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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA RENATO BELSSER ALVES CAVALCANTE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DAS CARACTERÍSTICAS SÓCIO DEMOGRÁFICAS DOS DOADORES DE SANGUE NATAL 2022 RENATO BELSSER ALVES CAVALCANTE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DAS CARACTERÍSTICAS SÓCIO DEMOGRÁFICAS DOS DOADORES DE SANGUE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Dra. Ivanise Marina Moretti Rebecchi. Natal 2022 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Cavalcante, Renato Belsser Alves. Revisão bibliográfica das características sócio demográficas dos doadores de sangue / Renato Belsser Alves Cavalcante. - 2022. 27f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2022. Orientadora: Prof. Dra. Ivanise Marina Moretti Rebecchi. 1. Doadores de sangue - TCC. 2. Perfil sócio demográfico - TCC. 3. Sangue - Doação - TCC. I. Rebecchi, Ivanise Marina Moretti. II. Título. RN/UF/BS-CCS CDU 612.1 Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 RENATO BELSSER ALVES CAVALCANTE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DAS CARACTERÍSTICAS SÓCIO DEMOGRÁFICAS DOS DOADORES DE SANGUE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Dra. Ivanise Marina Moretti Rebecchi. BANCA EXAMINADORA ORIENTADORA: Prof. Dra. Ivanise Marina Moretti Rebecchi. DACT/CCS/UFRN MEMBRO: prof. Dra. Valéria Soraya de Farias Sales. DACT/UFRN MEMBRO: Esp. Maria Dulce de Sousa Gomes. HUOL. NATAL 2022 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar tantas experiências e aprendizagens nesses longos anos de faculdade, e me manter sempre com a fé necessária de que tudo será possível. A Universidade, seu corpo docente e toda equipe da direção pelo acolhimento, e ensinamentos dos quais levarei para toda vida. Aos professores que dedicaram seu tempo a mim e tiveram a paciência de me ajudar a ser não só um estudante melhor como também um ser mais humanizado. Minha esposa que sempre esteve ao meu lado me incentivando e por muitas vezes fazendo minhas tarefas como pai e marido, obrigado por não me deixar fraquejar e obrigado por me dar seu colo sempre que me senti cansado sem você tudo seria mais difícil. a minha família que não me abandonou independente das ausências. A minha orientadora Prof. Dra. Ivanise Rebecchi, que soube me mostrar de forma delicada e sutil que tudo é possível, agradeço por todo seus ensinamentos e correções que independente da distância provocada pelo atual momento sempre me soaram como grandes aulas. Obrigado por sua paciência em me mostrar o caminho. Muito obrigado por tudo. Aos meus amigos que estiveram ao meu lado nos bons e maus momentos me ajudando a construir mais uma história. E a todos que fizeram parte direta e indiretamente deste rico período. RESUMO Com a finalidade de apresentar as características sociodemográficas de forma abrangente da população doadora de sangue, esse estudo se utilizou a metodologia da revisão bibliográfica utilizando as plataformas PUBMED; LILACS; SCIELO. Para a seleção dos trabalhos foram usadas as palavras chaves citadas: blood donor profile, perfil dos doadores de sangue, blood donors; doadores de sangue; Foram obtidos mais de 15.041 trabalhos. Trabalhos dos últimos cinco anos e que continham informações sociodemográficas pertinentes para realização do estudo, como: gênero, etnia, faixa etária, e fenotipagem sanguínea, assim como, foram excluídos os artigos onde as informações sociodemográficas foram coletadas de forma tendenciosa, não randômica ou sem um número representativo de participantes. Resultando em 32 artigos selecionados,sendo eles obtidos pelas seguintes bases: 26 artigos na PUBMED; 5 artigos na LILACS e 1 artigo na SCIELO. É importante observar que foi aberta exceção a dois artigos por sua importância regional para o estudo, e essas exceções se referem ao ano de publicação, pois ambos os artigos foram publicados há mais de 5 anos. Baseando-se nesses 32 estudos, podemos observar que 51,2 % das doações dos países que pertenciam ao continente europeu eram feminina, já no contexto mundial os homens se destacam com 57,3% das doações, sendo 35,1% de sangue do tipo O+, com exceção dos países incluídos e que eram dos continentes da Ásia e Oceania, que apresentaram a maioria das doações do tipo A+, chegando a 37% de sua população. O