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TFG--VOLUME-ESCRITO--PASSEIO-DOS-CAJUS--LEONARDO-SINDEAUX--FINAL

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Prévia do material em texto

LEONARDO DE FREITAS SINDEAUX 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
LEONARDO DE FREITAS SINDEAUX 
 
 
 
PASSEIO DOS CAJUS: 
Proposta de parque linear e corredor ecológico para o bairro de Capim Macio, Natal/RN 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2022.2 
 
LEONARDO DE FREITAS SINDEAUX 
 
PASSEIO DOS CAJUS: 
Proposta de parque linear e corredor ecológico para o bairro de Capim Macio, Natal/RN 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, no semestre 2022.2, como requisito para obtenção do título de 
Arquiteto e Urbanista. 
Orientadora: Anna Rachel Baracho Eduardo Julianelli 
 
 
Natal/RN 
2022 
 
 
 
 
 
Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Permite que outros distribuam, 
remixem, adaptem e desenvolvam seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem a você pela criação original. Link 
dessa licença: creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
 
 
 
LEONARDO DE FREITAS SINDEAUX 
 
PASSEIO DOS CAJUS: 
Proposta de parque linear e corredor ecológico para o bairro de Capim Macio, Natal/RN 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no semestre 2022.2, como requisito para 
obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. 
Aprovada em: 12/12/2022 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
Profa. Anna Rachel Baracho Eduardo Julianelli 
Orientador(a) 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Prof Hélio Takashi Maciel de Farias 
Membro interno 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Profa. Adriana Carla de Azevedo Borba 
Membro externo 
Universidade Federal de Pernambuco 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Ao fim desse processo construtivo que foi o curso de Arquitetura e Urbanismo, faz-se necessário enfatizar a relevância 
das pessoas que auxiliaram e fizeram parte dessa jornada. Desta forma, agradeço: 
Aos meus pais, Ana e Glaydistone, e minha irmã, Carol, por estarem ao meu lado e me fortalecerem em todos os 
momentos, dentro ou fora da universidade. Vocês são parte fundamental da minha história, nos momentos de dor e felicidade, 
em todas escolhas que já fiz e farei. Obrigado por tudo. 
À minha namorada Heloisa, por ser a melhor companheira que eu poderia pedir, sempre me apoiando durante todo o 
curso e aguentando os surtos constantes por causa dos trabalhos extensos. Sou grato por poder compartilhar esses cinco anos 
de luta ao seu lado. Te amo. 
À minha segunda família, tia Sissi, tio Mário, Lara e Marina, por me acolherem de coração aberto e sempre acreditar na 
minha competência, incentivando-me a dar o meu melhor. Saibam que o apoio de vocês (e as aulas de botânica de tia Sissi) 
foram e sempre serão fundamentais. 
À Elton, um verdadeiro exemplo de ser humano. Inspiro-me em você e sua forma de levar a vida, lidando com os problemas 
de forma leve, humorada e racional. Sou grato por ter te conhecido e te ter como amigo. Obrigado também pela ajuda com o 
tema, abriu meus olhos para uma ótima oportunidade! 
Aos meus amigos do Kinders, membros honorários da família, por sempre estarem presentes na minha vida, 
compartilhando momentos bons e ruins. Agradeço pelos momentos de descontração, cheios de piadas ruins, escolhas duvidosas 
e reflexões que eu levo para a vida. Obrigado por todos os veraneios lá em casa, e vamos para o próximo! 
Aos amigos que tive a felicidade de conhecer durante a faculdade, Gabriel, Kelvin, Laura, Duda, Ítalo, Cecília e tantos 
outros que fizeram parte dessa jornada. Sem vocês, esses cinco anos não teriam sido tão leves e divertidos, repletos de 
momentos felizes, mesmo que diante das adversidades. Fico feliz em ter participado de tantas Feijoarqs com vocês e espero 
que venham mais pela frente! 
A Yago, verdadeiro irmão que tive a honra de conhecer durante esse processo. Agradeço por todo o suporte, atenção e 
carinho durante todo esse tempo. Obrigado pelo companheirismo de sempre e que nossa parceria, agora, tenha início 
oficialmente! 
À Anna Rachel, minha orientadora, por me acompanhar de braços abertos na aventura que foi esse trabalho. Sou 
profundamente grato por todos os ensinamentos passados e que levarei comigo durante minha vida profissional. Obrigado pelos 
finais de semana e feriados dedicados à responder dúvidas e corrigir textos, sua paciência e dedicação, além do claro amor pelo 
paisagismo, foram fundamentais para o resultado final desse projeto! 
Ao prof. Paulo Nobre, que apesar de não poder estar presente durante o desenvolvimento do projeto, sempre se mostrou 
solícito e interessado com a realização do trabalho. Agradeço por todo o apoio fornecido durante os estágios iniciais da proposta, 
além da prestatividade e atenção durante todas as matérias que tive a oportunidade de cursar. Por fim, desejo uma recuperação 
boa e rápida, para que você possa voltar o quanto antes! 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Ao analisarmos a cidade de Natal, vemos que esta 
apresenta uma grande proporção de massa vegetativa em 
seu perímetro urbano. Entretanto, essa cobertura vegetal é 
pouco presente no cotidiano dos cidadãos, visto que se 
encontram concentradas principalmente em lotes privados 
ou Zonas de Proteção Ambiental. Não obstante, sabe-se que 
a presença de áreas verdes em meio à zonas adensadas é 
de extrema importância para a melhora da qualidade de vida 
dos cidadãos, amenizando os efeitos da ilha de calor, 
reduzindo problemas de infraestrutura e os níveis de 
estresse. Por este motivo, o presente trabalho objetiva 
desenvolver uma proposta de parque linear e corredor 
ecológico por meio da aplicação de conceitos de 
infraestrutura verde e azul, para se obter uma expressão 
projetual de valor paisagístico no bairro de Capim Macio. 
Palavras-chave: Parque Linear; Infraestrutura verde; 
Paisagismo; Parque; Corredor ecológico. 
ABSTRACT 
 
 
When we analyze the city of Natal, we see that it has a large 
proportion of vegetation in its urban perimeter. However, this 
vegetation cover is rarely present in the daily lives of citizens, 
as they are concentrated mainly in private lots or 
environmental protection zones. However, it is known that the 
presence of green areas in densely populated areas is 
extremely important for improving the quality of life of citizens, 
mitigating the effects of the heat island, reducing 
infrastructure problems and stress levels. For this reason, the 
present work aims to develop a proposal for a linear park and 
ecological corridor through the application of green and blue 
infrastructure concepts, in order to obtain a project 
expression of landscape value in the Capim Macio 
neighborhood. 
 
