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MATERIALDEAPOIO-DIREITOCONSTITUCIONAL-G M -MARECHAL-HDCURSOS

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Sumário 
FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA ...................................................................................................... 4 
 SEPARAÇÃO DOS PODERES..............................................................................................................4 
 OBJETIVOS............................................................................................................................. ...............4 
 PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS..............................................................................4 
DIREITOS POLÍTICOS - CONCEITO ............................................................ 4 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA ................................................................................................... 5 
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA .............................................................................................. 5 
INELEGIBILIDADES .......................................................................................................................... 6 
CONSULTAS POPULARES .............................................................................................................. 7 
PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLITICOS ............................................................................................. 7 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL OU DA ANUALIDADE ELEITORAL ...................... 8 
DIREITOS SOCIAIS - CONCEITO ................................................................ 8 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO .............................................................................. 8 
PRINCÍPIO DO MÍNINO EXISTENCIAL ............................................................................................. 9 
PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL ........................................................................................ 9 
DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIES...................................................................................................10 
PRINCÍPIO DA UNICIDADE ............................................................................................................ 10 
NACIONALIDADE - CONCEITO ................................................................. 14 
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE ................................................................................................... 14 
CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE NACIONALIDADE ...................................................................... 14 
NACIONALIDADE PRIMÁRIA ......................................................................................................... 14 
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA ................................................................................................... 15 
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS ................................................ 16 
PERDA DA NACIONALIDADE ........................................................................................................ 17 
DUPLA NACIONALIDADE .............................................................................................................. 17 
IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS NACIONAIS ................................................................................. 17 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ....... 17 
DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................. 18 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS .................................................................... 18 
DIREITO À IGUALDADE ................................................................................................................. 18 
DIREITO À VIDA .............................................................................................................................. 18 
DIREITO À LIBERDADE .................................................................................................................. 19 
VEDAÇÃO À TORTUTA E AO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE ......................... 19 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO ........................................................................................................ 19 
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CONVICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA.20 
INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA PRIVACIDADE, DA HONRA E DA IMAGEM.................. 20 
DIREITO À INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ................................................................................. 20 
SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA E DAS COMUNICAÇÕES ........................................................ 21 
LIBERDADE PROFISSIONAL ......................................................................................................... 21 
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO ...................................................................................................... 21 
LIBERDADE DE REUNIÃO ............................................................................................................. 21 
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO ...................................................................................................... 22 
DIREITO DE PROPRIEDADE .......................................................................................................... 22 
DESAPROPRIAÇÃO ....................................................................................................................... 22 
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................................................... 22 
PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA RURAL .................................................................................... 22 
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DIREITOS AUTORAIS ..................................................................................................................... 22 
PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INDUSTRIAL ................................................................................ 23 
DIREITO DE SUCESSÃO ................................................................................................................ 23 
DEFESA DO CONSUMIDOR ........................................................................................................... 23 
DIREITO DE INFORMAÇÃO ............................................................................................................ 23 
DIREITO DE PETIÇÃO .................................................................................................................... 23 
DIREITO DE CERTIDÃO ................................................................................................................. 23 
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO .......................................................................................... 24 
IRRETROATIVIDADE RELATIVA DAS LEIS .................................................................................. 24 
DIREITO AO JUIZ NATUTAL .......................................................................................................... 24 
JURI POPULAR ............................................................................................................................... 24 
IRRETROATIVIDADE RELATIVA DA LEI PENAL .......................................................................... 24 
PUNIÇÃO ÀS DISCRIMINAÇÕES ATENTATORIAS ...................................................................... 24 
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS............................................................................................................ 24 
TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS, TERRORISMO E CRIMES HEDIONDOS ................ 24 
PESSOALIDADE DA PENA, INDIVIDUALIZAÇÃODA PENA E PENAS PROIBIDAS ................... 24 
CUMPRIMENTO DA PENA E ALEITAMENTO MATERNO ............................................................. 25 
RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL DO PRESO ......................................................... 25 
EXTRADIÇÃO .................................................................................................................................. 25 
DIREITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL .................................................................................... 25 
DIREITO AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA .................................................................. 25 
VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILICITAS .................................................................................................. 25 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA ............................................................................... 25 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL ........................................................................................................... 25 
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA .................................................................. 25 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS ......................................................... 25 
PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS PARA A PRISÃO ............................................................. 26 
DIREITO DOS PRESOS .................................................................................................................. 26 
PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA ............................................................................................................ 26 
HABEAS CORPUS .......................................................................................................................... 26 
MANDADO DE SEGURANÇA ......................................................................................................... 27 
MANDADO DE INJUNÇÃO ............................................................................................................. 28 
HABEAS DATA ............................................................................................................................... 28 
AÇÃO POPULAR ............................................................................................................................ 29 
ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA ............................................................................................. 29 
DIREITO À INDENIZAÇÃO POR ERRO JUDICIÁRIO OU EXCESSO DE PRISÃO ........................ 29 
PRINCÍPIO DA CELEBRIDADE PROCESSUAL ............................................................................. 29 
APLICABILIDADE IMEDIATA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ......................... 30 
ENUMERAÇÃO ABERTA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (ROL NÃO 
TAXATIVO) .......................................................................................................................................30 
TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS EQUIVALENTES À EMENDA 
CONSTITUCIONAL ......................................................................................................................... 30 
SUBMISSÃO AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ............................................................... 30 
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
1. FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA 
O art. 1.º enumera, como fundamentos da 
República Federativa do Brasil: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do 
povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
 
COMPLEMENTANDO: 
FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO 
FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA 
SISTEMA DE GOVERNO: 
PRESIDENCIALISTA 
REGIME DE GOVERNO: DEMOCRÁTICO 
 
2. SEPARAÇÃO DOS PODERES 
Art. 2º São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
 
3. OBJETIVOS 
Os objetivos fundamentais (e em concursos 
já foi necessário conhecê-los, em 
contraposição aos fundamentos) vêm 
relacionados no art. 3.º da CF/88. 
Quanto aos objetivos, estes consistem em 
algo exterior que deve ser perseguido‖. 
 A CF/88 assim os define: 
■ construir uma sociedade livre, justa e 
solidária; 
■ garantir o desenvolvimento nacional; 
■ erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
■ promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
4. PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
O art. 4.º da CF/88 dispõe que a República 
Federativa do Brasil é regida nas suas 
relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
■ independência nacional; 
■ prevalência dos direitos humanos; 
■ autodeterminação dos povos; 
■ não intervenção; 
■ igualdade entre os Estados; 
■ defesa da paz; 
■ solução pacífica dos conflitos; 
■ repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
■ cooperação entre os povos para o 
progresso da humanidade; 
■ concessão de asilo político. 
 
Parágrafo único. A República Federativa do 
Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
CONCEITO 
 
Segundo José Afonso da Silva, os direitos 
políticos, consistem no ―conjunto de normas 
que asseguram o direito subjetivo de 
participação no processo político e nos 
órgãos governamentais‖ 
 
 
 
 
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Em outras palavras, são um conjunto de 
normas constitucionais e 
infraconstitucionais que asseguram a 
participação do povo no processo político, 
votando, sendo votado e apresentando 
projetos de lei de inciativa popular. 
 
Importante saber desde logo que, em 
Direito Constitucional, interessam-nos os 
direitos políticos na Constituição. Os 
direitos políticos nas normas infralegais 
competem ao Direito Eleitoral. 
 
A Constituição prevê, no art. 14, que a 
soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com igual valor para todos e, nos 
termos da lei, mediante plebiscito, referendo 
e iniciativa popular. 
 
Além disso, o art. 61, § 2º, prevê a 
possibilidade de iniciativa popular das leis 
complementares e ordinárias, que poderá 
ser exercida pela apresentação à Câmara 
dos Deputados de projeto de lei subscrito 
por, no mínimo, um por cento do eleitorado 
nacional, distribuído, pelo menos, por cinco 
Estados, com não menos de três décimos 
por cento dos eleitores de cada um deles. 
Por tudo isso, podemos afirmar que são 
direitos políticos previstos na Constituição: 
 
a) direito ao sufrágio: direito de votar 
nas eleições, nos plebiscitos e nos 
referendos, bem como o direito de ser 
votado; 
 
b) direito à iniciativa popular de lei: 
para a propositura de projetos de leis 
complementares e projetos de leis 
ordinárias. 
 