tipo AB- foi destacado como o menos frequentemente encontrado entre as doações, com 0,35% da população do estudo. No Brasil, as características sociodemográficas variam bastante de região para região do país, sendo muito importante que se estude melhor o perfil dos doadores de sangue, com mais artigos científicos publicados, para que ações sejam norteadas pelo ministério da saúde, agentes de saúde e hemocentros regionais favorecendo a captação de doadores. Palavras chaves: Sangue; Doadores de sangue; Perfil sócio demográfico. ABSTRACT To present the sociodemographic blood donor population characteristics comprehensively, this study used the methodology of bibliographic review using the PUBMED, LILACS, and SCIELO platforms. For the article selection, the keywords used were blood donor profile, and blood donors in English and Portuguese, resulting in more than 15,041 articles obtained. Articles from the last five years that contained relevant sociodemographic information such as gender, ethnicity, age group, and blood phenotyping were selected. As well as, articles where sociodemographic information was collected in a biased, non-random way or without a representative number of participants, were excluded. It resulted in 32 selected articles, which were obtained from the following bases: 26 articles in PUBMED; 5 articles in LILACS, and 1 article in SCIELO. It is important to note that exceptions were made to two articles due to their regional importance for the study. These exceptions refer to the year of publication, as both articles were published more than 5 years ago. Based on these 32 studies, we can observe that 51.2% of donations were female among countries that belonged to the European continent, and in the global context, men stand out with 57.3% of donations, with 35.1% of blood from the type O+, except for the countries from the continents of Asia and Oceania, which presented the majority of type A+ donations, reaching 37% of their population. Type AB- was highlighted as the least frequently found among donations, with 0.35% of the study population. In Brazil, sociodemographic characteristics vary greatly from region to region of the country, and it is very important to better study the profile of blood donors, with more scientific articles published, so that actions are guided by the Ministry of Health, health agents, and regional blood centers favoring the attraction of donors. Keywords: Blood; blood donors; Socio-demographic profile. SUMARIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9 2 OBJETIVO.............................................................................................................12 2.1 Objetivos especificos.......................................... ...............................................12 3 METODOLOGIA ....................................................................................................12 3.1 Levantamento de dados ......................................................................................12 3.2 Seleção dos artigos .............................................................................................12 3.3 Análise dos dados ...............................................................................................13 4 RESULTADO .........................................................................................................13 5 DISCUSSÃO ..........................................................................................................17 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................21 REFERÊNCIA ...........................................................................................................22 9 1 INTRODUÇÃO A hemoterapia é um procedimento médico que consiste em utilizar o sangue ou seus produtos no tratamento de uma doença. Para essa terapia é utilizada a transferência de sangue completo ou de hemocomponente ou hemoderivado na quantidade necessária à pessoa que dele necessita para normalizar sua condição(54). Para esse procedimento a coleta de sangue e recrutamento de doadores continua a ser um grande desafio devido à alta demanda pelo fluido e à limitada capacidade de oferta.