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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS MARIA JOSÉ AZEVEDO DA SILVA A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS FORMALIZADORES DE DISPENSAS DE LICITAÇÃO QUANTO À ADOÇÃO DA LEI Nº 14.133/2021 CAICÓ/RN 2022 MARIA JOSÉ AZEVEDO DA SILVA A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS FORMALIZADORES DE DISPENSAS DE LICITAÇÃO QUANTO À ADOÇÃO DA LEI Nº 14.133/2021 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Mayara Bezerra Barbosa CAICÓ/RN 2022 Silva, Maria José Azevedo da. A percepção dos profissionais formalizadores de dispensas de licitação quanto à adoção da Lei nº 14.133/2021 / Maria José Azevedo da Silva. - Caicó, 2022. 34f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó. Departamento de Geografia. Bacharelado em Geografia. Orientação: Profa. Dra. Mayara Bezerra Barbosa. 1. Contratação pública. 2. Modalidades de licitação. 3. Dispensa de licitação. I. Barbosa, Mayara Bezerra. II. Título. RN/UF/BS-CERES CDU 658.715 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - -CERES- - Caicó Elaborado por Giulianne Monteiro Pereira Marques - CRB-15/714 MARIA JOSÉ AZEVEDO DA SILVA A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS FORMALIZADORES DE DISPENSAS DE LICITAÇÃO QUANTO À ADOÇÃO DA LEI Nº 14.133/2021 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Comissão avaliadora: __________________________________________ Prof.ª Dr.ª Mayara Bezerra Barbosa Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Orientador (a) __________________________________________ Susane de Queiroz Vale Freitas Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Examinador (a) __________________________________________ Nataly de Meireles da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Examinadora CAICÓ/RN, 14 de dezembro de 2022 RESUMO O presente estudo teve por objetivo verificar a percepção dos profissionais responsáveis pelos processos de Dispensas de Licitação dos municípios do Seridó quanto às mudanças trazidas pela Lei de Licitações – Lei nº 14.133/2021. Este tema é de extrema importância por tratar de um assunto recente que irá gerar impactos significantes nos processos licitatórios e de contratação direta realizados diariamente nos municípios, podendo mostrar aos profissionais como os municípios estão reagindo às mudanças na formalização das Dispensas de Licitação. Além disso, é importante que os cidadãos responsáveis pelo controle social entendam como a Administração Pública está utilizando os recursos através das contratações, tendo em vista que há todo um procedimento legal a ser cumprido. A coleta de dados foi realizada nos municípios do Seridó Potiguar através da aplicação de um questionário elaborado na plataforma Google Forms com dezesseis questões objetivas. Obteve-se 25 respondentes, abrangendo profissionais de 22 municípios. Os resultados apontam que há uma boa participação dos profissionais em treinamentos, cursos e capacitações. Mas, de acordo com a percepção dos profissionais entrevistados, os municípios e os servidores públicos não estão totalmente preparados para as mudanças a serem exigidas pela Lei nº 14.133/2021, tendo em vista que o conhecimento adquirido ainda não é suficiente para formalizar os processos com segurança. Quanto aos fatores citados como impactos aos municípios com a implantação da Lei nº 14.133/2021, o principal deles foi a modernização dos processos licitatórios, seguido de maior transparência aos processos de contratação. Palavras-Chave: Contratação Pública. Modalidades de Licitação. Dispensa de Licitação. ABSTRACT The present study aimed to verify the perception of the professionals responsible for the Bidding Waiver processes in the municipalities of Seridó regarding the changes brought about by the Bidding Law - Law nº 14.133/2021. This issue is extremely important as it deals with a recent issue that will generate significant impacts on the bidding and direct contracting processes carried out daily in municipalities, and can show professionals how municipalities are reacting to changes in the formalization of Bidding Exemptions. Furthermore, it is important that citizens responsible for social control understand how the Public Administration is using resources through hiring, bearing in mind that there is a whole legal procedure to be followed. Data collection was carried out in the municipalities of Seridó Potiguar through the application of a questionnaire prepared on the Google Forms platform with sixteen objective questions. There were 25 respondents, comprising professionals from 22 municipalities. The results indicate that there is a good participation of professionals in training, courses and qualifications. But, according to the perception of the professionals interviewed, municipalities and public servants are not fully prepared for the changes to be required by Law nº 14.133/2021, considering that the acquired knowledge is still not enough to formalize processes with safety. As for the factors cited as impacts on municipalities with the implementation of Law No. 14,133/2021, the main one was the modernization of bidding processes, followed by greater transparency in contracting processes. Keywords: Public Procurement. Bidding Terms. Exemption from Bidding. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Cargo exercido no setor de licitações Gráfico 2 – Tempo de atuação no setor de licitações Gráfico 3 – Participação nas capacitações sobre a Lei nº 14.133/2021 Gráfico 4 – Ações promovidas pela gestão municipal Gráfico 5 – Conhecimento suficiente para realização das Dispensas de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021 Gráfico 6 – Dispensas de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021 formalizadas em 2022 Gráfico 7 – Municípios e servidores públicos preparados para as mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/2021 Gráfico 8 – Apreensão dos gestores em formalizar Dispensas de Licitação na Lei nº 14.133/2021 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Perfil dos respondentes Tabela 2 – Nível de escolaridade e área de formação acadêmica Tabela 3 – Quantidade de habitantes e média de Dispensas de Licitação em 2020 e 2021 Tabela 4 – Utilização da Lei nº 14.133/2021 e regulamentação municipal Tabela 5 – Fatores que impactará os municípios com a implantação da Lei nº 14.133/2021 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Art. – Artigo CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil CPL – Comissão Permanente de Licitação IPCA-E – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial LGL – Lei Geral das Licitações SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 11 2.1 SURGIMENTO DA LICITAÇÃO E ORIGEM DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES ....... 11 2.2 MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO ..................................................................12 2.3 MÉTODOS DE CONTRATAÇÃO DIRETA .................................................................... 