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Distribuição Socioespacial da População em Natal

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA
MESTRADO EM GEOGRAFIA
DISTRIBUIÇÃO SOCIOESPACIAL DOS FATORES DINÂMICOS DA
POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL
THIAGO TITO DE ARAÚJO
NATAL RN
2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA 
MESTRADO EM GEOGRAFIA 
DISTRIBUIÇÃO SOCIOESPACIAL DOS FATORES DINÂMICOS DA 
POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 
THIAGO TITO DE ARAÚJO 
NATAL-RN 
2008
THIAGO TITO DE ARAÚJO 
DISTRIBUIÇÃO SOCIOESPACIAL DOS FATORES DINÂMICOS DA 
POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 
Dissertação apresentada como 
requisito parcial à obtenção do título 
de mestre em Geografia no 
Programa de Pós-Graduação em 
Geografia da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte. 
Orientador: Flávio Henrique M. de 
Araújo Freire 
NATAL-RN 
2008
Catalogação da Publicação na Fonte UFRN 
Araújo, Thiago Tito de. 
 Distribuição socioespacial dos fatores dinâmicos da população 
na Região Metropolitana de Natal / Thiago Tito de Araújo. - Natal, 
RN, 2008. 
 156 f.: il. 
 Orientador: Prof. Dr. Flávio Henrique M. de Araújo Freire 
 Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. 
Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia. 
 1. Região Metropolitana de Natal – Dissertação. 2. Tipologia 
Socioespacial - Dissertação. 3. Dinâmicas demográficas– 
Dissertação. 4. Geografia I. Freire, Flávio Henrique M. de Araújo. II. 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. 
 
RN/CCHLA CDU 911 A663d 
DISTRIBUIÇÃO SOCIOESPACIAL DOS FATORES DINÂMICOS DA 
POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 
THIAGO TITO DE ARAÚJO 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do título de mestre 
no Curso de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte.
Membros da Banca Examinadora: 
_______________________________________________________
Professor Dr. Flávio Henrique M. de Araújo Freire (UFRN) 
Presidente da Banca 
______________________________________________________
Professor Dr. Ademir Araújo da Costa (UFRN) 
Examinador 
______________________________________________________
Professor Dr. Weber Soares (UFMG) 
Examinador 
______________________________________________________
Professora Dra. Maria do Livramento Miranda Clementino (UFRN) 
Suplente
Natal, _______de _____________de 2008.
A Deus, ao santuário da Virgem dos Pobres.
Aos meus familiares e aos meus companheiros de todas as horas.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a Deus, a Senhora Sant’Ana, 
padroeira de todos os caicoenses e ao Santuário da Virgem dos Pobres 
(Maceió – AL), onde uma prece foi feita, ouvida e atendida. 
Agradeço a meu pai, Sebastião Tito de Araújo, meu grande ídolo e 
incentivador. A minha mãe, Faustina Araújo, por suas cobranças necessárias e 
por sua preocupação infinita. A minha irmã, Thaísia Kássia de Araújo, por 
sempre me dá ouvidos, aos meus lamentos e alegrias, nas intermináveis 
madrugadas. E ao meu irmão, Francisco de Assis Araújo e seus filhos, pela 
imensurável acolhida em Natal. 
Agradeço ao senhor professor Renato de Medeiros Rocha, grande 
amigo e incentivador acadêmico, por abrir meus olhos para importância da pós-
graduação. 
Agradeço também, ao meu orientador e amigo, Flávio Henrique M. de 
Araújo Freire, por sua paciência, compreensão e, principalmente, por seu 
companheirismo. E a professora Maria do Livramento M. Clementino, por 
acreditar e investir no meu crescimento acadêmico. 
“A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, 
depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós”. 
Marcel Proust
RESUMO 
A Região Metropolitana de Natal, como as demais regiões metropolitanas 
brasileiras, foi marcada pela intensa e acelerada urbanização do país ocorrida 
somente na segunda metade do século XX, coincidindo com o processo de 
consolidação da indústria do país, resultando em sérios problemas sociais 
urbanos, como o aumento das favelas, a falta de infra-estrutura e o aumento da 
violência presente nos centros urbanos. Ao adentramos a realidade da Região 
Metropolitana, aferimos os impactos da reestruturação produtiva, no contexto 
da globalização, analisando de que forma os aspectos socioeconômicos 
influenciam os fatores dinâmicos da população, cuja configuração mostrou-se 
contraditória de acordo com a classe social ocupada. Nesse sentido, 
estudamos a configuração demográfica da Região Metropolitana de Natal, 
analisando sua distribuição espacial e suas diferenças sociodemográficas a luz 
da construção de uma tipologia socioespacial, que recorta o espaço 
metropolitano em áreas homogêneas. 
Palavras-Chave: Região Metropolitana de Natal, Tipologia Socioespacial, 
Dinâmica Demográfica. 
ABSTRACT 
The Metropolitan Region of Natal, like other metropolitan regions in Brazil, was 
marked by intense and rapid urbanization of the country occurred only in the 
second half of the twentieth century, coinciding with the process of consolidation 
of the industry in the country, resulting in serious urban social problems, such 
as the increase in slums, lack of infrastructure and this increase in violence in 
urban centers. When enters the reality of the metropolitan region, assessing the 
impacts of restructuring productive in the context of globalization, analyzing how 
the socio-economic factors influencing the dynamic of the population, whose 
configuration was shown to be contradictory according to social class busy. 
Accordingly, we studied the demographic configuration of the Metropolitan 
Region of Natal, analyzing their spatial distribution and their socio-demographic 
differences in light of building a type socio-space, which cuts the metropolitan 
space in homogeneous areas. 
Key-Words: Metropolitan Region of Natal, Type Socio-space, Demographic 
Dynamics.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
FIGURAS
1 Capim Macio .............................................................................................................. 47
2 Petrópoles................................................................................................................... 48
3 Tirol.............................................................................................................................. 48
4 Candelária .................................................................................................................. 48
5 Ponta Negra ............................................................................................................... 50
6 Lagoa Nova ................................................................................................................ 50
7 Nova descoberta ........................................................................................................ 50
8 Barro Vermelho........................................................................................................... 51
9 Lagoa Seca................................................................................................................. 52
10 Alecrim....................................................................................................................... 52
11 Neópolis..................................................................................................................... 52
12 Pitimbú....................................................................................................................... 53
13 Paranamirim – Centro............................................................................................... 53
14 Potengi......................................................................................................................54
15 Barrio Nordeste......................................................................................................... 54
16 Quintas...................................................................................................................... 55
17 Dix Sexpt Rosado...................................................................................................... 55
18 Nazaré....................................................................................................................... 55
19 Cidade da Esperança................................................................................................ 56
20 Santos Reis............................................................................................................... 57
21 Praia do Meio............................................................................................................ 57
22 Areia Preta................................................................................................................. 57
23 Mãe Luiza.................................................................................................................. 58
24 Cidade Alta................................................................................................................ 58
25 Ribeira....................................................................................................................... 58
26 Rocas........................................................................................................................ 59
27 Agreg Parque Industrial............................................................................................. 59
28 Parnamirim C.L.B.I.................................................................................................... 59
29 Parnamirim –Pirangi.................................................................................................. 60
30 Macaíba – Zona Urbana............................................................................................ 61
31 Agreg. Distrito S. Gonçalo do Amarante................................................................... 61
32 Salinas....................................................................................................................... 62
33 Igapó.......................................................................................................................... 62
34 N. Senhora da Apresentação.................................................................................... 62
35 Lagoa Azul................................................................................................................. 63
36 Pajuçara.................................................................................................................... 63
37 Redinha..................................................................................................................... 63
38 Bom Pastor.................................................................................................... 64
39 Felipe Camarão............................................................................................. 64
40 Guarapes....................................................................................................... 64
41 Planalto......................................................................................................... 65
42 Parnamirim –Distrito Industrial....................................................................... 65
43 Parnamirim Área Comercial.......................................................................... 65
44 Ceará-Mirim................................................................................................... 66
45 Nízia Floresta................................................................................................ 67
46 S. José do Mipimbú...................................................................................... 67