Keywords: Linear Park; Green infrastructure; landscaping; 
Park; Ecological corridor. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1:Exemplar de Ginko Biloba, planta asiática encontrada no Public Garden, Boston, MA ................................................................ 24 
Figura 2:Exemplar de Pinheiro Australiano (Casuarina equisetifolia), encontrado na ZPA 2 (Parque das Dunas) em Natal-RN ................ 24 
Figura 3: Mapa de cheios e vazios ............................................................................................................................................................. 26 
Figura 4:Praça Hélio Galvão, no bairro de Capim Macio, Natal/RN ........................................................................................................... 27 
Figura 5:Praça Dom Adelino Matias no bairro de Neópolis, Natal/RN ........................................................................................................ 27 
Figura 6: Vista aérea do parque Ibirapuera ................................................................................................................................................29 
Figura 7: Mapa do parque Ibirapuera ......................................................................................................................................................... 29 
Figura 8: Planta baixa do parque Domino, Brooklyn, EUA. ........................................................................................................................ 30 
Figura 9: Parque Domino ........................................................................................................................................................................... 31 
Figura 10: Modelo de manejo da paisagem visando o estabelecimento da conectividade ......................................................................... 33 
Figura 11: Corte esquemático de lagoa de captação ................................................................................................................................. 37 
Figura 12: Lagoa de captação de Mirassol usada como campo de futebol ................................................................................................ 37 
Figura 13: Lagoa de captação no bairro de Capim Macio, Natal/RN .......................................................................................................... 38 
Figura 14: Corte esquemático de jardim de chuva ..................................................................................................................................... 39 
Figura 15: Jardim de chuva em São Paulo, SP .......................................................................................................................................... 39 
Figura 16: Corte esquemático de biovaleta ................................................................................................................................................ 40 
Figura 17: Biovaleta do parque East Esplanade, Portland, EUA. ............................................................................................................... 40 
Figura 18: Passeios laterais ao rio Cali, Colômbia ..................................................................................................................................... 47 
Figura 19: Soluções para ampliar a vitalidade urbana ................................................................................................................................ 52 
Figura 20: Decks sob o rio Capibaribe ....................................................................................................................................................... 53 
Figura 21: Arquibancadas do parque Capibaribe ....................................................................................................................................... 53 
Figura 22: Zoneamento do parque Capibaribe ........................................................................................................................................... 54 
Figura 23: Mirante do parque Capibaribe, Recife PE ................................................................................................................................. 56 
Figura 24: Imagem aérea do Parque das Dunas ........................................................................................................................................ 58 
Figura 25: Mapa do Bosque dos Namorados ............................................................................................................................................. 58 
Figura 26:Extrato arbóreo denso composto por espécies nativas .............................................................................................................. 59 
Figura 27:Sinalização de espécies vegetais............................................................................................................................................... 60 
Figura 28:Lago artificial com vegetação exótica ......................................................................................................................................... 60 
Figura 29:Playground em madeira ............................................................................................................................................................. 61 
Figura 30:Folha das artes .......................................................................................................................................................................... 61 
Figura 31:Mapa de coeficiente de aproveitamento ..................................................................................................................................... 65 
Figura 32: Classes de área da cobertura vegetal ....................................................................................................................................... 66 
Figura 33: Delimitação das ZPAS 02 e 05 ................................................................................................................................................. 67 
Figura 34: Timbu (Didelphis albiventris), animal comumente encontrado em áreas urbanas ...................................................................... 70 
Figura 35: Tamanduá Mirim (Tamandua tetradactyla) avistado no Parque das Dunas .............................................................................. 71 
Figura 36: Sagui de tufo branco (Callithrix jacchus) ................................................................................................................................... 71 
Figura 37: Lagarto de Folhiço (Coleodactylos Natalensis), espécie endêmica de Natal ............................................................................. 72 
Figura 38: Cobertura vegetal do Parque das Dunas, em Natal/RN gerando sombreamento e melhoria do microclima local ..................... 73 
Figura 39: Bairro de Capim Macio inserido na cidade de Natal, RN ........................................................................................................... 74 
Figura 40: Terrenos usados para proposição do trabalho .......................................................................................................................... 75 
Figura 41: Mapa de recortes para análise .................................................................................................................................................. 75 
Figura 42: Mapa de uso do solo ................................................................................................................................................................. 76 
Figura 43: Mapa de gabarito ...................................................................................................................................................................... 77 
Figura 44: Mapa de topografia ................................................................................................................................................................... 77 
Figura 45: Situação atual do terreno .......................................................................................................................................................... 78 
Figura 46: Mapa de hierarquia de vias ....................................................................................................................................................... 79 
Figura 47: Mapa de linhas de transporte público ........................................................................................................................................ 79 
Figura 48: Mapa explodido das áreas verdes, vegetação e ciclovias ........................................................................................................ 80 
Figura 49: Levantamento florístico do terreno ............................................................................................................................................ 82 
Figura 50: Legenda de espécies econtradas.............................................................................................................................................82 
Figura 51: Painel conceito cajueiro ............................................................................................................................................................ 87 
Figura 52: Croqui de estudos de travessia ................................................................................................................................................. 88 
Figura 53:O terreno de projeto e seus equipamentos ................................................................................................................................ 89 
Figura 54: Bar seu Chico, Localizado às margens da Av. Roberto Freire .................................................................................................. 90 
Figura 55: Zoneamento do terreno ............................................................................................................................................................. 90 
Figura 56:Croqui de estudo inicial sob de imagem de satélite .................................................................................................................... 93 
Figura 57:Croqui de segundo estudo sob imagem de satélite .................................................................................................................... 93 
Figura 58: Parcelamento original do loteamento Marina Praia Sul, década de 1990. ................................................................................. 94 
Figura 59: Logomarca Passeio dos Cajus .................................................................................................................................................. 78 
Figura 60: Planta baixa de alterações viárias ............................................................................................................................................. 80 
Figura 61: Piso intertravado vibrado .......................................................................................................................................................... 82 
Figura 62: Piso intertravado drenante ........................................................................................................................................................ 83 
Figura 63: Piso de borracha ecológica ....................................................................................................................................................... 83 
Figura 64: Mockup zona ativa/ zona social ................................................................................................................................................ 84 
Figura 65: Área gastronômica com vegetação oculta ................................................................................................................................. 84 
Figura 66: Zona ativa com vegetação oculta .............................................................................................................................................. 85 
Figura 67: Xanana (Turnera subulata) ....................................................................................................................................................... 86 
Figura 68: Planta chave Zona parque ........................................................................................................................................................ 87 
Figura 69: Acesso principal da zona parque .............................................................................................................................................. 88 
file:///C:/Users/leona/Downloads/Rev%2028_11_Anna_TFG-_PARQUE_E_CORREDOR_ECO._PASSEIO_DOS_CAJUS-_AJUSTES_DE_ORDEM%5b1%5d.docx%23_Toc120633970
Figura 70: Escorregador tamanduá mirim .................................................................................................................................................. 89 
Figura 71: Playground 02 e playground natural com vegetação oculta ...................................................................................................... 90 
Figura 72: Placa de sinalização botânica- cajueiro..................................................................................................................................... 90 
Figura 73: Composteira e berçário de mudas, próximos a entrada 02 ....................................................................................................... 92 
Figura 74: Planta chave zona da mata ....................................................................................................................................................... 92 
Figura 75: Entrada principal do parque ...................................................................................................................................................... 93 
Figura 76: Área gastronômica da zona social ............................................................................................................................................ 94 
Figura 77: Vista abaixo da passarela, Zona parque ................................................................................................................................... 94 
Figura 78: Vista interna da zona parque .................................................................................................................................................... 95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Quadro resumo de referências ................................................................................................................................................... 62 
Tabela 2:Tipos de domicílios no bairro de Capim Macio ............................................................................................................................ 65 
Tabela 3: Programa de necessidades ........................................................................................................................................................ 85 
Tabela 4: Funções e público alvo por zona ................................................................................................................................................ 91 
Tabela 5: Programa de necessidades a partir do zoneamento................................................................................................................... 91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
IBGE | Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 
INPE | Instituto de Pesquisas Espaciais 
IFPE | Instituto Federal de Pernambuco 
INCIT | Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá 
ITEP | Instituto de Tecnologia de Pernambuco 
MMA | Ministério do Meio Ambiente 
SEL | Sistema de Espaços Livres 
SEMURB | Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo do Rio Grande do Norte 
UC | Unidade de Conservação 
UFPE | Universidade Federal de Pernambuco 
UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
ZPA | Zona de Proteção Ambiental 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 18 
REFERENCIALTEÓRICO METODOLÓGICO ........................................................................................................................................... 22 
1.1A RELAÇÃO ENTRE CIDADE E NATUREZA: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E 
PERSPECTIVAS ....................................................................................................................................................................................... 22 
1.2 O SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES NO TECIDO URBANO: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES ....................................................... 25 
1.3 COMPONENTES DA PAISAGEM........................................................................................................................................................34 
2 ESTUDOS DE REFERÊNCIA................................................................................................................................................................. 42 
2.1 PARQUE PAPROCANY- TYCHY, POLÔNIA ....................................................................................................................................... 42 
2.2 PARQUE LINEAR E CORREDOR ECOLÓGICO DO RIO CALI-CALI, COLÔMBIA ............................................................................. 45 
2.3 PARQUE LINEAR HXQ- HUIXQUILUCAN, MÉXICO........................................................................................................................... 47 
2.4 PARQUE CAPIBARIBE- RECIFE, BRASIL .......................................................................................................................................... 50 
2.5 BOSQUE DO NAMORADOS - PARQUE DAS DUNAS- NATAL, BRASIL ........................................................................................... 57 
2.6 QUADRO RESUMO DE REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 62 
3 ANÁLISE E CONDICIONANTES DO ENTORNO................................................................................................................................... 64 
3.1 CAPIM MACIO - CONTEXTO E LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................... 64 
3.2 ZONAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (ZPAS): ATRIBUTOS DAS ZONAS 2 E 5 ............................................................................... 66 
3.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO: ASPECTOS AMBIENTAIS, URBANOS E SOCIOCULTURAIS ................................................................ 74 
4.PROCESSO PROJETUAL ..................................................................................................................................................................... 84 
4.1 EIXOS NORTEADORES ..................................................................................................................................................................... 84 
4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ..................................................................................................................................................... 84 
4.3 CONCEITO .......................................................................................................................................................................................... 86 
4.4 PARTIDO ARQUITETÔNICO .............................................................................................................................................................. 87 
4.5 ZONEAMENTO.................................................................................................................................................................................... 89 
4.6 ESTUDOS INICIAIS ............................................................................................................................................................................. 92 
5 A PROPOSTA ........................................................................................................................................................................................ 78 
5.1 INSERÇÃO URBANA .......................................................................................................................................................................... 78 
5.2 SOLUÇÕES PROJETUAIS .................................................................................................................................................................. 81 
5.3 VOLUMETRIA FINAL........................................................................................................................................................................... 93 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................................................... 97 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................... 98 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
18 
INTRODUÇÃO 
 