13 3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 18 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 19 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 28 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30 APÊNCICE - QUESTIONÁRIO...........................................................................................33 9 1 INTRODUÇÃO Para que a Administração Pública possa executar obras ou serviços, assim como adquirir ou alienar bens, é necessária a utilização de contratações públicas por meio de procedimentos licitatórios que busquem garantir as propostas mais vantajosas para o ente. Em relação a isso, Medeiros (2017) diz que o objetivo principal de contratação nos entes públicos “é satisfazer a necessidade da Administração, obtendo-se a melhor relação custo-benefício mediante tratamento isonômico a terceiros interessados em firmar contrato com o Poder Público”. Magnani (2021) considera que a licitação é o processo administrativo utilizado pela Administração Pública com o intuito de adquirir bens e/ou contratar serviços, ao mesmo tempo em que seleciona a proposta mais vantajosa, através de critérios objetivos e impessoais, para a formalização de um contrato. Para que as contratações públicas possam ser realizadas de forma legal, a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº 10.520/2002 definem que as licitações podem seguir seis modalidades distintas, sendo: Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Leilão, Concurso e Pregão. Além disso, para o julgamento do procedimento licitatório, a Lei nº 8.666/93, também, instituiu quatro tipos de licitação: Menor Preço, Técnica e Preço, Melhor Técnica e Maior Lance ou Oferta. Entretanto, existem situações que não justificam toda a burocratização de um procedimento licitatório e que precisam ser realizadas com maior agilidade. Nessas exceções, a Lei das Licitações institui a utilização dos métodos de contratação direta: Dispensa de Licitação e Inexigibilidade de Licitação. A licitação pode ser dispensada (art. 17, da Lei nº 8.666/93), dispensável (art. 24, da Lei nº 8.666/93) ou inexigível (art. 25, da Lei nº 8.666/93). Para Fernandes (2016, p. 169), “dispensada é aquela cuja realização é afastada pela própria lei, relacionada com a alienação de imóveis e de móveis públicos; dispensável é aquela em que existe uma desobrigação de instauração de procedimento licitatório, caso seja conveniente ao interesse público; e, inexigível é aquela em que há inviabilidade de competição”. No dia 10 de dezembro de 2020, o Projeto de Lei nº 4.253 foi aprovado, sendo promulgado e publicado no dia primeiro de abril de 2021, originando a Nova Lei de Licitações, a Lei nº 14.133/21. Esta nova lei irá substituir a Lei nº 8.666/93, que ainda está em vigor, e, durante o período de transição equivalente a dois anos, as duas leis permanecem vigentes para que os órgãos públicos e privados possam lidar comas mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/21 de forma apropriada. 10 Diante do exposto, este trabalho acadêmico traz como problemática o seguinte questionamento: qual é a percepção dos profissionais responsáveis pelos processos de Dispensas de Licitação nos municípios do Seridó quanto à adoção da Lei nº 14.133/2021? O referido trabalho tem como objetivo geral verificar a percepção dos profissionais responsáveis pelos processos de Dispensas de Licitação dos municípios do Seridó quanto às mudanças trazidas pela Nova Lei de Licitações – Lei nº 14.133/2021. Já os objetivos específicos, resumem-se a apresentar as principais mudanças na formalização de Dispensas de Licitação; averiguar a preparação dos profissionais dos municípios do Seridó para execução dos novos processos de dispensas licitatórias, identificar as iniciativas das gestões municipais na capacitação aos profissionais que atuam de forma direta nos processos de dispensas de licitação e destacar a percepção destes profissionais quanto aos impactos trazidos com a implantação da Lei nº 14.133/2021. Dessa forma, a escolha do tema se justifica por ser um assunto novo que impacta na realização de processos utilizados diariamente pelo setor público e/ou privado, cuja pesquisa poderá servir como base para a fundamentação de outros estudos sobre esta temática. Para o meio acadêmico, é uma pesquisa relevante em função do conhecimento sobre as modalidades de licitação, bem como a utilização da Dispensa de Licitação como uma ferramenta de contratação da Administração Pública, tendo em vista que a Lei nº 14.133/2021 é um assunto recente, que necessita de bastante atenção, por ter gerado alterações significantes aos processos licitatórios e aos métodos de contratação direta. A sociedade é responsável por realizar a fiscalização dos recursos públicos, analisando como estes são utilizados e como podem contribuir para o bem-estar social, desta forma é importante que os cidadãos entendam como a Administração Pública realiza as contratações, observando que há todo um procedimento legal a ser seguido. Justifica-se, ainda, como sendo de suma importância que os profissionais dos entes públicos possam observar como os municípios estão reagindo às mudanças na formalização das Dispensas de Licitação, já que estas são bastante utilizadas por estas entidades para adquirir bens ou contratar serviços de forma mais ágil e que, em virtude das novas mudanças, os profissionais da Administração Pública deverão ter ainda mais cuidado para não descumprir as regras que regulamentam este método. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SURGIMENTO DA LICITAÇÃO E ORIGEM DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES No Brasil, o processo licitatório surgiu a partir do início do século XIX através do Decreto nº 2.926, de 14 de maio de 1862. Em 1922, ocorreu a sua consolidação no âmbito federal, com a criação do Código da Contabilidade da União, cujo objetivo era fazer com que as contratações públicas apresentassem uma maior eficiência. Amorim (2017, p. 27) menciona que “a obrigatoriedade da realização de licitações públicas encontra seu imperativo normativo no inciso XXI do art. 37 da CRFB de 19881”. Sendo assim, a partir da Constituição Federal de 1988, tornou-se obrigatória a utilização das licitações para a aquisição de bens ou contratação de serviços por parte da Administração Pública, pelo fato de a licitação ter passado a ser um princípio constitucional. O descumprimento desse pressuposto vigora como crime desde então. Porém, a realização dos processos administrativos e procedimentos licitatórios passaram a ser regulamentados em 1993, com a criação da Lei nº 8.666 (Lei das Licitações). A legislação direciona e institui métodos necessários que possibilitam seu enquadramento de acordo com a necessidade do órgão público em que se busca realizar o processo licitatório, sempre com o mesmo objetivo de adquirir o menor preço, ou seja, a proposta mais vantajosa para o município. Em 2020, o Projeto de Lei nº 4.253/20 – substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei nº 559/13 do Senado Federal e ao Projeto de Lei nº 6.814/17, daquela casa – foi aprovado pelo Senado Federal no dia 10 de dezembro do corrente ano, sendo promulgado e publicado em abril de 2021, dando origem a Nova Lei de Licitações, a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, que “apresenta vigência imediata (art. 194), entrando em vigor na data de sua publicação” (RODRIGUES, 2021). Segundo Niebuhr et al. (2021, p. 7), “a Lei nº 8.666/1993, a Lei nº 10.520/2002 e os dispositivos da Lei nº 12.462/2011 somenteserão revogadas depois de 2 (dois) anos da publicação da Lei nº 14.133/2021”. Sobre o período de convivência destas leis, Niebuhr et al. (2021, p. 8) expõe que 1Art. 37 (...) XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (BRASIL, 1988) 12 Durante os dois anos que seguem a publicação da Lei nº 14.133/2021, a Administração dispõe de três opções: (i) aplicar o regime novo, (ii) aplicar o regime antigo ou (iii) alternar os regimes, ora promovendo licitações sob o regime antigo e ora promovendo licitações sob o regime novo. (NIEBUHR et al., 2021, p.8) É possível observar que, durante o período de transição, cabe ao gestor optar por qual Lei utilizará no referido processo, devendo indicar a sua escolha no edital ou ato de contratação direta. Justen Filho (2021, p. 1770) explicita que “a contratação será regida pela legislação a que se vincular. A escolha da Administração não autoriza que a autoridade opte posteriormente por alterar a disciplina jurídica”. Isso significa dizer que se o gestor iniciar um contrato utilizando a Lei nº 8.666/1993, os termos aditivos a este contrato também seguirão esta Lei, mesmo após a sua revogação. 