47 Monte Alegre................................................................................................ 68
48 Extremoz...................................................................................................... 68
49 Distrito de S. Gonçalo.................................................................................... 68
50 Ceará-Mirim................................................................................................... 70
51 Macaíba........................................................................................................ 70
GRÁFICO:
1 Taxa de Fecundidade Total. do Brasil, 1940 a 2000...........................................79
LISTA DE TABELAS 
1 Nordeste: Taxa de Fecundidade Total - 1991 / 2000...................................... 81
2 RM/NATAL: Percentual da população rural por município - 1991 / 2000....... 83
3 RM/NATAL: Taxa de Urbanização - 1991 / 2000............................................ 84
4 RM/NATAL: Taxa de Fecundidade Total - 1991 / 2000.................................. 86
5 RM/NATAL: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - 1991/2000...... 88
6 Nordeste: Esperança de Vida ao Nascer - 1991 / 2000.................................. 100
7 Nordeste: Mortalidade até um ano de idade - 1991 / 2000............................. 101
8 Nordeste: Mortalidade até cinco anos de idade - 1991 / 2000........................ 102
9 Nordeste:Índice de Desenvolvimento Humano - 1991 / 2000........................ 104
10 Esperança de Vida ao Nascer – RM de Natal – 1991 / 2000.......................... 105
11 RM/NATAL: Mortalidade até um ano de idade - 1991 / 2000......................... 107
12 RM/NATAL: Mortalidade até cinco anos de idade - 1991 / 2000.................... 108
13 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que tinham o NE c/ origem, por 
Regiões de Destino - Período 1986/1991........................................................... 118
14 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que tinham o Nordeste c/ origem, por 
Regiões de Destino – Período 1995 – 2000........................................................ 119
15 Entradas, saídas e saldos migratórios, de migrantes de data fixa s/ a região 
Nordeste – Períodos 1986 – 1991 e 1995 – 2000 ................................... 121
16 Rio Grande do Norte: Migrantes de Data fixa s/ o local de origem – 2000 .... 123
17 RM/NATAL: População Residente de Anos e Mais e Imigrantes de Data 
Fixa – 2000 ......................................................................................................... 126
18 População Residente de 5 Anos e Mais e Imigrantes de Data Fixa segundo 
a sua origem – Região Metropolitana de Natal – 2000 ....................................... 128
19 RM/NATAL: População residente de 15 Anos e mais que trabalha ou 
estuda e pessoas que realizaram movimento pendular – 2000 .......................... 130
20 RM/NATAL: Imigrantes de Data Fixa tendo como origem Natal – 2000 ........ 131
LISTA DE MAPAS 
1 Áreas de Expansão Demográfica – RM de Natal – 2000 .................................... 43
2 Tipologia Socioespacial – RM de Natal – 2000 ................................................. 46
3 Taxa de Fecundidade Total segundo as tipologias socioespaciais da Região 
Metropolitana de Natal – 2000 ............................................................................... 93
4 Probabilidade de morte até 5 anos segundo as tipologias socioespaciais da 
Região Metropolitana de Natal – 2000..................................................................... 111
5 Percentual de Imigrantes de Data Fixa com origem em outro município do Rio 
Grande do Norte, exceto da Região Metropolitana - Região Metropolitana de 
Natal – 2000............................................................................................................. 135
6 Percentual de Imigrantes de Data Fixa com origem em outro município de fora 
do Rio Grande do Norte e de outros países - Região Metropolitana de Natal – 
2000 ......................................................................................................................136
7 Percentual de Imigrantes de Data Fixa com origem a Região Metropolitana de 
Natal - Região Metropolitana de Natal – 
2000........................................................................................................................... 137
8 Percentual de pessoa que realizam movimento pendular em direção ao Pólo 
Metropolitano - Região Metropolitana de Natal – 2000............................................ 140
LISTA DE SIGLAS 
AED’S - Áreas de Expansão Demográfica 
AREAP - Áreas de Ponderação da Amostra 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IDEC - Instituto de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte 
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano 
IDH - M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social 
IPEA - Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada 
MME -Ministério de Minas e Energia 
NAPP- Núcleo Avançado de Políticas Públicas 
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
RN – Rio Grande do Norte 
RM – Região Metropolitana 
SEMURB – Secretaria Municipal de meio ambiente Urbanismo 
SPSS - Software Statistics Program Sciences Social
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 16
1 - Contexto histórico, teórico e metodológico ............................................ 23
 1. 1 - Organização espacial de uma tipologia socioespacial ........................ 37
1. 2 – Descrição da distribuição territorial dos tipos socioespaciais........... 47
2 - relação das tipologias socioespaciais com a dinâmica demográfica.... 73
 2.1 Tipologias Socioespaciais e a Fecundidade................................ 73
 2.2 Tipologias Socioespaciais e a Mortalidade................................... 94
112 2.3 Tipologias Socioespaciais e a Mobilidade ...................................
Considerações Finais .................................................................................................... 141
Bibliografia ..................................................................................................................... 149
Anexo............................................................................................................................. 156
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 16
Metropolitana de Natal
INTRODUÇÃO
Na década de 1970, o elevado crescimento da economia brasileira, 
ocorrido de forma espacialmente concentrado, fez “explodir” as metrópoles 
nacionais e ensejou a metropolização de outros importantes centros urbanos. 
As regiões metropolitanas brasileiras foram criadas por lei, aprovada no 
Congresso Nacional (1973), que as definiu como um conjunto de municípios 
contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com 
serviços públicos e infra-estrutura comum, que deveriam ser reconhecidas pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Contudo, foi a partir da Constituição Federal de 1988, que a instituição 
das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, por meio 
de lei complementar, passaram a ser da responsabilidade do próprio Estado, 
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para compor a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse 
comum.
Quanto ao processo de formação da Região Metropolitana de Natal, 
segundo documento formulado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada 
(IPEA) de 2002, o processo de transbordamento de Natal com municípios 
vizinhos tornou-se evidente e, por duas vezes o Governo do Estado tentou 
institucionalizar uma região metropolitana e implementar um projeto de 
desenvolvimento integrado, entre os municípios de Natal, Parnamirim, 
Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Extremoz, sem, contudo, obter sucesso 
em sua implementação. 
16
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 17
Metropolitana de Natal
Novas tentativas foram realizadas em 1977, com o Plano de 
Desenvolvimento Regional e Urbano da Grande Natal, elaborado pelo 
urbanista Luiz Forte Neto, juntamente com Instituto de Desenvolvimento 
Econômico do Rio Grande do Norte (IDEC); e em 1988, com Plano de 
Estruturação do Aglomerado Urbano de Natal, elaborado pelo escritório Jaime 
Lerner de planejamento urbano em conjunto com o IDEC. 
De fato, só com o agravamento dos problemas comuns aos municípios 
que compõem a Região Metropolitana, é que o governo do estado promulgou 
em 04 de janeiro de 1994, a Lei Complementar n° 119/94, que institui a 
regionalização do estado, prevendo, dentre outras, a criação da Região 
Metropolitana de Natal. 
Dessa forma, em 1997 ocorreu o processo de formalização político-
administrativa da Região Metropolitana de Natal, que teve sua criação 
regulamentada pela Lei Complementar n°152, baseada nos argumentos de 
“expansão urbana acelerada, demanda por serviços e necessidade de 
investimentos em parceria” (LEI COMPELTENTAR Nº 152; Art. 1). Neste 
primeiro momento, seis municípios passaram a compor a Região 
Metropolitana: Natal, configurando-se como município pólo, Parnamirim, São 
Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceará - Mirim e Extremoz. Contudo, a partir 
da Lei Complementar n° 221 de 2002 é que a Região Metropolitana de Natal 
passou a ter em sua configuração, a presença de mais dois municípios, 
incorporando São José de Mipibú e Nísia Floresta. Recentemente a partir da 
Lei n° 315 de 2005 houve a incorporação a Região Metropolitana o município 
de Monte Alegre. 
17
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 18
Metropolitana de Natal
Como se percebe tanto a Região Metropolitana de Natal, como as 
demais regiões metropolitanas brasileiras, foram marcadas pela intensa e 
acelerada urbanização do país, ocorrida somente na segunda metade do 
século XX, coincidindo com o processo de consolidação da indústria do país. 
De fato, tal realidade resultou em sérios problemas sociais e urbanos, como o 
aumento das favelas, a falta de infra-estrutura e o aumento da violência 
presente nos centros urbanos. 
Sendo assim, ao adentrar a realidade da Região Metropolitana de Natal, 
tem-se como objetivo principal, analisar de que forma os aspectos 
socioeconômicos influenciam os fatores dinâmicos da população, cuja 
configuração pode ser contraditória de acordo com a classe social ocupada.
Estudos realizados sobre o tema indicam que o processo de mudanças 
associado à globalização da economia e à reestruturação produtiva tende a 
intensificar diferenciações e desigualdades sociodemográficas nas cidades, 
contudo surge a indagação de como esse processo de diferenciação espacial 
está configurado na Região Metropolitana de Natal e se há realmente uma co-
relação entre o tipo de área ocupada e seu perfil demográfico.
Segundo Corrêa (1990), a cidade tem-se constituído, ao longo da 
história, no principal local das lutas sociais. A organização espacial acaba 
sendo apresentada de forma desigual, caracterizada por uma complexa divisão 
técnica e social do espaço, associada a uma enorme diferença nas condições 
de vida dos diversos grupos sociais da cidade. 
Corrêa (1990) defende que: 
A grande cidade capitalista é o lugar privilegiado de ocorrência 
de uma série de processos sociais, entre os quais a 
18
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 19
Metropolitana de Natal
acumulação de capital e a reprodução social básica. Estes 
processos criam funções e formas espaciais, ou seja, criam 
atividades e suas materializações, cuja distribuição espacial 
constitui a própria organização espacial da população. 