(3) Muitos são os procedimentos realizados pelos profissionais da saúde para garantir a captação e segurança das transfusões de sangue em todo o mundo. Os bancos de sangue verificam a compatibilidade sanguínea e realizam testes imuno- hematológicos, pré e pós-transfusionais, para minimizar os riscos e as reações adversas, buscando aproximar a fenotipagem do sangue do doador com a do receptor. Atualmente existem 36 sistemas de grupos sanguíneos descritos. Um dos primeiros sistemas de grupo sanguíneo descrito foi o ABO (compreende epítopos expressos na superfície das hemácias), hoje muito utilizado na classificação brasileira (53). Posteriormente foram sendo descritos inúmeros sistemas como os sistemas Rh, Kell Lewis, Duffy, Kidd, Lutheran, MNS, P, entre outros(53). Em pacientes que necessitam de transfusões recorrentes, o mesmo sangue de um determinado doador não pode ser utilizado de forma repetitiva sem que haja uma pesquisa sobre outros sistemas sanguíneos, além dos sistemas ABO e Rh, como demonstrado no estudo de Polites e colaboradores (2016)(50). Nesse estudo, foi observado em 709 transfusões sanguíneas, que mesmo com sangue compatível do sistema ABO, foram relatados 137 casos (19,3%) de reações transfusionais. Por este motivo a compatibilidade sanguínea, além do sistema ABO é necessária, pois outros sistemas como o Rh, que possuem grande número de antígenos proteicos de superfície eritrocitária (os mais importantes D, C, c, E, e - codificados pelos genes RHD e RHCE), apresentam grande relevância na medicina transfusional, podendo levar a sensibilização dos receptores de sangue incompatível para esses antígenos. Assim como os sistemas ABO e Rh, outro importante sistema, o KELL, constituído por um grupo de 36 antígenos altamente polimórficos apresentam 10 relevância na medicina transfusional. Os antígenos mais significativos desse grupo são: KELL (K ou K1) e CELLANO (k ou K2), expressos nas membranas de eritrócitos na forma de glicoproteína KELL (52). Na população, a frequência dos antígenos podem variar entre os grupos étnicos, como o Brasil é um país de muitas etnias, sua população pode vir a ter alterações significativas nas frequências desses antígenos. Assim, ao transfundir uma bolsa de sangue é importante conhecer o mapeamento dos fenótipos tanto nos doadores quanto nos receptores, diminuindo as chances de uma transfusão inadequada, provocando reações adversas nos pacientes. Esse conhecimento é de grande relevância, principalmente, naqueles pacientes que necessitam de transfusões regulares (52). Anualmente, mais de 81 milhões de doações de sangue são feitas no mundo, e apenas 45% ocorrem em países em desenvolvimento e em transição, onde vivem 81% da população mundial. Na América do Sul, a taxa de doação de sangue não ultrapassa os 2% em países que apresentam Índices de Desenvolvimento Humano semelhantes ao Brasil (1) E segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, a cada mil habitantes 16 são doadores de sangue, ou seja a taxa de doação nacional corresponde a 1,6% e que apesar, de estar dentro dos parâmetros preconizados pela OMS (8) , é de grande importância um aumento nesse percentual para uma certa segurança nos estoques de sangue para momentos de crises ou de aumento de demanda, por isso se deve buscar de forma incessante por novos doadores, constituindo um desafio permanente para os hemocentros e autoridades sanitárias. ( 6) Segundo dados da OMS, a necessidade de sangue e hemoderivados vem aumentando a cada ano e em muitos países - particularmente países de baixa e média renda - a demanda excede a oferta, e os serviços de sangue têm dificuldade em disponibilizar sangue suficiente, garantindo sua qualidade e segurança (2) Assim o aumento de doadores se faz necessário, pois além de se conseguir maiores estoques de sangue, também se obtém maior diversidade de fenótipos, facilitando assim o encontro de antígenos raros ou de baixa frequência na população, dispondo de bolsas mais direcionadas para o doador quando necessário. Através dos dados do Ministério da Saúde de 2020, pode ser observado que as bolsas de sangue coletadas no Brasil caíram 2,5% nos últimos quatro anos, apesar das transfusões de sangue terem aumentado 4,8% no mesmo período. Em 2019, 11 foram coletadas, no Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 3,2 milhões de bolsas de sangue contra aproximadamente 3,35 milhões de bolsas em 2016. Nesse mesmo período (2016 a 2019), as transfusões de sangue no país aumentaram, passando de 