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Implicações da BNCC na Educação Física

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
MARIA CLARA DE FREITAS RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS 
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE PÚBLICA E 
PRIVADA DO NATAL/RN 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS 
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE PÚBLICA E 
PRIVADA DO NATAL/RN 
 
 
 
MARIA CLARA DE FREITAS RODRIGUES 
 
 
 
 
Orientador (a): Profº. Drº. Aguinaldo César Surdi 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento de 
Educação Física da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, como requisito à obtenção do 
Título de Licenciado em Educação Física. 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A educação é um ato de amor e, 
por isso, um ato de coragem”. 
Paulo Freire 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao longo da nossa trajetória na vida temos muito pelo que sermos gratos, 
principalmente às pessoas que nos guiam diariamente para o melhor caminho. 
Agradeço primeiro a Deus por trilhar minha vida tão bem, por mais que eu não entenda 
agora muitos de seus planos, sem Ele eu nada seria. 
Agradeço também aos meus pais, Wanessa e Ubiraci, vocês são meu maior exemplo 
na vida, me inspiram como pessoas e como profissionais. Se um dia eu for metade do 
que vocês são, estou satisfeita! Muito obrigada por me apoiarem em toda e qualquer 
decisão que eu tome em minha vida, vocês são essenciais! 
Aos meus irmãos, vocês são os maiores amores que eu tenho no mundo, mesmo com 
todo o barulho dentro de casa – quase não concluo esse trabalho rs– amo vocês! 
As minhas avós Elvira e Eneide, que são os amores da minha vida. Vó Elvira nunca 
vou esquecer dos cortes de revistas em meio ao meu processo de alfabetização, e Vó 
Eneide, sei que a senhora estaria aqui comigo nesse momento se o céu não fosse tão 
distante. 
Aos meus avôs Ossivaldo e Rodrigues, amo vocês! 
As minhas tias Eva, Jaciara, Lidiane e Mellyna, vocês são sinônimo de amor e 
cuidado! 
Aos meus primeiros amigos da vida e que sempre permaneceram comigo, Brunna, 
Duda, Pedro, Laura e Yasmin! 
As minhas amigas que ganhei ao longo da trajetória Andressa, Anna Alice, Camila, 
Marina e Mayra, com quem dividido as alegrias e angustias dessa vida! 
A minha amiga Manu, por partilhar comigo durante esses quatro longos anos as 
experiências da universidade! 
Aos meus professores da universidade, em especial Aguinaldo Surdi, que me guiou 
desde a iniciação cientifica até o trabalho de conclusão de curso! 
E por último, agradeço a mim, que sou reflexo de todas as pessoas que amo e sou 
grata citadas acima. Vocês foram peças fundamentais em toda a minha caminhada 
até aqui!
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS 
 Rodrigues, Maria Clara de Freitas. 
 As implicações da BNCC na prática pedagógica dos professores 
de Educação Física da rede pública e privada do Natal/RN / Maria 
Clara de Freitas Rodrigues. - 2022. 
 37f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências 
da Saúde, Departamento de Educação Física. Natal, RN, 2022. 
 Orientador: Aguinaldo César Surdi. 
 
 
 1. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - TCC. 2. Educação 
Física Escolar - TCC. 3. Rede pública de Educação de Natal/RN - 
TCC. I. Surdi, Aguinaldo César. II. Título. 
 
RN/UF/BSCCS CDU 796.011 
 
 
 
 
 
Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo investigar sobre as implicações da Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC) na prática pedagógica dos professores de 
Educação Física da rede pública e privada de Educação do Natal/RN. Através de um 
estudo de abordagem qualitativa, utilizamos duas pesquisas no formato de 
questionário, o primeiro com a participação de 35 professores de Educação Física da 
rede pública de Educação do Natal/RN e o segundo com participação de 20 
professores da rede privada de Educação do Natal/RN. Dessa forma, a partir do 
estudo, foi possível constatar a existência de dificuldades no ensino que é relacionado 
à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com dúvidas e resistências na aplicação 
do documento em sala de aula e no planejamento anual escolar, dando ênfase, 
principalmente, no ensino das dimensões do conhecimento e unidades temáticas. 
Palavras-Chave: Base Nacional Comum Curricular (BNCC); Educação Física 
Escolar; Rede pública de Educação de Natal/RN; Rede privada de Educação de 
Natal/RN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The present work aims to investigate the motivation of the National Common Curricular 
Base (BNCC) in the pedagogical practice of Physical Education teachers from the 
public and private network of Education in Natal/RN. Through a study with a qualitative 
approach, we used two surveys in the format of trials, the first with the participation of 
35 Physical Education teachers from the public education network of Natal/RN and the 
second with the participation of 20 teachers from the private education network of 
Natal, RN. Thus, from the study, it was verified the existence of difficulties in teaching 
that is related to the National Common Curricular Base (BNCC), with doubts and 
resistance in the application of the document in the possible classroom and in the 
annual school planning, emphasizing, mainly, in teaching the dimensions of knowledge 
and thematic units. 
Keywords: National Curricular Common Base (BNCC); School Physical Education; 
Public Education Network of Natal/RN; Private Education Network in Natal/RN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
BNCC – Base Nacional Comum Curricular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9 
METODOLOGIA ............................................................................................................. 12 
CAPÍTULO I - A BNCC .................................................................................................. 14 
CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC E A PRÁTICA PEDAGÓGICA . 17 
CAPÍTULO III - AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA – 
ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................................... 20 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 44 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A constituição federal de 1955, no seu artigo 205, reconhece a educação 
como direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho 
(BRASIL, 1988). Assim, uma das principais discussões na educação brasileira 
atualmente é sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular na rede de 
ensino, na qual foi criada com o intuito de dar equidade ao ensino das escolas 
brasileiras desde a Educação Infantil até oEnsino Médio. 
A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que 
faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE), previsto na Constituição Federal de 
1988, sendo pela primeira vez redigido em 2015, e homologado pelo MEC em 2017. 
A partir da oficialização do documento em 2017, ficou estabelecido para os sistemas 
e redes de ensino do Brasil o desafio da implementação da BNCC até o início de 2020, 
O documento define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os 
alunos devem desenvolver ao longo do ensino, dessa forma, orientando a construção 
do currículo seguido pelas instituições escolares, que terão que se adaptar para seguir 
os parâmetros obrigatórios apresentados pelo documento, e buscando equidade no 
que se refere ao ensino no Brasil, o que leva as constantes discussões sobre a 
presença e utilização desse documento nas escolas. 
A BNCC está dividida em três partes que correspondem as etapas da 
Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, 
organizadas conforme suas especificidades. Porém, dez competências gerais são 
comuns a toda Educação Básica: conhecimento; pensamento científico, crítico e 
criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; 
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; 
responsabilidade e cidadania. Estas devem se articular na construção de 
conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e 
valores, nos termos da LDB (BRASIL, 2017). 
A Educação Infantil é estruturada na BNCC por meio de campos de 
experiência, definindo em cada um deles os objetivos de aprendizagem e 
desenvolvimento específico para cada faixa etária. São eles: O eu, o outro e o 
10 
 