Ora, o direito ao sufrágio garante aos 
brasileiros o direito de votar nos plebiscitos 
e nos referendos. Mas qual a diferença 
entre os dois institutos? Ambos são 
consultas populares diretas, a diferença 
está no momento da manifestação do povo: 
 
a) se antes do ato legislativo ou do ato 
administrativo, será um plebiscito; 
b) se após a realização do ato legislativo 
ou do ato administrativo, será um 
referendo, cabendo ao povo a ratificação 
ou a rejeiçãodo referido ato. 
 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA 
 
A capacidade eleitoral ativa é o direito de 
votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos 
referendos, cuja aquisição se dá com o 
alistamento eleitoral. 
 
De acordo com o art. 14, § 1º, o alistamento 
eleitoral e o voto são obrigatórios para os 
maiores de dezoito anos e facultativos para os 
analfabetos, maiores de setenta anos e 
maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos. 
 
Já o § 2º do mesmo art. 14 estabelece que 
não podem alistar-se como eleitores os 
estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos. 
 
Esses são os chamados inalistáveis. 
Em regra, é vedado aos estrangeiros o 
alistamento eleitoral. No entanto, os 
portugueses com residência permanente no 
Brasil, se houver reciprocidade em favor dos 
brasileiros em Portugal, poderão alistar-se 
como eleitores (art. 12, § 1º). 
DICA: os conscritos englobam os soldados, 
os médicos, os dentistas, os farmacêuticos e 
os veterinários, durante o período em que 
prestam o serviço militar obrigatório. 
 
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA 
 
A capacidade eleitoral passiva, também 
chamada de elegibilidade, diz respeito ao 
direito de ser votado, ou seja, de eleger-se 
para cargos políticos. 
A Constituição prevê, no art. 14, § 3º, as 
condições para elegibilidade. São elas: 
 
a) nacionalidade brasileira: Os 
portugueses equiparados, atendidas as 
condições previstas no art. 12, § 1º , podem 
concorrer a cargos políticos, à exceção de 
Presidente e Vice-Presidente da República, 
que são acessíveis apenas aos
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Súmula Vinculante n. 18: 
A dissolução da sociedade ou do vínculo 
conjugal, no curso do mandato, não 
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º 
do artigo 14 da Constituição Federal. 
brasileiros natos (art. 12, § 3º, I). 
 
b) pleno exercício dos direitos políticos: 
os que tenham suspensos ou perdidos os 
direitos políticos não possuem capacidade 
eleitoral passiva, nos termos do art. 15, que 
será estudado mais à frente; 
 
c) alistamento eleitoral: todo elegível é 
obrigatoriamente eleitor, mas nem todo 
eleitor é elegível; 
 
d) domicílio eleitoral na circunscrição; 
Domicílio eleitoral não se confunde com o 
de domicílio civil, à luz do art. 42 do Código 
Eleitoral, e segundo entendimento fixado 
pelo TSE. 
 
e) filiação partidária: o Brasil não admite 
a candidatura avulsa; 
 
f) idade mínima a ser exigida na data da 
POSSE, COM EXCEÇÃO DO 
VEREADOR*, que é na data limite para o 
pedido de registro: 
 
• 35 anos: Presidente e Vice-Presidente 
da República e Senador; 
• 30 anos: Governador e Vice-Governador 
de Estado e do Distrito Federal; 
• 21 anos: Deputado Federal, Deputado 
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito 
e juiz de paz; 
• 18 anos: Vereador. 
 
*Por esclarecedor, vejamos o que 
determina o art. 11, § 2º , da Lei n. 9.504, 
de 1997, com a redação dada pela Lei n. 
13.165, de 2015: “a idade mínima 
constitucionalmente estabelecida como 
condição de elegibilidade é verificada 
tendo por referência a data da posse, 
salvo quando fixada em dezoito anos, 
hipótese em que será aferida na data 
limite para o pedido de registro”. 
 
INELEGIBILIDADES 
 
As inelegibilidades afastam o direito de 
concorrer a mandatos eletivos nos Poderes 
Executivo e Legislativo. 
Essas inelegibilidades podem ser absolutas ou 
relativas. 
 
A inelegibilidade absoluta impede que o 
cidadão concorra a todos os pleitos 
eleitorais. É o que está previsto no art. 14, § 
4º, a saber: ―são inelegíveis os inalistáveis 
e os analfabetos‖. 
Por outro lado, a inelegibilidade relativa 
retira a possibilidade de concorrera 
determinado(s) pleito(s) eleitoral(is). 
Vejamos os casos constitucionais de 
inelegibilidade relativa. 
 
1) Art. 14, § 5º: ―o Presidente da República, 
os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal, os Prefeitos e quem os houver 
sucedido ou substituído no curso dos 
mandatos poderão ser reeleitos para um 
único período subsequente.‖ Ou seja, é 
vedada a reeleição para o terceiro mandato 
sucessivo. 
2) Art. 14, § 6º: ―o Chefe do Poder 
Executivo que queira concorrer a outros 
cargos deverá renunciar 
(desincompatibilizar) até seis meses antes 
da eleição‖. 
3) Art. 14, § 7º: conhecida como 
inelegibilidade reflexa, uma vez que não 
incide sobre o Chefe do Poder Executivo, 
mas sim sobre terceiros a ele ligados. São 
inelegíveis, no território de jurisdição do 
titular, o cônjuge e os parentes 
consanguíneos ou afins, até o segundo 
grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado, 
Território ou do Distrito Federal, de Prefeito 
ou de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
 
4) Art. 14, § 8º: trata da condição 
específica dos militares. 
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O militar alistável é elegível, desde que 
atenda às seguintes exigências: 
 
I – se contar menos de dez anos de serviço, 
deverá afastar-se da atividade; 
II – se contar mais de dez anos de serviço, 
será agregado pela autoridade superior e, 
se eleito, passará automaticamente, no ato 
da diplomação, para a inatividade. 
 
5) Art. 14, § 9º: reza que as 
hipóteses de inelegibilidade relativa não são 
exaustivas, podendo lei complementar 
federal criar outras situações. Vejamos: ―lei 
complementar estabelecerá outros caso de 
inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de protege a 
probidade administrativa, a moralidade
 para exercício de mandato 
considerada vida pregressa do candidato, 
e a normalidade e legitimidade das eleições 
contra a influência do poder econômico ou 
o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou 
indireta‖. 
 
CONSULTAS POPULARES 
 
§ 12. Serão realizadas concomitantemente 
às eleições municipais as consultas 
populares sobre questões locais aprovadas 
pelas Câmaras Municipais e encaminhadas 
à Justiça Eleitoral até 
90 (noventa) dias antes da data das 
eleições, observados os limites 
operacionais relativos ao número de 
quesitos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 111, de 2021) 
 
§ 13. As manifestações favoráveis e 
contrárias às questões submetidas às 
consultas populares nos termos do § 12 
ocorrerão durante as campanhas eleitorais, 
sem a utilização de propaganda gratuita no 
rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 111, de 2021) 
 
 
PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS 
 
 
Segundo o art. 15, é vedada a cassação 
de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de... 
 
Apesar da vedação absoluta à cassação, o 
citado artigo permite a privação dos direitos 
políticos, seja no caso de perda, seja no 
caso de suspensão. 
 
E qual a diferença entre perda e 
suspensão? A distinção está na maneira 
pelo qual os direitos políticos serão 
restabelecidos após a cessação da causa 
que deu ensejo à privação. 
 
No caso de perda, o restabelecimento dos 
direitos políticos dependerá do requerimento 
do indivíduo, isto é, de um novo alistamento 
eleitoral. 
 
Já no caso de suspensão, o 
restabelecimento se dará automaticamente, 
independentemente de manifestação da 
pessoa. 
 