2,8 milhões para 2,95 milhões de transfusões realizadas. (8) Em 1980 foi extinta a doação de sangue remunerada no Brasil, ação essa que teve como objetivo a melhoria na seleção dos candidatos à doação, porém dificultando a sua captação, obrigando os bancos a criarem ações que promovessem a doação voluntária. O objetivo maior dos bancos de sangue é a manutenção de forma segura dos suprimentos dos componentes do sangue para uso clínico. (10) No Rio Grande do Norte a hematologia e hemoterapia teve seu desenvolvimento na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo os primeiros bancos de sangue no hospital das clínicas e na maternidade Januário Cicco. Em 1974, foi construído um banco de sangue central com a ideia de atender os hospitais universitários, o Hemonorte, da cidade do Natal, só foi inaugurado nos anos 90, trazendo uma estrutura moderna e tratamento igualitário para a população. (9) Dados sobre a captação de doadores de sangue no estado do RN são escassos, sendo que em 2013 foi publicado um artigo sobre o perfil de doadores no Hemonorte e pode ser observado que em 2010 o número de doações foi de 31.526 e em 2011 esse número apresentou um aumento de 5,84%, passando para 33.368. No ano de 2010, segundo dados do censo do IBGE, o Rio Grande do Norte (RN) tinha 3.168.027 habitantes e a capital tinha 803.739 habitantes. Com base nesses dados, em 2010, a porcentagem de doação, em Natal, correspondeu a 0,39% de sua população (IBGE,2010).(55) O processo de captação de doadores é um trabalho extremamente importante, onde o mesmo é desenvolvido e promovido por divulgação, mas antes de desenhar esforços de marketing,é necessário conhecer de perto os perfis dos doadores, uma vez que características sociodemográficas podem influenciar a prevalência das motivações de doação. (7) A importância de estar sempre levantando dados que consolide o conhecimento sobre o perfil sociodemográfico, ajudará a direcionar campanhas de captação de doadores para grupos sociais ainda não sensibilizados da importância do ato de doação, promovendo o aumento da captação de sangue. 12 2 OBJETIVO O estudo tem o objetivo de apresentar as características sociodemográficas de forma abrangente com o propósito de caracterizar a população doadora de sangue. Para atingir este objetivo foram levantados dados de artigos publicados nos últimos 5 anos que continham informações sobre o perfil dos doadores, tanto regionais, como nacionais ou mundiais, para uma caracterização mais ampla. 2.1 Objetivos Específicos ● Comparação sociodemograficas a nível continental. ● Entender o perfil sociodemografico brasileiro. ● Entender e comparar o perfil sociodemografico do Rio Grande do Norte. 3 METODOLOGIA 3.1 Levantamento de dados Para esse estudo se utilizou a metodologia de revisão bibliográfica utilizando as plataformas PUBMED; LILACS; SCIELO. Para a seleção de trabalhos foram usadas as palavras chaves citadas: BLOOD DONOR PROFILE, PERFIL DOS DOADORES DE SANGUE, BLOOD DONORS; DOADORES DE SANGUE nos últimos 05 anos (de 2017 a 2022) Foram obtidos mais de 15.041 trabalhos 3.2 Seleção dos artigos 13 ● A seleção dos artigos para este trabalho foi realizada por três etapas. Na primeira foram selecionados trabalhos por ano de publicação e seus temas; trabalhos que foram publicados até 2017, e cujos temas que não continham as palavras chaves ou que continha associação a patologias foram descartados. Não houve restrição geográfica, por entender que qualquer corte neste sentido deixaria o trabalho limitado e carente de dados significativos. Nesta fase foi aberta exceção a dois artigos por sua importância regional para o estudo. A segunda fase consistiu em observar se os artigos selecionados continham as informações sociodemográficas pertinentes para realização do estudo, como: gênero, etnia, faixa etária, e fenotipagem sanguínea. Os artigos não necessariamente precisavam conter todas essas informações para serem selecionados. Nessa etapa também eliminou os artigos que se encontravam em duplicidade. Na terceira fase foram excluídos os artigos onde as informações sociodemográficas foram coletadas de forma tendenciosa, não randômica ou sem um número representativo de participantes. 