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1 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 2 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Sumário FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA ...................................................................................................... 4 SEPARAÇÃO DOS PODERES..............................................................................................................4 OBJETIVOS............................................................................................................................. ...............4 PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS..............................................................................4 DIREITOS POLÍTICOS - CONCEITO ............................................................ 4 CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA ................................................................................................... 5 CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA .............................................................................................. 5 INELEGIBILIDADES .......................................................................................................................... 6 CONSULTAS POPULARES .............................................................................................................. 7 PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLITICOS ............................................................................................. 7 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL OU DA ANUALIDADE ELEITORAL ...................... 8 DIREITOS SOCIAIS - CONCEITO ................................................................ 8 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO .............................................................................. 8 PRINCÍPIO DO MÍNINO EXISTENCIAL ............................................................................................. 9 PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL ........................................................................................ 9 DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIES...................................................................................................10 PRINCÍPIO DA UNICIDADE ............................................................................................................ 10 NACIONALIDADE - CONCEITO ................................................................. 14 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE ................................................................................................... 14 CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE NACIONALIDADE ...................................................................... 14 NACIONALIDADE PRIMÁRIA ......................................................................................................... 14 NACIONALIDADE SECUNDÁRIA ................................................................................................... 15 DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS ................................................ 16 PERDA DA NACIONALIDADE ........................................................................................................ 17 DUPLA NACIONALIDADE .............................................................................................................. 17 IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS NACIONAIS ................................................................................. 17 TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ....... 17 DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................. 18 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS .................................................................... 18 DIREITO À IGUALDADE ................................................................................................................. 18 DIREITO À VIDA .............................................................................................................................. 18 DIREITO À LIBERDADE .................................................................................................................. 19 VEDAÇÃO À TORTUTA E AO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE ......................... 19 LIBERDADE DE EXPRESSÃO ........................................................................................................ 19 LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CONVICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA.20 INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA PRIVACIDADE, DA HONRA E DA IMAGEM.................. 20 DIREITO À INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ................................................................................. 20 SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA E DAS COMUNICAÇÕES ........................................................ 21 LIBERDADE PROFISSIONAL ......................................................................................................... 21 LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO ...................................................................................................... 21 LIBERDADE DE REUNIÃO ............................................................................................................. 21 LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO ...................................................................................................... 22 DIREITO DE PROPRIEDADE .......................................................................................................... 22 DESAPROPRIAÇÃO ....................................................................................................................... 22 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................................................... 22 PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA RURAL .................................................................................... 22 Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 3 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br DIREITOS AUTORAIS ..................................................................................................................... 22 PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INDUSTRIAL ................................................................................ 23 DIREITO DE SUCESSÃO ................................................................................................................ 23 DEFESA DO CONSUMIDOR ........................................................................................................... 23 DIREITO DE INFORMAÇÃO ............................................................................................................ 23 DIREITO DE PETIÇÃO .................................................................................................................... 23 DIREITO DE CERTIDÃO ................................................................................................................. 