Vejamos agora as hipóteses de perda e de 
suspensão dos direitos políticos: 
 
I – cancelamento da naturalização por 
sentença [JUDICIAL] transitada em 
julgado: o cancelamento da naturalização 
provoca a perda da condição de nacional, 
conforme os termos do art. 12, 
§ 4º, I. Tal fato provoca a PERDA dos 
direitos políticos, haja vista que o 
estrangeiro não detém direitos políticos no 
Brasil. 
 
II – incapacidade civil absoluta: este 
tópico merece uma digressão mais 
aprofundada. 
 
A Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015,que 
instituiu o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, alterou o art. 3º do Código Civil, 
passando a prever apenas uma hipótese de 
incapacidade civil absoluta — o menor de 
16 anos —, que, segundo a interpretação 
do § 1º do art. 14 da Constituição, não 
exerce direitos políticos, por ser 
inalistável. 
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Súmula n. 9 do TSE: A suspensão de 
direitos políticos decorrente de 
condenação criminal transitada em 
julgado cessa com o cumprimento ou 
a extinção da pena, independendo de 
reabilitação ou de prova de reparação 
dos danos. 
Portanto, pode-se afirmar que a previsão 
constitucional de suspensão de direitos 
políticos por incapacidade civil absoluta 
está, por ora, esvaziada, por falta de 
hipótese fática que se enquadre no art. 
15, inciso II. 
 
III – condenação criminal transitada em 
julgado, enquanto durarem seus efeitos: 
os que sofrerem condenação criminal 
com trânsito em julgado terão os direitos 
políticos SUSPENSOS até a extinção da 
punibilidade. 
IV – recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5°, VIII: cuida-se da 
escusa de consciência prevista no art. 
5º, VIII, segundo o qual “ninguém será 
privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei”. 
 
Mesmo não havendo unicidade de 
entendimentos, a doutrina majoritária 
entende que é uma situação de PERDA 
dos direitos políticos. 
 
V – improbidade administrativa, nos 
termos do art. 37, § 4º: o próprio art. 37, 
§ 4º nos dá a dica de que é uma hipótese 
de suspensão, percebam: “os atos de 
improbidade administrativa importarão a 
SUSPENSÃO dos direitos políticos a 
perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível”. 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
ELEITORAL OU DA ANUALIDADE 
ELEITORAL 
 
Segundo o art. 16, ―a lei que alterar o 
processo eleitoral entrará em vigor na data de 
sua publicação, não se aplicando à eleição que 
ocorra até um ano da data de sua vigência‖. 
 
Notem que a vigência se dará na data da 
publicação, mas a eficácia só ocorrerá após 
um ano. 
 
DIREITOS SOCIAIS 
Vamos trabalhar inicialmente os princípios 
atinentes aos direitos sociais e, depois, 
estudar os artigos 6º ao 11, dando especial 
ênfase às normas mais cobradas. 
 
A título de recordação, lembremos que os 
direitos sociais são, de acordo com a 
evolução dos direitos e garantias 
fundamentais, qualificados como de segunda 
geração. 
 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO 
RETROCESSO 
 
Segundo o princípio da proibição do 
retrocesso, no grau de concretização dos 
direitos sociais, o Estado brasileiro somente 
pode avançar, jamais retroceder: o Brasil não 
pode desconstituir as conquistas já 
alcançadas pelo povo brasileiro. 
 
Ou seja, o princípio em questão impede que os 
níveis de concretização dos direitos sociais — 
saúde, educação, trabalho, assistência social, 
entre outros — já atingidos venham a ser 
reduzidos ou suprimidos. 
 
Mas cuidado!!! Há situações em que a política 
pública poderá ser alterada, o que, a princípio, 
poderia se caracterizar como um retrocesso 
social. No entanto, se o Estado adotar aquilo 
que o STF chama de políticas compensatórias 
que garantam a manutenção das conquistas 
já realizadas, não haverá desrespeito ao 
princípio da proibição do retrocesso. 
 
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PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL 
 
O princípio do mínimo existencial traduz-se 
na preservação de um rol mínimo de 
direitos vitais básicos indispensáveis a uma 
vida humana digna. 
Tal princípio está intrinsecamente ligado ao 
fundamento do Estado brasileiro da 
dignidade da pessoa humana, previsto no 
art. 1°, III. Aplica-se o princípio em tela, por 
exemplo, nos casos de entrega de 
medicamentos que estão inseridos na lista 
do Ministério da Saúde e que são 
considerados de fornecimento obrigatório, 
pois inseridos dentro do mínimo existencial. 
 
PRINCÍPIO DA RESERVA DO 
POSSÍVEL 
 
Por sua vez, o princípio da reserva do 
possível significa que a implementação dos 
direitos sociais, de caráter sempre oneroso, 
esbarra no óbice do financeiramente 
possível, vale dizer, o Estado brasileiro só 
poderá concretizar os direitos sociais 
quando houver orçamento adequado para 
tanto. 
A título de exemplo, não pode o ente 
público ficar condenado a custear todo 
tratamento que for prescrito por médicos, 
pois somente os medicamentos que estão 
inseridos na lista do Ministério da Saúde 
podem ser considerados de fornecimento 
obrigatório, já que estão inseridos dentro 
do mínimo existencial. 
Pensemos em tratamentos experimentais 
sem eficácia comprovada no exterior. 
Será que o Sistema Único de Saúde, de 
parco orçamento, deveria ser condenado a 
custeá-los em detrimento dos demais que 
do SUS necessitam? O STF já enfrentou o 
tema, vejamos: 
 
[...] obrigar a rede pública a financiar toda e 
qualquer ação e prestação de saúde 
existente geraria grave lesão à ordem 
administrativa e levaria ao 
comprometimento do SUS, de modo a 
prejudicar ainda mais o atendimento 
médico da parcela da população mais 
necessitada. [...] os tratamentos 
experimentais (sem comprovação cientifica de 
sua eficácia) são realizados por laboratórios ou 
centros médicos de ponta, consubstanciando-
se em pesquisas científicas. A participação 
nesses tratamentos rege-se pelas normas que 
regulam a pesquisa médica e, portanto, o 
Estado não pode ser condenado a fornecê- los. 
[...] É relevante apontar que a jurisprudência 
sufraga o entendimento de a teoria da reserva 
do possível ser de todo pertinente, quando se 
ingressa na área de experimentação científica 
desenvolvida no exterior, ou seja, a assistência 
médica prestada pelo Estado tem seu 
orçamento submetido a uma política de 
prioridades, e assim o é em razão de que cabe 
a ele o custeio da saúde de milhões de 
pessoas, de forma que resulta inviável o 
deferimento de tratamento fora do Brasil 
considerados experimentais para os poucos que 
recorrem ao judiciário. (Min. GILMAR MENDES 
na Suspensão de Tutela Antecipada n. 175 
AgR, julgado em 17/03/2010). 
 
 
 
 
 
 
 
Em situações em que o Estado brasileiro deixa 
de entregar voluntariamente o mínimo 
existencial, justamente porque é o mínimo, 
alegando a reserva do possível, o prejudicado 
poderá buscar a tutela judicial do seu direito 
violado. 
 
Vale dizer: a reserva do financeiramente 
possível não é oponível ao controle judicial das 
políticas públicas, quando o caso concreto 
envolver o direito ao mínimo indispensável à 
dignidade humana. 
 
