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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE INSTITUTO METRÓPOLE DIGITAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Daniel Lobão dos Santos Figueiredo Xavier: um software educativo para avaliação de mapas conceituais. Natal/RN 2019 Daniel Lobão dos Santos Figueiredo Xavier: um software educativo para avaliação de mapas conceituais. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais do Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profa. Dra. Célia Maria de Araújo Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Affonso Henderson Guedes de Oliveira Natal/RN 2019 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Figueiredo, Daniel Lobão dos Santos. Xavier: um software educativo para avaliação de mapas conceituais / Daniel Lobão dos Santos Figueiredo. - 2019. 100 f.: il. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Metrópole Digital, Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais. Natal, RN, 2020. Orientadora: Profª. Drª. Célia Maria de Araújo. Coorientador: Prof. Dr. Luiz Affonso Henderson Guedes de Oliveira. 1. Engenharia de Software - Dissertação. 2. Mapas Conceituais - Avaliação - Dissertação. 3. Avaliação da Aprendizagem - Dissertação. 4. Tecnologia Educacional - Dissertação. 5. Ambientes Virtuais de Aprendizagem- Dissertação. 6. Software Educativo Xavier - Desenvolvimento - Dissertação. I. Araújo, Célia Maria de. II. Oliveira, Luiz Affonso Henderson Guedes de. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 004.41(043) Elaborado por Kalline Bezerra da Silva - CRB-15 /327 Daniel Lobão dos Santos Figueiredo Xavier: um software educativo para avaliação de mapas conceituais. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais do Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do grau de Mestre. Aprovada em: 31 de outubro de 2019 BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Célia Maria de Araújo (UFRN) Presidente Prof. Dr. Nuno Miguel Marques de Souza Oliveira (UAB) Membro externo Prof. Dr. Plácido Antônio de Souza Neto (IFRN) Membro externo Prof. Dr. Luiz Affonso Henderson Guedes de Oliveira (UFRN) Membro interno AGRADECIMENTOS A toda a comunidade do PPgITE pelos constantes incentivos. Ao professor Affonso por aceitar participar dessa jornada. À professora Célia, por nunca ter desistido de mim, mesmo quando eu já havia. Aos meus alunos e alunas, por quem eu tento ser melhor do que sou. Aos meus amigos, novos e antigos, pela companhia e irmandade sempre mútuas. À Morgana, pela companhia constante. À minha família, a quem muito devo, e para sempre retribuirei. Para aqueles sonhadores que, assim como eu, acreditam em transformar a sociedade e abrir caminho para um futuro melhor através da educação e da tecnologia. O general que avança sem desejar fama e recua sem temer o descrédito, cujo único pensamento é proteger seu país e prestar um bom serviço ao soberano, é a jóia do reino. SUN TZU RESUMO Com as revoluções tecnológicas e pedagógicas ocorridas desde o século passado, os processos de ensino e aprendizagem vêm se alterando em um ritmo acelerado, entretanto o mesmo não acontece de forma tão evidente com as formas de avaliação. Por exemplo, no Brasil os principais instrumentos de avaliação da educação a nível nacional são objetivos, como o SAEB, Prova Brasil, ANA, ENEM, ENADE e outros. Considerado o universo de 18 milhões de discentes do ensino médio e superior em 2018 essa é uma estratégia compreensível. Mas não deveria ser replicada dentro de cada sala de aula individualmente, cujos universos particulares são em quantidade muito menor, com apenas dezenas de discentes. Nesse contexto podem ser utilizadas outras formas de avaliação, como avaliações subjetivas. Considerado isso, mapas conceituais já se estabeleceram como um instrumento pedagógico apropriado para visualização e avaliação subjetiva da aprendizagem. Dentro da perspectiva avaliativa é comum nas instituições, incluindo o IFRN, locus deste trabalho, serem estabelecidos três principais formas: diagnóstica, formativa e somativa. Mapas conceituais costumam ser usados como instrumentos diagnósticos e formativos, mas dificilmente como instrumentos somativos, por serem considerados qualitativos e não quantitativos. Apesar de já existirem programas de computador que permitem a criação e manipulação de mapas conceituais, existe uma lacuna a ser preenchida: softwares que auxiliem a avaliação somativa de mapas conceituais. Existem critérios utilizados para avaliação e correção de mapas conceituais, mas inexistem ferramentas digitais que os utilizem apropriadamente, ou que permitam que os docentes criem seus próprios critérios. A partir dessa necessidade, propõe-se este trabalho, que se trata de uma pesquisa aplicada que teve como objetivo geral desenvolver o software Xavier, seguindo o processo de engenharia de software proposta por Sommerville (2011). Metodologicamente, os objetivos específicos deste trabalho são: descrever critérios para avaliação de mapas conceituais e sua aplicação computacional; estabelecer metodologia para o uso do software; conceituar, projetar e desenvolver o software educativo. Para a produção dos artefatos de software das etapas de conceituação e projeto foram utilizadas as ferramentas Lucidchart e Astah Professional 8.1. Na etapa de construção foram usadas as ferramentas Apache 2.4, MariaDB 10.4, PHP 7.3 e phpMyAdmin 4.9, a resultar na disponibilização do software no domínio www.xavieredu.com.br. A perspectiva teórica necessária para embasar o aspecto educacional está pautada nas concepções de Luckesi (2011), Moreira (2015), Novak e Cañas (2010) e Viana (2016). Com a disponibilização do Xavier, espera-se difundir o uso de mapas conceituais e sua aplicação enquanto avaliação da aprendizagem. Palavras-chave: Mapas Conceituais; Avaliação da Aprendizagem; Avaliação de Mapas Conceituais; Tecnologia Educacional; Ambientes Virtuais de Aprendizagem; ABSTRACT Due to the technological and pedagogical revolutions that have occurred since the last century the teaching and learning processes have been changing at a fast pace, however the same is not so evident with the forms of assessment. For example, in Brazil the main instruments of education assessment at national level are objective, such as SAEB, Prova Brasil, ANA, ENEM, ENADE and others. Considering the universe of 18 million high school and college students in 2018, this is an understandable strategy. But it should not be replicated within each individual classroom, whose private universes are much smaller, with only dozens of students. In this context other forms of evaluation may be used, such as subjective evaluations. Considering this, concept maps have already been established as an appropriate pedagogical instrument for visualization and subjective assessment of learning. Within the evaluative perspective, it is common in institutions, including the IFRN, locus of this work, to establish three main forms: diagnostic, formative and summative.Concept maps are often used as diagnostic and formative tools, but hardly as summative tools because they are considered qualitative rather than quantitative. Although there are already computer programs that allow the creation and manipulation of concept maps, there is a gap to be filled: software that assists in the summative evaluation of concept maps. There are criteria used to evaluate and correct concept maps, but there are no digital tools to use them properly, or to allow teachers to create their own criteria. From this need, this work arises, which is an applied research that aimed to develop the Xavier software, following the software engineering process proposed by Sommerville (2011). Methodologically, the specific objectives of this work are: to describe criteria for evaluation of conceptual maps and their computational application; establish methodology for the use of the software; conceptualize, design and develop the educational software. To produce the software artifacts of the conceptualization and design stages, the Lucidchart and Astah Professional 8.1 tools were used. In the construction phase were used the tools Apache 2.4, MariaDB 10.4, PHP 7.3 and phpMyAdmin 4.9, resulting in the availability of the software in the domain www.xavieredu.com.br. The theoretical perspective needed to support the educational aspect is based on the conceptions of Luckesi (2011), Moreira (2015), Novak and Cañas (2010) and Viana (2016). With the availability of Xavier, it is expected to spread the use of concept maps and their application as a learning assessment. KEYWORDS: Concept Maps; Learning Assessment; Assessment of Concept Maps Educational technology; Virtual Learning Environments; LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Conceitos pertencentes a Teoria Ausubeliana 22 Figura 2 - Um mapa conceitual 24 Figura 3 - Tipos de avaliação de acordo com Bloom 26 Figura 4 - Quantidade de artigos do CEIE removidos por critérios 34 Figura 5 - Quantidade de artigos do CEIE remanescentes por ano 35 Figura 6 - Quantidade de artigos do CAPES removidos por critérios 36 Figura 7 - Quantidade de artigos do CAPES remanescentes por ano 37 Figura 8 - Liberdade de Estrutura e Conteúdo em Mapas Conceituais 39 Figura 9 - Parâmetros para Análise Estrutural 40 Figura 10 - Parâmetros para Análise Estrutural Relativa (Conectividade) 41 Figura 11 - Tela de Turmas (Google Sala de Aula) 46 Figura 12 - Tela de Progresso por Habilidade de Turma (KhanAcademy) 47 Figura 13 - Estatísticas de uma Seção/Turma (Code.org) 48 Figura 14 - Exemplo de um mapa conceitual no CMapTools 49 Figura 15 - Exemplo de um mapa conceitual no CMapCloud 50 Figura 16 - Diagrama de Caso de Uso 53 Figura 17 - Representação visual do Mapa de Objetivos 56 Figura 18 - Telas pré-login (Protótipos 1 a 4 do Apêndice A) 57 Figura 19 - Tela de entrada de docente (Protótipo 5 do Apêndice A) 58 Figura 20 - Tela de criação de avaliação (Protótipo 8 do Apêndice A) 59 Figura 21 - Diagrama Entidade-Relacional 60 Figura 22 - Representação simplificada da arquitetura tecnológica 63 Figura 23 - Exemplo de arquivo CXL 65 Figura 24 - Exemplo de PHP (SimpleXML) 67 Figura 25 - Mapa de Referência (Docente) 68 Figura 26 - Lista de Conceitos 69 Figura 27 - Mapa de Resposta (a partir da lista) 70 Figura 28 - Tela de correção 71 Figura 29 - Coloração do mapa corrigido 72 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Síntese dos artigos do CEIE 35 Quadro 2 - Síntese dos artigos do portal “periódicos. CAPES”. 