 
Ao pensarmos em Urbanismo e infraestrutura, 
costumeiramente associamos a elementos como 
saneamento, habitação e transporte urbano. Esses 
elementos compõem a chamada “infraestrutura cinza”, a 
forma tradicional de se pensar as cidades. Quanto aos 
elementos naturais, estes são muitas vezes deixados de 
lado, entrando na forma de se construir cidade como um 
elemento estético, ou até, como algo a ser dominado para 
favorecer ao desenvolvimento urbano (SANT’ANA, 2020). 
Entretanto, a partir do início do século XIX, a visão sobre o 
papel dos elementos naturais para a produção urbana vem 
se alterando. Autores como Frederick Law Olmsted (1822-
1903), abriram portas para a importância da relação cidade/ 
natureza no desenho urbano e suas consequências para a 
população. 
Assim, surge a ideia de infraestrutura verde e azul, 
como uma ferramenta capaz de aliar os aspectos 
tradicionais da infraestrutura cinza, com os fatores 
ambientais (recursos hídricos, áreas verdes e livres, 
ecossistemas locais e a arborização) de forma a garantir 
uma maior harmonia entre o viver da cidade para a 
população e a preservação e controle ambiental no local. 
A cidade de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, 
possui 4.626 hectares de cobertura vegetal, representando 
27,5% de toda sua extensão territorial (BARROS, 
CESTARO, TERTO, 2021). Contudo, ao analisarmos o 
mapa de vegetação do município, vemos que as áreas 
verdes se encontram distribuídas de forma irregular, 
concentrando-se nas áreas periféricas e nas zonas de 
proteção ambiental. Ainda segundo Barros, Ceastro e Terto 
(2021) 60% de toda cobertura vegetativa está localizada nas 
ZPAs. O mapa 01 ilustra a distribuição da cobertura vegetal 
dos bairros de Natal. 
Desta forma, o presente trabalho busca identificar a 
relação entre parque linear e a aplicação de conceitos de 
infraestrutura verde e azul, para se obter uma expressão 
projetual de valor paisagístico no bairro de Capim Macio. 
Define-se como universo de estudo o bairro Capim 
Macio, na cidade de Natal/RN. Sendo o recorte os terrenos 
que compõem o corredor verde entre as Zonas de Proteção 
19 
Ambiental 2 e 5, tendo como foco do desenvolvimento, os 
terrenos localizados entre as ruas José Wilsom Cabral 
Barbalho e Francisco Maciel da Costa. 
O objeto de estudo do presente trabalho pode ser 
definido como o bairro Capim Macio, na cidade de Natal/RN, 
compreendendo os oito terrenos alinhados entre as ruas 
José Wilsom Cabral Barbalho e Francisco Maciel da Costa 
e as ZPAs 2 e 5. 
Além disso, foi definido como objetivo principal propor 
um estudo preliminar paisagístico de parque linear e 
corredor verde, a partir do conceito de infraestrutura verde, 
a fim de estimular a relação homem-natureza, bem como 
preservar as características ambientais da área. E como 
objetivos específicos compreender as caraterísticas e 
necessidades da região em termos de arquitetura da 
paisagem, de um parque com espaços favoráveis à 
socialização, atividades físicas e comunicação com a 
biodiversidade; aplicar os conceitos de infraestrutura verde 
e azul, a fim de estimular a relação homem-natureza e 
requalificar a paisagem local; e elaborar uma proposta que 
demarque as características do corredor verde e propicie 
áreas de passagens de animais silvestres entre as ZPAs. 
O mote escolhido para o seguinte trabalho dá-se pela 
proximidade do autor com o tema de arquitetura da 
paisagem, além do interesse por métodos construtivos 
sustentáveis, voltados para a melhoria dos aspectosbioclimáticos. Destaca-se a importância de se atentar para 
que o projeto seja integrado à realidade local, de forma a 
não destoar de forma visual, cultural e biológica. 
O universo de estudo foi escolhido por causa de seu 
vínculo com a cidade, especialmente com o recorte territorial 
selecionado. Como mencionado anteriormente, o bairro de 
capim macio possui grande parte de sua cobertura vegetal 
em terrenos privados e ZPAs, enquanto os pertencentes ao 
poder público, muitas vezes se encontram abandonados. O 
terreno selecionado como universo de estudo é fonte de 
observações cotidianas do autor. O local é utilizado 
diariamente por moradores locais para se exercitar, passear 
com animais de estimação, brincar com crianças, entre 
outras atividades. Contudo, estes são obrigados a utilizar-se 
das ruas lindeiras ao lote, visto que o terreno permanece 
sem tratamento adequado para sua função. 
Face ao exposto, o seguinte trabalho é considerado 
pertinente e atual, com temática relevante visto que busca 
20 
propor uma forma de atender à demanda local existente, de 
uma área do município com abundante ocupação 
residencial e que apresenta poucas localidades voltadas à 
tais necessidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO 
METODOLÓGICO 
22 
1 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO 
 
 
1.1 A RELAÇÃO ENTRE CIDADE E NATUREZA: 
PRINCÍPIOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS 
 
 
A relação entre o desenvolvimento de cidades e os 
processos naturais é um tópico discutido há décadas, tendo 
em vista a constante mudança das cidades e seu 
desenvolvimento em relação aos seus sistemas de 
abastecimento de água, drenagem e esgoto. 
Anne Spirn, em seu livro “Jardim de Granito”, escrito 
em 1947, discorre sobre a importante relação da natureza 
para o desenvolvimento urbano e como a tomada de 
decisões que priorizavam o crescimento acelerado das 
cidades, sem considerar as consequências da antropização, 
levaram aos centros urbanos diversos problemas, desde 
enchentes e deslizamentos, à poluição, doenças e redução 
da qualidade de vida de seus habitantes. Ainda segundo a 
autora, “a desconsideração dos processos naturais na 
cidade é, sempre foi e sempre será tão custosa quanto 
perigosa” (SPIRN, 1947, p. 26). 
Cidades como Nova Iorque, Los Angeles, Cidade do 
México e Boston sofrem com problemas de poluição do ar, 
deslizamentos, contaminação de afluentes e até alto custo 
de manutenção de parques e vias, devido à negligência da 
relação existente entre o meio natural e o urbano. 
Por outro lado, há também, mesmo que em menor 
número, cidades que souberam conciliar seu crescimento 
com a natureza, à exemplo de Woodlands, no Texas, que 
utilizou de seus espaços livres e áreas verdes como sistema 
de drenagem das águas pluviais, ou Stuttgart, na Alemanha, 
que aproveitou de seus espaços livres para a canalização 
de ar limpo voltado ao centro com maior adensamento. 
Embora sejam vários os problemas causados pela 
urbanização desmedida, pequenos projetos se mostram 
viáveis para solucioná-los, de forma mais adaptada, e 
menos agressiva. O ambiente natural de cada região foi 
fator decisivo para diversas características das cidades, 
como sua localização, seu processo de desenvolvimento e 
até atributos mais específicos, como a configuração das 
edificações e parques existentes. 
23 
Spirn (1947, p. 28) ressalta que: 
 
Os recursos oferecidos e as dificuldades 
impostas pelo sítio natural de cada cidade 
compreendem uma constante com a qual 
sucessivas gerações tiveram que tratar 
sucessivamente, cada uma de acordo com 
seus próprios valores e tecnologias. 
 
Com efeito, as cidades passam por constantes 
transformações, com as mudanças de governanças 
políticas, alterações de costumes culturais e sociais e 
avanços tecnológicos, porém, os atributos naturais 
permanecem duradouros. Ainda assim, o adensamento 
populacional, o aumento no número de edifícios e veículos 
contribuem para a alteração do caráter original de seus 
climas e elementos. A identidade de cada cidade é definida 
por sua forma urbana, em conjunto com o ambiente natural. 
Também em “Jardim de Granito”, Spring (1947) 
utiliza-se do exemplo da cidade de Boston, Massachusetts, 
para elucidar as consequências da urbanização não 
condizente aos processos naturais. Isso porque, durante a 
colonização da cidade, a vegetação nativa, composta por 
arbustivas e algumas árvores de áreas pantanosas foram 
utilizadas para produção de combustível para abastecer a 
urbe que crescia. 
Em contrapartida, os colonizadores trouxeram 
consigo, espécies de árvores, frutíferas e ornamentais, 
vindas da Europa e Ásia (Figura 01). Durante os séculos 
XVIII e XIX, o uso de plantas exóticas foi bastante difundido 
na cidade, tendo seu ápice no século XIX, quando os jardins 
botânicos foram popularizados nos Estados Unidos e 
Europa. 
Assim, a flora local passou a apresentar um caráter 
internacional e, como consequência das alterações da 
massa vegetal da cidade e o adensamento da população, a 
vida selvagem sofreu alterações em sua composição. 
Espécies de animais silvestres, pertencentes às matas 
nativas, não só perderam espaço para as cidades, como 
passaram a ser presas de novas espécies de animais 
introduzidas, tiveram que se adaptar a novos ambientes, 
afastando-se dos limites da cidade, ao passo que animais 
exóticos, como pombos e ratos passaram a habitar o centro 
urbano, vivendo em abrigos criados pelo homem, como 
beirais de edifícios, jardins e esgotos. 
 