Ora, como reconhece o próprio Poder 
Judiciário, a saúde é direito de todos e dever do 
Estado (União, Estados-membros, Distrito 
Federal e Municípios), o qual deverá garantir à 
sociedade a efetiva prestação de serviços 
mínimos para uma vida digna, não podendo 
valer-se da cláusula da reserva do possível para 
se abster de dar o efetivo cumprimento ao 
princípio da dignidade da pessoa humana. 
DICA DO PROF. JEAN: o princípio da 
reserva do possível encontra seus 
limites no mínimo existencial. 
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Sobre o tema, vejamos elucidativo 
julgado do STJ: 
[...] não podem os direitos sociais ficar 
condicionados à boa vontade do 
Administrador, sendo de suma 
importância que o Judiciário atue 
como órgão controlador da atividade 
administrativa. Seria uma distorção 
pensarque o princípio da separação 
dos poderes, originalmente concebido 
com o escopo de garantia dos direitos 
fundamentais, pudesse ser utilizado 
justamente como óbice à realização 
dos direitos sociais, igualmente 
importantes. Tratando-se de direito 
essencial, incluso no conceito de 
mínimo existencial, inexistirá 
empecilho jurídico para que o 
Judiciário estabeleça a inclusão de 
determinada política pública nos 
planos orçamentários do ente político, 
mormente quando não houver 
comprovação objetiva da 
incapacidade econômico-financeira da 
pessoa estatal (REsp 771.537/RJ, Rel. 
Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, 
DJ 3.10.2005). 
Outro dado relevante: o art. 6º nos traz 
um rol exemplificativo de direitos 
sociais. O rol é exemplificativo porque 
existem outros direitos sociais 
espalhados pela Constituição Federal, 
especialmente no Título VIII, que versa 
justamente sobre a Ordem Social. 
Isto é, diante da omissão estatal quanto ao 
seu dever de entregar ao povo brasileiro o 
mínimo existencial, cabe ao Poder 
Judiciário determinar a execução das 
políticas públicas pertinentes, sem que isso 
fira a separação dos Poderes. 
 
Nessas situações, o juiz protegerá a 
Constituição, que determina algumas ações 
estatais, como, por exemplo, a 
implementação de um serviço público de 
saúde gratuito e de qualidade. Essa 
atuação excepcional do Poder Judiciário na 
determinação da execução de políticas 
públicas é o que se denomina ativismo 
judicial. 
 
DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIE 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade 
e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 90, de 2015). 
 
Primeira informação importante: cuidado 
com o direito ao transporte, inserido no art. 6º 
pela EC n. 90, de 2015. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos 
e rurais, além de outros que visem à melhoria 
de sua condição social: 
 
O caput do art. 7º nos informa que os 
direitos sociais individuais dos trabalhadores 
urbanos e rurais são os mesmos. 
 
I – relação de emprego 
protegida contra despedida arbitrária ou sem 
justa causa, nos termos de lei complementar, 
que preverá indenização compensatória, 
dentre outros direitos; 
II – seguro-desemprego, em 
caso de desemprego involuntário; 
 
Somente o desemprego involuntário 
autoriza o recebimento do seguro- 
desemprego. Caso o trabalhador peça 
demissão (desemprego voluntário) não terá 
direito ao benefício. 
 
III – fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV – salário mínimo, fixado em lei, 
nacionalmente unificado, capaz de atender a 
suas necessidades vitais básicas e às de sua 
família com moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos 
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
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ATENÇÃO PARA AS SÚMULAS 
VINCULANTES: 
Súmula Vinculante n. 6: Não viola a 
Constituição o estabelecimento de 
remuneração inferior ao salário mínimo 
para as praças prestadoras de serviço 
militar inicial. 
Súmula Vinculante n. 16: Os artigos 7º , 
IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da 
Constituição, referem-se ao total da 
remuneração percebida pelo servidor 
público. 
Por fim, o Supremo Tribunal Federal 
reafirmou a jurisprudência da Corte no 
sentido de que a fixação de pensão 
alimentícia em salários mínimos não 
viola a Constituição (ARE 842.157, com 
repercussão geral reconhecida). 
Sobre esse ponto, cuidado com a Súmula 
Vinculante n. 4: ―Salvo nos casos previstos 
na Constituição, o salário mínimo não pode 
ser usado como indexador de base de 
cálculo de vantagem de servidor público ou 
de empregado, nem ser substituído por 
decisão judicial.‖. 
 
Quando a Súmula Vinculante n. 4 grafa 
―salvo nos casos previstos na 
Constituição‖, está se referindo ao art. 58 
do ADCT, que determina: 
 
 
V – piso salarial proporcional à extensão e à 
complexidade do trabalho; 
VI– irredutibilidade do salário, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coletivo; 
 
Quando lidamos com os direitos sociais no 
estudo do Direito Constitucional, temos de ser 
fiéis ao texto da Constituição. Em outras 
palavras, estamos num limiar muito tênue entre 
o Direito Constitucional e o Direito do Trabalho 
e temos de ser devotados ao nosso objeto de 
estudo: a Constituição Federal. 
 
VII– garantia de salário, nunca inferior ao 
mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
VIII– décimo terceiro salário com base na 
remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria; 
IX– remuneração do trabalho noturno 
superior à do diurno; 
X– proteção do salário na forma da lei, 
constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI – participação nos lucros, ou 
resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, 
conforme definido em lei; 
XII – salário-família pago em razão do 
dependente do trabalhador de baixa renda 
nos termos da lei; 
XIII – duração do trabalho normal não 
superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação 
de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
XIV – jornada de seis horas para o 
trabalho realizado em turnos ininterruptos 
de revezamento, salvo negociação coletiva; 
Entendem-se por turnos ininterruptos de 
revezamento aqueles em que grupos de 
trabalhadores se sucedem nos mesmos locais 
de trabalho, cumprindo horários que permitam 
o funcionamento ininterrupto da empresa. 
 
XV – repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos; 
XVI – remuneração do serviço 
extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal; 
Art. 58. Os benefícios de prestação 
continuada, mantidos pela 
previdência social na data da 
promulgação da Constituição, terão 
seus valores revistos, a fim de que 
seja restabelecido o poder aquisitivo, 
expresso em número de salários 
mínimos, que tinham na data de sua 
concessão, obedecendo-se a esse 
critério de atualização até na 
implantação do plano de custeio e 
benefícios referidos no artigo 
seguinte. 
Parágrafo único. As prestações mensais 
dos benefícios atualizadas de acordo com 
este artigo serão devidas e pagas a partir 
do sétimo mês a contar da promulgação 
da Constituição 
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XVII – gozo de férias anuais 
remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal; 
XVIII – licença à gestante, sem 
prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de cento e vinte dias; 
XIX – licença-paternidade, nos 
termos fixados em lei; 
XX – proteção do mercado de 
trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da 
lei; 
XXI – aviso prévio proporcional ao 
tempo de serviço, sendo no mínimo de 
trinta dias, nos termos da lei; 
XXII – redução dos riscos 
inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII – adicional de remuneração 
para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV – aposentadoria; 
XXV – assistência gratuita aos 
filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade 
em creches e pré- escolas; 
XXVI – reconhecimento das 
convenções e acordos coletivos de 
trabalho;’’ 
XXVII – proteção em face da 
automação, na forma da lei; 
XXVIII – seguro contra acidentes 
de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este 
está obrigado, quando incorrer em dolo 
ou culpa; 
XXIX – ação, quanto aos créditos 
resultantes das relações de trabalho,com prazo prescricional de cinco anos 
para os trabalhadores urbanos e rurais, 
até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho; 
XXX – proibição de diferença de 
salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI – proibição de qualquer 
discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador 
portador de deficiência; 
XXXII – proibição de distinção entre 
trabalho manual, técnico e intelectual ou 
entre os profissionais respectivos; 
XXXIII – proibição de trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores 
de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
XXXIV – igualdade de direitos entre o 
trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
 
Parágrafo único. São assegurados à 
categoria dos trabalhadores domésticos 
os direitos previstos nos incisos IV, VI, 
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e 
XXXIII e, 
atendidas as condições estabelecidas 
em lei e observada a simplificação do 
cumprimento das obrigações tributárias, 
principais e acessórias, decorrentes da 
relação de trabalho e suas 
peculiaridades, os previstos nos incisos I, 
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a 
sua integração à previdência social. 
 
Visto isso, vamos passar para os direitos 
sociais sindicais. 
 