38 Quadro 3 - Sequência Pedagógica 42 Quadro 4 - Atores do sistema 53 Quadro 5 - Casos de Uso de Usuário 54 Quadro 6 - Casos de Uso de Docente 54 Quadro 7 - Casos de Uso de Discente 55 Quadro 8 - Principais tags CXL 65 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANA Avaliação Nacional da Alfabetização CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEIE Comissão Especial de Informática na Educação CSS Cascading Style Sheets ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENCCEJA Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos ENEM Exame Nacional do Ensino Médio ER Entidade-Relacionamento HTML HyperText Markup Language IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IGC Índice Geral de Cursos IFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte IHMC Institute for Human & Machine Cognition IMD Instituto Metrópole Digital INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira MEC Ministério da Educação MORE Mecanismo Online para Referências PHP PHP: Hypertext Preprocessor PPgITE Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais RN Rio Grande do Norte SBC Sociedade Brasileira de Computação SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas SQL Structured Query Language SUAP Sistema Unificado de Administração Pública UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UML Unified Modeling Language SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 14 1.1 Objetivos 17 1.1.1 Objetivo Geral 17 1.1.2 Objetivos Específicos 18 1.2 Estrutura da Dissertação 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20 2.1 Aprendizagem Significativa 20 2.2 Mapas Conceituais 22 2.3 Avaliação da Aprendizagem 24 3 METODOLOGIA PROPOSTA 30 3.1 Estado da Arte 30 3.1.1 Protocolo de Revisão Sistemática 31 3.1.2 Resultados Obtidos 33 3.2 Avaliação de Mapas Conceituais 38 3.2.1 Análise Estrutural 39 3.2.2 Análise de Quantidades Nucleares 39 3.2.3 Análise de Conectividade 40 3.2.4 Análise Conceitual ou Semântica 41 3.3 Proposta Pedagógica de Avaliação de Mapas Conceituais 42 4 FERRAMENTAS E O SOFTWARE XAVIER 44 4.1 Investigação Contextual 45 4.1.1 Google Sala de Aula 45 4.1.2 KhanAcademy 46 4.1.3 Code.org 47 4.1.4 CMapTools 48 4.1.5 CMapCloud 49 4.2 Conceituação e Projeto 50 4.3 Protótipo Funcional 61 5 RESULTADOS 68 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 73 REFERÊNCIAS 76 APÊNDICES 88 14 1 INTRODUÇÃO A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto. Darcy Ribeiro A organização da educação formal no Brasil e no mundo enfrenta inúmeros desafios: na medida em que a tecnologia se insere de forma constante e ininterrupta na sociedade, sua inserção nos processos de ensino e aprendizagem não tem sido no mesmo ritmo ou escala. São muitos fatores que podem ser levantados para essa questão, desde o processo de formação para a docência por meio de licenciaturas, de infraestrutura das escolas, de estruturas das organizações e de fatores sociais. No Ministério da Educação (MEC)1, a execução dos censos educacionais fica a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)2. Dentre os dados disponibilizados recentemente, de acordo com o Censo Escolar 20183, existem aproximadamente 6,6 milhões de discentes matriculados no Ensino Médio no Brasil, e, aproximadamente, três milhões no Ensino de Jovens e Adultos (CENSO ESCOLAR, 2019). Além disso, de acordo com o Censo da Educação Superior4 há também aproximadamente 8,5 milhões de discentes no nível superior (CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2019). Deste modo, apenas no Brasil existe um universo de aproximadamente 18 milhões de discentes que serão continuamente avaliados em sua aprendizagem ao longo dos próximos anos dentro dos anos finais da educaçãobásica e no nível superior. Dentro da educação formal, estamos muito familiarizados com mecanismos de avaliação objetiva, por meio de questões de múltipla escolha, pois elas se encontram presentes em instrumentos aplicados desde o início da vida educacional, como por 1 Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 5 de out. 2019. 2 Disponível em: http://inep.gov.br. Acesso em: 5 de out. 2019. 3 Disponível em: http://inep.gov.br/web/guest/censo-escolar. Acesso em: 5 de out. 2019. 4 Disponível em: http://inep.gov.br/web/guest/censo-da-educacao-superior. Acesso em: 5 de out. 2019. http://portal.mec.gov.br/ http://inep.gov.br/ http://inep.gov.br/web/guest/censo-escolar http://inep.gov.br/web/guest/censo-da-educacao-superior 15 exemplo: Provinha Brasil5, Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)6, Prova Brasil7, Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)8. Ressalta-se que instrumentos avaliativos objetivos são ainda mais utilizados após o final da educação básica, como: Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)9, Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA)10 e Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE)11. Essa percepção é corroborada por Luckesi (2011, p. 429): “De 1988 pra cá vêm-se implantando no Brasil avaliações nacionais, de larga escala, sobre a educação no país”. Além de estar presente em qualquer concurso ou forma de seleção para ingressar no sistema educacional público (Rede Federal) ou para se tornar empregado ou servidor público, em qualquer um dos três poderes ou dos três níveis de governo. É possível inferir que esses instrumentos não são utilizados por acaso, e que, provavelmente, são escolhidos pela alta escala com que podem ser aplicados, e pela facilidade com que os dados podem ser categorizados e visualizados. É a partir desses dados que temos ferramentas de análise de desempenho como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)12, Índice Geral de Cursos (IGC)13, Avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação14 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de outras. Mecanismos de avaliação da aprendizagem apenas objetivos, apesar de práticos, têm grandes limitações, pois para se analisar algo objetivamente, precisa-se de forma também objetiva ignorar todo um outro universo de conhecimento disponível que deveria ser considerado numa análise mais ampla: “A sociedade burguesa é excludente, os exames também o são. Os exames reproduzem o modelo de 5 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/provinha-brasil. Acesso em: 5 de out. 2019. 6 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/saeb. Acesso em: 5 de out. 2019. 7 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/sobre-a-anresc-prova- brasil-aneb. Acesso em: 5 de out. 2019. 8 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/sobre-a-ana. Acesso em: 5 de out. 2019. 9 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/enem. Acesso em: 5 de out. 2019. 10 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/encceja. Acesso em: 5 de out. 2019. 11 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/enade. Acesso em: 5 de out. 2019. 12 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/ideb. Acesso em: 5 de out. 2019. 13 Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/indice-geral-de-cursos-igc-. Acesso em: 5 de out. 2019. 