3.3 Análise dos dados Os artigos selecionados nas três fases descritas no item seleção dos dados, foram utilizados para a apresentação dos resultados neste estudo. Assim, foram selecionados um total de 32 artigos, sendo eles obtidos pelas seguintes bases: 26 artigos na PUBMED; 5 artigos na LILACS e 1 artigo na SCIELO. 4 RESULTADO TABELA 1: RELAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS SEGUNDO METODOLOGIA. AUTOR / ANO PUBLICAÇÃO LOCAL N. MAS. FEM. IDADE EM ANOS 14 Pessoni LL. (2020) GOIAS 149.983 101.880 48.103 NÃO ABORDA Guzmán-Rivera. (2020) NEIVA 947 644 303 18 A 69 Liberato SMD. (2013) NATAL 64.894 54.614 10.550 18< FrenesI OS. (2017) CUBA 53.219 51.562 1.657 18 A 65< Siqueira FD. (2020) RIO GRANDE S. 473 201 272 16 A 17 Domínguez LR. (2020) ESPANHA 5.353 2.640 2.713 18 A 55< Spekman MLC. (2021) HOLANDA 59.790 20.289 39.501 24 A 55 Bakhos J. (2022) LIBANO 19.048 14.530 4.518 18 A 65 Zucoloto ML. (2018) RIBEIRÃO PRETO 1.055 214 841 18 A 60< Martinez EZ. (2022) SÃO PAULO 1.014 571 443 18 A 60< Vassallo RR. (2021) ARIZONA 941.136 479.665 461.471 16 A 65 Priyono A. (2020) AUSTRALIA 216.300 97.690 118.610 16 A 60< Masser BM. (2019) AUSTRALIA 56.693 27.339 29.354 16 A 80 HOLANDA 18.285 6.234 12.051 JAPÃO 378.342 268.818 109.524 QUEBEC 28.583 12.608 15.975 CANADA 94.885 43.974 50.911 NOVA YORK 42.449 22.630 19.819 EUA (VITA) 82.157 37.608 44.549 EUA (WBS) 5.362 2.808 2.554 Karki S. (2021) AUSTRALIA 827 404 423 18 A 70 Hu W. (2019) CHINA 3.226.571 1.859.599 1.366.972 18 A 56 Yang Y. (2021) CHINA 190.846 144.416 46.430 18 A 55 Starčević A. (2020) CROACIA 1.249 998 251 18 A 70 15 Piersma TW. (2019) DINAMARC A 152.887 81.131 71.756 # Twarog JP. (2019) EUA 39.452 19.268 20.184 20 A 60 Sereti C. (2021) GRECIA 261 231 30 18 A 50+ Piersma TW. (2021) HOLANDA 259.172 108.847 150.325 # Timmer TC. (2018) HOLANDA 394.545 182.751 211.794 18 A 70 Spekman MLC. (2019) HOLANDA 343.824 199.418 144.406 # Klinkenberg EF. (2021) HOLANDA 300 91 209 18 A 65 Suen LKP. (2020) HONG KONG 268 99 169 18 A 30 Saha S. (2017) INDIA 450 303 147 18 A 49 Niazkar HR. (2020) IRÃ 198.501 187.691 10.810 # Kasraian L. (2019) IRÃ 4.200 4.032 168 18 A 60 Ugwu AO. (2018) NIGERIA 3.377 3.011 366 18 A 57 Delatorre MVV. (2021) SÃO PAULO 32.179 16.974 15.205 # Charles KS TRINIDADE E TOBAGO 995 657 338 17 A 66 Maia UM. (2010) MOSSORO 714 576 138 18 a 62 #= idade não relatada; N= total de participantes da pesquisa; MAS= gênero masculino; FEM= gênero feminino. 16 Baseando-se nesses estudos, podemos observar que o maior número de doações femininas estão presentes no continente europeu, já no contexto mundial os homens se destacam com maior número de doações. FENOTIPAGEM AUTOR / ANO PUBLICA LOCAL A + A - B + B - AB + AB - O + O - Guzmán-Rivera. (2020) NEIVA 231 21 62 9 10 4 572 38 Liberato SMD. (2013) NATAL 19.913 2.405 6.268 898 2.194 251 28.939 4.296 Bakhos J. (2022) LIBANO 13.623 1.499 4.304 615 2.086 380 11.831 1.664 Masser BM. (2019) AUSTRALIA 17.672 3.136 6.655 923 2.254 319 21.352 4.390 HOLANDA 5.920 1.376 1.449 337 582 166 6.733 1.719 JAPÃO 143.454 1.003 80.959 572 37.389 278 113.649 811 QUEBEC 9.593 1.862 2.742 494 1.061 207 10.247 2.347 17 CANADA 29.513 5.403 11.129 1.625 3.621 632 35.570 7.365 NOVA YORK 12.553 1.474 6.162 568 1.802 206 17.513 2.046 EUA 25.683 3.812 7.978 1.052 2.455 355 35.932 4.890 EUA 2 1.753 390 498 89 185 39 2.011 397 Karki S. (2021) AUSTRALIA 343 72 103 22 34 2 487 123 A fenotipagem apresenta nos estudos relacionados, uma grande maioria de sangue tipo O+ com exceção do continente da Ásia e Oceania que tem por maioria o tipo A+. O tipo AB- foi destacado como o menos encontrado nas doações. 5 DISCUSSÃO O presente estudo composto por 32 artigos, coletados de forma universal, demonstraram, bastante similaridade, pontuando algumas diferenças regionais provocadas possivelmente pela cultura local. Foi observado que a maioria dos doadores estão na fase adulta, como mostra o estudo do Hu W.