(CORRÊA, 1990; p. 61). 
Os impactos gerados pela globalização sobre as grandes e médias 
cidades têm evidenciado na produção do espaço o aumento da segregação 
residencial. Observa-se, nas grandes e médias cidades brasileiras a 
disseminação do acesso desigual a serviços e equipamentosque configuram o 
bem-estar da população, ampliando as diferenças socioocupacionais e 
demográficas existentes no espaço urbano. 
Segundo Corrêa (1989), o espaço urbano da cidade capitalista se 
apresenta como o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. De 
acordo com os usos da terra torna-se possível definir distintas áreas 
residenciais, em termos de forma e conteúdo social.
A cidade encontra-se fortemente dividida em áreas residenciais 
segregadas, as quais representam papel ponderável no processo de 
reprodução das relações sociais, refletindo a complexa estrutura social de 
classes, ou seja, o espaço da cidade além de ser reflexo da sociedade, torna-
se também condicionante dessa sociedade. 
A tendência de distribuição da população no espaço, em grupos sociais 
homogêneos, e a desigualdade socioespacial da organização territorial da 
Região Metropolitana, ensejaram a justificativa deste trabalho. Nesse sentido, 
para que seja possível estudar a configuração demográfica da Região 
Metropolitana de Natal, tornou-se necessário analisar a distribuição espacial da 
população e seus diferenciais sociodemográficos através da construção de 
19
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 20
Metropolitana de Natal
uma tipologia socioespacial1, a qual recorta o espaço metropolitano em áreas 
homogêneas.
Segundo Damiani (2004), na análise geográfica da população, a 
demografia, além de contribuir nos procedimentos de quantificação dos dados 
brutos de população, definiu material estatístico de cunho mais qualitativo, que 
teria auxiliado a geografia na caracterização econômica, e no esclarecimento 
de tensões decorrentes das questões econômicas, no interior de marcos 
espaciais específicos.
O emprego de índices como o de fecundidade, de mortalidade e as 
diversas análises sobre os fluxos migratórios, conferiram à demografia notável 
rigor científico. Sua aplicação poderá possibilitar a análise em quantidade e 
qualidade da dinâmica populacional da Região Metropolitana de Natal, além de 
determinar alguns dos componentes que estão na estrutura de suas condições 
socioeconômicas.
Para tanto, do ponto de vista demográfico, aborda-se a população da 
Região Metropolitana de Natal, segundo dois critérios principais. Primeiro, 
através de uma abordagem histórica, tentando com isso, perceber a evolução 
dos fenômenos demográficos ao longo do tempo. Segundo, consiste na 
abordagem analítica e socioeconômica, que seja capaz de oferecer 
esclarecimentos a dispor da evolução demográfica da Região Metropolitana e 
sua influência sofrida, principalmente, por fatores históricos e socioeconômicos. 
1A construção da tipologia socioespacial foi desenvolvida no âmbito do projeto de pesquisa, “O 
Mapa Social da Região Metropolitana de Natal: Desigualdade Social e Governança Urbana, 
apoiado pela UFRN/FAPERN/CNPq – Pronex, que tem sua metodologia, no que condiz a 
construção das categorias socioocupacionais e as tipologias socioespacial, creditada a 
pesquisa desenvolvida em conjunto pela Rede Metrópoles, capitaneada pelo IPPUR/UFRJ, que 
agrega vários núcleos de Estudos Metropolitanos em todo o Brasil, inclusive no Rio Grande do 
Norte. Metodologia essa, elaborada em colaboração com Edmond Preteceille do CSU – Centre 
National de la Recherche Scientifique e Luciana Corrêa do Lago do IPPUR/UFRJ. 
20
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 21
Metropolitana de Natal
Também se faz necessário um “passeio” sobre o conceito de região, 
com previsão cuidadosa de não se encontrar limitado ao conceito de 
regionalização, feita durante o contexto da Nova Geografia, onde 
fundamentado no positivismo lógico, define a região como “um conjunto de 
lugares onde as diferenças internas entre esses lugares são menores que 
existentes entre eles e qualquer elemento de outro conjunto de lugares” 
(CORRÊA, 1990; p. 32), se opondo àquelas associadas aos paradigmas do 
determinismo ambiental e do possibilismo. 
A proposta desse trabalho é utilizar esse conceito e o estudo da 
organização espacial da população no espaço metropolitano, como facilitador 
do desenvolvimento da análise, supondo o diferente acesso ao espaço 
metropolitano por meio da população, busca-se através das análises 
“ultrapassar” as técnicas estatísticas, usadas para formação das áreas 
homogêneas, enquanto tipo socioespacial. 
 Empregar o estudo de organização espacial, atrelado ao de segregação 
residencial, é alimentar as análises através da tendência de agrupamento no 
espaço de grupos sociais homogêneos, também resultado da desigualdade 
socioespacial, expressando-se na organização do território da cidade. 
Segundo afirmação de Corrêa (1989), a segregação residencial, pode 
ser vista como um meio de reprodução social, e nesse sentido o espaço social 
age como um elemento condicionador sobre a sociedade. 
Portanto, para a construção de uma tipologia socioespacial, partiu-se de 
três variáveis: ocupação, instrução e renda, com o fim de identificar a 
distribuição da população segundo sua classe social, o que permitirá inferir 
21
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 22
Metropolitana de Natal
sobre os diferenciais demográficos presentes na Região Metropolitana de 
Natal.
Uma vez que, por meio da análise demográfica, medida através de 
componentes da variação e mudança populacional como natalidade 
(fecundidade), mortalidade e mobilidade, pode-se inferir se a estrutura 
socioespacial influencia ou não a condição de vida da população. Nota-se que 
apesar desses componentes poderem ser traduzidos em fórmulas, codificados 
em quantidade, é necessário situá-los no interior de sua relação com outros 
fenômenos sociais que podem explicá-los dado as suas causas determinantes 
ou condicionantes sociais. 
Busca-se particularmente, analisar de que forma os aspectos 
socioeconômicos afetam nos fatores dinâmicos da população, cuja 
configuração pode apresentar diferenciações de acordo com a classe social 
ocupada. Em outras palavras, é objetivo desse trabalho analisar à luz de uma 
tipologia socioespacial o desigual acesso perante diferentes níveis de classes 
sociais, dada à segregação residencial, sua relação nos determinantes do 
dinamismo demográfico como a fecundidade, mortalidade e a mobilidade.
22
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 23
Metropolitana de Natal
1 CONTEXTO HISTÓRICO, TEÓRICO E METODOLÓGICO
Localizada no litoral oriental do Rio Grande do Norte, a Região 
Metropolitana de Natal ocupa uma área de pouco mais de 2.500 km2, a qual 
representa cerca de 5% do território estadual. Entretanto, segundo o censo 
demográfico de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), a Região Metropolitana concentra cerca de 39,5% da 
população do Estado, representando perto de 1 milhão de pessoas residindo 
nessa área.
Esses números chamam mais atenção, quando visualizamos que 
Natal, capital do estado e cidade pólo da Região Metropolitana, segundo o 
Censo Demográfico de 2000, representa sozinha, cerca de 25% da população 
do Estado e aproximadamente 65% da população da Região Metropolitana, ou 
seja, em torno de 712 mil habitantes. 
Contudo, o interesse em conhecer e atuar sobre a Região 
Metropolitana de Natal, não se restringe ao fato dela concentrar uma parcela 
crescente da população do Rio Grande do Norte, mas também, por ser o lugar 
onde os investimentos de capital são os maiores do Estado, além de 
representar também, um conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre 
si e congregar populações em diferentes níveis de desenvolvimento em relação 
às características sociodemográficas. 
É importante lembrar, que o conceito de região metropolitana foi 
introduzido no Brasil, apenas a partir da década de 1970, compartilhando da 
idéia de que uma região metropolitana “é um aglomeradourbano composto por 
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Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 24
Metropolitana de Natal
vários municípios autônomos, mas integrados física e funcionalmente, 
formando uma mancha urbana praticamente continua” (BRAGA & CARVALHO, 
2004; p, 18). 
Braga e Carvalho (2004) defendem que, inicialmente, o conceito de 
metrópole está ligado a etimologia da palavra, que em grego significa cidade-
mãe e estava associado com o de cidades-satélite. Assim como as cidades, 
atualmente o conceito abriga várias configurações espaciais bastante distintas, 
mas talvez a essência esteja ligada à primazia de uma cidade em relação às 
outras, geralmente conurbadas ou como no caso da Região Metropolitana de 
Natal, sofrendo um transbordamento proveniente da cidade pólo. Nessa 
perspectiva, os problemas da metrópole devem ser pensados e solucionados 
através de uma política integrada, de maneira democrática, tanto em termos 
sociais, como econômicos, isto é, embasada numa justa distribuição dos bônus 
e ônus do processo de desenvolvimento2.