24 
Figura 1:Exemplar de Ginko Biloba, planta asiática encontrada no 
Public Garden, Boston, MA 
 
Fonte: Igboston- New England’s innovative photo community. 
(2018) 
 
A cidade de Natal, no Rio Grande do Norte apresenta 
um histórico de desenvolvimento similar, pois com o 
crescimento da cidade, sua vegetação nativa, composta 
principalmente por restingas, matas dunares e faixas de 
mata atlântica, passou por um intenso processo de 
desmatamento e transformação (Figura 02). 
 
Figura 2:Exemplar de Pinheiro Australiano (Casuarina equisetifolia), 
encontrado na ZPA 2 (Parque das Dunas) em Natal-RN 
 
Fonte: Google Maps (2022) 
 
Segundo a fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Natal possui 
apenas 15% da vegetação nativa preservada, localizada 
majoritariamente nas zonas de proteção ambiental. Ainda 
assim, a vegetação mantida difere da encontrada 
originalmente, tendo sido introduzidas novas espécies que 
25 
passaram a habitar as zonas, além da supressão de 
algumas espécies nativas. Tais mudanças acarretam não só 
em alterações na paisagem natalense, mas também, na 
contínua deterioração dos biomas locais, afetando os cursos 
dos afluentes, o clima local, e gerando perturbações no meio 
urbano, como alagamentos e a invasão de espécies animais 
nas cidades. 
Nesse sentido, é essencial destacar a importância do 
planejamento e manutenção dos espaços livres nas 
cidades, não apenas como espaços de convivência social, 
mas como mitigadores dos problemas ambientais 
decorrentes de uma urbanização que desconsidera a 
relevância dos condicionantes naturais. Assim, destaca-se 
no item a seguir, funcionamento do sistema de espaços 
livres, seus componentes e características. 
 
 
1.2 O SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES NO TECIDO 
URBANO: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES 
 
 
Segundo Macedo (1995) e Magnoli (1982), o espaço 
livre é definido como aquele não edificado na malha urbana, 
ou seja, aquele que se apresenta como um “negativo daquilo 
que é construído” (CALDEIRA, 2019, p.24). 
Ainda conforme Macedo (1995), os espaços livres se 
dividem em: áreas de lazer, áreas verdes e áreas de 
circulação. As áreasde circulação são compostas pelas vias 
urbanas presentes no sistema viário. As áreas de lazer 
podem apresentar funções de contemplação, com valor 
cenográfico/ paisagístico ou até disporem de atividades de 
lazer, como prática de esportes, encontros sociais, espaços 
para brincadeiras, etc. Já as áreas verdes são aquelas com 
forte presença vegetal e que apresentam um valor social 
para o meio. 
Válido destacar que nem todas as áreas com 
presença vegetal são classificadas como áreas verdes, visto 
que não necessariamente possui significado cultural ou 
social para a população local. 
Assim sendo, o Sistema de Espaços Livres (SEL) se 
dá por meio da correlação entre os espaços livres presentes 
em uma localidade. 
26 
Para Queiroga (2011), o sistema de espaços públicos 
é composto por elementos e as relações que organizam e 
estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um 
determinado recorte urbano – da escala intraurbana à 
regional. Uma forma amplamente utilizada para se realizar 
a leitura do (SEL), é através de mapas de cheios e vazios 
(Figura 03). Este tipo de leitura cartográfica nos possibilita 
entender a relação entre os espaços livres, formando um 
“mosaico” com as conexões existentes. 
 
Figura 3: Mapa de cheios e vazios 
 
Fonte: Gonzaga (2011) 
1.2.1 Praças 
 
 
As praças são elementos subsistemas da cidade, 
com potencial de interação da natureza com a sociedade, 
além de integrar elementos naturais com o ambiente 
construído (GOMES, 2020). Assim, apesar de serem 
espaços que contém elementos construídos, em sua 
maioria, as praças possuem vegetação de grande 
importância de caráter físico, biológico e social, sejam elas 
plantas introduzidas ou de brotação espontânea. 
A presença da vegetação nesses espaços atua de 
forma a amenizar os problemas gerados pela urbanização 
em excesso, aumentando as áreas verdes e permeáveis, 
bem como, reduzindo a poluição sonora e do ar e os efeitos 
da ilha de calor (figura 04). 
27 
Figura 4:Praça Hélio Galvão, no bairro de Capim Macio, Natal/RN 
Fonte: Igreja de Santo Agostinho na cidade Natal (worldorgs.com) 
(2022) 
 
No entanto, apesar de serem espaços de valor social, 
há exemplos em que os projetos e equipamentos pensados 
não são compatíveis com a realidade local (GOMES 2012), 
fazendo com que tais espaços sejam pouco utilizados e sem 
manutenção (Figura 05). 
 
 
Figura 5:Praça Dom Adelino Matias no bairro de Neópolis, Natal/RN 
 
Fonte: Google Maps (2022) 
 
Conforme observa-se, a praça Dom Adelino Matias, 
no bairro Neópolis, em Natal/RN, encontra-se em desuso ou 
até invadida por carros e caminhões, que usam as áreas 
livres e cobertas para se proteger do sol. Isso, pois não 
possui equipamentos adequados para a população que 
frequenta a região. 
 
 
28 
1.2.2 Parques e Corredores ecológicos 
 
 
Segundo Kraft e Gomes (2010), os parques são 
espaços públicos ou privados destinados ao lazer e à 
recreação, que em sua maioria possuem uma grande 
diversidade vegetativa como elemento compositor da 
paisagem. 
Os parques possuem diversas formas, divididos em 7 
classificações: Parque zoológico, parque de diversões, 
parque aquático, parque urbano, parque ecológico, parque 
nacional e parque linear (KRAFT, GOMES, 2010). 
Para este trabalho, serão exploradas as definições de 
parque urbano e parque linear, visto que essas se 
relacionam com a proposta de projeto desenvolvida e 
melhor descrita nos capítulos 04 e 05. 
Os parques urbanos são áreas livres verdes, 
localizadas em centros urbanos. Esses locais apresentam 
diversas funções importantes no desenvolvimento de 
cidades, em aspectos sociais, ecológicos e paisagísticos. 
São, ainda, responsáveis por reduzir os efeitos de ilha de 
calor na cidade, graças à densa vegetação, abrigar diversos 
tipos de plantas e animais, garantindo a conservação de 
espécies nativas, fornecer espaços de lazer, 
entretenimento, atividades de educação ambiental e cultura, 
além de contrapor a estética “cinza” dos centros urbanos, 
amenizando a dura paisagem das cidades. 
É um exemplo de parque urbano, o Parque do 
Ibirapuera em São Paulo (figura 06). O parque Ibirapuera 
possui 158ha e está localizado na região centro-sul da 
cidade. Ele possui mais de 85 tipos de equipamentos, como 
jardins, museus e áreas culturais, espaços recreativos e 
esportivos, pontos de serviço, alimentação etc. 
Ainda sobre a temática, Kliass apud Scalise (2002) 
elucidam o conceito de parque urbano como sendo espaços 
públicos destinados a recreação, com dimensões 
expressivas e com abundância de elementos naturais. 
Conforme Scalise (2002), os parques urbanos devem ter 
dimensões superiores a um quarteirão, localizado próximo a 
acidentes naturais, como rios e córregos. 
29 
Figura 6: Vista aérea do parque Ibirapuera 
 
Fonte: Wikipedia (2022) 
Figura 7: Mapa do parque Ibirapuera 
 
Fonte: parqueibirapuera.org 
 
Já os parques lineares são ambientes voltados à 
preservação de percursos naturais e “surgem como uma 
resposta adaptativa a vários problemas derivados dos males 
de uma urbanização desordenada” (KRAFT, GOMES, 2010, 
p. 56). Eles fazem uma composição com a malha urbana, 
de forma a criar espaços de lazer voltados ao público, 
aumentar as áreas verdes da cidade e favorecer a relação 
da população com a paisagem natural. Além disso, são 
peças importantes para o controle de águas pluviais nos 
meios urbanos, por aumentar as áreas permeáveis. 
Ainda conforme Kraft e Gomes (2010), os parques 
lineares devem atender a algumas necessidades em sua 
elaboração, como a acessibilidade em todos os percursos, 
para que possa atender aos diferentes públicos. Ademais, 
deve ter a concordância com a população, tanto para que 
seus usos sejam adequados às necessidades, como para 
que haja a preservação dos ambientes, além de haver 
sinalização adequada e manutenção periódica. 
Nesse prisma, alguns lugares são propícios para o 
desenvolvimento de parques lineares, como leitos de rios ou 
https://parqueibirapuera.org/arquivos/mapas/Mapa1.pdf
30 
áreas de preocupação com a preservação da vegetação em 
que se busca evitar ocupações irregulares. 
O Parque Domino (figuras 08 e 09), localizado no 
Brooklyn, em Nova York-EUA, conecta o bairro de 
Williamsburg ao East River e foi construído em uma zona 
industrial tradicional da cidade, onde se encontravam 
grandes fábricas de açúcar e se aproveita de 30 elementos 
recuperados do local, como as colunas da fábrica da 
Domino. 
 