 
nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, 
pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades, relações e 
transformações. No que se refere ao Ensino Fundamental, a BNCC está organizada 
em cinco áreas: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas 
e Ensino Religioso. Cada uma destas áreas, de acordo com as fases de escolarização 
– Anos Iniciais e Anos Finais – apresentam os saberes sistematizados de forma 
progressiva, por meio dos componentes curriculares. Já o Ensino Médio está 
organizado em quatro áreas: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas 
tecnologias, Ciências da natureza e Ciências Humanas. 
Dessa forma, na Educação Infantil a Educação Física não é mencionada, pois 
esta etapa de ensino estrutura sua organização em campos de experiência, não os 
delimitando em componentes curriculares. 
Em relação ao Ensino Fundamental, a Educação Física se apresenta como 
um componente curricular inserido nos Anos Iniciais e Finais, dentro da área de 
Linguagens, onde o movimento é reconhecido como uma “linguagem corpórea” e 
assim afirmando que temos um corpo que ultrapassa o orgânico, abrangendo os 
diversos usos dele, sendo entendida como “componente curricular que tematiza as 
práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, 
entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos” 
(BRASIL, 2017, p.213). Assim, na BNCC a Educação Física aborda a forma como os 
alunos se expressam por meio de atividades corporais, não se tratando somente de 
movimentos físicos, mas também das vivências emotivas, lúdicas e sociais que são 
possibilitadas por eles. As habilidades e competências da Educação Física foram 
sistematizadas em seis unidades temáticas, sendo elas: Brincadeiras e Jogos; 
Esportes; Ginásticas; Danças; Lutas e Práticas Corporais de Aventura. 
No Ensino Médio, a Educação Física permanece na área das Linguagens, 
porém com ênfase na reflexão e aprofundamento do conhecimento adquirido no 
Ensino Fundamental. 
Diante do exposto, considera-se que por ser um documento recente, a BNCC 
ainda é alvo de muitas dúvidas e discussões. Dessa forma, as opiniões sobre como o 
documento é desenvolvido no âmbito escolar e a influência dele no dia-a-dia, levaram 
ao estudo das implicações na prática pedagógica dos professores de Educação Física 
de Educação de Natal, onde é de extrema importância para poder entender a 
relevância da BNCC como um documento concreto e prático, não apenas em sua 
11 
 
 
teoria. Sendo assim, o objetivo do estudo é investigar sobre as implicações da Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC) na prática pedagógica dos professores de 
Educação Física da rede municipal de Educação de Natal, verificando de que maneira 
ela está influenciando na prática pedagógica destes professores, analisando de que 
forma eles se utilizam da Base nas suas aulas de Educação Física e identificando as 
dificuldades encontradas no desenvolvimento dos conteúdos e objetivos propostos 
pelo documento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
METODOLOGIA 
Este estudo teve como intuito investigar as implicações da BNCC na prática 
pedagógica dos professores de Educação Física da rede pública e privada do 
Natal/RN. Diante do contexto, optamos pelo tipo de pesquisa qualitativa, que 
refere-se às pesquisas designadas genericamente como qualitativas, 
ao dizer que “[...] usando, ou não, quantificações, pretendem interpretar 
o sentido do evento a partir do significado que as pessoas atribuem ao 
que falam e fazem” Chizzotti (2006, p. 28) 
Dessa forma, por meio de um questionário elaborado de forma semiaberta, constituído 
por questões abertas e fechadas, e aplicado aos professores da rede pública e privada 
do Natal/RN. Assim, visando levantar um perfil dos participantes e analisar sua opinião 
a respeito de alguns pontos que norteiam essa pesquisa relacionados a BNCC. 
Nosso estudo foi realizado em parceria com a Secretaria Municipal de 
Educação de Natal, que oferta quinzenalmente a todos os professores de Educação 
Física da rede municipal encontros de formação continuada. Desde o ano de 2018 a 
Base Nacional Comum Curricular tem sido temática da formação, a qual foi analisada, 
discutida e vivenciada em alguns momentos de práticas realizadas pelos professores. 
Primeiramente realizamos um encontro com quatro professores responsáveis 
pela formação continuada na rede municipal, através da plataforma Google Meet, 
onde foi discutido a maneira que o questionário seria construído, como seria realizada 
a divulgação para os professores participantes e como iria atingir o público. A partir 
da reunião, o questionário foi criado baseado na leitura da Base Nacional Comum 
Curricular, onde o dividimos em duas partes – O perfil do professor e perguntas sobre 
a BNCC - através de 19 questões, envolvendo perguntas como: “Você acredita que a 
BNCC ajuda na prática pedagógica cotidiana da escola?”; “Quais as unidades 
temáticas sugeridas pela BNCC você consegue contemplar?”, conseguimos identificar 
de que maneira esses professores estão, ou não, se apropriando da BNCC nas aulas 
de Educação Física do Ensino Fundamental I e II. Com o questionário já concluído da 
nossa primeira etapa da pesquisa – entre os professores da rede pública - decidimos 
manter o formato e novamente aplicá-lo para os professores da rede privada, dessa 
forma podendo fazer um comparativo entre as duas redes de ensino, quais as suas 
diferenças e semelhanças. 
13 
 
 
Outro ponto importante da pesquisa, foi a divulgação do questionário, no qual 
foi necessário a produção de um vídeo1 no intuito de compartilhar o objetivo da nossa 
pesquisa e a importância de obter as respostas para realizar o estudo, dessa forma, 
com o vídeo e questionário prontos, ambos foram divulgados através de redes sociais. 
O primeiro questionário aplicado – para os professores de Educação Física da rede 
pública- contou com 35 participantes, já o segundo questionário – aplicado para os 
professores de Educação Física da rede privada- contou com a participação de 20 
professores,e assim, obtivemos as respostas necessárias para a análise dos 
resultados da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 https://www.youtube.com/watch?v=9TyFTE5_CJw 
 
https://www.youtube.com/watch?v=9TyFTE5_CJw
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CAPÍTULO I – A BNCC 
Como já se sabe, a Base Nacional Comum Curricular é um documento de 
caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens 
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e 
modalidades da Educação Básica (BRASIL, 2017). Porém, para a construção do 
documento que hoje conhecemos, foi necessário um processo que longos anos, que 
teve início já nos anos 80, quando a Constituição de 1988 já previa a necessidade de 
unificar o sistema de ensino do país em seu artigo 210 que “serão fixados conteúdos 
mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum 
e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.” 
Seguindo na linha do tempo, em 1996, é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDBEN) - legislação que define e regulamenta o sistema 
educacional brasileiro, seja ele público ou privado - que em seu Artigo 26, regulamenta 
uma base nacional comum para a Educação Básica. 
Um ano depois, em 1997, são consolidadas as diretrizes elaboradas pelo 
Governo Federal que orientam a educação no Brasil, conhecidas como Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs), para o Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano, em 1998 
foram lançadas as PCNs para Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano e nos anos 2000 
para o Ensino Médio. 
Já entre 2010 e 2012 foram orientadas Novas Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCNs) com o objetivo de orientar o planejamento curricular das escolas e dos 
sistemas de ensino. Elas valiam para a Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2 
e Ensino Médio. 
Em 2014 A Lei n. 13.005 regulamenta o Plano Nacional de Educação (PNE), 
com vigência de 10 anos, composto por 20 metas para a melhoria da qualidade da 
Educação Básica e 4 delas falam sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
sendo elas: 
 Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as 
crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação 
infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) 
das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. 
15 
 