2.2 MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO A Lei nº 8.666/93, através de seu art. 22, define que as licitações podem seguir cinco modalidades distintas, quais sejam: Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Leilão e Concurso. A partir de 2002, uma nova modalidade passou a compor os processos licitatórios, o Pregão, instituído pela Lei nº 10.520/2002. Essas modalidades são escolhidas em função de dois critérios: o critério qualitativo, quando a modalidade é definida de acordo com as características do objeto, sem levar em consideração o valor estimado para a contratação; e o critério quantitativo, quando a modalidade é estabelecida em função do valor, desde que não haja dispositivo obrigando a aplicação do critério qualitativo. A Nova Lei de Licitações não prevê expressamente as modalidades Tomada de Preços e Convite, sendo apresentado um novo modelo, chamado de Diálogo Competitivo. Sendo assim, em seu art. 28, a Lei nº 14.133/2021 institui que as modalidades de licitação são definidas em Pregão, Concorrência, Concurso, Leilão e Diálogo Competitivo. Justen Filho (2021, p. 440) define diálogo competitivo como “procedimento licitatório orientado à contratação de objeto dotado de elevada complexidade, cujas especificações, modo de execução e outros atributos exijam definição por meio de colaboração entre a Administração e os particulares especializados”. Paula (2022) complementa que, Por meio dele, uma entidade pública tem a possibilidade de dialogar com licitantes, e tal interação comunicativa é recomendada em situações nas quais a complexidade 13 técnica do objeto a ser licitado é tamanha, que a Administração Pública tem limitações em especificar o objeto a ser licitado. (PAULA, 2022) Pode-se, então, observar que esta nova modalidade será utilizada para a aquisição de bens e/ou contratações de serviços não enquadrados em “serviços comuns”, tendo em vista que, as contratações destes serviços comuns é objetivo da modalidade pregão. Além das modalidades licitatórias, existem os tipos de licitação aplicáveis a todas as modalidades, com exceção do concurso, já que há a estipulação prévia do prêmio ou remuneração e a participação do interessado no certame subentende a aceitação do prêmio oferecido. Os tipos de licitação, estabelecidos pelo art. 45, da Lei nº 8.666/93 como critérios de julgamento das propostas, são: Menor Preço, Técnica e Preço, Melhor Técnica e Maior Lance ou Oferta. O § 5º deste mesmo artigo veda a utilização de outros tipos de licitação que não seja m os quatro tipos mencionados. Com a Nova Lei de Licitações, os critérios de julgamento passam a ser: Menor Preço, Maior Desconto, Melhor Técnica ou Conteúdo Artístico, Técnica e Preço, Maior Lance e Maior Retorno Econômico, sendo estes previstos no art. 33, da Lei nº 14.133/2021. 2.3 MÉTODOS DE CONTRATAÇÃO DIRETA A Lei das Licitações institui a utilização de métodos de contratação direta para as situações nas quais “o procedimento licitatório conduziria ao sacrifício dos fins buscados pelo Estado e não asseguraria a contratação mais vantajosa” (JUSTEN FILHO, 2021, p. 938). Os métodos de contratação direta são: Dispensa de Licitação e Inexigibilidade de Licitação. De acordo com Torres (2021, p. 347), quando a Lei permite a utilização desses métodos, significa que “nem sempre a realização do certame levará a melhor contratação pela Administração ou que, pelo menos, a sujeição do negócio ao procedimento formal e burocrático previsto pelo estatuto não serve ao eficaz atendimento do interesse público naquela hipótese específica”. Desta forma, têm-se que os métodos de contratações diretas são utilizados em situações de caráter emergencial, nas quais a demora de um procedimento licitatório comum pode comprometer a continuidade do serviço público e violar princípios da Administração Pública, como o Princípio da Eficiência. A Lei nº 8.666/1993 aponta, em seu art. 25, que a Inexigibilidade de Licitação pode ser utilizada em três hipóteses, em especial, sendo elas: quando o fornecedor é exclusivo (art. 25, I); para a contratação de serviços técnicos especializados (art. 25, II); e, para a contratação 14 de serviços artísticos (art. 25, III). Caso o procedimento a ser realizado não se enquadre em nenhum dos três incisos citados, é possível enquadrá-lo no caput do art. 25, da Lei nº 8.666/93. Para Scalcon (2021), “a Inexigibilidade de Licitação é a forma de contratação direta na qual não é possível a competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração”. Dessa forma, tem-se que este método de contratação direta é utilizado em situações onde a competição é totalmente inviável, isto é, que não há nenhum outro fornecedor que possa ofertar o objeto desejado pela Administração Pública. Na Lei nº 14.133/2021, a Inexigibilidade de Licitação está prevista no art. 74 e acrescenta que, além das possibilidades já existentes, a Administração Pública também poderá se utilizar deste método quando desejar adquirir objetos e/ou serviços que podem ser contratados através de credenciamento ou quando desejar locar imóveis, cujas particularidades referentes às instalações e localização tornem necessária à sua escolha. A Lei nº 8.666/93 prevê, em seu art. 24, as situações em que a licitação é dispensável, em que é apresentado um rol taxativo de 35 possibilidades, permitindo ao gestor firmar contrato com terceiros, sem a realização de um procedimento licitatório, priorizando sempre o interesse público. Fernandes (2016, p. 239) menciona que, Para que a situação possa implicar dispensa de licitação, deve o fato concreto enquadrar-se no dispositivo legal, preenchendo todos os requisitos. Não é permitido qualquer exercício de criatividade ao administrador, encontrando-se as hipóteses de licitação dispensável previstas expressamente na lei, numerus clausus, no jargão jurídico, querendo significar que são aquelas hipóteses que o legislador expressamente indicou que comportam dispensa de licitação. (FERNANDES 2016, p. 239) Essa menção é bem clara no sentido de que o gestor não poderá optar pela Dispensa de Licitação em situações que não estejam contempladas entre as 35 possibilidades do art. 24. Quandoa Administração Pública deseja realizar uma contratação direta por Dispensa de Licitação, o primeiro ponto a ser observado é o valor, tendo em vista que muitas vezes o administrador deseja adquirir bens e/ou contratar pequenos serviços de engenharia como, por exemplo, a elaboração de projetos de engenharia para a construção de uma obra, de uma maneira menos burocrática e prevendo um valor menor em relação a todas as formalidades e custos necessários para a realização de um procedimento licitatório. 