De fato, segundo Santos (1998), o conceito de metropolização 
corresponde à macro-urbanização e, apenas as aglomerações urbanas com 
mais de um milhão de habitantes deveriam merecer tal denominação.
Entretanto, até a Constituição de 1988, as Regiões Metropolitanas 
eram criadas através do Governo Federal. Só a partir de então, os próprios 
estados puderam criar suas regiões metropolitanas seguindo normas próprias. 
2 Cabe ressaltar, que de acordo com Braga e Carvalho (2004), o processo de integração 
física e funcional de várias cidades é chamado de conurbação, ou seja, haveria um 
crescimento recíproco das cidades ao ponto da mancha urbana apresentasse praticamente 
contínua. Entretanto, o que podemos perceber ao analisarmos a realidade demonstrada 
pela Região Metropolitana de Natal, é que ela possui uma cidade Pólo (Natal), que exerce 
forte influência econômica, especialmente a seus municípios vizinhos (limítrofes), causando 
um transbordamento de suas atividades econômicas em suas direções. 
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Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 25
Metropolitana de Natal
De acordo com Miranda (1999), no caso da região metropolitana norte-
rio-grandense, os primeiros estudos sobre o desenvolvimento urbano e regional 
da região datam de 1977 quando, o então governador do estado, solicitou ao 
escritório de arquitetura Luiz Forte Netto, de Santa Catarina, pareceres sobre a 
expansão urbana de Natal, voltada, especialmente à conurbação com os 
municípios adjacentes. 
Segundo Aquino (2006), O plano desenvolvido pelo referido escritório, 
elaborou sete hipóteses para estruturação da organização espacial da Região 
Metropolitana de Natal. Dessa forma o governo, em face das conclusões, 
implantou um distrito industrial na Zona Norte de Natal. Contudo, enfatiza a 
autora, o crescimento urbano foi desordenado e, onze anos depois, o Governo 
do Estado convidou o Escritório Jaime Lerner para apresentar novas propostas 
de ajuste ao crescimento. 
Aquino (2006) ainda ressalta que essas duas ações promovidas pelo 
Governo do Estado do Rio Grande do Norte, não impossibilitaram o 
desordenado e acelerado processo de transbordamento de Natal para os 
municípios vizinhos e seus conseqüentes problemas. 
Muito embora o conceito de região metropolitana vá além da mera 
definição legal, a formação da Região Metropolitana de Natal foi legalmente 
construída a partir de janeiro de 1994, tendo uma última inclusão de município 
em dezembro de 2005, contando com a participação de Natal, Parnamirim, São 
Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceará - Mirim, Extremoz, Nísia Floresta, São 
José do Mipibú e por fim, Monte Alegre. 
25
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 26
Metropolitana de Natal
No entanto, independentemente do processo de formação da Região 
Metropolitana de Natal, percebe-se que o crescente processo de urbanização3
verificado na região trouxe em seu contexto, um visível processo de 
segregação espacial, a qual é notória a alocação da população segundo, 
principalmente, sua condição socioeconômica. 
Segundo Préteceille (2004), o conceito de segregação espacial surge, 
primeiramente, através das idéias difundidas pela Escola de Chicago de R. 
Park e Burgess (1925), geralmente, considerada como tendo constituído o 
nascimento da sociologia urbana enquanto disciplina científica. Esses autores 
salientam que através de uma consulta rápida à literatura sociológica é 
possível perceber que a maioria dos trabalhos publicados sobre segregação 
trata das diferenças étnico-sociais ou socioeconômicas como questões amplas 
na diferenciação dos espaços urbanos. 
Corrêa (1989) acrescenta que o conceito de segregação espacial, 
surgido através da Escola de Chicago, é definido como sendo uma 
concentração de tipos de população dentro de um dado território. O autor 
salienta ainda, que o conceito de “áreas sociais”, definido por Shevky e Bell 
(apud Corrêa, 1989), como sendo áreas marcadas pela tendência a 
uniformidade da população, é baseada em termos de três conjuntos de 
características: status socioeconômico (renda, status ocupacional, instrução 
etc.), característica escolhida para construção dos tipos socioespaciais nesse 
3 Consideramos nesse trabalho o conceito demográfico de urbanização adotado por Davis 
(1977, apud Braga e Carvalho, 2004), que é o aumento do percentual da população urbana 
em relação à total. Assim sendo, pode-se dizer que uma sociedade está se urbanizando na 
medida em que o crescimento da população urbana é maior do que a população rural. Outra 
acepção do termo urbanização, apontada pelos autores, e também adotadas por arquitetos 
e urbanistas, é o da implantação de equipamentos e benfeitorias urbanas no espaço. 
Portanto, construir escolas, pavimentar ruas e implantar rede de esgoto é urbanizar o 
espaço. 
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Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 27
Metropolitana de Natal
trabalho; urbanização (mulheres na força de trabalho, fase do ciclo de vida, 
isto é, solteiros, casais jovens com filhos pequenos etc.) e etnia.
Segundo Corrêa, a uniformidade de tais características origina áreas 
sociais, isto é, bairros homogêneos, segregados, como por exemplo, bairros 
populares com modestas residências, de empregados do setor terciário 
residindo em edifícios de apartamentos, de diretores de empresa em suas 
residências suntuosas etc.4
Préteceille (2004) ressalta, que no caso brasileiro, a maioria dos 
trabalhos sobre segregação diz respeito, sobretudo às diferenças 
socioeconômicas e pouco sobre as diferenças étnico-raciais. Isso significa dizer 
que a segregação é sobretudo analisada nos estudos sobre as cidades 
brasileiras pela focalização sobre as categorias mais pobres de um lado, e os 
mais ricos do outro, mas raramente, sem que a localização residencial das 
categorias intermediárias seja considerada de modo sistemático. 
Entretanto, de acordo com a opinião exposta por Ribeiro (2000), o 
termo segregação espacial trata-se de uma categoria de análise que contém 
sempre duas dimensões: (i) conceitual, relacionada com os princípios teóricos 
adotados para explicar a organização socioterritorial; (ii) prática, relacionada 
com as concepções normativas da sociedade fundadas em princípios de 
igualdade. 
O autor identifica o conceito de segregação espacial, através de duas 
concepções: a primeira concebe a segregação como diferença de localização 
de um grupo em relação aos outros grupos. Esta se trataria de uma concepção 
4 Trechos adaptados do livro de CORRÊA, R.L. O Espaço Urbano. São Paulo, 1989. O autor 
também sugere consultar os trabalhos de Mackenzie, Shevky e Bell, em Coletânea 
organizada por THEODORSON, G. A. 
27
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 28
Metropolitana de Natal
clássica, cujo fundamento é a explicaçãoecológica da sociedade, 
estabelecendo a contraposição de distância social à idéia de mistura, considera 
como a forma de organização social. 
A segunda concepção apresentada por Ribeiro (2000), “a segregação 
designa as desigualdades sociais expressas como organização do território da 
cidade” (RIBEIRO, 2000; p. 18). O espaço urbano contém um conjunto de 
recursos importantes à reprodução das categorias sociais, na forma de bens 
materiais simbólicos, mas a sua distribuição reflete as chances desiguais de 
acesso.
Ainda segundo Ribeiro (2000), duas abordagens teóricas 
fundamentaram essa concepção, uma de inspiração marxista, a qual explica a 
segregação como decorrência das desigualdades de classes da sociedade; 
enquanto a outra abordagem, de inspiração weberiana, que explica a 
segregação como o resultado das desigualdades da distribuição desigual do 
prestígio, da honra social e do poder. 
No entanto, as duas abordagens convergem em um sentido, a 
segregação é a espacialização da estratificação da sociedade e, conseqüência, 
sendo compreendida como decorrência de lógicas coletivas cujo fundamento 
são as relações sociais. De acordo com Ribeiro (2000), o princípio normativo 
que organiza essa concepção é: 
... o da justiça distributiva, já que a disposição dos grupos 
sociais no território e a distribuição dos equipamentos e 
serviços na cidade geram uma desigualdade de bem-estar 
social, em razão das lutas entre as categorias pela apropriação 
dos recursos materializados na cidade (RIBEIRO, 2000; p. 19). 
28
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 29
Metropolitana de Natal
Acrescenta também que, a aplicação da concepção de espaço social de 
Pierre Bourdieu (2001), à análise da estrutura urbana permite unificar estas 
duas concepções de segregação. Com efeito, a ocupação do espaço da cidade 
resulta dos princípios de estruturação do espaço social. 
Cada princípio representa uma forma de hierarquia do poder: 
econômico, social e simbólico. A noção de distância social “coagulada” das 
distâncias físicas é entendida como manifestação dos poderes das classes 
sociais em se apropriarem da cidade como recursos. 