 
 Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a 
população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% 
(noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade 
recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. 
 Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população 
de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência 
deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e 
cinco por cento). 
 Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e 
modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a 
atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do 
ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino 
médio. 
Um ano depois, em 2015, acontece o I Seminário Interinstitucional para elaboração 
da BNCC onde foram reunidos todos os assessores e especialistas envolvidos na 
elaboração da Base, e a Portaria n. 592, de 17 de junho de 2015, instituiu uma 
comissão de especialistas para a elaboração de proposta da Base Nacional Comum 
Curricular. Com isso, no dia 16 de setembro de 2015, a 1ª versão da BNCC é 
disponibilizada. Em maio de 2016 é disponibilizada a 2ª versão da BNCC, e em agosto 
começa a ser redigida a sua 3ª versão. 
A Base Nacional Comum Curricular chega a sua versão final em abril de 2017, 
onde, no final de dezembro houve a sua homologação, a partir disso começa o 
processo de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas de 
Educação estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos 
escolares. E finalmente conhecemos a BNCC que hoje é estabelecida no nosso país, 
sendo estruturada da seguinte forma: 
 Textos introdutórios (geral, por etapa e por área); 
 Competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo de todas as 
etapas da Educação Básica; 
 Competências específicas de cada área do conhecimento e dos componentes 
curriculares; 
16 
 
 
 Direitos de Aprendizagem ou Habilidades relativas a diversos objetos de 
conhecimento que os alunos devem desenvolver em cada etapa da Educação 
Básica. 
 
Figura 1 – Etapas da Educação Básica 
 
Fonte: Brasil, 2017. 
 
Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das 
políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três 
esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação (BRASIL, 2017, p.10). 
Assim, oferecendo a melhor educação básica para os alunos do nosso país. 
 
 
17 
 
 
CAPITULO II - A EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC E A PRÁTICA 
PEDAGÓGICA 
A Educação Física está na escola. Ela é uma matéria de ensino e sua presença 
traz uma adorável, uma benéfica e restauradora desordem naquela instituição 
(SOARES, 1996). Dessa forma, ela por estar na escola, faz parte também da Base 
Nacional Comum Curricular e está presente na área de Linguagens, que segundo a 
BNCC: 
Cada prática de linguagem propicia ao sujeito uma dimensão de 
conhecimentos à qual ele não teria acesso de outro modo. Interagir em 
diversas línguas, manifestações artísticas e práticas corporais gera um 
tipo específico de conhecimento, possibilitando perceber o mundo e a 
si próprio de um modo singular (BRASIL, 2017, p. 214). 
Onde podemos entender o motivo da Educação Física estar encaixada nessa 
área, pois, um corpo não é somente a expressão biológica do nosso ser atual, mas a 
expressão significativa da história do corpo do homem entre os homens (SOARES, 
1996). Sendo possível nos expressarmos através das práticas corporais, que 
São fenômenos que se mostram, prioritariamente, no plano corporal, 
constituindo-se em manifestações culturais de caráter lúdico, tais como 
os jogos, as danças, as ginásticas, os esportes, as lutas, as acrobacias, 
entre outras. Esses fenômenos culturais se expressam fortemente no 
âmbito corporal e, em geral, ocorrem no tempo livre ou disponível. São 
constituintes da corporalidade humana e podem ser compreendidos 
como forma de linguagem com profundo enraizamento corporal que, 
por vezes, escapam às possibilidades de racionalização, o que lhes 
permite interessantes possibilidades (SILVA et al., 2014, p.18) 
 
Entendendo da necessidade das práticas corporais nas aulas de Educação Física 
Escolar, na BNCC cada uma delas compõe uma das seis unidades temáticas 
abordadas ao longo do Ensino Fundamental. Sendo as unidades temáticas 
abordadas: 
 Brincadeiras e Jogos - explora aquelas atividades voluntárias exercidas 
dentro de determinados limites de tempo e espaço, caracterizadas pela criação 
e alteração de regras, pela obediência de cada participante ao que foi 
combinado coletivamente, bem como pela apreciação do ato de brincar em si; 
 Esportes - tem como referência os critérios de cooperação, interação com o 
adversário, desempenho motor e objetivos táticos da ação. Está subdividida 
18 
 
 
em sete categorias: marca, precisão, técnico-combinatório, rede/quadra 
dividida ou parede de rebote, campo e taco, invasão ou territorial e combate; 
 Ginásticas - são propostas práticas com formas de organização e significados 
muito diferentes, por isso, classificadas em: ginástica geral, ginásticas de 
condicionamento físico e ginásticas de conscientização corporal; 
 Danças - explora o conjunto das práticas corporais caracterizadas por 
movimentos rítmicos,organizados em passos e evoluções específicas, muitas 
vezes também integradas a coreografias; 
 Lutas - focaliza as disputas corporais, nas quais os participantes empregam 
técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir 
ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de 
ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário; 
 Práticas corporais de aventura - exploram-se expressões e formas de 
experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas 
situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage 
com um ambiente desafiador. É caracterizada a partir do ambiente em que é 
vivenciada, podendo ser naturais ou urbanas. 
A BNCC ainda ressalta que essas práticas devem ser reconstruídas com base em sua 
função social e suas possibilidades materiais, assim, o professor consegue adaptar 
tais práticas à sua realidade escolar. 
Além das unidades temáticas, a BNCC engloba as dimensões do conhecimento 
em sua organização, as oito dimensões propostas para a EF na BNCC buscam 
ampliar as possibilidades pedagógicas dos conhecimentos e permitir a relação mais 
orgânica entre os saberes, “é importante que cada dimensão seja sempre abordada 
de modo integrado com as outras, levando-se em conta sua natureza vivencial, 
experiencial e subjetiva” (BRASIL, 2017, p. 222) (VIDOTTI, 2020). Sendo elas: 
 Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela 
vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na realização das 
mesmas 
 Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante ter 
condições de realizar de forma autônoma uma determinada prática corporal. 
19 
 