15 A Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, alterou os limites para Dispensas de Licitação dos incisos I e II do art. 24, da Lei nº 8.666/93, passando a ser de até R$ 15.000,00 para obras e serviços de engenharia e até R$ 8.000,00 para compras e outros serviços (BRASIL, 1998). Estes valores permaneceram congelados até o ano de 2018, no qual foram alterados pelo Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018, conforme foi evidenciado por Oliveira (2019, p.66), O Limite para dispensa de licitação é de 10% dos valores previstos no art. 23, I, “a”, da mesma Lei, atualizados pelo Decreto 9.412/2018, que tratam dos valores relativos à modalidade convite. Em consequência, a partir dos limites vigentes, a dispensa será possível nos seguintes casos: a) obras e serviços de engenharia: valor estimado do contrato de até R$ 33.000,00; e b) outros serviços e compras: valor estimado do contrato de até R$ 17.600,00. (OLIVEIRA, 2019, p.66) Isso significa dizer que a dispensa de licitação em razão do pequeno valor busca a relação custo-benefício da contratação, levando em consideração os princípios da economicidade e da eficiência, para evitar que os custos encontrados na realização de um certame licitatório ultrapassem os benefícios que serão alcançados com a futura contratação. Com a Nova de Lei de Licitações e Contratos Administrativos, instituída no ano de 2021, as Dispensas de Licitação estão fundamentadas no art. 75, no qual as contratações referentes a obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores podem ser dispensáveis desde que envolvam valores inferiores a R$ 108.040,82 e no caso de compras e serviços comuns devem ser inferiores a 54.020,41 (BRASIL, 2021). Pode-se perceber que, inicialmente, a Lei nº 14.133/2021 trouxe valores inferiores a R$ 100.000,00 e R$ 50.000,00 para os incisos I e II, respectivamente, mas o Decreto nº 10.922, de 30 de dezembro de 2021, atualizou esses valores para R$ 108.040,82 e 54.020,41. Sobre a atualização destes valores, Justen Filho (2021, p. 1757) menciona que “é determinado pelo art. 182 da Lei nº 14.133/2021, que todos os valores previstos serão atualizados anualmente, no dia 1º de janeiro, tomando em vista a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)”. Outra alteração importante trazida pela Lei nº 14.133/2021 é que as dispensas emergenciais fundamentadas no art. 75, inciso VIII, poderão ter prazo máximo de um ano. Na Lei nº 8.666/93, art. 24, inciso IV, as dispensas de caráter emergencial possuem prazo de, no máximo, 180 dias. (NIEBUHR et al., 2021, p. 66) Atualmente, para a formalização das Dispensas de Licitação, a Administração Pública solicita pesquisas de preços a, no mínimo, três fornecedores, devendo ser apresentada justificativa quando não for possível obter este quantitativo mínimo. 16 Em relação a isso, Amorim (2017, p. 180) expõe que “no caso de dispensa, deve ser realizada preferencialmente, apresentação de, no mínimo, três cotações válidas de empresas do ramo, ou justificativa circunstanciada se não for possível obter essa quantidade mínima (art. 26, parágrafo único, inciso III, da LGL)”. Após a junção das pesquisas, é considerado vencedor aquele que ofertar o menor valor, desde que possua todos os critérios necessários à sua habilitação. Para a formalização de Dispensas de Licitação na Lei nº 14.133/2021, a Administração Pública deverá realizar uma estimativa de preço, de acordo com o seu art. 23, que regulamenta como devem ser feitas as pesquisas para compor os processos licitatórios, bem como os métodos de contratação direta, dando preferência aos preços públicos, como “pesquisas feitas no Portal Nacional de Contratações Públicas, contratações similares feitas por outros órgãos públicos (...)” (BRASIL, 2021). Caso a Administração Pública opte por requerer a pesquisa direta a fornecedores, deverá justificar o motivo de escolha destes fornecedores e realizar a solicitação formal desta pesquisa. Esse orçamento estimativo servirá apenas como valor de referência para que sejam ofertados os lances no dia marcado para acontecer à sessão pública de Dispensa de Licitação, que definirá quem será o vencedor deste processo de contratação direta. Em relação a este ponto, Meira (2021) expõe que Para as contratações em razão de valor, preferencialmente, deverá haver divulgação do aviso da dispensa de licitação em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis, com a especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse da Administração em obter propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a proposta mais vantajosa. (MEIRA, 2021) Pode-se observar que, com a Lei nº 14.133/2021, deverá ser publicado um aviso em sítio oficial eletrônico, contendo a data e o horário da sessão pública de Dispensa de Licitação, podendo esta acontecer de forma presencial ou eletrônica. Caso não apareça nenhum interessado, a Administração Pública poderá escolher o fornecedor que tenha ofertado o menor valor durante a fase de cotação de preços. Quanto ao procedimento exigido para a regularidade da dispensa de licitação, assim como para o outro método de contratação direta, a Lei nº 8.666/93 versa que este deve estar de acordo com os elementos presentes em seu art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, sendo eles: “caracterizar a situação emergencial (inciso I), evidenciar o motivo de escolha do fornecedor (inciso II), justificar o preço (inciso III) e apresentar a aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados (inciso IV)”. (BRASIL, 1993). 17 Após o atendimento dessas instruções e se houver manifestação favorável à contratação direta pelo órgão ou unidade responsável, o processo de despesa deve ser submetido, no prazo máximo de três dias, à autoridade superior competente para que esta, no prazo de até cinco dias a contar do recebimento do processo, emita a ratificação da dispensa. Ao emitir a ratificação, o processo deve seguir para publicação na imprensa oficial, como condição de eficiência e eficácia aos atos administrativos. Já a Lei nº 14.133/2021, expõe uma sequência de regras em seu art. 72, nãos quais devem ser seguidas na formalização de contratação direta, sendo elas: apresentar o documento de formalização de demanda (inciso I), estimar a despesa, de acordo com o art. 23 da mesma lei (inciso II), elaborar parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso (inciso III), prever se há recursos orçamentários suficientes para assumir a despesa (inciso IV), manifestar os requisitos de habilitação e qualificação (inciso V), evidenciar o motivo de escolha do fornecedor (inciso VI), justificar o preço (inciso VII) e solicitar a autorização da autoridade competente (inciso IX). Quanto a essas regularidades trazidas pela Nova Lei, Meira (2021) menciona que “caso o gestor mais empolgado em se utilizar dos novos limites de dispensa de licitação, opte por adotar a Lei nº 14.133/2021, deverá saber que, agora, o planejamento está em todas as contratações, inclusive, nas dispensas de licitação”. Desta forma, a Administração Pública deverá planejar as suas contratações, buscando definir quais são as melhores ferramentas para atingir os seus objetivos, contratando a proposta mais vantajosa e de melhor qualidade. Caso a Administração Públicadecida realizar uma dispensa ou inexigibilidade de licitação sem a presença dos requisitos necessários ou sem as justificativas cabíveis, poderá responder por crime, conforme está definido no art. 89 da Lei nº 8.666/93, com “detenção, de três a cinco anos, e multa” (BRASIL, 1993). Enquanto isso, a Lei nº 14.133/2021 revoga o art. 89 da Lei nº 8.666/93 e menciona, em seu art. 178, que as contratações diretas formalizadas ilegalmente seguirão o que está disposto no art. 337-E do Código Penal, que enuncia “admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa” (BRASIL, 2021). Quanto a isso, Justen Filho (2021, p. 1730) explica que Admitir significa aceitar, conduta que se relaciona à competência de fiscalização ou supervisão; possibilitar indica a produção de formalidades, o fornecimento de documentos ou a realização de qualquer ato que resulte na contratação direta indevida; dar causa envolve a conduta de produzir, de modo imediato ou mediato, a contratação direta ou indireta. (JUSTEN FILHO, 2021, p. 1730) 18 Sendo assim, pela Lei nº 14.133/2021, todo aquele que agir de má-fé possibilitando a formalização do processo de forma ilegal, poderá responder por crime de contratação direta ilegal. 