(2019), com 73,4% de sua coleta com idades de 18 a 35 anos, esse dado é corroborado, com o estudo de Masser (2019). Para o estado do Rio Grande do Norte (RN), Liberato (2013) mostra maior número de doadores acima de 29 anos. O estudo de Siqueira e colaboradores (2020) (21), mostra a doação de sangue em menores de idade No Rio Grande do Sul, a doação nessa faixa etária foi regulamentada recentemente, em 2011, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que emitiu a Portaria nº 1.353, em 13 de junho. Nessa portaria doadores de sangue a partir dos 16 anos de idade, acompanhados de seus responsáveis podem se candidatar à doação de sangue. Apesar de já ter se passado mais de dez anos dessa portaria, é possível que haja uma falta de conhecimento da população dessa possibilidade, pois dos 7 artigos brasileiros apenas 1 apresentaram resultados de coletas de doadores com idade abaixo dos 18 anos.Se estudarmos 18 melhor esse grupo de possíveis doadores, provavelmente será possível o desenvolvimento de campanhas que resultem no recrutamentode maior número de pessoas através de promoções de esclarecimento desta portaria, como por exemplo a criação do “dia da doação pais e filhos”, assim como da divulgação nas diversas instituições de ensino e nas mídias sociais. A fenotipagem da bolsa de sangue é um dado bastante importante no momento de transfusões sanguíneas, pois caracterizam a frequência e a distribuição dos antígenos entre as diferentes populações de doadores. Na maioria dos países ocidentais, não foram observadas diferenças na distribuição de fenótipos entre as diferentes regiões, tendo como característica a maior frequência do tipo O+. Por outro lado, em países orientais, como o Japão, Masser (2019), observou maior frequência do tipo A+. Outro dado importante é a quantidade de doadoras do sexo feminino, já que nos últimos anos, especialmente no RN, estão em proporção menor que os doadores do sexo masculino. Podemos observar nos artigos selecionados a superioridade nos números de doadores masculinos com 57,35% do total de doações. Apesar deste dado, é importante ressaltar que a superioridade de gênero pode se apresentar diferente em diferentes regiões, como por exemplo, no continente europeu a maioria dos resultados observados demonstram superioridade de doadoras do sexo feminino, como pode ser observado no estudo de Chandler e colaboradores (2019) (28). Nesse estudo realizado na Alemanha, pode ser observado que até 2017 houve uma maior presença feminina entre os doadores de primeira vez. No Brasil o total de doadores de sangue em 2018, foi de 60% de indivíduos do sexo masculino e 40% do sexo feminino (8). No RN se mantém essa superioridade chegando a 84% de doadores masculinos. Portanto, deve ser desenvolvido um trabalho para aumentar a sensibilização e a conscientização entre as mulheres, para assim, elevar e muito a quantidade de doações de sangue Estudo realizado no Irã, por Kasraian e colaboradores (2021) (17), com 521 mulheres com idades entre 18 a 60 anos, podem ser observadas que as maiores dificuldades entre as doadoras mulheres estão associadas ao medo de desenvolver anemia, ou algum tipo de fraqueza ou tontura e muitas acreditam ter algum tipo de 19 inadequação para a doação de sangue devido a certas condições médicas. Apesar de apresentarem algum tipo de problema de saúde que venha impossibilitar a doação de sangue, as mulheres geralmente são mais sensíveis às causas humanitárias e campanhas que incentivem a doação feminina, esclarecendo condições em que as doações de sangue possam ser realizadas com segurança por esse público, com certeza contribuirá para elevar o número de doadoras. Ainda é possível que as mulheres acumulem mais tarefas do que os homens, podendo ser esse mais um motivo que dificulte sua doação. Um outro ponto importante a ser discutido, como dificultador das taxas de doação de sangue, é a dificuldade em conciliar o ato de doar com a rotina de trabalho, como pode ser observado no estudo de Mesquita e colaboradores (2021). Pois o atendimento no serviço de Banco de Sangue coincide com o horário comercial, no qual grande parte das pessoas está trabalhando, o que prejudica a realização dessa ação (4). Outros pontos a serem destacados para a captação de doadores são a acessibilidade, a segurança, o medo, a desinformação dentre outras dificuldades. É preciso caracterizar qual é o impedimento mais frequente, se apresenta regionalidade, ou sazonalidade para que possam ser criadas estratégias significativas em campanhas de captação de doadores e que possa elevar o número de bolsas de sangue de forma qualitativa e quantitativa. É importante ressaltar que toda a comunidade se envolva com campanhas de captação de doadores, tanto por parte dos estados e seus líderes políticos, assim como das instituições religiosas e educacionais, além de grupos sociais organizados, para assim movimentar e esclarecer