 
 Fruição: implica a apreciação estética das experiências sensíveis geradas 
pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas corporais oriundas 
das mais diversas épocas, lugares e grupos 
 Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados na observação 
e na análise das próprias vivências corporais e daquelas realizadas por outros. 
 Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em 
discussões e vivências no contexto da tematização das práticas corporais, que 
possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da 
cidadania em prol de uma sociedade democrática 
 Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as 
características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre). 
 Compreensão: refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das 
práticas corporais no contexto sociocultural, reunindo saberes que possibilitam 
compreender o lugar das práticas corporais no mundo. 
 Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos 
necessários para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em 
decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas 
corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência social. 
Não há uma ordem necessária para trabalhar com as dimensões do conhecimento, 
segundo a BNCC, cada uma delas exige diferentes abordagens e graus de 
complexidade para que se tornem relevantes e significativas, e sendo importante 
que cada dimensão seja sempre abordada de modo integrado com as outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
CAPÍTULO III - AS IMPLICAÇÕES DA BNCC NA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA: ANÁLISE DE DADOS 
Os tópicos marcados com (1) são relativos ao questionário com os professores da 
rede pública, e os tópicos marcados com (2) são relativos ao questionário com os 
professores da rede privada. 
1. Perfil dos professores 
1.1 Faixa Etária (1) 
A faixa etária dos 35 professores que participaram do questionário variam de 30 anos 
até mais de 60 anos, onde: 5,7% dos professores responderam ter até 30 anos; 40% 
responderam ter entre 31 a 40 anos; 28,6% responderam ter entre 41 a 50 anos; 20% 
responderam ter entre 51 a 60 anos; e 5,7% dos professores responderam ter mais 
de 60 anos. 
1.1 Faixa Etária (2) 
A faixa etária dos 20 professores que participaram do questionário variam de até 30 anos à 
mais de 60 anos, onde: 40% dos professores responderam ter até 30 anos; 35% responderam 
ter entre 31 a 40 anos; 15% responderam ter entre 41 a 50 anos; 10% responderam ter entre 
51 a 60 anos; e 0% dos professores responderam ter mais de 60 anos. 
1.2 Gênero (1) 
A porcentagem do gênero dos 35 professores que responderam ao questionário é 
equilibrada, porém, há uma maior quantidade de pessoas do gênero masculino 
(54,3%) em relação às pessoas do gênero feminino (45,7%). 
1.2 Gênero (2) 
A porcentagem do gênero dos 20 professores que responderam ao questionário é 
equilibrada, porém, há uma maior quantidade de pessoas do gênero feminino (60%) 
em relação às pessoas do gênero masculino (40%). 
1.3 Ano de conclusão de graduação (1) 
Dos 35 professores que responderam ao questionário, 14,3% concluíram a graduação 
antes dos anos de 1990, 20% concluíram entre os anos 1990 e 2000, 54,3% 
21 
 
 
concluíram entre os anos 2000 a 2010 e 11,4% concluíram a graduação acima dos 
anos 2010. 
1.3 Ano de conclusão de graduação (2) 
Dos 20 professores que responderam ao questionário, 5% concluíram a graduação 
antes dos anos 90, 15% concluíram entre os anos 1990 e 2000, 15% concluíram entre 
os anos 2000 a 2010 e 65% concluíram a graduação acima dos anos 2010. 
1.4 Qual universidade se formou (1) 
Entre os 35 professores que responderam o questionário, a maior parte deles se 
formou em universidade pública, 94,3% dos professores, e apenas 5,7% se formaram 
em universidades privadas. 
1.4 Qual universidade se formou (2) 
Entre os 20 professores que responderam ao questionário, a maior parte deles se 
formou em universidade pública, 70% dos professores, e apenas 30% se formaram 
em universidades privadas. 
1.5 Anos atuando como professor (1) 
Dos 35 professores que responderam ao questionário, 22,9% atuam de 0 a 10 anos 
como professor de Educação Física, 45,7% dos professores atuam entre 10 a 20 anos, 
22,9% atuam entre 20 a 30 anos, e 8,6% atuam acima de 30 anos como professor de 
Educação Física. 
1.5 Anos atuando como professor (2) 
Dos 20 professores que responderam ao questionário, 65% atuam de 0 a 10 anos 
como professor de Educação Física, 20% dos professores atuam entre 10 a 20 anos, 
10% atuam entre 20 a 30 anos, e 5% atuam acima de 30 anos como professor de 
Educação Física. 
1.6 Ministra aulas em que escola (1) 
Ao responder sobre em qual escola ministram aulas, os professores podiam 
selecionar mais de uma opção, sendo assim, 34 professores (97,1%) responderam 
22 
 
 
que ministram aula em escola municipal, 15 professores (42,9%) responderam que 
ministram aula em escola estadual e 7 professores (20%) responderam que ministram 
aula em escola privada. 
1.6 Ministra aulas em que escola (2) 
Ao responder sobre em qual escola ministram aulas, os professores podiam 
selecionar mais de uma opção, sendo assim, 9 professores (45%) responderam que 
ministram aula em escola municipal, 4 professores (20%) responderam que ministram 
aula em escola estadual e 19 professores (95%) responderam que ministram aula em 
escola privada. Como o intuito da pesquisa é alcançar os professores das escolas 
privadas de Natal, obtivemos um excelente resultado. 
1.7 Leciona em que etapa de ensino (1) 
Ao responder sobre qual etapa de ensino lecionava as aulas, os professores podiam 
selecionar mais de uma opção, sendo assim, 14 professores (40%) responderam que 
lecionam no Ensino Fundamental anos iniciais, 29 professores (82,9%) lecionam no 
Ensino Fundamental anos finais e 14 professores (40%) lecionam no Ensino Médio. 
1.7 Leciona em que etapa de ensino (2) 
Ao responder sobre qual etapa de ensino lecionava as aulas, os professores podiam 
selecionar mais de uma opção, sendo assim, 12 professores (60%) responderamque 
lecionam no Ensino Fundamental anos iniciais, 16 professores (80%) lecionam no 
Ensino Fundamental anos finais e 7 professores (35%) lecionam no Ensino Médio. 
2. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
2.1 Você conhece a BNCC (1) 
Dos 35 professores que responderam ao questionário, 74,3% ao serem questionados 
se conheciam a BNCC responderam que sim, a conhecem, já 25,7% responderam 
conhecê-la em partes, e nenhum professor respondeu que não conhece a BNCC. 
23 
 
 
 