O parque é elevado acima dos níveis de 
inundações determinados pela FEMA, com 
muitas espécies de plantas nativas que 
reduzem o escoamento de águas pluviais e 
funcionam como uma esponja absorvente e a 
primeira barreira de defesa para a vizinhança 
(Archdaily 2022). 
 
Uma das primeiras e mais importantes ações 
executadas nesse projeto foi a expansão da River Street, 
responsável por conectar o parque ao tecido urbano, 
melhorando as conexões Leste-Oeste entre a parte alta das 
propriedades e a orla, fato este que amplia a acessibilidade 
do parque. 
 
Figura 8: Planta baixa do parque Domino, Brooklyn, EUA. 
 
Fonte: Archdaily (2022) 
 
31 
 
Figura 9: Parque Domino 
 
Fonte: Archdaily (2022) 
 
A fragmentação florestal é o processo de redução da 
vegetação original que acarreta na criação de fragmentos 
em diferentes tamanhos e características na paisagem. A 
intensidade e a extensão dessa fragmentação são maiores 
devido às mudanças na dinâmica de uso e ocupação 
humana da terra (HADDAD et al., 2015), e trazem 
consequências consigo, como o aumento do risco de 
erosão, assoreamento de cursos d’água, afetando 
diretamente a biodiversidade (PEREIRA et al., 2007; 
CALEGARI et al., 2010; ARAGÓN et al., 2015). 
Para minimizar os efeitos causados pela 
fragmentação, a criação de Unidades de Conservação 
(UCs) e o uso de corredores ecológicos são consideradasações prósperas e demonstram bons resultados 
(MITTERMEYER et al., 1999; BOITANI et al., 2007; 
CARROL et al., 2012). 
 
As Unidades de Conservação (UC) embora 
tenham importante função para conservação 
da biodiversidade, tendem a sofrer as 
consequências do isolamento ao longo do 
tempo. Diante dessa problemática, o 
planejamento da conservação no Brasil 
passou a considerar também a relevância da 
construção de "estruturas de rede" (corredores 
ecológicos) e não apenas a definição de áreas 
únicas e isoladas, como é o caso de algumas 
UCs (AYRES et al., 2005; GANEM, 2010; 
AKASHI JR e CASTRO, 2010). 
 
32 
De acordo com Britto (2012), o uso de corredores 
ecológicos encontra-se em fase inicial no Brasil, com 
projetos que necessitam de discussões para garantir que as 
melhores estratégias de conservação sejam empregadas. 
Do ponto de vista teórico, os corredores ecológicos 
podem ser compreendidos como áreas entre zonas de 
conservação que permitem a circulação de animais 
silvestres ao longo de áreas urbanas. A Lei nº 9985, de 18 
de julho de 2000 define corredor ecológico como: 
 
[...] porções de ecossistemas naturais ou 
seminaturais, ligando unidades de 
conservação, que possibilitam entre elas o 
fluxo de genes e o movimento da biota, 
facilitando a dispersão de espécies e a 
recolonização de áreas degradadas, bem 
como a manutenção de populações que 
demandam para sua sobrevivência áreas com 
extensão maior do que aquela das unidades 
individuais. 1 
 
Os corredores ecológicos são áreas de vegetação ou 
habitats naturais que podem servir como conector entre 
fragmentos isolados e formar um mosaico de diferentes 
paisagens (AYRES et al., 2005; FONSECA et al., 2003). 
 
1 Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000 (BRASIL, 2000) 
Segundo Galinkin et al. (2004), os corredores ecológicos 
tem pontencial não só de promover esta conexão, como 
também atuam como ferramenta de redução das taxas de 
extinção, por permitirem a recolonização de fragmentos 
onde populações reduzidas se encontram, culminando em 
uma maior variabilidade genética. 
Vale destacar que, o bom funcionamento dessa 
ferramenta está diretamente relacionado ao quão a 
paisagem facilita ou dificulta a movimentação das espécies 
entre os fragmentos. Para Rudnik et al. (2012), a 
conectividade pode ser dividida em duas classificações: 
estrutural ou funcional. A conectividade estrutural diz 
respeito aos condicionantes físicos da paisagem, que 
possibilitam a movimentação. Já a conectividade funcional 
refere-se a como os genes são propagados e como os 
indivíduos circulam na paisagem. A Figura 10 mostra 
algumas formas utilizadas para estabelecer a conectividade 
de paisagens fragmentadas. 
 
 
33 
 
 
 
Figura 10: Modelo de manejo da paisagem visando o estabelecimento 
da conectividade 
 
Fonte: PEREIRA e CESTARO, 2016, p.3 
 
O primeiro exemplo da figura 10 ilustra a 
conectividade através da gestão de mosaicos, não existindo 
interferência significativa no fluxo entre os fragmentos. Os 
exemplos “B” e “C” ilustram duas formas diferentes do uso 
de corredores ecológicos. A primeira imagem mostra o fluxo 
realizado entre pequenos fragmentos que atuam como 
trampolins ecológicos. Essa solução é ideal para espécies 
capazes de fazer movimentos curtos, através de ambientes 
perturbados. Já o exemplo “C” a conexão contínua feita pelo 
corredor ecológico. A solução empregada pode ser criada a 
partir da vegetação ao longo de leitos de rios ou por outros 
processos antrópicos. A respeito da ecologia da paisagem, 
LANG e BLASCKE (2009) afirmam que o enfoque volta-se 
par a a estrutura da paisagem, a partir dos componentes de 
matriz, mancha e corredor. Assim, podemos entender esses 
componentes como: 
 
A matriz é o elemento da paisagem mais 
extenso e conectado e que tem um papel 
predominante na dinâmica da paisagem. A 
mancha é definida como uma superfície não 
linear que apresenta diferenciação em 
aparência em relação ao entorno. Geralmente 
é originada a partir da fragmentação da matriz. 
O Corredor se constitui como uma área linear 
que difere da matriz em ambos os lados, 
podendo estar isolados ou unidos em algum 
lugar com manchas (ou fragmentos) de 
características similares. (DRAMSTAD et al., 
1996). 
 
 
34 
1.3 COMPONENTES DA PAISAGEM 
 
 
Neste tópico, busca-se conduzir o olhar às 
componentes da paisagem que sintetizam os processos 
naturais. 
 
 
1.3.1 Infraestrutura verde e azul 
 
 
O termo infraestrutura verde tem sua origem na 
Comissão de Corredores verdes da Flórida, que em 1994 
definiu infraestrutura como sendo “a subestrutura ou 
fundamental fundação, [...] da qual a continuação e o 
crescimento da comunidade e do estado dependem” 
(Benedict; McMahon, 2006, p.6, apud SANT’ANA 2020). 
Assim, o termo cunhado teve como objetivo contrapor a 
visão tradicional e conservacionista de infraestrutura, 
 
2 A Infraestrutura Verde e Sua Contribuição Para o Desenho da 
Paisagem na Cidade (SANT’ANA, 2020, p. 101) 
revendo as formas de pensar as áreas verdes e sua 
importância para o planejamento urbano. 
Ao longo do tempo, diversos autores buscaram 
ilustrar sua visão do que seria a infraestrutura verde e azul 
e seu papel para os meios urbanos, sociais e ambientais. 
Segundo Sant’Ana (2020), a infraestrutura verde 
pode ser definida como: 
 
 
 
Uma ferramenta multifacetada para se pensar 
o planejamento e projeto da paisagem, 
propondo a criação de uma rede composta por 
sistemas verdes e azuis no território que 
possibilite a expressão da estrutura da 
paisagem , no seu sentido mais amplo, 
envolvendo: (i) ação humana em harmonia 
com os processos naturais (ciclo do ar, 
hidrológico, de materiais, de plantas, 
produção) e suas características (vegetação, 
corpos d’ água, características do solo, fauna 
e flora) e, (ii) significado e percepção, de uso 
estético, cultural e patrimonial.2 
 
35 
Assim, a paisagem surge como elemento primordial 
para a conexão entre homem e natureza, possibilitando o 
desenvolvimento saudável e harmônico entre o meio natural 
e o meio antropizado. Tal conexão pode ser expressa na 
cidade por intermédio do pensamento holístico entre as 
infraestruturas “cinza” e “verde e azul”. 
Para o arquiteto americano Frederick Law Olmsted, 
precursor do movimento de planejamento da paisagem, esta 
surge como elemento de união entre o desenvolvimento 
humano e o desenvolvimento do ambiente. Olmsted foi 
responsável pelo termo “Landscape Architecture” ou 
“Arquitetura da paisagem”, que, segundo o autor, representa 
o campo de desenvolvimento que busca responder o 
conjunto de valores sociais, culturais, técnicos e estéticos de 
uma determinada localidade (SCHENK, 2008). 
Já Herzog (2010), ao comentar a obra de Benedict e 
McMahon afirma que: 
A infraestrutura verde consiste em redes 
multifuncionais de fragmentos permeáveis e 
vegetados, preferencialmente arborizados 
(inclui ruas e propriedades públicas e 
privadas), interconectados que reestruturam o 
 
