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ERGONOMIA Etimologia Ergon = trabalho / nomos = regras, leis => regras, normas e leis para a execução do trabalho. • Na Grécia Antiga o trabalho tinha duplo sentido: Ponos = trabalho escravo, de sofrimento, sem criatividade. ○ Ergon = trabalho como arte de criação, satisfação e motivação.○ • Diante disso, cria-se a Ergonomia, com o objetivo de transformar o trabalho PONOS em trabalho ERGON. • Historicamente: a Ergonomia como Ciência 1949: Associação Internacional de Ergonomia (IEA) na Universidade de Oxford• 1961: 1º Congresso sobre Ergonomia, realizado em Estocolmo. • No Brasil: em 1990 o MT, através da Portaria 3751, institui a NR 17 que trata da Ergonomia no Setor Empresarial. Esta Norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. ○ • Definições Ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. • Aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar. • Ciência multidisciplinar com base formada por várias ciências: antrometria, biomecânica, anatomia, fisiologia, psicologia, medicina do trabalho, higiene industrial.... • Objetivo: possibilitar o conhecimento e o estudo completo do sistema homem-maquina- ambiente de trabalho, visando melhor adequação do trabalho ao homem. Para se evitar que os riscos ergonômicos se traduzam em doenças do trabalho, deve-se levar em consideração os limites humanos na execução de qualquer trabalho, em especial nos que exigem mais esforço que o normal. LIMITES HUMANOS Classificação: Limites Físicos: são ditados pelas características do indivíduo Sexo, altura, peso e biótipo. ○ Quando uma tarefa ultrapassa esses limites, é necessário que se forneça ajuda, ou seja, algo que aumente a capacidade física do trabalhador para que ele consiga realizar o trabalho. Escada, Chave de fenda, Carreta... ○ • Limites Fisiológicos: estão relacionados ao tônus muscular, aptidão física, descanso, efeito de drogas, boa saúde e estado nutricional. São características que podem variar de dia para dia e de acordo com a estação do ano. Doenças, fadiga, fome, são situações que afetam nossos limites durante a jornada de trabalho. ○ • Limites Mentais e Emocionais: dependem no nível de estresse mental do indivíduo. Está relacionado à capacidade de Resiliência Considerando os aspectos mentais e emocionais, o trabalho mais seguro é aquele • Riscos Ergonômicos segunda-feira, 29 de junho de 2020 11:00 Considerando os aspectos mentais e emocionais, o trabalho mais seguro é aquele que permite ao trabalhador executá-lo de forma feliz, satisfatória e bem ajustado. ○ Quando ocorre um desbalanço desses limites, o trabalhador entra em um quadro que chamamos de ESTRESSE OCUPACIONAL. ○ Estresse Ocupacional: é um fenômeno subjetivo e depende da compreensão individual da incapacidade de gerenciar as exigências do trabalho. É o produto da relação entre o indivíduo e o seu ambiente de trabalho, em que as exigências deste ultrapassam as habilidade do trabalhador para enfrentá-las, o que pode acarretar um desgaste excessivo do organismo, interferindo na sua produtividade. Assédio Moral.○ • Neste caso, podemos dizer que é quando a pessoa percebe o seu ambiente de trabalho como: Uma ameaça de suas necessidade de realização pessoal e profissional; ou como ○ Uma ameaça à sua saúde mental e física.○ • Tem consequência maior, o prejuízo da integração com o trabalho e com o próprio ambiente. Consequências à níveis pessoal: Afastamento do trabalho Intervenção hospitalar Desequilíbrio familiar Perda do emprego Constrangimento social ○ Consequências à nível profissional: Perda de oportunidades Queda de produtividade Absenteísmo Ausência no trabalho□ Prejuízos financeiros ○ • Decorre de um ambiente com demandas excessivas ou que não possui recursos adequados para equilibrar tais situações. • RISCOS ERGONÔMICOS Classificação: Fatores que produzem carga física• Fatores que produzem carga psíquica• Fatores que produzem Carga Física: Esforço Físico Intenso: evidenciado quando ocorre aumento de FR, aumento de FC e sudorese intensa. Ex: borracheiros, reposição de mercadorias, trabalho em lavoura, servente de pedreiro... ○ • Exigência de posturas inadequadas: Atividades de escritório○ Atividades realizadas em oficinas de automóveis○ Atividades que requeiram que a mão do trabalhador fique acima de sua cabeça. Ex: professores que utilizam quadro ○ • Trabalho realizado de pé, com pouca movimentação, durante longas jornadas: Solução: Alternar entre tarefas sentadas e tarefas em pé Providenciar apoio para os pés (6"/15cm) O trabalhador deve manter um dos pés no apoio e outro no solo e ir alternando o pé apoiado. Isso reduz o esforço da coluna. □ ○ • Repetitividade: Caixas de banco e supermercados • Caixas de banco e supermercados ○ Digitadores○ Linhas de montagem de eletrônicos ou outros processos Tayloristas.○ Fatores que produzem Carga Psíquica: Imposição de ritmo excessivo: acontecem geralmente por problemas administrativos e operacionais. Atrasos na produção, falhas de manutenção, planejamento incorreto.○ Se mantido pode levar à: fadiga, acidentes, erros, estresse...