14 Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao. Acesso em: 5 de out. 2019. http://portal.inep.gov.br/provinha-brasil http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/saeb http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/sobre-a-anresc-prova-brasil-aneb http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/sobre-a-anresc-prova-brasil-aneb http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/sobre-a-ana http://portal.inep.gov.br/web/guest/enem http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/encceja http://portal.inep.gov.br/web/guest/enade http://portal.inep.gov.br/web/guest/ideb http://portal.inep.gov.br/web/guest/indice-geral-de-cursos-igc- http://www.capes.gov.br/avaliacao 16 sociedade” (LUCKESI, 2011, p. 426). Paralelamente, é inviável transpor para o outro oposto com uma avaliação exclusivamente subjetiva, pois torna-se uma tarefa hercúlea executar avaliações subjetivas em larga escala. Seu tempo de correção é muito maior do que o tempo necessário para corrigir avaliações objetivas, e seus critérios têm de ser muito claros para diminuir a necessidade de novas correções, ao passo que as avaliações objetivas podem até mesmo serem corrigidas automaticamente mediante a leitura ótica de folhas de gabaritos. Pedagogicamente, é defensável que as avaliações devam migrar de uma visão objetiva para uma visão subjetiva. Ou, ao menos, para alguma forma mais equilibrada entre ambas. Aqui, a questão colocada é a seguinte: de que forma podemos fazer essa transição, considerando as dificuldades inerentes a ela? Sobre isso, Luckesi (2011) afirma que, na verdade, não existe avaliação quantitativa, mas somente qualitativa. Pelo fato de que, constitutivamente na avaliação quantitativa, a qualidade é atribuída tendo por base uma quantidade. Todas essas reflexões e questionamentos sobre benefícios e limitações de avaliações objetivas e subjetivas também são compartilhadas pelo autor desta dissertação ao longo de sua prática docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)15, iniciados em 2014, e elencado como lócus deste trabalho. Para melhor descrever o IFRN, existem mais de 40 mil discentes matriculados assim como dois mil docentes. Devido a parcerias16 estabelecidas institucionalmente entre o IFRN e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte (RN)17, podemos considerar também como público inicial (estendido) os discentes do RN, sendo aproximadamente 160 mil discentes do Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), além dos 120 mil discentes do Ensino Superior. Ou seja, considerando apenas o RN existem mais 300 mil discentes (CENSO ESCOLAR, 2019; CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2019) que serão avaliados por meio de algum, ou múltiplos, instrumentos avaliativos ao longo deste e do próximo ano. 15 Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br/. Acesso em: 5 de out. 2019. 16 Disponível em: https://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/ifrn-e-governo-do-rn-assinam- convenio-para-desenvolvimento-da-educacao-profissional-no-estado-1. Acesso em: 5 de out. 2019. 17 Disponível em: http://www.rn.gov.br/. Acesso em: 5 de out. 2019. http://portal.ifrn.edu.br/ https://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/ifrn-e-governo-do-rn-assinam-convenio-para-desenvolvimento-da-educacao-profissional-no-estado-1 https://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/ifrn-e-governo-do-rn-assinam-convenio-para-desenvolvimento-da-educacao-profissional-no-estado-1 http://www.rn.gov.br/ 17 Os pressupostos assumidos nesta dissertação são que avaliações objetivas, embora sejam mais restritivas quanto à abrangência dos aspectos de aprendizagem, são de simples adoção e de fácil aplicação em larga escala; enquanto que avaliações subjetivas podem captar aspectos mais amplos no processo de aprendizagem, mas têm implantação complexa, o que dificulta, possivelmente, sua adoção em larga escala. A proposta desenvolvida nesta dissertação foi motivada por uma demanda real, tanto profissional quanto institucional e organizacional, até mesmo governamental, para permitir avaliação subjetiva em larga escala, diminuindo o uso exacerbado de recursos como tempo e esforço normalmente associados a esse tipo de avaliação. Nessa perspectiva, a principal pergunta a ser respondida nesta dissertação é: como viabilizar a adoção de avaliações subjetivas em larga escala? Como há muitas formas possíveis para avaliação subjetiva, esta dissertação visa umaforma específica: avaliação subjetiva com uso de mapas conceituais. A escolha se deve ao fato de mapas conceituais estarem entre alguns dos instrumentos pedagógicos mais bem estabelecidos, e cuja fama o precede, apesar de ainda não serem amplamente utilizados no contexto de avaliação da aprendizagem. Um dos elementos que dificulta a utilização de mapas conceituais como instrumento de avaliação em larga escala é a ausência de mecanismos claros e amplamente difundidos que lhe permitam ser utilizado como ferramenta avaliativa, e não somente como instrumento pedagógico. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Propor uma metodologia que incorpore, em sala de aula, mecanismos mais objetivos para avaliar mapas conceituais, visando, assim, contribuir com a sua adoção em larga escala como instrumento de avaliação. Para isto, utilizando como base a 18 literatura disponível, será proposto um software educativo para avaliação somativa de mapas conceituais. 1.1.2 Objetivos específicos • Elaborar de uma proposta pedagógica para incorporação de mapas conceituais como instrumento avaliativo; • Conceber uma solução computacional que exiba as principais funcionalidades conceituais da metodologia proposta; • Desenvolver um ambiente computacional protótipo a ser utilizado. 1.2 Estrutura da dissertação Esta dissertação está estruturada em seis seções, assim apresentadas: i) Introdução, que trata sobre a temática, dando ênfase ao objeto de estudo do presente trabalho; a contextualização e definição do problema; justificativa, reafirmando a importância da pesquisa; e objetivos, geral e específicos; ii) Fundamentação Teórica, que contempla os pressupostos acerca da Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, dos Mapas Conceituais de Joseph Novak e da Avaliação da Aprendizagem por Benjamim Bloom; iii) Metodologia Proposta, para abordar a metodologia escolhida para o desenvolvimento do trabalho e o estado da arte, com o protocolo de revisão sistemática e resultados obtidos, adentrando em avaliação de mapas conceituais e proposta pedagógica para sua incorporação em sala; iv) Software Xavier, que descreve as ferramentas inspiradoras e correlatas, o processo de concepção, projeto e desenvolvimento do protótipo; v) Resultados, onde é apresentado o que foi produzido e onde está disponibilizado o software em sua versão finalizada; 19 vi) Considerações Finais, que apresentam as conclusões do trabalho, em que ressaltamos a importância de avaliação de mapas conceituais, e da contribuição efetuada mediante a ferramenta desenvolvida. 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Paulo Freire Para tornar possível a explicação da proposta de trabalho, e de que maneira o software funciona, é necessário abordar alguns conceitos fundamentais e seu arcabouço teórico. Para poder explicar e exemplificar de que forma mapas conceituais podem ser avaliados, é necessário abordar como a aprendizagem pode ser avaliada, assim como também o que são mapas conceituais, como eles foram propostos, a partir da aprendizagem significativa e qual a sua relevância. 2.1 Aprendizagem significativa Durante a década de 1960, nos Estados Unidos, David Ausubel definiu o que viria a ser a Teoria da Aprendizagem Significativa (MOREIRA, 2015). Essa teoria tem como um de seus elementos mais básicos a premissa de que aprender significa organizar e integrar conhecimento na estrutura cognitiva do aprendente. A aprendizagem significativa de Ausubel tem muitas similaridades com o pensamento da educação libertadora de Paulo Freire, em especial no que se refere a importância dos organizadores (conhecimentos) prévios, como âncoras de novo conhecimento a ser incorporado pelo educando (SANTANA, 2013; MOREIRA, 2015). As duas correntes pedagógicas também se definem através de um contraponto, que na teoria ausubeliana é tratada como Aprendizagem Mecânica, e na freiriana como Educação Bancária, ambas definindo um tipo de processo de aprendizagem por memorização, com menor interesse por parte do educando e menor valor intrínseco do conhecimento adquirido. Conforme Santana (2013), BRUM (2014) e MOREIRA (2015), para que a Aprendizagem Significativa ocorra, são necessárias duas condições simultâneas: o material instrucional utilizado precisa ser potencialmente significativo e o educando 21 deve manifestar uma pré-disposição para intencionalmente relacionar, de forma não literal e não arbitrária, o novo material a ser aprendido com algum conhecimento prévio de sua estrutura cognitiva. Quando isso ocorre, considera-se que está ocorrendo aprendizagem significativa, da mesma maneira que, se algum dos elementos citados faltar, estará ocorrendo a aprendizagem mecânica ou automática. Ainda, segundo esses autores, Ausubel categoriza três tipos de aprendizagem significativa: representacional, conceitual e proposicional. A representacional é a mais básica e nuclear de todas, e da qual as demais dependem. Envolve atribuição de significados de símbolos (palavras ou objetos), com suas representações, ocorrendo quando o significado dos símbolos se equipara aos referentes (objetos, acontecimentos) para o educando. A conceitual, que também é representada por símbolos (palavras), referindo-se aos significados dos conceitos, objetos, acontecimentos, que se representam por nomes ou palavras. “Aprender” é um exemplo desse caso, em que existe equivalência entre a palavra que representa um conceito e o próprio conceito. A proposicional é a mais complexa das três, não sendo “aprender” o que significa as palavras isoladamente, mas os significados expressos por grupos de palavras (conceitos) em forma de proposição (SANTANA, 2013; BRUM, 2014; MOREIRA, 2015). Na aprendizagem conceitual ou proposicional, a relação entre os conceitos pode se encontrar em três formas: subordinada, superordenada ou combinatória. A subordinada ocorre quando o educando já possui em sua estrutura cognitiva conceitos mais amplos em relação ao novo conteúdo a ser absorvido. A esse processo se dá o nome de diferenciação progressiva. A aprendizagem subordinada também pode ser dividida em derivativa, quando o novo conceito é um exemplo específico de um conceito mais amplo, ou correlativa, quando a relação for mais complexa que apenas um exemplo específico. A superordenada é quando os subsunçores são na verdade uma subcategoria do novo conhecimento, isto é, quando nenhum conhecimento prévio engloba o novo conceito, e então, para que o mesmo seja absorvido na estrutura cognitiva, ocorre a reconciliação integradora. A combinatória se mostra justamente nos casos em que não ocorre a subordinação nem superordenação, ou seja, não é mais inclusiva nem especifica que os conhecimentos prévios da estrutura cognitiva, mas possui elementos em comum para se relacionar (SANTANA, 2013; BRUM, 2014; MOREIRA, 2015). 