 
2.1 Você conhece a BNCC (2) 
Dos 20 professores que responderam ao questionário, 90% ao serem questionados 
se conheciam a BNCC responderam que sim, a conhecem, já 10% responderam 
conhecê-la em partes, e nenhum professor respondeu que não conhece a BNCC. 
Pode-se perceber que a quantidade de professores que conhecem a BNCC é 
satisfatória, porém, os professores que a conhecem apenas em partes são também 
um número relevante, o que pode vir a ser prejudicial para os seus estudantes, já que 
a BNCC vislumbra uma sociedade em que sejam reconhecidas e satisfeitas as 
necessidades vitais e sociais de seus membros (NEIRA; JÚNIOR, 2016) e a ausência 
do ensino completo do que é contemplado neste documento deixa lacunas em partes 
importantes no processo de aprendizagem na Educação Física, e além da 
preocupação com os alunos, é a partir desta que os projetos políticos pedagógicos e 
os currículos das escolas deverão ser atualizados (SENA et al., 2016) dessa forma, é 
necessário sempre a busca pelo profundo conhecimento. 
24 
 
 
 
2.2 Como a conheceu (1) 
Ao serem perguntados como conheceram a BNCC, os professores poderiam marcar 
mais de uma alternativa. Dos 35 professores, 37,1% (13) responderam que conhecem 
a BNCC através das Mídias, 54,3% (19) conheceram através da internet, 37,1% (13) 
conheceram através de material impresso, 2.9% (1) através de lives, 77,1% (27) 
conheceram através da Formação Continuada, 8,6% (3) conheceram através de 
vídeos, 54,3% (19) conheceram através da escola, 2,9% (1) através de grupos de 
estudo na Universidade e 2,9% (1) conheceu através de cursos. 
 
 
2.2 Como a conheceu (2) 
Ao serem perguntados como conheceram a BNCC, os professores poderiam marcar 
mais de uma alternativa. Dos 20 professores, 20% (4) responderam que conhecem a 
BNCC através das Mídias, 55% (11) conheceram através da internet, 20% (4) 
25 
 
 
conheceram através de material impresso, 0% (0) através de lives, 25% (5) 
conheceram através da Formação Continuada, 10% (2) conheceram através de 
vídeos, 30% (6) conheceram através da escola, 5% (1) através de grupos de estudo 
na Universidade, 5% (1) conheceu na faculdade e 5% (1) conheceu através de 
cursos. 
 
Ao analisar esses resultados, percebemos que a grande maioria dos 
professores do questionário 1, conheceu a BNCC através da Formação Continuada, 
um projeto que o município do Natal oferece para todos os professores atuantes da 
rede, e os de Educação Física participam de 15 em 15 dias, e que, realmente, foi o 
precursor das discussões acerca da BNCC em Natal. De acordo com (SENA et al., 
2016, p. ¿): 
O trabalho colaborativo no debate da BNCC revelou a importância de 
estabelecermos sistematicamente canais de diálogo com o professor, por ser 
este detentor de um saber,de uma experiência, que não pode deixar de estar 
presente no processo de construção democrática. 
Foi por meio dessa Formação que os professores puderam ter o primeiro 
contato com o documento, para que assim fosse possível conhecer e dialogar sobre 
a implementação dele nas escolas, e permitindo que todos participassem da 
construção desse novo currículo. De acordo com Rodrigues (2017), a discussão da 
BNCC nos encontros de formação continuada aponta novos horizontes no que se 
refere à sistematização dos conteúdos e a formação inicial e continuada dos 
professores, podendo servir como ferramenta de orientação na construção dos 
currículos. 
26 
 
 
Já no questionário 2, como grande parte dos professores não tem acesso a 
formação continuada que é realizada para os professores do município do Natal/RN, 
e não há tal formação para os professores da escola privada, acabam por – a grande 
maioria – ter conhecimento da BNCC pela internet, o que também é de grande 
relevância, visto que a própria BNCC reconhece e revela a importância da tecnologia 
no processo educacional, segundo a competência 5, o estudante deve: compreender, 
utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, 
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais para se comunicar, acessar 
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer 
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2017). Dessa forma, 
sendo importante o uso das novas tecnologias para obtenção de conhecimento. 
2.3 Ajuda na prática pedagógica (1) 
Ao serem questionados sobre acreditarem que a BNCC ajuda na prática 
pedagógica cotidiana da escola, 57,1% dos 35 professores responderam que sim, 
contra 42,9% que responderam que a BNCC ajuda em partes, e 0% dos professores 
responderam que não ajuda. 
Das respostas apresentadas pelos professores que responderam que a BNCC 
ajuda na prática pedagógica, as mais repetidas foram: "dá um norte ao planejamento”; 
“organização e diversificação do currículo”; “direcionamento das atividades”; 
“sistematização dos conteúdos”; “ deixa claro o que se deve trabalhar” e em 
contrapartida a essas ideias, os 42,9% professores que responderam que a BNCC 
ajuda apenas em partes na prática pedagógica, tiveram como respostas: “atrapalha 
ao unificar os conteúdos para um país tão diverso”; “cércea a liberdade e criatividade 
do planejamento individual”; “organização pedagógica é desenvolvida somente pelo 
educador”; “informações mal explicadas”; “divergem em alguns pontos a respeito do 
conteúdo abordado, 
27 
 
 
 
2.3 Ajuda na prática pedagógica (2) 
Ao serem questionados sobre acreditarem que a BNCC ajuda na prática 
pedagógica cotidiana da escola, 65% dos 20 professores responderam que sim, 
citando fatores como: “Ajuda no planejamento das aulas, com os tipos dos conteúdos, 
com a classificação, as habilidades para cada nível de ensino.”; “A BNCC funciona 
como um elemento norteador da prática cotidiana, servindo para apoiar o professor 
em sua organização e planejamento” e “Organização de conteúdos e da um norte de 
como é possível estruturar o planejamento anual se baseando em uma sequência 
universal.”, contra 35% que responderam que a BNCC ajuda em partes, citando “na 
criação de aulas, porém também pode ser um empecilho, visto que alguns professores 
podem se limitar apenas aquilo que a BNCC propõe” e A BNCC auxilia apenas 
enfocando o ponto de partida, pois a organização pedagógica inclusive no ensino 
médio é desenvolvida somente pelo educador. Enquanto 0% dos professores 
responderam que não ajuda. 
 
 
28 
 
 
Podemos perceber que a maioria das respostas são positivas em relação ao 
auxílio que o documento traz para a sala de aula, dessa forma, levando em 
consideração que a BNCC vem trazer de forma legítima a organização dos conteúdos, 
definindo com clareza os objetivos de aprendizagem, os quais os educandos devem 
ter o direito de aprender, independente da escola que frequente (SENA et al., 2016), 
em contrapartida, alguns professores também alegaram que a BNCC só auxilia em 
partes na prática pedagógica, alegando motivos já citados anteriormente, porém: 
As secretarias de educação e as escolas podem olhar para esse documento e 
planejar as suas propostas. A BNCC não diz qual brincadeira, dança, luta, 
esporte, ginástica ou prática corporal de aventura devem ser tematizados, nem 
tampouco como fazê-lo ou avaliá-lo. Isso cabe à escola decidir. As escolas têm 
que olhar para essa proposta como o início de uma discussão mais ampla. A 
BNCC não pode ser todo o currículo, pois é simplesmente o começo, qualquerprojeto pedagógico ficará a dever caso se restrinja somente ao que consta no 
documento. (NEIRA; JÚNIOR, 2016) 
Dessa forma, é preciso ressaltar que a Base aponta quais são as habilidades 
essenciais, mas que de forma alguma as limita, oferecendo ao professor liberdade no 
seu ensino em sala de aula. 
2.4 Proposta de organização para o ensino da Educação Física (1) 
Ao serem questionados se concordam com a proposta de organização para o 
ensino da Educação Física apresentada pela BNCC, 71,4% dos professores 
responderam que concordam em partes, 28,6% responderam que sim, e nenhum 
professor respondeu que não concorda com essa organização. 
 