 
Art. 8° É livre a associação profissional ou 
sindical, observado o seguinte: 
I – a lei não poderá exigir autorização do 
Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, 
vedadas ao Poder Público a interferência e a 
intervenção na organização sindical; 
 
O inciso I do art. 8º trata do chamado 
princípio da autonomia sindical. 
Aspecto intrigante é o seguinte: o inciso faz 
referência a registro no ―órgão competente‖. 
Mas qual seria esse órgão? A resposta nos é 
dada pela Súmula n. 677, do STF. Vejamos: 
―até que lei venha a dispor a respeito, 
incumbe ao Ministério do Trabalho proceder 
ao registro das entidades sindicais e zelar 
pela observância do princípio da unicidade‖. 
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direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, 
VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, 
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, 
atendidas as condições estabelecidas 
em lei e observada a simplificação do 
cumprimento das obrigações tributárias, 
principais e acessórias, decorrentes da 
relação de trabalho e suas 
peculiaridades, os previstos nos incisos 
I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a 
sua integração à previdência social. 
 
Visto isso, vamos passar para os direitos 
sociais sindicais. 
 
Art. 8° É livre a associação profissional ou 
sindical, observado o seguinte: 
I – a lei não poderá exigir autorização do 
Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, 
vedadas ao Poder Público a interferência e 
a intervenção na organização sindical; 
 
O inciso I do art. 8º trata do chamado 
princípio da autonomia sindical. 
Aspecto intrigante é o seguinte: o inciso faz 
referência a registro no ―órgão 
competente‖. Mas qual seria esse órgão? A 
resposta nos é dada pela Súmula n. 677, 
do STF. Vejamos: ―até que lei venha a 
dispor a respeito, incumbe ao Ministério do 
Trabalho proceder ao registro das entidades 
sindicais e zelar pela observância do 
princípio da unicidade‖. 
 
Percebam que a Súmula aborda o princípio 
da unicidade. 
 
II – é vedada a criação de mais de uma 
organização sindical, em qualquer grau, 
representativa de categoria profissional ou 
econômica, na mesma base territorial, 
que será definida pelos trabalhadores ou 
empregadores interessados, não podendo 
ser inferior à área de um Município; Esse é 
o já citado princípio da unicidade sindical. 
Chama-se unicidade porque, para 
cada categoria profissional ou 
econômica, é criado um único sindicato 
numa determinada base territorial. Quem é 
que define a base territorial do sindicato? 
Os próprios sindicalizados, nunca podendo ela 
ser inferior a um Município. 
 
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos 
e interesses coletivos ou individuais da 
categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas; 
 
IV – a assembleia geral fixará a 
contribuição [confederativa] que, em se 
tratando de categoria profissional, será 
descontada em folha, para custeio do sistema 
confederativo da representação sindical 
respectiva, independentemente da contribuição 
[sindical] prevista em lei; 
 
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a 
manter-se filiado a sindicato; 
 
VI – é obrigatória a participação dos 
sindicatos nas negociações coletivas de 
trabalho; 
 
VII – o aposentado filiado tem direito a votar 
e ser votado nas organizações sindicais 
 
VIII – é vedada a dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura 
a cargo de direção ou representação sindical e, 
se eleito, ainda que suplente, até um ano após o 
final do mandato, salvo se cometer falta grave 
nos termos da lei. 
 
Parágrafo único. As disposições deste artigo 
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e 
de colônias de pescadores, atendidas as 
condições que a lei estabelecer. 
 
O próximo artigo nos traz o perfil constitucional 
do direito de greve. Justamente por ser um 
direito, a simples adesão à greve não constitui 
falta grave, conforme nos ensina a Súmula n. 
316, do STF. 
 
CF: Art. 9º É assegurado o direito de greve, 
competindo aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender. 
 
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 § 1º A lei definirá os serviços ou 
atividades essenciais e disporá sobre o 
atendimento das necessidades inadiáveis 
da comunidade. 
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os 
responsáveis às penas da lei. 
Art. 10. É assegurada a participação dos 
trabalhadores e empregadores nos 
colegiados dos órgãos públicos em que 
seus interesses profissionais ou 
previdenciários sejam objeto de discussão 
e deliberação. 
Art. 11. Nas empresas de mais de 
duzentos empregados, é assegurada a 
eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover- lhes o 
entendimento direto com os 
empregadores. 
 
NACIONALIDADE 
 
CONCEITO 
 
Conforme nos ensina José Afonso da 
Silva, a nacionalidade é um vínculo 
jurídico- político de Direito público interno, 
que faz da pessoa um dos elementos 
componentes da dimensão pessoal do 
Estado (o seu povo — conjunto de 
nacionais — brasileiros natos e 
naturalizados). 
 
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 
 
Temos duas espécies de nacionalidade, 
quais sejam: 
 
a) primária (originária, de 1º grau, 
involuntária, ou nata): resultante de um 
fato natural (o nascimento). Trata-se de 
aquisição involuntária de nacionalidade, 
decorrente do simples nascimento ligado 
a um critério constitucional; 
b) secundária (adquirida, por 
aquisição, de 2º grau, voluntária, ou por 
naturalização): é a que se adquire por ato 
de vontade, depois do nascimento, 
somado ao cumprimento de um requisito 
constitucional. 
 
 
CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE 
NACIONALIDADE PRIMÁRIA 
 
Para a definição da nacionalidade primária, a 
Constituição adota dois critérios: 
 
a) ius sanguinis: critério sanguíneo 
pautado na hereditariedade; 
 
b) ius solis: critério territorial, sendo 
irrelevante a nacionalidade dos pais. 
A nossa atual CF adotou como regra o 
critério ius solis, permitindo a utilização do 
ius sanguinis em algumas hipóteses que 
estudaremos a seguir. Vejamos. 
NACIONALIDADE PRIMÁRIA 
 
Segundo o art. 12, I, são brasileiros natos: 
 
a) os nascidos na 
República Federativa do Brasil, ainda que de 
paisestrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país [de origem]; 
 
Aqui se adota o critério do ius solis: nasceu 
no Brasil, será, em princípio, brasileiro nato. 
Só não será brasileiro nato aquele que aqui 
nascer se houver a conjugação e dois 
fatores: 
1) ambos os pais estrangeiros; 
2) pelo menos um deles deve estar no 
território brasileiro a serviço do seu País de 
origem. 
 
Muito cuidado com um detalhe: se estiver a 
serviço de um terceiro País, o nascido na 
República Federativa do Brasil será 
considerado brasileiro nato. Exemplo: se um 
casal de portugueses estiver a serviço da 
Espanha no Brasil, o filho deles, nascido no 
Brasil, será considerado brasileiro nato. 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai 
brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil; 
 
Na alínea ―b‖, adota-se o critério ius sanguinis. 
 
 
 
 
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c) os nascidos no estrangeiro de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejamregistrados em repartição 
brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil 
e optem, em qualquer tempo, depois de 
atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; 
 
No caso da alínea ―c‖, adota-se o critério 
ius sanguinis. 
 
Na verdade, a alínea ―c‖ consagra duas 
hipóteses distintas de nacionalidade 
originária: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No caso da alínea ―c‖, adota-se o critério 
ius sanguinis. 
 
Na verdade, a alínea ―c‖ consagra duas 
hipóteses distintas de nacionalidade 
originária: 
 
I – os nascidos no 
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente (repartição 
diplomática ou consular); e 
 
II – os nascidos no 
estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
A segunda hipótese é o que a doutrina 
chama de nacionalidade originária 
potestativa. Importante ressaltar que essa 
opção pela nacionalidade originária 
brasileira é considerada pelo STF como 
personalíssima: só pode ser exercida pela 
própria pessoa interessada, a partir dos 18 
anos. 
Antes de manifestar a opção confirmativa, 
haveria uma nacionalidade provisória, 
suspensa ao atingir aos 18 anos, até que fosse 
manifestada a opção para se adquirir, 
definitivamente, a nacionalidade brasileira. 
As hipóteses de nacionalidade originária estão 
dispostas em rol taxatico, não podendo a lei 
infraconstitucional criar outros casos. 
 