23 INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO .......................................................................................... 24 IRRETROATIVIDADE RELATIVA DAS LEIS .................................................................................. 24 DIREITO AO JUIZ NATUTAL .......................................................................................................... 24 JURI POPULAR ............................................................................................................................... 24 IRRETROATIVIDADE RELATIVA DA LEI PENAL .......................................................................... 24 PUNIÇÃO ÀS DISCRIMINAÇÕES ATENTATORIAS ...................................................................... 24 CRIMES IMPRESCRITÍVEIS............................................................................................................ 24 TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS, TERRORISMO E CRIMES HEDIONDOS ................ 24 PESSOALIDADE DA PENA, INDIVIDUALIZAÇÃODA PENA E PENAS PROIBIDAS ................... 24 CUMPRIMENTO DA PENA E ALEITAMENTO MATERNO ............................................................. 25 RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL DO PRESO ......................................................... 25 EXTRADIÇÃO .................................................................................................................................. 25 DIREITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL .................................................................................... 25 DIREITO AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA .................................................................. 25 VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILICITAS .................................................................................................. 25 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA ............................................................................... 25 IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL ........................................................................................................... 25 AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA .................................................................. 25 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS ......................................................... 25 PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS PARA A PRISÃO ............................................................. 26 DIREITO DOS PRESOS .................................................................................................................. 26 PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA ............................................................................................................ 26 HABEAS CORPUS .......................................................................................................................... 26 MANDADO DE SEGURANÇA ......................................................................................................... 27 MANDADO DE INJUNÇÃO ............................................................................................................. 28 HABEAS DATA ............................................................................................................................... 28 AÇÃO POPULAR ............................................................................................................................ 29 ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA ............................................................................................. 29 DIREITO À INDENIZAÇÃO POR ERRO JUDICIÁRIO OU EXCESSO DE PRISÃO ........................ 29 PRINCÍPIO DA CELEBRIDADE PROCESSUAL ............................................................................. 29 APLICABILIDADE IMEDIATA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ......................... 30 ENUMERAÇÃO ABERTA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (ROL NÃO TAXATIVO) .......................................................................................................................................30 TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS EQUIVALENTES À EMENDA CONSTITUCIONAL ......................................................................................................................... 30 SUBMISSÃO AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ............................................................... 30 Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 4 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 1. FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA O art. 1.º enumera, como fundamentos da República Federativa do Brasil: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. COMPLEMENTANDO: FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA REGIME DE GOVERNO: DEMOCRÁTICO 2. SEPARAÇÃO DOS PODERES Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 3. OBJETIVOS Os objetivos fundamentais (e em concursos já foi necessário conhecê-los, em contraposição aos fundamentos) vêm relacionados no art. 3.º da CF/88. Quanto aos objetivos, estes consistem em algo exterior que deve ser perseguido‖. A CF/88 assim os define: ■ construir uma sociedade livre, justa e solidária; ■ garantir o desenvolvimento nacional; ■ erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; ■ promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 4. PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS O art. 4.º da CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é regida nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: ■ independência nacional; ■ prevalência dos direitos humanos; ■ autodeterminação dos povos; ■ não intervenção; ■ igualdade entre os Estados; ■ defesa da paz; ■ solução pacífica dos conflitos; ■ repúdio ao terrorismo e ao racismo; ■ cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; ■ concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS POLÍTICOS CONCEITO Segundo José Afonso da Silva, os direitos políticos, consistem no ―conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais‖ Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 5 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Em outras palavras, são um conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que asseguram a participação do povo no processo político, votando, sendo votado e apresentando projetos de lei de inciativa popular. Importante saber desde logo que, em Direito Constitucional, interessam-nos os direitos políticos na Constituição. Os direitos políticos nas normas infralegais competem ao Direito Eleitoral. A Constituição prevê, no art. 14, que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Além disso, o art. 61, § 2º, prevê a possibilidade de iniciativa popular das leis complementares e ordinárias, que poderá ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Por tudo isso, podemos afirmar que são direitos políticos previstos na Constituição: a) direito ao sufrágio: direito de votar nas eleições, nos plebiscitos