 
 2.4 Proposta de organização para o ensino da Educação Física (2) 
29 
 
 
Ao serem questionados se concordam com a proposta de organização para o 
ensino da Educação Física apresentada pela BNCC, 40% dos professores 
responderam que concordam em partes, 55% responderam que sim, e 5% dos 
professores responderam que não concordam com essa organização.
 
 
Sabemos que a BNCC por ser um documento ainda recente, apresenta 
dificuldades na sua interpretação e sua organização não agrada a todos, porém, 
apesar de o documento ter muitas questões a serem refletidas e criticadas, 
consideramos que a BNCC se apresenta como um caminho, que traz possibilidades 
de uma equidade quando nos referimos ao acesso dos alunos aos conteúdos” (SENA 
et al., 2016). Dessa forma, é necessária uma maior colaboração dos professores de 
forma a aplicar a BNCC da melhor forma nas escolas, visando uma boa experiência 
para os alunos. 
2.5 Amplia cultura de movimento (1) 
Ao serem questionados se acreditam que a BNCC contribui para a 
aprendizagem dos estudantes de forma a ampliar a cultura de movimento deles, 
77,1% dos 35 professores responderam que sim, citando a diversidade do conteúdo, 
reflexão sobre a metodologia, conteúdos que podem ser criados e recriados para 
discutir valores e ações discriminatórias, questões sociais e culturais, possibilidades 
para os alunos, ampliação do conhecimento sobre as unidades temáticas e a 
multidisciplinaridade como fatores responsáveis dessa ampliação da cultura de 
movimento, enquanto isso, 22,9% responderam que contribui em partes e 0% 
respondeu que não contribui, citando fatores como: conteúdos generalistas, nem 
30 
 
 
sempre adequado à realidade escolar e depende da aplicação e interpretação do 
professor. 
 
 
2.5 Amplia cultura de movimento (2) 
Ao serem questionados se acreditam que a BNCC contribui para a 
aprendizagem dos estudantes de forma a ampliar a cultura de movimento deles, 85% 
dos 20 professores responderam que sim, citando a ampla abordagem dos conteúdos, 
norteamento de possibilidades, diversidade de conteúdos, direcionar o profissional na 
construção de pilares do ensino, como fatores responsáveis dessa ampliação da 
cultura de movimento, enquanto isso, 15% responderam que contribui em partes , 
citando fatores como: limitações da escola, e depende do modo em que o professor 
aplicar a BNCC. 
 
 
31 
 
 
A Educação Física na BNCC propõe o desenvolvimento de habilidades e 
competências importantes para ampliar a consciência dos movimentos corporais, dos 
recursos para o cuidado de si e dos outros, e, também, para desenvolver a autonomia 
e a participação mais confiante e autoral na sociedade (EDUCAÇÃO FÍSICA NA 
BNCC, 2022). Segundo Rodrigues (2017) é evidente como a BNCC auxilia nessa 
ampliação, perspectivando assim que a Educação Física escolar possua o objetivo de 
explorar as diferentes culturas e integre os alunos por meio da Cultura de Movimento 
(KUNZ, 1995) e da teoria do se-movimentar (KUNZ 1994, 2000, 2001, 2009) ,com isso 
os alunos passam a ter discussões em sala de aula que não teriam caso esse 
documento não estivesse sendo utilizado. 
2.6 Dimensões do conhecimento (1) 
Ao serem questionados se o planejamento anual deles conseguia contemplar as oito 
dimensões do conhecimento que são apontadas pela BNCC, 71,4% dos 35 
professores responderam que sim, conseguiam contemplar as oito dimensões do 
conhecimento, 22,9% responderam que conseguiam contemplar em partes e 5,7% 
responderam que não conseguiam contemplar. 
 
Logo após, ao serem questionados sobre quais das oito dimensões do 
conhecimento o planejamento anual conseguia desenvolver, 34 professores 
responderam que conseguem desenvolver a Experimentação, 21 professores 
responderam o Uso e apropriação, 23 professores a Fruição, 28 professores a 
Reflexão sobre a ação, 31 professores a Construção de valores, 19 responderam a 
Análise, 30 professores a Compreensão e apenas 11 professores responderam que 
conseguiam desenvolver o Protagonismo comunitário. 
32 
 
 
 
 
2.6 Dimensões do conhecimento (2) 
 Ao serem questionados se o planejamento anual deles conseguia contemplar 
as oito dimensões do conhecimento que são apontadas pela BNCC, 45% dos 20 
professores responderam que sim, conseguiam contemplar as oito dimensões do 
conhecimento, 45% responderam que conseguiam contemplar em partes e 10% 
responderam que não conseguiam contemplar. 
 
 
Logo após, ao serem questionados sobre quais das oito dimensões do 
conhecimento o planejamento anual conseguia desenvolver, 17 professores 
responderam que conseguem desenvolver a Experimentação, 11 professores 
responderam o Uso e apropriação, 12 professores a Fruição, 13 professores a 
33 
 
 
Reflexão sobre a ação, 19 professores a Construção de valores, 9 responderam a 
Análise, 16 professores a Compreensão e apenas 9 professores responderam que 
conseguiam desenvolver o Protagonismo comunitário. 
 
