aulas de Educação Física, além do custo elevado de alguns equipamentos específicos para a prática de determinadas modalidades. Conquanto, os autores apresentam práticas que não requerem equipamentos específicos, o que por sua vez, facilita sua inclusão em meio escolar, tais como o trekking, as corridas de orientação, o skate, as caminhadas ecológicas, entre outras, pelo fato de serem atividades esportivas que se adaptam bem à realidade da maioria das escolas públicas brasileiras. Dessa forma, as Práticas corporais de aventura podem ser contextualizadas e adaptadas para a realidade escolar, dando a oportunidade para os alunos desfrutarem dessas novas experiências, na qual eles jamais iriam experimentar fora do ambiente escolar. É necessário mais uma vez, dar ênfase à formação efetiva do professor, visto que a maioria não teve acesso a estas práticas em sua formação inicial e que estas fazem parte das atividades que devem ser possibilitadas aos alunos nas aulas de Educação Física (RODRIGUES, 2017), para que haja um ensino total e adequado de todas as unidades temáticas na Educação Física, pois caso isso não ocorra, a educação de qualidade, em perspectiva crítica e emancipatória, com vistas a formar professores, e, consequentemente, alunos como sujeitos investidos de criticidade e autonomia, fica comprometida (RODRIGUES, 2017). Dessa forma, priorizando a formação do docente para um melhor ensino geral. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, podemos perceber a existência ainda de uma grande dificuldade a respeito da Base Nacional Comum Curricular e suas implicações nas escolas do município do Natal/RN. São apresentadas diversas divergências nas opiniões a respeito da BNCC, alguns professores demonstraram se sentirconfusos em relação ao conteúdo que ela traz, enquanto outros conseguem trabalhar perfeitamente, demonstrando que a BNCC auxilia no planejamento anual escolar. A proposta do documento ainda é muito recente, e com isso a presença de questionamentos e dúvidas é bastante comum nesse ponto de vista. Com isso, percebemos que ainda há muito o que ser estudado a respeito da BNCC e sobre a importância da sua frequente discussão entre os professores das escolas de Natal/RN, para desta forma, todos eles tenham acesso e entendimento completo do documento na sua íntegra, já que a Base aponta um caminho que traz possibilidades de uma equidade no que se refere ao acesso às diversas práticas corporais, mas não irá alterar sozinha o quadro de desigualdade na Educação básica do país, é necessário uma maior parceria entre a Secretaria de Educação, os diretores, coordenadores e professores da escola, para que a educação e a aplicação da Base seja efetiva no planejamento pedagógico escolar. É analisado que, independentemente da rede, seja ela pública ou privada, o número de professores que não concordam totalmente com a organização e prática da Base é alto, como vimos nos resultados da nossa pesquisa, e que também é possível perceber a dificuldade que eles têm em contemplar o ensino de algumas Unidades temáticas e Dimensões do conhecimento presentes, assim, mais uma vez é necessário ressaltar a divulgação e estudo da BNCC sempre que possível, com o intuito de sanar as dúvidas e traze-la como aliada da educação básica, e não como um fator que dificulte a prática pedagógica desses professores. Ainda na discussão, visualizamos que da mesma forma que os professores da rede pública afirmam não ter estrutura para trabalhar com Lutas, Danças e Práticas corporais de aventura, alguns professores da rede privada também alegam a mesma dificuldade, ainda que o acesso a estrutura e aos materiais seja maior. Dessa maneira, conseguimos entender a necessidade de inovação e criação de novas metodologias 40 pelos professores, para que assim não seja necessário depender da infraestrutura escolar e o aluno consiga desfrutar por direito de todo o conteúdo, as habilidades e as competências que estão presentes na BNCC. E é necessário também, em conjunto com essas discussões, a participação dos professores na Formação continuada, tendo em vista que a mesma pode contribuir de forma significativa, estimulando o professor à pesquisa e à reflexão sobre a prática, possibilitando a articulação dos conhecimentos teóricos com o fazer pedagógico e realizar reuniões periódicas para o estudo da BNCC. Dessa forma, buscamos sanar as nossas dúvidas em relação a BNCC e apresentá-la como uma gigantesca aliada do processo educacional, sendo necessário novas pesquisas sobre essa temática, abordando professores no âmbito nacional e sendo possível coletar dados e estudar sobre a utilização da Base Nacional Comum Curricular em todo o país, tornando-se completo e fundamental para que todos os professores possam ter acesso completo ao documento da BNCC. Para finalizar, também é imprescritível o comprometimento e responsabilidade do profissional de Educação Física no seu planejamento pedagógico, que também deve permanecer sempre em uma continua busca pelo aprendizado, pois: “O professor é aquele que sempre está se atualizando e tem a humildade para reconhecer que é um eterno aprendiz nesse mundo de conhecimentos e mistérios.” - Maurício Costa. 41 REFERÊNCIAS BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em de 25/07/2022. CHIZZOTTI, Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. LEITÃO, Fatima C. do V.; SOUSA, Iracema S. O homem que dança. Motrivivência, Florianópolis, v. 7, n. 8, p. 250-259, 1995. RODRIGUES, Wanessa Cristina Maranhão de Freitas. Formação continuada em educação física: um estudo sobre a proposta do município do Natal/RN. 2017. 146f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. SENA, Dianne Cristina Souza de. el at. A BNCC em discussão na formação continuada de professores de Educação Física: um relato de experiência– Natal/RN. Motrivivência, v. 28, n. 49, p. 227-241, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175- 8042.2016v28n49p227. Acesso em: 25 de jun. de 2021. SILVA, Ana Márcia. Entre o corpo e as práticas corporais. Arquivos em movimento, v.10, n.1, p.5- 20, 2014. SOARES, Carmen Lucía. Educação Física escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, p. 6-12, 1996. TAHARA, Alexander Klein; DARIDO, Suraya Cristina. PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA. Conexões. 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646059/1335 7. Acesso em: 02 jul. 2021. VIDOTTI, Pedro Henrique Carbone. A educação física e as dimensões do conhecimento na BNCC: um estudo a partir dos planos de ensinos dos professores de uma rede municipal de ensino. 2020. 207 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Física Escolar) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, 2020.LEITÃO, Fatima C. do V.; SOUSA, Iracema S.
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