○ • Jornadas prolongadas: manutenção de um número excessivo de horas extras pode levar à acidentes. • Controle rígido de produtividade: Comando firme e decisivo - faz o funcionário trabalhar "sob pressão"○ Não leva em consideração as necessidades do funcionário, culmina em estresse Assédio Moral, difícil de detectar. ○ • Monotonia: são atividades que se repetem dia após dia, sem alterar o ritmo do trabalho Esses fatores estão relacionados com a saúde mental ○ Influem de forma negativa nas relações familiares e sociais do trabalhador○ Contribuem para o aparecimento de doenças inespecíficas, com viés psicológico/psiquiátrico ○ • Trabalho em turno e noturno: os efeitos negativos do horário de trabalho sobre a saúde adquirem uma dimensão maior quando a jornada de trabalho noturna é fixa ou em turnos rotativos. • TRABALHO EM TURNO/NOTURNO Consequências: insônia, fadiga, transtornos digestivos e cardiovasculares, problemas psicológicos sociais Comportamento pessoal, do indivíduo e seus relacionamentos familiares e profissionais. ○ • Fatores organizacionais do trabalho responsáveis pelo desconforto e que podem causar doença: Pausas insuficientes para o descanso intra e inter jornadas Legalmente, deve haver uma pause de no mínimo 12h entre uma jornada e outra. ○ Crescente incerteza sobre a permanência no emprego○ Horários irregulares e em turnos de trabalho...○ • O trabalho realizado em turnos fixos ou rodiziantes, somente à noite ou em horários irregulares, estão incluídos no grupo de fatores psicossociais no trabalho que interagem nos processos saúde-doença • O trabalho em turno e noturno acontecem por razões técnicas, sociais ou econômicas das empresas. • A carga representada pelo trabalho noturno ou em turno, provoca desgastes no trabalhador porque influi no ritmo das variações que normalmente ocorrem em funções fisiológicas Alteração do ritmo circadiano/biológico: ritmo básico para o organismo apresentar suas variações de temperatura, pressão sanguínea... Está diretamente relacionado com a presença ou ausência de luz, hábitos pessoais, condições ambientais, exposição ao ambiente, condições psicológicas... ○ Este ritmo recebe influências advindas do meio ambiente, tais como a luz, o calor e os ruídos, os quais estimulam fatores internos neurológicos e hormonais, desencadeando reações fisiológicas que modificam as funções do organismo.Luz intensa: inibe a síntese de melatonina, isso mantém o trabalhador em estado de alerta. Ausência de luz: aumento da síntese de melatonina, levando ao sono. ○ • Ausência de luz: aumento da síntese de melatonina, levando ao sono. O trabalho noturno exige a inversão do ciclo vigília-sono e isso demora pra acontecer. ○ Alterações no ritmo circadiano pela carga de trabalho gera um desgaste que interfere no bem-estar, na saúde, na disposição, no sono e na alimentação do trabalhador. • Funções fisiológicas que sofrem alterações cíclicas: ondas cerebrais, FC, temperatura corporal, PA, excreção renal, trânsito intestinal... • A tolerância no trabalho em turno e noturno está relacionada à: Fatores internos: idade, sexo, saúde, sono, tolerância fisiológica à inversão do ciclo circadiano. ○ Fatores externos: sociais, nutricionais, políticos, motivação individual.○ • O principal problema do trabalho noturno é o sono diurno, que deixa muito a desejar por não ser um sono reparador, já que esta é uma propriedade do sono profundo, e no sono diurno há uma predominância das fases de sono leve/superficial. O trabalhador noturno tem um déficit de sono que vai tentar compensar nos dias de folga. No entanto isso ocorre uma vez por semana, e uma única noite de sono normal não é o suficiente. ○ • Trabalhadores noturnos apresentam um estado de saúde inferior aos trabalhadores diurnos. Prevalência da HAS. ○ • A falta de sincronia entre os ritmos circadianos leva à disturbios intensos e as vezes permanentes do sono: Fadiga crônica/patológica/industrial○ Síndrome psiconeurótica Desencadeada por ansiedade e depressão crônica Aumenta a possibilidade de acidentes ○ • Segundo a Legislação Brasileira: Trabalho em turno noturno tem hora equivalente à 52m30s○ Remuneração superior em 20% a hora diurna○ É considerado trabalho noturno aquele realizado entre as 22h de um dia até as 5h do dia seguinte ○ Lei 8213/91: trata sobre as doenças profissionais e doenças relacionadas ao trabalho, reconhece o trabalho em turnos e noturno como um agente etiológico ou fator de risco ocupacional. Nexo causal ○ • Principais queixas: Fadiga○ Variações de humor ○ Dificuldade de dormir ○ Perturbação de memória ○ Dificuldade de realizar atividades habituais ○ Falta ou aumento de apetite○ • A maior susceptibilidade do trabalhador noturno à doenças está relacionada à fadiga crônica, condições inadequadas de alimentação e uso indiscriminado do medicamentos • Indivíduos com história de distúrbio do sono, diabetes, epilepsia, depressão, cardiopatias, tuberculose, deficiência visual e uso de álcool ou outras substâncias psicotrópicas, devem ser evitados nas escalas noturnas. • "o trabalho não deve tornar-se um campo para o desenvolvimento de patologias e angustias"
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