e nos referendos, bem como o direito de ser votado; b) direito à iniciativa popular de lei: para a propositura de projetos de leis complementares e projetos de leis ordinárias. Ora, o direito ao sufrágio garante aos brasileiros o direito de votar nos plebiscitos e nos referendos. Mas qual a diferença entre os dois institutos? Ambos são consultas populares diretas, a diferença está no momento da manifestação do povo: a) se antes do ato legislativo ou do ato administrativo, será um plebiscito; b) se após a realização do ato legislativo ou do ato administrativo, será um referendo, cabendo ao povo a ratificação ou a rejeiçãodo referido ato. CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA A capacidade eleitoral ativa é o direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, cuja aquisição se dá com o alistamento eleitoral. De acordo com o art. 14, § 1º, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, maiores de setenta anos e maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Já o § 2º do mesmo art. 14 estabelece que não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Esses são os chamados inalistáveis. Em regra, é vedado aos estrangeiros o alistamento eleitoral. No entanto, os portugueses com residência permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal, poderão alistar-se como eleitores (art. 12, § 1º). DICA: os conscritos englobam os soldados, os médicos, os dentistas, os farmacêuticos e os veterinários, durante o período em que prestam o serviço militar obrigatório. CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA A capacidade eleitoral passiva, também chamada de elegibilidade, diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para cargos políticos. A Constituição prevê, no art. 14, § 3º, as condições para elegibilidade. São elas: a) nacionalidade brasileira: Os portugueses equiparados, atendidas as condições previstas no art. 12, § 1º , podem concorrer a cargos políticos, à exceção de Presidente e Vice-Presidente da República, que são acessíveis apenas aos Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 6 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Súmula Vinculante n. 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. brasileiros natos (art. 12, § 3º, I). b) pleno exercício dos direitos políticos: os que tenham suspensos ou perdidos os direitos políticos não possuem capacidade eleitoral passiva, nos termos do art. 15, que será estudado mais à frente; c) alistamento eleitoral: todo elegível é obrigatoriamente eleitor, mas nem todo eleitor é elegível; d) domicílio eleitoral na circunscrição; Domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio civil, à luz do art. 42 do Código Eleitoral, e segundo entendimento fixado pelo TSE. e) filiação partidária: o Brasil não admite a candidatura avulsa; f) idade mínima a ser exigida na data da POSSE, COM EXCEÇÃO DO VEREADOR*, que é na data limite para o pedido de registro: • 35 anos: Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; • 30 anos: Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; • 21 anos: Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; • 18 anos: Vereador. *Por esclarecedor, vejamos o que determina o art. 11, § 2º , da Lei n. 9.504, de 1997, com a redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015: “a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que será aferida na data limite para o pedido de registro”. INELEGIBILIDADES As inelegibilidades afastam o direito de concorrer a mandatos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo. Essas inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas. A inelegibilidade absoluta impede que o cidadão concorra a todos os pleitos eleitorais. É o que está previsto no art. 14, § 4º, a saber: ―são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos‖. Por outro lado, a inelegibilidade relativa retira a possibilidade de concorrera determinado(s) pleito(s) eleitoral(is). Vejamos os casos constitucionais de inelegibilidade relativa. 1) Art. 14, § 5º: ―o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.‖ Ou seja, é vedada a reeleição para o terceiro mandato sucessivo. 2) Art. 14, § 6º: ―o Chefe do Poder Executivo que queira concorrer a outros cargos deverá renunciar (desincompatibilizar) até seis meses antes da eleição‖. 3) Art. 14, § 7º: conhecida como inelegibilidade reflexa, uma vez que não incide sobre o Chefe do Poder Executivo, mas sim sobre terceiros a ele ligados. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado, Território ou do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 4) Art. 14, § 8º: trata da condição específica dos militares. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 7 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br O militar alistável é elegível, desde que atenda às seguintes exigências: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 5) Art. 14, § 9º: reza que as hipóteses de inelegibilidade relativa não são exaustivas, podendo lei complementar federal criar outras situações. Vejamos: ―lei complementar estabelecerá outros caso de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de protege a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta‖. CONSULTAS POPULARES § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS Segundo o art. 15, é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de... Apesar da vedação absoluta à cassação, o citado artigo permite a privação dos direitos políticos, seja no caso de perda, seja no caso de suspensão. E qual a diferença entre perda e suspensão? A distinção está na maneira pelo qual os direitos políticos serão restabelecidos após a cessação da causa que deu ensejo à privação. No caso de perda, o restabelecimento dos direitos políticos dependerá do requerimento do indivíduo, isto é, de um novo alistamento eleitoral. Já no caso de suspensão, o restabelecimento se dará automaticamente, independentemente de manifestação da pessoa. Vejamos agora as hipóteses de perda e de suspensão dos direitos políticos: I – cancelamento da naturalização por sentença [JUDICIAL] transitada em julgado: o cancelamento da naturalização provoca a perda da condição de nacional, conforme os termos do art. 12, § 4º, I. Tal fato provoca a PERDA dos direitos políticos, haja vista que o estrangeiro não detém direitos políticos no Brasil. II – incapacidade civil absoluta: este tópico merece uma digressão mais aprofundada. A Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015,que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou o art. 3º do Código Civil, passando a prever apenas uma hipótese de incapacidade civil absoluta — o menor de 16 anos —, que, segundo a interpretação do § 1º do art. 14 da Constituição, não exerce direitos políticos, por ser inalistável. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 8 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Súmula n. 9 do TSE: A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos. Portanto, pode-se afirmar que a previsão constitucional de suspensão de direitos políticos por incapacidade civil absoluta está, por ora, esvaziada, por falta de hipótese fática que se enquadre no art. 15, inciso II. III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: os que sofrerem condenação criminal com trânsito em julgado terão os direitos políticos SUSPENSOS até a extinção da punibilidade. IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII: cuida-se da escusa de consciência prevista no art. 5º, VIII, segundo o qual “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir- se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. Mesmo não havendo unicidade de entendimentos, a doutrina majoritária entende que é uma situação de PERDA dos direitos políticos. V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: o próprio art. 37, § 4º nos dá a dica de que é uma hipótese de suspensão, percebam: “os atos de improbidade administrativa importarão a SUSPENSÃO dos direitos políticos a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL OU DA ANUALIDADE ELEITORAL Segundo o art. 16, ―a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência‖. Notem que a vigência se dará na data da publicação, mas a eficácia só ocorrerá após um ano. DIREITOS SOCIAIS Vamos trabalhar inicialmente os princípios atinentes aos direitos sociais e, depois, estudar os artigos 6º ao 11, dando especial ênfase às normas mais cobradas. A título de recordação, lembremos que os direitos sociais são, de acordo com a evolução dos direitos e garantias fundamentais, qualificados como de segunda geração. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO Segundo o princípio da proibição do retrocesso, no grau de concretização dos direitos sociais, o Estado brasileiro somente pode avançar, jamais retroceder: o Brasil não pode desconstituir as conquistas já alcançadas pelo povo brasileiro. Ou seja, o princípio em questão impede que os níveis de concretização dos direitos sociais — saúde, educação, trabalho, assistência social, entre outros — já atingidos venham a ser reduzidos ou suprimidos. Mas cuidado!!! Há situações em que a política pública poderá ser alterada, o que, a princípio, poderia se caracterizar como um retrocesso social. No entanto, se o Estado adotar aquilo que o STF chama de políticas compensatórias que garantam a manutenção das conquistas já realizadas, não haverá desrespeito ao princípio da proibição do retrocesso. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 9 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL O princípio do mínimo existencial traduz-se na preservação de um rol mínimo de direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna. Tal princípio está intrinsecamente ligado ao fundamento do Estado brasileiro da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1°, III. Aplica-se o princípio em tela, por exemplo, nos casos de entrega de medicamentos que estão inseridos na lista do Ministério da Saúde e que são considerados de fornecimento obrigatório, pois inseridos dentro do mínimo existencial. PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL Por sua vez, o princípio da reserva do possível significa que a implementação dos direitos sociais, de caráter sempre oneroso, esbarra no óbice do financeiramente possível, vale dizer, o Estado brasileiro só poderá concretizar os direitos sociais quando houver orçamento adequado para tanto. A título de exemplo, não pode o ente público ficar condenado a custear todo tratamento que for prescrito por médicos, pois somente os medicamentos que estão inseridos na lista do Ministério da Saúde podem ser considerados de fornecimento obrigatório, já que estão inseridos dentro do mínimo existencial. Pensemos em tratamentos experimentais sem eficácia comprovada no exterior. Será que o Sistema Único de Saúde, de parco orçamento, deveria ser condenado a custeá-los em detrimento dos demais que do SUS necessitam? O STF já enfrentou o tema, vejamos: [...] obrigar a rede pública a financiar toda e qualquer ação e prestação de saúde existente geraria grave lesão à ordem administrativa e levaria ao comprometimento do SUS, de modo a prejudicar ainda mais o atendimento médico da parcela da população mais necessitada. [...] os tratamentos experimentais (sem comprovação cientifica de sua eficácia) são realizados por laboratórios ou centros médicos de ponta, consubstanciando- se em pesquisas científicas. A participação nesses tratamentos rege-se pelas normas que regulam a pesquisa médica e, portanto, o Estado não pode ser condenado a fornecê- los. [...] É relevante apontar que a jurisprudência sufraga o entendimento de a teoria da reserva do possível ser de todo pertinente, quando se ingressa na área de experimentação científica desenvolvida no exterior, ou seja, a assistência médica prestada pelo Estado tem seu orçamento submetido a uma política de prioridades, e assim o é em razão de que cabe a ele o custeio da saúde de milhões de pessoas, de forma que resulta inviável o deferimento de tratamento fora do Brasil considerados experimentais para os poucos que recorrem ao judiciário. (Min. GILMAR MENDES na Suspensão de Tutela Antecipada n. 175 AgR, julgado em 17/03/2010). Em situações em que o Estado brasileiro deixa de entregar voluntariamente o mínimo existencial, justamente porque é o mínimo, alegando a reserva do possível, o prejudicado poderá buscar a tutela judicial do seu direito violado. Vale dizer: a reserva do financeiramente possível não é oponível ao controle judicial das políticas públicas, quando o caso concreto envolver o direito ao mínimo indispensável à dignidade humana. Ora, como reconhece o próprio Poder Judiciário, a saúde é direito de todos e dever do Estado (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), o qual deverá garantir à sociedade a efetiva prestação de serviços mínimos para uma vida digna, não podendo valer-se da cláusula da reserva do possível para se abster de dar o efetivo cumprimento ao princípio da dignidade da pessoa humana. DICA DO PROF. JEAN: o princípio da reserva do possível encontra seus limites no mínimo existencial. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 10 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Sobre o tema, vejamos elucidativo julgado do STJ: [...] não podem os direitos sociais ficar condicionados à boa vontade do Administrador, sendo de suma importância que o Judiciário atue como órgão controlador da atividade administrativa. Seria uma distorção pensarque o princípio da separação dos poderes, originalmente concebido com o escopo de garantia dos direitos fundamentais, pudesse ser utilizado justamente como óbice à realização dos direitos sociais, igualmente importantes. Tratando-se de direito essencial, incluso no conceito de mínimo existencial, inexistirá empecilho jurídico para que o Judiciário estabeleça a inclusão de determinada política pública nos planos orçamentários do ente político, mormente quando não houver comprovação objetiva da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal (REsp 771.537/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 3.10.2005). Outro dado relevante: o art. 6º nos traz um rol exemplificativo de direitos sociais. O rol é exemplificativo porque existem outros direitos sociais espalhados pela Constituição Federal, especialmente no Título VIII, que versa justamente sobre a Ordem Social. Isto é, diante da omissão estatal quanto ao seu dever de entregar ao povo brasileiro o mínimo existencial, cabe ao Poder Judiciário determinar a execução das políticas públicas pertinentes, sem que isso fira a separação dos Poderes. Nessas situações, o juiz protegerá a Constituição, que determina algumas ações estatais, como, por exemplo, a implementação de um serviço público de saúde gratuito e de qualidade. Essa atuação excepcional do Poder Judiciário na determinação da execução de políticas públicas é o que se denomina ativismo judicial. DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIE Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90, de 2015). Primeira informação importante: cuidado com o direito ao transporte, inserido no art. 6º pela EC n. 90, de 2015. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: O caput do art. 7º nos informa que os direitos sociais individuais dos trabalhadores urbanos e rurais são os mesmos. I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; Somente o desemprego involuntário autoriza o recebimento do seguro- desemprego. Caso o trabalhador peça demissão (desemprego voluntário) não terá direito ao benefício. III – fundo de garantia do tempo de serviço; IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 11 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br ATENÇÃO PARA AS SÚMULAS VINCULANTES: Súmula Vinculante n. 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. Súmula Vinculante n. 16: Os artigos 7º , IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. Por fim, o Supremo Tribunal Federal reafirmou a jurisprudência da Corte no sentido de que a fixação de pensão alimentícia em salários mínimos não viola a Constituição (ARE 842.157, com repercussão geral reconhecida). Sobre esse ponto, cuidado com a Súmula Vinculante n. 4: ―Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.‖. Quando a Súmula Vinculante n. 4 grafa ―salvo nos casos previstos na Constituição‖, está se referindo ao art. 58 do ADCT, que determina: V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI– irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Quando lidamos com os direitos sociais no estudo do Direito Constitucional, temos de ser fiéis ao texto da Constituição. Em outras palavras, estamos num limiar muito tênue entre o Direito Constitucional e o Direito do Trabalho e temos de ser devotados ao nosso objeto de estudo: a Constituição Federal. VII– garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII– décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX– remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X– proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Entendem-se por turnos ininterruptos de revezamento aqueles em que grupos de trabalhadores se sucedem nos mesmos locais de trabalho, cumprindo horários que permitam o funcionamento ininterrupto da empresa. XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; Art. 58. Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação da Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de atualização até na implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte. Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios atualizadas de acordo com este artigo serão devidas e pagas a partir do sétimo mês a contar da promulgação da Constituição Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 12 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré- escolas; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;’’ XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Visto isso, vamos passar para os direitos sociais sindicais. Art. 8° É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; O inciso I do art. 8º trata do chamado princípio da autonomia sindical. Aspecto intrigante é o seguinte: o inciso faz referência a registro no ―órgão competente‖. Mas qual seria esse órgão? A resposta nos é dada pela Súmula n. 677, do STF. Vejamos: ―até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade‖. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 13 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Visto isso, vamos passar para os direitos sociais sindicais. Art. 8° É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; O inciso I do art. 8º trata do chamado princípio da autonomia sindical. Aspecto intrigante é o seguinte: o inciso faz referência a registro no ―órgão competente‖. Mas qual seria esse órgão? A resposta nos é dada pela Súmula n. 677, do STF. Vejamos: ―até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade‖. Percebam que a Súmula aborda o princípio da unicidade. II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; Esse é o já citado princípio da unicidade sindical. Chama-se unicidade porque, para cada categoria profissional ou econômica, é criado um único sindicato numa determinada base territorial. Quem é que define a base territorial do sindicato? Os próprios sindicalizados, nunca podendo ela ser inferior a um Município. III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV – a assembleia geral fixará a contribuição [confederativa] que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição [sindical] prevista em lei; V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. O próximo artigo nos traz o perfil constitucional do direito de greve. Justamente por ser um direito, a simples adesão à greve não constitui falta grave, conforme nos ensina a Súmula n. 316, do STF. CF: Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 14 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover- lhes o entendimento direto com os empregadores. NACIONALIDADE CONCEITO Conforme nos ensina José Afonso da Silva, a nacionalidade é um vínculo jurídico- político de Direito público interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado (o seu povo — conjunto de nacionais — brasileiros natos e naturalizados). ESPÉCIES DE NACIONALIDADE Temos duas espécies de nacionalidade, quais sejam: a) primária (originária, de 1º grau, involuntária, ou nata): resultante de um fato natural (o nascimento). Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado a um critério constitucional; b) secundária (adquirida, por aquisição, de 2º grau, voluntária, ou por naturalização): é a que se adquire por ato de vontade, depois do nascimento, somado ao cumprimento de um requisito constitucional. CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE NACIONALIDADE PRIMÁRIA Para a definição da nacionalidade primária, a Constituição adota dois critérios: a) ius sanguinis: critério sanguíneo pautado na hereditariedade; b) ius solis: critério territorial, sendo irrelevante a nacionalidade dos pais. A nossa atual CF adotou como regra o critério ius solis, permitindo a utilização do ius sanguinis em algumas hipóteses que estudaremos a seguir. Vejamos. NACIONALIDADE PRIMÁRIA Segundo o art. 12, I, são brasileiros natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de paisestrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país [de origem]; Aqui se adota o critério do ius solis: nasceu no Brasil, será, em princípio, brasileiro nato. Só não será brasileiro nato aquele que aqui nascer se houver a conjugação e dois fatores: 1) ambos os pais estrangeiros; 2) pelo menos um deles deve estar no território brasileiro a serviço do seu País de origem. Muito cuidado com um detalhe: se estiver a serviço de um terceiro País, o nascido na República Federativa do Brasil será considerado brasileiro nato. Exemplo: se um casal de portugueses estiver a serviço da Espanha no Brasil, o filho deles, nascido no Brasil, será considerado brasileiro nato. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Na alínea ―b‖, adota-se o critério ius sanguinis. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 15 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejamregistrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; No caso da alínea ―c‖, adota-se o critério ius sanguinis. Na verdade, a alínea ―c‖ consagra duas hipóteses distintas de nacionalidade originária: No caso da alínea ―c‖, adota-se o critério ius sanguinis. Na verdade, a alínea ―c‖ consagra duas hipóteses distintas de nacionalidade originária: I – os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (repartição diplomática ou consular); e II – os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. A segunda hipótese é o que a doutrina chama de nacionalidade originária potestativa. Importante ressaltar que essa opção pela nacionalidade originária brasileira é considerada pelo STF como personalíssima: só pode ser exercida pela própria pessoa interessada, a partir dos 18 anos. Antes de manifestar a opção confirmativa, haveria uma nacionalidade provisória, suspensa ao atingir aos 18 anos, até que fosse manifestada a opção para se adquirir, definitivamente, a nacionalidade brasileira. As hipóteses de nacionalidade originária estão dispostas em rol taxatico, não podendo a lei infraconstitucional criar outros casos. NACIONALIDADE SECUNDÁRIA A nacionalidade secundária é aquela adquirida pelo estrangeiro que passa por um processo de naturalização. Com efeito, considera-se naturalização o processo que permite ao estrangeiro adotar a nacionalidade do país em que se encontra, desde que preenchidos os requisitos legais. No nosso caso, essas hipóteses constitucionais estão previstas no art. 12, inciso II, vejamos: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; A alínea ―a‖ consagra a hipótese de naturalização ordinária, uma vez que a simples satisfação dos requisitos não assegura ao estrangeiro a nacionalidade brasileira. Importante fixar que a concessão da naturalização, como regra, é ato discricionário do Presidente da República decorrente da soberania estatal, não se falando, pois, em direito público subjetivo do requerente. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Na alínea ―b‖, trata-se de uma hipótese de naturalização extraordinária (também chamada de quinzenária). Cuidado com a expressão “estar a serviço da República Federativa do Brasil”. “A serviço da República Federativa do Brasil” é expressão que abrange todos os órgãos e todas as entidades da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 16 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br O § 1º do art. 12 trata de forma diferente os portugueses residentes no Brasil. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Vale dizer: satisfeitos os pressupostos constitucionais de residência permanente no País e reciprocidade, os portugueses não precisam se naturalizar brasileiros para auferir os direitos dos brasileiros NATURALIZADOS. DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS O art. 12, § 2º, prevê que a lei (no caso, lei infraconstitucional) não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados: só a Constituição poderá estabelecer esta diferenciação, e o faz em quatro hipóteses: 1) Cargos São privativos de brasileiros natos os cargos de: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial das Forças Armadas; e Ministro de Estado da Defesa (art. 12, § 3º). A razão é simples: o próprio Presidente da República precisa ser brasileiro nato, portanto, todos aqueles que estão na sua linha sucessória também (Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministros do Supremo Tribunal Federal – arts. 79 e 80). Nos casos da carreira diplomática, dos oficiais ;das Forças Armadas e do Ministro de Estado da Defesa, a ideia é proteger a segurança nacional. 2) Função no Conselho da República A Constituição reservou seis vagas para brasileiros natos, vejamos: Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I – o Vice-Presidente da República; II – o Presidente da Câmara dos Deputados; III – o Presidente do Senado Federal; IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados. V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI – o Ministro da Justiça; VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, MUITA ATENÇÃO NESSA HORA: nessa situação, não há discricionariedade do Presidente da República, possuindo o interessado direito público subjetivo à nacionalidade brasileira, desde que requeira e preencha os pressupostos constitucionais. Importante esclarecer que, quando a Constituição se refere à residência na República Federativa do Brasil, o que se exige é o ânimo de permanecer no Brasil, isto é, fazer daqui o seu lar. Nesses termos, o STF entende que a simples ausência temporária do estrangeiro não significa que a residência não foi contínua. Mas cuidado: não se trata de uma hipótese de naturalização, mas tão somente de forma de atribuição de direitos CUIDADO: essa previsão alcança tanto os titulares do cargo quanto os seus substitutos. É muito importante memorizar esse rol, uma vez que esse ponto do nosso curso despenca em concurso público. Vamos a um mnemônico: MP3.COM Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 17 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodiasHugodiascursos.com.br vedada a recondução. 3) Extradição Da leitura do art. 5º, inciso LI, o brasileiro nato NUNCA será extraditado. Já o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, praticado a qualquer tempo. Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 4) Direito de propriedade Conforme estabelece o art. 222, caput, a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. PERDA DA NACIONALIDADE Segundo o art. 12, § 4º, inciso I, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Como a Constituição alude aqui a cancelamento da naturalização, essa hipótese atinge apenas o brasileiro naturalizado. Outra situação de perda da nacionalidade brasileira ocorre quando o brasileiro (nato ou naturalizado) adquire outra nacionalidade, salvo se ocorrer uma das hipóteses citadas nas alíneas ―a‖ e ―b‖ (art. 12, § 4º, II). rt. 12, § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: [...] DUPLA NACIONALIDADE O art. 12, § 4º, II, alíneas ―a‖ e ―b‖, traz duas situações em que a escolha por outra nacionalidade não provoca a perda da nacionalidade brasileira, passando o brasileiro a possuir dupla nacionalidade, motivo pelo qual a doutrina o qualifica como polipátrida (aquele que possui mais de uma nacionalidade). Vejamos essas hipóteses: Art. 12, § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: [...] II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS NACIONAIS Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Vamos iniciar o estudo do Título II, da CF/1988. Em um primeiro momento, vamos trabalhar a Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 18 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br chamada teoria geral dos direitos e garantias fundamentais. Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem este Título II, a saber: a) Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos; b) Capítulo 2: direitos sociais; c) Capítulo 3: nacionalidade; d) Capítulo 4: direitos políticos; e) Capítulo 5: partidos políticos. A partir dessa análise, podemos concluir que os direitos e garantias fundamentais (Título II) são gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima mencionados. DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Será que direito e garantia seriam termos sinônimos? A resposta é negativa. Os direitos fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição, de cunho declaratório. Por sua vez, as garantias fundamentais são instrumento de proteção de um determinado direito também previsto na Constituição, de cunho assecuratório. Assim, a Constituição tutela a liberdade de locomoção (art. 5°, XV) e, caso haja restrição ilegal à liberdade de locomoção, a Constituição prevê a garantia do habeas corpus (art. 5°, LXVIII). DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS A primeira informação importante é que este art. 5º consagra uma boa parte do rol de direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição. Porém, não se pode afirmar que o rol de direitos e garantias fundamentais trazidos pelo art. 5º esgota todos os direitos e garantias fundamentais existentes na Constituição. Na verdade, os direitos e garantias fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, conforme já reconheceu, inclusive, o Supremo Tribunal Federal. DIREITO À IGUALDADE Quando falamos do direito à igualdade, de fato, estamos falando de um gênero, que pode assumir duas espécies diferentes: a igualdade formal e a igualdade material. A igualdade formal é aquela prescrita no início do caput do art. 5º e seu inciso I, em que se identifica uma identidade de direitos e deveres concedidos a todos os membros de uma dada sociedade, sem distinções. Por outro lado, temos a chamada igualdade material, que tem a finalidade de buscar a equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o jurídico. Na igualdade material, identificam-se diferenças nas pessoas que compõem o grupo social, e busca-se tratar os diferentes de forma diferente para garantir, ao fim e ao cabo, as mesmas oportunidades a todos. É a consagração do ideal de Aristóteles, para quem a igualdade consiste em ―tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam‖. Tendo como norte a igualdade material, o Estado deve buscar a igualdade de oportunidades a todas as pessoas por meio de políticas públicas e leis que, atentas às características dos grupos menos favorecidos, compensem as desigualdades decorrentes do processo histórico da formação social. DIREITO À VIDA O direito à vida está previsto no caput do art. 5º e pode ser observado por dois prismas, quais sejam: a) o direito de permanecer vivo e b) o direito a uma vida digna. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 19 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br O direito a permanecer vivo abrange a vida extrauterina (a criança que nasceu com vida) e também a vida intrauterina (dentro do útero materno). Tanto é verdade que o direito, como regra, não tolera o aborto, justamente para proteger a vida em gestação. O direito a uma vida digna, por sua vez, garante as necessidades vitais básicas, proibindo qualquer tratamento desumano, como a tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. (art. 5º, III e XLVII). Sobre o direito à vida, aprofundando em aspectos jurisprudenciais, é importante trazer para nosso estudo o julgamento da ADI 3.510, que tinha como objeto a possibilidade (ou não) de pesquisas com células-tronco embrionárias. O STF deliberou pela possibilidade de utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas e terapias. Ficou consignado que não há, na manipulação das células-tronco embrionárias, ofensa ao direito à vida, justamente porque, como definiu o STF, a vida só começaria no momento da nidação. Entende-se por nidação a fixação do embrião no útero materno. Merece destaque também o julgamento da ADPF 54, em que o STF reconheceu o direito da gestante de submeter-se ao aborto na hipótese de gravidez de feto anencéfalo, previamente diagnosticada por profissional habilitado. DIREITO À LIBERDADEPRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA RESERVA LEGAL Quando falamos no princípio da legalidade, estamos tratando da possibilidade de o Estado instituir obrigações por meio de lei em sentido amplo. Lei em sentido amplo abrange lei em sentido estrito (uma lei ordinária, por exemplo) e, também, atos administrativos de caráter normativo. É a expressão do inciso II do art. 5º, em que a Constituição estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Nesse caso, lei quer dizer lei em sentido amplo, isto é, normas constitucionais, leis em sentido estrito e atos administrativos normativos (decretos, portarias, instruções normativas etc.). VEDAÇÃO À TORTURA E AO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Esta previsão é uma decorrência clara do direito à vida, sob a ótica do direito à existência digna. Para alguns doutrinadores, esse seria o único direito absoluto, junto com a vedação a escravidão. LIBERDADE DE EXPRESSÃO Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; A exigência de vedação ao anonimato garante o direito de resposta, que será estudado no inciso seguinte. Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; Art. 5º, IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; DICA DO PROF. JEAN: Cuidado como a partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter aditivo, ou seja, caso haja um dano material, um dano moral e um dano à imagem provenientes de um mesmo fato, caberá indenização pelos três danos cumulativamente. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 20 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Importante deixar muito claro que, no Brasil, não mais se fala em censura prévia, prática muito comum na época da ditadura militar. Art. 5º, XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CONVICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA Art. 5º, VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Art. 5º, VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; O inciso VIII é conhecido pela doutrina como escusa de consciência. Esquematizando... Diante de uma obrigação a todos imposta Por exemplo, serviço militar escusa de consciência religiosa, política ou filosófica para não cumprir aquela obrigação terá que cumprir uma prestação social alternativa (lei 8.239/91, art. 3º, §2º - regulamenta a prestação alternativa). Professor, e se não cumprir a prestação social alternativa? Haverá a suspensão de todos os direitos políticos. Cuidado que as bancas colocam ―Perda‖ INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA PRIVACIDADE, DA HONRA E DA IMAGEM Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; A Constituição tutela a privacidade no inciso X do art. 5º, contemplando a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, direitos não referenciados de modo expresso no caput do dispositivo, mas que estão, sem dúvida, conectados ao direito à vida, especialmente na sua segunda acepção (direito à uma vida digna). Não é simples distinguir a vida privada da intimidade, razão pela qual alguns autores entendem que ambas designam a mesma coisa. A honra é um bem imaterial conectado ao valor moral do indivíduo, podendo ser compreendida como a reputação, o bom nome e a boa fama que o sujeito goza na vida em sociedade. DIREITO À INVIOLABILIDADE DOMICILIAR Segundo o artigo 5º, XI, ―a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial‖. Ou seja, ninguém, especialmente a autoridade pública, pode entrar na casa alheia sem consentimento do morador, exceto: 1) em caso de flagrante delito (a qualquer hora); 2) desastre (a qualquer hora); 3) socorro (a qualquer hora); 4) por determinação judicial (durante o dia). Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 21 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br ATENÇÃO!!! O STF reconhece que se uma diligência começou dentro do horário adequado (durante o dia), porém, em face da complexidade do fato, estendeu-se para além das 18 horas, não se fala em violação da proteção constitucional ao domicílio, ou seja, não se pode arguir a ilicitude da prova colhida nessa diligência. Outra celeuma existente é a definição de ―dia‖ para os fins da inviolabilidade domiciliar. A doutrina, para responder a essa indagação, desenvolveu duas correntes: a) a que adota o critério físico- astronômico; b) e a que adota o critério cronológico. O critério físico-astronômico afirma que ―dia‖ é o lapso temporal existente entre a aurora e o crepúsculo, ou seja, enquanto houver sol. Já pelo critério cronológico, ―dia‖ é o intervalo entre as 6 horas da manhã até as 18 horas. SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA E DAS COMUNICAÇÕES Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Percebam que a Constituição só ressalva as comunicações telefônicas por ordem de JUIZ e para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Não se pode afirmar, além disso, que o sigilo das correspondências e das comunicações telegráficas e de dados seria direito absoluto. Aliás, conforme vimos, os direitos fundamentais são relativos. A título de exemplo, a jurisprudência do STF admite a interceptação da carta do preso pela administração penitenciária com a finalidade de se evitar a prática de ilícitos. Aplica-se à espécie a ponderação de interesses, já que os direitos fundamentais não podem servir como escudo para práticas de atividades ilícitas. LIBERDADE PROFISSIONAL Art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO Art. 5º, XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; LIBERDADE DE REUNIÃO Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; DICA: O conceito de “casa”, para os fins da proteção jurídico-constitucional a que se refere o artigo 5º, XI, reveste-se de caráter mais amplo do que a ideia geral de mera residência, pois, compreende: qualquercompartimento habitado unifamiliar; qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; e qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade. No caso da letra “c”, a ideia central é a seguinte: o princípio da inviolabilidade domiciliar estende-se ao espaço em que alguém exerce, com exclusão de terceiros, qualquer atividade de índole profissional. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 22 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; Art. 5º, XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Art. 5º, XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; DIREITO DE PROPRIEDADE Art. 5º, XXII – é garantido o direito de propriedade; Art. 5º, XXIII – a propriedade atenderá a sua função social; DESAPROPRIAÇÃO Art. 5º, XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 5º, XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA RURAL Art. 5º, XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; DIREITOS AUTORAIS Art. 5º , XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; Art. 5º , XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindi cais e associativas; ATENÇÃO ESPECIAL: O exercício do direito de reunião, sempre pacífico e sem armas, independe de autorização; o que se exige é prévio aviso para não frustrar outra reunião marcada para o mesmo local. ATENÇÃO: quando se tratar de mandado de segurança coletivo, não há necessidade de autorização. Súmula 629, STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 23 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br Cuidado!!! Não se trata de direito absoluto, uma vez que o Poder Público pode se recusar a prestar a informação quando: o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade; o sigilo for imprescindível à segurança do Estado; e o sigilo for imprescindível à preservação da privacidade de terceiros. PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INDUSTRIAL Art. 5º, XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interes se social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; DIREITO DE SUCESSÃO Art. 5º , XXX – é garantido o direito de herança; Art. 5º , XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; DEFESA DO CONSUMIDOR Art. 5º , XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; DIREITO DE INFORMAÇÃO Segundo o art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Trata-se, no caso, de um remédio constitucional de natureza administrativa, que decorre do princípio da publicidade. É um instrumento que viabiliza o controle popular sobre a coisa pública. DIREITO DE PETIÇÃO À luz do art. 5º, inc. XXXIV, alínea ―a‖, são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. Cuida-se de outro remédio constitucional de natureza administrativa, cuja legitimidade ativa compete a qualquer pessoa, não necessitando de assistência de advogado. Na esteira da gratuidade do direito de petição, temos a Súmula Vinculante 21 que determina que ―é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo‖. DIREITO DE CERTIDÃO São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidão em repartição pública, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5o, inc. XXXIV, alínea ―b‖). Também é um remédio constitucional de natureza administrativa, no entanto, difere no que tange à legitimação, haja vista possuir caráter personalíssimo, ou seja, não se presta à obtenção de cópias de documentos que digam respeito a terceiros. Licensed to Darlanny Pereira dos Santos - darlannypereira@gmail.com - 095.947.994-55 24 Tiny.cc/ProfessorHugoDias Instagram.com/professorhugodias Hugodiascursos.com.br INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; IRRETROATIVIDADE RELATIVA DAS LEIS De acordo com o art. 5º, inc. XXXVI, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Essa norma constitucional tem por finalidade proteger a segurança das relações jurídicas já consolidadas e a estabilidade das relações sociais. DIREITO AO JUIZ NATURAL Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; Art. 5º , LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; JURI POPULAR Art. 5º , XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; IRRETROATIVIDADE RELATIVA DA LEI PENAL Art. 5º , XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; PUNIÇÃO ÀS DISCRIMINAÇÕES ATENTATÓRIAS Art. 5º , XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; CRIMES IMPRESCRITÍVEIS É certo que o Estado detém o monopólio do jus puniendi – direito de punir. Esse poder sancionatório, como regra, perde-se com o tempo (ou seja, prescreve),
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