3 INFRAESTRUTURA VERDE: SUSTENTABILIDADE E RESILIÊNCIA PARA A 
PAISAGEM URBANA p. 97 
mosaico da paisagem. Visa manter ou 
restabelecer os processos naturais e culturais 
que asseguram a qualidade de vida urbana3 
 
Assim, podemos relacionar o conceito de 
infraestrutura verde apresentado por Herzog (2010) com o 
sistema de espaços livres de Queiroga (2011) na medida 
que ambos descrevem a relação existente entre fragmentos 
de vazios urbanos com funções sociais e ambientais, e que 
se relacionam, estruturando uma malha única 
interconectada. Ainda conforme Herzog, a forma do mosaico 
da paisagem “depende não apenas de seus aspectos 
geográficos, mas do uso e ocupação ao longo do tempo” 
(HERZOG, 2010, p. 97). 
Ademais, para Suassuna (2021), a infraestrutura 
verde pode ser entendida como um processo de 
desenvolvimento inteligente das cidades, permitindo um 
procedimento economicamente viável, alémde favorecer a 
habitabilidade e os métodos ecologicamente corretos, o que 
propicia qualidade de vida e uma melhor percepção da 
cidade. 
36 
 
 
1.3.1.1 Novas ênfases ao tratamento dos recursos hídricos 
 
 
Um dos elementos mais importantes para o 
desenvolvimento de estratégias de infraestrutura são os 
recursos hídricos. Para Sant’Ana apud Mcharg (2020), a 
água pode ser vista como um “instrumento utilizado […] para 
ler e atuar no território da escala do planejamento a do 
projeto”. 
Os índices pluviométricos e a disposição de bacias 
hidrográficas4 e lençóis freáticos5 de uma localidade são 
fatores decisivos para determinar o clima, a umidade e a 
biodiversidade. Tais fatores podem servir como estratégias 
para melhoria do conforto ambiental, entretanto, se mal 
 
4 Bacia hidrográfica: Área onde, devido ao relevo e geografia, a água da 
chuva escorre para um rio principal e seus afluentes. A forma das terras 
na região da bacia faz com que a água corra por riachos e rios menores 
para um mesmo rio principal, localizado num ponto mais baixo da 
paisagem. Disponível em: www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/29097-
o-que-e-uma-bacia-hidrografica/ 
 
administrados, podem trazer danos graves para a cidade, 
como inundações e deslizamentos. 
Com o crescimento das urbes e o aumento na 
impermeabilização do solo, os efeitos climáticos tendem a 
ser mais sentidos pela população. A ausência de soluções 
compatíveis com os volumes de chuva, como lagoas de 
captação ou jardins de chuva, pode sobrecarregar os 
sistemas de drenagem e causar prejuízos. Segundo 
Barbosa (2021) as cidades com 70-90% de 
impermeabilização de solo podem perder até 83% das 
águas para o escoamento superficial. 
Para amenizar os efeitos da impermeabilização, 
pode-se utilizar de estratégias de redução do escoamento 
superficial das águas, a exemplo das lagoas de captação, 
os jardins de chuva e as biovaletas, melhor discutidas a 
seguir. 
5 Lençol freático: é a camada superior das águas subterrâneas, 
que se encontra, geralmente, em pequena profundidade e é abastecida 
pelas águas das chuvas, de onde se extrai boa parte da água para 
consumo e produção humanos. 
disponível em: 
www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/pratelei
ra-ambiental/lencol-freatico/ 
37 
As lagoas de captação (figura 11) são reservatórios 
de contenção de águas pluviais, que recebem a água vinda 
das vias e escoam para ela devido à gravidade (COMIER, 
PELLEGRINO, 2008). Essas possuem uma grande 
capacidade de absorção e são instrumentos valiosos para a 
drenagem em centros urbanos. Entretanto, por serem 
elementos de grande impacto na malha urbana, devem ser 
bem posicionadas para que não impactem negativamente a 
paisagem. 
Ainda assim, vale salientar que as lagoas de 
captação podem ser integradas à paisagem de forma a criar 
um elemento funcional, como a lagoa de captação 
localizada no conjunto de Mirassol, em Natal/ RN (figura 12), 
que é utilizada como campo de futebol durante períodos de 
estiagem, ou até como elementos cênicos, no caso das 
lagoas que mantém parte da água retida entre as 
precipitações (figura 13). 
Figura 11: corte esquemático de lagoa de captação 
 
 Fonte: COMIER, PELLEGRINO 2008 
 
Figura 12: Lagoa de captação de Mirassol usada como campo 
 
Fonte: Google Maps (2022) 
38 
Figura 13: Lagoa de captação no bairro de Capim Macio, 
Natal/RN 
 
Fonte: Google Maps (2022) 
 
Por sua vez, os jardins de chuva (figura 14 e 15) “são 
depressões topográficas, existentes ou afeiçoadas 
especialmente para receberem o escoamento da água 
pluvial proveniente de telhados e demais áreas 
impermeabilizadas” (COMIER, PELLEGRINO 2008). 
Nessa solução, o solo tratado com insumos atua de 
forma a absorver a água escoada, ao passo que as 
bactérias e microrganismos nele presentes fazem a 
 
6 A evapotranspiração é toda a movimentação da água da forma 
líquida retornando à atmosfera. É a combinação da passagem da 
remoção dos poluentes. As características do solo e 
localização determinam o nível de absorção capaz de 
suportar, podendo ser utilizados extravasores para 
comportar o fluxo de água em períodos de pico. Ademais, o 
uso de vegetação nos jardins de chuva acarreta em uma 
maior evapotranspiração6, ajudando a melhorar o 
microclima local. 
 
água para o ar (Evapotranspiração: O que é e como pode te ajudar em 
sua produção (aegro.com.br)) 
39 
Figura 14: Corte esquemático de jardim de chuva 
 
Fonte: COMIER, PELLEGRINO 2008 
 
Figura 15: Jardim de chuva em São Paulo, SP 
 
Fonte: Pinterest (2022) 
 
Já as biovaletas (figura 16), são similares aos jardins 
de chuva, diferindo-se por serem “depressões lineares 
preenchidas com vegetação, solo e demais elementos 
filtrantes, que processam uma limpeza da água da chuva” 
(COMIER, PELLEGRINO 2008). 
40 
Figura 16: Corte esquemático de biovaleta 
 
Fonte: COMIER, PELLEGRINO 2008 
 
 
Têm como sua função principal, filtrar impurezas 
vindas das chuvas e, suplementarmente, ajudam a drenar 
parte da água. Por exemplo, temos as biovaletas do parque 
East Esplanade, em Portland, que filtram as águas pluviais 
antes que cheguem ao rio Willamette, que percorre a região. 
 
Figura 17: Biovaleta do parque East Esplanade, Portland, EUA. 
 
 Fonte: COMIER, PELLEGRINO 2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ESTUDOS DE 
REFERÊNCIA 
42 
2 ESTUDOS DE REFERÊNCIA 
 
 
Neste capítulo são apresentados projetos 
relacionados à temática de arquitetura da paisagem em 
parques, sendo propostas executadas ou idealizadas, de 
forma a trazer inspirações e referências para o 
desenvolvimento do projeto Parque Passeio dos Cajus. 
Desta forma, foram analisados os projetos de cinco parques: 
o projeto de reurbanização da orla do lago Paprocany 
(Polônia), o parque linear Hxq- huixquilucan (México), o 
parque linear e corredor ecológico do rio Cali-cali 
(Colômbia), o Parque Capibaribe (Recife/PE, Brasil) e o 
Bosque dos Namorados/Parque das Dunas, (Natal/RN, 
Brasil). 
 
 
2.1 PARQUE PAPROCANY- TYCHY, POLÔNIA 
 
 
O parque Paprocany, foi um projeto de reurbanização 
realizado às margens do lago Paprocany (Figura 18), 
situado na cidade de Tychy, Polônia no ano de 2014. 
Desenvolvido pelo escritório de arquitetura RS+ Robert 
Skitek; o projeto engloba 2 hectares e 400m lineares de orla. 
A ideia foi transformar a área, que anteriormente era 
formada por um gramado à beira da estrada, em completo 
desuso, em um ambiente de lazer e entretenimento, com 
equipamentos que atendessem à população e criasse um 
novo ponto de encontro na cidade, de maneira a aproveitar 
o potencial cênico do lago e vegetação existente. 
 