22 Figura 1 - Conceitos pertencentes a Teoria Ausubeliana Fonte: Brum (2014) Na Figura 1, podemos observar os principais conceitos da Teoria da Aprendizagem Significativa e suas relações. De um lado, os três tipos de conhecimento que podem ser adquiridos, do outro lado, as formas com que esses conhecimentos adquiridos passam a se relacionar mutuamente, e no centro, as condições necessárias para que o processo de aprendizagem significativa ocorra. 2.2 Mapas conceituais Os mapas conceituais surgiram como um desdobramento natural da Teoria da Aprendizagem Significativa, como forma de representação visual da estrutura cognitiva presente, dos conceitos subsunçores e sua hierarquia de representação. Tais mapas são ferramentas utilizadas paraorganização do conhecimento, tendo sido criadas por Joseph Novak na década de 1970, a partir da teoria de David Ausubel, e desde então, têm ocupado cada vez mais espaço em várias áreas da sociedade, pois a organização de conhecimento não é um ramo exclusivamente educacional (NOVAK; CAÑAS, 2010). Entretanto, foi dentro da área de ensino e aprendizagem que os 23 mapas conceituais encontraram seu terreno mais promissor, estando presentes em inúmeros trabalhos de pesquisa como fator positivo para desempenho acadêmico em múltiplas áreas de atuação. O uso de mapas conceituais no Brasil é especialmente comum no campo do ensino de Física, tendo como principal influência o prof. Dr. Marco Antonio Moreira, cujos livros e estudos avançaram e difundiram no Brasil, tanto a Aprendizagem Significativa, quanto os Mapas Conceituais, e em suas palavras: Embora normalmente tenham uma organização hierárquica e, muitas vezes, incluem setas, tais diagramas não devem ser confundidos com organogramas ou diagramas de fluxo, pois não implicam sequência, temporalidade ou direcionalidade, nem hierarquias organizacionais ou de poder. (MOREIRA, 2015, p. 11) E na própria sequência, complementa: “Mapas conceituais são diagramas de significados, de relações significativas; de hierarquias conceituais, se for o caso.” (MOREIRA, 2015, p. 11). Pois, ao mesmo tempo em que uma ferramenta se difunde, é possível que não sejam igualmente difundidos seus usos adequados, causando deturpações de sua finalidade original, e maus usos. Sua representação básica se deriva em três pilares: proposições, conceitos e termos de ligação. Nuclearmente, uma proposição é a associação entre dois conceitos através de um termo de ligação; um conceito é um substantivo que representa uma informação nuclear; e um termo de ligação é a definição de qual a relação estabelecida entre os dois conceitos envolvidos (NOVAK; CAÑAS, 2010; MOREIRA, 2015). 24 Figura 2 - Um mapa conceitual Fonte: Novak e Cañas (2010). Como pode ser observado na Figura 2, um mapa conceitual que explica mapas conceituais, em um único mapa é possível ter a representação de vários conceitos e termos de ligação, não existindo um limite específico para as quantidades tanto dos conceitos quanto das proposições. Dessa forma, esse instrumento pode ser utilizado tanto para representar conceitos em um nível mais amplo, e eventualmente especificá-los no mesmo mapa, ou em mapas auxiliares derivados. Ao mesmo tempo em que um mapa pode representar o conteúdo de uma aula, também pode ser capaz de representar os conteúdos de múltiplas aulas, unidades de estudo ou cursos inteiros (MOREIRA, 2015). 2.3 Avaliação da aprendizagem A avaliação da aprendizagem é uma área especialmente complexa e sensível de estudo, pois existem muitas teorias, estratégias e ferramentas disponíveis, além de muitos contextos diferentes. Na década de 80, Bloom e outros autores definiram 25 três tipos de estratégias de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa. Autores subsequentes elaboraram a partir dessa teoria, e especificaram que a avaliação diagnóstica é mais apropriada que seja a primeira a ser executada, para compreender os conhecimentos prévios dos estudantes. A avaliação formativa deve ser executada ao longo do processo de ensino-aprendizagem, para prover capacidade de adaptação ao docente com relação às diferentes dificuldades que os discentes possam estar enfrentando ao longo da aprendizagem. A avaliação somativa vem ao final do processo, com o objetivo classificatório, o intuito de analisar o que foi agregado de conhecimento ao longo do processo, e verificar se o conhecimento adquirido é suficiente. E dentro desses tipos de avaliação, existem múltiplas estratégias, muitas vezes com metodologia específica, interligando mais de uma forma de avaliação, como, por exemplo, aprendizagem baseada em projetos, que envolve simultaneamente avaliações orais, práticas e escritas. Mas se pararmos para refletir quais são as estratégias mais comuns, no que se referem aos testes clássicos, elas se distinguem entre duas estratégias de avaliação escrita: objetiva e subjetiva —sendo natural que existam testes híbridos, envolvendo parcialmente ambas estratégias. 26 Figura 3 - Tipos de avaliação de acordo com Bloom Fonte: Adaptação pelo autor.18 Essa perspectiva teórica de Bloom é especialmente relevante para o trabalho, considerando que dentre os documentos norteadores do IFRN, encontram-se o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição, responsável por definir as concepções acerca da atuação do IFRN, e a Organização Didática (OD) que define essas concepções em forma de normativas burocráticas representadas em artigos. Em seus artigos, a OD diz: Art. 243. A avaliação da aprendizagem deve ter como parâmetros os princípios do Projeto Político-Pedagógico, a Função Social, os princípios e os objetivos do IFRN e o perfil de conclusão de cada curso. 18 Original disponível em: https://designteachengage.wisc.edu/assessment-measurement/. Acesso em: 1 de ago. 2019. https://designteachengage.wisc.edu/assessment-measurement/ 27 Art. 244. A avaliação da aprendizagem tem por finalidade promover a melhoria da realidade educacional do estudante, priorizando o processo ensino-aprendizagem, tanto individualmente quanto coletivamente. Art. 245. A avaliação deverá ser contínua e cumulativa, assumindo, de forma integrada, no processo ensino-aprendizagem, as funções diagnóstica, formativa e somativa, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Parágrafo único. A avaliação dos aspectos qualitativos compreende, além da acumulação de conhecimentos (avaliação quantitativa), o diagnóstico, a orientação e a reorientação do processo ensino- aprendizagem, visando ao aprofundamento dos conhecimentos e ao desenvolvimento de habilidades e atitudes pelos(as) estudantes. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012a, p. 58) Dentro do PPP, podemos visualizar as perspectivas teóricas do IFRN acerca de cada uma das três concepções de avaliação da aprendizagem de Bloom. Sobre avaliação diagnóstica: Na função diagnóstica, avalia-se para identificar o nível de conhecimentos dos alunos quanto aos conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal, a fim de detectar erros e buscar corrigi-los, considerando esses erros como ponto de partida para a evolução da aprendizagem do aluno. Não se avalia, portanto, para, tão somente, registrar o baixo desempenho do educando. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012b, p. 75) A partir da perspectiva diagnóstica, podemos defender a utilização de mapas conceituais, por ser uma forma livre através da qual um discente pode representar o seu conhecimento sobre determinado conteúdo, de modo que o docente possa compreender o estágio de compreensão em que cada um se encontra. Com relação a avaliação formativa: Na função formativa, objetiva-se possibilitar que o aluno vivencie a tomada de consciência da atividade que ele desenvolve. Trata-se da tomada de consciência tanto do seu próprio processo de construção do conhecimento quanto dos objetivos da aprendizagem, podendo o aluno, de forma consciente, participar da regulação da atividade. O aluno pode expressar seus erros, considerando que se encontra situado em um processo de construção do conhecimento elaborado, e suas limitações, considerando que se encontra situado em um processo contínuo de acesso aos saberes, 28 arquitetando, assim, alternativas na ressignificação do processo de ensino e aprendizagem. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012b, p. 75) Novamente, essa (avaliação formativa)é uma etapa da aprendizagem em que a utilização de mapas conceituais é comum, permitindo que o discente tenha autonomia da sua aprendizagem e da representação da mesma, e que possa perceber visualmente a evolução de seu conhecimento em forma de conceitos, a da inter-relação estabelecida entre os mesmos. Já sobre avaliação somativa: Na função somativa, expressa-se o resultado referente ao desempenho do aluno durante o desenvolvimento das unidades do período letivo, utilizando-se de instrumentos que possibilitem a mensuração da aprendizagem frente aos conteúdos específicos de cada disciplina, seguindo os critérios orientados pela Organização Didática da Instituição. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012b, p. 75) É nesse estágio (avaliação somativa) do processo de avaliação da aprendizagem que mapas conceituais não são comumente utilizados. Como foi listado anteriormente, quase todos os mecanismos oficiais, governamentais, de mensuração de conhecimentos são baseados em avaliações objetivas, e quando muito, com trechos subjetivos. Isso se deve provavelmente à necessidade de quantificar o conhecimento, e representá-lo através de uma nota com variação de 0 a 10 ou de 0 a 100. É precisamente nesse momento que muitos profissionais decidem utilizar outros mecanismos que não mapas conceituais, pois não saberiam quais “critérios claros e objetivos” utilizar para quantificar um instrumento tão subjetivo e qualitativo. No que concerne ao processo de avaliação da aprendizagem, o PPP conclui da seguinte forma: O IFRN propõe desenvolver a avaliação numa perspectiva processual, contínua e cumulativa, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, buscando a reconstrução do conhecimento e o desenvolvimento de hábitos e de atitudes coerentes com a formação integral do sujeito. Para tanto, considera o aluno como ser criativo, crítico, 29 autônomo e participativo. Nesse entendimento, a avaliação dos aspectos qualitativos compreende, além da acumulação de conhecimentos (o que remete para a avaliação quantitativa), o domínio do processo de aprendizagem, no que se refere a avanços e recuos, e as possibilidades de autoavaliação e de reorientação no processo. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012b, p. 75) Com essas afirmações, fica demonstrada a confluência entre interesse e necessidade institucional de metodologias e ferramentas que permitam incorporar mapas conceituais em todo o processo de aprendizagem, e de avaliação da aprendizagem. 30 3 METODOLOGIA PROPOSTA Faça as coisas mais difíceis enquanto são fáceis e faça as grandes enquanto são pequenas. Uma jornada de mil milhas deve começar com um único passo. Lao Tsé A primeira ideia sobre este trabalho surge em 2016, a partir da defesa e disponibilização da dissertação de Viana (2016), cujo trabalho por vínculo de amizade chegou ao conhecimento do autor deste trabalho. Pelo exercício da docência no IFRN desde 2014, existiu um esforço para evoluir o processo de ensino e avaliação da aprendizagem, incorporando novas metodologias e/ou as modificando-as. Foi nesse contexto que, percebendo o potencial para avaliação de mapas conceituais em uma perspectiva somativa, e os conhecimentos técnicos e pedagógicos necessários para desenvolver um software educativo, que surgiu a primeira ideia do que viria a se tornar o Xavier. 3.1 Estado da arte Para o desenvolvimento de uma atividade científica, se faz necessário investigar o estado da arte. Nessa perspectiva, existem as possibilidades de Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) e Revisão Sistemática da Literatura (RSL), ambos amplamente difundidos no contexto da análise de produções em Engenharia de Software (DERMEVAL; COELHO e BITTENCOURT, 2020; PETERSEN et al., 2008; KITCHENHAM; CHARTERS, 2007), mas com finalidades diferentes. Enquanto a primeira costuma ser utilizada em uma análise exploratória em abrangência para se ter uma visão macro de um determinado contexto, a segunda costuma ser aplicada quando se precisa entender espectros específicos de pesquisa (PETERSEN et al., 2008). Neste caso, torna-se indispensável considerar a natureza deste trabalho para o processo de definição da investigação. Este trabalho trata da produção de um software educativo, e não à evolução de um conceito, de uma metodologia ou de um algoritmo. 31 Como o software a ser desenvolvido é direcionado primariamente para o público docente nacional brasileiro, em especial para a educação formal, foi decidido que seriam investigados materiais produzidos em português, nos últimos 10 anos. 3.1.1 Protocolo de revisão sistemática O protocolo da RSL consiste na definição prévia dos passos a serem executados em sequência para se obter uma definição do estado da arte, definindo e enumerando as questões de pesquisa, o processo de busca e seleção dos estudos, perfazendo critérios de seleção de fontes, strings de busca e critérios de inclusão e exclusão dos resultados (DERMEVAL; COELHO e BITTENCOURT, 2020). Além de finalizar com o processo de avaliação e síntese dos resultados obtidos. Questões de Pesquisa Foram elencadas as seguintes questões de pesquisa: QP01: Quais as ferramentas mais relevantes utilizadas para avaliação de Mapas Conceituais? QP02: Quais são as principais formas de avaliação e características de cada ferramenta? QP03: As ferramentas estão disponíveis gratuitamente? QP04: As ferramentas estão disponíveis via web? QP05: As ferramentas estão disponíveis em português? Critério de Seleção de Fontes • Foram escolhidas fontes com bases de dados disponíveis na internet, por meio de mecanismos de pesquisa. As bases de dados escolhidas foram: • Portal de Publicações da Comissão Especial de Informática na Educação (CEIE) (http://www.br-ie.org/pub/index.php/index/search) 32 • Portal de periódicos da CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br/) • Google Acadêmico (https://scholar.google.com/) Palavras-Chaves Foram escolhidas as seguintes palavras-chaves: “Mapa Conceitual”, “Mapas Conceituais”, “Avaliação”, “Análise”; String de Busca Todas as bases citadas aceitam o mesmo padrão de combinação de operadores, para buscar com as palavras-chaves elencadas. A string de busca final ficou: (“Mapa Conceitual” OR “Mapas Conceituais”) AND (“Avaliação” OR “Análise”) Filtros de Busca Além da string de busca, também foram adicionados os filtros de idioma (português), tempo (10 anos) e revisão por pares (no portal Capes). Estratégia de Busca 1. Utilização de mecanismos de busca com palavras-chave. 2. Leitura dos títulos, palavras-chaves e resumos. 2.1. Aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. 3. Leitura das conclusões. 3.1. Aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. 4. Leitura integral. Critérios de Exclusão • CE01-Dat: trabalhos com data de publicação anterior a 2009 (anterior a 10 anos); • CE02-Abs: trabalhos sem abstract; • CE03-Por: trabalhos que não estejam em português; https://scholar.google.com/ 33 • CE04-Dup: trabalhos duplicados; • CE05-Map: trabalhos cujos objetivos de pesquisa não sejam predominantemente mapas conceituais; • CE06-Ava: trabalhos que, apesar de abordarem mapas conceituais, não abordam estratégias de avaliação; • CE07-Arq: trabalhos sem disponibilidade do arquivo para leitura completa; Processo de Avaliação dos Estudos Os trabalhos tiveram seus títulos e palavras chaves lidas, tendo sido aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Procedimento para Síntese dos Dados As informações foram agrupadas de forma a responder às Questões de Pesquisa elencadas originalmente, motivadoras da revisão da literatura. 3.1.2 Resultados obtidos Foram encontradas 14 publicaçõesno portal da CEIE. Após aplicados os critérios de inclusão e exclusão, remanesceram 8 artigos selecionados. Pode ser observado, na Figura 4, que pelos termos utilizados na string de busca serem mais abrangentes, não necessariamente os artigos tratariam como foco da pesquisa a avaliação de mapas conceituais. 34 Figura 4 - Quantidade de artigos do CEIE removidos por critérios Fonte: próprio autor. Na Figura 5, podemos observar que existe um interesse baixo, porém constante, em pesquisas nessa área, que vêm se mantendo ao longo dos últimos anos aproximadamente pelo mesmo patamar. 35 Figura 5 - Quantidade de artigos do CEIE remanescentes por ano Fonte: próprio autor. Quadro 1 - Síntese dos artigos do CEIE Referência Ferramentas Citadas Características Principais Formas de Avaliação Disp. E G W BR F (CALDAS; FAVERO, 2009) S/N Inteligência artificial. Quantitativa, qualitativa N - - - - (MIRANDA et al., 2015) Fórum bMC Construção colaborativa. Protocolo de Colaboração. - N - - - - (PERIN; CURY; MENEZES, 2015) iMap, CMPaaS Base de Conhecimento. Regras de Inferência. PLN - S S S N N (LOVATI et al., 2017) - - - N - - - - (PERIN; CURY; MENEZES, 2017) iMap, CMPaaS Repositório. Edição. Comparação. Mesclagem. Geração automatizada. Ontologias. Classes Sintática, semântica S S S N N 36 de conhecimento. (RIOS; AGUIAR; CURY, 2017) S/N Implicações significantes - N - - - - (BEZERRA NETO; LIMA, 2018) S/N Conceitos obrigatórios. Análise de vizinhança. Profundidade da estrutura hierárquica. Ranqueamento N - - - - (GASPAR et al., 2018) MapRef Mapa conceitual de referência. Mapa conceitual de domínio. Comparação. PLN. Pesos S S S S N Fonte: próprio autor. Inicialmente, foram encontradas 114 publicações na CAPES. Após aplicados os critérios de inclusão e exclusão, remanesceram 24 artigos selecionados Figura 6 - Quantidade de artigos do CAPES removidos por critérios Fonte: próprio autor. 