3 METODOLOGIA A pesquisa aplicada neste trabalho caracteriza-se como descritiva, com enfoque quali- quantitativo, sendo executada através do método levantamento ou survey. Em relação aos objetivos, esta pesquisa é caracterizada como descritiva, por buscar descrever uma realidade existente, expondo os fatos que fazem parte dela. Segundo Gil (2008, p. 47), a pesquisa descritiva tem como objetivo “a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Quanto à abordagem, é uma pesquisa tanto qualitativa quanto quantitativa, já que as informações foram coletadas a partir de um questionário de caráter subjetivo junto aos servidores do município e que a análise é feita através da utilização de percentuais, para uma melhor exposição dos dados. De acordo com Schneider, Fujii e Corazza (2017), “a pesquisa qualitativa pode ser apoiada pela pesquisa quantitativa e vice-versa, possibilitando uma análise estrutural do fenômeno com métodos quantitativos e uma análise processual mediante métodos qualitativos”. No que se refere ao procedimento, foi utilizada a pesquisa de levantamento ou survey, que pode ser definida como um método de investigação que conta com a “interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer” (GIL, 2008, p.55). A população da pesquisa é representada pelos profissionais responsáveis pelas Dispensas de Licitação nos municípios do Seridó Potiguar, localizado no estado do Rio Grande do Norte, em que compreende 24 municípios, sendo eles: Acari, Bodó, Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Florânia, Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São José do Seridó, São Vicente, Serra Negra do Norte, Tenente Laurentino Cruz e Timbaúba dos Batistas. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário elaborado através da plataforma Google Forms, com dezesseis questões objetivas a respeito de como as mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/2021 afetará os municípios citados anteriormente, de acordo com a percepção dos profissionais responsáveis por esta demanda. 19 A pesquisa foi encaminhada através do aplicativo WhatsApp para os profissionais responsáveis pelas Dispensas de Licitação dos 24 municípios do Seridó Potiguar, sendo que, obteve-se respostas de 22 municípios. Entretanto, alguns municípios possuem mais de um profissional com a função de formalizar Dispensas de Licitação, sendo possível obter um total de 25 respostas. A coleta dos dados compreendeu o período do dia 15 de novembro de 2022 ao dia 22 de novembro de 2022. Para a tabulação dos resultados, foi utilizado o software Excel para gerar as planilhas com os dados coletados. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Inicialmente, realizou-se a análise descritiva dos respondentes. Buscou-se identificar o perfil dos respondentes, em relação à idade e ao gênero, conforme especificado na Tabela 1. Tabela 1 – Perfil dos respondentes Idade Frequência Absoluta Frequência Relativa Gênero Frequência Absoluta Frequência Relativa Menos de 20 anos 0 0% Feminino 15 60% Entre 20 e 30 anos 8 32% Masculino 10 40% Entre 30 e 40 anos 14 56% Mais de 40 anos 3 12% Total 25 100% Total 25 100% Fonte: Elaborado pela Autora (2022). De acordo com os dados coletados, verificou-se que 15 profissionais pertencem ao gênero feminino, que correspondem a 60% dos entrevistados, e, 10 pertencem ao masculino, que representam 40% dos entrevistados. Quanto à idade, observa-se que a maioria se enquadra na faixa etária entre 30 e 40 anos, correspondendo a 56% dos respondentes, seguida da faixa etária entre 20 e 30 anos, que somam 32% dos entrevistados e, por fim, os profissionais com mais de 40 anos, correspondem a um percentual de 12%. Nenhum dos respondentes possui menos de 20 anos. Pode-se observar que, a idade e/ou gênero não influenciam no trabalho a ser realizado no Setor de Licitações, desde que a pessoa seja capacitada para desenvolver suas funções. A Tabela 2 evidencia o nível de escolaridade e a área de formação acadêmica, caso os entrevistados possuam graduação completa ou incompleta. Tabela 2 – Nível de escolaridade e área de formação acadêmica 20 Nível de Escolaridade Frequência Absoluta Frequência Relativa Área de formação Frequência Absoluta Frequência Relativa Médio 1 4% Administração 6 25% Técnico Graduação Incompleta 0 2 0% 8% Ciências Contábeis Outro 7 11 29% 46% Graduação Completa 17 68% Pós-graduação 5 20% Total 25 100% Total 24 100% Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Com base na Tabela 2, observou-se que, 68% dos entrevistados possuem graduação completa, deste total observa-se que 20% dos profissionais possuem pós-graduação; 8% dos entrevistados ainda não concluíram o nível superior e 4% possuem escolaridade nível médio. Entre as áreas de formação acadêmica, a maioria dos respondentes possuem graduação nas áreas de Administração e Ciências Contábeis, totalizando 54%. Os 46% restantes se dividem entre as áreas de Direito, Economia/Ciências Econômicas, Pedagogia, Ciências Sociais, Licenciatura em Química e Turismo. Os resultados evidenciam que a maioria dos profissionais envolvidos possuem formação técnica em áreas fins e correlatas ao tema, o que sugere possuírem conhecimentos importantes e específicos para atuação. O Gráfico 1 apresenta o cargo exercido pelo respondente no setor de licitações do respectivo município. Gráfico 1 – Cargo exercido no setor de licitações Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Conforme explicitado no Gráfico 1, 84% dos entrevistados ocupam os cargos de chefe do setor de licitações, pregoeiro, Presidente da Comissão Permanente de Licitação – CPL e membro da equipe de apoio. Os outros 16% dos respondentes são correspondentes aos cargos 21 de agente de contratações, gerente de contratos, secretário de administração e assessoria. Observa-se que dos 84% citados inicialmente, 48% dos entrevistados, além de formalizar os processos de Dispensas de licitação, ocupam os cargos de pregoeiro e presidente da CPL, que são os servidores responsáveis por realizar a sessão de licitação pública e 20% são membros da equipe de apoio da CPL, sendo estes os profissionais que auxiliam os pregoeiros e/ou presidentes nas sessões licitatórias. Analisando as respostas, conclui-se que, nenhum dos municípiospossui um cargo específico para o profissional que formaliza as Dispensas de Licitação, podendo estas serem celebradas por qualquer profissional do setor de licitações que possua o conhecimento suficiente para realizar todos os trâmites necessários. O Gráfico 2 apresenta o tempo de atuação do respondente no setor de licitações do respectivo município. Gráfico 2 – Tempo de atuação no setor de licitações Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Com relação ao tempo de atuação, 48% dos respondentes atuam no setor há mais de 4 anos; 20% atuam entre 1 e 2 anos; 16% estão há pouco tempo no referido setor, sendo este igual ou inferior a 1 ano; 12% dos respondentes atuam entre 2 e 3 anos e o percentual de quem atua entre 3 e 4 anos corresponde a 4% dos entrevistados. Infere-se que, os setores de licitação dos municípios pesquisados, possuem profissionais com experiência para a realização dos processos, pois quanto maior o tempo de atuação no setor, maior o grau de experiência que o profissional possui, o que pode facilitar ainda mais os trabalhos a serem executados. O Gráfico 3 mostra a participação dos respondentes em capacitações sobre a Lei nº 14.133/2021. 