Ribeiro (2000) sugere que a segregação residencial é produto de lógicas 
individuais, isto é, efeito de suas escolhas, já que essa forma de organização 
ideal estabelece que a distância espacial expressa a existência de distâncias 
sociais entre os grupos existentes na sociedade. De tal forma que, estimularia 
os indivíduos a se agruparem dado a sua afinidade, seja ela, racial, étnica ou 
por posição e de certa forma através desse agrupamento, conseguirem se 
resguardarem dos “efeitos fragmentadores da personalidade, gerados pelas 
aglomerações e da vida na cidade” (RIBEIRO, 2000; p. 21). 
Para tanto, esclarece o autor, a ocupação do espaço urbano ocorrida de 
forma desigual acarreta uma forma de segregação da população, 
estabelecendo uma tendência da estruturação do espaço ligada à 
concentração de pessoas por camadas sociais. Sendo assim, este trabalho se 
utiliza, do conceito de organização espacial pautado na segregação espacial, 
como a melhor forma de traduzir territorialmente a estrutura social da Região 
Metropolitana de Natal, possibilitando assim, a analise demográfica baseada no 
acesso desigual do solo urbano pelas diferentes camadas da população. 
29
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 30
Metropolitana de Natal
 Como se pode perceber através da opinião exposta por Corrêa (1990), 
na ampla possibilidade de aparecimento dos propósitos de organização 
espacial, há dois enfoques que não se excluem mutuamente. O primeiro 
considera as áreas simples, ou então complexas; o segundo enfoque visa às 
áreas homogêneas, ou então funcionais.
A preferência por utilizar os enfoques de áreas complexas e
homogêneas, parte do preceito de levar em conta muitos critérios ou variáveis, 
usualmente, reduzidas através de uma técnica estatística mais sofisticada, a 
análise por correspondência, além de se utilizar previamente uma análise 
fatorial; dessa forma, se faz referência à unidade agregada de áreas, descrita 
pela invariabilidade (estatisticamente considerada). 
Compartilhando do argumento de Corrêa (1990; p. 39) que “na nova 
geografia não existe, como na hartshorniana, um método regional, e sim 
estudos nos quais as regiões formam classificações especiais”; o uso do 
conceito de organização espacial desenvolvido nesse trabalho, busca a 
identificação de padrões espaciais segundo a construção de uma tipologia 
socioespacial. Proporcionando à organização espacial da Região Metropolitana 
de Natal o poder de adquirir, junto à sua existência como entidade concreta, o 
sentido de padrão espacial, “as classes de área da nova geografia podem 
acabar constituindo-se em um exercício acadêmico sofisticado” (CORRÊA, 
1990; p. 40). 
Pode-se observar que a configuração do espaço urbano da região 
metropolitana, dentro do contexto capitalista, resulta do conjunto de diferentes 
usos da terra. A organização espacial da metrópole irá depender em grande 
30
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 31
Metropolitana de Natal
parte, de uma série de fatores que contribuem para a distribuição desigual da 
população, recursos e investimentos no espaço metropolitano. 
Fazendo uso da citação de Ianni, exposta no livro Região e Geografia de 
Lencione (2003), podemos perceber que: 
... a globalização não apaga nem as desigualdades nem as 
contradições que constituem uma parte importante do tecido 
da vida social nacional e mundial. Ao contrário, desenvolve 
umas e outras, recriando-se em outros níveis, com novos 
ingredientes. As mesmas condições que alimentam a 
interdependência e a integração alimentam as desigualdades 
e contradições, em âmbito tribal, regional, nacional, continental 
e global (IANNI, 1993 apud LENCIONE, 2003; p. 73). 
Lecione (2003) ainda afirma que as diferenças emergem e se 
contrapõem ao processo de globalização, mesmo ela tendendo a anulá-las. Daí 
a análise regional que voltada para as particularidades pode revelar aspectos 
da realidade que seriam mais difíceis de serem percebidos e analisados se 
considerados apenas do ponto de vista global. A noção de região passa a 
exercer papel importante na análise espacial, contudo, segundo a autora, a 
idéia de região nos moldes clássicos não mais se sustenta nos tempos atuais. 
Milton Santos (1996), em sua obra a Natureza do Espaço: Técnica e 
Tempo – Razão e Emoção critica a posição pós-moderna, a qual defende o fim 
do referencial teórico território, com base no conceito de não-lugar, alegando 
que há insuficiência no próprio conceito de região, devido ao processo de 
globalização. Lencione (2003) acrescenta, que essa visão exposta por Milton 
Santos, procura mostrar que o processo de globalização é também um 
processo de fragmentação, significando assim, além de globalização, 
regionalização e individualização. 
31
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 32
Metropolitana de Natal
A perspectiva defendida no trabalho Lencione (2003) corrobora com a 
opinião de que a escala regional, como escala intermediária (facilitadora) de 
análise, como mediação entre o singular e o universal, pode permitir revelar a 
espacialidade particular dos processos sociais globais. Sendo assim, padrões 
de organização espacial da população, identificados através de uma tipologia 
socioespacial, oferece subsídios suficientes para analisar a relação 
socioeconômica sobre a dinâmica demográfica apresentada pela Região 
Metropolitana de Natal.
Para tanto, a construção da tipologia socioespacial, realizada neste 
trabalho, partindo da variável central - ocupação - fazendo uso de filtros de 
renda e instrução, configura-se como uma Proxy, uma aproximação, de como 
visualizar a estrutura social, usualmente aqui chamada de categoriassocioocupacionais.
De fato, em áreas onde se apresenta alto índice de desenvolvimento 
socioeconômico, ocorre à presença tanto no tocante a quantidade, quanto 
qualidade da maior parte dos serviços de infra-estrutura urbana seja ele, de 
telefonia, educação, saneamento básico, dentre outros. Restando as áreas 
onde estão instaladas as populações pobres, uma presença de serviços de 
infra-estrutura numa qualidade inferior. Fatores como esses, acabam 
incentivando o aumento da segregação residencial. 
Com isso, o espaço urbano se torna reflexo da sua sociedade, tendo no 
espaço da cidade capitalista, fortemente dividido em áreas segregadas à 
representação da complexa estrutura social em classes. Corrêa (1989) aponta 
de forma esclarecedora o peso que o acesso da população ao espaço urbano 
tem sobre a reprodução das relações sociais: 
32
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 33
Metropolitana de Natal
As áreas segregadas representam papel ponderável no 
processo de reprodução das relações de produção no bojo do 
qual se reproduzem às diversas classes sociais e suas 
frações: os bairros são locais de reprodução dos diversos 
grupos sociais (CORRÊA, 1989; p. 65). 
Corroborando com a argumentação do presente trabalho, Ribeiro (2000) 
defende que “a globalização ao difundir ideais liberais pelo mundo, gerou 
mudanças dos modelos e paradigmas regulatórios que até então 
fundamentavam as políticas urbanas” (RIBEIRO, 2000; p. 22). As reformas 
institucionais proporcionadas pelo Estado, na direção da liberação do mercado 
de terras e de moradias, tiveram como conseqüência a especulação imobiliária, 
que se transformou em variável principal para distribuição da população no 
território da cidade. Projetando no espaço urbano, de forma mais acentuada as 
desigualdades socioeconômicas da organização do espaço. 
 De fato, pode-se aferir que em sociedades capitalistas, onde o mercado 
é o mecanismo central da ordem social e os valores igualitários são a base da 
cultura compartilhada pelos seus integrantes, é que o termo segregação é 
pertinente como instrumento capaz de enunciar problemas de ordem social.
 Sendo assim, buscou-se comprovar a hipótese de que a divisão 
socioeconômica da metrópole pode expressar não apenas a espacialização da 
diferenciação social, traduzida territorialmente através da segregação espacial, 
como também, expressar sua forte relação nos fatores da dinâmica 
demográfica.
De acordo com os apontamentos de Próspero Silva (2002/03), o termo 
demografia aparece pela primeira vez no livro de Achille Guillard, em 1855, 
intitulado Elements de statistique humaine ou démografie comparée
33
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 34
Metropolitana de Natal
(Elementos de estatística humana ou demografia comparada). Segundo o 
autor, Guillard considerava que Demografia “em sentido amplo, abrange a 
história natural e social da espécie humana; em sentido restrito, abrange o 
conhecimento matemático das populações, dos seus movimentos gerais, do 
seu estado físico, intelectual e mental” (GUILLARD, 1855 apud SILVA, 2002; p. 
12).
No entanto, alguns autores defendem que os estudos propriamente 
demográficos são bem anteriores a essa data. Considera-se como a primeira 
análise demográfica, no sentido moderno da palavra, a que o público londrino 
presenciou, no ano de 1662, por John Graunt sob o título de Natural ant 
Political Observations Made upon the Bills of Mortality (Observações naturais e 
políticas feitas sobre os registros de Mortalidade). 
A demografia é a ciência que tem por objetivo o estudo das populações 
humanas versando sobre o volume, composição, o desenvolvimento das 
mesmas, bem como suas características gerais consideradas principalmente 
do ponto de vista quantitativo. Tradicionalmente, a demografia é uma das mais 
quantitativas dentre as ciências sociais, fazendo amplo uso da estatística. 