37 Analogamente, às Figuras 4 e 5, nas Figuras 6 e 7 podem ser observados o quantitativo de cada critério de exclusão, e a consistência ao longo dos anos no interesse dessa pesquisa, que apesar de baixo, é consistente. Figura 7 - Quantidade de artigos do CAPES remanescentes por ano Fonte: próprio autor. Após a leitura dos mesmos, percebeu-se que nenhum deles tratava de ferramentas para avaliação, apenas de aplicações metodológicas em caráter diagnóstica ou formativa, sem uso de alguma ferramenta específica para avaliação de mapas conceituais. Foram eles: Cogo et al (2009); Domenico, Piconez e Gutiérrez (2009); Martins, Linhares e Reis (2009), Martins, Verdeaux e Sousa (2009); Correia, Silva e Romano Junior (2010); Souza e Boruchovitch (2010); Wendt e Schroeder (2010); Cicuto e Correia (2012); Ferreira, Cohrs e Domenico (2012); Lourenço et al. (2012); Sales, Coelho e Sales (2012), Bittencourt et al. (2013); Cicuto, Mendes e Correia (2013); Correia, Cicuto e Dazzani (2014); Júnior e Princival (2014); Araújo e Formenton (2015); Rodrigues e Cervantes (2015a); Rodrigues e Cervantes (2015b), Carvalho et al. (2016); Stanski et al. (2016); Correia e Aguiar (2017); Lima et al. (2017); Dantas, Silva e Borges (2018); Silva et al. (2018). 38 Quadro 2 - Síntese dos artigos do portal “Periódicos.CAPES”. Referência Ferram. Criada/ Utilizada Caracter. Formas de Avaliação Disp. E G W BR F Todas as selecionadas - - - - - - - - Fonte: próprio autor. Foram “encontradas aproximadamente” (termos do próprio Google Scholar) 12.100 resultados no Google Scholar, mas isso também se deve à limitação da ferramenta, que não permite filtrar a busca aplicando apenas o título, o resumo e as palavras-chave. Assim sendo, o Google Scholar foi desconsiderado. Os arquivos encontrados no CEIE não puderam ter seus dados automaticamente exportados, então foram acessados um a um diretamente e seus dados e, por fim, foram organizados no Google Planilhas. O portal de periódicos da CAPES não permite uma funcionalidade direta de exportação dos resultados. Mas, alternativamente, é possível criar uma conta no sistema e adicionar os resultados da busca a “Meu Espaço”. Uma vez que os resultados estejam armazenados, pode-se utilizar a função de exportar no formato BibTex, respeitando o limite de 30 resultados por vez. Após a obtenção dos arquivos no formato BibTex, pode-se utilizar a ferramenta Zotero para importação nesse formato, seguida da exportação em formato CSV, que em sequência também foi manipulada no Google Planilhas. 3.2 Avaliação de mapas conceituais Existem inúmeras perspectivas para avaliação de mapas conceituais, pois, apesar de sua constituição nuclear ser simples, baseada em conceitos e termos de ligação, que formam as proposições, existem diversas formas de análise disponíveis. Podemos agrupar algumas das principais formas de avaliação e análise em dois grandes grupos (SILVA JR; ROMANO JR; CORREIA, 2010; CICUTO; CORREIA, 39 2013): Análise Estrutural e Análise Conceitual. Cada uma delas será brevemente apresentada a seguir. Figura 8 - Liberdade de Estrutura e Conteúdo em Mapas Conceituais Fonte: VIANA (2016). 3.2.1 Análise Estrutural Dentro de um mapa mental existem os elementos nucleares/fundamentais, que são os conceitos e termos de ligação, que resultam em proposições. Independentemente de sua validade conceitual, a presença dos elementos pode ser contabilizada. Algumas de suas formas são: Análise de Quantidades Nucleares e Análise de Conectividade; 3.2.2 Análise de Quantidades Nucleares 40 Para a análise da quantidade de elemento de um mapa, podemos considerar a quantidade de conceitos, quantidade de termos de ligação e quantidade de proposições. Além dessa perspectiva direta, é possível contabilizar o tipo de relação estrutural envolvida, como por exemplo conceitos que servem apenas para originar uma relação (iniciais), mas nunca para terminá-la (finais), ou a quantidade de conceitos obrigatórios presentes. Na Figura 9, podemos observar os elementos nucleares que podem ser observados em um mapa conceitual (SILVA JR; ROMANO JR; CORREIA, 2010). Figura 9 - Parâmetros para Análise Estrutural Fonte: VIANA (2016). 3.2.3 Análise de Conectividade 41 Além de analisar a presença e quantidade de determinados elementos nucleares, é possível, também, descobrir outros tipos de informação pertinente. Por exemplo, a densidade proposicional de um mapa que pode ser definida como a relação entre a quantidade de proposições e conceitos existentes. Quando essa densidade se aproxima ou passa de 1, significa que os conceitos estão fortemente conectados uns aos outros, o que muitas vezes representa um maior grau de domínio de um conhecimento. Também é possível analisar a hierarquia das conexões, cujos conceitos com posição verticalmente superior no mapa, ou com maior grau de conectividade, possuem uma hierarquia maior, e que, também, podem fornecer análise de peso entre conexões. (SILVA JR; ROMANO JR; CORREIA, 2010) Figura 10 - Parâmetros para Análise Estrutural Relativa (Conectividade) Fonte: VIANA (2016). 3.2.4 Análise Conceitual ou Semântica Podemos considerar como análise conceitual, as formas de análise que não focam nos aspectos estruturais, mas sim, no conteúdo fornecido pelas estruturas. Segundo a literatura propõe (NOVAK; 2002; CICUTO; CORREIA, 2013), que podemos classificar de acordo com as proposições nas seguintes categorias:Limitada – A proposição está semanticamente incorreta, não sendo possível compreender o que o estudante quis dizer, podendo estar faltando elementos linguísticos necessários para a elaboração correta da proposição. Inapropriada – Quando a proposição está semanticamente correta, podendo 42 ser compreendido o que o estudante quis dizer, entretanto, está conceitualmente incorreta, contendo uma afirmação que não tem validade. Apropriada – Quando a proposição está semanticamente correta, e também conceitualmente correta. Para incorporar em sala de aula Mapas Conceituais como instrumento avaliativo, é necessário apenas aplicar conjuntamente essas duas estratégias, tanto a Estrutural quanto a Conceitual. 3.3 Proposta pedagógica de avaliação de mapa conceitual Para incorporar a avaliação de mapas conceituais em sala de aula, podemos considerar a sequência de passos estabelecidas no Quadro 3. Quadro 3 - Sequência Pedagógica Descrição Passo-a-passo O docente estabelece com a turma qual vai ser o próximo conteúdo a ser estudado; O docente disponibiliza materiais potencialmente significativos; O docente cria seu próprio mapa conceitual de referência com relação aos materiais disponibilizados; O docente estabelece o tipo de avaliação que será desenvolvida: diagnóstica, formativa ou somativa; O docente escolhe os critérios, estruturais e conceituais, que deverão ser aplicados para a avaliação dos mapas de resposta; O docente escolhe qual peso deverá ser atribuído para cada critério escolhido; O discente recebe a avaliação e compreende a partir de quais critérios seu mapa será avaliado; 43 O discente visualiza os materiais disponibilizados; O discente cria um mapa conceitual de resposta a avaliação; O discente submete o mapa conceitual para avaliação; O docente corrige as proposições do mapa conceitual; O docente, a partir da análise das proposições, pontua o mapa de resposta de acordo com os critérios e pesos estabelecidos; O discente visualiza o resultado parcial de sua avaliação, podendo contestar a correção de proposições, expondo sua justificativa; O docente analisa a contestação, e efetua nova correção, expondo sua justificativa; O discente visualiza o resultado final de sua avaliação; O docente visualiza o resultado final dos discentes individualmente e da turma; Fonte: próprio autor 44 4 FERRAMENTAS E O SOFTWARE XAVIER Eu nunca fui bom em estimar quanto tempo as coisas vão precisar. Donald. E. Knuth Para desenvolver um software a nível profissional e científico, é importante, primeiramente se familiarizar com Engenharia de Software. Uma definição amplamente utilizada é a seguinte: Engenharia de software é uma disciplina de engenharia cujo foco está em todos os aspectos da produção de software, desde os estágios iniciais da especificação do sistema até sua manutenção, quando o sistema já está sendo usado. (SOMMERVILLE, 2011, p. 5) Ou seja, o ato de produzir um software não se limita ao ato de criar códigos de forma manual ou automatizada. Para produzir um software, realiza-se a investigação necessária para compreender tanto o contexto em que será aplicado, quanto o que ele precisará realizar para solucionar um problema, e, também, quais serão seus usuários. Existem muitas estratégias e formas para executar as atividades de Engenharia de Software, pois “A engenharia de software é uma tecnologia em camadas.” (PRESSMAN, 2016, p. 15), e, dessa forma, existem níveis de complexidade diferentes para diferentes tipos de sistemas produzidos. Além de que, segundo Pressman (2016, p. 16): “No contexto da engenharia de software, um processo não é uma prescrição rígida de como desenvolver um software. Ao contrário, é uma abordagem adaptável [...]” pois dependendo da necessidade, tanto processos mais rígidos, quanto os mais flexíveis podem ser adaptados e utilizados integralmente ou parcialmente. Ao se considerar o problema que o Xavier vem a solucionar, uma característica intrínseca emerge: é especialmente interessante que ele seja desenvolvido em um sistema web. Desta forma, seu uso pode ser universalizado, sem preocupações com 45 passos de instalação, sejam pré-requisitos ou aspectos de configuração, necessitando apenas do acesso à internet para poder utilizá-lo. Devido a essa característica, podemos observar o que Sommerville (2011, p. 5) diz: “Desenvolvimento menos formal é particularmente adequado para o desenvolvimento de sistemas Web, que requerem uma mistura de habilidades de software e de projeto.”