43 
Figura 18 - implantação do Parque Paprocany 
 
Fonte: Archdaily, com alterações do autor 
 
Conforme descrito pela equipe do projeto, o conceito 
baseava-se na existência de caminhos sinuosos de madeira 
(figura 19), que seguem para o lago e depois retornam à 
terra, possibilitando diferentes pontos de vista de um mesmo 
espaço, ao longo da caminhada. 
No percurso, é possível encontrar redes para 
descanso e bancos de madeira projetados especificamente 
para o espaço, que além de funcionarem como 
equipamentos de lazer e descanso, servem também como 
arquibancadas para eventos aquáticos que ocorrem no lago. 
O projeto também contou com a criação de uma área 
de praia, academia ao ar livre e bicicletários, englobando um 
centro de lazer existente, com várias atividades recreativas 
e desportivas. 
 
Figura 19: Bancos e redes voltadas para o lago Paprocany 
 
Fonte: Archdaily (2016) 
 
44 
Os materiais (naturais) utilizados foram escolhidos de 
forma a valorizar as características da área (figura20). O 
uso da madeira nos passeios gera uma comunicação 
harmônica entre os elementos construídos e os naturais, 
como os gramados, áreas de terra batida com vegetação 
natural e até com o lago. 
Ademais, o uso de superfícies totalmente permeáveis 
(em áreas como a de academia ao ar livre e bicicletário) 
possibilita uma maior preservação dos condicionantes 
bioclimáticos locais, evitando assim, problemas como 
alagamentos e o aumento na temperatura local. 
A iluminação do parque dá-se pelo uso de LEDs de 
baixo consumo, sendo estes majoritariamente em tons 
quentes, trazendo um maior conforto ao espaço, tornando-o 
aconchegante e convidativo também durante a noite. 
 
Figura 20: Passeios do parque Paprocany em madeira 
 
Fonte: Archdaily (2016) 
 
Considerando os elementos apresentados, 
associados aos objetivos projetuais almejados, descritos no 
45 
capítulo 04, é possível obter referências valoráveis para o 
desenvolvimento do Parque Passeio dos Cajus. Destacam-
se entre eles, o uso de caminhos sinuosos, possibilitando a 
criação de diversos pontos de vista que se aproveitam do 
grande potencial cênico local. Não obstante, o uso da 
madeira nos passeios internos valoriza a estética natural do 
espaço, além de permitir o desenvolvimento de passeios 
drenáveis, fator importante para a preservação das funções 
bioclimáticas do terreno para a região. Vale ressaltar que 
serão previstas e respeitadas rotas acessíveis conforme a 
norma de acessibilidade NBR 9050/2020. 
 
 
2.2 PARQUE LINEAR E CORREDOR ECOLÓGICO DO 
RIO CALI-CALI, COLÔMBIA 
 
 
O projeto foi desenvolvido como parte do concurso 
realizado, que visava o reforço da estrutura ecológica 
municipal, restaurando as conectividades dos eixos de 
sistema do corredor ambiental urbano do Rio Cali, localizado 
na cidade de Cali, Colômbia. A região conta com uma 
vegetação densa e exuberante, clima úmido e precipitações 
constantes. 
A proposta de um parque linear abrangendo uma 
área de 88 ha, desenvolvida pelo escritório A1V2 - 
Engenharia Civil e Arquitectura, Lda, objetivou ampliar a 
cobertura vegetal em 20%, utilizando-se de espécies nativas 
ou adaptadas aos condicionantes climáticos, de forma a 
ampliar os índices de áreas verdes por habitante na 
localidade (A1V2, 2018). Ademais, as espécies foram 
selecionadas para a proteção da região ribeirinha, floração 
e frutificação chamativa que servisse de alimentação para a 
avifauna, além de apresentarem potencial paisagístico. 
 
46 
Figura 21: Área de influência do parque do Rio Cali 
 
Fonte: A1V2 (2018) disponível em 
https://www.a1v2.pt/portfolio/rio-cali-colombia/ 
 
Figura 22: Imagem ilustrada do parque linear do Rio Cali 
 
Fonte: A1V2 (2018) disponível em 
https://www.a1v2.pt/portfolio/rio-cali-colombia/ 
Ainda conforme o escritório responsável, o projeto 
atentou também para o restauro de baixo impacto, a criação 
de estruturas de contenção da erosão causada pelo fluxo 
fluvial e a criação de abrigos fluviais para a fauna. 
O desenho urbano teve enfoque na criação de áreas 
abertas, formando janelas visuais para dentro e fora do 
parque, formadas pela interrupção da cobertura vegetal. A 
criação desses espaços permitiu a conexão entre o 
ambiente urbano e o natural, transitando da área de cidade 
para a ribeirinha, onde seriam realizadas as atividades 
sociais, culturais, desportivas e equipamentos, voltados 
para o usufruto coletivo. 
Figura 23: Imagem ilustrada do parque linear do Rio Cali 
 
Fonte: A1V2 (2018) disponível em 
https://www.a1v2.pt/portfolio/rio-cali-colombia/ 
47 
No mais, o projeto estabeleceu pontos de referência 
temáticos, relacionados às características históricas, 
culturais e ambientais, visto a importante relação do rio com 
a fundação da cidade. Assim, esses pontos estão 
relacionados com atividades distribuídas na implantação 
conforme sua relação com o meio em que se encontram, 
estabelecendo uma conectividade entre os eixos de 
orientação visual, que se relacionam ao desenho urbano 
lindeiro, trazendo uma maior sensação de segurança e 
pertencimento ao trajeto. 
Temas como artes, música e dança são 
representados por intermédio da delimitação de pequenos 
espaços e anfiteatros, sendo zonas de descompressão 
visual e equipamentos construídos com aspecto 
parcialmente natural. A arquitetura e a escultura são 
representadas por jardins de esculturas, que acompanham 
a margem esquerda do rio onde este se alarga, criando 
espaços amplos e abertos, em que se encontram os 
equipamentos de apoio ao parque. 
A pintura e a literatura foram retratadas através de 
longos caminhos que formam pontos de vista que se 
projetam na margem esquerda do rio para sua 
contemplação (Figura 18). Por fim, a temática da agricultura 
foi desenvolvida na zona final do rio, por meio de hortas 
urbanas. 
Figura 24: Passeios laterais ao rio Cali, Colômbia 
 
Fonte: A1V2 (2018) disponível em 
https://www.a1v2.pt/portfolio/rio-cali-colombia/ 
 
 
2.3 PARQUE LINEAR HXQ- HUIXQUILUCAN, MÉXICO 
 
 
48 
Desenvolvido pelo escritório de arquitetura mexicano 
RA!, o parque linear HXQ, localizado na cidade de 
Huixquilucan, México, foi concebido em 2018, com o 
objetivo de conectar três parques existentes, anteriormente 
divididos por vias urbanas, valas e áreas em desuso. Dessa 
forma, o parque HXQ busca recuperar esses espaços, 
trazendo equipamentos de lazer, comércio e áreas de 
serviço conectadas por ciclovias e vias pedonais. 
O parque é setorizado em três áreas: Tecamachalco, 
La Herradura e Bosques de Minas, baseado nos recortes 
formados pelos parques existentes. 
Figura 25: Implantação parque HXQ 
Fonte: RA! (2018) 
 
Conta com equipamentos desportivos, como 
quadras, campos de futebol, pista de skate, campos de mini 
golfe, paredes de escalada e academias a céu aberto, além 
de espaços de cultura e lazer, como cafés, restaurantes e 
49 
áreas de exposição artísticas. Outrossim, o local conta com 
equipamentos urbanos, como lagoas de captação e postos 
policiais, todos dispostos de forma heterogênea, atendendo, 
assim, a diversos públicos em locais distintos. 
 
Figura 26: Campo de futebol, parque HXQ 
 
Fonte: Archdaily (2018) 
 
O desenho do parque foi desenvolvido de forma a 
valorizar a topografia acidentada, utilizando-se disso para 
delimitar seus caminhos e disposição dos equipamentos 
separados pelas diferentes elevações. A composição 
utilizada resulta em formas orgânicas e ramificadas, 
possibilitando diferentes caminhos e opções de mobilidade 
e lazer para o usuário. 
 