Contudo, devemos salientar que de maneira geral observa-se uma crescente 
tomada de consciência, por parte dos demógrafos atuais, acerca da 
importância dos aspectos qualitativos para a própria problemática demográfica. 
A análise demográfica, segundo Damiani (2004), é apresentada na 
geografia como auxiliar da geografia da população, na sua configuração como 
primeira aproximação. Além disso, possibilitar análise mais complexa e 
especializada da sociedade pelos outros ramos da geografia. Dessa forma, a 
Geografia da População se apresenta como a ciência que estuda os aspectos 
34
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 35
Metropolitana de Natal
espaciais da fixação populacional distribuída no espaço urbano, 
compartilhando com a Demografia o interesse comum pela distribuição 
territorial da população. 
Damiani (2004) defende que: 
Na análise geográfica da população, a demografia, além de 
contribuir nos procedimentos de quantificação dos dados 
brutos de população, definiu material estatístico de cunho mais 
qualitativo que teria auxiliado a geografia na caracterização 
econômica, e no esclarecimento de tensões decorrentes das 
questões econômicas no interior de marcos específicos 
(DAMIANI, 2004; p. 57).
Para o trabalho aqui pretendido, a Demografia surge como veículo 
necessário para o estudo do tamanho, da distribuição territorial e da 
composição da população, das mudanças e de seus componentes, como a 
fecundidade, a mortalidade e a mobilidade. 
Na opinião de Zelinsky (1974), para que a geografia da população possa 
proporcionar um tratamento mais abrangente na análise das características da 
população de cada região habitada no espaço, é necessário que se faça mão 
de uma inferência intrínseca dos atributos universais da população, dos 
princípios sistemáticos que governam sua composição, condições 
socioeconômicas, comportamento e mudanças tratadas através da 
Demografia.
Sendo assim, na mesma direção da perspectiva exposta por Suzana 
Pasternak (2004), de que a segregação urbana representa uma tendência de 
agrupamento no espaço de grupos sociais homogêneos, e é resultado de uma 
desigualdade socioespacial, expressando-se na organização do território da 
cidade. Corrêa afirma que “as áreas sociais que emergem da segregação estão 
35
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 36
Metropolitana de Natal
dispostas espacialmente segundo certa lógica, e não de modo aleatório” 
(CORRÊA, 1989; p. 66). Dessa forma, influencia sobremaneira a separação 
espacial das diferentes classes sociais fragmentadas, podendo ser identificado 
padrões espaciais – áreas homogêneas construídas a partir de tipos sócio-
espaciais. Tais padrões configuram-se como ferramenta útil à análise da 
dinâmica demográfica apresentada pela Região Metropolitana de Natal. 
Portanto, partindo desse pressuposto de que o conceito de organização 
espacial da população está ligado à noção fundamental de diferenciação, 
aceitando a idéia de que o espaço urbano é constituído por áreas diferentes 
entre si, buscou-se dividir o espaço metropolitano, através da construção de 
uma tipologia socioespacial, que possibilitasse inferir sobre os diferenciais 
demográficos da Região Metropolitana de Natal. Dessa forma, a análise 
pretendida busca entender como os aspectos socioeconômicos, traduzidos no 
espaço através de uma tipologia socioespacial, se relacionam com os fatores 
dinâmicos da população, cuja configuração pode apresentar diferenciações de 
acordo com a classe social ocupada. 
Em outras palavras, o que se almeja é analisar a estrutura demográfica 
da população residente na Região Metropolitana de Natal à luz de uma 
tipologia socioespacial, que foi construída a partir de três variáveis: ocupação, 
instrução e renda. Sendo possível identificar a distribuição da população 
segundo sua classe social e sua relação nos determinantes do dinamismo 
demográfico, como a fecundidade, mortalidadee a mobilidade.
36
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 37
Metropolitana de Natal
1. 1 Organização espacial de uma tipologia socioespacial
Como vimos anteriormente, o conceito de organização espacial da 
população está intimamente relacionado à noção fundamental de 
diferenciação, estimulada em grande parte, por diversos fatores 
socioeconômicos, que contribuem para a distribuição desigual da população 
perante o espaço metropolitano. 
Para tanto, surge a preocupação deste trabalho em estabelecer a melhor 
forma de tradução territorial dos padrões de ocupação da população perante 
espaço metropolitano, se fazendo necessário uma breve explicação 
metodológica sobre o processo de construção das tipologias socioespaciais, 
que utilizamos como proxy, dessa ocupação. 
Segundo Ribeiro (2000) há três aspectos fundamentais a serem 
observados para construção da Tipologia Socioespacial:
a) Escolha da unidade social de análise; 
b) Escolha das variáveis pelas quais a distribuição das pessoas no 
espaço será discutida; 
c) E a escolha da unidade espacial de análise a partir da qual esta 
descrição será efetuada. 
Sendo assim, opção por utilizar os dados do Censo Demográfico de 
2000, por pessoas, como unidade social de nossa análise, parte do 
pressuposto de que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
levanta informações demográficas e socioeconômicas para o conjunto da 
população. De fato, considera-se que as pessoas, na grande maioria, vivem em 
famílias e as escolhas de localização residencial expressam os recursos 
37
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 38
Metropolitana de Natal
mobilizados e alocados no interior deste universo familiar, servirá 
adequadamente para expressar a forma que a segregação espacial está 
socialmente distribuída no espaço metropolitano. 
Seguindo a lógica proposta por Ribeiro (2000), o próximo passo para a 
construção de uma tipologia socioespacial parte da formação de um sistema de 
hierarquização social das ocupações que nos servisse de proxy da Estrutura 
Social5.
O autor justifica que a opção pela utilização da variável ocupação, deve-
se ao fato dela permitir testar as possíveis relações entre transformações 
econômicas e mudanças socioespaciais. Essa variável nos permite também, 
uma melhor aproximação descrita da estrutura de classes e o seu papel na 
estratificação socioespacial. 
O autor também acrescenta que, a ocupação apresenta características 
de “variável-síntese” de múltiplos processos sociais cujo conhecimento é 
fundamental na análise da estruturação da cidade tais como modelo de 
consumo, estilo de vida etc. 
A necessidade de se trabalhar com certo número limitado de variáveis a 
partir das quais possibilitasse descrever os indivíduos em suas diferenças e 
semelhanças, proposta por Ribeiro (2000), origina-se da preocupação de que o 
pesquisador não “mergulhe” de forma confusa num mundo de informações que 
ele não possa ordenar. 
O uso de vinte e quatro categorias socioocupacionais, descritas a seguir, 
partindo do agrupamento de mais de quatrocentas ocupações do Censo 
5 Segundo o autor devemos tomar como referência os trabalhos desenvolvidos por Tabard 
(1993), Chenu e Tabard (1993) e Wright (1964), sobre as categorias socioocupacionais, 
construídas a partir da combinação de variáveis de renda, de ocupação e de grau de instrução. 
38
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 39
Metropolitana de Natal
Demográfico de 2000, utilizando filtros de renda e grau de instrução, desponta 
como importante “arma” de explicação da estruturação do espaço social da 
cidade; a partir da identificação de padrões de localização residencial da 
população. 
Categorias Socioocupacionais (Cat’s) 
– Grandes Empregadores 
– Dirigentes do Setor Público 
– Dirigentes do Setor Privado 
– Profissionais Autônomos de Nível Superior 
– Profissionais Empregados de Nível Superior 
– Profissionais Estatutários de Nível Superior 
– Professores de Nível Superior 
– Pequenos Empregadores 
– Ocupações de Escritório 
– Ocupações de Supervisão 
– Ocupações Técnicas 
– Ocupações Médias da Saúde e Educação 
– Ocupações da Segurança Pública, Justiça e Correios 
– Ocupações Artísticas e Similares 
– Trabalhadores da Indústria Moderna 
– Trabalhadores da Indústria Tradicional 
– Trabalhadores dos Serviços Auxiliares 
39
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 40
Metropolitana de Natal
– Trabalhadores da Construção Civil 
– Trabalhadores do Comércio 
– Prestadores de Serviços Especializados 
– Prestadores de Serviços Não-Especializados 
– Trabalhadores Domésticos 
– Ambulantes e Catadores 
– Agricultores 
A escolha da unidade espacial de análise depende da desagregação do 
território da cidade, em áreas a partir das quais possibilitasse o estudo da 
variação da distribuição da população no território da metrópole, capturando a 
maior diferenciação social do espaço. 
É necessário que a desagregação seja suficientemente fina para que ela 
não imponha sua própria lógica, mas, ao contrário, deixe transparecer “todas 
as continuidades, as rupturas e as linhas de forças segundo as quais se 
organiza o espaço social da cidade” (GRAFMEYER; 1999. 100 apud RIBEIRO; 
2000; p. 20). 