. Ou seja, para desenvolver esse tipo de sistema, o mais importante não é necessariamente a formalização completa do sistema — a não ser que o mesmo tenha outras características específicas que o obriguem — mas sim, um conjunto híbrido de habilidades que o permitam evoluir de forma rápida e simples, devido à facilidade de suas tecnologias, pois “Todo projeto deve ser o mais simples possível, mas não simplista. Esse princípio contribui para um sistema mais fácil de compreender e manter.” (PRESSMAN, 2016, p. 21). 4.1 Investigação contextual Antes de iniciar a descrição exata de como o Xavier deve ser e se comportar, é necessário conhecer alguns outros softwares que influenciaram, em algum grau, a germinação da ideia. São eles: Google Sala de Aula19; KhanAcademy20; Code.org21; CMapTools22 e CMapCloud23. 4.1.1 Google Sala de Aula O Google Sala de Aula foi criado em 2014 como parte das diferentes ferramentas da plataforma da Google. Dentre as suas principais características, estava a simplicidade para o gerenciamento de uma sala virtual. A plataforma Google 19 Disponível em: https://classroom.google.com. Acesso em: 5 de out. 2019. 20 Disponível em: https://khanacademy.org. Acesso em: 5 de out. 2019. 21 Disponível em: https://code.org. Acesso em: 5 de out. 2019. 22 Disponível em: https://cmap.ihmc.us/cmaptools/. Acesso em: 5 de out. 2019. 23 Disponível em: https://cmapcloud.ihmc.us. Acesso em: 5 de out. 2019. https://classroom.google.com/ https://pt.khanacademy.org/ https://code.org/ https://cmap.ihmc.us/cmaptools/ https://cmapcloud.ihmc.us/ 46 Sala de Aula possui integração com as demais ferramentas Google como o Google Drive, o Google Documentos, o Google Planilhas e o Google Apresentações. Nessa plataforma, Google Sala de Aula, um docente pode criar uma turma e adicionar os discentes tanto por meio dos seus e-mails, quanto disponibilizando um código para participação por parte dos discentes. Dentro das turmas, pode-se fazer postagens no mural, disponibilizar materiais ou estabelecer tarefas, com prazos e notas específicas. Na Figura 11, podemos observar como são organizadas e apresentadas turmas virtuais cadastradas no Google Sala de Aula. Figura 11 - Tela de Turmas (Google Sala de Aula) Fonte: próprio autor. 4.1.2 KhanAcademy O Khan Academy, foi criado em 2008, é um software (ou plataforma) de apoio ao ensino que possui muitos materiais instrucionais tais como, em especial, vídeo- aulas, e questionários avaliativos para medir a aprendizagem. É uma plataforma que possui muito conteúdo disponível, e que pode ser utilizada tanto de forma autônoma, por uma pessoa autodidata, quanto dentro de um contexto educacional mais formal, 47 quando, por exemplo, um docente cria uma turma virtual para poder acompanhar o progresso dos discentes. Dentre as principais características do KhanAcademy, está a apresentação do desempenho tanto individual dos discentes quanto da turma. Há, Também, a apresentação do desempenho por habilidades específicas, utilizando estratégias motivacionais como gamificação. Na figura 12, podemos observar como o KhanAcademy apresenta o resumo do progresso do ponto de vista de uma turma, com relação a atividades(habilidades). Figura 12 - Tela de Progresso por Habilidade de Turma (KhanAcademy) Fonte: próprio autor. 4.1.3 Code.org Criado em 2013, o Code.org é uma plataforma para ensino e aprendizagem de programação, mediante estratégias e atividades lúdicas, sendo especialmente utilizada no final do ensino fundamental e no ensino médio ou ensino técnico. Nela, pode-se criar uma conta e utilizar de forma autônoma, ou, enquanto docente, criar uma turma virtual, chamada de seção, e acompanhar o progresso individual de cada 48 discente, com algumas possibilidades de visualizar dados gerais da turma. Na Figura 13, pode ser observado a tela do Code.org que apresenta de forma sucinta quantas atividades cada discente já completou, e a quantidade de linhas de código geradas no conjunto das respostas. Figura 13 - Estatísticas de uma Seção/Turma (Code.org) Fonte: próprio autor. 4.1.4 CMapTools Acreditando que o próximo passo na evolução dos mapas conceituais estaria em sua informatização, em 1987, Joseph Novak fez uma parceria com o Florida Institute for Human Machine Cognition (IHMC) para desenvolver o software CMapTools que se torna o principal programa computacional para o desenvolvimento de mapas conceituais (Novak; Cañas, 2006). Na Figura 14, pode ser observada a tela de edição de um mapa conceitual no CMapTools, e ao fundo a tela de gerenciamento, que permite organizar os mapas e outros recursos (mídias) dentro de pastas. 49 Figura 14 - Exemplo de um mapa conceitual no CMapTools Fonte: próprio autor. 4.1.5 CMapCloud Ferramenta associada ao IHMC e o CMapTools, o CMapCloud é o servidor oficial de mapas conceituais (chamados CMap Servers) do IHMC, com as principais funções do CMapTools para criação e gerenciamento de mapas. De tal forma, pode ser editado o mesmo arquivo no CMapCloud, como pode ser observado na Figura 15, ou utilizar a função do CMapTools que abre os arquivos salvos na nuvem. 50 Figura 15 - Exemplo de um mapa conceitual no CMapCloud Fonte: próprio autor. Todos esses softwares elencados acima tiveram, algum grau, influência para a idealização inicial do Xavier. Além de serem ferramentas gratuitas e disponibilizadas na internet, elas fazem parte das ferramentas utilizadas, quase que diariamente, por muitos docentes e discentes do IFRN, em especial, pelo autor deste trabalho e pelos discentes de suas turmas. 4.2 Conceituação e projeto Antes de adentrar nos aspectos de conceituação e projeto do software, vale salientar a estratégia adotada para o desenvolvimento do mesmo. Para dar melhor vazão a evolução do projeto, foi escolhido como princípio um processo ágil de desenvolvimento de software, sobre o qual Sommerville (2011, p. 30) afirma: “Em uma abordagem ágil, iterações ocorrem em todas as atividades. Portanto, os requisitos e o projeto são desenvolvidos em conjunto, e não separadamente.” Logo, apesar de o Xavier ter evoluído gradualmente por meio de provas de conceitos, visto que, segundo Pressman (2016, p. 70): “Um processo ágil de software deve adaptar de modo incremental.”, foi decidido organizar os artefatos em uma 51 sequência tradicional de desenvolvimento de software, para melhor apresentar em formato de dissertação. Para que seja possível caracterizar o que o sistema deve fazer especificamente, primeiramente, é necessário descrever, em linhas gerais, as premissas associadas a ele: I. Já existem softwares capazes de criar, gerenciar e manipular mapas conceituais, dentre os quais o CMapTools é o mais famoso e utilizado; II. Faltam softwares capazes de avaliar, especialmente de forma somativa, mapas conceituais e demonstrar os resultados dessa avaliação; Uma metodologia genérica para utilizar um software focado na avaliação de mapas conceituais dependeria também da utilização de um software de criação de mapas conceituais. Ou, então, seria necessário incorporar, ao sistema, a responsabilidade também de criar, gerenciar e manipular os mapas. Dessa forma, foi escolhida a primeira opção: a de depender de outra ferramenta para criação. Nessas condições, podemos descrever uma metodologia de uso por meio de quatro passos abstratos de alto nível: I. O docente cadastra uma avaliação; II. O discente responde a avaliação com um mapa conceitual produzido em outra ferramenta; III. O docente avalia o mapa conceitual; IV. O docente e o discente conseguem visualizar o resultado da avaliação; Considerando que entre o passo 1 e 2 existem passos pertencentes ao uso de outros sistemas, o que se fez foi melhor definir o que o Xavier precisa oferecer especificamente para satisfazer tais necessidades. Para isso, uma das formas mais comuns é a utilização de Casos de Uso. Sobre estes, temos a definição de Sommerville (2011): 52 Em sua forma simples, um caso de uso identifica os atores envolvidos em uma interação e dá o nome ao tipo de interação. Essa é, então, suplementada por informações adicionais que descrevem a interação com o sistema. A informação adicional pode ser uma descrição textual ou um ou mais modelos gráficos, como diagrama de sequência ou de estados da UML (SOMMERVILLE, 2011, p. 74) Assim como a definição de Pressman (2016): Poderia ser um texto narrativo, uma descrição geral das tarefas ou interações, uma descrição baseada em modelos ou uma representação esquemática. Independentemente de sua forma, um caso de uso representa o software ou o sistema do ponto de vista do usuário. (PRESSMAN, 2016, p. 149) Para a produção dos artefatos, foram escolhidos os softwares Astah Professional 8.124 e Lucidchart25. O Astah por ser uma ferramenta com o nível de formalização UML mais adequado, facilitando a geração dos diagramas necessários, e o Lucidchart por possuir, tanto possibilidade de construção de fluxogramas, quanto também função de protótipo de interface em baixa fidelidade. 