Figura 27: Imagem ilustrativa dos caminhos curvos, parque HXQ 
 
Fonte: Archdaily (2018) 
50 
Figura 28: Disposição de equipamentos esportivos 
 
Fonte: Archdaily (2018) 
 
 
Figura 29: Perspectiva do parque HXQ 
 
Fonte: Archdaily (2018) 
 
 
2.4 PARQUE CAPIBARIBE- RECIFE, BRASIL 
 
 
O Parque Capibaribe é um projeto de parque urbano 
desenvolvido para a cidade de Recife, às margens do rio 
Capibaribe no ano de 2019. Inicialmente, o projeto foi 
pensado como um parque linear que possibilitasse o lazer e 
o transporte ativo. Contudo, o estudo realizado pelo INCIT 
51 
(Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá) 
juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente mostrou que 
a região ribeirinha do Capibaribe apresenta um grande 
potencial de regeneração urbana, por seu vasto 
ecossistema, cheio de espécies animais e vegetais, 
característica que ficaria limitada pelo conceito de parque 
linear. Assim, o projeto tomou outros rumos, alinhando-se 
com o plano Recife 500 Anos7. Desta forma, o Parque 
Capibaribe abrange 42 bairros, com 7.444ha de influência, 
e contemplando 30km de margens de rio e 51km de ruas 
parque e 40km de sistema cicloviário. 
Para o desenvolvimento da proposta, a equipe 
responsável resolveu traçar características importantes da 
capital pernambucana, que se desenvolvemao longo do rio 
e são marcantes no viver da cidade. Assim, foram 
agrupadas em: Recife Estuarino, Recife Tropical, Recife 
Patrimônio, Recife Radial, Recife Desigual, Recife Inventivo 
e Recife Multicultural. 
 
7 O plano Recife 500 Anos é um projeto de desenvolver 
estratégias que “direcionam o desenvolvimento da capital 
pernambucana sob o marco temporal dos 500 anos da Cidade[...] com 
o propósito de pensar estrategicamente o desenvolvimento de longo 
Cada classificação criada diz respeito a um fator 
presente às margens do rio e que foram fundamentais para 
a criação do conceito, partido e o zoneamento do parque. 
O conceito do parque foi estabelecido através dos 
chamados cinco verbos norteadores, que são: chegar, 
atravessar, abraçar, percorrer e ativar. Cada um deles 
tem seus significados atrelados às atividades planejadas 
para o parque e permitem seu rebatimento em soluções 
projetuais específicas. 
Ainda conforme a Prefeitura do Recife (2020, p. 162): 
A ação de chegar é bidirecional. Concebemos os modos e as 
estruturas tanto para se chegar às margens do rio com 
segurança e conforto como para acessar os diversos espaços 
públicos da cidade, articulando equipamentos e lugares antes 
fragmentados. 
 
Assim, a “chegada” ao parque Capibaribe se dá por 
meio de vias sombreadas com a cobertura vegetal contínua, 
com espaços preferenciais de pedestres e compartilhados 
prazo do Recife, contribuindo para inclusão social, para redução das 
desigualdades, para a resiliência ambiental da cidade frente às 
mudanças climáticas.” Disponível em 
www.recife500anos.org.br/plano/o-que-e-o-plano-recife-500-anos/ 
52 
com carros e bicicletas, ampliando a vitalidade urbana e a 
movimentação nas margens. 
Figura30: Soluções para ampliar a vitalidade urbana 
 
Fonte: (MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, MONTEZUMA, 2020) 
“Atravessar” implica à conexão entre os locais, 
então separados por barreiras naturais. Desta forma, foram 
propostas conexões que integrem as margens opostas, por 
intermédio de pontes e travessias. Essa integração acarreta 
não só na melhoria da mobilidade urbana, mas também na 
inclusão social, permitindo acesso às margens mais 
beneficiadas por uma parcela da população. 
Já o verbo norteador “abraçar”, implica nas 
conexões afetivas da população com a paisagem. 
 
Lugares onde a velocidade diminui, onde as 
pessoas se deixam estar e despertam o 
encanto. Abraça-se a cidade ao se 
promoverem espaços de permanência para 
atividades de lazer, encontros, convivência e 
contemplação da paisagem, tanto em uma 
escala local como em lugares de relevância 
metropolitana. Pensa-se o Parque Capibaribe 
como sistemas de espaço de abraço, 
conectados através de uma malha de 
infiltrações. Eles aproximam os cidadãos da 
cidade, promovendo um ambiente de 
restauração psicológica: as crianças têm 
espaço para brincar; os adultos, para relaxar. 
Assim, ocorre também reconexões no tecido 
social, quando as comunidades podem voltar 
a se reconhecer no território urbano. 
(MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, 
MONTEZUMA, 2020 p. 163) 
53 
 
Nesse sentido, algumas estratégias de contemplação 
e valorização da paisagem foram distribuídas ao longo do 
trajeto, como decks flutuantes, janelas visuais, terraços, 
passarelas e arquibancadas. 
Figura 31: Decks sob o rio Capibaribe 
Fonte: (MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, MONTEZUMA, 2020) 
 
Figura 32: Arquibancadas do parque capibaribe 
 
Fonte: (MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, MONTEZUMA, 2020) 
 
 “Percorrer” representa os deslocamentos ao longo 
do rio, que levam a diferentes paisagens do Recife e 
possibilitando alternativas de mobilidade para o transeunte. 
Esse verbo norteador também se relaciona com a 
reconquista da paisagem, as modalidades ativas em locais 
de predominância da natureza, a sensação de 
pertencimento e a aproximação dos moradores aos espaços 
públicos. 
Por fim, o verbo norteador “ativar” aponta para a 
provocação de novos usos. 
 
54 
É um processo que convida as pessoas e os 
grupos interessados a participar da 
transformação do Recife. É um convite ao 
engajamento em atividades, eventos culturais 
e sociais em seu próprio território e em outros 
espaços urbanos. A ativação estimula a 
reapropriação dos espaços com ações de 
prototipagem urbana que testam soluções de 
mobiliário, de equipamentos e de mobilidade 
customizadas para os problemas específicos 
de cada lugar através de experiência e 
avaliação do uso dos espaços. O ativar busca 
ampliar o papel das pessoas no planejamento 
urbano, permitindo um protagonismo não 
apenas em escolher as melhores soluções, 
mas em acompanhar as transformações e 
gerir o funcionamento dos espaços. 
(MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, 
MONTEZUMA, 2020) 
 
Destarte, o conceito de “ativar” está voltado para o 
incentivo cultural e à participação comunitária, a fim de 
garantir o avanço e manutenção do parque, de forma a 
assegurar espaços para eventos culturais e transformar 
lugares em polos de convivência. 
Analisando o zoneamento do parque (figura 22), 
vemos que este foi dividido baseando-se nas características 
distintas da cidade, mencionadas acima. Assim, temos ao 
todo sete zonas e quatro portas de entrada. 
Figura 33: Zoneamento do parque Capibaribe 
 
Fonte: (MONTEIRO, VIEIRA, SALAZAR, MONTEZUMA, 2020) 
As portas são os limites geográficos e o contato entre 
o rio e diferentes biomas da região as quais se relacionam 
com os fatores naturais da capital pernambucana 
contemplados no projeto. 
Assim, foram definidas a porta do mar, que 
representa porção estuarina e o contato do rio com o oceano 
55 
Atlântico; a porta da mata, marcada pela conexão do rio 
Capibaribe com as reservas de mata Atlântica; a porta do 
rio, que marca o início do rio Capibaribe na cidade do Recife, 
e; a porta do mangue, onde o rio Capibaribe se encontra 
com a bacia do rio Tejipió, formando uma área de 
manguezal importante para a renovação das águas. 
Já as sete zonas, dividem as áreas em características 
ambientais, sociais e construtivas. Para o presente trabalho, 
serão discutidas apenas três das Zonas criadas, visto que 
estas foram consideradas mais relevantes para o 
desenvolvimento do projeto. 
 A zona do “saber” foi batizada desta maneira por ser 
a região onde se encontram as instituições de ensino 
superior, como a UFPE (Universidade Federal de 
Pernambuco), IFPE (Instituto Federal de Pernambuco e o 
Itep (Instituto de Tecnologia de Pernambuco), além de dois 
centros culturais, escolas municipais, estaduais e privadas, 
bem como agências de pesquisa tecnológica. 
No mais, a região é marcada pela ausência de 
integração com as margens do rio, agravada pela presença 
de corredores de mobilidade da avenida Caxangá e da BR-
101. Desta forma, o projeto visou explorar o potencial de 
centro de conhecimento da localidade, buscando integrar 
urbanisticamente os equipamentos que se encontram 
dispersos, de forma a trazer a sensação de centralidade. 
Além disso, o projeto objetivou o resgate e liberação das 
áreas de leito, atualmente ocupadas de forma irregular, com 
o objetivo de transformá-las em espaços públicos e 
ampliações do sistema de mobilidade. 
“As Águas da Natureza”, por sua vez, é o território 
próximo à porta da mata, onde o rio encontra com as áreas 
de mata Atlântica, criando espaços ideais para o 
desenvolvimento de parques públicos com o intuito de 
aproximar a população da natureza local. Assim, foi prevista 
a criação de um complexo ambiental formado pela 
integração do Açude Apipucos, o Parque de Apipucos, a Ilha 
do Bananal e o rio Capibaribe. 
Nesse pórtico, o projeto conta com soluções de 
jardins filtrantes, viveiros de espécies nativas e 
equipamentos que favoreçam o desenvolvimento de 
pesquisas e educação ambiental. Também foi projetada 
uma ponte de acesso entre o centro ambiental (localizado 
na ilha) e o parque Apipucos, além de um corredor ecológico 
conectando Apipucos

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