Contudo, a grande dificuldade de identificação dessas áreas é o fato de 
elas já estarem organizadas geograficamente segundo critérios de 
regionalização estabelecidos pelo IBGE. 
Há pelo menos dois tipos de espacialização com um nível de 
desagregação satisfatória disponibilizadas pelo IBGE, as informações 
sociodemográficas estão distribuídas na escala dos setores censitários e das 
Áreas de Ponderação da Amostra (AREAP). 
40
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 41
Metropolitana de Natal
Segundo o IBGE (2000), o setor censitário é definido como a unidade de 
coleta na qual mora cerca de mil pessoas e cuja extensão permite ser 
percorrida pelo recenseador; enquanto as áreas de ponderação definem-se 
como sendo uma unidade geográfica, formada por um agrupamento 
mutuamente exclusivo de setores censitários, para aplicação dos 
procedimentos de calibração das estimativas com as informações conhecidas 
para a população como um todo. Nesse sentido, a área de ponderação é a 
unidade espacial mínima onde a amostra do Censo Demográfico de 2000 é 
representativa6.
A dificuldade de trabalhar com o nível de desagregação provinda dos 
setores censitários se deve ao fato de que a região metropolitana apresenta um 
grande número de setores (mais de novecentos setores), esse alto nível de 
desagregação acaba representando um problema quanto a sua 
representatividade estatística, dado ao seu pequeno tamanho demográfico. 
Devemos complementar também, que o IBGE não disponibiliza os dados da 
amostra por setor censitário. 
De acordo com Ribeiro (2000) a utilização de medidas sintéticas, tais 
como os índices de dissimilaridade e de segregação são fortemente 
influenciados pelas diferenças demográficas entre as áreas. O autor explica 
ainda que: 
O tamanho demográfico também favorece para mais ou para menos 
o resultado da análise em termos de maior ou menor diferenciação 
social dos espaços. Por último o tamanho demográfico também tem 
implicações na confiabilidade estatística dos dados (RIBEIRO, 2000, 
p. 20). 
6 Cabe ressaltar que, o questionário aplicado pelo Censo Demográfico de 2000 do IBGE, com 
quesitos socioeconômicos e demográficos, é aplicado numa amostra de 10% dos domicílios 
e não de forma censitária. 
41
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 42
Metropolitana de Natal
Portanto, a unidade territorial tomada como base para construção da 
Tipologia Socioespacial foram às áreas de ponderação, usualmente chamadas, 
nesse trabalho, de áreas de expansão demográfica (AED’s). 
A utilização dasáreas de expansão demográfica justifica-se por 
reproduzirem a área mínima, fornecida pelo IBGE através dos dados do Censo 
Demográfico de 2000, capaz de possibilitar a análise da variação da 
distribuição da população, também largamente utilizada como fonte de dados 
para o desenvolvimento da pesquisa. O instituto reforça que: 
O tamanho dessas áreas, em termos de número de domicílios e de 
população, não pode ser muito reduzido, sob pena de perda de 
precisão de suas estimativas. As áreas de ponderação foram 
definidas considerando essa condição e, também, os níveis 
geográficos mais detalhados da base operacional, como forma de 
atender a demandas por informações em níveis geográficos menores 
que os municípios (IBGE, 2000, p. 63).
De acordo com as informações do Censo Demográfico de 2000, a 
Região Metropolitana de Natal encontra-se subdividida perante trinta e seis 
áreas de expansão demográfica (AED), mostrada a seguir, pelo Mapa 1. 
42
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 43
Metropolitana de Natal
Mapa 1 
 Áreas de Expansão Demográfica – RM de Natal – 2000 
43
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 44
Metropolitana de Natal
Tendo em mãos as trinta e seis áreas de expansão demográfica e as 
vinte e quatro categorias socioocupacionais, realizamos, inicialmente, uma 
análise fatorial para agrupar as vinte e quatro categorias socioocupacionais 
encontradas inicialmente e listadas anteriormente, em oito fatores, 
denominados: Superior; Médio Superior; Médio; Médio Inferior; Popular 
Operário; Popular; Popular Agrícola; e Agrícola.
 Depois foi realizado uma análise de correspondência – a qual 
representa uma técnica multivariada que possibilita estudar a relação existente 
entre várias categorias de variáveis em estudo – para relacionar esses fatores 
com as trinta e seis áreas de expansão demográfica da Região Metropolitana 
de Natal. Com essa análise foi possível caracterizar cada área de expansão 
demográfica segundo as condições socioocupacionais de sua população 
residente (Mapa 2)7.
Segundo Ribeiro (2000), o mapa construído a partir da tipologia 
representa a geografia da divisão social do espaço metropolitano. Sendo 
assim, atendendo os nossos anseios, é possível identificar os princípios pelos 
quais, o espaço social da Região Metropolitana de Natal se divide, sintetizando 
em oito áreas-tipo que retratam a hierarquia socioespacial da metrópole, 
visualizada no Mapa 2 mostrado a seguir. 
A partir da análise do Mapa 2 a Tabela 1/A (anexo) – a qual detalha a 
distribuição de cada categoria socioocupacional perante cada tipo 
socioespacial, partiu-se para breve análise sobre a distribuição espacial dos 
tipos socioespaciais na Região Metropolitana de Natal, identificando a 
7 Ribeiro (2000) sugere para descrição das técnicas multivariadas utilizadas, ver Sanders (1989) e 
Fenelon (1981). 
44
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 45
Metropolitana de Natal
participação das categorias socioocupacionais mais representativas em cada 
um dos tipos. 
45
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 46
Metropolitana de Natal
Mapa 2
Tipologia Socioespacial – RM de Natal – 2000 
46
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 47
Metropolitana de Natal
1. 2 – Descrição da distribuição territorial dos tipos socioespaciais
Os espaços superiores, no qual representa as áreas do Parque das 
Dunas, Capim Macio, Petrópolis, Tirol e Candelária, são caracterizados por 
concentrarem significativamente a “Elite Dirigente”. Cerca de 54% dos grandes 
empregadores estão localizados nessas Áreas de Expansão Demográfica
(AED’s), havendo também a participação dos dirigentes do setor público, 35%, 
e dirigentes do setor privado, 30%. Pode-se visualizar algumas dessas áreas 
nas Figuras mostradas abaixo (Figuras 1, 2, 3 e 4). 
Tipologia Socioespacial Superior 
Figura 1: Capim Macio 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
47
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 48
Metropolitana de Natal
Figura 2: Petrópolis 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
Figura 3: Tirol 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
 
Figura 4: Candelária 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
48
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 49
Metropolitana de Natal
 Outra categoria que apresenta forte peso na ocupação desses espaços 
são as responsáveis pela “Elite Intelectual”, as quais concentram cerca de 36% 
dos profissionais autônomos de Nível Superior, 37% dos profissionais 
empregados de nível superior, 42% dos profissionais estatutários de nível 
superior e 30% dos professores de nível superior. 
 As categorias socioocupacionais referentes às ocupações médias, 
também apresentam uma sensível participação nos espaços do tipo superior, 
porém numa proporção inferior, variando entre 10% e 21% . 
 Analisando preliminarmente a distribuição espacial desse tipo, ressalta-
se a sua concentração em áreas já tradicionalmente habitadas por uma classe 
social mais abastada, ou seja, parte da elite natalense. 
 Os espaços Médio-Superiores têm sua participação nas categorias 
socioocupacionais bem semelhantes aos espaços superiores, no entanto, com 
maior grau de mistura no que condiz a uma colaboração mais significativa, no 
que se refere à participação das categorias das “ocupações médias”, como 
também uma menor participação das categorias pertencentes a “Elite 
Dirigente” e “Intelectual”. 
 As áreas de expansão demográfica, onde este tipo está concentrado, 
são as áreas de Ponta Negra, Lagoa nova e Nova Descoberta (Figura 5, 6 e 7). 
49
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 50
Metropolitana de Natal
Tipologia Socioespacial Médio-Superior 
Figura 5: Ponta Negra
Fonte: Acervo Setur-RN, 2006. 
Figura 6: Lagoa Nova 
Fonte: Acervo Semurb, 2006.
Figura 7: Nova Descoberta 
 Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
50
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 51
Metropolitana de Natal
 O caso de Ponta Negra em especial, chama a atenção pela sua não 
participação entre os espaços do tipo Superior. 
 A hipótese levantada é que no interior dessa AED, ocorra a presença de 
áreas que são caracterizadas por apresentarem uma considerável colaboração 
das “Ocupações Médias”, como o “Conjunto de Ponta Negra”, como também 
uma sensível participação da categoria dos “Trabalhadores do Terciário Não-
Especializado”, concentrado em parcela significativa da população que compõe 
a “Vila de Ponta Negra”. 