22 Gráfico 3 – Participação nas capacitações sobre a Lei nº 14.133/2021 Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Conforme apresentado no Gráfico 3, 64% dos entrevistados participaram de capacitações sobre a Nova Lei de Licitações – Lei nº 14.133/2021 duas vezes ou mais, 28% participaram apenas uma vez e 8% não participaram. É possível observar que 92% dos respondentes participaram de capacitações pelo menos uma vez. Infere-se que a gestão está incentivando ou os profissionais estão buscando se capacitar. O Gráfico 4 refere-se ao interesse do gestor municipal em promover ações para a equipe visando a implantação da Lei nº 14.133/2021, ao levar em consideração que é de fundamental importância que a administração proporcione capacitações aos responsáveis pela formalização de processos licitatórios e de contratação direta. Gráfico 4 – Ações promovidas pela gestão municipal Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Quanto ao interesse da gestão municipal em capacitar a equipe, 56% possibilitou a participação dos profissionais em eventos externos voltados para este assunto; 24% contratou profissionais/empresas para atuar no município; 20% dos respondentes afirmaram que não houve iniciativa pela gestão municipal. De acordo com esses dados, pode-se considerar que 23 apenas dois entrevistados não participaram de nenhuma capacitação, nem puderam contar com a iniciativa da gestão municipal, já que dos 20% que afirmaram não haver iniciativa, apenas 8% não participaram de nenhuma capacitação. Os dados coletados sobre o conhecimento adquirido nas capacitações já ser suficiente para realizar, com segurança, os processos de Dispensa de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021 estão explicitados no Gráfico 5. Gráfico 5 – Conhecimento suficiente para realização das Dispensas de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021 Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Segundo os dados apresentados no Gráfico 5, têm-se que 68% dos respondentes concorda parcialmente, 16% discorda parcialmente, 12% discorda totalmente e 4% nem concorda e nem discorda. Isso significa que todos os entrevistados não se sentem totalmente preparados para realizar processos de Dispensa de Licitação com o conhecimento adquirido até o momento nos treinamentos e capacitações. Infere-se que há, ainda, a necessidade de participação em mais capacitações sobre o conteúdo da Lei nº 14.133/2021, com o intuito de aperfeiçoar o aprendizado e garantir maior segurança na formalização dos processos. A Tabela 3 refere-se à quantidade de habitantes de cada município e a quantidade média de processos de Dispensas de Licitação nos anos de 2020 e 2021, antes da utilização da Lei nº 14.133/2021. Tabela 3 – Quantidade de habitantes e média de Dispensas de Licitação em 2020 e 2021 Número de habitantes Frequência Absoluta Frequência Relativa Média de Dispensas Frequência Absoluta Frequência Relativa Até 10.000 hab. 14 56% Menos de 50 7 28% De 10.001 a 20.000 hab. 8 32% Entre 50 e 60 5 20% De 20.001 e 30.000 1 4% Entre 60 e 2 8% 24 hab. 70 De 30.001 e 40.000 hab. 0 0% Mais de 70 11 44% Mais de 40.000 hab. 2 8% Total 25 100% Total 25 100% Fonte: Elaborado pela Autora (2022). De acordo com os dados da Tabela 3, 88% dos respondentes residem em municípios de pequeno porte, sendo 56% em municípios de até dez mil habitantes e 32% em municípios entre dez mil e vinte mil habitantes. Dos respondentes que residem em municípios de médio porte, têm-se 8% em municípios de mais de quarenta mil habitantes e 4% em municípios de vinte mil e trinta mil habitantes. Quanto à média de processos de Dispensas de Licitação realizados nos anos de 2020 e 2021, observa-se que 44% dos municípios realizaram uma média de mais de 70 processos de Dispensas de Licitação; seguidos de 28% dos municípios que realizaram entre 60 e 70; 20% realizaram menos de 50 e apenas 8% realizaram entre 60 e 70 processos. Analisando as respostas apresentadas pelos entrevistados, através do software Excel que gerou as planilhas com os dados coletados, foi constatado que todos os municípios de pequeno porte realizaram, em média, mais de 50 processos de Dispensa de Licitação nos anos de 2020 e 2021. A Tabela 4 apresenta os dados referentes a se os municípios dos respondentes já estão utilizando a Lei nº 14.133/2021 e se já houve regulamentação municipal. Tabela 4 – Utilização da Lei nº 14.133/2021 e regulamentação municipal Utilização da Lei nº 14.133/2021 Frequência Absoluta Frequência Relativa Regulamentação municipal Frequência Absoluta Frequência Relativa Sim, em todos os processos de licitação Sim, apenas em processos de dispensa de licitação Não 1 13 11 4% 52% 44% Sim Não 10 5 67% 33% Total 25 100% Total 15 100% Fonte: Elaborado pela Autora (2022). Os resultados evidenciam que 52% dos respondentes afirmaram estar utilizando a Lei nº 14.133/2021 apenas em processos de Dispensa de Licitação; 44% afirmaram que ainda não estão utilizando e 4% que estão utilizando em todos os processos de licitação. Destes municípios que estão utilizando a Lei nº 14.133/2021, em 67% já houve a regulamentação municipal e em 33% ainda não houve a regulamentação. Isso significa que 33% dos municípios estão aplicando os regulamentos da União para a execução de processos 25 fundamentados na Lei nº 14.133/2021. Quanto a isso, Torres (2021, p.848) menciona que quando o Chefe do Executivo “abdica o exercício do Poder Regulamentador, perde a oportunidade de regulamentar a legislação licitatória de forma adequada à realidade vivenciada pelo ente público”. Sendo assim, a regulamentação municipal é importante, pois cada município possui uma realidade diferente da que é vivenciada pela União. O Gráfico 6 apresenta a quantidade de processos de Dispensa de Licitação formalizados com fundamento na Lei nº 14.133/2021 no ano de 2022, independente de haver ou não a regulamentação municipal. Gráfico 6 – Dispensas de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021 formalizadas em 2022 Fonte: Dados da pesquisa (2022) Os dados do Gráfico 6 apresentam que 52% dos municípios ainda não realizaram nenhum processo de Dispensa de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021; 36% realizaram menos de 50 processos de Dispensa de Licitação com base no novo ordenamento jurídico; 8% já formalizaram mais de 70 processos e 4% formalizaram entre 50 e 60 processos de Dispensa de Licitação. Ao analisar as respostas, individualmente, foi possível constatar que os 12% dos entrevistados que formalizaram mais de 50 processos de Dispensa de