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA 
A nacionalidade secundária é aquela adquirida 
pelo estrangeiro que passa por um processo de 
naturalização. 
Com efeito, considera-se naturalização o 
processo que permite ao estrangeiro adotar a 
nacionalidade do país em que se encontra, 
desde que preenchidos os requisitos legais. No 
nosso caso, essas hipóteses constitucionais 
estão previstas no art. 12, inciso II, vejamos: 
a) os que, na forma da lei, 
adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa 
apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
A alínea ―a‖ consagra a hipótese de 
naturalização ordinária, uma vez que a simples 
satisfação dos requisitos não assegura ao 
estrangeiro a nacionalidade brasileira. 
Importante fixar que a concessão da 
naturalização, como regra, é ato discricionário 
do Presidente da República decorrente da 
soberania estatal, não se falando, pois, em 
direito público subjetivo do requerente. 
b) os estrangeiros de qualquer 
nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal, desde 
que requeiram a nacionalidade brasileira. 
Na alínea ―b‖, trata-se de uma hipótese de 
naturalização extraordinária (também chamada de 
quinzenária). 
 
 
 
 
Cuidado com a expressão “estar a 
serviço da República Federativa do 
Brasil”. 
“A serviço da República Federativa 
do Brasil” é expressão que abrange 
todos os órgãos e todas as entidades 
da Administração Pública direta e 
indireta da União, dos Estados, do 
Distrito Federal ou dos Municípios. 
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O § 1º do art. 12 trata de forma diferente 
os portugueses residentes no Brasil. 
 
 
§ 1º Aos portugueses com residência 
permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, 
serão atribuídos os direitos inerentes ao 
brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
 
Vale dizer: satisfeitos os pressupostos 
constitucionais de residência permanente 
no País e reciprocidade, os portugueses 
não precisam se naturalizar brasileiros 
para auferir os direitos dos brasileiros 
NATURALIZADOS. 
 
 
 
 
 
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS 
NATOS E NATURALIZADOS 
 
O art. 12, § 2º, prevê que a lei (no caso, 
lei infraconstitucional) não poderá 
estabelecer distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados: só a Constituição 
poderá estabelecer esta diferenciação, e 
o faz em quatro hipóteses: 
 
1) Cargos 
 
São privativos de brasileiros natos os 
cargos de: Presidente e Vice-Presidente 
da República; Presidente da Câmara dos 
Deputados; Presidente do Senado Federal; 
Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
carreira diplomática; oficial das Forças 
Armadas; e Ministro de Estado da Defesa 
(art. 12, § 3º). 
 
 
 
 
 
 
 
A razão é simples: o próprio Presidente da 
República precisa ser brasileiro nato, 
portanto, todos aqueles que estão na sua linha 
sucessória também (Vice-Presidente da 
República, Presidente da Câmara dos 
Deputados, Presidente do Senado Federal e 
Ministros do Supremo Tribunal Federal – arts. 
79 e 80). 
 
Nos casos da carreira diplomática, dos 
oficiais ;das Forças Armadas e do Ministro de 
Estado da Defesa, a ideia é proteger a 
segurança nacional. 
 
2) Função no Conselho da República 
A Constituição reservou seis vagas para 
brasileiros natos, vejamos: 
 
Art. 89. O Conselho da República é órgão 
superior de consulta do Presidente da 
República, e dele participam: 
I – o Vice-Presidente da República; II – o 
Presidente da Câmara dos Deputados; 
III – o Presidente do
 Senado Federal; 
IV – os líderes da maioria e 
da minoria na Câmara dos Deputados. V – os 
líderes da maioria e da minoria no Senado 
Federal; 
VI – o Ministro da Justiça; 
VII – seis cidadãos brasileiros 
natos, com mais de trinta e cinco anos de 
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente 
da República, dois eleitos pelo Senado 
Federal e dois eleitos pela Câmara dos 
Deputados, todos com mandato de três anos, 
MUITA ATENÇÃO NESSA HORA: nessa 
situação, não há discricionariedade do 
Presidente da República, possuindo o 
interessado direito público subjetivo à 
nacionalidade brasileira, desde que requeira 
e preencha os pressupostos constitucionais. 
Importante esclarecer que, quando a 
Constituição se refere à residência na 
República Federativa do Brasil, o que se 
exige é o ânimo de permanecer no Brasil, 
isto é, fazer daqui o seu lar. Nesses termos, 
o STF entende que a simples ausência 
temporária do estrangeiro não significa que 
a residência não foi contínua. 
Mas cuidado: não se trata de 
uma hipótese de naturalização, 
mas tão somente de forma de 
atribuição de direitos 
CUIDADO: essa previsão alcança tanto 
os titulares do cargo quanto os seus 
substitutos. 
É muito importante memorizar esse 
rol, uma vez que esse ponto do nosso 
curso despenca em concurso público. 
Vamos a um mnemônico: MP3.COM 
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vedada a recondução. 
 
3) Extradição 
 
Da leitura do art. 5º, inciso LI, o brasileiro 
nato NUNCA será extraditado. 
Já o brasileiro naturalizado poderá ser 
extraditado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei, praticado a qualquer tempo. 
 
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será 
extraditado, salvo o naturalizado, em caso 
de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da 
lei; 
 
4) Direito de propriedade 
 
Conforme estabelece o art. 222, caput, a 
propriedade de empresa jornalística e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou 
naturalizados há mais de dez anos. 
 
Art. 222. A propriedade de empresa 
jornalística e de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens é privativa de brasileiros 
natos ou naturalizados há mais de dez 
anos, ou de pessoas jurídicas constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sede 
no País. 
PERDA DA NACIONALIDADE 
 
Segundo o art. 12, § 4º, inciso I, será 
declarada a perda da nacionalidade do 
brasileiro que tiver cancelada sua 
naturalização, por sentença judicial, em 
virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional. 
 
Como a Constituição alude aqui a 
cancelamento da naturalização, essa 
hipótese atinge apenas o brasileiro 
naturalizado. 
 
 
Outra situação de perda da nacionalidade 
brasileira ocorre quando o brasileiro (nato ou 
naturalizado) adquire outra nacionalidade, salvo 
se ocorrer uma das hipóteses citadas nas 
alíneas ―a‖ e ―b‖ (art. 12, § 4º, II). 
rt. 12, § 4º Será declarada a perda da 
nacionalidade do brasileiro que: 
I – tiver cancelada sua 
naturalização, por sentença judicial, em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional; 
II – adquirir outra nacionalidade, 
salvo nos casos: [...] 
 
DUPLA NACIONALIDADE 
O art. 12, § 4º, II, alíneas ―a‖ e ―b‖, traz duas 
situações em que a escolha por outra 
nacionalidade não provoca a perda da 
nacionalidade brasileira, passando o brasileiro 
a possuir dupla nacionalidade, motivo pelo qual 
a doutrina o qualifica como polipátrida (aquele 
que possui mais de uma nacionalidade). 
Vejamos essas hipóteses: 
Art. 12, § 4º Será declarada a perda da 
nacionalidade do brasileiro que: [...] 
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos 
casos: 
a) de reconhecimento de 
nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de 
naturalização, pela norma estrangeira, ao 
brasileiro residente em estado estrangeiro, 
como condição para permanência em seu 
território ou para o exercício de direitos civis; 
 
IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS 
NACIONAIS 
 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial 
da República Federativa do Brasil. 
§ 1º São símbolos da República Federativa do 
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo 
nacionais. 
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão ter símbolos próprios. 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS E 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
Vamos iniciar o estudo do Título II, da CF/1988. 
Em um primeiro momento, vamos trabalhar a 
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chamada teoria geral dos direitos e 
garantias fundamentais. Após, trataremos 
dos cinco capítulos que compõem este 
Título II, a saber: 
 
a) Capítulo 1: direitos e deveres 
individuais e coletivos; 
b) Capítulo 2: direitos sociais; 
c) Capítulo 3: nacionalidade; 
d) Capítulo 4: direitos políticos; 
e) Capítulo 5: partidos políticos. 
 
A partir dessa análise, podemos concluir 
que os direitos e garantias fundamentais 
(Título II) são gênero, cujas espécies são 
os cinco capítulos acima mencionados. 
 
DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
Será que direito e garantia seriam termos 
sinônimos? A resposta é negativa. 
 