24 Disponível em: http://astah.net/. Acesso em: 5 de out. 2019. 25 Disponível em: https://www.lucidchart.com. Acesso em: 5 de out. 2019. http://astah.net/ https://www.lucidchart.com/ 53 Figura 16 - Diagrama de Caso de Uso Fonte: próprio autor. Todavia, conforme Sommerville (2011) e Pressman (2016), o diagrama, apenas, não é suficiente para representar o sistema. Ele necessita de, pelo menos, uma descrição de visão geral de cada ator e caso de uso, tendo em vista a necessidade de documentar o software, e, ao mesmo tempo, de em não se prender a uma estrutura rígida de documentação. As informações referentes aos atores e seus casos de uso estão organizadas nos quadros a seguir: Quadro 4 - Atores do sistema ID Nome Descrição U Usuário Ator genérico do sistema, sem especificação quanto a ser docente ou discente, cujos casos de uso se referem a manutenção da própria conta, login, recuperação de senha e outros. DO Docente Ator associado à responsabilidade com relação a uma turma, qualquer usuário que possua uma turma em que seja o responsável, automaticamente assume naquela turma as permissões de docente. 54 DI Discente Ator associado à participação em uma turma, qualquer usuário que participe de uma turma e não seja seu responsável, assume naquela turma as permissões de discente. Fonte: próprio autor. Quadro 5 - Casos de Uso de Usuário ID Nome Descrição Dependência U01 Manter Conta Um usuário não registrado cria sua conta e é capaz de manipular seus dados. - U02 Recuperar Senha Quando um usuário não conseguir efetuar login, ele pode recuperar acesso, enviando uma nova senha ao e-mail. U01 Fonte: próprio autor. Quadro 6 - Casos de Uso de Docente ID Nome Desc Dependência DO01 Manter Material Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir materiais nosistema, a serem referenciados em avaliações. - DO02 Manter Turma Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir turmas, cada uma contendo um ID única para que os discentes participem. - DO03 Manter Avaliação Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir avaliações, escolhendo os critérios de pontuação da mesma, e o arquivo de mapa de referência. DO01 DO04 Manter Atividade Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir atividades, que é a aplicação de uma avaliação em uma determinada turma. DO02, DO03 DO05 Manter Correção Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir correções das respostas submetidas nas atividades por cada discente. DI02, DI03, DI04 DO06 Manter Equivalências Um docente pode cadastrar, atualizar e excluir equivalências percebidas entre diferentes conceitos ou proposições. DO05 DO07 Visualizar Dados Um docente pode visualizar os dados de suas turmas, avaliações e atividades, dentro do sistema através de gráficos e dados tabulares, como também exportando-os em formato CSV. DO02, DO03, DO04 Fonte: próprio autor. 55 Quadro 7 - Casos de Uso de Discente ID Nome Desc Dependência DI01 Participar Turma Um discente pode participar, visualizar ou sair de uma turma, baseda em seu ID de acesso. DO02 DI02 Responder Atividade Um discente pode visualizar e responder uma atividade aplicada em uma turma que ele participe. DI01, DO04 DI03 Corrigir Atividades Um discente pode visualizar e corrigir respostas de outros discentes para a mesma atividade. DI02 DI04 Contestar Correção Um discente pode contestar a correção de sua resposta. DI03 DI05 Visualizar Materiais Um discente pode visualizar os materiais a que tem acesso. DO01 DI06 Visualizar Dados Um discente pode ver os dados referente a sua aprendizagem, através de gráficos e dados tabulares, como também exportando-os em formato CSV. DO06 Fonte: próprio autor. No campo da Interação Humano-Computador (IHC), existem formas alternativas, ou complementares de certo ponto de vista, aos Diagramas de Casos de Uso, sendo o Mapa de Objetivos. Sobre isso, Barbosa (2010, p. 214) diz: “Como primeiro passo do design da interação, devemos organizar os objetivos dos usuários que tenham sido identificados na etapa de análise.”. Considerando os Quadros 4 a 7, como descrição suficiente dos objetivos dos atores do sistema, podemos representar também seus objetivos de forma macro, considerando que Barbosa (2010, p. 215) também afirma que: “Independentemente da representação utilizada para organizar os objetivos dos usuários, o designer pode relacionar e anotar esses objetivos de acordo com algumas dimensões de interesse”. 56 Figura 17 - Representação visual do Mapa de Objetivos Fonte: próprio autor. Considerados os objetivos e a relação de dependência entre estes, é possível inferir de que forma e sequência os dados precisarão ser apresentados. Tanto em IHC quanto em Engenharia de Software, existem os conceitos de protótipo. Apesar de homônimos, seus significados diferem um pouco; neste momento será utilizado do ponto de vista da IHC que, segundo Barbosa (2010), pode ser realizado em diferentes níveis de abstração: da interface abstrata até a interface concreta. Nessa etapa, tanto o sistema quanto a interface ainda estão em estágio abstrato, entretanto, sua representação se faz necessária, e “Com frequência, as representações de design de interface são denominadas protótipos.” (BARBOSA, 2010, p. 251). São apresentados, então, alguns protótipos de tela de baixa fidelidade, que se encontram em sua totalidade no Apêndice A. Na Figura 18, foram colocadas as telas associadas aos objetivos de usuário genérico, tanto para o ato login, de criação de uma nova conta (cadastro), de recuperação de senha e de informações gerais. 57 Figura 18 - Telas pré-login (Protótipos 1 a 4 do Apêndice A) Fonte: próprio autor. Na tela inicial docente, representada na Figura 19, foram adicionados grupos de botões nesse momento para representar os ícones que eventualmente irão substituí-los, levando cada um para uma tela subsequente, que representa os objetivos de uso do software por parte de um docente. 58 Figura 19 - Tela de entrada de docente (Protótipo 5 do Apêndice A) Fonte: próprio autor. Na Figura 20, é representada a criação de uma nova avaliação, em que o docente pode associar materiais instrucionais previamente cadastrados e os critérios pré-existentes que irão compor a nota final da avaliação/atividade a ser aplicada. 59 Figura 20 - Tela de criação de avaliação (Protótipo 8 do Apêndice A) Fonte: próprio autor. A utilização de protótipos é vital, pois segundo Pressman (2016, p. 340): “Uma interface bem projetada aumenta a percepção do usuário do conteúdo ou serviços fornecidos pelo site. Ela não precisa, necessariamente, ser chamativa, mas sempre deve ser bem estruturada e ergonomicamente sólida”. Nesse caso específico, o Xavier não apenas tem por natureza um design minimalista (e não simplista), como também é influenciado e reaproveita signos e representações visuais já presentes em sistemas como o Google Sala de Aula, CMapCloud, Code.org e KhanAcademy. Isso se torna um elemento pertinente ao considerarmos que, de acordo com Pressman (2016, p. 321): “A interface deve apresentar e obter informações de forma consistente.”. Portanto, mantendo uma identidade visual simples, utilizando estratégias visuais já pré-estabelecidas em outras ferramentas e as interfaces disponíveis de forma nativa em navegadores de internet, é possível tanto obter quanto apresentar as informações necessárias de forma consistente em todas as páginas do software. 60 Considerando que essas informações deverão ser armazenadas, podemos representá-las por meio de um Diagrama de Entidade-Relacionamento (DER). Assim, compreendemos não só as informações coletadas em cada interface, preenchidas pelos usuários, mas também as meta-informações necessárias para relacionar tais informações. Figura 21 - Diagrama Entidade-Relacional Fonte: próprio autor. 61 4.3 PROTÓTIPO FUNCIONAL Como abordado anteriormente, o significado de protótipo depende da circunstância e área do conhecimento envolvido. Neste caso, usaremos as definições de Sommerville (2011, p. 30): “No processo de projeto de sistema, um protótipo pode ser usado para estudar soluções específicas do software e para apoiar o projeto de interface de usuário” e Pressman (2016, p. 46): “Na sua forma ideal, o protótipo atua como um mecanismo para identificar os requisitos do software.”. Então, para verificar a validade dos casos de uso, protótipos de tela e diagrama de dados elencados anteriormente, é necessária a construção de uma versão funcional com as principais características do software Xavier, focadas nos passos genéricos estabelecidos anteriormente. Como o Xavier é um sistema web, do tipo cliente-servidor, é importante esclarecer ambos. No que se refere a cliente-servidor, para Sommerville (2011, p. 113): “Um sistema que segue o padrão cliente-servidor é organizado como um conjunto de serviços e servidores associados e clientes que acessam e usam os serviços.”; já do ponto de vista de um sistema web, para Pressman (2016, p. 273): “A camada de dados reside em um servidor. As regras do negócio podem ser implementadas com uma linguagem de script baseada no servidor, como PHP, ou baseada no cliente, como JavaScript”. Sendo um sistema web, é natural que a sua apresentação ocorra através de páginas em HyperText Markup Language (HTML), e segundo Kawano (2016, p. 25): “O HTML é uma linguagem de marcadores de texto, isto é, um arquivo HTML contém os dados e as instruções para
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