Licitaçãocom base na Lei nº 14.133/2021, pertencem a localidades onde não houve, ainda, a regulamentação municipal. Foi questionado aos profissionais, se na percepção deles o município e os servidores públicos estão preparados para as mudanças na formalização de procedimentos licitatórios que a Lei nº 14.133/2021 exigirá e os dados coletados encontram-se explicitados no Gráfico 7. Gráfico 7 – Municípios e servidores públicos preparados para as mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/2021 26 Fonte: Elaborado pela Autora (2022). De acordo com os dados apresentados no Gráfico 7, observa-se que 64% dos respondentes discordam parcialmente ou totalmente que o município e os servidores públicos estejam preparados para as mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/2021, 20% concorda parcialmente e 16% nem concorda e nem discorda. Dessa forma, destaca-se que apenas 20% acreditam, em partes, que os servidores estão preparados para as mudanças na formalização de procedimentos licitatórios exigidas pela Lei nº 14.133/2021. Conclui-se que, é necessário que os gestores municipais intensifiquem a participação dos servidores em capacitações teóricas e práticas sobre estas mudanças, tendo em vista que a partir de 1º de abril de 2023, os processos somente poderão ser formalizados com fundamento na Lei nº 14.133/2021. O Gráfico 8 traz a percepção dos profissionais quanto uma maior apreensão dos gestores em formalizar processos de Dispensas de Licitação, em virtude dos novos crimes de contratação direta ilegal estarem previstos no Código Penal. Gráfico 8 – Apreensão dos gestores em formalizar Dispensas de Licitação na Lei nº 14.133/2021 Fonte: Elaborado pela Autora (2022). 27 O Gráfico 8 mostra que 36% dos profissionais respondentes concordam totalmente que os gestores ficarão mais apreensivos em formalizar processos de Dispensa de Licitação em virtude dos novos crimes de contratação direta ilegal; 28% concorda parcialmente; 20% nem concorda e nem discorda; 12% discorda parcialmente e 4% dos respondentes discordam totalmente. Dessa forma, observa-se que 16% dos respondentes acreditam que os novos crimes de contratação direta ilegal, previstos no Código Penal, não influenciarão nas decisões dos gestores. Contudo, deve-se lembrar que os gestores não serão os únicos a serem responsabilizados, mas “cometerá o crime aquele que admitir a dispensa ou inexigência; aquele que possibilitá-las e aquele que lhes der causa”. (SCALCON, 2021) A Tabela 5 refere-se a quais fatores apresentados na percepção dos respondentes impactarão os municípios com a implantação da Lei nº 14.133/2021. Nessa questão, os respondentes poderiam escolher mais de uma opção e também poderiam apresentar outro fator que não estivesse presente dentre as alternativas. Os 25 entrevistados marcaram uma ou mais alternativas, totalizando uma quantidade de 59 respostas. Tabela 5 – Fatores que impactará os municípios com a implantação da Lei nº 14.133/2021 Fatores Frequência Absoluta Frequência Relativa Baixo acesso de fornecedores por falta de conhecimentos tecnológicos 11 19% Maior flexibilidade na análise da documentação da empresa com a melhor oferta 4 7% Modernização dos processos licitatórios 19 32% Maior transparência aos processos de contratação 15 25% Incorporação das leis/regras licitatórias em um só documento 9 15% Outro 1 2% Total 59 100% Fonte: Elaborado pela Autora (2022). A partir dos dados obtidos na Tabela 5, é possível observar que 32% dos respondentes afirmaram que a modernização dos processos licitatórios é o fator de maior impacto para os municípios, dentre as outras alternativas; 25% afirmaram que é a maior transparência aos processos de contratação; 19% acreditam que o fator mais impactante é o baixo acesso de fornecedores por falta de conhecimentos tecnológicos; 15% menciona que é a incorporação das leis/regras licitatórias em um só documento; 7% diz que é a maior flexibilidade na análise da documentação da empresa com a melhor oferta e os 2% mencionou que com a Lei nº 14.133/2021, as pesquisas mercadológicas não serão feitas apenas para cumprir tabela. 28 Jerônimo (2021) considera que as duas primeiras alternativas citadas podem refletir como perdas e as três últimas como ganhos. O autor diz que a modernização dos processos licitatórios pode trazer maior transparência aos processos de contratação em virtude da utilização de procedimentos na forma eletrônica, ao mesmo tempo em que pode ter como ponto negativo o baixo acesso de fornecedores devido à falta de conhecimento tecnológico. Já Niebuhr et al. (2021, p. 78) acredita que a utilização dos meios eletrônicos pode alcançar “um número expressivo de fornecedores, de maneira rápida e eficaz”. A maior flexibilidade na análise da documentação da empresa com a oferta mais vantajosa à Administração Pública, devido à inversão de fases do processo licitatório, pode ser considerada uma desvantagem por ser contrária ao que prezam os princípios da Administração Pública (JERÔNIMO, 2021). Desta forma, em concordância com os dados e alternativas apresentados, é possível observar que a Lei nº 14.133/2021 trará aos municípios mais impactos positivos do que negativos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisarmos a percepção dos profissionais responsáveis pelos processos de Dispensas de Licitação nos municípios do Seridó, quanto às mudanças e adoção trazidas pela Nova Lei de Licitações – Lei nº 14.133/2021 pode considerar que, em relação aos municípios e os seus respectivos servidores públicos, estes demonstram não estarem totalmente preparados para as mudanças na formalização dos procedimentos licitatórios que serão exigidos pela Lei nº 14.133/2021. Foi constatado ainda que, a maioria dos profissionais entrevistados acreditam que os municípios ainda não se encontram integralmente habilitados para lidar com essas mudanças. Quanto à apreensão dos gestores em formalizar processos de Dispensa de Licitação, diante dos novos crimes de contratação direta ilegal, observou-se que apenas 16% da população da pesquisa afirma que essa mudança não influenciará nas decisões dos gestores. Diante do que foi analisado, observa-se que boa parte dos municípios vêm buscando capacitar sua equipe através de cursos e congressos, bem como promover ações com o intuito de aperfeiçoar os conhecimentos necessários para lidar com as mudanças trazidas pela implantação da Lei nº 14.133/2021. Apesar disso, os profissionais entrevistados afirmaram que o conhecimento adquirido com as capacitações ainda não é suficiente para formalizar os processos de Dispensas de Licitação com segurança. 