Os direitos fundamentais são os bens 
jurídicos tutelados pela Constituição, de 
cunho declaratório. Por sua vez, as 
garantias fundamentais são instrumento de 
proteção de um determinado direito também 
previsto na Constituição, de cunho 
assecuratório. Assim, a Constituição tutela a 
liberdade de locomoção (art. 5°, XV) e, caso 
haja restrição ilegal à liberdade de 
locomoção, a Constituição prevê a garantia 
do habeas corpus (art. 5°, LXVIII). 
 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS 
E COLETIVOS 
 
A primeira informação importante é que este 
art. 5º consagra uma boa parte do rol de 
direitos e garantias fundamentais previstos 
na Constituição. Porém, não se pode afirmar 
que o rol de direitos e garantias 
fundamentais trazidos pelo art. 5º esgota 
todos os direitos e garantias fundamentais 
existentes na Constituição. 
 
 
 
Na verdade, os direitos e garantias 
fundamentais estão espalhados por todo o 
texto constitucional, conforme já reconheceu, 
inclusive, o Supremo Tribunal Federal. 
 
DIREITO À IGUALDADE 
 
Quando falamos do direito à igualdade, de 
fato, estamos falando de um gênero, que 
pode assumir duas espécies diferentes: a 
igualdade formal e a igualdade material. 
 
A igualdade formal é aquela prescrita no 
início do caput do art. 5º e seu inciso I, em 
que se identifica uma identidade de direitos e 
deveres concedidos a todos os membros de 
uma dada sociedade, sem distinções. 
Por outro lado, temos a chamada igualdade 
material, que tem a finalidade de buscar a 
equiparação dos cidadãos sob todos os 
aspectos, inclusive o jurídico. 
 
Na igualdade material, identificam-se 
diferenças nas pessoas que compõem o 
grupo social, e busca-se tratar os diferentes de 
forma diferente para garantir, ao fim e ao cabo, 
as mesmas oportunidades a todos. É a 
consagração do ideal de Aristóteles, para 
quem a igualdade consiste em ―tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais na medida em que eles se 
desigualam‖. 
 
Tendo como norte a igualdade material, o 
Estado deve buscar a igualdade de 
oportunidades a todas as pessoas por meio 
de políticas públicas e leis que, atentas às 
características dos grupos menos favorecidos, 
compensem as desigualdades decorrentes do 
processo histórico da formação social. 
 
DIREITO À VIDA 
 
O direito à vida está previsto no caput do art. 
5º e pode ser observado por dois prismas, 
quais sejam: 
 
a) o direito de permanecer vivo e 
b) o direito a uma vida digna. 
 
 
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O direito a permanecer vivo abrange a vida 
extrauterina (a criança que nasceu com 
vida) e também a vida intrauterina (dentro 
do útero materno). Tanto é verdade que o 
direito, como regra, não tolera o aborto, 
justamente para proteger a vida em 
gestação. 
 
O direito a uma vida digna, por sua vez, 
garante as necessidades vitais básicas, 
proibindo qualquer tratamento desumano, 
como a tortura, penas de caráter perpétuo, 
trabalhos forçados, cruéis etc. (art. 5º, III e 
XLVII). 
 
Sobre o direito à vida, aprofundando em 
aspectos jurisprudenciais, é importante 
trazer para nosso estudo o julgamento da 
ADI 3.510, que tinha como objeto a 
possibilidade (ou não) de pesquisas com 
células-tronco embrionárias. 
 
O STF deliberou pela possibilidade de 
utilização de células-tronco embrionárias 
em pesquisas científicas e terapias. Ficou 
consignado que não há, na manipulação 
das células-tronco embrionárias, ofensa ao 
direito à vida, justamente porque, como 
definiu o STF, a vida só começaria no 
momento da nidação. 
Entende-se por nidação a fixação do 
embrião no útero materno. 
 
Merece destaque também o julgamento da 
ADPF 54, em que o STF reconheceu o 
direito da gestante de submeter-se ao 
aborto na hipótese de gravidez de feto 
anencéfalo, previamente diagnosticada por 
profissional habilitado. 
 
DIREITO À LIBERDADEPRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA 
RESERVA LEGAL 
 
Quando falamos no princípio da legalidade, 
estamos tratando da possibilidade de o 
Estado instituir obrigações por meio de lei 
em sentido amplo. Lei em sentido amplo 
abrange lei em sentido estrito (uma lei 
ordinária, por exemplo) e, também, atos 
administrativos de caráter normativo. 
 
É a expressão do inciso II do art. 5º, em que a 
Constituição estabelece que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei. Nesse caso, lei 
quer dizer lei em sentido amplo, isto é, normas 
constitucionais, leis em sentido estrito e atos 
administrativos normativos (decretos, portarias, 
instruções normativas etc.). 
VEDAÇÃO À TORTURA E AO 
TRATAMENTO DESUMANO OU 
DEGRADANTE 
 
Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura 
nem a tratamento desumano ou degradante; 
Esta previsão é uma decorrência clara do 
direito à vida, sob a ótica do direito à 
existência digna. 
 
Para alguns doutrinadores, esse seria o único 
direito absoluto, junto com a vedação a 
escravidão. 
 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
Art. 5º, IV – é livre a manifestação do 
pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
A exigência de vedação ao anonimato garante o 
direito de resposta, que será estudado no 
inciso seguinte. 
 
Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem; 
 
 
Art. 5º, IX – é livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura 
ou licença; 
DICA DO PROF. JEAN: Cuidado como a 
partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter 
aditivo, ou seja, caso haja um dano 
material, um dano moral e um dano à 
imagem provenientes de um mesmo 
fato, caberá indenização pelos três 
danos cumulativamente. 
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Importante deixar muito claro que, no 
Brasil, não mais se fala em censura prévia, 
prática muito comum na época da ditadura 
militar. 
Art. 5º, XIV – é assegurado a todos o 
acesso à informação e resguardado o sigilo 
da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional; 
 
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE 
CRENÇA E DE CONVICÇÃO 
FILOSÓFICA OU POLÍTICA 
 
Art. 5º, VI – é inviolável a liberdade de 
consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias; 
Art. 5º, VII – é assegurada, nos termos da 
lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação 
coletiva; 
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de 
direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se 
as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei; 
 
O inciso VIII é conhecido pela doutrina como 
escusa de consciência. 
 
Esquematizando... 
Diante de uma obrigação a todos imposta 
 Por exemplo, serviço militar escusa 
de consciência religiosa, política ou 
filosófica para não cumprir aquela 
obrigação terá que cumprir 
uma prestação social alternativa (lei 
8.239/91, art. 3º, §2º - regulamenta 
a prestação alternativa). 
 
Professor, e se não cumprir a prestação 
social alternativa? 
Haverá a suspensão de todos os direitos 
políticos. Cuidado que as bancas colocam 
―Perda‖ 
 
 
INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA 
PRIVACIDADE, DA HONRA E DA 
IMAGEM 
 
Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a 
vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
A Constituição tutela a privacidade no inciso X 
do art. 5º, contemplando a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da 
imagem das pessoas, direitos não 
referenciados de modo expresso no caput do 
dispositivo, mas que estão, sem dúvida, 
conectados ao direito à vida, especialmente na 
sua segunda acepção (direito à uma vida 
digna). 
 
Não é simples distinguir a vida privada da 
intimidade, razão pela qual alguns autores 
entendem que ambas designam a mesma 
coisa. A honra é um bem imaterial conectado 
ao valor moral do indivíduo, podendo ser 
compreendida como a reputação, o bom 
nome e a boa fama que o sujeito goza na vida 
em sociedade. 
 
DIREITO À INVIOLABILIDADE 
DOMICILIAR 
 
Segundo o artigo 5º, XI, ―a casa é asilo 
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, 
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial‖. Ou seja, ninguém, 
especialmente a autoridade pública, pode 
entrar na casa alheia sem consentimento do 
morador, exceto: 
 
1) em caso de flagrante delito (a 
qualquer hora); 
2) desastre (a qualquer hora); 
3) socorro (a qualquer hora); 
4) por determinação judicial (durante o dia). 
 