 No que se refere aos espaços médios à participação da “Elite Dirigente” 
e “Intelectual”, se comparada com os demais tipos descritos anteriormente, 
apresentam-se em uma proporção inferior, configurando um grau de mistura 
superior a elas, justificado em parte pela colaboração das “Ocupações Médias” 
e dos “Trabalhadores do Terciário Especializado”. Esse tipo está distribuído 
dentre as áreas de Barro Vermelho, Lagoa Seca, Alecrim; Neópolis; Pitimbú; e 
Parnamirim – Centro – Br 101 (área onde estão localizados os bairros como 
Cidade Verde e Nova Parnamirim) (Figuras 8, 9, 10, 11, 12 e 13). 
Tipologia Socioespacial Médio 
Figura 8: Barro Vermelho 
 Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
51
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 52
Metropolitana de Natal
Figura 9: Lagoa Seca 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
 
Figura 10: Alecrim 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
 
. 
Figura 11: Neópolis 
Fonte: Acervo Semurb, 2006. 
52
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 53
Metropolitana de Natal
Figura 12: Pitimbú
Fonte: Acervo Semurb, 2006.
Figura 13: Parnamirim Centro – BR 101
Fonte: Acervo Semurb, 2006.
Os espaços Médio-Inferiores despontam como o tipo de transição entre 
as duas pontas da estruturasocioespacial da Região Metropolitana de Natal,
se configurando como tipo com alto nível de mistura perante as categorias
socioocupacionais, tendo em sua formação tanto a participação das
“Ocupações Médias” quanto à colaboração das categorias mais populares 
como, “Trabalhadores do Terciário Não-Especializado”.
53
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 54
Metropolitana de Natal
 Esse tipo encontra-se distribuído nas áreas do, Potengi, Bairro Nordeste-
Quintas, Dix-sept-Rosado – Nazaré e a área referente à Cidade da Esperança.
(Figuras 14, 15, 16, 17, 18 e 19). 
Tipologia Socioespacial Médio-Inferiores 
Figura 14: Potengi
Fonte: Acervo Semurb, 2006.
Figura 15: Bairro Nordeste
 Fonte: Acervo Semurb, 2006.
54
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 55
Metropolitana de Natal
Figura 16: Quintas
Fonte: Acervo Semurb, 2006.
Figura 17: Dix-Sept Rosado
 Fonte: Acervo Semurb, 2006
Figura 18: Bairro de Nazaré
 Fonte: Acervo Semurb, 2006
55
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 56
Metropolitana de Natal
Figura 19: Cidade da Esperança 
Fonte: Acervo Semurb, 2006
Essas AED’s são caracterizadas por apresentarem categorias como as
“Ocupações Médias”, destacando-se as participações nas ocupações artísticas 
e similares (14%), ocupações de escritório (cerca de 17%), ocupações médias
de saúde e educação (aproximadamente 16%); “Trabalhadores do Terciário 
Especializado”; e “Trabalhadores do Terciário Não-Especializado”.
Os espaços Popular-Operários encontram-se distribuídos dentre as 
AED’s de, Santos Reis – Praia do Meio- Areia Preta – Mãe Luíza, Cidade Alta – 
Ribeira – Rocas, Parnamirim – Centro Antigo – Aeroporto – Catre e Parnamirim
– Centro – CLBI – Pium – Pirangi. Nas figuras que se seguem, pode-se 
visualizar algumas áreas que compõe a tipologia socioespacial Popular-
operário (Figuras de 20 a 29). 
56
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 57
Metropolitana de Natal
Tipologia Socioespacial Popular-Operário 
Figura 20: Santos Reis
Fonte: Acervo Semurb, 2006
Figura 21: Praia do Meio
Fonte: Acervo Semurb, 2006
Figura 22: Areia Preta
Fonte: Acervo Semurb, 2006
57
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 58
Metropolitana de Natal
Figura 23: Mãe Luiza
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
Figura 24: Cidade Alta
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
 
Figura 25: Ribeira 
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
58
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 59
Metropolitana de Natal
Figura 26: Rocas
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
 
Figura 27: Aeroporto de Parnamirim 
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
Figura 28: Parnamirim - CLBI
Fonte: Acervo Semurb, 2006 
59
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 60
Metropolitana de Natal
Figura 29: Parnamirim - Pirangi 
 Fonte: Acervo Semurb, 2006 
 Essas AED’s são caracterizadas por apresentarem considerável 
participação das categorias dos “Trabalhadores do Terciário Especializado”, 
sofrendo sensível tendência as categorias socioocupacionais dos 
“Trabalhadores do Secundário”, onde se destacam a participação dos 
Operários dos serviços auxiliares, cerca de 16%, e dos operários da construção 
civil (aproximadamente 15%). 
 Verifica-se também, a colaboração de categorias socioocupacionais 
como, a dos “Trabalhadores do Terciário Não-Especializado”, dado a 
colaboração de cerca de 14% dos Trabalhadores Domésticos e 16% dos 
ambulantes e catadores. 
 Nos espaços populares, cai fortemente a participação das categorias 
médias e superiores, passando a ter maior significância à participação dos 
“Trabalhadores do Terciário Especializado”, “Trabalhadores do Terciário Não-
Especializados” - só o peso sobre a categoria dos Ambulantes e Catadores, por 
exemplo, é de cerca de 17%. Também é preciso ressaltar a considerável 
participação desse tipo sobre os “Trabalhadores do Setor Secundário”, 
60
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 61
Metropolitana de Natal
responsável por abarcar uma parcela de quase 23% dos trabalhadores da 
indústria moderna em torno de 22% de trabalhadores da indústria tradicional. 
 As AED’s que compõem esse tipo são: a Parte urbana de Macaíba, os 
Agregados de Distrito de São Gonçalo do Amarante, Salinas – Igapó, Nossa 
Senhora da Apresentação, Lagoa Azul, Pajuçara – Redinha, Bom Pastor,
Felipe Camarão, Cidade Nova – Guarapes – Planalto, Parnamirim – Centro – 
Distrito Industrial, Parnamirim – Centro – Área Comercial e a Parte Urbana de 
Ceará - Mirim (Figuras de 30 a 45 ). 
Tipologia Socioespacial Popular 
 
Figura 30: Macaíba – Zona Urbana
Fonte: Observatório das Metrópoles, 2006 
Figura 31: Agreg. Distrito S. Gonçalo do Amarante 
Fonte: Acervo Samurb, 2006 
61
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 62
Metropolitana de Natal
Figura 32: Salinas
Fonte: Acervo Samurb, 2006 
Figura 33: Igapó
Fonte: Acervo Samurb, 2006 
Figura 34: Nosso Senhora da Apresentação
Fonte: Acervo Samurb, 2006 
62
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 63
Metropolitana de Natal
Figura 35: Lagoa Azul
Fonte: Acervo Samurb, 2006 
Figura 36: Pajuçara
Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 37: Redinha
Fonte: Acervo Samurb, 2006
63
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 64
Metropolitana de Natal
Figura 38: Bom Pastor
Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 39: Felipe Camarão
 Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 40: Guarapes 
Fonte: Acervo Samurb, 2006
64
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 65
Metropolitana de Natal
Figura 41: Planalto 
Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 42: Parnamirim Distrito Industrial 
Fonte:
Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 43: Parnamirim Área Comercial 
Observatório das Metrópoles, 2006
65
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 66
Metropolitana de Natal
Figura 44: Ceará Mirim – Zona Ur ana b
Fonte: Acervo Samurb, 2006
As AED’s que compõem o tipo Popular-Agrícola são caracterizadas por 
serem áreas que apesar de terem um considerável peso da categoria Agrícola 
em sua composição, se destaca por sua participação em torno das ocupações 
mais populares, concentrando consideravelmente as suas ocupações na 
categoria dos Trabalhadores do Terciário Não-Especializado, possibilitando 
com que essas AED’s se diferenciem de uma tipologia eminentemente 
agrícola.
 As AED’s que fazem parte desse tipo são Nísia Floresta, São José do 
Mipibu, Monte Alegre, Extremoz e o Distrito de São Gonçalo do Amarante
(Figuras 45, 46, 47, 48 e 49). 
 Deve-se ressaltar, que dado os critérios estabelecidos pelo IBGE, o nível 
de desagregação acaba unindo os setores urbanos e rurais em uma só AED, 
propiciando de certa forma o “mascaramento” dos dados. Sendo possível à 
desagregação das informações, separando os dados para os setores rurais e 
posteriormente para os setores urbanos, será verificado que as áreas 
responsáveis pelas zonas rurais de Nísia Floresta, São José do Mipibu, Monte 
66
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 67
Metropolitana de Natal
Alegre e Extremoz passariam a compor o tipo Agrícola, devido o forte peso que 
essa ocupação detém nessas áreas. 
Tipologia Socioespacial Popular-Agrícola
Figura 45: Nísia Floresta 
Fonte: Acervo Samurb, 2006
Figura 46: São José do Minpibú 
Fonte: Observatório das Metrópoles, 2006 
67
Distribuição Socioespacial dos Fatores Dinâmicos da População na Região 68
Metropolitana de Natal
Figura 47: Monte Alegre

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