e conscientizar a população da importância da doação de sangue, pois com certeza teríamos um maior número de doadores. As estratégias educativas são bastante eficazes na captação de doadores, no estudo realizado por Zago e colaboradores (2010) (19), pode ser observada a importância cultural e socioeconômica do país no processo de adesão à doação. Tanto o estudo de Zago como o estudo de Silva, (18,19) trazem um olhar importante para a construção desse processo de sensibilização e conscientização para a doação de sangue no país. E segundo Dilsad e colaboradores (2014) (16), a compreensão dos 20 fatores que facilitam ou dificultam a doação de sangue através de questões socialmente relevantes, como crenças, boatos, experiências negativas divulgadas, ou quaisquer motivos que afastam as pessoas da doação de sangue, podem ser utilizadas como estratégias para conscientização e consequente melhoria das taxas de captação de doadores de sangue. A formação de um grupo interdisciplinar, envolvendo administradores, médicos, profissionais do marketing, farmacêuticos, assistentes sociais, enfermeiros dentre outros profissionais, pode direcionar o trabalho focado em grupos sociais utilizando estratégias mais adequadas para recrutamento de doadores (13). O Brasil, por ser um país continental que apresenta muita tradição e regionalidade cultural, necessita de um olhar diferenciado para que a abordagem da captação de doadores possa respeitar cada região em suas dificuldades e costumes. Os artigos publicados da região do Rio Grande do Norte são datados com mais de 10 anos, e mesmo assim demonstram uma certa paridade com o que foi encontrado em outras regiões, porém estudos tão antigos podem não caracterizar mudanças sociodemográficas, nos deixando a incerteza sobre o perfil dos doadores do estado (11,12). Se em algum momento esses estudos serviram de base para o desenvolvimento das estratégias de campanha de captação de doadores voluntários, é importante a atualização do perfil sociodemográfico dos doadores do RN. É de extrema importância a conscientização dos órgãos responsáveis para investimento de estudos e ações direcionadas realizando-as de forma sistemática, e contínua promovendo adequações das estratégias de captação de doadores. Assim, conclui-se que o conhecimento do perfil sociodemográfico dos doadores de sangue do estado do RN é fundamental para que estratégias de captação de doadores sejam propostas, uma vez que podemos observar nos dados publicados em 2013, que a taxa de doação em nosso estado (0,59%) é muito abaixo daquela preconizada pela OMS (12). 21 6 CONCLUSÃO A sociedade pode ser complexa e mutável, com muitas características regionais e culturais. O conhecimento sociodemográfico dos doadores de sangue é importante para melhor atendê-los, melhorando assim o banco de hemocomponentes e hemoderivados. Concluímos assim, ● Que a nível mundial os doadores de sangue do sexo masculino, se fazem presentes em maior número comparando ao sexo feminino, assim como também foi observado no RN. Já no continente Europeu as doações são em sua maioria realizadas por mulheres. Algumas regiões brasileiras seguem esse padrão, com destaque nas doações femininas. ● Que os sistemas sanguíneos encontrados nos estudos demonstram uma superioridade do O+ seguido do A+, B+, AB+, O−, A−, B−, AB−. No RN essas observações coincidem nas três primeiras fenotipagens, já no Japão o tipo A+ é predominante. ● A idade mais frequente dos doadores permaneceu entre 18 a 35 anos. ● Que os dois artigos do estado do Rio Grande do Norte, apresentam resultados convergentes entre si e com a maioria dos demais artigos, em relação aos resultados de fenotipagem sanguínea e gênero, mas se faz necessário atualizações para uma melhor comparação e direcionamento. É importante que se estude melhor os doadores de sangue do Brasil, promovendo mais artigos científicos que possam nortear as ações promovidas pelo Ministérioda Saúde e hemocentros regionais facilitando o trabalho de captação de doadores. Acreditamos que aumentando a captação dos grupos minoritários de doadores, os bancos de sangue poderão ter uma maior variedade de fenótipos, se tornando mais eficaz em seu objetivo principal, que é ser um banco com variedade de sangue à disposição da população. 22 REFERÊNCIAS 1. 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