 Os dados supracitados nos permitem analisar que a Experimentação é a dimensão 
do conhecimento que os professores do questionário 1 mais apresentam facilidade 
em contemplar no seu planejamento anual, e de acordo com a BNCC, refere-se à 
dimensão do conhecimento que se origina pela vivência das práticas corporais, pelo 
envolvimento corporal na realização das mesmas. Historicamente, a Educação Física 
se apresenta como uma área exclusivamente prática, tendo como ação e intervenção 
o “saber fazer”. É difícil pensar em uma aula de Educação Física sem movimento, 
porém, é necessário que as práticas tenham um sentido para os estudantes. Dessa 
forma, Nóbrega (2009, p.5) afirma que as “práticas corporais não podem ser voltadas 
apenas para o rendimento, a disciplina autoritária, a padronização de gestos, a 
reprodução de valores utilitaristas e individualistas, a mensuração e a quantificação 
de resultados”. No questionário 2, a dimensão do conhecimento que os professores 
também apresentam mais facilidade é a construção de valores, que possibilita a 
aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma 
sociedade democrática, se concentrando mais especificamente na construção de 
valores relativos ao respeito às diferenças e no combate aos preconceitos de qualquer 
natureza (BRASIL, 2017) 
Em contrapartida, a dimensão do conhecimento em que os professores 
apresentam mais dificuldade de desenvolver é o Protagonismo comunitário, esse que 
de acordo com a BNCC, refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários 
34 
 
 
para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações 
orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como 
referência valores favoráveis à convivência social, dessa forma fazendo com que o 
aluno desenvolva um espírito de protagonizar nos ambientes fora da escola, o que é 
uma dificuldade, já que por muitas vezes o jovem não busca essa relação entre 
comunidade e escola, e o professor assim não consegue desenvolver esse vínculo 
social comunitário. Segundo Vidotti (2020), o Protagonismo Comunitário, por exemplo, 
é uma dimensão que necessita do desenvolvimento de habilidades mais complexas, 
e que talvez possa ser mais estimulada durante os anos escolares finais,enquanto a 
Experimentação pode ser mais fomentada nos primeiros anos. 
 
2.7 Unidades temáticas (1) 
Ao serem questionados sobre quais as unidades temáticas sugeridas pela 
BNCC (Brincadeiras e Jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas 
corporais de aventura) conseguiam contemplar, 32 dos 35 professores responderam 
que conseguem contemplar Brincadeiras e Jogos, 34 professores conseguem 
contemplar os Esportes, 32 professores conseguem contemplar Ginásticas, 25 
professores conseguem contemplar Danças, 33 professores conseguem contemplar 
Lutas e apenas 15 professores conseguem contemplar as Práticas corporais de 
aventura. 
 
 
35 
 
 
Ao serem questionados sobre quais unidades temáticas eles têm dificuldade 
em desenvolver, 3 professores responderam ter dificuldade nas Brincadeiras e Jogos, 
citando falta de experiência motora e objetivos generalistas na BNCC, como motivos 
para essa dificuldade. 
A dificuldade com a unidade temática Esporte não foi apontada por nenhum 
professor, 8 professores responderam ter dificuldade nas Ginásticas, citando pouca 
experiência, falta de material e apoio da direção, resistência dos alunos e não 
apropriação sobre o tema para ensinar, 24 professores responderam ter dificuldade 
nas Danças, citando o preconceito, não dominar o tema, falta de vivência e resistência 
dos alunos, 9 professores responderam ter dificuldade nas Lutas, citando não ter 
apropriação e segurança sobre o tema, não ter domínio e dificuldade de abordar 
metodologicamente, e 21 professores responderam ter dificuldade nas Práticas 
corporais de aventura, citando estrutura física da escola, conteúdo novo, não ter 
material, não ter apoio da direção, medo de explorar atividades “perigosa”, falta de 
vivência, como motivos para essa dificuldade em desenvolver. 
 
 
2.7 Unidades temáticas (2) 
Ao serem questionados sobre quais as unidades temáticas sugeridas pela 
BNCC (Brincadeiras e Jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas 
corporais de aventura) conseguiam contemplar, 19 dos 20 professores responderam 
36 
 
 
que conseguem contemplar Brincadeiras e Jogos, 19 professores conseguem 
contemplar os Esportes, 16 professores conseguem contemplar Ginásticas, 11 
professores conseguem contemplar Danças, 15 professores conseguem contemplar 
Lutas e apenas 5 professores conseguem contemplar as Práticas corporais de 
aventura. 
 
 
A dificuldade com a unidade temática Esporte e Brincadeiras e jogos não foram 
apontadas por nenhum professor, por serem mais comuns e vivenciadas por alguns 
professores por toda a sua vida pessoal e profissional, se torna algo mais fácil de 
trabalhar no planejamento. 2 professores responderam ter dificuldade nas Ginásticas, 
citando “o ambiente escolar não possibilita o desenvolvimento das atividades 
experimentais/práticas”, e “não apropriação sobre o tema para ensinar”, 9 professores 
responderam ter dificuldade nas Danças, citando “O preconceito, “Preconceito e 
estrutura”, “Falta de material e preconceito dos alunos”, e “Não domino o tema para 
sentir me seguro em ministrar”, 6 professores responderam ter dificuldade nas Lutas, 
citando “Baseado nas minhas experiências”, “Ambiente escolar não possibilita o 
desenvolvimento das atividades experimentais/práticas”, “Falta de material apropriado 
para ter o mínimo de segurança”. 12 professores responderam ter dificuldade nas 
Práticas corporais de aventura, citando “A maior dificuldade é a falta e material 
apropriado para ter o mínimo de segurança”, “é necessário ter um cuidado maior na 
aplicação dessa unidade temática”, “O que tenho dificuldade e em propor essa 
37 
 
 
vivência pela falta de estrutura da escola.” 
 
Das justificativas apresentadas como motivos de dificuldade, muitas delas se 
repetem em mais de uma unidade temática, como por exemplo: falta de vivência, não 
domínio do tema, não apropriação e segurança sobre o tema. Dessa forma, para que 
essas dificuldades sejam superadas é necessária a participação desses professores 
na formação continuada, no qual passou a ser tema de interesse do sistema 
educacional público de ensino, tendo o intuito de atender esses desafios postos pelo 
sistema educacional e de preencher as lacunas da formação inicial (RODRIGUES, 
2017). 
Assim capacitando os professores a trabalharem com essas unidades temáticas em 
que apresentam um déficit de conhecimento pelas faltas de experiências, e para os 
professores que não tem acesso a essa formação continuada, existem outros meios 
de se atualizar profissionalmente e buscar conhecimento, como é o caso do acesso 
as novas tecnologias, onde atualmente todos tem acesso à pesquisa através de livros 
e de internet. 
Outro ponto a ser destacado nas respostas dos professores, é a resistência 
dos alunos ao se trabalhar Danças e Ginásticas nas escolas, esse fator é uma questão 
cultural enraizada na maioria das escolas, principalmente entre os alunos do sexo 
masculinos, que veem ambas como “coisas de mulher”, assim, é papel do professor 
promover um diálogo em sala de aula para distanciar essas manifestações sexistas 
dos seus alunos, concordando então com Leltão e Souza (1995, p.258) que 
38 
 
 
A dança na escola, nas aulas de Educação Física, poderá contribuir, e muito, 
para a interação de homens e mulheres, os quais poderão viver com suas 
diferenças sem anular suas singularidades, tornando-se pessoas inteiras e de 
livre expressão. 
 