 
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ATENÇÃO!!! O STF reconhece que se 
uma diligência começou dentro do 
horário adequado (durante o dia), 
porém, em face da complexidade do 
fato, estendeu-se para além das 18 
horas, não se fala em violação da 
proteção constitucional ao domicílio, ou 
seja, não se pode arguir a ilicitude da 
prova colhida nessa diligência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outra celeuma existente é a definição de 
―dia‖ para os fins da inviolabilidade 
domiciliar. 
 
A doutrina, para responder a essa 
indagação, desenvolveu duas correntes: 
 
a) a que adota o critério
 físico- astronômico; 
b) e a que adota o critério 
cronológico. 
 
O critério físico-astronômico afirma que 
―dia‖ é o lapso temporal existente entre a 
aurora e o crepúsculo, ou seja, enquanto 
houver sol. Já pelo critério cronológico, 
―dia‖ é o intervalo entre as 6 horas da 
manhã até as 18 horas. 
 
SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA E DAS 
COMUNICAÇÕES 
 
Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da 
correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal; 
 
Percebam que a Constituição só ressalva as 
comunicações telefônicas por ordem de JUIZ 
e para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal. Não se pode afirmar, além 
disso, que o sigilo das correspondências e 
das comunicações telegráficas e de dados seria 
direito absoluto. Aliás, conforme vimos, os 
direitos fundamentais são relativos. 
 
A título de exemplo, a jurisprudência do STF 
admite a interceptação da carta do preso pela 
administração penitenciária com a finalidade de 
se evitar a prática de ilícitos. Aplica-se à 
espécie a ponderação de interesses, já que os 
direitos fundamentais não podem servir como 
escudo para práticas de atividades ilícitas. 
 
LIBERDADE PROFISSIONAL 
Art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
 
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO 
 
Art. 5º, XV – é livre a locomoção no território 
nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
LIBERDADE DE REUNIÃO 
 
Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos 
ao público, independentemente de autorização, 
desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, 
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade 
competente; 
DICA: O conceito de “casa”, para os fins 
da proteção jurídico-constitucional a 
que se refere o artigo 5º, XI, reveste-se 
de caráter mais amplo do que a ideia 
geral de mera residência, pois, 
compreende: 
qualquercompartimento habitado 
unifamiliar; 
qualquer aposento ocupado de 
habitação coletiva; e 
qualquer compartimento privado 
onde alguém exerce profissão ou 
atividade. 
No caso da letra “c”, a ideia central é a 
seguinte: o princípio da inviolabilidade 
domiciliar estende-se ao espaço em que 
alguém exerce, com exclusão de 
terceiros, qualquer atividade de índole 
profissional. 
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LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
 
Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de 
associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar; 
 
Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, 
na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada 
a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
 
Art. 5º, XIX – as associações só poderão 
ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão 
JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado; 
 
Art. 5º, XX – ninguém poderá ser 
compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; 
 
Art. 5º, XXI – as entidades associativas, 
quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
Art. 5º, XXII – é garantido o direito de 
propriedade; 
 
Art. 5º, XXIII – a propriedade atenderá a sua 
função social; 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
 
Art. 5º, XXIV – a lei estabelecerá o 
procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia 
indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição; 
 
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Art. 5º, XXV – no caso de iminente perigo 
público, a autoridade competente poderá usar 
de propriedade particular, assegurada ao 
proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
 
PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA 
RURAL 
 
Art. 5º, XXVI – a pequena propriedade rural, 
assim definida em lei, desde que trabalhada 
pela família, não será objeto de penhora para 
pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os 
meios de financiar o seu desenvolvimento; 
 
DIREITOS AUTORAIS 
 
Art. 5º , XXVII – aos autores pertence o direito 
exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos 
herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
 
Art. 5º , XXVIII – são assegurados, nos 
termos da lei: 
 
a) a proteção às participações individuais 
em obras coletivas e à reprodução da 
imagem e voz humanas, inclusive nas 
atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do 
aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou de que participarem aos 
criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindi cais e associativas; 
 
ATENÇÃO ESPECIAL: O exercício do 
direito de reunião, sempre pacífico e 
sem armas, independe de autorização; 
o que se exige é prévio aviso para não 
frustrar outra reunião marcada para o 
mesmo local. 
ATENÇÃO: quando se tratar de 
mandado de segurança coletivo, não 
há necessidade de autorização. 
Súmula 629, STF: A impetração de 
mandado de segurança coletivo por 
entidade de classe em favor dos 
associados independe da 
autorização destes. 
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Cuidado!!! Não se trata de direito 
absoluto, uma vez que o Poder 
Público pode se recusar a prestar a 
informação quando: 
o sigilo for imprescindível à 
segurança da sociedade; 
o sigilo for imprescindível à 
segurança do Estado; e 
o sigilo for imprescindível à 
preservação da privacidade de 
terceiros. 
PROTEÇÃO À PROPRIEDADE 
INDUSTRIAL 
 
Art. 5º, XXIX – a lei assegurará aos 
autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interes se social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico 
do País; 
 
DIREITO DE SUCESSÃO 
 
Art. 5º , XXX – é garantido o direito de 
herança; 
 
Art. 5º , XXXI – a sucessão de bens de 
estrangeiros situados no País será 
regulada pela lei brasileira em benefício 
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável 
a lei pessoal do de cujus; 
 
DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
Art. 5º , XXXII – o Estado promoverá, na 
forma da lei, a defesa do consumidor; 
 
DIREITO DE INFORMAÇÃO 
 
Segundo o art. 5º, XXXIII – 
todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade 
e do Estado; 
 
Trata-se, no caso, de um remédio 
constitucional de natureza administrativa, 
que decorre do princípio da publicidade. É 
um instrumento que viabiliza o controle 
popular sobre a coisa pública. 
 
 
 
 
DIREITO DE PETIÇÃO 
 
À luz do art. 5º, inc. XXXIV, alínea ―a‖, são a 
todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas, o direito de petição aos 
poderes públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder. 
 
Cuida-se de outro remédio constitucional de 
natureza administrativa, cuja legitimidade ativa 
compete a qualquer pessoa, não necessitando 
de assistência de advogado. 
 
Na esteira da gratuidade do direito de petição, 
temos a Súmula Vinculante 21 que determina 
que ―é inconstitucional a exigência de depósito 
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
para admissibilidade de recurso administrativo‖. 
 
DIREITO DE CERTIDÃO 
 
São a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas, a obtenção de certidão 
em repartição pública, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse 
pessoal (art. 5o, inc. XXXIV, alínea ―b‖). 
 
Também é um remédio constitucional de 
natureza administrativa, no entanto, difere no 
que tange à legitimação, haja vista possuir 
caráter personalíssimo, ou seja, não se presta 
à obtenção de cópias de documentos que 
digam respeito a terceiros. 
 
 
 
 
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INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO 
 
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
 
IRRETROATIVIDADE RELATIVA DAS 
LEIS 
 
De acordo com o art. 5º, inc. XXXVI, a lei 
não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada. 
 
Essa norma constitucional tem por 
finalidade proteger a segurança das 
relações jurídicas já consolidadas e a 
estabilidade das relações sociais. 
 
DIREITO AO JUIZ NATURAL 
 
Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal 
de exceção; 
 
Art. 5º , LIII – ninguém será processado 
nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 
JURI POPULAR 
 
Art. 5º , XXXVIII – é reconhecida a 
instituição do júri, com a organização que lhe 
der a lei, assegurados: 
 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos 
crimes dolosos contra a vida; 
 
IRRETROATIVIDADE RELATIVA DA 
LEI PENAL 
 
Art. 5º , XXXIX – não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
 
Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, 
salvo para beneficiar o réu; 
 
PUNIÇÃO ÀS DISCRIMINAÇÕES 
ATENTATÓRIAS 
 
Art. 5º , XLI – a lei punirá qualquer 
discriminação atentatória dos direitos e 
liberdades fundamentais; 
 
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS 
 
É certo que o Estado detém o monopólio do 
jus puniendi – direito de punir. Esse poder 
sancionatório, como regra, perde-se com o 
tempo (ou seja, prescreve),

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