29 Quanto aos fatores citados como impactos, positivos ou negativos, aos municípios com a implantação da Lei nº 14.133/2021, o principal deles foi a modernização dos processos licitatórios, seguido de maior transparência aos processos de contratação. O baixo acesso de fornecedores por falta de conhecimentos tecnológicos, a incorporação das leis/regras licitatórias em um só documento, a maior flexibilidade na análise da documentação da empresa com a melhor oferta e a utilização de pesquisas mercadológicas apenas para cumprir tabela, também, podem ser considerados como impactos de acordo com os dados obtidos. A presente pesquisa apresentou, ainda, dados que nos permitem observar que alguns municípios já começaram a utilizar a Lei nº 14.133/2021 para fundamentar processos licitatórios e de contratação direta sem a devida regulamentação necessária. Este estudo demonstra a extrema importância para a explanação das principais mudanças quanto à implantação da Lei nº 14.133/2021, bem como a análise da percepção dos profissionais que atuam nos municípios do Seridó Potiguar diante das mudanças trazidas pelo novo marco legal para os procedimentos licitatórios, pois os resultados apresentados poderão servir como fonte de pesquisapara novos trabalhos sobre o assunto em questão, assim como reflexões dos gestores e avaliação de órgãos de controle. Por fim, sugerimos que seja realizada uma pesquisa qualitativa após a implantação da Lei nº 14.133/2021 em todos os municípios, para que se possa ter uma melhor constatação sobre as mudanças e dificuldades encontradas pelos gestores e suas respectivas equipes para formalizar os procedimentos licitatórios. Uma pesquisa com esta mesma temática, também, poderá ser realizada em outras localidades com a finalidade de confrontar as informações e obter possíveis melhorias. 30 REFERÊNCIAS AMORIM, Victor Aguiar Jardim de. Licitações e contratos administrativos: teoria e jurisprudência. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 19 de setembro de 2022. _______. Decreto nº 2.926, de 14 de maio de 1862. Aprova o Regulamento para as arrematações dos serviços a cargo do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-2926-14- maio-1862-555553-publicacaooriginal-74857-pe.html>. Acesso em: 25 de agosto de 2022. _______. Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018. 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Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 26 de julho de 2022. _______. Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998.Altera dispositivos das Leis no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21 de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e autoriza o Poder Executivo a promover a reestruturação da Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9648cons.htm>. Acesso em: 25 de agosto de 2022. _______. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 6.814, de 03 de fevereiro de 2017. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e revoga a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e dispositivos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Brasília: Câmara dos Deputados, 2017. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1523083&filena me=PL%206814/2017>. Acesso em: 27 de agosto de 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm 31 _______. Senado Federal. Projeto de Lei nº 559, de 23 de dezembro de 2013. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, DF: Senado Federal, 2013. Disponível em: <https://legis.senado.leg.br/sdleg- getter/documento?dm=3800554&ts=1630413083832&disposition=inline>. Acesso em: 27 de agosto de 2022. _______. Senado Federal. Projeto de Lei nº 4.253, de 02 de dezembro de 2020. Estabelece normas gerais de licitação e contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; altera as Leis nºs 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga dispositivos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, e as Leis nºs 8.666, de 21 de junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de 2002. Brasília, DF: Senado Federal, 2020. Disponível em: <https://legis.senado.leg.br/sdleg- getter/documento?dm=8879045&ts=1607630768278&disposition=inline>. Acesso em: 27 de agosto de 2022. _______. Lei nº 14. 133 de 1º de abril de 2021.Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/lei/L14133.htm>. Acesso em: 14 de julho de 2022. FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. 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( ) Médio ( ) Técnico ( ) Graduação Incompleta ( ) Graduação Completa ( ) Pós-graduação 4 Se possuir ensino superior, qual a área de formação acadêmica? ( ) Administração ( ) Ciências Contábeis ( ) Outro *Se você marcou a opção "Outro", especificar sua área de formação acadêmica no espaço abaixo 5 Quantos habitantes têm o município que você atua? ( ) Até 10.000 ( ) De 10.001 a 20.000 ( ) De 20.001 a 30.000 ( ) De 30.001 a 40.000 ( ) Acima de 40.000 6 Qual o seu cargo no setor de licitações? ( ) Chefe do setor de licitações ( ) Pregoeiro ( ) Presidente da CPL ( ) Membro da equipe de apoio ( ) Outro *Se você marcou a opção "Outro", especificar o seu cargo no espaço abaixo 7 Há quanto tempo atua no setor de licitações? ( ) Até de 1 ano ( ) Entre 1 e 2 anos ( ) Entre 2 e 3 anos ( ) Entre 3 e 4 anos ( ) Mais de 4 anos 8 Já participou de capacitações referentes a Lei nº 14.133/2021? ( ) Sim, apenas uma vez ( ) Sim, duas ou mais vezes ( ) Não 9 Levando em consideração a necessidade de a administração proporcionar capacitações aos responsáveis pela formalização de processos licitatórios e de contratação direta, o gestor municipal tem buscado promover ações para equipe visando a implantação da Lei nº 14.133/2021? ( ) Sim, através da contratação de profissionais/empresas para atuar no município, capacitando a equipe ( ) Sim, através da participação em eventos externos voltados para este assunto ( ) Não houve iniciativa pela gestão municipal 34 10 Na sua percepção, o conhecimento adquirido nas capacitações já é suficiente para realizar, com segurança, os processos de Dispensa de Licitação com fundamento na Lei nº 14.133/2021? ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Nem concordo nem discordo ( ) Discordo parcialmente ( ) Discordo totalmente 11 Quantas dispensas de licitação, em média, foram realizadas nos anos de 2020 e 2021, antes da utilização da Lei nº 14.133/2021? ( ) Menos de 50 ( ) Entre 50 e 60 ( ) Entre 60 e 70 ( ) Mais de 70 12 O município em que você atua já está utilizando a Lei nº 14.133/2021? ( ) Sim, em todos os processos de licitação ( ) Sim, apenas em processos de dispensa de licitação ( ) Não *Se sim, já houve a regulamentação municipal? ( ) Sim ( ) Não 13 Quantas dispensas de licitação já foram realizadas com fundamento na Lei nº 14.133/2021 em 2022? ( ) Nenhuma ( ) Menos de 50 ( ) Entre 50 e 60 ( ) Mais de 60 14 Na sua percepção, o município e os servidores públicos estão preparados para as mudanças na formalização de procedimentos licitatórios que a Lei nº 14.133/2021 exigirá? ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Nem concordo nem discordo ( ) Discordo parcialmente ( ) Discordo totalmente 15 Na sua percepção, os gestores ficarão mais apreensivos em formalizar dispensas de licitação, em virtude dos novos crimes de contratação direta ilegal estarem previstos no Código Penal? ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Nem concordo nem discordo ( ) Discordo parcialmente ( ) Discordo totalmente 16 Na sua percepção, quais dos fatores abaixo impactará o município com a implantação da Lei nº 14.133/2021? Obs.: Pode marcar mais de uma alternativa ( ) Baixo acesso de fornecedores por falta de conhecimentos tecnológicos ( ) Maior flexibilidade na análise da documentação da empresa com a melhor oferta ( ) Modernização dos processos licitatórios ( ) Maior transparência aos processos de contratação ( ) Incorporação das leis/regras licitatórias em um só documento ( ) Outro *Se você marcou a opção "Outro", colocar abaixo que outro(s) fator(es) poderá impactar o município com a implantação da Lei nº 14.133/2021. 388803778da5ba4ede2b1ec27dcacbe82f68f5ca796e62610bcf6d92b4fe5242.pdf 84a4805690368475e275274f3c551bf1a157dfca616bcdd99bef59ba04f1420e.pdf 388803778da5ba4ede2b1ec27dcacbe82f68f5ca796e62610bcf6d92b4fe5242.pdf
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