Por fim, o último ponto a ser discutido é o medo de explorar atividades 
“perigosas” e falta de estrutura física escolar, citadas especificamente na dificuldade 
de desenvolver a unidade temática de Práticas corporais de aventura. É evidente a 
falta de infraestrutura das escolas, porém, existem propostas adaptáveis para ensinar 
sobre as Práticas corporais de aventura de forma que o aluno não apresente um déficit 
de aprendizagem dessa unidade temática, segundo Tahara e Darido (2016, p.126): 
Soares e Paixão entendem que o despreparo de alguns docentes para 
implantar e avaliar as atividades de aventura pode inibir o seu pleno 
desenvolvimento durante as aulas de Educação Física, além do 
custo elevado de alguns equipamentos específicos para a prática de 
determinadas modalidades. Conquanto, os autores apresentam práticas 
que não requerem equipamentos específicos, o que por sua vez, facilita sua 
inclusão em meio escolar, tais como o trekking, as corridas de orientação, o 
skate, as caminhadas ecológicas, entre outras, pelo 
fato de serem atividades esportivas que se adaptam 
bem à realidade da maioria das escolas públicas brasileiras. 
 
Dessa forma, as Práticas corporais de aventura podem ser contextualizadas e 
adaptadas para a realidade escolar, dando a oportunidade para os alunos desfrutarem 
dessas novas experiências, na qual eles jamais iriam experimentar fora do ambiente 
escolar. 
É necessário mais uma vez, dar ênfase à formação efetiva do professor, visto 
que a maioria não teve acesso a estas práticas em sua formação inicial e que estas 
fazem parte das atividades que devem ser possibilitadas aos alunos nas aulas de 
Educação Física (RODRIGUES, 2017), para que haja um ensino total e adequado de 
todas as unidades temáticas na Educação Física, pois caso isso não ocorra, a 
educação de qualidade, em perspectiva crítica e emancipatória, com vistas a formar 
professores, e, consequentemente, alunos como sujeitos investidos de criticidade e 
autonomia, fica comprometida (RODRIGUES, 2017). Dessa forma, priorizando a 
formação do docente para um melhor ensino geral. 
 
39 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do exposto, podemos perceber a existência ainda de uma grande 
dificuldade a respeito da Base Nacional Comum Curricular e suas implicações nas 
escolas do município do Natal/RN. São apresentadas diversas divergências nas 
opiniões a respeito da BNCC, alguns professores demonstraram se sentirconfusos 
em relação ao conteúdo que ela traz, enquanto outros conseguem trabalhar 
perfeitamente, demonstrando que a BNCC auxilia no planejamento anual escolar. A 
proposta do documento ainda é muito recente, e com isso a presença de 
questionamentos e dúvidas é bastante comum nesse ponto de vista. 
Com isso, percebemos que ainda há muito o que ser estudado a respeito da 
BNCC e sobre a importância da sua frequente discussão entre os professores das 
escolas de Natal/RN, para desta forma, todos eles tenham acesso e entendimento 
completo do documento na sua íntegra, já que a Base aponta um caminho que traz 
possibilidades de uma equidade no que se refere ao acesso às diversas práticas 
corporais, mas não irá alterar sozinha o quadro de desigualdade na Educação básica 
do país, é necessário uma maior parceria entre a Secretaria de Educação, os 
diretores, coordenadores e professores da escola, para que a educação e a aplicação 
da Base seja efetiva no planejamento pedagógico escolar. 
É analisado que, independentemente da rede, seja ela pública ou privada, o 
número de professores que não concordam totalmente com a organização e prática 
da Base é alto, como vimos nos resultados da nossa pesquisa, e que também é 
possível perceber a dificuldade que eles têm em contemplar o ensino de algumas 
Unidades temáticas e Dimensões do conhecimento presentes, assim, mais uma vez 
é necessário ressaltar a divulgação e estudo da BNCC sempre que possível, com o 
intuito de sanar as dúvidas e traze-la como aliada da educação básica, e não como 
um fator que dificulte a prática pedagógica desses professores. 
Ainda na discussão, visualizamos que da mesma forma que os professores da 
rede pública afirmam não ter estrutura para trabalhar com Lutas, Danças e Práticas 
corporais de aventura, alguns professores da rede privada também alegam a mesma 
dificuldade, ainda que o acesso a estrutura e aos materiais seja maior. Dessa maneira, 
conseguimos entender a necessidade de inovação e criação de novas metodologias 
40 
 
 
pelos professores, para que assim não seja necessário depender da infraestrutura 
escolar e o aluno consiga desfrutar por direito de todo o conteúdo, as habilidades e as 
competências que estão presentes na BNCC. 
E é necessário também, em conjunto com essas discussões, a participação dos 
professores na Formação continuada, tendo em vista que a mesma pode contribuir de 
forma significativa, estimulando o professor à pesquisa e à reflexão sobre a prática, 
possibilitando a articulação dos conhecimentos teóricos com o fazer pedagógico e 
realizar reuniões periódicas para o estudo da BNCC. 
Dessa forma, buscamos sanar as nossas dúvidas em relação a BNCC e 
apresentá-la como uma gigantesca aliada do processo educacional, sendo necessário 
novas pesquisas sobre essa temática, abordando professores no âmbito nacional e 
sendo possível coletar dados e estudar sobre a utilização da Base Nacional Comum 
Curricular em todo o país, tornando-se completo e fundamental para que todos os 
professores possam ter acesso completo ao documento da BNCC. Para finalizar, 
também é imprescritível o comprometimento e responsabilidade do profissional de 
Educação Física no seu planejamento pedagógico, que também deve permanecer 
sempre em uma continua busca pelo aprendizado, pois: 
“O professor é aquele que sempre está se atualizando e tem a humildade para 
reconhecer que é um eterno aprendiz nesse mundo de conhecimentos e mistérios.” - 
Maurício Costa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em de 25/07/2022. 
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Vozes, 2006. 
LEITÃO, Fatima C. do V.; SOUSA, Iracema S. O homem que dança. Motrivivência, 
Florianópolis, v. 7, n. 8, p. 250-259, 1995. 
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educação física: um estudo sobre a proposta do município do Natal/RN. 2017. 146f. 
Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. 
SENA, Dianne Cristina Souza de. el at. A BNCC em discussão na formação 
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https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175- 
8042.2016v28n49p227. Acesso em: 25 de jun. de 2021. 
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SOARES, Carmen Lucía. Educação Física escolar: conhecimento e 
especificidade. Revista Paulista de Educação Física, p. 6-12, 1996. 
TAHARA, Alexander Klein; DARIDO, Suraya Cristina. PRÁTICAS CORPORAIS DE 
AVENTURA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA. Conexões. 2016. 
Disponível em: 
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646059/1335
7. Acesso em: 02 jul. 2021. 
VIDOTTI, Pedro Henrique Carbone. A educação física e as dimensões do 
conhecimento na BNCC: um estudo a partir dos planos de ensinos dos professores 
de uma rede municipal de ensino. 2020. 207 f. Dissertação (Mestrado Profissional em 
Educação Física Escolar) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade 
Federal de São Carlos, São Carlos-SP, 2020.LEITÃO, Fatima C. do V.; SOUSA, Iracema S.

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